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O AGRONEG O AGRONEGÓCIO DA CIO DA AGRICULTURA FAMILIAR NO AGRICULTURA FAMILIAR NO BRASIL BRASIL Joaquim Guilhoto Joaquim Guilhoto Fernando Fernando Gaiger Silveira Gaiger Silveira Carlos Roberto Carlos Roberto Azzoni Azzoni Silvio Massoru Ichihara Silvio Massoru Ichihara TD TD Nereus Nereus 18 18- 2004 2004 São Paulo 2004

TD Nereus 18-2004 · 2011-05-20 · MDA . 2 desenvolvido no país, mas mesmo após a industrialização e, posteriormente, a terciarização acentuada da economia. A partir das aptidões

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O AGRONEGO AGRONEGÓÓCIO DA CIO DA AGRICULTURA FAMILIAR NO AGRICULTURA FAMILIAR NO

BRASILBRASIL

Joaquim GuilhotoJoaquim GuilhotoFernando Fernando Gaiger SilveiraGaiger SilveiraCarlos Roberto Carlos Roberto AzzoniAzzoniSilvio Massoru IchiharaSilvio Massoru Ichihara

TD TD NereusNereus 1818--20042004

São Paulo2004

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1

O AGRONEGÓCIO DA AGRICULTURA FAMILIAR NO BRASIL1

Joaquim José Martins Guilhoto Universidade de São Paulo e University of Illinois

Fernando Gaiger Silveira IPEA

Carlos Roberto Azzoni Universidade de São Paulo

Silvio Massoru Ichihara Universidade de São Paulo

1 INTRODUÇÃO

Este paper tem por objetivo apresentar os resultados da pesquisa que fez um

delineamento do nível de atividade do agronegócio da agricultura familiar no Brasil para o

período de 1996 a 2003.

Desta forma, o mesmo está organizado da seguinte forma, na seção 2 abaixo é feita

a descrição da metodologia utilizada, a seção 3 apresenta os resultados para o Brasil e na

seção 4 são apresentados os comentários finais.

2 REFERENCIAL METODOLÓGICO

O papel das atividades agrícolas e do agronegócio em geral na economia brasileira

sempre foi muito destacado, desde as origens, quando apenas esse tipo de atividade era

1 Os resultados apresentados aqui são derivados de uma pesquisa conduzida dentro da FIPE para o NEAD-MDA

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desenvolvido no país, mas mesmo após a industrialização e, posteriormente, a terciarização

acentuada da economia. A partir das aptidões naturais do clima e do solo, às quais se

somam políticas econômicas de diversas dimensões, desde o financiamento até o

desenvolvimento da pesquisa básica e aplicada, o agronegócio brasileiro é certamente um

caso de sucesso, notadamente nos últimos anos. Esse sucesso, todavia, não é acompanhado

pelo desenvolvimento de um conjunto de indicadores que possam exibir com precisão e

detalhe a importância e a complexidade do setor, inclusive revelando aspectos, setores e

dimensões que demandem intervenções adiciona is por parte do poder público.

O reconhecimento da abrangência com que se deve tratar o setor está presente desde

os trabalhos pioneiros de Ray Goldberg e John H. Davis, na década de 50, tendo-se

procurado dar um tratamento amplo para as atividades voltadas para a produção de bens e

serviços de origem agropecuária, através do conceito de complexo agroindustrial –

envolvendo, além da agropecuária propriamente dita, as atividades a montante (antes da

fazenda) e a jusante (depois da fazenda). Essas atividades tendem a ser extremamente

interdependentes do ponto de vista econômico, social e tecnológico. Portanto, as políticas

econômicas e setoriais, de um lado, e as estratégias das entidades representativas dos

setores envolvidos, de outro, tenderão a ser mais eficazes sempre que levarem em conta tais

interdependências.

O complexo agroindustrial é referido comumente também como o setor de

agribusiness ou o agronegócio, termo que parece ter recebido aceitação agora generalizada.

O acompanhamento das evoluções conjunturais e das tendências de longo prazo do

agronegócio é fundamental para os setores público e privado. Na economia globalizada de

hoje, a sobrevivência na agricultura e no agronegócio como um todo depende da

informação de boa qualidade, atualizada e ágil, e que seja produzida com metodologia

cientificamente comprovada. Medidas de correção de rumo podem ser sugeridas e tomadas

em tempo oportuno de modo a prevenir desvios indesejáveis na produção, no emprego, e no

desempenho comercial. Além disso, é necessário contar com boa informação para o país

como um todo, assim como para suas principais regiões, de forma a se possuir uma

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abrangente avaliação do setor em escala nacional, que garanta o desejado equilíbrio

regional e setorial no processo de desenvolvimento do agronegócio brasileiro.

No caso brasileiro, a agricultura familiar é um segmento importante do complexo

maior da economia do agronegócio. Sabe-se de sua importância social, seja pela geração de

emprego e ocupação, seja pelo perfil dos produtos, basicamente destinados ao consumo

alimentar nacional. É fundamental que também se tenha uma idéia de sua importância

quantitativa no agronegócio e na economia brasileira como um todo.

A metodologia para o cálculo do PIB do agronegócio familiar baseia-se na mesma

técnica empregada no cálculo do agronegócio em geral, e fundamenta-se na intensidade da

interligação para trás e para frente da agropecuária propriamente dita. O procedimento

adotado para a estimativa do PIB do Agronegócio se dá pelo cálculo do Valor Adicionado a

preços de mercado. Assim, tem-se que o Valor Adicionado a preços de mercado é obtido

pela soma do valor adicionado a preços básicos aos impostos indiretos líquidos de subsídios

sobre produtos e subtração da dummy financeira, resultando na seguinte expressão:

VAPM = VAPB + IIL – DuF (1)

onde:

VAPM = Valor Adicionado a Preços de Mercado

VAPB = Valor Adicionado a Preços Básicos

IIL = Impostos Indiretos Líquidos

DuF = Dummy Financeira

Para o cálculo do PIB do Agregado I (insumos para a agricultura e pecuária) são

utilizadas as informações disponíveis nas tabelas de insumo-produto referentes aos valores

dos insumos adquiridos pela Agricultura e Pecuária. As colunas com os valores dos

insumos são multiplicadas pelos respectivos coeficientes de valor adicionado (CVAi). Para

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obter-se os Coeficientes do Valor Adicionado por setor (CVAi) divide-se o Valor

Adicionado a Preços de Mercado (VAPMi) pela Produção do Setor (Xi), ou seja,

CVAVA

XiPM

i

i= (2)

Desta forma, o problema de dupla contagem, comumente apresentado em

estimativas do PIB do Agronegócio, quando se levam em consideração os valores dos

insumos e não o valor adicionado efetivamente gerado na produção destes, foi eliminado.

Tem-se então:

i

n

iikI CVAzPIB

k∗= ∑

=1

(3)

k = 1, 2 setor agricultura e pecuária

i = 1, 2, ..., 43 setores restantes

onde:

PIBIk= PIB do agregado I (insumos) para agricultura (k=1) e pecuária (k=2)

zik = valor total do insumo do setor i para a agricultura ou pecuária

CVAi = coeficiente de valor adicionado do setor i

Para o Agregado I total tem-se:

PIB PIB PIBI I I= +1 2 (4)

onde:

PIBI = PIB do agregado I

e as outras variáveis são como definidas anteriormente.

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Para o Agregado II (Agricultura e Pecuária) consideram-se no cálculo os valores

adicionados gerados pelos respectivos setores e subtraem-se dos valores adicionados destes

setores os valores que foram utilizados como insumos, eliminando-se o problema de dupla

contagem presente em estimativas anteriores do PIB do Agronegócio. Tem-se então que:

2 ,1

1

=

∗−= ∑=

k

CVAzVAPIB i

n

iikPMII kk (5)

onde:

PIBIIk= PIB do agregado II para agricultura (k = 1) e pecuária (k = 2)

e as outras variáveis são como definidas anteriormente.

Para o Agregado II total tem-se:

PIB PIB PIBII II II= +1 2 (6)

onde:

PIBII = PIB do agregado II

e as outras variáveis são como definidas anteriormente.

Para a definição da composição das Indústrias de Base Agrícola (Agregado III)

adotaram-se vários indicadores, como por exemplo: a) os principais setores demandantes de

produtos agrícolas, obtidos através da estimação da matriz de insumo-produto; b) as

participações dos insumos agrícolas no consumo intermediário dos setores agroindustriais;

e c) as atividades econômicas que efetuam a primeira, segunda e terceira transformações

das matérias-primas agrícolas.

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Os Agregados II e III, portanto, expressam a renda ou o valor adicionado gerado por

esses segmentos. No caso da estimação do Agregado III (Indústrias de Base Agrícola),

adota-se o somatório dos valores adicionados pelos setores agroindustriais subtraídos dos

valores adicionados destes setores que foram utilizados como insumos do Agregado II.

Como mencionado, anteriormente, esta subtração visa a eliminação da dupla contagem

presente em estimativas anteriores do PIB do Agronegócio, ou seja:

( )

2 ,1=

∗−= ∑∈

k

CVAzVAPIBkq

qqkPMIII qk (7)

onde:

PIBIIIk= PIB do agregado III para agricultura (k = 1) e pecuária (k = 2)

e as outras variáveis são como definidas anteriormente. Para o Agregado III total tem-se:

PIB PIB PIBIII III III= +1 2 (8)

onde:

PIBIII = PIB do agregado III e as outras variáveis são como definidas anteriormente.

