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TEMAS LIVRES – COMUNICAÇÃO ORAL

SEÇÃO 1 TL01- REFLEXÕES SOBRE O PROCESSO ENSINO – APRENDIZAGEM: UM ESTUDO DE CASO DE UMA CRIANÇA COM DIAGNÓSTICO DE EPILEPSIA

Jana Pahins Duarte, Carla Cristina Adda, Eliane Correa Miotto, Mara Cristina de Souza Lucia, Milberto Scaff

Divisão de Psicologia (CEPSIC) e Divisão de Clínica Neurológica do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

Introdução: A epilepsia na infância possui implicações no funcionamento cognitivo, pois freqüentemente estas crianças apresentam principalmente queixas de dificuldades de memória, lentificação do raciocínio e falta de atenção, interferindo significativamente no processo de aquisição das habilidades acadêmicas. Estudos sobre funções cognitivas demonstram que principalmente a memória e a atenção, sofrem com as drogas antiepiléticas (Thompson, 1992; Trimble e Thompson, 1986) e com alta freqüência das crises, quanto maior a freqüência das crises, maior é a probabilidade de comprometimento do intelecto. Tendo em vista estes aspectos reais, Katzenstein (2007) enfatiza a importância do papel da escola no processo ensino – aprendizagem de uma criança com epilepsia, pois ela necessita de um acompanhamento dirigido para minimizar estes déficits. Objetivo: Realizar um estudo de caso sobre a interferência da epilepsia infantil no funcionamento cognitivo. Método: Realizou-se a avaliação neuropsicológica em duas sessões de duas horas cada, de um menino com 8 anos e dois meses de idade. A avaliação foi composta primeiramente de anamnese e posteriormente da aplicação da escala de desenvolvimento Stanford Binet. Resultados: O paciente estava freqüentando a 2

a série do ensino fundamental em

uma escola regular estadual, a avaliação ocorreu no mês de janeiro de 2007, no ambulatório do Hospital das Clínicas da cidade de São Paulo – SP, por encaminhamento de seu médico neurologista, pois a criança obteve diagnóstico de epilepsia desde os 9 meses de idade, quando iniciou-se o tratamento medicamentoso (Gardenal) para controle das crises epiléticas apesar de haver recorrência dos sintomas até o momento. Começou a partir dos sete anos de idade a apresentar dificuldades escolares (inabilidade na leitura, escrita e matemática), contudo, não realiza acompanhamento psicopedagógico ou reforço escolar. Durante a avaliação neuropsicológica o paciente esteve desatento em relação às atividades apresentadas, com dificuldade de autonomia e dependência materna. Demonstrou bom desempenho verbal (compreensão e expressão), memória visual e percepção, porém detectou-se dificuldade de raciocínio numérico e manipulação dos números, raciocínio abstrato (no campo verbal, como por exemplo, classificação de conceitos) e planejamento e estratégia nas atividades que exijam habilidades vísuo – espaciais. Obteve idade mental de 5 anos e 11 meses e um índice de Q.I. 72 (limítrofe). Conclusão: Através desta explanação pode-se observar que déficits cognitivos decorrentes da epilepsia, ou seja, a precocidade das crises convulsivas e o tratamento prematuro, porém adequado, com medicação dirigida a deprimir as descargas elétricas cerebrais, podem influenciar no desenvolvimento cerebral habitual, prejudicando assim o processo ensino – aprendizagem quando a criança ingressa em uma escola que não reconhece tais interferências e não oferece um acompanhamento especializado para minimizar estas dificuldades. Palavras – Chave: aprendizagem, epilepsia, infância. TL02- INVESTIGAÇÃO DO FUNCIONAMENTO COGNITIVO E ESTADO PSICOLÓGICO EM UMA ADOLESCENTE COM DIAGNÓSTICO DE ESCLEROSE MÚLTIPLA RECORRENTE

Camila Marchi Güntert, Eliane Correa Miotto, Mara Cristina Souza de Lucia, Milberto Scaff

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Divisão de Psicologia (CEPSIC) e Divisão de Clínica Neurológica do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

