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O AGRONEGO AGRONEGÓÓCIO DA CIO DA AGRICULTURA FAMILIAR NO AGRICULTURA FAMILIAR NO
BRASILBRASIL
Joaquim GuilhotoJoaquim GuilhotoFernando Fernando Gaiger SilveiraGaiger SilveiraCarlos Roberto Carlos Roberto AzzoniAzzoniSilvio Massoru IchiharaSilvio Massoru Ichihara
TD TD NereusNereus 1818--20042004
São Paulo2004
1
O AGRONEGÓCIO DA AGRICULTURA FAMILIAR NO BRASIL1
Joaquim José Martins Guilhoto Universidade de São Paulo e University of Illinois
Fernando Gaiger Silveira IPEA
Carlos Roberto Azzoni Universidade de São Paulo
Silvio Massoru Ichihara Universidade de São Paulo
1 INTRODUÇÃO
Este paper tem por objetivo apresentar os resultados da pesquisa que fez um
delineamento do nível de atividade do agronegócio da agricultura familiar no Brasil para o
período de 1996 a 2003.
Desta forma, o mesmo está organizado da seguinte forma, na seção 2 abaixo é feita
a descrição da metodologia utilizada, a seção 3 apresenta os resultados para o Brasil e na
seção 4 são apresentados os comentários finais.
2 REFERENCIAL METODOLÓGICO
O papel das atividades agrícolas e do agronegócio em geral na economia brasileira
sempre foi muito destacado, desde as origens, quando apenas esse tipo de atividade era
1 Os resultados apresentados aqui são derivados de uma pesquisa conduzida dentro da FIPE para o NEAD-MDA
2
desenvolvido no país, mas mesmo após a industrialização e, posteriormente, a terciarização
acentuada da economia. A partir das aptidões naturais do clima e do solo, às quais se
somam políticas econômicas de diversas dimensões, desde o financiamento até o
desenvolvimento da pesquisa básica e aplicada, o agronegócio brasileiro é certamente um
caso de sucesso, notadamente nos últimos anos. Esse sucesso, todavia, não é acompanhado
pelo desenvolvimento de um conjunto de indicadores que possam exibir com precisão e
detalhe a importância e a complexidade do setor, inclusive revelando aspectos, setores e
dimensões que demandem intervenções adiciona is por parte do poder público.
O reconhecimento da abrangência com que se deve tratar o setor está presente desde
os trabalhos pioneiros de Ray Goldberg e John H. Davis, na década de 50, tendo-se
procurado dar um tratamento amplo para as atividades voltadas para a produção de bens e
serviços de origem agropecuária, através do conceito de complexo agroindustrial –
envolvendo, além da agropecuária propriamente dita, as atividades a montante (antes da
fazenda) e a jusante (depois da fazenda). Essas atividades tendem a ser extremamente
interdependentes do ponto de vista econômico, social e tecnológico. Portanto, as políticas
econômicas e setoriais, de um lado, e as estratégias das entidades representativas dos
setores envolvidos, de outro, tenderão a ser mais eficazes sempre que levarem em conta tais
interdependências.
O complexo agroindustrial é referido comumente também como o setor de
agribusiness ou o agronegócio, termo que parece ter recebido aceitação agora generalizada.
O acompanhamento das evoluções conjunturais e das tendências de longo prazo do
agronegócio é fundamental para os setores público e privado. Na economia globalizada de
hoje, a sobrevivência na agricultura e no agronegócio como um todo depende da
informação de boa qualidade, atualizada e ágil, e que seja produzida com metodologia
cientificamente comprovada. Medidas de correção de rumo podem ser sugeridas e tomadas
em tempo oportuno de modo a prevenir desvios indesejáveis na produção, no emprego, e no
desempenho comercial. Além disso, é necessário contar com boa informação para o país
como um todo, assim como para suas principais regiões, de forma a se possuir uma
3
abrangente avaliação do setor em escala nacional, que garanta o desejado equilíbrio
regional e setorial no processo de desenvolvimento do agronegócio brasileiro.
No caso brasileiro, a agricultura familiar é um segmento importante do complexo
maior da economia do agronegócio. Sabe-se de sua importância social, seja pela geração de
emprego e ocupação, seja pelo perfil dos produtos, basicamente destinados ao consumo
alimentar nacional. É fundamental que também se tenha uma idéia de sua importância
quantitativa no agronegócio e na economia brasileira como um todo.
A metodologia para o cálculo do PIB do agronegócio familiar baseia-se na mesma
técnica empregada no cálculo do agronegócio em geral, e fundamenta-se na intensidade da
interligação para trás e para frente da agropecuária propriamente dita. O procedimento
adotado para a estimativa do PIB do Agronegócio se dá pelo cálculo do Valor Adicionado a
preços de mercado. Assim, tem-se que o Valor Adicionado a preços de mercado é obtido
pela soma do valor adicionado a preços básicos aos impostos indiretos líquidos de subsídios
sobre produtos e subtração da dummy financeira, resultando na seguinte expressão:
VAPM = VAPB + IIL – DuF (1)
onde:
VAPM = Valor Adicionado a Preços de Mercado
VAPB = Valor Adicionado a Preços Básicos
IIL = Impostos Indiretos Líquidos
DuF = Dummy Financeira
Para o cálculo do PIB do Agregado I (insumos para a agricultura e pecuária) são
utilizadas as informações disponíveis nas tabelas de insumo-produto referentes aos valores
dos insumos adquiridos pela Agricultura e Pecuária. As colunas com os valores dos
insumos são multiplicadas pelos respectivos coeficientes de valor adicionado (CVAi). Para
4
obter-se os Coeficientes do Valor Adicionado por setor (CVAi) divide-se o Valor
Adicionado a Preços de Mercado (VAPMi) pela Produção do Setor (Xi), ou seja,
CVAVA
XiPM
i
i= (2)
Desta forma, o problema de dupla contagem, comumente apresentado em
estimativas do PIB do Agronegócio, quando se levam em consideração os valores dos
insumos e não o valor adicionado efetivamente gerado na produção destes, foi eliminado.
Tem-se então:
i
n
iikI CVAzPIB
k∗= ∑
=1
(3)
k = 1, 2 setor agricultura e pecuária
i = 1, 2, ..., 43 setores restantes
onde:
PIBIk= PIB do agregado I (insumos) para agricultura (k=1) e pecuária (k=2)
zik = valor total do insumo do setor i para a agricultura ou pecuária
CVAi = coeficiente de valor adicionado do setor i
Para o Agregado I total tem-se:
PIB PIB PIBI I I= +1 2 (4)
onde:
PIBI = PIB do agregado I
e as outras variáveis são como definidas anteriormente.
5
Para o Agregado II (Agricultura e Pecuária) consideram-se no cálculo os valores
adicionados gerados pelos respectivos setores e subtraem-se dos valores adicionados destes
setores os valores que foram utilizados como insumos, eliminando-se o problema de dupla
contagem presente em estimativas anteriores do PIB do Agronegócio. Tem-se então que:
2 ,1
1
=
∗−= ∑=
k
CVAzVAPIB i
n
iikPMII kk (5)
onde:
PIBIIk= PIB do agregado II para agricultura (k = 1) e pecuária (k = 2)
e as outras variáveis são como definidas anteriormente.
Para o Agregado II total tem-se:
PIB PIB PIBII II II= +1 2 (6)
onde:
PIBII = PIB do agregado II
e as outras variáveis são como definidas anteriormente.
Para a definição da composição das Indústrias de Base Agrícola (Agregado III)
adotaram-se vários indicadores, como por exemplo: a) os principais setores demandantes de
produtos agrícolas, obtidos através da estimação da matriz de insumo-produto; b) as
participações dos insumos agrícolas no consumo intermediário dos setores agroindustriais;
e c) as atividades econômicas que efetuam a primeira, segunda e terceira transformações
das matérias-primas agrícolas.
6
Os Agregados II e III, portanto, expressam a renda ou o valor adicionado gerado por
esses segmentos. No caso da estimação do Agregado III (Indústrias de Base Agrícola),
adota-se o somatório dos valores adicionados pelos setores agroindustriais subtraídos dos
valores adicionados destes setores que foram utilizados como insumos do Agregado II.
Como mencionado, anteriormente, esta subtração visa a eliminação da dupla contagem
presente em estimativas anteriores do PIB do Agronegócio, ou seja:
( )
2 ,1=
∗−= ∑∈
k
CVAzVAPIBkq
qqkPMIII qk (7)
onde:
PIBIIIk= PIB do agregado III para agricultura (k = 1) e pecuária (k = 2)
e as outras variáveis são como definidas anteriormente. Para o Agregado III total tem-se:
PIB PIB PIBIII III III= +1 2 (8)
onde:
PIBIII = PIB do agregado III e as outras variáveis são como definidas anteriormente.
