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Técnicas Vegetais de Observação

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  • PREPARO DE LMINAS HISTOLGICAS

    Ana Lcia Tosta Ribeiro, Anderson Carrijo da Costa,

    Cntia Ruiz Denadai, rika Maria Antonino Fonseca,

    Fabiana Peghim, Janayne Aparecida Pentino,

    Luiz Alves Rodrigues, Priscila Maria Antonini,

    Teresinha de Jesus Borin de Carvalho,

    Vanessa Cristina Mazzi

    Centro Universitrio da Fundao Educacional de Barretos

    INTRODUO

    O mtodo mais comum usado em histologia vegetal permite a obteno

    de preparados histolgicos permanentes (lminas) para estudo ao microscpio

    ptico. Nesse instrumento os objetos so examinados por transparncia e

    como rgos muito delgados so raros, a maioria precisa ser reduzida a cortes

    finos, suficientemente transparentes para serem examinados ao microscpio.

    Estes cortes so feitos com um micrtomo, mas antes de serem cortados os

    tecidos devem passar por uma srie de tratamentos.

    Obviamente, o que se deseja levar ao microscpio um preparo no qual

    os tecidos estejam perfeitamente preservados, apresentando a mesma

  • estrutura e composio qumica que possuam quando vivos. Mas apesar dos

    cuidados tomados, esse ideal no alcanado plenamente, observando-se em

    todos os cortes histolgicos certos artefatos decorrentes do processamento que

    sofreram.

    A fim de evitar a destruio das clulas por suas prprias enzimas, ou

    por bactrias, os tecidos removidos devem ser adequadamente tratados

    imediatamente aps a sua retirada. Esse tratamento denominado fixao. A

    principal funo dos fixadores insolubilizar as protenas dos tecidos.

    Para obteno dos cortes, os tecidos devem ser embebidos e envolvidos

    por substncia de consistncia firme. As substncias mais usadas para essa

    finalidade (meios de incluso) so a parafina e as resinas plsticas.

    Os tecidos devem sofrer uma srie de tratamentos antes da

    impregnao. Na primeira etapa do processo, denominada desidratao, a

    gua extrada dos tecidos pela passagem dos mesmos em banhos de

    concentraes crescentes de etanol, geralmente de 70%, at etanol puro

    (100%).

    Em seguida, o etanol substitudo por um lquido miscvel e geralmente

    usa-se xilol ou benzol. Os tecidos embebidos nessas substncias tornam-se

    translcidos, razo por que essa etapa denominada clareamento.

    Mergulham-se, ento, os tecidos em parafina fundida numa estufa a 60C.

    Devido ao calor, o xilol ou benzol evaporam, e os espaos anteriormente

    ocupados pela parafina ficam livres. Coloca-se o tecido num recipiente

    contendo um pouco de parafina fundida e deixa-se solidificar, formando-se um

    bloco de parafina com o tecido no seu interior (incluso).

    Os blocos de parafina, contendo os tecidos includos, so seccionados pela

    navalha de ao do micrtomo, obtendo-se geralmente cortes de 6 a 8 m de

    espessura.

    A maioria dos tecidos incolor, o que torna difcil sua observao ao

    microscpio ptico. Devido a isso, foram introduzidos mtodos para a

  • colorao dos tecidos, de modo a tornar seus componentes visveis e

    destacados uns dos outros.

    A maioria dos corantes usados em histologia comporta-se como cidos

    ou bases e tendem a formar ligaes salinas com radicais ionizveis presentes

    nos tecidos.

    A hematoxilina comporta-se como um corante bsico, ligando-se s

    estruturas basfilas dos tecidos. A hematoxilina cora em azul os ncleos

    celulares e outras estruturas de natureza cida, como regies do citoplasma

    ricas em RNA e espessamentos celulares de celulose.

    Ao estudar um corte histolgico no microscpio, preciso ter em mente

    que a estrutura das clulas e tecidos est alterada pela tcnica histolgica. As

    etapas da tcnica histolgica, subseqentes fixao (desidratao,

    clareamento, impregnao e colorao), tambm introduzem algumas

    modificaes nos tecidos, que no devem dificultar a caracterizao das

    estruturas estudadas.

