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Tecnologia audiovisual para gravação de audiências CENTRAL DE HASTAS PÚBLICAS, 1 ANO TREINAMENTO EM 2009 ESTÁGIO NA JUSTIÇA FEDERAL DESAFIOS NA ADMINISTRAÇÃO DE VARA MISTA COM MAIS DE 10 MIL PROCESSOS Expectativas e opiniões quanto ao projeto piloto testado em varas federais da Justiça Federal de São Paulo. NESTA EDIÇÃO

Tecnologia audiovisual para gravação de audiências · somadas para dar um toque a mais e, deste modo, a rotina vive bem longe da nossa área. Nos últimos anos, não só aqui,

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Tecnologia audiovisualpara gravaçãode audiências

CENTRAL DE HASTAS PÚBLICAS, 1 ANO

TREINAMENTO EM 2009

ESTÁGIO NA JUSTIÇA FEDERAL

DESAFIOS NA ADMINISTRAÇÃODE VARA MISTA COM MAIS DE

10 MIL PROCESSOS

Expectativas e opiniões quanto ao projetopiloto testado em varas federais daJustiça Federal de São Paulo.

N E S T A E D I Ç Ã O

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EDITORIAL

informa seu público interno, a principalengrenagem deste motor chamado Justiça.Não é à toa o crescimento de campanhasinternas, na qual destaco: treinamentos, açõesde saúde, eventos jurídicos, palestras efilantropia.

Fico motivado ao participar destes projetoscom a minha equipe, seja elaborandocampanhas ou atendendo jornalistas, pois é aforma de mostrar o valor e o papel da

comunicação estratégica. Inclusive desta Revista, quenesta edição destaca a matéria sobre a tecnologiaaudiovisual de gravação de audiências, ainda em teste naJFSP, mas que nos apresenta um exercício de futurologia,mostrando como este projeto pode ser um dos possíveiscaminhos para agilizar e modernizar as audiências. Noespaço Boas Práticas os magistrados relatam os desafiose prioridades na administração com vara mista com maisde 10 mil processos. A matéria sobre estágios mostra oimportante elo entre o trabalho e aprendizado que seestabelece na relação da instituição com os estagiários,uma via de mão dupla onde todos ganham. Ainda na áreade Recursos Humanos fizemos um levantamento daprevisão de cursos em 2009, alguns desses integrantes doPrograma Nacional de Capacitação.

Além das seções habituais, a edição n.º11 inauguradois novos espaços: cartas e dicas de saúde. O primeiroabre o canal de comunicação entre os leitores e a Revista,sendo um espaço destinado a elogios, sugestões dematérias e críticas. No segundo, publicaremos importantesdicas de saúde, vitais para o nosso dia-a-dia.

Por fim, encerro esta resenha agradecendo todaminha equipe nas duas frentes de trabalho: editoração ejornalismo. Ambas desenvolvem seus talentos eprofissionalismo diariamente, mostrando o que cada umpode oferecer de melhor para a instituição.

Helio C. Martins JuniorDiretor do Núcleo de Comunicação Social

Há quase dois anos no gerenciamentoda produção da Justiça em Revista, minhaspreocupações sempre são reunião de pauta,assuntos, produção e tratamento de imagens,prazos, anúncio da contracapa, editoração,capa, aprovação, impressão, edição virtual,recebimento e, finalmente, distribuição. Entreas duas últimas etapas, o ciclo se reinicia commais uma reunião de pauta para a próximaedição. Nesta Revista somou-se uma etapainteressante: escrever este editorial. Junto ao trabalho deprodução da revista, outras atribuições sempre sãosomadas para dar um toque a mais e, deste modo, a rotinavive bem longe da nossa área.

Nos últimos anos, não só aqui, mas em todo PoderJudiciário, estratégias de comunicação vem ganhando umpapel importante na transparência da Justiça Federalbrasileira. Há grande mobilização de servidores emagistrados que querem tornar a instituição mais próximada população e de seus funcionários. Diversas “vias” estãosendo utilizadas para este fim. A Justiça em Revista é umadelas e seu foco está dividido em duas frentes:Administração Pública e Direito. Veiculamos informações,projetos e ações. A tiragem de 5 mil exemplares édistribuída a todos os servidores e magistrados do Estadode São Paulo e áreas de comunicação das demais SeçõesJudiciárias e Tribunais Regionais Federais do país.

A outra “via” muito presente é o trabalho deassessoria de imprensa. Publicamos de forma jornalística edidática as decisões judiciais e auxiliamos na divulgação eno entendimento para a população e para a mídia, fonteprincipal da opinião pública. Diariamente notícias sobre aJustiça Federal preenchem os jornais, revistas, rádios eemissoras de TV. Se durante os anos 80 o assunto eraeconomia, devido aos planos econômicos e mudanças demoedas, agora é a vez do Judiciário estar presente,mostrando seu trabalho e seus resultados. E o melhor:pouco a pouco, desmitifica-se sua velha imagem.

Por meio da comunicação interna, o chamadoendomarkerting, a administração da JFSP integra, motiva e

ÍNDICEAconteceu: ..................................................................................................................................................................................... 03Administração: Treinamento em destaque .................................................................................................................................... 04Judiciário: Central de Hastas Públicas Unificadas, 1 ano de conquistas ................................................................................... 05Tecnologia: Gravação de audiências em audiovisual .................................................................................................................... 06Boas Práticas: Desafios e prioridades na administração de vara mista com mais de 10 mil processos ...................................... 08Recursos Humanos: Estágios na Justiça Federal ..........................................................................................................................10Entretenimento e Cultura................................................................................................................................................................ 11Dicas de Saúde .............................................................................................................................................................................. 11

EXPEDIENTEDiretora do Foro: juíza federal Renata Andrade Lotufo. Vices-diretores do foro: juíza federal Raecler Baldresca e juiz federal Rodrigo Zacharias.Diretora da secretaria administrativa: Rosinei Silva. Diretor do Núcleo de Comunicação Social: Helio C. Martins Jr. Seção de Multimídia eAudiovisual: Gerrinson Rodrigues de Andrade e Christiane Amélia Martins Fonseca; Seção de Produção de Texto e Atendimento à Imprensa:Ricardo Acedo Nabarro, Dorealice de Alcântara e Silva, Elizabeth Branco Pedro e Viviane Ponstinnicoff, estagiária: Erica Costa. Visite também aversão virtual da revista em http://intranet.jfsp.jus.br/revista/index.htm. Contato: [email protected].