No caso do Agregado IV, referente à Distribuição Final, considera-se para fins de
cálculo o valor agregado dos setores relativos ao Transporte, Comércio e segmentos de
Serviços. Do valor total obtido, destina-se ao Agronegócio apenas a parcela que
corresponde à participação dos produtos agropecuários e agroindustriais na demanda final
de produtos. A sistemática adotada no cálculo do valor da distribuição final do agronegócio
industrial pode ser representada por:
DFG IIL PI DFDDF DF− − = (9)
VAT VAC VAS MCPM PM PM+ + = (10)
7
PIB MC
DF DF
DFDk
IV
k qq k
k=
+
=
∈∑
*
,12
(11)
onde:
DFG = demanda final global
IILDF = impostos indiretos líquidos pagos pela demanda final
PIDF = produtos importados pela demanda final
DFD = demanda final doméstica
VATPM = valor adicionado do setor transporte a preços de mercado
VACPM = valor adicionado do setor comércio a preços de mercado
VASPM = valor adicionado do setor serviços a preços de mercado
MC = margem de comercialização
DFk = demanda final da agricultura (k=1) e pecuária (k=2)
DFq = demanda final dos setores agroindustriais
PIBIVk= PIB do agregado IV para agricultura (k=1) e pecuária (k=2)
Para o Agregado IV total tem-se:
PIB PIB PIBIV IV IV= +1 2 (12)
onde:
PIBIV = PIB do agregado IV e as outras variáveis são como definidas anteriormente.
O PIB total do Agronegócio é dado pela soma dos seus agregados, ou seja:
8
PIB PIB PIB PIB PIB
kAgronegócio I II III IVk k k k k
= + + +
= 12, (13)
onde:
PIBAgronegóciok= PIB do agronegócio para agricultura (k=1) e pecuária (k=2)
e as outras variáveis são como definidas anteriormente.
Para o Agronegócio total tem-se:
PIB PIB PIBAgronegócio Agronegócio Agronegócio= +1 2 (14)
onde:
PIBAgronegócio = PIB do agronegócio
e as outras variáveis são como definidas anteriormente.
A metodologia descrita pode ser vista de uma forma esquemática na Figura 2.1, que
apresenta o processo de obtenção do PIB do Agronegócio. Observa-se que o PIB do
Agronegócio pode ser obtido tanto pela soma ponderada do PIB dos agregados como pela
soma ponderada dos PIBs da Agricultura e da Pecuária.
9
Figura 2.1
Representação Esquemática do Processo de Obtenção do PIB do Agronegócio.
Agricultura
Dist. e Serv. Indústria
Insumos
Indústria
Insumos Pecuária
PIB Agronegócio
PIB Agricultura PIB Pecuária
Agricultura Pecuária
Dist. e Serv. Pec.
Ind. Pecuária
Dist. e Serv. Ag.
Ind. Agricultura
Ins. Agricultura Ins. Pecuária
PIB Agronegócio
Dist./Serv. Agron
Ind. Agronegócio
Agropecuária
Ins. Agronegócio
Dist. e Serv.
10
3 DESEMPENHO DO PIB DO AGRONEGÓCIO FAMILIAR BRASILEIRO, 1995 A 2003
Conforme as bases teóricas empregadas neste trabalho, as análises vinculadas ao
Produto Interno Bruto (PIB) podem ser desenvolvidas em diversos níveis de desagregação.
Isso, porque, o Agronegócio no Brasil foi definido e mensurado para dois grandes
complexos: Agricultura e Pecuária, sendo que cada complexo pode ser dividido em quatro
componentes principais : a) insumos; b) o próprio setor; c) processamento; e d) distribuição
e serviços.
Além da possibilidade de se avaliar cada um dos quatro componentes dentro de cada
um dos dois complexos, outra subdivisão relacionada com o objetivo principal da pesquisa
- a distinção entre o Agronegócio Familiar ou Patronal - torna possível multiplicar ainda
mais as formas de desagregação das análises.
Dada a grande quantidade de combinação das análises, optou-se por desenvolvê- las
através do fluxo apresentado na Figura 3.1. Sendo que cada bloco na figura corresponde às
próximas seções.
A disposição seqüencial visa, desta forma, enfocar a distinção do Agronegócio
Familiar e Patronal. Busca-se efetivar a comparação entre as duas categorias usando as
ramificações subseqüentemente posicionadas
Na Figura 3.1, o primeiro bloco de análise corresponde a uma rápida avaliação da
importância do Agronegócio e de seus dois grandes complexos, ao longo dos anos de 1995
a 2003.
O segundo bloco aumenta o grau de detalhamento da análise anterior ao considerar
a perspectiva do Agronegócio Familiar e Patronal.
11
No terceiro bloco, avalia-se a dimensão e a evolução do desempenho familiar e
patronal através dos complexos agrícola e pecuário e de seus componentes correspondentes.
Dentre os quatro componentes principais, o próprio setor e a indústria são detalhados com
maior rigor na quarta e quinta etapas.
No bloco 4, dentro do complexo agricultura, o estudo do setor agrícola é detalhado
para as culturas de soja, milho, fumo e outras culturas. Ainda dentro da Agricultura, a
indústria relacionada com este complexo é subdividida em 11 grupos: i) Madeira e
mobiliário; ii) Celulose, papel e gráfica; iii) Álcool; iv) Indústria têxtil; v) Artigos do
vestuário; vi) Indústria do café; vii) Indústria do fumo; viii) Beneficiamento de produtos
vegetais ; ix) Fabricação de açúcar; x) Fabricação de óleos vegetais ; e xi) Outros produtos
alimentares.
Da mesma forma que no bloco 4, o bloco 5 detalha o setor e a indústria, mas com
relação ao complexo da pecuária. O setor pecuário é então subdividido em 5 grupos: i)
Aves; ii) Bovinos; iii) Leite; iv) Suínos; v) Outras criações animais; e a indústria em outros
5 grupos: i) Fabricação de calçados; ii) Abate de aves; iii) Abate de bovinos; iv) Abate de
suínos e outros animais; e v) Indústria de laticínios.
Para efeito de clareza e análise do texto, as tabelas completas para os valores do PIB
do Agronegócio familiar do Brasil, em milhões de reais de 2003, são apresentadas no
Anexo A.
12
Figura 3.1
Disposição seqüencial das analises para o Brasil
13
3.1 Desempenho do PIB do Brasil
No período de análise, de 1995 a 2003, conforme pode ser visto no gráfico 3.1, o
PIB do Brasil teve um crescimento acumulado de quase 16%, chegando a R$ 1.556
milhões de reais em 2003. Por sua vez o agronegócio, apesar de apresentar taxas de
crescimento anuais baixas, ou mesmo negativas até 2001, tem uma boa recuperação em
2002 e 2003 por conta de um ambiente internacional e nacional favoráveis ao seu
crescimento, chegando desta forma a um crescimento acumulado de quase 18% ao final da
série.
Desta forma, Gráfico 3.2, o agronegócio recupera e supera a sua participação no PIB
do Brasil, observada no início da série, ou seja, de uma participação de 30,1% no PIB do
Brasil de 1995, passa para uma de 30,6% em 2003.
1000000
1100000
1200000
1300000
1400000
1500000
1600000
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
PIB
Nac
ion
al (
Milh
ões
R$)
.
-5%
0%
5%
10%
15%
20%
PIB Nacional em milhõesVar. acumulada PIB-BrasilVariação acumulada do PIB do Agronegócio - Brasil
Fonte: dados da pesquis a
Gráfico 3.1
Evolução do PIB Total e do Agronegócio do Brasil
14
30
.1%
28.8
%
27.6
%
27.8
%
28.1
%
26.9
%
27.1
%
28.9
%
30.6
%
-5%
5%
15%
25%
35%
45%
55%
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Ano
Participação do Agronegóciono PIB - Brasil
Variação acumulada do PIBdo Agronegócio - Brasil
Variação acumulada do PIBNacional
Fonte: dados da pesquisa
Gráfico 3.2
Evolução do PIB do agronegócio do Brasil e Participação do agronegócio no Brasil
O complexo das lavouras no agronegócio até 2001 apresentou uma tendência de
participação declinante no agronegócio, passando de 71,5% em 1997 para 67,7% em 2001
(gráfico 3.3). Entre 2001 e 2003 devido ao excelente desempenho no crescimento das
lavouras, que por sua vez puxou o crescimento do agronegócio como todo, esta
participação aumento para 69% em 2002 e 69,7% em 2003, porém não conseguindo ainda
recuperar a participação observada em no começo da série (70,2% em 1995).
15
70.2
%
70.7
%
71.5
%
70.4
%
69.2
%
67.7
%
67.8
%
69.0
%
69.7
%
29.8
%
29.3
%
28.5
%
29.6
%
30.8
%
32.3
%
32.2
%
31.0
%
30.3
%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
-10.00%
-5.00%
0.00%
5.00%
10.00%
15.00%
20.00%
25.00%
Participação do complexopecuário no PIB do agronegócio
Participação do complexoagrícola no PIB do agronegócio
Var. Acumulada do PIB docomplexo agrícola
Var. Acumulada do PIB docomplexo pecuário
Fonte: dados da pesquisa
Gráfico 3.3
Evolução do PIB do complexo agrícola e pecuário e Participação do PIB do agronegócio agrícola dentro do Agronegócio do Brasil
3.2 O Desempenho do Agronegócio Familiar e Patronal do Brasil
O segmento familiar da agropecuária brasileira e as cadeias produtivas a ela
interligadas responderam, em 2003, por 10,1% do PIB brasileiro (gráfico 3.4), o que
equivale a R$ 157 bilhões em valores daquele ano. Tendo em vista que o conjunto do
agronegócio nacional foi responsável, nesse ano, por 30,6% do PIB, fica evidente o peso da
agricultura familiar na geração de riqueza do país. Concretamente, cerca de 1/3 do
agronegócio brasileiro é tributário da produção agropecuária realizada pelos agricultores
familiares, cabendo observar, ademais, que o desempenho recente da agropecuária familiar
e do agronegócio a ela articulada vem sendo bastante positivo, superando, inclusive, as
taxas de crescimento relativas ao segmento patronal.