No caso do Agregado IV, referente à Distribuição Final, considera-se para fins de

cálculo o valor agregado dos setores relativos ao Transporte, Comércio e segmentos de

Serviços. Do valor total obtido, destina-se ao Agronegócio apenas a parcela que

corresponde à participação dos produtos agropecuários e agroindustriais na demanda final

de produtos. A sistemática adotada no cálculo do valor da distribuição final do agronegócio

industrial pode ser representada por:

DFG IIL PI DFDDF DF− − = (9)

VAT VAC VAS MCPM PM PM+ + = (10)

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PIB MC

DF DF

DFDk

IV

k qq k

k=

+

=

∈∑

*

,12

(11)

onde:

DFG = demanda final global

IILDF = impostos indiretos líquidos pagos pela demanda final

PIDF = produtos importados pela demanda final

DFD = demanda final doméstica

VATPM = valor adicionado do setor transporte a preços de mercado

VACPM = valor adicionado do setor comércio a preços de mercado

VASPM = valor adicionado do setor serviços a preços de mercado

MC = margem de comercialização

DFk = demanda final da agricultura (k=1) e pecuária (k=2)

DFq = demanda final dos setores agroindustriais

PIBIVk= PIB do agregado IV para agricultura (k=1) e pecuária (k=2)

Para o Agregado IV total tem-se:

PIB PIB PIBIV IV IV= +1 2 (12)

onde:

PIBIV = PIB do agregado IV e as outras variáveis são como definidas anteriormente.

O PIB total do Agronegócio é dado pela soma dos seus agregados, ou seja:

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PIB PIB PIB PIB PIB

kAgronegócio I II III IVk k k k k

= + + +

= 12, (13)

onde:

PIBAgronegóciok= PIB do agronegócio para agricultura (k=1) e pecuária (k=2)

e as outras variáveis são como definidas anteriormente.

Para o Agronegócio total tem-se:

PIB PIB PIBAgronegócio Agronegócio Agronegócio= +1 2 (14)

onde:

PIBAgronegócio = PIB do agronegócio

e as outras variáveis são como definidas anteriormente.

A metodologia descrita pode ser vista de uma forma esquemática na Figura 2.1, que

apresenta o processo de obtenção do PIB do Agronegócio. Observa-se que o PIB do

Agronegócio pode ser obtido tanto pela soma ponderada do PIB dos agregados como pela

soma ponderada dos PIBs da Agricultura e da Pecuária.

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Figura 2.1

Representação Esquemática do Processo de Obtenção do PIB do Agronegócio.

Agricultura

Dist. e Serv. Indústria

Insumos

Indústria

Insumos Pecuária

PIB Agronegócio

PIB Agricultura PIB Pecuária

Agricultura Pecuária

Dist. e Serv. Pec.

Ind. Pecuária

Dist. e Serv. Ag.

Ind. Agricultura

Ins. Agricultura Ins. Pecuária

PIB Agronegócio

Dist./Serv. Agron

Ind. Agronegócio

Agropecuária

Ins. Agronegócio

Dist. e Serv.

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3 DESEMPENHO DO PIB DO AGRONEGÓCIO FAMILIAR BRASILEIRO, 1995 A 2003

Conforme as bases teóricas empregadas neste trabalho, as análises vinculadas ao

Produto Interno Bruto (PIB) podem ser desenvolvidas em diversos níveis de desagregação.

Isso, porque, o Agronegócio no Brasil foi definido e mensurado para dois grandes

complexos: Agricultura e Pecuária, sendo que cada complexo pode ser dividido em quatro

componentes principais : a) insumos; b) o próprio setor; c) processamento; e d) distribuição

e serviços.

Além da possibilidade de se avaliar cada um dos quatro componentes dentro de cada

um dos dois complexos, outra subdivisão relacionada com o objetivo principal da pesquisa

- a distinção entre o Agronegócio Familiar ou Patronal - torna possível multiplicar ainda

mais as formas de desagregação das análises.

Dada a grande quantidade de combinação das análises, optou-se por desenvolvê- las

através do fluxo apresentado na Figura 3.1. Sendo que cada bloco na figura corresponde às

próximas seções.

A disposição seqüencial visa, desta forma, enfocar a distinção do Agronegócio

Familiar e Patronal. Busca-se efetivar a comparação entre as duas categorias usando as

ramificações subseqüentemente posicionadas

Na Figura 3.1, o primeiro bloco de análise corresponde a uma rápida avaliação da

importância do Agronegócio e de seus dois grandes complexos, ao longo dos anos de 1995

a 2003.

O segundo bloco aumenta o grau de detalhamento da análise anterior ao considerar

a perspectiva do Agronegócio Familiar e Patronal.

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No terceiro bloco, avalia-se a dimensão e a evolução do desempenho familiar e

patronal através dos complexos agrícola e pecuário e de seus componentes correspondentes.

Dentre os quatro componentes principais, o próprio setor e a indústria são detalhados com

maior rigor na quarta e quinta etapas.

No bloco 4, dentro do complexo agricultura, o estudo do setor agrícola é detalhado

para as culturas de soja, milho, fumo e outras culturas. Ainda dentro da Agricultura, a

indústria relacionada com este complexo é subdividida em 11 grupos: i) Madeira e

mobiliário; ii) Celulose, papel e gráfica; iii) Álcool; iv) Indústria têxtil; v) Artigos do

vestuário; vi) Indústria do café; vii) Indústria do fumo; viii) Beneficiamento de produtos

vegetais ; ix) Fabricação de açúcar; x) Fabricação de óleos vegetais ; e xi) Outros produtos

alimentares.

Da mesma forma que no bloco 4, o bloco 5 detalha o setor e a indústria, mas com

relação ao complexo da pecuária. O setor pecuário é então subdividido em 5 grupos: i)

Aves; ii) Bovinos; iii) Leite; iv) Suínos; v) Outras criações animais; e a indústria em outros

5 grupos: i) Fabricação de calçados; ii) Abate de aves; iii) Abate de bovinos; iv) Abate de

suínos e outros animais; e v) Indústria de laticínios.

Para efeito de clareza e análise do texto, as tabelas completas para os valores do PIB

do Agronegócio familiar do Brasil, em milhões de reais de 2003, são apresentadas no

Anexo A.

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Figura 3.1

Disposição seqüencial das analises para o Brasil

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3.1 Desempenho do PIB do Brasil

No período de análise, de 1995 a 2003, conforme pode ser visto no gráfico 3.1, o

PIB do Brasil teve um crescimento acumulado de quase 16%, chegando a R$ 1.556

milhões de reais em 2003. Por sua vez o agronegócio, apesar de apresentar taxas de

crescimento anuais baixas, ou mesmo negativas até 2001, tem uma boa recuperação em

2002 e 2003 por conta de um ambiente internacional e nacional favoráveis ao seu

crescimento, chegando desta forma a um crescimento acumulado de quase 18% ao final da

série.

Desta forma, Gráfico 3.2, o agronegócio recupera e supera a sua participação no PIB

do Brasil, observada no início da série, ou seja, de uma participação de 30,1% no PIB do

Brasil de 1995, passa para uma de 30,6% em 2003.

1000000

1100000

1200000

1300000

1400000

1500000

1600000

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

PIB

Nac

ion

al (

Milh

ões

R$)

.

-5%

0%

5%

10%

15%

20%

PIB Nacional em milhõesVar. acumulada PIB-BrasilVariação acumulada do PIB do Agronegócio - Brasil

Fonte: dados da pesquis a

Gráfico 3.1

Evolução do PIB Total e do Agronegócio do Brasil

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14

30

.1%

28.8

%

27.6

%

27.8

%

28.1

%

26.9

%

27.1

%

28.9

%

30.6

%

-5%

5%

15%

25%

35%

45%

55%

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Ano

Participação do Agronegóciono PIB - Brasil

Variação acumulada do PIBdo Agronegócio - Brasil

Variação acumulada do PIBNacional

Fonte: dados da pesquisa

Gráfico 3.2

Evolução do PIB do agronegócio do Brasil e Participação do agronegócio no Brasil

O complexo das lavouras no agronegócio até 2001 apresentou uma tendência de

participação declinante no agronegócio, passando de 71,5% em 1997 para 67,7% em 2001

(gráfico 3.3). Entre 2001 e 2003 devido ao excelente desempenho no crescimento das

lavouras, que por sua vez puxou o crescimento do agronegócio como todo, esta

participação aumento para 69% em 2002 e 69,7% em 2003, porém não conseguindo ainda

recuperar a participação observada em no começo da série (70,2% em 1995).