Justiça em Revista

Comunicação e transparência

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3Justiça em Revista

ACONTECEU

II WORKSHOP SOBRE PENHORA E AVALIAÇÃO DE BENS - Analistasjudiciários, executantes de mandados, diretores de secretaria e servidores daárea de penhora e leilão reuniram-se no II Workshop Sobre Penhora eAvaliação de Bens que aconteceu no dia 19 de fevereiro, no Fórum deExecuções Fiscais de São Paulo. O evento foi organizado em razão daimplantação da Central de Mandados Cíveis.

ALMOÇO DO SABER PROMOVE CICLO DE PALESTRAS * – A parceria firmada entre a Justiça Federal de São Pauloe o Ministério Público Federal promoveu o “Almoço do Saber”, evento realizado entre os dias 24 de março e 6 de abril noauditório do Juizado Especial Federal de São Paulo. As palestras foram transmitidas por videoconferência para todas asseções judiciárias dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. O evento foi aberto pelo procurador da RepúblicaJeferson Aparecido Dias com a palestra “A prestação de serviços públicos para pessoas idosas diante do envelhecimentoda população”.

JF ASSIS COMEMORA 10 ANOS COM SEMANA JURÍDICA * - A Justiça Federal da cidade de Assis comemorou nosdia 22, 23 e 24 de abril seus dez anos com a “Jornada de Estudos Jurídicos de Assis”. Além da semana jurídica, osservidores de Assis também comemoraram o novo Fórum da cidade, que está previsto para ser inaugurado até o final de2009.

*Assista ao video no espaçomultimídia da Revista virtualem: http://imprensa.jfsp.gov.br ou pela internet no endereço:www.jfsp.jus.br no botão:imprensa > videoteca virtual.

CENTRAL DE MANDADOS UNIFICADA É INAUGURADA EM SÃOPAULO * - A Justiça Federal de São Paulo de 1° Grau realizou, no dia 17de março, a inauguração da Central Unificada de Mandados. Estiverampresentes a presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região,desembargadora federal Marli Ferreira e o juiz federal coordenador daCentral Unificada Paulo César Conrado, entre outros juízes e autoridades.“Oferecemos a possibilidade das pessoas participarem das grandesdiscussões jurídicas de forma interativa”, disse a presidente do TRF3.

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JUSTIÇA FEDERAL COMEMORADIA INTERNACIONAL DA MULHERForam realizados no dia 8 de março,eventos, palestras e sorteios debrindes em comemoração ao “DiaInternacional da Mulher”. Asatividades tiveram início desde o dia6 de março. A diretora do foro daJustiça Federal, Renata AndradeLotufo, falou às servidoras por meiode um vídeo gravado, que também foitransmitido por videoconferência paraas outras subseções judiciárias.

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ADMINISTRAÇÃO

Treinamento em Destaque

A Justiça Federal de São Paulo tem como metaagilidade e qualidade para a prestação jurisdicional dainstituição. Para isso, investe em tecnologia de ponta e namelhoria das instalações dos vários setores que compõemos fóruns federais de sua jurisdição.

Os procedimentos específicos de cada área e osnovos sistemas utilizados para otimizar o tempo gasto naexecução das tarefas necessitam de treinamentoespecializado de servidores. A seleção dos meiosnecessários à capacitação dos servidores envolvidos emcada uma dessas ações está sob a responsabilidade daSeção de Treinamento e Desenvolvimento, SUTD. “Equando se fala em ‘capacitação e desenvolvimento’ dá-seênfase à área comportamental e às relações interpessoais,área nevrálgica e de suma importância para o bomandamento das atividades e saúde das equipes” enfatizaGisele Molinari Fessore, supervisora da SUTD.

Gisele relata que a elaboração do Programa Anualde Treinamento e Desenvolvimento atende ao disposto nalegislação vigente, bem como o PNC - Programa Nacionalde Capacitação dos Servidores da Justiça Federal(aprovado em agosto/2007). “Também damos continuidadeaos programas que estão em andamento na SeçãoJudiciária”, conta.

Os programas de treinamento destinam-se a todosos magistrados e servidores dos fóruns e juizados daJustiça Federal de São Paulo, sendo que cada curso buscaatender a um número maior de servidores para cada ação.

Veja abaixo um panorama das diversas açõesexecutadas pelo SUTD.

PROGRAMAS ANUAIS DE CAPACITAÇÃO. 1.Programade Desenvolvimento Gerencial, PDG, para

diretores/supervisores 2. Programa de Desenvolvimentodo Servidor, PDS, para servidores. 3. Programa

Formando Líderes: Banco de Diretores, paradiretores. 4. Formação de Brigada de Incêndio,

para servidores.

Elizabeth Branco Pedro

CURSOS DE CAPACITAÇÃO PARA PROMOÇÃO: APortaria Conjunta nº 01/07, Lei 11416/06 de 15/12/06,determina a participação de pelo menos 80 horas para aProgressão Funcional do servidor na mudança de classe(ex.: B6 para C11), assim a instituição deve ofereceroportunidade de capacitação para todos os servidores.

CURSOS PARA AGENTES DE SEGURANÇA.Reciclagem.