16
10% 9% 9% 9% 9% 9% 9% 9% 10%
20% 19% 19% 19% 19% 18% 18% 20% 21%
70% 71% 72% 72% 72% 73% 73% 71% 69%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Participação do PIB dosoutros setores
Participação do PIB doAgronegócio Patronal
Participação do PIB doAgronegócio Familiar
Fonte: dados da pesquisa
Gráfico 3.4
Participação do PIB do Agronegócio Familiar e Patronal no PIB do Brasil
No período de 1995 a 2003, quando se abre o agronegócio brasileiro nos quatro
complexos que o compõem, patronal pecuário e agrícola, e familiar pecuário e agrícola,
observa-se que apesar das oscilações, as proporções das participações de dois destes caem,
um se matem relativamente constante, e a exceção com crescimento na participação, é o
complexo familiar pecuário (gráfico 3.5 e 3.6). O complexo familiar agrícola diminui a sua
participação de 21,2% em 1995 para 20,6% em 2003, o complexo patronal agrícola fica ao
redor dos 49,0%, e o complexo patronal pecuário aumenta a sua participação de 11,0% em
1995 para 12,3% em 2003.
17
21% 21% 22% 21% 21% 20% 20% 20% 21%
11% 11% 11% 12% 12% 13% 13% 13% 12%
49% 49% 50% 50% 48% 47% 48% 49% 49%
19% 18% 18% 18% 19% 19% 19% 19% 18%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Participacão do PIB doComplexo Patronal Pecuário
Participacão do PIB doComplexo Patronal Agricola
Participacão do PIB doComplexo Familiar Pecuário
Participacão do PIB doComplexo Familiar Agricola
Fonte: dados da pesquisa
Gráfico 3.5
Participações do PIB dos Complexos Agropecuários Familiar e Patronal no PIB do Brasil
-10.00%
-5.00%
0.00%
5.00%
10.00%
15.00%
20.00%
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Variação Acumulada do PIB doComplexo Familiar Agrícola
Variação Acumulada do PIB doComplexo Familiar Pecuário
Variação Acumulada do PIB doComplexo Patronal Agrícola
Variação Acumulada do PIB doComplexo Patronal Pecuário
Fonte: dados da pesquisa
Gráfico 3.6
Variações anuais acumuladas do PIB dos Complexos Agropecuários Familiar e Patronal do Brasil
18
3.3 Os Complexos do Agronegócio Familiar e Patronal do Brasil
O PIB do agronegócio resulta da agregação do PIB do Complexo Agrícola com o
PIB do Complexo Pecuário, sendo que cada um é formado por quatro componentes
principais - insumo, setor, indústria e distribuição. Nos tópicos a seguir é apresentada a
evolução da participação de cada componente dentro do PIB de cada complexo, com ênfase
na separação entre o que é de origem familiar e patronal, para o Brasil como um todo.
3.3.1 Os Componentes do Complexo Agrícola Familiar e Patronal do Brasil
No Brasil, as quantias percentuais relacionadas com cada um dos quatro
componentes do agronegócio familiar agrícola são diferentes àquelas referentes ao
agronegócio patronal. Além disso, no decorrer dos anos, percebem-se mudanças na
composição do agronegócio da agricultura familiar e patronal. O Gráfico 3.7 ilustra este
fato. Em geral, para os segmentos familiar e patronal observa-se um aumento da
participação dos insumos e do setor agricultura, uma queda na participação da indústria de
transformação, e um aumento na participação do setor de distribuição no caso da
agricultura familiar e uma queda na patronal.
Na sua composição, a indústria tem um peso muito maior no agronegócio da
agricultura patronal (39,3% em 2003) do que no agronegócio da agricultura familiar (27,3%
em 2003), sendo este fato uma indicação que boa parte da produção familiar não passa por
um processo de transformação, reduzindo desta forma a possibilidade de agregação de
valor dentro da cadeia produtiva. Isto é confirmado pelo participação do setor agrícola no
agronegócio, que foi de 34,2% em 2003, para o agronegócio da agricultura familiar, e de
25,4% para o agronegócio da agricultura patronal.
19
33.2% 31.4% 31.9% 29.9% 30.7% 31.7% 30.3% 29.0% 27.3%
43.9% 42.0% 42.6% 40.8% 42.2% 43.3% 41.9% 40.4% 39.3%
32.2% 33.8% 33.3% 33.7% 34.2% 34.6%34.3% 33.7%
33.5%
32.4% 33.8% 33.3%33.4% 32.9% 32.5% 32.3% 32.0%
30.8%
31.2% 31.3% 31.2% 32.5% 30.7% 29.2% 30.7% 32.5% 34.2%
20.7% 21.0% 20.9% 22.5% 21.2% 20.2% 21.8% 23.4% 25.4%
3.6% 3.6% 3.8% 4.4% 4.5% 4.6% 4.8% 5.0% 3.2% 3.1% 3.3% 3.7% 4.0% 4.1% 4.2% 4.6%3.0%3.4%
0%
15%
30%
45%
60%
75%
90%
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Insumos não AgrícolasSetor: AgriculturaDistribuição dos produtos AgrícolasIndústria de processamento dos produtos Agrícolas
Participacões dos componentes no PIB no PIB - FAMILIAR - BR
Participacões dos componentes no PIB no PIB - PATRONAL - BR
Fonte: dados da pesquisa
Gráfico 3.7
Participação dos 4 componentes que formam o agronegócio da agricultura familiar e patronal do Brasil
3.3.2 Os Componentes do Complexo Pecuário Familiar e Patronal do Brasil
Diferente do complexo agrícola, as quantias percentuais, relacionadas com cada um
dos quatro componentes do agronegócio familiar pecuário, são bem próximas daquelas
referentes ao agronegócio patronal como pode ser observado no gráfico 3.8. A maior
participação no complexo pecuário fica por conta do setor de distribuição, com
aproximadamente 38% do agronegócio da pecuária familiar e 40% do agronegócio da
pecuária patronal. Nota-se a baixa participação do setor de transformação, com participação
ao redor de 15% tanto no complexo patronal como familiar. No caso de insumos, tem-se
uma participação maior no caso patronal (11,1% em 2003) que no familiar (9,6% em 2003).
20
No caso do setor primário da pecuária, a participação no complexo familiar é um pouco
maior (37.6% em 2003) do que no patronal (34% em 2003).
17.1% 17.9% 17.9% 17.0% 16.1% 15.5% 15.9% 15.4% 14.9%18.8% 19.6% 19.2% 17.3% 16.6% 16.0% 16.0% 15.5% 14.7%
39.1% 39.3% 39.4% 40.1% 40.1% 39.9% 40.0% 39.1% 37.9%
41.7% 42.6% 42.7% 42.8% 41.6% 40.7% 40.9% 40.4% 40.2%
37.8% 36.5% 36.3% 36.4% 36.3% 36.6% 36.0% 36.3% 37.6%
32.4% 30.8% 31.1% 32.6% 33.2% 34.2% 33.9% 33.6% 34.0%
6.3% 6.4% 6.5% 7.5% 8.0% 8.1% 9.2% 9.6% 7.1% 7.0% 7.3% 8.6% 9.2% 9.2% 10.5% 11.1%7.1%6.0%
0%
15%
30%
45%
60%
75%
90%
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Insumos não PecuáriosSetor: PecuáriaDistribuição dos produtos PecuáriosIndústria de processamento dos produtos Pecuários
Participacões dos componentes no PIB no PIB - FAMILIAR - BR
Participacões dos componentes no PIB no PIB - PATRONAL - BR
Fonte: dados da pesquisa
Gráfico 3.8
Participação dos 4 componentes que formam o agronegócio da pecuária familiar e patronal do Brasil
3.3.3 A Evolução dos Componentes do Agronegócio Familiar e Patronal do Brasil
Para buscar quais componentes são responsáveis pelo desempenho apresentado no
Gráfico 3.6, é necessário avaliar o desenvolvimento dos componentes da agricultura e da
pecuária inseridos nos contextos familiar e patronal. Os gráficos 3.9 e 3.10 demonstram o
desenvolvimento PIB, a partir de 1995, de cada componente.