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15

70.2

%

70.7

%

71.5

%

70.4

%

69.2

%

67.7

%

67.8

%

69.0

%

69.7

%

29.8

%

29.3

%

28.5

%

29.6

%

30.8

%

32.3

%

32.2

%

31.0

%

30.3

%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

-10.00%

-5.00%

0.00%

5.00%

10.00%

15.00%

20.00%

25.00%

Participação do complexopecuário no PIB do agronegócio

Participação do complexoagrícola no PIB do agronegócio

Var. Acumulada do PIB docomplexo agrícola

Var. Acumulada do PIB docomplexo pecuário

Fonte: dados da pesquisa

Gráfico 3.3

Evolução do PIB do complexo agrícola e pecuário e Participação do PIB do agronegócio agrícola dentro do Agronegócio do Brasil

3.2 O Desempenho do Agronegócio Familiar e Patronal do Brasil

O segmento familiar da agropecuária brasileira e as cadeias produtivas a ela

interligadas responderam, em 2003, por 10,1% do PIB brasileiro (gráfico 3.4), o que

equivale a R$ 157 bilhões em valores daquele ano. Tendo em vista que o conjunto do

agronegócio nacional foi responsável, nesse ano, por 30,6% do PIB, fica evidente o peso da

agricultura familiar na geração de riqueza do país. Concretamente, cerca de 1/3 do

agronegócio brasileiro é tributário da produção agropecuária realizada pelos agricultores

familiares, cabendo observar, ademais, que o desempenho recente da agropecuária familiar

e do agronegócio a ela articulada vem sendo bastante positivo, superando, inclusive, as

taxas de crescimento relativas ao segmento patronal.

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10% 9% 9% 9% 9% 9% 9% 9% 10%

20% 19% 19% 19% 19% 18% 18% 20% 21%

70% 71% 72% 72% 72% 73% 73% 71% 69%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Participação do PIB dosoutros setores

Participação do PIB doAgronegócio Patronal

Participação do PIB doAgronegócio Familiar

Fonte: dados da pesquisa

Gráfico 3.4

Participação do PIB do Agronegócio Familiar e Patronal no PIB do Brasil

No período de 1995 a 2003, quando se abre o agronegócio brasileiro nos quatro

complexos que o compõem, patronal pecuário e agrícola, e familiar pecuário e agrícola,

observa-se que apesar das oscilações, as proporções das participações de dois destes caem,

um se matem relativamente constante, e a exceção com crescimento na participação, é o

complexo familiar pecuário (gráfico 3.5 e 3.6). O complexo familiar agrícola diminui a sua

participação de 21,2% em 1995 para 20,6% em 2003, o complexo patronal agrícola fica ao

redor dos 49,0%, e o complexo patronal pecuário aumenta a sua participação de 11,0% em

1995 para 12,3% em 2003.

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17

21% 21% 22% 21% 21% 20% 20% 20% 21%

11% 11% 11% 12% 12% 13% 13% 13% 12%

49% 49% 50% 50% 48% 47% 48% 49% 49%

19% 18% 18% 18% 19% 19% 19% 19% 18%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Participacão do PIB doComplexo Patronal Pecuário

Participacão do PIB doComplexo Patronal Agricola

Participacão do PIB doComplexo Familiar Pecuário

Participacão do PIB doComplexo Familiar Agricola

Fonte: dados da pesquisa

Gráfico 3.5

Participações do PIB dos Complexos Agropecuários Familiar e Patronal no PIB do Brasil

-10.00%

-5.00%

0.00%

5.00%

10.00%

15.00%

20.00%

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Variação Acumulada do PIB doComplexo Familiar Agrícola

Variação Acumulada do PIB doComplexo Familiar Pecuário

Variação Acumulada do PIB doComplexo Patronal Agrícola

Variação Acumulada do PIB doComplexo Patronal Pecuário

Fonte: dados da pesquisa

Gráfico 3.6

Variações anuais acumuladas do PIB dos Complexos Agropecuários Familiar e Patronal do Brasil

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18

3.3 Os Complexos do Agronegócio Familiar e Patronal do Brasil

O PIB do agronegócio resulta da agregação do PIB do Complexo Agrícola com o

PIB do Complexo Pecuário, sendo que cada um é formado por quatro componentes

principais - insumo, setor, indústria e distribuição. Nos tópicos a seguir é apresentada a

evolução da participação de cada componente dentro do PIB de cada complexo, com ênfase

na separação entre o que é de origem familiar e patronal, para o Brasil como um todo.

3.3.1 Os Componentes do Complexo Agrícola Familiar e Patronal do Brasil

No Brasil, as quantias percentuais relacionadas com cada um dos quatro

componentes do agronegócio familiar agrícola são diferentes àquelas referentes ao

agronegócio patronal. Além disso, no decorrer dos anos, percebem-se mudanças na

composição do agronegócio da agricultura familiar e patronal. O Gráfico 3.7 ilustra este

fato. Em geral, para os segmentos familiar e patronal observa-se um aumento da

participação dos insumos e do setor agricultura, uma queda na participação da indústria de

transformação, e um aumento na participação do setor de distribuição no caso da

agricultura familiar e uma queda na patronal.

Na sua composição, a indústria tem um peso muito maior no agronegócio da

agricultura patronal (39,3% em 2003) do que no agronegócio da agricultura familiar (27,3%

em 2003), sendo este fato uma indicação que boa parte da produção familiar não passa por

um processo de transformação, reduzindo desta forma a possibilidade de agregação de

valor dentro da cadeia produtiva. Isto é confirmado pelo participação do setor agrícola no

agronegócio, que foi de 34,2% em 2003, para o agronegócio da agricultura familiar, e de

25,4% para o agronegócio da agricultura patronal.

Page 20: TD Nereus 18-2004 · 2011-05-20 · MDA . 2 desenvolvido no país, mas mesmo após a industrialização e, posteriormente, a terciarização acentuada da economia. A partir das aptidões

19

33.2% 31.4% 31.9% 29.9% 30.7% 31.7% 30.3% 29.0% 27.3%

43.9% 42.0% 42.6% 40.8% 42.2% 43.3% 41.9% 40.4% 39.3%

32.2% 33.8% 33.3% 33.7% 34.2% 34.6%34.3% 33.7%

33.5%

32.4% 33.8% 33.3%33.4% 32.9% 32.5% 32.3% 32.0%

30.8%

31.2% 31.3% 31.2% 32.5% 30.7% 29.2% 30.7% 32.5% 34.2%

20.7% 21.0% 20.9% 22.5% 21.2% 20.2% 21.8% 23.4% 25.4%

3.6% 3.6% 3.8% 4.4% 4.5% 4.6% 4.8% 5.0% 3.2% 3.1% 3.3% 3.7% 4.0% 4.1% 4.2% 4.6%3.0%3.4%

0%

15%

30%

45%

60%

75%

90%

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Insumos não AgrícolasSetor: AgriculturaDistribuição dos produtos AgrícolasIndústria de processamento dos produtos Agrícolas

Participacões dos componentes no PIB no PIB - FAMILIAR - BR

Participacões dos componentes no PIB no PIB - PATRONAL - BR

Fonte: dados da pesquisa

Gráfico 3.7

Participação dos 4 componentes que formam o agronegócio da agricultura familiar e patronal do Brasil

3.3.2 Os Componentes do Complexo Pecuário Familiar e Patronal do Brasil

Diferente do complexo agrícola, as quantias percentuais, relacionadas com cada um

dos quatro componentes do agronegócio familiar pecuário, são bem próximas daquelas

referentes ao agronegócio patronal como pode ser observado no gráfico 3.8. A maior

participação no complexo pecuário fica por conta do setor de distribuição, com

aproximadamente 38% do agronegócio da pecuária familiar e 40% do agronegócio da

pecuária patronal. Nota-se a baixa participação do setor de transformação, com participação

ao redor de 15% tanto no complexo patronal como familiar. No caso de insumos, tem-se

uma participação maior no caso patronal (11,1% em 2003) que no familiar (9,6% em 2003).

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20

No caso do setor primário da pecuária, a participação no complexo familiar é um pouco

maior (37.6% em 2003) do que no patronal (34% em 2003).

17.1% 17.9% 17.9% 17.0% 16.1% 15.5% 15.9% 15.4% 14.9%18.8% 19.6% 19.2% 17.3% 16.6% 16.0% 16.0% 15.5% 14.7%

39.1% 39.3% 39.4% 40.1% 40.1% 39.9% 40.0% 39.1% 37.9%

41.7% 42.6% 42.7% 42.8% 41.6% 40.7% 40.9% 40.4% 40.2%

37.8% 36.5% 36.3% 36.4% 36.3% 36.6% 36.0% 36.3% 37.6%

32.4% 30.8% 31.1% 32.6% 33.2% 34.2% 33.9% 33.6% 34.0%

6.3% 6.4% 6.5% 7.5% 8.0% 8.1% 9.2% 9.6% 7.1% 7.0% 7.3% 8.6% 9.2% 9.2% 10.5% 11.1%7.1%6.0%

0%

15%

30%

45%

60%

75%

90%

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Insumos não PecuáriosSetor: PecuáriaDistribuição dos produtos PecuáriosIndústria de processamento dos produtos Pecuários

Participacões dos componentes no PIB no PIB - FAMILIAR - BR

Participacões dos componentes no PIB no PIB - PATRONAL - BR

Fonte: dados da pesquisa

Gráfico 3.8

Participação dos 4 componentes que formam o agronegócio da pecuária familiar e patronal do Brasil

3.3.3 A Evolução dos Componentes do Agronegócio Familiar e Patronal do Brasil

Para buscar quais componentes são responsáveis pelo desempenho apresentado no

Gráfico 3.6, é necessário avaliar o desenvolvimento dos componentes da agricultura e da

pecuária inseridos nos contextos familiar e patronal. Os gráficos 3.9 e 3.10 demonstram o

desenvolvimento PIB, a partir de 1995, de cada componente.

