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Congresso Ibrico de Estudos Africanos, painel
Arquitecturas de Segurana na frica Subsaariana. O papel
das Organizaes Regionais Africanas na gesto estratgica
dos conflitos. Impactos para a segurana regional -1 sesso,
Coimbra, 11 de Setembro de 2014, 14 horas!
Tema: O papel de Angola como vrtice do eixo centro-austral de frica: Contributos para a segurana regional
por: Eugnio Costa Almeida*
*(Investigador do Centro de Estudos Internacionais do ISCTE-IUL)
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Objectivo / Resumo:
A poltica de defesa regional da frica central assenta
primordialmente num tringulo organizacional
estratgico composto pela Comunidade Econmica dos
Estados da frica Central (CEEAC), pela Comisso do
Golfo da Guin (CGG) e pela Comisso Internacional da
Regio dos Grandes Lagos (CIRGL). Angola est
presente nestes trs centros decisrios, sem descurar a
sua vertente austral, onde assume papel de relevo na
Comunidade para o Desenvolvimento da frica Austral
(SADC) e, em paralelo, na 5 Brigada Militar de
Unidade Africana, com sede em Gaborone, Botswana. A
comunicao proposta pretende analisar o papel de
Angola como vrtice nas relaes poltico-militares nas
duas sub-regies (CEEAC e SADC) da frica
Subsaariana.
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1. Introduo:
Angola, enquanto pas da frica centro-austral com
capacidade de deciso na gesto dos problemas
(conflitos, terrorismo, escaramuas, diversificaes
polticas) que assumem na regio, sobrevm como um
dos vrtices geradores de estabilidade no tringulo
centro africano, onde a Comisso do Golfo da Guin
(CGG), a Comunidade Econmica dos Estados da frica
Central (CEEAC) e a Comisso Internacional da Regio
dos Grandes Lagos (CIRGL), emergem como os catetos
desse tringulo.
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Tambm no esquecer que Angola , igualmente, um
Estado-membro importante a par da frica do Sul
um dos dois mais importantes da Comunidade para o
Desenvolvimento da frica Austral (SADC). Alm de ser
a segunda fora poltico-econmica , tambm, um
Estado fornecedor de efectivos militares para a
composio da 5 Brigada Militar de Unidade Africana
(African Standby Forces), com sede em Gaborone,
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Botswana. Esta fora foi criada no espao da rea de
defesa da Unio Africana e tem como base o Protocolo
Relativo ao Conselho para a Paz e Segurana (CPS) da
Unio Africana, entrada em vigor em 26 de Dezembro
de 2003, visando para a promoo da paz, segurana e
estabilidade em frica. Foi criada no mbito da
Arquitectura de Paz e Segurana Africana para o
Sculo XXI.
Por falar em Paz e estabilidade recordemos o 13
aniversrio do ataque terrorista aos EUA. A regio
centro-africana uma das regies africanas onde o
terrorismo (martimo e jihadista) se faz mais sentir.
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2. Angola e a poltica de defesa da frica
central:
Angola tem nos sido apresentado como um dos
principais vrtices da poltica de paz, estabilidade e
seguranas africanas na desordenada regio centro do
continente, seja na Comunidade Econmica dos Estados
da frica Central (CEEAC), seja na zona envolvente dos
Grandes Lagos bem como.
No se pode esquecer o impacto que as sucessivas crises
poltico-militares da regio, reconhecida pela sigla
CIRGL ou Grandes Lagos (ou seja, na rea
compreendida entre o leste da Repblica Democrtica
do Congo (RDC) e da antiga regio Urundi engloba as
Repblicas do Ruanda e do Burundi), vem mantendo
sobre os pases vizinhos, em particular no Uganda e no
Qunia, este igualmente afectado pela sua proximidade
Somlia e instabilidade poltico-militar do Corno de
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frica, ou, ainda, na Repblica Centro-Africana (RCA)
bem como na Nigria (embora esta no faa parte da
CEEAC) devido ao terrorismo jihadista.
E nesse aspecto Angola, nomeadamente a sua capital,
Luanda, tem sido uma importante talvez, ultimamente,
a mais importante, placa giratria para os diplomatas
africanos, europeus e norte-americanos ou para a ONU,
no que concerne soluo das questes relacionadas
com a Repblica Democrtica do Congo e as sucessivas
rebelies e insurreies no Leste do pas, nomeadamente
nas provncias do Kivu (Norte e Sul), no leste da RDC,
ou nas questinculas polticas por vezes com recurso a
elementos armados em outras zonas do pas; bem como
nas recentes rebelies da Repblica Centro-Africana,
originadas entre cristos e animistas e islamitas radicais;
tal como na instvel zona dos Grandes Lagos (no
esquecer as sucessivas incurses de militares ruandeses,
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com a desculpa de perseguirem os banyamulenges
rebeldes tutsis, hoje agrupados no Congresso Nacional
para a Defesa do Povo (CNDP), que chegaram a apoiar
Kabila) ou rebeldes hutus das Foras Democrticas de
Libertao do Ruanda (FDLR).