21
Chama atenção em todos os gráficos o crescimento do setor de insumos em todos os
complexos analisados, tanto patronais como familiares. Em geral, observa-se também que o
menor crescimento ocorre no setor industrial. O setor primário, por sua vez, tem
apresentado as segundas melhores taxas de crescimento, seguidas pelas do setor de
distribuição. Estas talvez sejam indicações, que ao contrário do que se esperaria, todos os
segmentos têm caminhado na direção de uma menor agregação de valor dentro do processo
produtivo, ao mesmo tempo que a dependência ao setor produtor de insumos tem
aumentado.
-20%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Insumos Setor: Agricultura Indústria Distribuição
Variação acumulada do PIB dos componentes da agricultura
familiar
Variação acumulada do PIB dos componentes da agricultura
patronal
Fonte: dados da pesquisa
Gráfico 3.9
Variação acumulada dos 4 componentes que formam o agronegócio da agricultura familiar e patronal do Brasil
22
-40%
-20%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Insumos Setor: Pecuária Indústria Distribuição
Variação acumulada do PIB dos componentes da pecuária
familiar
Variação acumulada do PIB dos componentes da pecuária
patronal
Fonte: dados da pesquisa
Gráfico 3.10
Variação acumulada dos 4 componentes que formam o agronegócio da pecuária familiar e patronal do Brasil
3.4 O Setor e a Indústria Agrícola do Brasil
Os dois gráficos seguintes (Gráfico 3.11 e Gráfico 3.12) detalham o PIB do
componente Setor Agrícola, demonstrando a participação das culturas de soja, milho, fumo
e das culturas restantes. Pelos dois gráficos pode-se se constatar que os percentuais do PIB
gerado pela soja são maiores na agricultura patronal (13,5% em 2003) que na familiar
(11.7% em 2003). No caso do item outras culturas, referente à agricultura patronal, os
valores estão entre 4 e 5 pontos percentuais maiores, devido à diferença ocasionada pela
menor produção percentual de milho (cerca de 2 pontos percentuais em 2003) e
irrelevância, também, percentual da fumicultura nas propriedades patronais.
A produção de fumo corresponde a 4% do PIB médio do setor agrícola familiar e
1,5% quando considerado o PIB total do complexo agrícola.
23
Através das linhas, nos gráficos 3.11 e 3.12, são expostas as variações acumuladas
do PIB das culturas de soja, milho, fumo e outras culturas. Nesses gráficos a interpretação
das variações deve ser realizada pelo eixo da direita.
Comparando os dois tipos de agricultura (familiar e patronal) nota-se que as
variações do PIB das culturas, com exceção do fumo são parecidas. A cultura da soja é a
que apresenta o maior crescimento nos período de análise, tanto para a agricultura familiar
(172%) quanto para a patronal (231%).
85.1% 83.6% 82.6% 84.6% 83.3% 82.8% 80.9% 80.0% 78.4%
5.4% 6.5% 7.5% 6.9% 6.8% 7.1% 9.7% 10.6% 11.7%
5.7% 5.5% 4.7% 5.0% 5.5% 5.1% 5.1% 5.9%3.8% 4.4% 5.2% 4.2% 4.9% 4.7% 4.3% 4.4% 4.0%
4.3%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003-50.0%
0.0%
50.0%
100.0%
150.0%
200.0%
Outras Culturas Soja
Milho Fumo
Var. Acumulada do PIB da Lavoura: Soja Var. Acumulada do PIB da Lavoura: Milho
Var. Acumulada do PIB da Lavoura: Fumo Var. Acumulada do PIB da Lavoura: Outras Culturas
Fonte: dados da pesquisa
Gráfico 3.11
Participação de algumas culturas que formam o setor da agricultura Familiar no Brasil e as respectivas variações acumuladas do PIB
24
90.3% 89.1% 87.9% 89.3% 87.5% 86.5% 86.0% 83.5% 82.5%
5.9% 6.8% 8.5% 7.7% 8.7% 9.6% 10.6% 12.9% 13.5%
3.7% 4.0% 3.5% 4.0%3.5%3.3%3.8%3.7%2.9%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003-50.0%
0.0%
50.0%
100.0%
150.0%
200.0%
250.0%
Outras Culturas Soja
Milho Fumo
Var. Acumulada do PIB da Lavoura: Soja Var. Acumulada do PIB da Lavoura: Milho
Var. Acumulada do PIB da Lavoura: Fumo Var. Acumulada do PIB da Lavoura: Outras Culturas
Fonte: dados da pesquisa
Gráfico 3.12
Participação de algumas culturas que formam o setor da agricultura Patronal no Brasil e as respectivas variações acumuladas do PIB
As mudanças ocorridas na indústria de processamento da produção agrícola
familiar, decorrentes no ano de 1995 a 2003, podem ser avaliadas pelo gráfico 3.13 e pela
tabela 3.1.
Nos setores industriais ligados à produção vegetal, sobressaem-se, no segmento
patronal, as ligadas ao reflorestamento, à cana-de-açúcar, e à soja. Por outro lado, no
agronegócio ligado aos agricultores familiares o grande grupo dos outros produtos
alimentares abrangeu, em 2003, mais de 40% de todo o PIB da Indústria das Lavouras do
segmento familiar. Ora, isso parece ser indicativo da maior diversificação produtiva dos
agricultores familiares. Há, contudo, que sublinhar a importância das indústrias do fumo e,
em menor grau, de fabricação de óleos vegetais e de beneficiamento de produtos vegetais,
no caso do segmento familiar. No patronal, destacam-se, também, a produção de álcool, a
fabricação de açúcar e a cadeia têxtil-vestuário.
25
Fonte: dados da pesquisa
Gráfico 3.13
Participação das indústrias vinculadas à agricultura familiar do Brasil
Tabela 3.1
Variações acumuladas do PIB das indústrias vinculadas à agricultura familiar do Brasil
Var. Acumulada do PIB da Indústria: 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003Madeira & Mobiliário -23.4% -24.7% -37.8% -18.0% -6.3% -12.3% -10.0% -37.0%Celulose, Papel e Gráfica. -26.7% -29.8% -40.8% -6.1% 22.2% 13.0% 25.8% -2.4%Álcool -18.6% 1.5% -9.9% 15.1% 10.2% 17.6% 36.7% 75.0%Indústria Têxtil -29.0% -48.7% -69.4% -74.9% -73.2% -83.3% -82.9% -85.3%Artigos do Vestuário -23.5% -44.9% -64.1% -76.2% -75.4% -86.1% -87.4% -91.9%Indústria do Café -7.3% -8.3% 17.0% 40.1% 38.0% 7.5% -15.4% 0.3%Ind do Fumo 5.3% 23.1% -1.5% -21.5% -37.4% -43.9% -34.7% -46.7%Benef. Produtos Vegetais -5.0% 1.3% -4.5% -9.7% -17.2% -12.9% -1.9% 4.4%Fabricação de Açúcar -18.2% -14.7% -10.8% -0.5% 6.3% 22.3% 35.9% 48.5%Fabricação de Óleos Vegetais -1.5% 7.5% -2.0% -7.8% -29.3% -13.1% 4.3% 13.1%Outros Produtos Alimentares 10.3% 14.0% 28.9% 78.0% 92.3% 80.6% 66.5% 111.0%Total -6.6% -4.4% -12.9% -6.9% -8.1% -13.5% -10.9% -5.7%
Fonte: dados da pesquisa
5.1% 4.2% 4.0% 3.6% 4.5% 5.2% 5.2% 5.1% 3.4%
5.1% 4.0% 3.7% 3.5% 5.1% 6.8% 6.7% 7.2%5.3%
1.6%1.4% 1.7% 1.7%
2.0%1.9% 2.2% 2.5%
3.0%
11.9%9.1% 6.4%
4.2%3.2%
3.5% 2.3% 2.3%1.9%
8.1%
6.6%4.6%
3.3% 2.1%2.2%
3.8%
3.7%
3.6%5.0% 5.7%
5.6%4.7% 3.6%
4.0%
21.6%
24.4%27.8%
24.5%18.2% 14.7%
14.0% 15.8%
12.2%
16.8% 17.5%
18.1%
16.0% 14.9%16.7%
18.2%
18.3%
6.5%6.8% 7.3%
7.3%
6.4%5.0% 6.5%
7.6%
7.8%
18.5% 21.9% 22.1%27.4%
35.4%38.7% 38.7%
34.6%41.4%
16.6%
0%
15%
30%
45%
60%
75%
90%
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Outros Produtos Alimentares
Fabricação de Óleos Vegetais
Fabricação de Açúcar
Benef. Produtos Vegetais
Ind do Fumo
Indústria do Café
Artigos do Vestuário
Indústria Têxtil
Álcool
Celulose, Papel e Gráfica.