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21

Chama atenção em todos os gráficos o crescimento do setor de insumos em todos os

complexos analisados, tanto patronais como familiares. Em geral, observa-se também que o

menor crescimento ocorre no setor industrial. O setor primário, por sua vez, tem

apresentado as segundas melhores taxas de crescimento, seguidas pelas do setor de

distribuição. Estas talvez sejam indicações, que ao contrário do que se esperaria, todos os

segmentos têm caminhado na direção de uma menor agregação de valor dentro do processo

produtivo, ao mesmo tempo que a dependência ao setor produtor de insumos tem

aumentado.

-20%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Insumos Setor: Agricultura Indústria Distribuição

Variação acumulada do PIB dos componentes da agricultura

familiar

Variação acumulada do PIB dos componentes da agricultura

patronal

Fonte: dados da pesquisa

Gráfico 3.9

Variação acumulada dos 4 componentes que formam o agronegócio da agricultura familiar e patronal do Brasil

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22

-40%

-20%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Insumos Setor: Pecuária Indústria Distribuição

Variação acumulada do PIB dos componentes da pecuária

familiar

Variação acumulada do PIB dos componentes da pecuária

patronal

Fonte: dados da pesquisa

Gráfico 3.10

Variação acumulada dos 4 componentes que formam o agronegócio da pecuária familiar e patronal do Brasil

3.4 O Setor e a Indústria Agrícola do Brasil

Os dois gráficos seguintes (Gráfico 3.11 e Gráfico 3.12) detalham o PIB do

componente Setor Agrícola, demonstrando a participação das culturas de soja, milho, fumo

e das culturas restantes. Pelos dois gráficos pode-se se constatar que os percentuais do PIB

gerado pela soja são maiores na agricultura patronal (13,5% em 2003) que na familiar

(11.7% em 2003). No caso do item outras culturas, referente à agricultura patronal, os

valores estão entre 4 e 5 pontos percentuais maiores, devido à diferença ocasionada pela

menor produção percentual de milho (cerca de 2 pontos percentuais em 2003) e

irrelevância, também, percentual da fumicultura nas propriedades patronais.

A produção de fumo corresponde a 4% do PIB médio do setor agrícola familiar e

1,5% quando considerado o PIB total do complexo agrícola.

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23

Através das linhas, nos gráficos 3.11 e 3.12, são expostas as variações acumuladas

do PIB das culturas de soja, milho, fumo e outras culturas. Nesses gráficos a interpretação

das variações deve ser realizada pelo eixo da direita.

Comparando os dois tipos de agricultura (familiar e patronal) nota-se que as

variações do PIB das culturas, com exceção do fumo são parecidas. A cultura da soja é a

que apresenta o maior crescimento nos período de análise, tanto para a agricultura familiar

(172%) quanto para a patronal (231%).

85.1% 83.6% 82.6% 84.6% 83.3% 82.8% 80.9% 80.0% 78.4%

5.4% 6.5% 7.5% 6.9% 6.8% 7.1% 9.7% 10.6% 11.7%

5.7% 5.5% 4.7% 5.0% 5.5% 5.1% 5.1% 5.9%3.8% 4.4% 5.2% 4.2% 4.9% 4.7% 4.3% 4.4% 4.0%

4.3%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003-50.0%

0.0%

50.0%

100.0%

150.0%

200.0%

Outras Culturas Soja

Milho Fumo

Var. Acumulada do PIB da Lavoura: Soja Var. Acumulada do PIB da Lavoura: Milho

Var. Acumulada do PIB da Lavoura: Fumo Var. Acumulada do PIB da Lavoura: Outras Culturas

Fonte: dados da pesquisa

Gráfico 3.11

Participação de algumas culturas que formam o setor da agricultura Familiar no Brasil e as respectivas variações acumuladas do PIB

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24

90.3% 89.1% 87.9% 89.3% 87.5% 86.5% 86.0% 83.5% 82.5%

5.9% 6.8% 8.5% 7.7% 8.7% 9.6% 10.6% 12.9% 13.5%

3.7% 4.0% 3.5% 4.0%3.5%3.3%3.8%3.7%2.9%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003-50.0%

0.0%

50.0%

100.0%

150.0%

200.0%

250.0%

Outras Culturas Soja

Milho Fumo

Var. Acumulada do PIB da Lavoura: Soja Var. Acumulada do PIB da Lavoura: Milho

Var. Acumulada do PIB da Lavoura: Fumo Var. Acumulada do PIB da Lavoura: Outras Culturas

Fonte: dados da pesquisa

Gráfico 3.12

Participação de algumas culturas que formam o setor da agricultura Patronal no Brasil e as respectivas variações acumuladas do PIB

As mudanças ocorridas na indústria de processamento da produção agrícola

familiar, decorrentes no ano de 1995 a 2003, podem ser avaliadas pelo gráfico 3.13 e pela

tabela 3.1.

Nos setores industriais ligados à produção vegetal, sobressaem-se, no segmento

patronal, as ligadas ao reflorestamento, à cana-de-açúcar, e à soja. Por outro lado, no

agronegócio ligado aos agricultores familiares o grande grupo dos outros produtos

alimentares abrangeu, em 2003, mais de 40% de todo o PIB da Indústria das Lavouras do

segmento familiar. Ora, isso parece ser indicativo da maior diversificação produtiva dos

agricultores familiares. Há, contudo, que sublinhar a importância das indústrias do fumo e,

em menor grau, de fabricação de óleos vegetais e de beneficiamento de produtos vegetais,

no caso do segmento familiar. No patronal, destacam-se, também, a produção de álcool, a

fabricação de açúcar e a cadeia têxtil-vestuário.

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25

Fonte: dados da pesquisa

Gráfico 3.13

Participação das indústrias vinculadas à agricultura familiar do Brasil

Tabela 3.1

Variações acumuladas do PIB das indústrias vinculadas à agricultura familiar do Brasil

Var. Acumulada do PIB da Indústria: 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003Madeira & Mobiliário -23.4% -24.7% -37.8% -18.0% -6.3% -12.3% -10.0% -37.0%Celulose, Papel e Gráfica. -26.7% -29.8% -40.8% -6.1% 22.2% 13.0% 25.8% -2.4%Álcool -18.6% 1.5% -9.9% 15.1% 10.2% 17.6% 36.7% 75.0%Indústria Têxtil -29.0% -48.7% -69.4% -74.9% -73.2% -83.3% -82.9% -85.3%Artigos do Vestuário -23.5% -44.9% -64.1% -76.2% -75.4% -86.1% -87.4% -91.9%Indústria do Café -7.3% -8.3% 17.0% 40.1% 38.0% 7.5% -15.4% 0.3%Ind do Fumo 5.3% 23.1% -1.5% -21.5% -37.4% -43.9% -34.7% -46.7%Benef. Produtos Vegetais -5.0% 1.3% -4.5% -9.7% -17.2% -12.9% -1.9% 4.4%Fabricação de Açúcar -18.2% -14.7% -10.8% -0.5% 6.3% 22.3% 35.9% 48.5%Fabricação de Óleos Vegetais -1.5% 7.5% -2.0% -7.8% -29.3% -13.1% 4.3% 13.1%Outros Produtos Alimentares 10.3% 14.0% 28.9% 78.0% 92.3% 80.6% 66.5% 111.0%Total -6.6% -4.4% -12.9% -6.9% -8.1% -13.5% -10.9% -5.7%

Fonte: dados da pesquisa

5.1% 4.2% 4.0% 3.6% 4.5% 5.2% 5.2% 5.1% 3.4%

5.1% 4.0% 3.7% 3.5% 5.1% 6.8% 6.7% 7.2%5.3%

1.6%1.4% 1.7% 1.7%

2.0%1.9% 2.2% 2.5%

3.0%

11.9%9.1% 6.4%

4.2%3.2%

3.5% 2.3% 2.3%1.9%

8.1%

6.6%4.6%

3.3% 2.1%2.2%

3.8%

3.7%

3.6%5.0% 5.7%

5.6%4.7% 3.6%

4.0%

21.6%

24.4%27.8%

24.5%18.2% 14.7%

14.0% 15.8%

12.2%

16.8% 17.5%

18.1%

16.0% 14.9%16.7%

18.2%

18.3%

6.5%6.8% 7.3%

7.3%

6.4%5.0% 6.5%

7.6%

7.8%

18.5% 21.9% 22.1%27.4%

35.4%38.7% 38.7%

34.6%41.4%

16.6%

0%

15%

30%

45%

60%

75%

90%

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Outros Produtos Alimentares

Fabricação de Óleos Vegetais

Fabricação de Açúcar

Benef. Produtos Vegetais

Ind do Fumo

Indústria do Café

Artigos do Vestuário

Indústria Têxtil

Álcool

Celulose, Papel e Gráfica.