CURSOS ESPECÍFICOS. As áreas interessadas solicitamcursos apresentando justificativa técnica, indicação dasempresas para contratação e dos servidores queparticiparão do curso, através de formulário disponível no“KIT Treinamento”, intranet/formulários/servidores, comantecedência de, no mínimo, 30 dias úteis.

APOIO PEDAGÓGICO PARA CURSOS. Apoio aossetores que desejam montar um curso, palestra,encontros, workshops e demais atividades de capacitação.Devem ser solicitados com antecedência de, no mínimo,30 dias.

TREINAMENTO/EVENTOS NÃO INSTITUCIONAIS. Osdeslocamentos para participação em cursos sem custo,mas com pagamento de diárias, autorizados pelaadministração necessitam de comunicação à SUTD paraverificação de disponibilidade orçamentária, sem prejuízopara as ações já programadas.

PESQUISA ANUAL. Levantamento das Necessidades deTreinamento, LNT, todo final de ano é feita uma pesquisapor e-mail com os gestores/servidores para apurar asnecessidades de treinamento. As informações obtidas apartir das avaliações de desempenho, acompanhamentofuncional e estatísticas de afastamento também sãoconsideradas na elaboração do Programa de Treinamento.

4 Justiça em Revista

Ações de Desenvolvimento realizadas em 2009(primeiro trimestre)

Workshop: Penhora e Avaliação de Bens; Ambientação Institucional; RallyEmpresarial para magistrados e diretores; Almoço do Saber; PalestrasQualidade de Vida e Dia da Mulher. Total de 771 participações.

Ações de Desenvolvimento programadas para 2009(fase de aprovação pela Diretoria)

Programas de Desenvolvimento Gerencial (diretores, supervisores, oficiais degabinete) e Desenvolvimento do Servidor (servidores); Formando Líderes(Banco de Diretores); Reciclagem anual (agentes de segurança); Formação deBrigada de Incêndio (servidores). Projeção de 2342 participações.

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5Justiça em Revista

JUDICIÁRIO

Central de Hastas Públicas Unificadas,1 ano de conquistas

A Central de Hastas Públicas Unificas (CEHAS)comemorou em 1º de abril de 2009 um ano de existência,inovando a forma de realização de leilões judiciais noFórum de Execuções Fiscais. Criada pela Resolução n.º315, de 12 de fevereiro de 2008, a CEHAS tem como metaaprimorar constantemente todas as etapas envolvidas narealização de um leilão e, com isso, torná-lo mais efetivo,possibilitando maior arrematação de bens penhorados emprocessos da Justiça Federal de São Paulo.

No começo dos trabalhos, os principais desafiosforam demonstrar a viabilidade e as vantagens darealização de leilões de forma unificada. A hasta públicadiferencia-se dos leilões convencionais por realizardiversos editais de diferentes varas federais,conjuntamente, em um único leilão.

A CEHAS iniciou os trabalhos com 14 varasfederais e atualmente organiza os leilões de 54 varasfederais de diversos fóruns da Grande São Paulo e dointerior/litoral: Sorocaba, Campinas, Araraquara, Marília,Tupã, Bauru, São José dos Campos, Santos e Ourinhos.Além disso, a CEHAS supervisiona o leiloeiro nomeadoque realiza intensas divulgações dos bens. Estapublicidade direcionada atinge mais pessoas interessadasem arrematar os itens do leilão, diferentemente de quandoo edital é publicado somente no Diário Oficial. Observa-seque o público vem aumentando gradativamente e severifica o aumento do número de arrematações, valoresarrecadados, pagamentos e acordos realizados para oencerramento do processo após a designação do leilão.

Neste período, os bens leiloados mais comunsforam carros, imóveis e máquinas industriais. Surgiramtambém bens incomuns, como melancia, fraldadescartável, bala de coco, parafusos e esmeralda.

Em certa ocasião, a CEHAS recebeu dois lotescontendo armas e munições - produtos estes controladospelo Exército Brasileiro. Para garantir a idoneidade docertame, os coordenadores da Central contactaram aDivisão de Produtos Controlados daquele órgão, queenviou dois oficiais para prestar todo o apoio necessário.Outro caso interessante foi uma arrematação ocorrida emprimeiro leilão, cujo lance mínimo era de R$ 4,8 milhões.Este lote foi arrematado por R$ 9,3 milhões, fato inusitadonesta fase. Em cada lance, o valor superava muito oanterior, com uma diferença de até R$ 1 milhão.

Outro fato importante a ser destacado no sucessodessa nova sistemática foi a ampliação de competênciaque resultou na realização de dois leilões de bensinservíveis da Justiça Federal de 1º Grau em São Paulo,nos quais houve 100% de êxito nas arrematações. Ao

Helio Martins Jr

realizar tantos leilões, a CEHAS identificou fatores quegeravam pequenos entraves. Assim, a coordenação vemtrabalhando em aprimoramentos e melhorias, como:• trabalho realizado com a Procuradoria Geral da FazendaNacional visando o aperfeiçoamento do procedimento deparcelamento da arrematação;• realização de wokshops para os oficiais de justiça eservidores de secretaria de vara, o que resultou em umManual. Este tem como principal escopo oaperfeiçoamento e padronização dos procedimentosrelativos à Penhora e Avaliação de Bens;• verificação dos procedimentos a serem adotados para aalienação de produtos controlados em hasta pública, aexemplo dos combustíveis, armas e munições, remédios,produtos químicos, com a colaboração do Exército, PolíciaFederal e Polícia Civil.