Madeira & Mobiliário
26
Fonte: dados da pesquisa
Gráfico 3.14
Participação das indústrias vinculadas à agricultura patronal do Brasil
15.2% 15.3% 14.9% 14.5% 14.3% 14.5% 14.1% 12.3% 12.1%
18.1% 17.4% 16.5% 16.4% 19.5%22.6% 21.6%
20.5% 22.2%
5.1% 5.1% 6.3% 5.6%6.3%
6.3% 7.1%7.5%
9.7%
10.8% 10.7% 10.2% 9.9%10.8%
10.5% 9.6%8.7%
8.3%
10.6% 11.0% 10.4% 10.8%9.4%
8.9%7.3%
5.8%4.2%
2.7% 3.0% 2.9% 4.0%4.2%
4.0%3.8%
3.0% 2.7%
9.3% 9.9% 9.4%9.0%
8.0%8.4%
9.6% 9.4%
3.7% 3.7% 3.8% 4.0%3.9% 4.4%
5.3%
5.4% 6.0%
4.9% 5.0% 5.7% 5.6%5.6% 4.6%
5.0%6.5% 6.2%
20.4% 19.4% 19.2% 19.5% 16.9% 16.3% 17.7% 20.6% 19.1%
8.3%
0%
15%
30%
45%
60%
75%
90%
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Outros Produtos Alimentares
Fabricação de Óleos Vegetais
Fabricação de Açúcar
Benef. Produtos Vegetais
Ind do Fumo
Indústria do Café
Artigos do Vestuário
Indústria Têxtil
Álcool
Celulose, Papel e Gráfica.
Madeira & Mobiliário
27
Tabela 3.2
Variações acumuladas do PIB das indústrias vinculadas à agricultura patronal do Brasil
Var. Acumulada do PIB da Indústria: 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003Madeira & Mobiliário -4.2% -5.4% -11.8% -11.8% -8.9% -11.7% -17.0% -15.8%Celulose, Papel e Gráfica. -8.6% -12.0% -16.5% 0.8% 18.8% 13.8% 16.2% 29.8%Álcool -6.6% 18.3% 0.2% 14.2% 17.1% 31.3% 50.0% 99.5%Indústria Têxtil -5.9% -8.8% -15.4% -6.0% -7.6% -15.1% -17.1% -18.2%Artigos do Vestuário -0.7% -5.4% -5.9% -16.5% -20.0% -33.8% -43.2% -58.0%Indústria do Café 3.4% 0.7% 35.6% 42.3% 37.5% 34.0% 12.8% 2.4%Ind do Fumo -13.9% -2.2% -18.4% -38.1% -53.6% -61.0% -55.7% -64.9%Benef. Produtos Vegetais 6.6% 15.2% 5.3% 2.0% -7.9% -2.6% 19.7% 20.4%Fabricação de Açúcar -6.1% -0.5% -0.7% -1.3% 13.1% 36.7% 49.3% 69.5%Fabricação de Óleos Vegetais -3.7% 12.0% 6.4% 6.9% -10.7% -3.1% 35.7% 35.2%Outros Produtos Alimentares -9.5% -9.1% -11.8% -22.0% -23.9% -17.2% 4.0% -0.6%Total -5.0% -3.6% -7.8% -6.2% -4.6% -4.5% 2.8% 5.9%
Fonte: dados da pesquisa
3.5 O Setor e a Indústria Pecuária do Brasil
Os Gráficos 3.15 e 3.16 apresentam a participação do PIB das criações no Setor
Pecuário, relativas ao Agronegócio Familiar e Patronal. Pelos dois gráficos observa-se que
as parcelas percentuais determinadas para cada tipo de criação são diferentes. A criação de
aves é responsável pela maior parcela do PIB do agronegócio pecuário familiar (33% em
2003), seguida por leite (24,2% em 2003), e bovinos (22,6% em 2003).
No agronegócio patronal, a bovinocultura de corte assume a maior parcela de
representatividade, 47,1% em 2003. A importância do setor leiteiro, de aves e suínos é bem
menor quando comparada a do universo familiar.
A maior variação acumulada do PIB do setor pecuário tanto para o agronegócio
familiar como patronal corresponde ao desenvolvimento da produção de aves.
Já na indústria pecuária, gráficos 3.17 e 3.18, no segmento patronal dominam as
relacionadas à pecuária, ou seja, o abate de bovinos e a fabricação de calçados. O abate de
aves, a indústria de lacticínios, o abate de suínos são os ramos industriais que exibem uma
28
participação expressiva na composição da indústria pecuária ligada ao segmento familiar e
que, ademais, se reflete em um predomínio desse segmento no conjunto dessas indústrias.
21.2% 22.7%25.8% 26.9% 28.5% 27.3% 27.8%
30.9%32.9%
23.7% 21.7%
22.9% 23.1%24.2% 24.8% 25.5%
24.9% 22.6%
32.1% 32.1%30.4% 24.9% 25.6% 23.8% 23.2% 24.2%
9.9% 9.8%10.9%
10.2% 10.1% 9.6% 10.1% 8.6% 8.5%
13.0% 13.6%10.0% 12.5% 12.4% 12.7% 12.8% 12.4% 11.8%
27.2%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003-40.0%
-20.0%
0.0%
20.0%
40.0%
60.0%
80.0%
100.0%
120.0% Outros Pecuária
Suínos
Leite
Bovinos
Aves
Var. Acumulada do PIB:Outros Pecuária
Var. Acumulada do PIB:Suínos
Var. Acumulada do PIB:Leite
Var. Acumulada do PIB:Bovinos
Var. Acumulada do PIB:Aves
Fonte: dados da pesquisa
Gráfico 3.15
Participação das criações que formam o setor da Pecuária Familiar no Brasil e as respectivas variações acumuladas do PIB
29
20.5% 19.9% 19.9% 19.7% 20.3% 19.0% 18.8%21.2%
23.8%
43.8% 43.1%47.4% 47.8% 48.6% 50.4% 51.4% 49.9% 47.1%
19.6% 20.5%19.6%
15.9% 15.2% 13.9% 13.8% 14.4%4.6% 4.5%
4.8%4.4% 4.3% 4.3% 4.7% 4.3% 4.5%
11.5% 12.1% 8.4% 10.9% 10.8% 11.1% 11.2% 10.8% 10.2%
17.1%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003-50.0%
-40.0%
-30.0%
-20.0%
-10.0%
0.0%
10.0%
20.0%
30.0%
40.0%
50.0%Outros Pecuária
Suínos
Leite
Bovinos
Aves
Var. Acumulada do PIB:Outros Pecuária
Var. Acumulada do PIB:Suínos
Var. Acumulada do PIB:Leite
Var. Acumulada do PIB:Bovinos
Var. Acumulada do PIB:Aves
Fonte: dados da pesquisa
Gráfico 3.16
Participação das criações que formam o setor da Pecuária Patronal no Brasil e as respectivas variações acumuladas do PIB
30
6.4% 6.3% 5.7% 4.5% 4.2% 4.0% 3.7% 3.5% 3.2%
15.7% 16.0% 17.2% 18.6% 20.2% 20.4% 20.5% 23.0% 24.4%
9.9% 8.6% 8.6%10.4% 10.3% 10.6%
11.5% 10.8%
25.6%24.1% 25.4% 24.7%
26.9%24.6% 25.9% 24.7% 25.1%
42.4% 45.0% 43.1% 43.1%38.3% 40.6% 39.3% 37.3% 36.4%
9.1%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
-60.0%
-40.0%
-20.0%
0.0%
20.0%
40.0%
60.0%
80.0%
100.0%Indústria de laticínios
Abate de Suínos e Outros
Abate de Bovinos
Abate de Aves
Fabricação de calçados
Var. Acumulada do PIB daIndústria: Indústria de laticínios
Var. Acumulada do PIB daIndústria: Abate de Suínos eOutrosVar. Acumulada do PIB daIndústria: Abate de Bovinos
Var. Acumulada do PIB daIndústria: Abate de Aves
Var. Acumulada do PIB daIndústria: Fabricação decalçados
Fonte: dados da pesquisa
Gráfico 3.17
Participação das criações que formam o setor da Pecuária Familiar no Brasil e as respectivas variações acumuladas do PIB
31
45.3% 46.8% 45.5%
39.4%36.5% 36.1%
33.7% 31.7%29.8%
12.0% 11.1% 10.8%
12.3%13.1% 13.2%
13.4% 14.9% 16.7%
17.9% 16.6% 17.8% 23.4% 23.9% 25.2% 26.6% 26.1%
9.7% 8.9% 9.3% 9.9% 10.7% 10.6% 11.9% 11.8% 12.9%
15.1% 16.6% 16.5% 17.6% 16.3% 16.1% 15.9% 15.0% 14.5%
20.7%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
-50.0%
-40.0%
-30.0%
-20.0%
-10.0%
0.0%
10.0%
20.0%
30.0%
40.0% Indústria de laticínios
Abate de Suínos e Outros
Abate de Bovinos
Abate de Aves
Fabricação de calçados
Var. Acumulada do PIB daIndústria: Indústria de laticínios
Var. Acumulada do PIB daIndústria: Abate de Suínos eOutrosVar. Acumulada do PIB daIndústria: Abate de Bovinos
Var. Acumulada do PIB daIndústria: Abate de Aves
Var. Acumulada do PIB daIndústria: Fabricação decalçados
Fonte: dados da pesquisa
Gráfico 3.18
Participação das criações que formam o setor da Pecuária Patronal no Brasil e as respectivas variações acumuladas do PIB
32
4 COMENTÁRIOS FINAIS
O segmento familiar da agropecuária brasileira e as cadeias produtivas a ela
interligadas responderam, em 2003, por 10,1% do PIB brasileiro, o que equivale a R$ 157
bilhões em valores daquele ano. Tendo em vista que o conjunto do agronegócio nacional
foi responsável, nesse ano, por 30,6% do PIB, fica evidente o peso da agricultura familiar
na geração de riqueza do país. Concretamente, cerca de 1/3 do agronegócio brasileiro é
tributário da produção agropecuária realizada pelos agricultores familiares, cabendo
observar, ademais, que o desempenho recente da agropecuária familiar e do agronegócio a
ela articulada vem sendo bastante positivo, superando, inclusive, as taxas de crescimento
relativas ao segmento patronal.