Introdução: A esclerose múltipla (EM) pode causar vários sintomas, incluindo alteração nas sensações, problemas visuais, franqueza muscular, depressão e dificuldades de fala e coordenação. Apesar de todos esses sintomas, a autocrítica do paciente continua intacta, trazendo um sofrimento psíquico inestimado. Na adolescência, este diagnóstico possui impacto ainda mais relevante, pois é este o período em que o sujeito se prepara para a inserção na vida profissional. Objetivo: o presente estudo de caso investigou o desempenho cognitivo e o estado psicológico de uma adolescente com diagnóstico de EM. Método: A avaliação neuropsicológica foi realizada em duas sessões de duas horas cada. Utilizou-se um protocolo que investigava o raciocínio, conceituação verbal, memória de curto e de longo prazo, funções visuo-perceptivas, linguagem, funções executivas e escala de rastreio para detecção de sintomas de ansiedade e depressão. Resultados: Os resultados da avaliação demonstraram presença de déficit grave no que tange a memória de curto e longo prazo, flexibilidade mental e sintomas significativos de depressão. Conclusão: Estes achados demonstram a importância de se realizar uma avaliação neuropsicológica em pacientes com diagnóstico de EM na adolescência uma vez que tal avaliação possibilita identificar alterações precoces específicas do funcionamento cognitivo e do comportamento viabilizando condutas mais eficazes.. Palavras–chave: Esclerose múltipla recorrente, adolescência, funções cognitivas, avaliação neuropsicológica. TL03- INVESTIGAÇÃO DO FUNCIONAMENTO COGNITIVO DE UMA ADULTA JOVEM COM DIGNOSTICO DE LEUCODISTROFIA

Valeria Trunkl Serrao, Eliane Correa Miotto, Mara Cristina de Souza Lucia, Milberto Scaff Divisão de Psicologia (CEPSIC) e Divisão de Clínica Neurológica do Instituto Central do Hospital

das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

Introdução: O termo Leucodistrofia (do grego: “leuko”, branco; “trophy”, crescimento e “dys”,

doente) – “uma doença que afeta o crescimento da bainha de mielina” se refere a um grupo de

disfunções que afetam o cérebro, medula espinhal e nervos periféricos. As manifestações das

leucodistrofias são geralmente graduais e mais comumente apresentadas na infância. Tanto a

forma juvenil como a adulta (mais raras) apresentam sintomas como irritabilidade, diminuição do

tônus muscular, emaciação muscular, psicose e distúrbios emocionais. A forma juvenil é fatal no

decorrer de alguns anos do diagnóstico, enquanto que a forma adulta pode prolongar-se por

muitos anos. Freqüentemente nos estágios inicias os sintomas são difíceis de serem reconhecidos.

Antes do aparecimento dos sintomas, o sujeito apresenta desenvolvimento das funções

neurológicas completamente normal. Após as primeiras manifestações clínicas o quadro evolui

rapidamente com a perda da capacidade de andar, sentar, falar, engolir, respirar sem auxilio de

aparelhos, ouvir, enxergar e associado em alguns casos a sintomas psiquiátricos. Entretanto, são

escassos os estudos que investigam o funcionamento cognitivo em pacientes na forma juvenil.

Objetivo: O presente estudo de caso investigou o desempenho cognitivo e o humor de uma jovem

adulta de 37 anos, diagnosticada em Julho de 2006, objetivando avaliar as características da

doença de inicio tardio. Método: A avaliação neuropsicológica foi realizada em duas sessões de

1hora e 30minutos cada, no Hospital das Clínicas de São Paulo. Utilizou-se um protocolo que

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investiga o nível intelectual, conceituação verbal, memória de curto e longo prazo, funções visuo-

perceptiva e espacial, linguagem, função executiva e escala de rastreio para detecção de sintomas

de ansiedade e depressão. Resultados: Os resultados da avaliação demonstraram presença de

déficit grave de memória episódica de evocação imediata verbal e visuo-espacial e nomeação.

Déficit moderado de memória episódica de evocação tardia, de reconhecimento verbal e de

velocidade de processamento de informações. Preservadas a memória episódica de evocação

tardia e de reconhecimento visuo-espacial, memória de curto prazo, fluência verbal nominal e

categórica, flexibilidade mental e as funções visuo-perceptiva e espacial. Foram identificados

sintomas significativos de ansiedade na Escala HADS. Conclusão: Estes achados demonstraram

a importância de se realizar uma avaliação neuropsicológica no estágio inicial identificando dados

pré-mórbidos e alterações precoces especificas do funcionamento cognitivo e comportamental

visando maior eficácia do tratamento e orientação familiar.