    Alm disso, a delgada espessura dos cortes cria um obstculo ao estudo

    tridimensional dos tecidos e rgos. Para se chegar a compreender a

    arquitetura tridimensional de um rgo ou tecido, torna-se necessrio o estudo

    de cortes realizados em diferentes direes.

    MATERIAIS E MTODOS

    Para a realizao dos cortes histolgicos, foram cortados e retirados

    segmentos no 1/3 proximal da regio laminar, retirando cerca de 1 cm2 cada

    pea nas folhas de Hibiscus rosacinencis L. com auxlio de uma rgua e

    tesoura. Estes pedaos de folhas foram submetidos s seguintes metodologias:

    Metodologia I:

  • Utilizou-se a mesma tcnica para os cortes histolgicos de tecido animal,

    procedendo desidratao, clareamento, impregnao, incluso e a colorao

    com o auxilio de cassete (Lupe), pinas, bqueres, cronmetro, proveta,

    estufa, geladeira, micrtomo, lminas, lamnulas, resina Permount (Fisher

    Scientific) e o microscpio para visualizao dos cortes preparados.

    Consistindo-se na passagem dos cassete (Lupe) (onde contm a pea da

    planta) nas seguintes substncias e nos tempos indicados:

    DESIDRATAO:

    lcool 70% 30 minutos

    lcool 75% 30 minutos

    lcool 80% 30 minutos

    lcool 85% 30 minutos

    lcool 90% 30 minutos

    lcool absoluto I 30 minutos

    lcool absoluto II 30 minutos

    lcool absoluto / xilol 30 minutos

    CLAREAMENTO:

    Xilol I 20 minutos

    Xilol II 20 minutos

    Xilol III 20 minutos

    IMPREGNAO:

    Parafina I 30 minutos

    Parafina II 30 minutos

    Parafina III 30 minutos

  • Aps estes procedimentos, realizou-se a incluso da pea no molde de

    parafina, onde ela inclusa no centro do molde at completa solidificao,

    resfriada e levada a geladeira por no mnimo 40 minutos. A pea moldada de

    acordo com o tamanho do micrtomo, sendo realizado os cortes de 7 m que

    so levados ao banho-maria na temperatura entorno de 50C. Os cortes so

    colocados na lmina e corados com a hematoxilina (HE), seguindo os tempos

    necessrios:

    Xilol I 7 minutos

    Xilol II 7 minutos

    lcool absoluto I passagem

    lcool absoluto II passagem

    lcool 90% passagem

    lcool 70% passagem

    gua 2 minutos

    Hematoxilina 2 minutos

    gua 2 minutos

    lcool 70% passagem

    lcool absoluto I passagem

    lcool absoluto II passagem

    Xilol I passagem

    Xilol II passagem

    Xilol III passagem

    Feita a colorao, as lamnulas foram fixadas nas lminas com permount,

    estando pronta para a visualizao no microscpio.

    METODOLOGIA II:

    Aplicou-se a tcnica anterior mudando somente o tempo de permanncia

    do xilol no clareamento, de 20 minutos para 10 e 5 minutos. Na colorao, de

  • 7 minutos para 3 e posteriormente para 1minuto, seguindo normalmente as

    outras etapas at visualizao.

    METODOLOGIA III:

    Quando as peas das plantas foram removidas, elas ficaram por cerca de

    12 horas no formol para que fosse realizada a fixao e prosseguiu-se

    normalmente com a desidratao, clareamento, impregnao e colorao da

    metodologia anterior.

    METODOLOGIA IV:

    As peas foram colocadas por 10 minutos na gua destilada, 20 minutos

    no xilol, incluidas no molde de parafina e ento foram feitos os cortes no

    micrtomo.

    METODOLOGIA V:

    As peas contidas no cassete (Lupe) passaram pelos seguintes

    procedimentos:

    gua destilada 10 minutos

    Xilol 20 minutos

    Descansou at que o xilol tenha escorrido.