No dia 17 de março deste ano, durante ainauguração da Central Unificada de Mandados da capital,a desembargadora federal presidente do TRF3, MarliFerreira, citou em seu discurso o sucesso da Central deHastas Públicas e elogiou os trabalhos da juíza federalcoordenadora da CEHAS, Lesley Gasparini. A Justiça emRevista fez algumas perguntas para a juíza federal. Leia aentrevista abaixo:

JR: Na inauguração da Central Unificada de Mandados, a presidente doTRF3 elogiou os trabalhos da CEHAS. Qual o sentimento, após este umano de trabalhos bem sucedidos?LG: Eu me sinto satisfeita e agradeço a consideração demonstrada. Nosesforçamos ao máximo para atender as expectativas depositadas nesse projetoe, neste particular, gostaria de destacar que o sucesso neste primeiro ano só foipossível em razão do empenho da equipe da CEHAS, do apoio da Diretoria doForo, na pessoa da Dra. Renata Andrade Lotufo, da Presidência do TRF3, nocomando da Dra. Marli Ferreira, e da confiança das varas e dos juízes, que nosestimulam a continuar melhorando os serviços cada vez mais.

JR: Quais os planos para o futuro da CEHAS? Há previsão de algumamelhoria e/ou ampliação?LG: Pretendemos aumentar progressivamente a efetividade dos leilões judiciais eatender com qualidade todas as varas que desejarem aderir aos serviços da CEHAS.

R$ 57,2 milhõesleilões judiciais ocorridas em 2008/2009

R$ 143.240,00leilões extrajudiciais 2008/2009

R$ 27 milhõesParcelamentos/pagamentos em processos

com leilões designados (2008)

Leia mais sobre a CEHAS na edição nº. 4 de abril de 2008 e assista aos vídeos relacionados a este tema na videoteca virtual.

Valores (R$) da criação da CEHAS até abril de 2009

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Duas varas criminais de São Paulo e uma deGuarulhos começaram a testar o sistema de gravação deaudiências em audiovisual utilizando webcam (medianteinscrição e sorteio). Com o novo sistema, a íntegra daaudiência fica registrada no processo, no formato de CD ouDVD, mostrando inclusive as reações emocionais de quemfoi interrogado. A previsão é de que seja implantado nas 84varas criminais federais da 3ª Região (São Paulo e MatoGrosso do Sul), podendo inclusive ser estendido para asdemais varas não especializadas.

O sistema é bem simples. Quatro webcams equatro microfones são ligados a uma mesa de som na salade audiência, tudo conectado ao computador onde foiinstalado o programa. Após o término das gravações, oconteúdo é transportado para o servidor do tribunal numaespécie de “pacote fechado”, que impossibilita qualquertipo de edição e “com total segurança”, afirma Luís GustavoSalatino, da empresa Kenta Informática.

“Eu acho ótimo, vem atender uma determinaçãolegal proposta pela Lei 11.719/2008, que permite agravação dos depoimentos por audiovisual”, diz o juizfederal Nino Oliveira Toldo, titular da 10ª Vara CriminalFederal de São Paulo. Em testes naquela vara desde oinício de abril, o sistema se mostrou eficiente. “Tem sidosatisfatório. À medida que fizemos algumas audiências,verificamos pequenas inconsistências que foramprontamente resolvidas pela empresa responsável pelasgravações”, afirma o juiz.

Para Nino Toldo, a utilização do novo sistema é umavanço enorme rumo a efetividade do processo penal.“Antes fazíamos a chamada ‘redução a termo’, ou seja, ojuiz ditava ao assistente um resumo do que a pessoa diziana audiência. Agora não. Com a gravação audiovisualguarda-se o inteiro teor do que a pessoa disse de formafidedigna, inclusive com as nuances emocionais datestemunha ou do acusado, possibilitando que em grau derecurso o tribunal possa avaliar esses aspectos”.

Também favorável ao uso do sistema, o juiz federalAlessandro Diaferia, titular da 4ª Vara Federal deGuarulhos, ressalta que o procedimento permite rever osdepoimentos na íntegra, possibilitando ao juiz ter maissensibilidade na hora de proferir a sentença. “Aqui tem sidomuito útil porque podemos relembrar de detalhes quechamaram a atenção durante a audiência, sãopeculiaridades importantes para a convicção do juiz antesda sentença”, diz.

Alessandro Diaferia conta que a novidade aindacausa certo espanto em quem está depondo. “Algumastestemunhas se impressionam pelo fato de estarem sendofilmadas, mudam de postura ao perceberem que o queestão dizendo vai realmente constar no processo”. Eaponta outro aspecto importante para a economiaprocessual. “Podemos disponibilizar para as partes osarquivos de mídia contendo os depoimentos, e isso pode

ser feito na própria audiência. Não énecessário requerimento para extração

de cópias nem recolhimento decustas, basta que a parte traga umCD ou pendrive”.

O juiz destaca que agravação em audiovisualproporciona melhor repercussão

das provas nos tribunais. “Nós,juízes e atores forenses de primeiro

grau, temos contato direto com aprova, assistimos à audiência, vemosos depoimentos, enquanto que o juiz dotribunal está mais distante dos fatos e

das partes envolvidas no processo.Com o registro em audiovisual, é

possível que o desembargador,o ministro ou até os membrosdo Supremo Tribunal Federalvejam a audiência e formem aconvicção própria diante da

prova dos autos, se for o caso”.Presente numa das

audiências realizadas em Guarulhos,

Gravação de audiências em audiovisual

Ricardo Acedo Nabarro

TECNOLOGIA

6 Justiça em Revista

webcanscaptam as

imagens

microfonescaptam o

áudio

Imagens e sons captados são

enviadospara o

computador

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7Justiça em Revista

o advogado Ariano Teixeira acha que o novo sistema trazimpulso para a celeridade dos processos. “No Judiciário asnovas tecnologias demoraram muito para chegar. Com agravação audiovisual, uma audiência que poderia durarhoras é realizada em minutos. Mas ainda acho que é cedoser a favor ou contra as tecnologias. Elas devem serusadas, desde que se tomem os devidos cuidados”.