Madeira & Mobiliário

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26

Fonte: dados da pesquisa

Gráfico 3.14

Participação das indústrias vinculadas à agricultura patronal do Brasil

15.2% 15.3% 14.9% 14.5% 14.3% 14.5% 14.1% 12.3% 12.1%

18.1% 17.4% 16.5% 16.4% 19.5%22.6% 21.6%

20.5% 22.2%

5.1% 5.1% 6.3% 5.6%6.3%

6.3% 7.1%7.5%

9.7%

10.8% 10.7% 10.2% 9.9%10.8%

10.5% 9.6%8.7%

8.3%

10.6% 11.0% 10.4% 10.8%9.4%

8.9%7.3%

5.8%4.2%

2.7% 3.0% 2.9% 4.0%4.2%

4.0%3.8%

3.0% 2.7%

9.3% 9.9% 9.4%9.0%

8.0%8.4%

9.6% 9.4%

3.7% 3.7% 3.8% 4.0%3.9% 4.4%

5.3%

5.4% 6.0%

4.9% 5.0% 5.7% 5.6%5.6% 4.6%

5.0%6.5% 6.2%

20.4% 19.4% 19.2% 19.5% 16.9% 16.3% 17.7% 20.6% 19.1%

8.3%

0%

15%

30%

45%

60%

75%

90%

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Outros Produtos Alimentares

Fabricação de Óleos Vegetais

Fabricação de Açúcar

Benef. Produtos Vegetais

Ind do Fumo

Indústria do Café

Artigos do Vestuário

Indústria Têxtil

Álcool

Celulose, Papel e Gráfica.

Madeira & Mobiliário

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27

Tabela 3.2

Variações acumuladas do PIB das indústrias vinculadas à agricultura patronal do Brasil

Var. Acumulada do PIB da Indústria: 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003Madeira & Mobiliário -4.2% -5.4% -11.8% -11.8% -8.9% -11.7% -17.0% -15.8%Celulose, Papel e Gráfica. -8.6% -12.0% -16.5% 0.8% 18.8% 13.8% 16.2% 29.8%Álcool -6.6% 18.3% 0.2% 14.2% 17.1% 31.3% 50.0% 99.5%Indústria Têxtil -5.9% -8.8% -15.4% -6.0% -7.6% -15.1% -17.1% -18.2%Artigos do Vestuário -0.7% -5.4% -5.9% -16.5% -20.0% -33.8% -43.2% -58.0%Indústria do Café 3.4% 0.7% 35.6% 42.3% 37.5% 34.0% 12.8% 2.4%Ind do Fumo -13.9% -2.2% -18.4% -38.1% -53.6% -61.0% -55.7% -64.9%Benef. Produtos Vegetais 6.6% 15.2% 5.3% 2.0% -7.9% -2.6% 19.7% 20.4%Fabricação de Açúcar -6.1% -0.5% -0.7% -1.3% 13.1% 36.7% 49.3% 69.5%Fabricação de Óleos Vegetais -3.7% 12.0% 6.4% 6.9% -10.7% -3.1% 35.7% 35.2%Outros Produtos Alimentares -9.5% -9.1% -11.8% -22.0% -23.9% -17.2% 4.0% -0.6%Total -5.0% -3.6% -7.8% -6.2% -4.6% -4.5% 2.8% 5.9%

Fonte: dados da pesquisa

3.5 O Setor e a Indústria Pecuária do Brasil

Os Gráficos 3.15 e 3.16 apresentam a participação do PIB das criações no Setor

Pecuário, relativas ao Agronegócio Familiar e Patronal. Pelos dois gráficos observa-se que

as parcelas percentuais determinadas para cada tipo de criação são diferentes. A criação de

aves é responsável pela maior parcela do PIB do agronegócio pecuário familiar (33% em

2003), seguida por leite (24,2% em 2003), e bovinos (22,6% em 2003).

No agronegócio patronal, a bovinocultura de corte assume a maior parcela de

representatividade, 47,1% em 2003. A importância do setor leiteiro, de aves e suínos é bem

menor quando comparada a do universo familiar.

A maior variação acumulada do PIB do setor pecuário tanto para o agronegócio

familiar como patronal corresponde ao desenvolvimento da produção de aves.

Já na indústria pecuária, gráficos 3.17 e 3.18, no segmento patronal dominam as

relacionadas à pecuária, ou seja, o abate de bovinos e a fabricação de calçados. O abate de

aves, a indústria de lacticínios, o abate de suínos são os ramos industriais que exibem uma

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28

participação expressiva na composição da indústria pecuária ligada ao segmento familiar e

que, ademais, se reflete em um predomínio desse segmento no conjunto dessas indústrias.

21.2% 22.7%25.8% 26.9% 28.5% 27.3% 27.8%

30.9%32.9%

23.7% 21.7%

22.9% 23.1%24.2% 24.8% 25.5%

24.9% 22.6%

32.1% 32.1%30.4% 24.9% 25.6% 23.8% 23.2% 24.2%

9.9% 9.8%10.9%

10.2% 10.1% 9.6% 10.1% 8.6% 8.5%

13.0% 13.6%10.0% 12.5% 12.4% 12.7% 12.8% 12.4% 11.8%

27.2%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003-40.0%

-20.0%

0.0%

20.0%

40.0%

60.0%

80.0%

100.0%

120.0% Outros Pecuária

Suínos

Leite

Bovinos

Aves

Var. Acumulada do PIB:Outros Pecuária

Var. Acumulada do PIB:Suínos

Var. Acumulada do PIB:Leite

Var. Acumulada do PIB:Bovinos

Var. Acumulada do PIB:Aves

Fonte: dados da pesquisa

Gráfico 3.15

Participação das criações que formam o setor da Pecuária Familiar no Brasil e as respectivas variações acumuladas do PIB

Page 30: TD Nereus 18-2004 · 2011-05-20 · MDA . 2 desenvolvido no país, mas mesmo após a industrialização e, posteriormente, a terciarização acentuada da economia. A partir das aptidões

29

20.5% 19.9% 19.9% 19.7% 20.3% 19.0% 18.8%21.2%

23.8%

43.8% 43.1%47.4% 47.8% 48.6% 50.4% 51.4% 49.9% 47.1%

19.6% 20.5%19.6%

15.9% 15.2% 13.9% 13.8% 14.4%4.6% 4.5%

4.8%4.4% 4.3% 4.3% 4.7% 4.3% 4.5%

11.5% 12.1% 8.4% 10.9% 10.8% 11.1% 11.2% 10.8% 10.2%

17.1%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003-50.0%

-40.0%

-30.0%

-20.0%

-10.0%

0.0%

10.0%

20.0%

30.0%

40.0%

50.0%Outros Pecuária

Suínos

Leite

Bovinos

Aves

Var. Acumulada do PIB:Outros Pecuária

Var. Acumulada do PIB:Suínos

Var. Acumulada do PIB:Leite

Var. Acumulada do PIB:Bovinos

Var. Acumulada do PIB:Aves

Fonte: dados da pesquisa

Gráfico 3.16

Participação das criações que formam o setor da Pecuária Patronal no Brasil e as respectivas variações acumuladas do PIB

Page 31: TD Nereus 18-2004 · 2011-05-20 · MDA . 2 desenvolvido no país, mas mesmo após a industrialização e, posteriormente, a terciarização acentuada da economia. A partir das aptidões

30

6.4% 6.3% 5.7% 4.5% 4.2% 4.0% 3.7% 3.5% 3.2%

15.7% 16.0% 17.2% 18.6% 20.2% 20.4% 20.5% 23.0% 24.4%

9.9% 8.6% 8.6%10.4% 10.3% 10.6%

11.5% 10.8%

25.6%24.1% 25.4% 24.7%

26.9%24.6% 25.9% 24.7% 25.1%

42.4% 45.0% 43.1% 43.1%38.3% 40.6% 39.3% 37.3% 36.4%

9.1%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

-60.0%

-40.0%

-20.0%

0.0%

20.0%

40.0%

60.0%

80.0%

100.0%Indústria de laticínios

Abate de Suínos e Outros

Abate de Bovinos

Abate de Aves

Fabricação de calçados

Var. Acumulada do PIB daIndústria: Indústria de laticínios

Var. Acumulada do PIB daIndústria: Abate de Suínos eOutrosVar. Acumulada do PIB daIndústria: Abate de Bovinos

Var. Acumulada do PIB daIndústria: Abate de Aves

Var. Acumulada do PIB daIndústria: Fabricação decalçados

Fonte: dados da pesquisa

Gráfico 3.17

Participação das criações que formam o setor da Pecuária Familiar no Brasil e as respectivas variações acumuladas do PIB

Page 32: TD Nereus 18-2004 · 2011-05-20 · MDA . 2 desenvolvido no país, mas mesmo após a industrialização e, posteriormente, a terciarização acentuada da economia. A partir das aptidões

31

45.3% 46.8% 45.5%

39.4%36.5% 36.1%

33.7% 31.7%29.8%

12.0% 11.1% 10.8%

12.3%13.1% 13.2%

13.4% 14.9% 16.7%

17.9% 16.6% 17.8% 23.4% 23.9% 25.2% 26.6% 26.1%

9.7% 8.9% 9.3% 9.9% 10.7% 10.6% 11.9% 11.8% 12.9%

15.1% 16.6% 16.5% 17.6% 16.3% 16.1% 15.9% 15.0% 14.5%

20.7%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

-50.0%

-40.0%

-30.0%

-20.0%

-10.0%

0.0%

10.0%

20.0%

30.0%

40.0% Indústria de laticínios

Abate de Suínos e Outros

Abate de Bovinos

Abate de Aves

Fabricação de calçados

Var. Acumulada do PIB daIndústria: Indústria de laticínios

Var. Acumulada do PIB daIndústria: Abate de Suínos eOutrosVar. Acumulada do PIB daIndústria: Abate de Bovinos

Var. Acumulada do PIB daIndústria: Abate de Aves

Var. Acumulada do PIB daIndústria: Fabricação decalçados

Fonte: dados da pesquisa

Gráfico 3.18

Participação das criações que formam o setor da Pecuária Patronal no Brasil e as respectivas variações acumuladas do PIB

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4 COMENTÁRIOS FINAIS

O segmento familiar da agropecuária brasileira e as cadeias produtivas a ela

interligadas responderam, em 2003, por 10,1% do PIB brasileiro, o que equivale a R$ 157

bilhões em valores daquele ano. Tendo em vista que o conjunto do agronegócio nacional

foi responsável, nesse ano, por 30,6% do PIB, fica evidente o peso da agricultura familiar

na geração de riqueza do país. Concretamente, cerca de 1/3 do agronegócio brasileiro é

tributário da produção agropecuária realizada pelos agricultores familiares, cabendo

observar, ademais, que o desempenho recente da agropecuária familiar e do agronegócio a

ela articulada vem sendo bastante positivo, superando, inclusive, as taxas de crescimento

relativas ao segmento patronal.

