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Tecnologias de alimentação alternativas para centros de dados e salas de servidores
Aplicação técnica nº 64
Revisão 1
2003 American Power Conversion. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser utilizada, reproduzida, fotocopiada, transmitida nem guardada em qualquer tipo de sistema de obtenção de dados sem o consentimento por escrito do proprietário dos direitos de autor. www.apc.com Rev 2003-2
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Sumário Executivo As células de combustível e as micro-turbinas são novas tecnologias alternativas para
criação de potência em centros de dados e salas de servidores. Nesta nota são analisados
os diversos modos de funcionamento destes sistemas, bem como os benefícios e aspectos
negativos das tecnologias quando comparadas com as alternativas convencionais como os
geradores de reserva.
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Introdução A criação de potência é um dos principais componentes de um sistema de alimentação de elevada
disponibilidade para centros de dados e salas de servidores. Os sistemas das tecnologias de informação
podem funcionar durante minutos ou até algumas horas apenas com a energia de uma bateria ou de um
sistema de volante, mas torna-se necessário implementar uma capacidade de criação de potência local
para obter uma disponibilidade que permita fazer face ao horário de expediente normal. Nos locais com um
fornecimento de energia irregular, a criação de potência pode ser necessária para obter uma
disponibilidade da ordem dos 99,99% ou até 99,9% 1.
Os geradores de reserva a gasóleo ou gás são uma solução convencional para este problema, quando
combinados com uma UPS. Em instalações de elevada disponibilidade, é utilizado um conjunto N+1 deste
tipo de geradores de reserva.
As células de combustível e as micro-turbinas foram sugeridas como uma alternativa adequada para a
criação de potência em salas de servidores e centros de dados. Estes sistemas podem ser utilizados
continuamente para alimentar a sala de servidores ou o centro de dados, para criar potência eléctrica em
excesso que pode ser utilizada para outras cargas ou para alimentar a instalação pública ou para serem
utilizados como geradores de reserva. A disponibilidade do sistema e o custo total da exploração são
significativamente afectados pela forma como os sistemas são utilizados, tal como se descreve nas
secções seguintes.
Modo de reserva Neste modo, a corrente CA é a principal fonte de alimentação e a criação de potência local é utilizada
apenas como reserva durante um encerramento planeado ou uma falha da alimentação CA. É utilizada
uma UPS para colmatar o atraso que se verifica durante a activação do sistema de reserva. Este é o modo
de funcionamento utilizado em mais de 99% das salas de servidores e centros de dados que possuem
geradores de potência locais.
1 Para obter dados quantitativos sobre como a criação afecta a disponibilidade, deve consultar a Aplicação técnica nº 24 da APC: “Effect of UPS on System Availability” (disponível apenas em inglês)
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Modo contínuo Neste modo, a geração de potência local é a principal fonte de alimentação e a corrente eléctrica é
utilizada apenas como reserva durante um encerramento planeado ou uma falha da geração de potência
local. As cargas podem ser geridas a partir do gerador local ou pode ser utilizada uma UPS para colmatar
os atrasos durante a mudança de sistemas. O gerador local alimenta apenas a carga crucial; se o gerador
de potência local se encontrar sobredimensionado em comparação com a carga, então a utilização do
sistema de criação de potência pode não estar a ser optimizada ou pode estar a funcionar a um nível
indesejável na sua curva de eficácia.
Modo de alimentação pública-interactiva Neste modo, a geração de potência local é a principal fonte de alimentação e a corrente eléctrica é
utilizada apenas como reserva durante um encerramento planeado ou uma falha da geração de potência
local. O gerador local funciona em simultâneo com a corrente eléctrica pública, de tal forma que qualquer
potência gerada em excesso, para além das necessidades eléctricas da carga crucial acaba por alimentar
o sistema. Neste modo, a potência em excesso acaba simplesmente por alimentar outras cargas não
cruciais da instalação ou pode mesmo inverter o fluxo de corrente do sistema. Normalmente, é necessária
uma UPS para separar a carga crucial da corrente do sistema. O sistema de criação de potência funciona
normalmente ao nível mais desejável da sua curva de eficácia.
Configurações para tolerância de falhas Seja qual for a tecnologia ou modo utilizado, a disponibilidade pode ser melhorada através das seguintes
técnicas:
Arquitectura de circuito duplo Neste caso, todo o sistema de criação de potência teria de ser duplicado. Em termos ideais, esta
duplicação deveria ocorrer ao longo de todo o sistema de alimentação, até à carga crucial, a qual deveria
ser configurada para aceitar entradas de alimentação duplas.