Palavras – Chave: leucodistrofia, função cognitiva, avaliação neuropsicológica. TL04- INVESTIGAÇÃO DO FUNCIONAMENTO COGNITIVO APÓS TRAUMATISMO CRANIENCEFÁLICO

Melissa de Almeida Rodrigues, Carla Cristina Adda, Eliane Correa Miotto, Mara Cristina de

Souza Lucia, Milberto Scaff

Divisão de Psicologia (CEPSIC) e Divisão de Clínica Neurológica do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

Introdução: O traumatismo craniencefálico (TCE) é uma agressão ao cérebro, não de natureza degenerativa ou congênita, mas causada por força física externa e constitui qualquer agressão que acarrete lesão anatômica ou comprometimento funcional do couro cabeludo, crânio, meninges ou encéfalo. Pode produzir estado diminuído ou alterado de consciência, distúrbio do funcionamento comportamental/ emocional, temporário ou permanente, e mau ajustamento psicológico, que resulta em comprometimento das habilidades cognitivas ou do funcionamento físico. É dividido em lesões primárias, que ocorrem segundo a biomecânica que determina o trauma, e em lesões secundárias, que ocorrem segundo alterações estruturais encefálicas decorrentes da lesão primária bem como de alterações sistêmicas decorrentes do traumatismo. O objetivo principal do tratamento é evitar ou minimizar as lesões cerebrais secundárias. Objetivo: O presente estudo de caso investigou o desempenho cognitivo de um paciente de 56 anos após traumatismo craniencefálico de hemisfério esquerdo, em dois momentos distintos, visando comparar os resultados obtidos nas testagens das funções cognitivas. Método: As avaliações neuropsicológicas foram realizadas em duas sessões de duas horas cada, num intervalo de três meses. Utilizou-se um protocolo que investiga o nível intelectual, conceituação verbal, memória de curto e de longo prazo, funções visuo-perceptivas e espaciais, nomeação, fluência verbal nominal e categórica, flexibilidade mental e velocidade de processamento de informação. Resultados: Os resultados da avaliação demonstraram que num intervalo de três meses houve melhora significativa de nível intelectual, memória de curto e de longo prazo, nomeação e flexibilidade mental, no entanto, nos resultados obtidos em velocidade de processamento de informação, houve declínio. Em relação aos resultados de fluência verbal nominal, fluência verbal categórica, funções visuo-perceptivas e espaciais não houve modificação. Conclusão: Estes achados demonstram a importância de avaliação e reavaliação neuropsicológica possibilitando monitorizar o declínio ou melhora da performance cognitiva, fornecendo dados sobre o curso do desempenho das funções cognitivas do paciente, podendo auxiliar no direcionamento do tratamento dispensado ao mesmo. Palavras-chave: traumatismo craniencefálico; avaliação neuropsicológica, função cognitiva.

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TL05- AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA: DIAGNOSTICO DE AFASIA ASSOCIADO A OUTROS DÉFICITS COGNITIVOS

Anair Rodrigues , Eliane Correa Miotto, Mara Cristina Souza de Lucia, Milberto Scaff Divisão de Psicologia (CEPSIC) e Divisão de Clínica Neurológica do Instituto Central do Hospital

das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP Introdução: A afasia é um comprometimento que pode afetar todos os processamentos da linguagem ; expressão e compreensão do discurso, a leitura e escrita e também gestos e mímicas. Resulta de lesão cerebral no hemisfério dominante para linguagem ( Hemisfério esquerdo para destros e direito para não destros) . É considerada o dano mais devastador secundário a um AVC ( Acidente Vascular Cerebral ). A afasia pode ocasionar comprometimentos severos, impossibilitando totalmente a comunicação ou pode ser de moderada à leve. Pode prejudicar um único aspecto da linguagem como comprometer apenas o desempenho na nomeação dos objetos ou impossibilitar múltiplos aspectos da comunicação. A desordem na produção da linguagem é uma seqüela que pode ser percebida como o principal comprometimento pós AVC, no entanto através da avaliação neuropsicológica podemos notar que os resultados apontam outras alterações nas funções cognitivas tais como: função executiva, memória, atenção, etc. Objetivo: Avaliar o desempenho neuropsicológico de uma paciente com diagnóstico de afasia demonstrando que os resultados apresentados mostram que há outros déficits cognitivos além do comprometimento da linguagem. Método: Avaliação neuropsicológica realizada em três sessões com a duração de 90 minutos cada. Os testes avaliaram: funções executivas, atenção, memória, linguagem, conceituação verbal, raciocínio e funções visuo-perceptivas. Resultados: Os resultados obtidos na avaliação apresentaram dificuldades consideráveis em todas as funções cognitivas avaliadas, com grave comprometimento em tarefas as quais avaliaram a função executiva, no que tange a manutenção da atenção e o controle mental para desempenhar tarefas que exigiam manipulação de informação. Conclusão: Ressaltamos a importância em avaliar o desempenho global cognitivo do paciente afásico. Esses resultados serão extremamente colaboradores para o planejamento de metas para reabilitação da função da linguagem, assim como para elaboração de estratégias compensatórias de intervenção visando maiores benefícios na adaptação do funcionamento na vida diária do paciente.