Entre 2001 e 2003, período em que a agropecuária brasileira apresentou elevadas

taxas de crescimento, o segmento familiar do agronegócio cresceu 16,8% frente aos 15,3%

relativos ao setor patronal. No que se refere à produção primária, ou seja, ao

comportamento da agropecuária stricto sensu não se observaram diferenças, tendo a

agropecuária nacional aumentado em 26,4% seu valor agregado entre 2001/2003. Esse

desempenho extraordinário. deve-se ao comportamento das lavouras e, em menor medida, à

pecuária familiar. O valor adicionado do segmento das lavouras passou de R$ 68 bilhões

em 2001, para R$ 93 bilhões em 2003.

Considerando todo período 1995-2003, observa-se que, grosso modo, não

ocorreram alterações na participação das cadeias produtivas da agropecuária familiar no

PIB do agronegócio nacional, que, como se apontou, é ao redor de 1/3. Efetivamente,

durante todo o período, a participação do segmento familiar variou entre 32,2% e 33,6%,

tendo crescido 0,7 pontos percentuais entre 1995 e 2003. Esse incremento foi devido ao

comportamento das cadeias produtivas da pecuária, onde o segmento familiar aumentou sua

participação em 3,8 pontos percentuais no período e passando a responder, em 2003, por

40,6% do agronegócio ligado a produção animal.

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O agronegócio associado ao segmento familiar apresentou desempenhos inferiores

ao patronal nos anos de 2000, 2001 e 2002, tendo tido, nos demais anos, performances

melhores. Na segunda metade da década de 90, o agronegócio apresentou taxas de

crescimento baixas, quando não negativas, com o PIB tendo aumentado, entre 1995 e 2000,

somente 0,1%. Esse desempenho deveu-se, particularmente, ao comportamento das

lavouras e de sua agroindústria, bem como ao segmento industrial da pecuária patronal.

Vale notar que nesse período, a pecuária familiar e as cadeias produtivas a ela relacionadas

aumentaram de maneira expressiva seu valor adicionado. Assim, a cadeia da produção

animal dos agricultores familiares (insumos, setor, indústria e distribuição) cresceu 3,4%

a.a. no período 1995-2000. Esse bom desempenho continuou nos primeiros anos da atual

década, pois, entre 2000 e 2003, o agronegócio pecuário familiar aumentou seu valor

adicionado em 3,8% ao ano.

Já no que se refere ao segmento patronal, o que se sobressaiu é o comportamento da

produção vegetal, cujo valor adicionado aumentou em 1,5 vezes, entre 1995 e 2003, ou

seja, a uma taxa de crescimento anual de 4,8%. Todavia, esse comportamento não se

refletiu integralmente no conjunto das cadeias produtivas ligadas a produção vegetal do

segmento patronal, uma vez que, nesse caso, a taxa de crescimento anual foi de 2,1%. Isso

parece mostrar que o crescimento das lavouras não tem se espraiado para os setores

industriais e de serviços a ela articulados. Situação diversa do que se observa no caso da

produção animal desenvolvida pelos agricultores familiares, onde se assiste a uma

dispersão menor das taxas de crescimento anual dos diversos setores produtivos – insumos,

pecuária em si, indústria e distribuição.

Como resultado do desempenho do agronegócio familiar descrito acima, observou-

se, de um lado, um aumento da importância das atividades ligadas à produção animal no

agronegócio familiar, cuja participação passou de 34,1%, em 1995, para 37,4%, em 2003.

De outro lado, assistiu-se a uma diminuição na diferença entre o PIB do setor primário e o

PIB do agronegócio, ou seja, houve um aumento do valor adicionado na produção

agropecuária stricto sensu que não se fez acompanhar dos valores adicionados nos setores

industriais e de serviços a montante e a jusante. Efetivamente, enquanto, em 1995, o PIB do

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34

agronegócio era 3,7 vezes o PIB da agropecuária, em 2003, esse fator caiu para 3,3. Vale

sublinhar que essa diminuição foi maior no caso das lavouras do segmento patronal e de

pouca envergadura para a produção animal do segmento familiar. Isso parece apontar que o

crescimento do agronegócio nos últimos anos foi baseado no crescimento da atividade

primária das lavouras sem ocorrer o espraiamento na indústria de transformação, pois nos

setores de insumos e de distribuição as taxas de crescimento nos valores adicionados foram,

respectivamente, superiores ou semelhantes às observadas para a produção primária. No

caso dos insumos, verificam-se aumentos expressivos tanto para as lavouras como para a

pecuária, especialmente após 1999, o que parece refletir as alterações na política cambial.

Ainda que tenha ocorrido uma aproximação dos fatores de multiplicação do PIB da

agropecuária para o PIB do agronegócio entre os segmentos familiar e patronal, é evidente,

ainda, que as produções desenvolvidas pelos agricultores patronais apresentam relações

mais estreitas com os setores industriais e de serviços. Ou seja, há ainda espaço para a

agregação de valor nos cultivos e criações desenvolvidas pelos agricultores familiares,

significando uma participação ainda mais expressiva das cadeias produtivas articuladas à

agricultura familiar.

Esse cenário se faz evidente pelo fato de que no segmento patronal a participação da

indústria de base agropecuária é da ordem de 1/3, enquanto no agronegócio familiar foi de

22,7%, em 2003. No que concerne às participações dos setores de insumos e de distribuição

as diferenças são pouco expressivas. Esse descompasso, como já foi apontado, é inexistente

no caso da produção animal, onde o segmento industrial respondeu, em 2003, por 14,9% e

14,7% dos PIBs familiar e patronal, respectivamente. Outra particularidade da cadeia da

produção animal é a maior participação no PIB do setor de insumos, que, em 2003, foi

responsável por 10,5% do PIB do agronegócio pecuário, enquanto que nas lavouras essa

participação foi de 4,7%.

A estrutura de composição do PIB do agronegócio familiar e patronal e sua

evolução recente, discriminadas pelos cultivos e sub-setores industriais, chama a atenção o

crescimento vertiginoso da soja tanto no segmento familiar como no patronal. Em termos

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35

de pecuária, nota-se uma concentração na bovinocultura de corte nos patronais e uma maior

diversificação nos familiares, onde se destaca a avicultura e produção leiteira.

As estimativas do PIB do agronegócio familiar e sua evolução nos últimos oito anos

(1995 a 2003) mostram, claramente, que os pequenos agricultores ou os agricultores

familiares respondem por parcela expressiva da riqueza nacional, ainda mais tendo em vista

a insuficiência de terras, as dificuldades creditícias, o menor aporte tecnológico, a

fragilidade da assistência técnica e a subutilização da mão-de-obra. Essa relativa punjança

decorre, de uma lado, da existência de parcelas importantes do segmento familiar que se

encontram integradas aos setores agroindustriais e da distribuição e, de outro, à utilização

plena de suas terras. Cabe destacar o quão importante são esses agricultores nas atividades

da pecuária de pequeno porte – altamente articulada com os setores industriais, na

fumicultura e no beneficiamento de produtos alimentares. Há, por fim, muito espaço para o

crescimento do agronegócio familiar, tendo em conta que a amplificação da atividade

primária de caráter familiar em direção ao agronegócio é de menor envergadura que no

segmento patronal, isto é, no caso do Brasil o PIB da agricultura familiar é multiplicado por

2,8 em 2003, para se ter o agronegócio, esse fator é de 3,6 para o patronal e já foi da ordem

de 4,0 no segmento patronal em meados dos anos 90.

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ANEXO A – Valores do pib do agronegócio familiar, patronal e total para o brasil, 1995 a

2003

Tabela A.1 - Produto Interno Bruto dos Complexos Agrícola e Pecuário, 1995 a 2003, R$ Milhões de 2003, BRASIL.