Entre 2001 e 2003, período em que a agropecuária brasileira apresentou elevadas
taxas de crescimento, o segmento familiar do agronegócio cresceu 16,8% frente aos 15,3%
relativos ao setor patronal. No que se refere à produção primária, ou seja, ao
comportamento da agropecuária stricto sensu não se observaram diferenças, tendo a
agropecuária nacional aumentado em 26,4% seu valor agregado entre 2001/2003. Esse
desempenho extraordinário. deve-se ao comportamento das lavouras e, em menor medida, à
pecuária familiar. O valor adicionado do segmento das lavouras passou de R$ 68 bilhões
em 2001, para R$ 93 bilhões em 2003.
Considerando todo período 1995-2003, observa-se que, grosso modo, não
ocorreram alterações na participação das cadeias produtivas da agropecuária familiar no
PIB do agronegócio nacional, que, como se apontou, é ao redor de 1/3. Efetivamente,
durante todo o período, a participação do segmento familiar variou entre 32,2% e 33,6%,
tendo crescido 0,7 pontos percentuais entre 1995 e 2003. Esse incremento foi devido ao
comportamento das cadeias produtivas da pecuária, onde o segmento familiar aumentou sua
participação em 3,8 pontos percentuais no período e passando a responder, em 2003, por
40,6% do agronegócio ligado a produção animal.
33
O agronegócio associado ao segmento familiar apresentou desempenhos inferiores
ao patronal nos anos de 2000, 2001 e 2002, tendo tido, nos demais anos, performances
melhores. Na segunda metade da década de 90, o agronegócio apresentou taxas de
crescimento baixas, quando não negativas, com o PIB tendo aumentado, entre 1995 e 2000,
somente 0,1%. Esse desempenho deveu-se, particularmente, ao comportamento das
lavouras e de sua agroindústria, bem como ao segmento industrial da pecuária patronal.
Vale notar que nesse período, a pecuária familiar e as cadeias produtivas a ela relacionadas
aumentaram de maneira expressiva seu valor adicionado. Assim, a cadeia da produção
animal dos agricultores familiares (insumos, setor, indústria e distribuição) cresceu 3,4%
a.a. no período 1995-2000. Esse bom desempenho continuou nos primeiros anos da atual
década, pois, entre 2000 e 2003, o agronegócio pecuário familiar aumentou seu valor
adicionado em 3,8% ao ano.
Já no que se refere ao segmento patronal, o que se sobressaiu é o comportamento da
produção vegetal, cujo valor adicionado aumentou em 1,5 vezes, entre 1995 e 2003, ou
seja, a uma taxa de crescimento anual de 4,8%. Todavia, esse comportamento não se
refletiu integralmente no conjunto das cadeias produtivas ligadas a produção vegetal do
segmento patronal, uma vez que, nesse caso, a taxa de crescimento anual foi de 2,1%. Isso
parece mostrar que o crescimento das lavouras não tem se espraiado para os setores
industriais e de serviços a ela articulados. Situação diversa do que se observa no caso da
produção animal desenvolvida pelos agricultores familiares, onde se assiste a uma
dispersão menor das taxas de crescimento anual dos diversos setores produtivos – insumos,
pecuária em si, indústria e distribuição.
Como resultado do desempenho do agronegócio familiar descrito acima, observou-
se, de um lado, um aumento da importância das atividades ligadas à produção animal no
agronegócio familiar, cuja participação passou de 34,1%, em 1995, para 37,4%, em 2003.
De outro lado, assistiu-se a uma diminuição na diferença entre o PIB do setor primário e o
PIB do agronegócio, ou seja, houve um aumento do valor adicionado na produção
agropecuária stricto sensu que não se fez acompanhar dos valores adicionados nos setores
industriais e de serviços a montante e a jusante. Efetivamente, enquanto, em 1995, o PIB do
34
agronegócio era 3,7 vezes o PIB da agropecuária, em 2003, esse fator caiu para 3,3. Vale
sublinhar que essa diminuição foi maior no caso das lavouras do segmento patronal e de
pouca envergadura para a produção animal do segmento familiar. Isso parece apontar que o
crescimento do agronegócio nos últimos anos foi baseado no crescimento da atividade
primária das lavouras sem ocorrer o espraiamento na indústria de transformação, pois nos
setores de insumos e de distribuição as taxas de crescimento nos valores adicionados foram,
respectivamente, superiores ou semelhantes às observadas para a produção primária. No
caso dos insumos, verificam-se aumentos expressivos tanto para as lavouras como para a
pecuária, especialmente após 1999, o que parece refletir as alterações na política cambial.
Ainda que tenha ocorrido uma aproximação dos fatores de multiplicação do PIB da
agropecuária para o PIB do agronegócio entre os segmentos familiar e patronal, é evidente,
ainda, que as produções desenvolvidas pelos agricultores patronais apresentam relações
mais estreitas com os setores industriais e de serviços. Ou seja, há ainda espaço para a
agregação de valor nos cultivos e criações desenvolvidas pelos agricultores familiares,
significando uma participação ainda mais expressiva das cadeias produtivas articuladas à
agricultura familiar.
Esse cenário se faz evidente pelo fato de que no segmento patronal a participação da
indústria de base agropecuária é da ordem de 1/3, enquanto no agronegócio familiar foi de
22,7%, em 2003. No que concerne às participações dos setores de insumos e de distribuição
as diferenças são pouco expressivas. Esse descompasso, como já foi apontado, é inexistente
no caso da produção animal, onde o segmento industrial respondeu, em 2003, por 14,9% e
14,7% dos PIBs familiar e patronal, respectivamente. Outra particularidade da cadeia da
produção animal é a maior participação no PIB do setor de insumos, que, em 2003, foi
responsável por 10,5% do PIB do agronegócio pecuário, enquanto que nas lavouras essa
participação foi de 4,7%.
A estrutura de composição do PIB do agronegócio familiar e patronal e sua
evolução recente, discriminadas pelos cultivos e sub-setores industriais, chama a atenção o
crescimento vertiginoso da soja tanto no segmento familiar como no patronal. Em termos
35
de pecuária, nota-se uma concentração na bovinocultura de corte nos patronais e uma maior
diversificação nos familiares, onde se destaca a avicultura e produção leiteira.
As estimativas do PIB do agronegócio familiar e sua evolução nos últimos oito anos
(1995 a 2003) mostram, claramente, que os pequenos agricultores ou os agricultores
familiares respondem por parcela expressiva da riqueza nacional, ainda mais tendo em vista
a insuficiência de terras, as dificuldades creditícias, o menor aporte tecnológico, a
fragilidade da assistência técnica e a subutilização da mão-de-obra. Essa relativa punjança
decorre, de uma lado, da existência de parcelas importantes do segmento familiar que se
encontram integradas aos setores agroindustriais e da distribuição e, de outro, à utilização
plena de suas terras. Cabe destacar o quão importante são esses agricultores nas atividades
da pecuária de pequeno porte – altamente articulada com os setores industriais, na
fumicultura e no beneficiamento de produtos alimentares. Há, por fim, muito espaço para o
crescimento do agronegócio familiar, tendo em conta que a amplificação da atividade
primária de caráter familiar em direção ao agronegócio é de menor envergadura que no
segmento patronal, isto é, no caso do Brasil o PIB da agricultura familiar é multiplicado por
2,8 em 2003, para se ter o agronegócio, esse fator é de 3,6 para o patronal e já foi da ordem
de 4,0 no segmento patronal em meados dos anos 90.
36
ANEXO A – Valores do pib do agronegócio familiar, patronal e total para o brasil, 1995 a
2003
Tabela A.1 - Produto Interno Bruto dos Complexos Agrícola e Pecuário, 1995 a 2003, R$ Milhões de 2003, BRASIL.