    Xilol 20 minutos

    Depois foram colocadas em parafina e levadas para a estufa a 56C. Fez-

    se a incluso nos moldes, esperou-se secarem e foram levadas para a

    geladeira. As peas foram moldadas no micrtomo e feitos os cortes, tiradas

    do banho-maria e passadas para as lminas, fazendo-se a colorao nas

    seguintes substncias:

    Hipoclorito 7 minutos

    Hematoxilina 1 minuto

  • gua de torneira lavagem

    Lugol 1 minuto

    As lamnulas foram fixadas nas lminas com Permount (Fisher

    Scientific) e visualizadas ao microscpio.

    METODOLOGIA VI:

    Utilizou-se o procedimento da desidratao, clareamento, impregnao e a

    incluso da metodologia I, e cortes no tamanho de 20, 25 e 40 m.

    Para a colorao foram usadas as seguintes substncias e tempos:

    Xilol I 1 minuto

    Xilol II 1 minuto

    lcool absoluto I passagem

    lcool absoluto II passagem

    lcool 90% passagem

    lcool 70% passagem

    gua de torneira lavagem

    Hipoclorito 5 minutos

    gua de torneira lavagem

    Lugol 1 minuto

    Hematoxilina 38 segundos

    gua de torneira lavagem

    lcool 70% passagem

    lcool 90% passagem

    lcool absoluto I passagem

    Xilol I passagem

    Xilol II passagem

    Xilol III passagem

  • Aps a colorao as lamnulas foram colocadas nas lminas com Permount

    (Fisher Scientific) e visualizadas ao microscpio.

    METODOLOGIA VII:

    Fez-se o mesmo procedimento da metodologia V, mudando as

    substncias e tempos na colorao:

    Xilol I 3 minutos

    Xilol II 3 minutos

    lcool absoluto I passagem

    lcool absoluto II passagem

    lcool 90% passagem

    lcool 70% passagem

    gua de torneira lavagem

    Lugol 5 minutos

    Hematoxilina 38 segundos

    gua de torneira lavagem

    lcool 70% passagem

    lcool 90% passagem

    lcool absoluto I passagem

    lcool absoluto I passagem

    Xilol I passagem

    Xilol II passagem

    Xilol III passagem

    Foram colocadas as lamnulas e visualizadas ao microscpio.

    RESULTADOS

  • Todas as Metodologias I a VI descritas e testadas, no produziram cortes

    bons, montados em lminas para visualizao ao microscpio ptico adequadas,

    tornando-se difcil a distino dos tecidos a serem estudados.

    As figuras abaixo mostram os cortes obtidos com a Metodologia VII que

    mostrou-se a mais indicada para o estudo de cortes da regio laminar de

    folhas de vegetais.

    Figura 1

    Figura 2

    Figura 3

    Dependendo da finalidade a que se destina pode-se montar os cortes em

    lminas para observao imediata ou em lminas ditas permanentes. Neste

    estudo obtivemos os melhores cortes semi-permanentes com a Metodologia

    VII.

    Outra dificuldade encontrada no estudo da histologia decorreu do fato de

    que, quando se cora um preparado histolgico, dependendo da tcnica

    empregada, apenas alguns aspectos das estruturas teciduais so evidenciados.

    difcil o preparo de uma lmina que mostre todos componentes celulares e

    todos os detalhes dos tecidos.

    Leia mais sobre a produo de lminas vegetais em:

    a) Junqueira, L. C.; Carneiro, J.; Histologia Bsica, 8 edio, Editora

    Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1995.

  • b) Esau, K., Anatomia das Plantas com Sementes; Editora Edgard Blucher,

    S.P.,1974.

    Figuras e legendas

    Figura 1: corte de folha de Hibiscus rosacinencis L.,

    corado com lugol no tamanho de 20 m.

  • Figura 2: corte de folha de Hibiscus rosacinencis L.,

    corado com hematoxilina no tamanho de 20 m.

    Figura 3: corte de folha de Hibiscus rosacinencis L.,

    corado com hematoxilina no tamanho de 20 m.