Arquitectura N+1 Neste caso, os componentes menos fiáveis do sistema de criação de potência deveriam ser constituídos
por diversas unidades ligadas em paralelo, de tal forma que se uma falhasse logo a(s) outra(s) entraria(m)
em funcionamento para suportar a carga crucial
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Determinar o custo total de exploração A questão económica não é sempre o factor dominante na selecção de um sistema de criação de potência,
mas é sem dúvida uma hipótese muito importante que deve ser analisada. O custo total de exploração
(TCO) de um sistema de criação de potência é constituído pelos seguintes elementos:
• Custos de engenharia
• Gastos de capital
• Custos iniciais/de instalação
• Custos de manutenção
• Custos de combustível
• Energia economizada (reduzindo os custos de combustível)
Existe uma grande diversidade de factores isolados que podem alterar significativamente o cálculo do
TCO, incluindo:
• Custo de combustível vs. electricidade
• Irregularidade da corrente pública ou carregamento da potência de reserva
• Taxas e regulamentos limitativos
• Carga percentual sobre o sistema de alimentação
Pode ser elaborado um modelo para prever o TCO relativo à utilização das várias tecnologias e modos de
funcionamento. No caso dos geradores de reserva convencionais, os dados já se encontram disponíveis e
é possível efectuar previsões fiáveis. No caso das células de combustível e das micro-turbinas, as
previsões para o futuro relativas aos custos do equipamento baseadas nas projecções da indústria a 3-5
anos podem revelar-se uma referência muito útil no que diz respeito à viabilidade económica futura destas
tecnologias.
Tendo em conta os dados sobre os custos do equipamento, da instalação, da manutenção e da energia,
os cálculos do TCO para a vida útil normal de um centro de dados a 10 anos são muito simples e não
serão analisados aqui. No anexo 1 foi incluída uma tabela com todos os dados sobre custos e os
consequentes cálculos referentes ao TCO da vida útil do centro de dados.
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Utilizando as previsões realistas e a longo prazo incluídas na tabela 1, criou-se o TCO de um sistema de
criação de potência para um centro de dados de 250kW que é apresentado na Figura 1.
Figura 1 – TCO de um sistema de criação de potência para diversas tecnologias e modos de funcionamento
Uma análise mais cuidada revela os seguintes padrões subjacentes:
• O custo inicial é comparável ao custo da energia ao longo da vida útil
• A economia em termos de custo de energia das células de combustível e das micro-turbinas é
insuficiente para fazer face aos elevados custos iniciais destas tecnologias
• Tendo em conta que a percentagem de utilização normal do centro de dados é significativamente
inferior a 100%2, a criação contínua de potência local torna-se a opção menos económica quando
comparada com os modos de reserva ou alimentação pública-interactiva.
• A ineficácia da criação de potência local anula grande parte do benefício resultante da utilização
de um combustível de custo inferior.
2Para uma análise da utilização típica consulte a Aplicação técnica nº 37: “Evitar custos de infra-estruturas sobredimensionadas em centros de dados e salas de servidores”.
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Gerador de reserva
Gerador contínuo
Gerador em modo
público- interactivo
Célula decombustívelde reserva
(H)
Célula decombustível
contínua
Célula decombustível
em modopúblico-
interactivo
Micro-turbina de reserva
Micro-turbina contínua
Micro-turbinaem modopúblico-
interactivo
TCO
da
vida
útil
: $/w
Inicia Anua Energia da rede
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Outras considerações Os entendidos sugerem que as células de combustível e as micro-turbinas não são atraentes para a
criação de potência no centro de dados quando comparadas com os geradores de reserva. No entanto,
existe uma grande variedade de situações ou considerações que foram sugeridas como factores
importantes para a adopção das tecnologias das células de combustível e das micro-turbinas. Esses
factores são analisados em seguida
Emissões A produção de emissões pode ser limitada pela legislação local ou por regulamentos da própria empresa.