Para o procurador da República em Guarulhos,Vicente Mandetta, o sistema possibilita melhor prestaçãojurisdicional, tornando o trabalho mais célere, “haja vistaque antes era preciso parar a todo momento para ditar otermo, e isso nem sempre ocorria de forma fidedigna”. Emsua opinião, trazer a tecnologia para o Judiciário éextremamente necessário. “Não há como fugir desseavanço. Nos juizados, por exemplo, o processo já étotalmente virtual, agora acredito que o próximo passo sejaa justiça comum. Só o tempo dirá se essas tecnologiasvieram para ficar ou não”, opina.

Na 9ª Vara Criminal Federal de São Paulo os testestambém se mostraram positivos. “Por enquanto estouachando muito bom para o andamento dos trabalhos.Nessa fase (piloto) registramos várias audiências e nãotivemos nenhum incidente, todos os registros ficaramdisponíveis para consulta”, conta a juíza federal substitutaMônica Aparecida Bonavina Camargo.

Mudança de paradigma

Um dos pontos controversos, que ainda geraresistência por parte de alguns magistrados, está no fatodos depoimentos serem anexados aos autos em forma deCD ou DVD, não sendo mais necessária a sua transcriçãono papel. Dessa forma, para consulta posterior, o juiz teráde “assistir” ao depoimento no computador ao invés deconsultá-lo no papel. Para aqueles menos familiarizadoscom a informática, isso pode significar dificuldade na horade analisar os dados coletados, principalmente nalocalização de trechos específicos em audiências maislongas e complexas.

Para o juiz Nino Toldo, o caminho do processoeletrônico está traçado e é inevitável. “A guarda digital dosautos será muito melhor. Eu creio que é um sistema semvolta, nós temos que avançar para isso, deixar de ladoqualquer preconceito ou resistência ao que é novo eutilizarmos todos os meios modernos, tecnológicos, paraque se tenha mais efetividade no processo penal sem aperda de sua essência”, opina.

Vale destacar o que diz o artigo 405 da Lei11.719/2008, que alterou recentemente o Código deProcesso Penal (de 1941): “§ 1º - Sempre que possível, oregistro dos depoimentos do investigado, indiciado,ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursosde gravação magnética, estenotipia, digital ou técnicasimilar, inclusive audiovisual, destinada a obter maiorfidelidade das informações; § 2º - No caso de registro pormeio audiovisual, será encaminhado às partes cópia do

registro original, sem necessidade de transcrição”.O método de “redução a termo”, utilizado até hoje

na maioria das varas, funciona da seguinte maneira: odepoente responde ao questionamento do juiz e esterepete aquilo que foi dito para um funcionário digitar ainformação no computador. Por necessidade o juiz resumeo teor do depoimento, até porque não há como traduzir eregistrar com palavras escritas todos os detalhes ocorridosnuma conversa verbal.

Favorável à gravação audiovisual das audiências, ajuíza Mônica Camargo ressalta que será preciso um tempopara se adaptar à nova maneira de consultar os autos comos depoimentos gravados em CD ou DVD. “Teremos de nosadaptar à nova forma de consulta desses elementos deprova, mas acho que o sistema facilita bastante o trabalhodurante a audiência; não precisaremos mais ditarnovamente tudo o que a pessoa falou no depoimento”.

Mais rapidez e fidelidade

Uma das grandes vantagens do sistema está naagilidade que ele traz para a realização da audiência. “Avantagem é enorme na dinâmica do processo. Para se teruma idéia, um depoimento que levava 20 minutos para sertomado em sua inteireza com a redução a termo, impressãoe assinatura, pode levar apenas cinco ou seis minutos coma gravação audiovisual”, afirma Nino Toldo.

Para ele, esse avanço tecnológico é importanteporque não gera perda da essência daquilo que foi dito, aocontrário, guarda-se com mais fidelidade os depoimentos.“É importante que os juízes e membros dos tribunaissuperiores aceitem a tecnologia e vençam qualquerpreconceito ou resistência sobre essa modernidade, que émuito boa”, disse.

Da mesma maneira, a juíza Mônica Camargorecorda que cada vez mais os juízes precisam lidar comnovas tecnologias nos processos. “Já manuseamos vídeosgravados com autorização judicial, manipulamosconstantemente áudios de interceptações telefônicas earquivos obtidos em buscas e apreensões, portanto, ocontato com a mídia digital já existe”, diz. Em sua opinião,as novas tecnologias são bem-vindas e aproximam oJudiciário do desenvolvimento. “Creio que a gravaçãoaudiovisual só vem aprimorar o contato com a mídia digital,e essa mudança de paradigma vem colaborar com isso”.

O juiz Alessandro Diaferia acredita que sem autilização de novas tecnologias o Judiciário não vaiconseguir cumprir as determinações constitucionais,principalmente no quesito da celeridade processual. “Onúmero de demandas não pára de crescer, especialmentena matéria criminal, sem falar na complexidade dos feitos.O Judiciário precisa se adaptar aos novos tempos. Nãoadianta esperarmos que a realidade se modifique, é melhorque nós mesmos nos modifiquemos na busca de maiseficiência”, finaliza.

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Neste número os magistrados federais Heraldo Garcia Vitta, diretor da 8ª SubseçãoJudiciária de Bauru, e Cristiane Farias Rodrigues Dos Santos, diretora substituta da 9ªSubseção Judiciária de Piracicaba, abordam quais as soluções encontradas paraadministrar as varas “gigantes”, com mais de 10 mil processos.