Anos 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
PIB NACIONAL 1,342,350 1,378,037 1,423,118 1,424,995 1,436,188 1,498,816 1,518,489 1,547,748 1,556,182
PIB de Outros Setores da Economia 938,949 981,305 1,030,066 1,029,428 1,033,055 1,094,941 1,107,584 1,100,949 1,080,385
PIB do Agronegócio 403,400 396,733 393,052 395,567 403,134 403,875 410,905 446,798 475,797
PIB do COMPLEXO AGRÍCOLA 283,108 280,601 281,125 278,665 279,004 273,328 278,539 308,204 331,778
PIB - INSUMOS 8,878 9,210 9,178 9,633 10,946 11,300 11,755 13,577 15,564
PIB - SETOR AGRÍCOLA 67,571 67,619 67,479 71,020 67,371 62,565 67,902 80,077 92,855
PIB da produção utilizada como insumos 6,090 6,310 6,294 6,627 6,298 5,849 6,348 7,486 8,680PIB da produção vendida 61,481 61,309 61,185 64,393 61,074 56,716 61,555 72,591 84,175
PIB - INDÚSTRIA 115,126 108,933 110,762 104,695 107,760 108,834 107,360 114,481 118,594
PIB - DISTRIBUIÇÃO 91,533 94,839 93,705 93,318 92,926 90,629 91,521 100,069 104,765
PIB do COMPLEXO PECUÁRIO 120,293 116,132 111,927 116,902 124,130 130,547 132,366 138,594 144,019
PIB - INSUMOS 8,054 7,853 7,587 8,139 10,079 11,339 11,633 13,773 15,102
PIB - SETOR PECUÁRIO 41,382 38,251 37,031 39,888 42,779 45,853 45,957 48,097 51,092
PIB da produção utilizada como insumos 9,274 8,896 8,608 9,276 9,968 10,684 10,709 11,207 11,905PIB da produção vendida 32,108 29,355 28,423 30,612 32,811 35,168 35,249 36,890 39,187
PIB - INDÚSTRIA 21,838 22,014 20,927 20,057 20,370 20,608 21,102 21,457 21,240
PIB - DISTRIBUIÇÃO 49,019 48,014 46,382 48,817 50,902 52,747 53,673 55,267 56,585
Fonte: Dados da pesquisa
37
Tabela A.2 - Produto Interno Bruto do Agronegócio Familiar e Patronal, 1995 a 2003, R$ Milhões de 2003, BRASIL.
Anos 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
PIB do AGRONEGÓCIO 403,400 396,733 393,052 395,567 403,134 403,875 410,905 446,798 475,797
PIB do Agronegócio Familiar 129,901 128,073 127,957 129,164 135,570 134,688 134,048 143,176 156,597
PIB da AGRICULTURA FAMILIAR 85,592 84,374 84,928 82,534 86,173 82,324 80,937 87,308 98,066
PIB - INSUMOS 2,935 3,001 3,016 3,170 3,755 3,720 3,746 4,228 4,917
PIB - SETOR AGRÍCOLA 26,691 26,369 26,488 26,860 26,477 24,036 24,871 28,355 33,575
PIB da produção utilizada como insumos 2,146 2,192 2,204 2,325 2,300 2,052 2,158 2,489 2,926PIB da produção vendida 24,545 24,177 24,284 24,536 24,178 21,984 22,713 25,867 30,649
PIB - INDÚSTRIA 28,380 26,511 27,133 24,711 26,430 26,093 24,541 25,298 26,762
PIB - DISTRIBUIÇÃO 27,586 28,493 28,291 27,792 29,511 28,476 27,779 29,426 32,812
PIB da PECUÁRIA FAMILIAR 44,309 43,699 43,029 46,630 49,397 52,364 53,111 55,869 58,531
PIB - INSUMOS 2,667 2,737 2,749 3,027 3,688 4,177 4,312 5,123 5,594
PIB - SETOR PECUÁRIO 16,766 15,968 15,633 16,988 17,951 19,152 19,105 20,282 22,023
PIB da produção utilizada como insumos 2,879 2,911 2,933 3,246 3,430 3,702 3,734 3,922 4,149PIB da produção vendida 13,887 13,057 12,700 13,742 14,521 15,450 15,370 16,359 17,875
PIB - INDÚSTRIA 7,560 7,837 7,693 7,908 7,960 8,127 8,450 8,600 8,715
PIB - DISTRIBUIÇÃO 17,317 17,157 16,954 18,707 19,799 20,909 21,245 21,865 22,199
PIB do Agronegócio Patronal 273,499 268,660 265,095 266,403 267,564 269,186 276,857 303,622 319,200
PIB da AGRICULTURA PATRONAL 197,516 196,227 196,197 196,131 192,831 191,004 197,601 220,896 233,713
PIB - INSUMOS 5,943 6,209 6,163 6,463 7,191 7,581 8,009 9,350 10,647
PIB - SETOR AGRÍCOLA 40,880 41,250 40,991 44,159 40,894 38,529 43,031 51,722 59,279
PIB da produção utilizada como insumos 3,945 4,118 4,090 4,302 3,998 3,797 4,189 4,997 5,754PIB da produção vendida 36,936 37,132 36,901 39,857 36,896 34,733 38,841 46,725 53,526
PIB - INDÚSTRIA 86,747 82,422 83,629 79,984 81,331 82,741 82,819 89,182 91,833
PIB - DISTRIBUIÇÃO 63,946 66,346 65,414 65,526 63,415 62,153 63,742 70,642 71,953
PIB da PECUÁRIA PATRONAL 75,983 72,433 68,898 70,272 74,733 78,183 79,255 82,726 85,488
PIB - INSUMOS 5,387 5,116 4,838 5,112 6,391 7,162 7,322 8,650 9,508
PIB - SETOR PECUÁRIO 24,616 22,283 21,398 22,900 24,828 26,701 26,853 27,815 29,068
PIB da produção utilizada como insumos 6,395 5,985 5,676 6,030 6,538 6,982 6,975 7,285 7,757PIB da produção vendida 18,221 16,297 15,723 16,870 18,290 19,719 19,878 20,530 21,312
PIB - INDÚSTRIA 14,278 14,177 13,234 12,149 12,410 12,481 12,652 12,858 12,525
PIB - DISTRIBUIÇÃO 31,702 30,857 29,428 30,110 31,103 31,839 32,428 33,403 34,386
Fonte: Dados da pesquisa
38
Tabela A.3 -Produto Interno Bruto do Setor Primário e Industrial do Agronegócio Familiar, 1995 a 2003, R$ Milhões de 2003, BRASIL.
Anos 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
PIB do SETOR PRIMÁRIO FAMILIAR 43,456 42,337 42,121 43,849 44,428 43,188 43,976 48,637 55,599
SETOR PRIMÁRIO - LAVOURAS 26,691 26,369 26,488 26,860 26,477 24,036 24,871 28,355 33,575
Cultura: SOJA 1,442 1,720 1,993 1,849 1,802 1,706 2,416 2,998 3,920
Cultura: MILHO 1,517 1,453 1,238 1,167 1,327 1,313 1,259 1,442 1,991
Cultura: FUMO 1,007 1,164 1,374 1,122 1,295 1,123 1,081 1,244 1,356
OUTRAS CULTURAS 22,725 22,032 21,884 22,723 22,053 19,893 20,115 22,671 26,309
SETOR PRIMÁRIO - PECUÁRIA 16,766 15,968 15,633 16,988 17,951 19,152 19,105 20,282 22,023
Criacão: AVES 3,559 3,629 4,038 4,575 5,113 5,233 5,306 6,268 7,247
Criacão: BOVINOS 3,973 3,459 3,578 3,930 4,335 4,753 4,881 5,045 4,972
Criacão: LEITE 5,383 5,134 4,749 4,627 4,470 4,902 4,549 4,710 5,336
Criacão: SUÍNOS 1,662 1,570 1,705 1,726 1,808 1,832 1,925 1,753 1,870
Criacão: OUTROS PECUÁRIA 2,188 2,176 1,563 2,131 2,224 2,433 2,443 2,506 2,598
PIB do SETOR INDUSTRIAL FAMILIAR 35,939 34,348 34,826 32,619 34,390 34,219 32,991 33,898 35,477
INDÚSTRIA - LAVOURAS 28,380 26,511 27,133 24,711 26,430 26,093 24,541 25,298 26,762
MADEIRA & MOBILIÁRIO 1,443 1,105 1,087 898 1,184 1,352 1,266 1,298 910
CELULOSE, PAPEL E GRÁFICA. 1,448 1,061 1,017 858 1,360 1,770 1,637 1,821 1,413
ÁLCOOL 456 371 463 411 525 503 536 623 798
INDÚSTRIA TÊXTIL 3,383 2,401 1,734 1,037 851 906 564 580 497
ARTIGOS DO VESTUÁRIO 2,285 1,747 1,259 821 543 563 318 287 185
INDÚSTRIA DO CAFÉ 1,066 988 977 1,246 1,493 1,470 1,146 901 1,069
INDÚSTRIA DO FUMO 6,135 6,461 7,552 6,045 4,815 3,840 3,442 4,005 3,267
BENEF. PRODUTOS VEGETAIS 4,697 4,461 4,757 4,484 4,240 3,891 4,092 4,608 4,902
FABRICAÇÃO DE AÇÚCAR 371 303 316 331 369 394 454 504 551
FABRICAÇÃO DE ÓLEOS VEGETAIS 1,842 1,815 1,981 1,805 1,699 1,302 1,600 1,922 2,084
OUTROS PRODUTOS ALIMENTARES 5,253 5,796 5,989 6,774 9,350 10,102 9,486 8,748 11,085
INDÚSTRIA - PECUÁRIA 7,560 7,837 7,693 7,908 7,960 8,127 8,450 8,600 8,715
FABRICAÇÃO DE CALÇADOS 486 491 438 353 333 328 310 303 277
ABATE DE AVES 1,185 1,253 1,323 1,474 1,607 1,657 1,731 1,982 2,129
ABATE DE BOVINOS 749 674 663 719 829 840 898 986 942
ABATE DE SUÍNOS E OUTROS 1,938 1,892 1,955 1,953 2,139 2,003 2,190 2,120 2,192
INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS 3,202 3,527 3,315 3,409 3,051 3,298 3,321 3,208 3,175
Fonte: Dados da pesquisa
39
Tabela A.4 -Produto Interno Bruto do Setor Primário e Industrial do Agronegócio Patronal, 1995 a 2003, R$ Milhões de 2003, BRASIL.