O sistema de criação de potência local que cria maiores problemas ao nível das emissões é o motor a
gasóleo. O licenciamento de motores a gasóleo é uma questão complexa, específica para cada local e em
alguns casos impraticável ou mesmo impossível. O argumento mais lógico a favor da utilização de um
motor de reserva é que apesar do elevado nível das emissões, o tempo de funcionamento é reduzido, pelo
que as emissões acumuladas não são significativas. No entanto e em termos práticos, os sistemas de
reserva a gasóleo produzem elevadas quantidades de fumo aquando do seu arranque, especialmente
quando são rapidamente sujeitos a uma carga elevada, o que é normal dada a sua aplicação como
solução de reserva. Um resultado imediato deste facto é que os arranques provocam muitas vezes
reclamações por parte dos vizinhos, o que pode resultar numa situação bastante indesejável, como seja a
regulamentação por parte das autoridade locais no sentido de eliminar os focos de ruído.
No caso da análise do TCO, partiu-se do princípio que seriam utilizados geradores de reserva a gás
natural ou propano em vez dos populares modelos a gasóleo. Estes geradores apresentam um custo cerca
de 30% superior ao dos geradores a gasóleo, mas o problema das emissões é significativamente reduzido,
particularmente no que diz respeito às emissões visíveis. Se o objectivo principal é reduzir as emissões, os
dados sugerem que os equipamentos a gás natural ou propano são muito mais económicos do que as
células de combustível ou as micro-turbinas.
Disponibilidade O custo dos tempos de paragem é extremamente elevado para muitos centros de dados e salas de
servidores. Foi sugerido que as células de combustível e as micro-turbinas podem melhorar a
disponibilidade geral do sistema em comparação com os geradores de reserva. Uma estatística que é
mencionada com alguma frequência é que um gerador de reserva apenas entra em funcionamento 90%
das vezes em que tal é necessário.
Para avaliar com precisão esta afirmação, seriam necessários dados relativos à fiabilidade das células de
combustível e das micro-turbinas, bem como à natureza dos modos de avaria e aos tempos de reparação
necessários. Estes dados ainda não se encontram disponíveis.
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O que se sabe é que podem ser realizados investimentos ao nível da tolerância de falhas de modo a
aumentar a disponibilidade de qualquer sistema de alimentação, como seja a arquitectura N+1 e a
arquitectura de circuito duplo, como já foi referido anteriormente. Além disso, sabe-se que os
melhoramentos ao nível da concepção para manutenção simultânea, monitorização melhorada do estado e
melhoria da manutenção aumentam a disponibilidade. Os dados existentes sugerem que a economia ao
nível do TCO resultante da utilização de um sistema com gerador de reserva poderia ser aplicado com
vista ao aumento da disponibilidade desse tipo de sistema, afastando assim quaisquer (ainda por
demonstrar) vantagens em termos de disponibilidade das células de combustível ou das micro-turbinas.
Eliminação de outros equipamentos Muitas das análises relativas a células de combustível e micro-turbinas sugerem que esta tecnologia pode
eliminar outros dispositivos do sistema de alimentação, proporcionando reduções de custos, bem como o
aumento da disponibilidade e da eficácia. A eliminação das UPS ou das baterias é muitas vezes uma
hipótese mencionada.
No caso do modo de funcionamento público-interactivo, continua a ser necessária uma UPS para isolar a
carga crucial da corrente do sistema. No caso do modo de funcionamento contínuo, continua a ser necessária
uma UPS para separar a carga crucial do efeito das cargas de outros dispositivos, como por exemplo,
aparelhos de ar condicionado. No caso do modo de funcionamento de reserva, a UPS é obviamente
necessária para suportar a carga crucial até que o gerador entre em funcionamento.
O período de segurança da UPS, quando utilizada em modo contínuo ou em modo público-interactivo
poderia, em princípio, ser inferior ao período de segurança de uma UPS de um sistema em modo de
reserva. Consequentemente, as baterias poderiam ser de menor dimensão. No entanto, a redução do
período de funcionamento de uma bateria para uma determinada carga aumenta o desgaste da bateria e
diminui a fiabilidade do sistema. A redução da dimensão da bateria para diminuir o período de
funcionamento para um valor inferior a 5 minutos não é um procedimento prático com a actual tecnologia
de fabrico de baterias. A utilização de dispositivos UPS com sistemas de volante em conjunto com
sistemas de criação de potência em modo contínuo ou interactivo poderia conduzir à eliminação das
baterias. No entanto, os dados existentes não indicam que esta estratégia oferecesse qualquer vantagem
em termos de TCO. Além disso, os dados reais relativos às falhas dos centros de dados sugerem que o
período de segurança proporcionado pelas baterias é o suficiente para permitir a intervenção humana
durante qualquer anomalia, evitando-se desse modo períodos de paragem.