Anos 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

PIB NACIONAL 1,342,350 1,378,037 1,423,118 1,424,995 1,436,188 1,498,816 1,518,489 1,547,748 1,556,182

PIB de Outros Setores da Economia 938,949 981,305 1,030,066 1,029,428 1,033,055 1,094,941 1,107,584 1,100,949 1,080,385

PIB do Agronegócio 403,400 396,733 393,052 395,567 403,134 403,875 410,905 446,798 475,797

PIB do COMPLEXO AGRÍCOLA 283,108 280,601 281,125 278,665 279,004 273,328 278,539 308,204 331,778

PIB - INSUMOS 8,878 9,210 9,178 9,633 10,946 11,300 11,755 13,577 15,564

PIB - SETOR AGRÍCOLA 67,571 67,619 67,479 71,020 67,371 62,565 67,902 80,077 92,855

PIB da produção utilizada como insumos 6,090 6,310 6,294 6,627 6,298 5,849 6,348 7,486 8,680PIB da produção vendida 61,481 61,309 61,185 64,393 61,074 56,716 61,555 72,591 84,175

PIB - INDÚSTRIA 115,126 108,933 110,762 104,695 107,760 108,834 107,360 114,481 118,594

PIB - DISTRIBUIÇÃO 91,533 94,839 93,705 93,318 92,926 90,629 91,521 100,069 104,765

PIB do COMPLEXO PECUÁRIO 120,293 116,132 111,927 116,902 124,130 130,547 132,366 138,594 144,019

PIB - INSUMOS 8,054 7,853 7,587 8,139 10,079 11,339 11,633 13,773 15,102

PIB - SETOR PECUÁRIO 41,382 38,251 37,031 39,888 42,779 45,853 45,957 48,097 51,092

PIB da produção utilizada como insumos 9,274 8,896 8,608 9,276 9,968 10,684 10,709 11,207 11,905PIB da produção vendida 32,108 29,355 28,423 30,612 32,811 35,168 35,249 36,890 39,187

PIB - INDÚSTRIA 21,838 22,014 20,927 20,057 20,370 20,608 21,102 21,457 21,240

PIB - DISTRIBUIÇÃO 49,019 48,014 46,382 48,817 50,902 52,747 53,673 55,267 56,585

Fonte: Dados da pesquisa

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Tabela A.2 - Produto Interno Bruto do Agronegócio Familiar e Patronal, 1995 a 2003, R$ Milhões de 2003, BRASIL.

Anos 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

PIB do AGRONEGÓCIO 403,400 396,733 393,052 395,567 403,134 403,875 410,905 446,798 475,797

PIB do Agronegócio Familiar 129,901 128,073 127,957 129,164 135,570 134,688 134,048 143,176 156,597

PIB da AGRICULTURA FAMILIAR 85,592 84,374 84,928 82,534 86,173 82,324 80,937 87,308 98,066

PIB - INSUMOS 2,935 3,001 3,016 3,170 3,755 3,720 3,746 4,228 4,917

PIB - SETOR AGRÍCOLA 26,691 26,369 26,488 26,860 26,477 24,036 24,871 28,355 33,575

PIB da produção utilizada como insumos 2,146 2,192 2,204 2,325 2,300 2,052 2,158 2,489 2,926PIB da produção vendida 24,545 24,177 24,284 24,536 24,178 21,984 22,713 25,867 30,649

PIB - INDÚSTRIA 28,380 26,511 27,133 24,711 26,430 26,093 24,541 25,298 26,762

PIB - DISTRIBUIÇÃO 27,586 28,493 28,291 27,792 29,511 28,476 27,779 29,426 32,812

PIB da PECUÁRIA FAMILIAR 44,309 43,699 43,029 46,630 49,397 52,364 53,111 55,869 58,531

PIB - INSUMOS 2,667 2,737 2,749 3,027 3,688 4,177 4,312 5,123 5,594

PIB - SETOR PECUÁRIO 16,766 15,968 15,633 16,988 17,951 19,152 19,105 20,282 22,023

PIB da produção utilizada como insumos 2,879 2,911 2,933 3,246 3,430 3,702 3,734 3,922 4,149PIB da produção vendida 13,887 13,057 12,700 13,742 14,521 15,450 15,370 16,359 17,875

PIB - INDÚSTRIA 7,560 7,837 7,693 7,908 7,960 8,127 8,450 8,600 8,715

PIB - DISTRIBUIÇÃO 17,317 17,157 16,954 18,707 19,799 20,909 21,245 21,865 22,199

PIB do Agronegócio Patronal 273,499 268,660 265,095 266,403 267,564 269,186 276,857 303,622 319,200

PIB da AGRICULTURA PATRONAL 197,516 196,227 196,197 196,131 192,831 191,004 197,601 220,896 233,713

PIB - INSUMOS 5,943 6,209 6,163 6,463 7,191 7,581 8,009 9,350 10,647

PIB - SETOR AGRÍCOLA 40,880 41,250 40,991 44,159 40,894 38,529 43,031 51,722 59,279

PIB da produção utilizada como insumos 3,945 4,118 4,090 4,302 3,998 3,797 4,189 4,997 5,754PIB da produção vendida 36,936 37,132 36,901 39,857 36,896 34,733 38,841 46,725 53,526

PIB - INDÚSTRIA 86,747 82,422 83,629 79,984 81,331 82,741 82,819 89,182 91,833

PIB - DISTRIBUIÇÃO 63,946 66,346 65,414 65,526 63,415 62,153 63,742 70,642 71,953

PIB da PECUÁRIA PATRONAL 75,983 72,433 68,898 70,272 74,733 78,183 79,255 82,726 85,488

PIB - INSUMOS 5,387 5,116 4,838 5,112 6,391 7,162 7,322 8,650 9,508

PIB - SETOR PECUÁRIO 24,616 22,283 21,398 22,900 24,828 26,701 26,853 27,815 29,068

PIB da produção utilizada como insumos 6,395 5,985 5,676 6,030 6,538 6,982 6,975 7,285 7,757PIB da produção vendida 18,221 16,297 15,723 16,870 18,290 19,719 19,878 20,530 21,312

PIB - INDÚSTRIA 14,278 14,177 13,234 12,149 12,410 12,481 12,652 12,858 12,525

PIB - DISTRIBUIÇÃO 31,702 30,857 29,428 30,110 31,103 31,839 32,428 33,403 34,386

Fonte: Dados da pesquisa

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Tabela A.3 -Produto Interno Bruto do Setor Primário e Industrial do Agronegócio Familiar, 1995 a 2003, R$ Milhões de 2003, BRASIL.

Anos 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

PIB do SETOR PRIMÁRIO FAMILIAR 43,456 42,337 42,121 43,849 44,428 43,188 43,976 48,637 55,599

SETOR PRIMÁRIO - LAVOURAS 26,691 26,369 26,488 26,860 26,477 24,036 24,871 28,355 33,575

Cultura: SOJA 1,442 1,720 1,993 1,849 1,802 1,706 2,416 2,998 3,920

Cultura: MILHO 1,517 1,453 1,238 1,167 1,327 1,313 1,259 1,442 1,991

Cultura: FUMO 1,007 1,164 1,374 1,122 1,295 1,123 1,081 1,244 1,356

OUTRAS CULTURAS 22,725 22,032 21,884 22,723 22,053 19,893 20,115 22,671 26,309

SETOR PRIMÁRIO - PECUÁRIA 16,766 15,968 15,633 16,988 17,951 19,152 19,105 20,282 22,023

Criacão: AVES 3,559 3,629 4,038 4,575 5,113 5,233 5,306 6,268 7,247

Criacão: BOVINOS 3,973 3,459 3,578 3,930 4,335 4,753 4,881 5,045 4,972

Criacão: LEITE 5,383 5,134 4,749 4,627 4,470 4,902 4,549 4,710 5,336

Criacão: SUÍNOS 1,662 1,570 1,705 1,726 1,808 1,832 1,925 1,753 1,870

Criacão: OUTROS PECUÁRIA 2,188 2,176 1,563 2,131 2,224 2,433 2,443 2,506 2,598

PIB do SETOR INDUSTRIAL FAMILIAR 35,939 34,348 34,826 32,619 34,390 34,219 32,991 33,898 35,477

INDÚSTRIA - LAVOURAS 28,380 26,511 27,133 24,711 26,430 26,093 24,541 25,298 26,762

MADEIRA & MOBILIÁRIO 1,443 1,105 1,087 898 1,184 1,352 1,266 1,298 910

CELULOSE, PAPEL E GRÁFICA. 1,448 1,061 1,017 858 1,360 1,770 1,637 1,821 1,413

ÁLCOOL 456 371 463 411 525 503 536 623 798

INDÚSTRIA TÊXTIL 3,383 2,401 1,734 1,037 851 906 564 580 497

ARTIGOS DO VESTUÁRIO 2,285 1,747 1,259 821 543 563 318 287 185

INDÚSTRIA DO CAFÉ 1,066 988 977 1,246 1,493 1,470 1,146 901 1,069

INDÚSTRIA DO FUMO 6,135 6,461 7,552 6,045 4,815 3,840 3,442 4,005 3,267

BENEF. PRODUTOS VEGETAIS 4,697 4,461 4,757 4,484 4,240 3,891 4,092 4,608 4,902

FABRICAÇÃO DE AÇÚCAR 371 303 316 331 369 394 454 504 551

FABRICAÇÃO DE ÓLEOS VEGETAIS 1,842 1,815 1,981 1,805 1,699 1,302 1,600 1,922 2,084

OUTROS PRODUTOS ALIMENTARES 5,253 5,796 5,989 6,774 9,350 10,102 9,486 8,748 11,085

INDÚSTRIA - PECUÁRIA 7,560 7,837 7,693 7,908 7,960 8,127 8,450 8,600 8,715

FABRICAÇÃO DE CALÇADOS 486 491 438 353 333 328 310 303 277

ABATE DE AVES 1,185 1,253 1,323 1,474 1,607 1,657 1,731 1,982 2,129

ABATE DE BOVINOS 749 674 663 719 829 840 898 986 942

ABATE DE SUÍNOS E OUTROS 1,938 1,892 1,955 1,953 2,139 2,003 2,190 2,120 2,192

INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS 3,202 3,527 3,315 3,409 3,051 3,298 3,321 3,208 3,175

Fonte: Dados da pesquisa

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Tabela A.4 -Produto Interno Bruto do Setor Primário e Industrial do Agronegócio Patronal, 1995 a 2003, R$ Milhões de 2003, BRASIL.