Desafios e prioridades na administração de varamista com mais de 10 mil processos

PIRACICABACristiane Farias Rodrigues Dos SantosJuíza Federal1ª Vara Federal de Piracicaba

Trabalhar em uma vara mista com mais de dez milprocessos é um grande desafio para um juiz federal, umafonte de aprendizado inesgotável, porque há tantaslimitações, que obrigatoriamente a única forma de vencer ademanda e a pressão do trabalho jurisdicional é usandotoda a nossa criatividade. Sou juíza federal titular da 1.ªVara Federal de Piracicaba, desde janeiro de 2006. Nessaépoca, quando de minha promoção, tínhamos 13.693processos em tramitação, e, atualmente (março/2009),11.740. Houve uma redução de 1.953, ou seja, 14% doacervo. Conclusos para sentença eram 1.163 e agoraestamos com 151, redução de 1.012, ou seja, 87%.

Embora os números indicados ainda sejamassustadores, foi uma grande conquista para todos nós adiminuição do acervo sem o auxílio externo.

Tivemos de traçar verdadeiras táticas de guerrapara diminuir o acervo. Em 2006, eu estava sozinha najurisdição da 1ª Vara Federal, eu e 12 funcionários.Recordo-me de que nessa época recebia cartinhas desenhoras aposentadas reclamando da demora natramitação de seus processos, então eu solicitava aogabinete que lhes respondessem para dar satisfação aojurisdicionado.

Os números da 9ª. Subseção de São Paulo sãofora do comum, há uma distribuição de mais de duzentosprocessos ao mês, fora o acervo que recebemos doTribunal e do arquivo. A região de Piracicaba é muito rica,a 5ª colocada entre as maiores cidades exportadoras noEstado de São Paulo, segundo o Banco Mundial. Suaposição geográfica aliada à aptidão para odesenvolvimento de energias renováveis, tais como etanole biodiesel, atraem várias empresas para a região,aumentando a renda per capita e consequentementeatraindo mais empresas e pessoas, o que explica oexpressivo número de ações previdenciárias, as muitasaudiências, as ações previdenciárias de aposentadoria portempo de serviço, enfim, os números são muito elevados.

O maior desafio de uma vara cumulativa com maisde dez mil processos é lidar com o volume do acervo.

Acredito que precisamos olhar para o nosso trabalho comogestores de uma empresa e aplicar técnicas deadministração para conseguir gerir a demanda. Assim,devemos organizar, planejar, criar metas e delegar.

O primeiro passo foi organizar a secretaria e ogabinete, tudo estava muito confuso e ninguém sabia o quehavia de fato na vara, portanto foi esta a nossa primeirarealização, fizemos mudanças até no layout e melhoramosa infra-estrutura de informática da 1ª Vara, comcomputadores modernos até para os estagiários, no inícioos servidores faziam rodízio para utilizar os computadores.

O segundo passo foi organizar os setores,delimitando a atuação dos funcionários e, também,delegando algumas atividades. Assim, cada um passou acompreender de fato a sua contribuição para o setor emque estava vinculado.

Outro elemento fundamental é a motivação, poisem 2006 a situação era tão ruim, que os funcionários nãoacreditavam que haveria solução para o volume do acervo,então foi necessária muita paciência e motivação.Posteriormente, passamos a fazer pequenas mudançasestruturais e as agregamos às já existentes. Para reduzir onúmero de processos conclusos, dividi o acervo pormatéria, começando pelas questões previdenciárias ecriminais. Outro fator fundamental é a delegação. O volumede processos é muito grande, assim a única forma deconseguir uma solução efetiva é a divisão do trabalho e amotivação da equipe de trabalho.

Inicialmente, convidamos os procuradores dafazenda e os procuradores do INSS para discutirmosestratégias e estabelecer um maior comprometimento entreos operadores do Direito e o Poder Judiciário, paraestabelecermos convênios para troca de informações,organização de mutirões, etc. e, atualmente, estamosfinalizando convênio com a Central de Penas e MedidasAlternativas de Piracicaba, vinculada à Secretaria deAdministração Penitenciária do Estado de São Paulo.

Em relação às ações ordinárias, realizamosalterações no processamento das ações de execução deFGTS e antecipação de provas em processos de naturezaprevidenciária (LOAS e Aposentadoria por Invalidez).Organizamos mutirões de audiências previdenciárias e desistema financeiro de habitação. Em razão da relevância,priorizamos os feitos previdenciários, realizamos aunificação dos despachos entre os juízes da vara,

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priorizamos as ações criminais para evitar a prescriçãopenal e realizamos mutirões no setor de Execução Fiscal enos setores que estão mais atrasados. Atualmente, o setorcriminal possui dois servidores, e contamos com 662 feitosem andamento, entre inquéritos e ações criminais, em2006 eram 1.012; uma redução de 34,5%.

Outro ponto essencial que eu faço questão deconcretizar, em Piracicaba, é uma gestão que eu denominode funcionalista, não admito concentração de tarefas emapenas uma pessoa, todos têm de ter um substituto, assimcomo o juiz titular, porque ninguém é insubstituível e oserviço público deve sempre funcionar com a máximaeficiência possível. Nesse aspecto a 1ª Vara Federal dePiracicaba é privilegiada pois, desde a sua formação, osservidores mais antigos trabalharam com odesembargador federal Luís Antônio Johonsom di Salvo,que lhes ensinou a trabalhar em todos os setores de umavara mista federal, o que contribui para que os funcionáriostrabalhem em equipe e não sejam competitivos, fazendocom que todos se empenhem na busca de soluçõescriativas para a administração do acervo e da celeridadeprocessual possível.

Muito embora estejamos nos empenhando aomáximo para realizar a prestação jurisdicional a contento ebusquemos a racionalização do processo e daadministração judiciária, só isso não basta, é precisoampliar a estrutura da Justiça Federal para de fatoconcretizarmos os princípios constitucionais da celeridadeprocessual e da dignidade da pessoa humana.