Conversão de CA para CC Algumas análises relativas a células de combustível e micro-turbinas sugerem que esta tecnologia pode
eliminar a utilização de energia CA no centro de dados e na sala de servidores. De acordo com esta
tendência as cargas cruciais receberiam corrente CC, pelo que seria possível reduzir as etapas de
conversão de potência. Tanto as células de combustível como as micro-turbinas geram corrente CC que,
hipoteticamente, poderia ser utilizada directamente.
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Esta visão não realista nem prática. Em primeiro lugar, muitos dos dispositivos necessários num centro de
dados ou sala de servidores requerem corrente CA e é muito improvável que estes dispositivos se
encontrem disponíveis nas versões CC. Entre estes aparelhos inclui-se a iluminação, o ar condicionado, o
equipamento de escritório e até os computadores pessoais. Além disso, a hipótese de que a distribuição
de corrente CC é mais eficaz ou possui outras vantagens sobre a corrente CA é falsa 3
Combinação de calor e potência Todos os sistemas de criação de potência geram mais calor do que energia eléctrica. Se for possível
dominar o calor e utilizá-lo de forma produtiva, eliminando a necessidade de outro tipo de energia de
aquecimento, então seria possível efectuar uma economia significativa. Infelizmente, os centros de dados
e as salas de servidores são ambiente geradores de elevados níveis de calor e não necessitam de uma
fonte de calor suplementar. Por esta razão torna-se necessário que surja uma utilização alternativa do
calor antes que seja possível efectuar economias significativas. Poucos locais correspondem a estes
critérios; no entanto, para esses locais específicos, os dados existentes sugerem que o TCO para um
sistema de criação de potência de um centro de dados em modo de funcionamento público-interactivo
poderia ser inferior ao TCO de um sistema de energia de reserva.
Tenha em atenção que quando é utilizada a combinação de calor e potência, os dados sugerem que o
motor alimentado a gás natural continua a apresentar uma vantagem significativa em termos de TCO sobre
as células de combustível ou micro-turbinas.
Combinação de refrigeração e potência Outra aplicação para o desperdício do calor gerado durante a criação de potência reside na sua utilização
para alimentar o equipamento de refrigeração, recorrendo para esse efeito a um dispositivo denominado
arrefecedor de absorção. Neste caso, o calor é realmente convertido em capacidade de refrigeração, que
representa uma das principais necessidades do centro de dados. Uma vez que um centro de dados normal
chega a utilizar a mesma quantidade de energia eléctrica necessária para suportar a carga crucial, na
manutenção do sistema de refrigeração em funcionamento, esta solução apresenta o duplo benefício de
reduzir a carga eléctrica E melhorar a eficácia do sistema de criação de potência. Teoricamente, este facto
poderia reduzir significativamente o TCO de um centro de dados.
Proporcionar opções de tolerância de falhas para sistemas de refrigeração e alimentação combinados sem
perder os benefícios inerentes continua a representar actualmente um desafio técnico.
3 Para uma análise sobre a utilização de corrente CC no centro de dados, consulte a Aplicação técnica nº 63 da APC: “AC vs. DC for Data Centers and Network Rooms” (disponível apenas em inglês)
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O desempenho da combinação de refrigeração e potência através da utilização de um arrefecedor de
absorção aumenta com em função do desperdício de calor. Por esta razão, as tecnologias das células de
combustíveis, tais como a PEM não são adequadas para utilização com arrefecedores de absorção devido
às baixas temperaturas de funcionamento. As micro-turbinas apresentam características em termos de
desperdício de calor mais adequadas para aplicações de combinação de refrigeração e potência.
Independência total da corrente pública Ocasionalmente surge a sugestão de que as células de combustível ou as micro-turbinas podem permitir
que um centro de dados se torne totalmente independente do sistema de fornecimento público. Este facto
permitiria eliminar os custos de reserva ou outras taxas da empresa de fornecimento. Poderia ainda
permitir a instalação de um centro de dados num local em que não fosse possível conseguir corrente
pública CA.