Anos 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

PIB do SETOR PRIMÁRIO PATRONAL 65,497 63,532 62,390 67,059 65,722 65,230 69,884 79,537 88,348

SETOR PRIMÁRIO - LAVOURAS 40,880 41,250 40,991 44,159 40,894 38,529 43,031 51,722 59,279

Cultura: SOJA 2,410 2,803 3,485 3,386 3,546 3,689 4,560 6,690 7,976

Cultura: MILHO 1,505 1,656 1,433 1,302 1,525 1,479 1,428 1,814 2,345

Cultura: FUMO 34 35 40 34 38 31 29 33 35

OUTRAS CULTURAS 36,931 36,756 36,033 39,437 35,786 33,330 37,014 43,185 48,924

SETOR PRIMÁRIO - PECUÁRIA 24,616 22,283 21,398 22,900 24,828 26,701 26,853 27,815 29,068

Criacão: AVES 5,041 4,432 4,261 4,519 5,047 5,067 5,047 5,895 6,905

Criacão: BOVINOS 10,789 9,593 10,135 10,951 12,077 13,467 13,802 13,891 13,704

Criacão: LEITE 4,832 4,573 4,198 3,922 3,959 4,051 3,741 3,846 4,195

Criacão: SUÍNOS 1,123 997 1,017 1,005 1,065 1,147 1,252 1,192 1,312

Criacão: OUTROS PECUÁRIA 2,832 2,688 1,787 2,504 2,680 2,969 3,011 2,992 2,954

PIB do SETOR INDUSTRIAL PATRONAL 101,025 96,599 96,863 92,133 93,741 95,222 95,472 102,040 104,357

INDÚSTRIA - LAVOURAS 86,747 82,422 83,629 79,984 81,331 82,741 82,819 89,182 91,833

MADEIRA & MOBILIÁRIO 13,188 12,636 12,481 11,626 11,626 12,013 11,652 10,947 11,104

CELULOSE, PAPEL E GRÁFICA. 15,731 14,379 13,838 13,137 15,862 18,695 17,901 18,282 20,425

ÁLCOOL 4,460 4,164 5,276 4,469 5,091 5,222 5,857 6,691 8,899

INDÚSTRIA TÊXTIL 9,370 8,816 8,548 7,929 8,810 8,654 7,951 7,767 7,664

ARTIGOS DO VESTUÁRIO 9,157 9,093 8,658 8,614 7,650 7,327 6,063 5,198 3,848

INDÚSTRIA DO CAFÉ 2,378 2,458 2,395 3,226 3,385 3,271 3,188 2,682 2,436

INDÚSTRIA DO FUMO 149 128 146 121 92 69 58 66 52

BENEF. PRODUTOS VEGETAIS 7,173 7,647 8,264 7,552 7,318 6,604 6,986 8,586 8,639

FABRICAÇÃO DE AÇÚCAR 3,231 3,035 3,216 3,209 3,189 3,653 4,418 4,825 5,477

FABRICAÇÃO DE ÓLEOS VEGETAIS 4,240 4,084 4,750 4,511 4,532 3,787 4,110 5,756 5,732

OUTROS PRODUTOS ALIMENTARES 17,668 15,981 16,057 15,589 13,776 13,446 14,636 18,382 17,558

INDÚSTRIA - PECUÁRIA 14,278 14,177 13,234 12,149 12,410 12,481 12,652 12,858 12,525

FABRICAÇÃO DE CALÇADOS 6,472 6,642 6,020 4,791 4,526 4,508 4,258 4,080 3,735

ABATE DE AVES 1,717 1,569 1,433 1,496 1,630 1,650 1,693 1,917 2,086

ABATE DE BOVINOS 2,558 2,349 2,359 2,517 2,902 2,989 3,187 3,415 3,264

ABATE DE SUÍNOS E OUTROS 1,378 1,268 1,233 1,203 1,333 1,324 1,502 1,518 1,617

INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS 2,153 2,350 2,189 2,142 2,019 2,010 2,012 1,927 1,822

Fonte: Dados da pesquisa

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40

TabelaA.5 -Produto Interno Bruto do Setor Primário e Industrial do Agronegócio, 1995 a 2003, R$ Milhões de 2003, BRASIL.

Anos 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

PIB do SETOR PRIMÁRIO - AGRONEGÓCIO 108,953 105,870 104,510 110,908 110,150 108,417 113,860 128,174 143,947

SETOR PRIMÁRIO - LAVOURAS 67,571 67,619 67,479 71,020 67,371 62,565 67,902 80,077 92,855

Cultura: SOJA 3,852 4,523 5,478 5,235 5,348 5,395 6,976 9,688 11,896

Cultura: MILHO 3,022 3,109 2,671 2,469 2,852 2,792 2,687 3,256 4,335

Cultura: FUMO 1,042 1,199 1,414 1,155 1,333 1,155 1,110 1,277 1,391

OUTRAS CULTURAS 59,655 58,789 57,917 62,160 57,839 53,223 57,129 65,856 75,233

SETOR PRIMÁRIO - PECUÁRIA 41,382 38,251 37,031 39,888 42,779 45,853 45,957 48,097 51,092

Criacão: AVES 8,600 8,061 8,300 9,094 10,160 10,300 10,353 12,163 14,152

Criacão: BOVINOS 14,761 13,052 13,713 14,880 16,413 18,219 18,683 18,935 18,675

Criacão: LEITE 10,215 9,707 8,947 8,549 8,429 8,953 8,290 8,557 9,531

Criacão: SUÍNOS 2,785 2,566 2,721 2,731 2,873 2,979 3,177 2,944 3,182

Criacão: OUTROS PECUÁRIA 5,020 4,864 3,350 4,634 4,904 5,401 5,454 5,498 5,552

PIB do SETOR INDUSTRIAL - AGRONEGÓCIO 136,964 130,947 131,689 124,752 128,131 129,442 128,462 135,938 139,834

INDÚSTRIA - LAVOURAS 115,126 108,933 110,762 104,695 107,760 108,834 107,360 114,481 118,594

MADEIRA & MOBILIÁRIO 14,631 13,741 13,568 12,524 12,810 13,365 12,918 12,246 12,014

CELULOSE, PAPEL E GRÁFICA. 17,180 15,441 14,855 13,994 17,222 20,464 19,538 20,103 21,838

ÁLCOOL 4,916 4,535 5,739 4,880 5,616 5,725 6,393 7,314 9,697

INDÚSTRIA TÊXTIL 12,753 11,218 10,282 8,965 9,660 9,560 8,515 8,347 8,162

ARTIGOS DO VESTUÁRIO 11,442 10,841 9,918 9,436 8,193 7,890 6,381 5,485 4,033

INDÚSTRIA DO CAFÉ 3,444 3,446 3,373 4,472 4,879 4,741 4,334 3,583 3,505

INDÚSTRIA DO FUMO 6,283 6,589 7,698 6,167 4,907 3,909 3,500 4,070 3,319

BENEF. PRODUTOS VEGETAIS 11,870 12,108 13,020 12,036 11,558 10,495 11,078 13,194 13,541

FABRICAÇÃO DE AÇÚCAR 3,602 3,339 3,532 3,541 3,558 4,048 4,871 5,329 6,028

FABRICAÇÃO DE ÓLEOS VEGETAIS 6,083 5,899 6,731 6,317 6,231 5,089 5,710 7,678 7,815

OUTROS PRODUTOS ALIMENTARES 22,922 21,777 22,046 22,363 23,126 23,548 24,122 27,131 28,643

INDÚSTRIA - PECUÁRIA 21,838 22,014 20,927 20,057 20,370 20,608 21,102 21,457 21,240

FABRICAÇÃO DE CALÇADOS 6,958 7,132 6,457 5,143 4,859 4,836 4,568 4,383 4,012

ABATE DE AVES 2,902 2,822 2,756 2,970 3,238 3,307 3,424 3,899 4,215

ABATE DE BOVINOS 3,307 3,023 3,022 3,236 3,731 3,829 4,085 4,402 4,206

ABATE DE SUÍNOS E OUTROS 3,316 3,159 3,187 3,156 3,472 3,328 3,693 3,638 3,809

INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS 5,355 5,877 5,503 5,551 5,070 5,308 5,333 5,135 4,997

Fonte: Dados da pesquisa