Anos 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
PIB do SETOR PRIMÁRIO PATRONAL 65,497 63,532 62,390 67,059 65,722 65,230 69,884 79,537 88,348
SETOR PRIMÁRIO - LAVOURAS 40,880 41,250 40,991 44,159 40,894 38,529 43,031 51,722 59,279
Cultura: SOJA 2,410 2,803 3,485 3,386 3,546 3,689 4,560 6,690 7,976
Cultura: MILHO 1,505 1,656 1,433 1,302 1,525 1,479 1,428 1,814 2,345
Cultura: FUMO 34 35 40 34 38 31 29 33 35
OUTRAS CULTURAS 36,931 36,756 36,033 39,437 35,786 33,330 37,014 43,185 48,924
SETOR PRIMÁRIO - PECUÁRIA 24,616 22,283 21,398 22,900 24,828 26,701 26,853 27,815 29,068
Criacão: AVES 5,041 4,432 4,261 4,519 5,047 5,067 5,047 5,895 6,905
Criacão: BOVINOS 10,789 9,593 10,135 10,951 12,077 13,467 13,802 13,891 13,704
Criacão: LEITE 4,832 4,573 4,198 3,922 3,959 4,051 3,741 3,846 4,195
Criacão: SUÍNOS 1,123 997 1,017 1,005 1,065 1,147 1,252 1,192 1,312
Criacão: OUTROS PECUÁRIA 2,832 2,688 1,787 2,504 2,680 2,969 3,011 2,992 2,954
PIB do SETOR INDUSTRIAL PATRONAL 101,025 96,599 96,863 92,133 93,741 95,222 95,472 102,040 104,357
INDÚSTRIA - LAVOURAS 86,747 82,422 83,629 79,984 81,331 82,741 82,819 89,182 91,833
MADEIRA & MOBILIÁRIO 13,188 12,636 12,481 11,626 11,626 12,013 11,652 10,947 11,104
CELULOSE, PAPEL E GRÁFICA. 15,731 14,379 13,838 13,137 15,862 18,695 17,901 18,282 20,425
ÁLCOOL 4,460 4,164 5,276 4,469 5,091 5,222 5,857 6,691 8,899
INDÚSTRIA TÊXTIL 9,370 8,816 8,548 7,929 8,810 8,654 7,951 7,767 7,664
ARTIGOS DO VESTUÁRIO 9,157 9,093 8,658 8,614 7,650 7,327 6,063 5,198 3,848
INDÚSTRIA DO CAFÉ 2,378 2,458 2,395 3,226 3,385 3,271 3,188 2,682 2,436
INDÚSTRIA DO FUMO 149 128 146 121 92 69 58 66 52
BENEF. PRODUTOS VEGETAIS 7,173 7,647 8,264 7,552 7,318 6,604 6,986 8,586 8,639
FABRICAÇÃO DE AÇÚCAR 3,231 3,035 3,216 3,209 3,189 3,653 4,418 4,825 5,477
FABRICAÇÃO DE ÓLEOS VEGETAIS 4,240 4,084 4,750 4,511 4,532 3,787 4,110 5,756 5,732
OUTROS PRODUTOS ALIMENTARES 17,668 15,981 16,057 15,589 13,776 13,446 14,636 18,382 17,558
INDÚSTRIA - PECUÁRIA 14,278 14,177 13,234 12,149 12,410 12,481 12,652 12,858 12,525
FABRICAÇÃO DE CALÇADOS 6,472 6,642 6,020 4,791 4,526 4,508 4,258 4,080 3,735
ABATE DE AVES 1,717 1,569 1,433 1,496 1,630 1,650 1,693 1,917 2,086
ABATE DE BOVINOS 2,558 2,349 2,359 2,517 2,902 2,989 3,187 3,415 3,264
ABATE DE SUÍNOS E OUTROS 1,378 1,268 1,233 1,203 1,333 1,324 1,502 1,518 1,617
INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS 2,153 2,350 2,189 2,142 2,019 2,010 2,012 1,927 1,822
Fonte: Dados da pesquisa
40
TabelaA.5 -Produto Interno Bruto do Setor Primário e Industrial do Agronegócio, 1995 a 2003, R$ Milhões de 2003, BRASIL.
Anos 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
PIB do SETOR PRIMÁRIO - AGRONEGÓCIO 108,953 105,870 104,510 110,908 110,150 108,417 113,860 128,174 143,947
SETOR PRIMÁRIO - LAVOURAS 67,571 67,619 67,479 71,020 67,371 62,565 67,902 80,077 92,855
Cultura: SOJA 3,852 4,523 5,478 5,235 5,348 5,395 6,976 9,688 11,896
Cultura: MILHO 3,022 3,109 2,671 2,469 2,852 2,792 2,687 3,256 4,335
Cultura: FUMO 1,042 1,199 1,414 1,155 1,333 1,155 1,110 1,277 1,391
OUTRAS CULTURAS 59,655 58,789 57,917 62,160 57,839 53,223 57,129 65,856 75,233
SETOR PRIMÁRIO - PECUÁRIA 41,382 38,251 37,031 39,888 42,779 45,853 45,957 48,097 51,092
Criacão: AVES 8,600 8,061 8,300 9,094 10,160 10,300 10,353 12,163 14,152
Criacão: BOVINOS 14,761 13,052 13,713 14,880 16,413 18,219 18,683 18,935 18,675
Criacão: LEITE 10,215 9,707 8,947 8,549 8,429 8,953 8,290 8,557 9,531
Criacão: SUÍNOS 2,785 2,566 2,721 2,731 2,873 2,979 3,177 2,944 3,182
Criacão: OUTROS PECUÁRIA 5,020 4,864 3,350 4,634 4,904 5,401 5,454 5,498 5,552
PIB do SETOR INDUSTRIAL - AGRONEGÓCIO 136,964 130,947 131,689 124,752 128,131 129,442 128,462 135,938 139,834
INDÚSTRIA - LAVOURAS 115,126 108,933 110,762 104,695 107,760 108,834 107,360 114,481 118,594
MADEIRA & MOBILIÁRIO 14,631 13,741 13,568 12,524 12,810 13,365 12,918 12,246 12,014
CELULOSE, PAPEL E GRÁFICA. 17,180 15,441 14,855 13,994 17,222 20,464 19,538 20,103 21,838
ÁLCOOL 4,916 4,535 5,739 4,880 5,616 5,725 6,393 7,314 9,697
INDÚSTRIA TÊXTIL 12,753 11,218 10,282 8,965 9,660 9,560 8,515 8,347 8,162
ARTIGOS DO VESTUÁRIO 11,442 10,841 9,918 9,436 8,193 7,890 6,381 5,485 4,033
INDÚSTRIA DO CAFÉ 3,444 3,446 3,373 4,472 4,879 4,741 4,334 3,583 3,505
INDÚSTRIA DO FUMO 6,283 6,589 7,698 6,167 4,907 3,909 3,500 4,070 3,319
BENEF. PRODUTOS VEGETAIS 11,870 12,108 13,020 12,036 11,558 10,495 11,078 13,194 13,541
FABRICAÇÃO DE AÇÚCAR 3,602 3,339 3,532 3,541 3,558 4,048 4,871 5,329 6,028
FABRICAÇÃO DE ÓLEOS VEGETAIS 6,083 5,899 6,731 6,317 6,231 5,089 5,710 7,678 7,815
OUTROS PRODUTOS ALIMENTARES 22,922 21,777 22,046 22,363 23,126 23,548 24,122 27,131 28,643
INDÚSTRIA - PECUÁRIA 21,838 22,014 20,927 20,057 20,370 20,608 21,102 21,457 21,240
FABRICAÇÃO DE CALÇADOS 6,958 7,132 6,457 5,143 4,859 4,836 4,568 4,383 4,012
ABATE DE AVES 2,902 2,822 2,756 2,970 3,238 3,307 3,424 3,899 4,215
ABATE DE BOVINOS 3,307 3,023 3,022 3,236 3,731 3,829 4,085 4,402 4,206
ABATE DE SUÍNOS E OUTROS 3,316 3,159 3,187 3,156 3,472 3,328 3,693 3,638 3,809
INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS 5,355 5,877 5,503 5,551 5,070 5,308 5,333 5,135 4,997
Fonte: Dados da pesquisa