A independência da corrente pública provoca o surgimento de uma nova vaga de problemas técnicos,
incluindo o arranque a frio do sistema de criação de potência, bem como a perda da corrente pública como
fonte de alimentação de reserva. Além disso, a instalação continua dependente do fornecimento de
combustível através de tubagem ou camião e, por essa mesma razão, sujeita a greves de trabalhadores ou
outras anomalias no fornecimento. A empresa fornecedora de gás pode interromper o fornecimento
durante uma crise, tal como acontece quando a pressão do gás desce durante períodos de grande
procura, como seja, condições atmosféricas excepcionalmente frias.
Os dados sugerem que mesmo que a independência total do fornecimento público fosse um objectivo
prioritário, os geradores alimentados através de um motor convencional continuariam a apresentar
vantagens em termos de TCO sobre as células de combustíveis ou as micro-turbinas.
Conclusão A criação de potência local para fazer face a períodos de corte de energia prolongados continua a ser um
dos requisitos para atingir uma elevada disponibilidade no caso dos centros de dados e salas de
servidores. A estratégia convencional baseada na utilização de um sistema de reserva alimentado por um
motor continua a apresentar vantagens económicas sobre as células de combustível e as micro-turbinas.
Se a pressão para reduzir as emissões se transformar num factor importante, é natural que surja uma
tendência para optar pelos motores a gás natural ou propano em detrimento dos motores a gasóleo, em
vez vez da adopção das tecnologias de células de combustível ou micro-turbinas.
As inovações tecnológicas que reduzem dramaticamente o custo das células de combustível, bem como a
utilização de tecnologias reformistas poderiam permitir que as células de combustível substituíssem os
geradores a motor, mas os métodos disponíveis para atingir esse tipo de redução de custos ainda não
demonstraram as suas vantagens.
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Uma combinação do modo público-interactivo com aplicações de combinação de refrigeração e potência
apresenta algum potencial para permitir que as micro-turbinas surjam com uma vantagem significativa em
termos de TCO face às estratégias convencionais. No entanto, existe ainda uma grande variedade de
problemas técnicos por resolver, incluindo métodos económicos que proporcionem opções de tolerância
de falhas.
Tendo em vista a maximização da disponibilidade do sistema eléctrico, as melhorias ao nível da
arquitectura de tolerância de falhas da actual tecnologia baseada em motores parecem ser o melhor
investimento do ponto de vista do utilizador. Este tipo de investimento inclui a arquitectura de circuito
duplo, a arquitectura N+1, uma melhoria da integração e verificação do sistema, bem como uma melhoria
dos instrumentos e da monitorização.
Anexo 1: Dados do TCO Este anexo inclui os dados que foram utilizados na criação da Figura 1 no papel e explica de forma sucinta
o modelo. Este modelo considera os custos iniciais e recorrentes, incluindo os custos com a energia,
efectua a sua distribuição ao longo da vida útil do sistema e, em seguida, apresenta os resultados em
termos de dólares por watt por sistema nominal.
Aplicam-se os seguintes pressupostos:
Pressupõe-se que o princípio activo da célula de combustível é o hidrogénio, ao passo que as células de
combustível contínuas possuem um sistema reformista e utilizam gás natural.
Pressupõe-se que o sistema do gerador utiliza gás natural ou propano e não gasóleo. Os custos do
equipamento a gasóleo seriam reduzidos em cerca de 25%.
Considerou-se um custo de reserva cobrado pela empresa de fornecimento público para todos os sistemas
que não seja utilizados em modo de reserva. Trata-se neste caso da taxa anual, cobrada pela empresa
pública de forma a proporcionar um serviço de fornecimento eléctrico que poderia ser utilizado como
segurança. Este valor é expresso como uma percentagem da taxa base aplicada ao sistema nominal.
A taxa eléctrica é representada pela taxa média cobrada para uma utilização contínua e inclui as taxas
relacionadas com a utilização do equipamento em períodos de maior consumo. Este custo deve ser
representado por um valor superior à taxa base.
O modelo foi desenvolvido utilizando para esse efeito os custos previstos para os sistemas da gama
250kW. Tenha em atenção que os custos $/W são inferiores para os sistemas de potência mais elevada
e podem ser superiores para os sistemas com uma potência substancialmente inferior.