BAURU Heraldo Garcia VittaJuiz Federal 2ª Vara Federal de Bauru

A “palavra de ordem” nas varas “gigantes” éotimização do tempo: através de procedimentos que visemagrupar em lotes idênticos ou similares os feitos, sejaatravés da fase, do assunto ou do grau de urgência/prioridade.

Algumas sugestões são ou foram testadas poresta vara e deram resultados significativos, quais sejam:• Lotes similares, separados através de constantesanálises dos feitos, distribuindo-os por fase (o maisminuciosamente/convenientemente possível) – ou seja, umnúmero muito pequeno de feitos na fase não convémdeixar isolado e sim guardar em “diversos”;• Fazer uso do Sistema Processual (MVCX, MVAX,MVTP...), do Word (Malas Diretas...) e até mesmo na trocade capas e impressão de etiquetas (quando juntado umnúmero significante de feitos para confecção ou troca);• Nas juntadas, uma separação prévia, com análise do tipo

de documento, auxilia na agilidade de alimentação doSistema Processual (TUMP), na confecção das certidõesde juntadas (separando-as por tipo) e até mesmo nadestinação dos feitos que tiveram a juntada dedocumentos/ petições;• Portarias que autorizem procedimentos, sem préviodespacho, que tornam mais ágil e eficaz a prestaçãojurisdicional;• Agrupamento, também, levando-se em conta o tempo e ograu de urgência, seja no cumprimento de despachos ouna elaboração de minutas, para que se possa, sempre, teruma noção quase exata dos atrasos da secretaria/gabinete;• Quando da elaboração de minutas de despacho,providenciar, ao mesmo tempo, a sua remessa parapublicação e/ ou cumprimento de eventuais determinações,expedindo-se o necessário;• Minutas iniciais nos casos de LOAS, auxílio doença,aposentadoria por invalidez... já determinando a produçãode provas;• Agilizar, na medida do possível, a tramitação dosprocessos próximos ao fim ou com recurso para o TRF,visando uma efetiva prestação jurisdicional;• Proceder à triagem das petições diárias, separando aspeças por tipo: contestações, réplicas...;• Abrir mão de prazos para entrega de certidões ou cópias,quando simples ou em pouca quantidade, aproveitando-seque o atendimento do balcão já está sendo feito e omanuseio dos autos também;

Os setores deveriam manter contato e troca deidéias e experiências. Quando um procedimento agiliza eotimiza o trabalho de um setor ou uma pessoa, deve sercompartilhado, a título de sugestão. Seria oaperfeiçoamento coletivo.

Não ter receio de propor idéias. Com umaquantidade tão alta de feitos, é muito válido tentarmecanismos não provados ainda, pois, dando certo,certamente será de grande utilidade. A cautela fica emserem testadas as idéias novas em poucos feitos...“projetos piloto”. “Explorarmos” os conhecimentos doscolegas mais talentosos com os meios informatizados,mais hábeis no uso do Sistema Processual, desvendandoe simplificando nosso cotidiano.

As varas “gigantes” necessitam de atençãoespecial. Em qualquer seguimento da vida podemosenfrentar situações, pessoas ou momentos que requeiramatenção especial. Precisamos ter consciência disso. Acoisa passa muito por vestir a camisa e fazer o melhor de si.

Este espaço é reservado para os magistrados da Justiça Federalde São Paulo divulgarem suas opiniões e debaterem acerca dedesafios na administração de Varas e Fóruns. Interessados emparticipar devem encaminhar seu texto ou sugestão de pautapara o endereço: [email protected].

9Justiça em Revista

BOAS PRÁTICAS

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10 Justiça em Revista

Os estagiários são bem-vindos na Justiça Federalde 1º Grau em São Paulo. A instituição tem um programade estágio remunerado vigente há dez anos em parceriacom o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE),instituição filantrópica mantida pelo empresariado nacional.

Direito, engenharia, arquitetura, psicologia,odontologia, jornalismo, economia. Vários setores abrigamesses jovens que buscam uma oportunidade de trabalhoantes de saírem da faculdade. Na Justiça Federal osestagiários trabalham quatro horas por dia, e, por lei,podem ficar até dois anos. Os benefícios são: bolsa auxílio,auxílio transporte e recesso de 30 dias a cada 12 meses deestágio.

“O estágio proporciona ao estudanteuniversitário a prática de trabalho que elenão tem em sala de aula, além defamiliarizá-lo com o meio em que atuaráapós a graduação”, diz Adriana FerreiraLima, diretora do Núcleo deAcompanhamento e Desenvolvimento emRecursos Humanos (NUDE).

Justiça agrega ao estagiário;estagiário agrega à Justiça

Para Adriana, os estagiários ajudammuito a instituição, pois “querem aprender,possuem iniciativa e apresentam novas idéias”. Além deajudar no andamento dos trabalhos dos fóruns, a vivênciados estagiários nesses locais agrega conhecimento práticopara a sua própria formação. “A grande maioria dos nossosestagiários é da área jurídica. Mesmo que no futuro eles setornem advogados, levarão consigo o conhecimento eexperiência”.

Para a juíza federal Renata Andrade Lotufo,diretora do Foro da Justiça Federal, o jovem traz benefíciospara a Justiça e vice-versa. “Medidas inovadoras e idéiasantes não concebidas já foram trazidas por sugestões dosmais jovens, mais acostumados com inovaçõestecnológicas e com o olhar externo da população. A JustiçaFederal, por outro lado, pode proporcionar ao estagiário aexperiência única de ver por dentro o que é participar deum dos três poderes, de ver de perto como a Justiçafunciona efetivamente”.

Atualmente, a Justiça Federal de São Paulo possui720 vagas para estagiários, que ficam abertas o ano todo.Adriana explica que essas vagas são rotativas, seja por

RECURSOS HUMANOS

Estágios na Justiça FederalComo funciona esta importante etapa da carreira do jovem

Viviane Ponstinnicoff

encerramento de contratos (tempo limite de dois anos) oupela formação do estagiário, este número varia de mêspara mês. “Em fevereiro deste ano encerramos comaproximadamente 600 estagiários”.