Palavras chaves: afasia, avaliação neuropsicológica, reabilitação, déficits cognitivos

TL06- AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA PRÉ-OPERATÓRIA EM PACIENTES COM GLIOMA DE BAIXO GRAU

Maria Carla da Silva, Eliane Correa Miotto, Mara Cristina Souza de Lucia,

Paulo Henrique Pires de Aguiar, Milberto Scaff Divisão de Psicologia (CEPSIC) e Divisão de Clínica Neurológica do Instituto Central do Hospital

das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP Introdução: Tumores cerebrais podem variar, dependendo do tipo histológico, quanto à velocidade e forma de crescimento, à extensão do edema circunvizinho e localização afetando de maneira diferente a vida do paciente. Comparada à população geral, uma porcentagem significativa de pacientes com tumores cerebrais apresentam alterações cognitivas. Os

gliomas de baixo grau são

tumores de crescimento lento e com um comportamento clínico heterogêneo onde muitos pacientes não apresentam sintomas neurológicos ou cognitivos observáveis, entretanto, quando tais pacientes são submetidos a tratamento de químio ou radioterapia, observa-se em alguns casos alterações cognitivas muitas vezes não associadas apenas com o tratamento recebido. Nestes casos há a possibilidade de tais pacientes já apresentarem previamente ao tratamento alterações cognitivas sutis identificadas apenas através de exame neuropsicológico. O objetivo deste estudo é investigar as funções cognitivas de pacientes com gliomas de baixo grau antes do

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tratamento cirúrgico ou medicamentoso. Método: Foram submetidos à avaliação neuropsicológica 12 pacientes encaminhados pelo Grupo de Neuro-oncologia do Instituto Central do Hospital das Clínicas, com exame de neuro-imagem e histopatológico confirmando o diagnóstico de glioma de baixo grau. Foram excluídos do estudo pacientes com histórico neuropsiquiátrico, recidivados, metastáticos, afásicos, e com quadro de confusão mental. Resultados: Foram encontrados déficits cognitivos em toda a amostra, principalmente de memória e função executiva. Conclusão: Este estudo demonstrou a importância de submeter esta população de pacientes à avaliação neuropsicológica antes do tratamento para que os resultados pormenorizados obtidos possam direcionar o tratamento de forma mais efetiva, minimizando possíveis conseqüências funcionais para o paciente. Palavras-chave: glioma, tumor cerebral, neuropsicologia, avaliação cognitiva TL07- TORRE DE HANÓI: UMA PROPOSTA DE PADRONIZAÇÃO E NORMATIZAÇÃO PARA SUJEITOS DE 13 A 16 ANOS

Beatriz de Andrade Sant’Anna, Julieta Quayle, Kátia Osternack Pinto, Mara Cristina Souza de Lucia, Milberto Scaff

Divisão de Psicologia (CEPSIC) e Divisão de Clínica Neurológica do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