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Tabela 1 – Dados utilizados nos cálculos do TCO
Entradas concebidasVida útil do sistema anos 10Carga em percentagem % 35%Capacidade prevista kW 250
Entradas de custosGerador de reserva
Gerador contínuo
Gerador em modo público-interactivo
Célula de combustível de reserva (H)
Célula de combustível contínua
Célula de combustível em modo público-interactivo
Micro-turbina de reserva
Micro-turbina contínua
Micro-turbina em modo público-interactivo
Custos de capital/iniciaisEngenharia do sistema $/W 0,2 0,2 0,2 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4Gerador (3 anos) $/W 0,4 0,4 0,4 2 2 2 0,8 0,8 0,8Inversor CC/CA $/W 0 0 0 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3Equipamento auxiliar $/W 0,3 0,3 0,3 0,4 1,4 1,4 0,3 0,3 0,3Armazenamento de combustível $/W 0,1 0,1 0,1 0,7 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1Instalação do gerador $/W 0,1 0,1 0,1 0,2 0,2 0,2 0,15 0,15 0,15
Custos de manutençãoCusto de manutenção $/W/A 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04
Taxas e custosTaxa de irregularidade $/kW 0 0 0 0 0 0 0 0 0Taxa de reserva da corrente pública % da taxa 0% 10% 10% 0% 10% 10% 0% 10% 10%Taxa eléctrica $/kw-hr $0,070 $0,070 $0,070 $0,070 $0,070 $0,070 $0,070 $0,070 $0,070Taxa de combustível $/kw-hr $0,017 $0,017 $0,017 $0,200 $0,017 $0,017 $0,017 $0,017 $0,017Taxa de retoma $/kw-hr $0,070 $0,070 $0,070 $0,070 $0,070 $0,070 $0,070 $0,070 $0,070
DesempenhoCriação com perda sem carga % 25% 25% 25% 10% 10% 10% 20% 20% 20%Eficácia de criação com carga total % 30% 30% 30% 40% 35% 35% 28% 28% 28%% de tempo com corrente pública % 100,0% 0,1% 0,1% 99,9% 0,1% 0,1% 99,9% 0,1% 0,1%
TCO para a vida útilGerador de reserva
Gerador contínuo
Gerador em modo público-interactivo
Célula de combustível de reserva (H)
Célula de combustível contínua
Célula de combustível em modo público-interactivo
Micro-turbina de reserva
Micro-turbina contínua
Micro-turbina em modo público-interactivo
Inicial $/W $1,10 $1,10 $1,10 $4,00 $4,40 $4,40 $2,05 $2,05 $2,05Anual $/W $0,40 $0,96 $0,96 $0,40 $0,96 $0,96 $0,40 $0,96 $0,96Energia da rede pública $/W $1,96 $1,81 $0,90 $1,97 $1,45 $0,25 $1,96 $1,88 $1,22
$$ Total K$ $865 $967 $739 $1.593 $1.702 $1.402 $1.102 $1.222 $1.057
Cálculos intermédiosEnergia da carga kw-hr 7.000.000
Custo isolado K$ $275 $275 $275 $1.000 $1.100 $1.100 $513 $513 $513
Taxa de reservaK$/vida útil $0 $140 $140 $0 $140 $140 $0 $140 $140
Outros custos anuaisK$/vida útil $100 $100 $100 $100 $100 $100 $100 $100 $100
Custos anuais somados K$ $100 $240 $240 $100 $240 $240 $100 $240 $240Perda de energia fixa do gerador kw-hr 0 4.995.000 4.995.000 2.000 1.998.000 1.998.000 4.000 3.996.000 3.996.000Perda proporcional do gerador kw-hr 0 14.568.750 41.625.000 9.800 12.287.700 35.107.714 16.600 16.583.400 47.381.143Perda de energia do gerador kw-hr 0 6.993.000 19.980.000 7.000 6.993.000 19.980.000 7.000 6.993.000 19.980.000Energia pública necessária kw-hr 7.000.000 7.000 7.000 6.993.000 7.000 7.000 6.993.000 7.000 7.000Energia de combustível necessária kw-hr 0 26.556.750 66.600.000 18.800 21.278.700 57.085.714 27.600 27.572.400 71.357.143Energia pública vendida kw-hr 12.980.000 12.980.000 12.980.000
Custo da energiaK$/vida útil $490 $452 $1.133 $493 $362 $971 $490 $469 $1.214
Energia pública vendidaK$/vida útil $909 $909 $909
Custo da energia da rede públicaK$/vida útil $490 $452 $224 $493 $362 $62 $490 $469 $305