Estagiário escolhe carreira pública

Há muitos casos de estagiários que passaram pelainstituição e resolveram prestar o concurso para entrarcomo funcionário efetivo.

A servidora Viviane Satico Ito fez estágio naJustiça Federal de 2000 a 2003 (na época o estágio podia

durar até quatro anos) e ingressou nosquadros por concurso em 2006. Hoje elatrabalha na Seção de Treinamento eDesenvolvimento e se diz satisfeita com aescolha. “Ter feito estágio na Justiça Federaldespertou meu desejo de seguir umacarreira pública, tanto pela estabilidade,como também pelas pessoas que conheci.Quando fiz o estágio era supervisionada porpessoas muito humanas, que me fizeramacreditar que eu era capaz. Prestei oconcurso de técnico judiciário, fui aprovada etomei posse em 2006”.

O estágio fez com que Vivianeconhecesse a Justiça Federal de uma forma

mais clara. “Sinto orgulho de fazer parte desta instituição eprincipalmente em poder ajudar os nossos colegas no queé de minha competência, não esquecendo que a instituiçãosomos todos nós”.

Renata Lotufo concorda. “Uma decisão tãoimportante como prestar concurso público deve serprecedida pelo conhecimento do que é trabalhar nainiciativa privada e também na pública.Isso evita que a pessoa entre na carreiracom ideias irreais ou ultrapassadas,gerando profissionais descontentes edesmotivados”.

Viviane Satico Ito, servidora daSeção de Treinamento e

Desenvolvimento

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VOCÊ E SUAESTAÇÃO DETRABALHO

Para encarar horasde uma jornada detrabalho é necessárioatenção e algunscuidados especiaiscom a saúde. Umdos fatores quecontribuem para a redução da produtividade pode ser ouso contínuo e inadequado do computador,proporcionando o surgimento de lesões que atacammãos, punhos, braços, antebraço, ombros e costas.

Procure evitar movimentos bruscos ou secontorcer para pegar objetos, prefira levantar e andarusando movimentos firmes para pegá-los. Deixe oteclado na mesma altura dos cotovelos. A posição paraa tela do computador é de aproximadamente 40 a 70 cmdos olhos.

Ajuste o encosto da cadeira levemente inclinadopara trás, o que diminuirá tensões musculares na regiãoda coluna. Mantenha o cotovelo rente ao corpo e umespaço entre a dobra do joelho e a extremidade final dacadeira. Ao estimular esses hábitos os benefícios sãoimensos: servidores mais alertas e motivados, baixastaxas de enfermidade e fadiga, além de suas tarefas setornarem mais leves e fáceis. (EC)

“Achei muito oportuno a reportagem sobre ocomplexo da Presidente Wilson no exemplar denúmero 10. É ótimo que seja veiculado queaquele amplo espaço onde antes era um depósitode móveis e equipamentos descartados pelosfóruns, hoje está sendo ocupado por algunssetores importantes para o andamento das varas”– Nei Nogueira Sobrinho, SUAP Santo André

“Gostaria de parabenizá-los pela matériaveiculada na última edição da Justiça em Revista,sobre o serviço psicossocial na Justiça Federal. Adivulgação do trabalho das diversas áreas daadministração é de extrema utilidade para todosos servidores!” - Débora Diniz Donato, O&MAdministrativo José Bonifácio.

11Justiça em Revista

DICAS DE SAÚDE

CARTAS

Este espaço é dedicado a todos que queiramenviar suas opiniões, sugestões, elogios e críticas.Encaminhe seu texto para [email protected]

ENTRETENIMENTO E CULTURA

SOMBRAS DA LEIPOLICIAL – EUA - 1997Um jovem advogado é o promotor deum processo contra um traficante dedrogas acusado de matar dois policiaise ferir um terceiro (justamente o pai dopromotor). Devido à publicidade a

carreira do promotor deslancha, mas no julgamento oadvogado de defesa faz graves acusações sobre acorrupção na polícia, que atinge a delegacia onde seupai trabalha. Esta situação deixa o promotor divididoentre a sua carreira e a sua família.

AS DUAS FACES DA LEIDRAMA – EUA – 2008Após 30 anos como parceiro noDepartamento de Polícia de Nova York,os condecorados detetives David Fisk(Al Pacino) e Thomas Cowan (RobertDe Niro) são chamados para investigar

o assassinato de um conhecido cafetão que parece terligação num caso que também os envolveu há algunsanos atrás. Como no crime original a vítima é umcriminoso suspeito, quando outros crimes do gêneroacontecem, fica nítido que eles estão às voltas com umserial killer.

TUTELA JURÍDICA DO DIREITO ÀSAÚDE DA PESSOA PORTADORA DEDEFICIÊNCIA – 2009 – JURUÁEDITORA EDUARDO JANNONE DASILVATambém trata das normas tuteladoras do

direito à saúde e das pessoas portadoras de deficiênciaem vigor nos planos nacional e internacional, e enfatizaa importância das ajudas técnicas para inclusão oureinserção social e alcance de vida com dignidade porparte de pessoas com deficiências, nos limites não raroimpostos pela própria patologia, como previsto naConstituição e em instrumentos internacionais de

direitos humanos.

FUNÇÃO REGULAMENTAR EREGULAMENTOS –2009 – EDITORAFORENSE – JOSÉ CARLOSFRANCISCOAlém de dados sobre a utilização de

regulamentos em diversos países, este livro apresentaaspectos teóricos e práticos sobre o emprego dosregulamentos do Poder Executivo, incluindo osfundamentos constitucionais e as modalidades dosregulamentos de execução, dos regulamentosdelegados, independentes e autônomos.

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