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3. Angola e a sustentabilidade do Golfo da
Guin:
Sobre esta questo vou tomar como ponto de sustentao
e apoio um trabalho efectuado h cerca de ano e meio
com a colaborao do tenente-coronel Lus Bernardino
sobre a ZOPACAS (ou ZPCAS Zona de Paz e de
Cooperao do Atlntico Sul) e a Comisso do Golfo da
Guin (CGG), para a Revista Militar (RM 2532, Jan,
2013: 43-61). Angola um dos Estados-membros da
ZOPACAS, que abordaremos, um pouco, mais adiante.
A CGG surgiu pela via de uma cimeira realizada por
alguns pases da regio, na capital gabonesa de
Libreville, em 2001, na sequncia de uma proposta
nigeriana de 1999. Na cimeira que formalizou a criao
da CGG os Chefes de Estado e de Governo presentes e
signatrios incrementaram, consensualmente, uma ideia
que conducente a desenvolver uma cooperao
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estratgica para a segurana regional, com especial
destaque, na vertente martima.
Relativamente vertente martima h que salientar a
deficiente diria, a inexistente fora marinha de
guerra dos pases da regio do Golfo e dos pases
africanos, de uma maneira geral.
Baseada nisso, Angola est a apetrechar a sua esquadra
naval com novos meios, tendo, recentemente, comprado
alguns barcos de patrulha costeira RPChina e, falou-
se, de tambm comprar alguns Alemanha.
Mais recentemente soube-se ainda esta semana a
marinha de guerra angolana comprou 7 navios
patrulhas de alto-mar ao Brasil sendo 4 fabricados pelos
brasileiros e os restantes nos recuperados estaleiros
navais de Porto-Amboim, na provncia do Cuanza Sul.
Ora, a vigilncia martima no Golfo est ser feita por
marinhas externas, nomeadamente, norte-americanas,
sob o controlo da AFRICOM, ou de navios latino-
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americanos da ZOPACAS, bem como marinhas
europeias e asiticas.
Em frica a frica do Sul a nica que mantm uma
frota de guerra mais avanada. Comprou, h cerca de 5
anos 3 submarinos.
De recordar que esta regio produz cerca de 5 milhes
de barris/dia de produo petrolfera. S Angola produz
entre 1,9 e 2,1 milhes de barris dirios.
A sede desta comisso encontra-se em Luanda e so
Estados-membros Angola, Camares, Gabo, Guin-
Equatorial, Nigria, Congo Democrtico (RDC),
Repblica do Congo e So Tom e Prncipe.
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A ZOPACAS, tem sede em Braslia e teve como base o
do Organismo para Proscrio das Armas Nucleares na
Amrica Latina e no Caribe (OPANAL) criado em
14.Fevereiro.1967; posteriormente, estendido aos pases
africanos do Atlntico Sul por quanto da criao da
ZOPACAS, atravs da Resoluo 41/11 de
27.Outubro.1986. Os EUA votaram contra esta
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resoluo; Portugal foi um dos que se absteve. tambm
conhecido pelo Tratado de Tlatelolco.
Visa a desnuclearizao do Atlntico Sul a a defesa das
Zonas Econmicas Exclusivas de cada um dos Estados-
membros.
Mas nem por isso os conflitos diplomticos deixam de
ocorrer; a RDC contestou junto da ONU a limitao de
fronteiras com Angola devido presena de
hidrocarbonetos na rea que est a ser explorada por
Angola.
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4. A SADC como supedneo do tringulo
estratgico centro-africano:
Angola, contrariando as disposies vontades da
Unio Africana tem uma dupla participao nas sub-
regies poltico-econmicas africanas da CEEAC e na
SADC. Esta , claramente, dominada pela maior
potncia econmica e poltica de frica, e um dos
Estados-membros do G20 e dos BRICS, a frica do Sul.
Mas se a vertente da SADC manifesta e principalmente
poltica e econmica, tambm um dos organismos
regionais onde est implantada uma das brigadas
internacionais criadas pela Unio Africana no mbito da
Defesa e Segurana interna do Continente no espao da
Arquitectura de Paz e Segurana Africana para o Sculo
XXI (Bernardino, 2008:595). So as African Standby
Brigades ou African Standby Force (ASF) e, no caso
presente, temos a 5 Brigada Militar da Unio Africana
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(SADC-Standby Force ou SADCBRIG), com sede em
Gaborone, Botswana.
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5. Concluso:
Em concluso, infere-se que Angola, ou mais
correctamente, a poltica externa angolana, no est
limitada a uma nica sub-regio africana nem , ou se
restri