Introdução. Função Executiva (FE) é a capacidade de auto-direção, auto-controle e regulação, ou seja, pré-condição para uma pessoa agir com sucesso e de forma independente. Pode ser separada em: volição, planejamento, ação intencional e desempenho efetivo, (Lezak, 1995). O Teste Torre de Hanói (ToH) parece ser uma tarefa complexa gerenciada pelo lobo frontal, fazendo com que integre a bateria de avaliação de FE como um indicador de flexibilidade mental, planejamento e capacidade de antecipar e automatizar ações, de acordo com Welsh, Satterlee-Cartmell e Stine (1999). Uma revisão bibliográfica apontou que são escassos os dados normativos disponíveis que possam ser utilizados como comparativos para ToH para população brasileira. Diferenças metodológicas e de tratamento dos dados indicavam a necessidade de um estudo do desempenho dessa população que pudesse servir como parâmetro para futuras pesquisas, sobretudo para faixas etárias de crianças e adolescentes. Objetivo. Contribuir para normatizar instrumentos neuropsicológicos à população brasileira, propondo padronização e normatização do ToH. Método. Participaram do estudo 60 estudantes com idades entre 13 a 16 anos. Foram feitos treinos com 3 e 4 peças, 5 vezes cada um. O tempo, o número de movimentos e os erros foram registrados. Terminada a tarefa, os sujeitos foram instruídos a responder qual estratégia utilizaram. Resultados. Os dados sugerem que houve efeito de aprendizagem, com queda do número de movimentos e do tempo. No primeiro treino com 4 peças, houve aumento dos movimentos e do tempo, que foi decrescendo com os treinos, sugerindo que aplicação repetida de ToH automatiza a resposta, requer uso do planejamento, da flexibilidade mental e busca de nova estratégia de sucesso. Resultados comparados com estudo de mesma padronização em sujeitos de 18 a 67 anos, encontraram nível similar de desempenho envolvendo número de movimentos. 55% das respostas não implicavam em estratégia, sugerindo automatização da tarefa, com uso de memória implícita não consciente. Conclusão. Ficou demonstrada a importância de se repetir os treinos durante a aplicação. O número de 5 repetições com 3 peças parece ter sido o suficiente para automatizar a solução encontrada pelo sujeito e para que pudesse haver efeito de aprendizagem. Parece ter sido demonstrado que a ToH é um bom instrumento para avaliar a flexibilidade mental, já que força a mudança de estratégia quando se introduz a quarta peça. A tarefa com 4 peças parece ter se tornado automática ao longo dos 5 treinos, com o tempo e o número de movimentos diminuindo ao longo da aplicação. Portanto, frente à dificuldade em avaliar as funções executivas e à escassez de dados normativos para a população brasileira, parece que os dados deste estudo esboçam um padrão de resposta desta população, confirmando a ToH como um instrumento eficaz na avaliação da FE, sobretudo quanto ao planejamento, controle inibitório, memória implícita e flexibilidade mental. Por outro lado, os dados fornecidos pelos sujeitos quanto ao como o teste foi respondido, parece não ser um bom indicador da FE, por esta estratégia não ser consciente.

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Palavras-chave: hanói; função executiva; normatização; padronização TL08- EVOLUÇÃO DA PRODUTIVIDADE NEUROPSICOLÓGICA ENTRE TRÊS E NOVENTA DIAS APÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL – AVC EM ADULTOS SEM ANTECEDENTES NEUROLÓGICOS

Margareth Pereira Paula, Julieta Quayle, Kátia Osternack Pinto, Mara Cristina Souza de Lucia,

Milberto Scaff Divisão de Psicologia (CEPSIC) e Divisão de Clínica Neurológica do Instituto Central do Hospital

das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP Introdução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a terceira principal causa de morte entre as enfermidades clínicas e a mais freqüente entre as doenças neurológicas (Neto, 2002). Segundo Azevedo e Matos (2003), somente 30% dos indivíduos que sofrem um AVC recuperam a função neurológica anterior, apresentando risco de recidiva de 20% ao ano. A maior parte dos indivíduos que sofrem AVC apresenta déficits cognitivos significativos, podendo ser reversíveis ou não, dependendo da localização da lesão e do tamanho da área comprometida (Resck, 2004). Método: Os resultados apresentados neste estudo são parte de pesquisa mais ampla, em andamento, realizada pela Divisão de Psicologia e Divisão de Clínica Neurológica do ICHC- FMUSP. Apresenta resultados preliminares comparando a produtividade neuropsicológica em dois períodos: no terceiro dia (Fase 1) e após três meses do AVC (Fase 2). Para tanto, foram investigados 20 indivíduos com idade média de 50,5 (DP 16,52), sendo 11 homens e 9 mulheres, com 7 anos de instrução em média. Foram incluídas apenas pessoas sem história anterior de AVC ou quaisquer outras doenças neurológicas ou psiquiátricas comprovadas e excluídos aqueles que obtiveram escore inferior ao ponto de corte do MEEM para a população brasileira (Bertolucci et al, 1994). Para investigação neuropsicológica, foram utilizados 11 testes específicos para investigação das funções de atenção, raciocínio, linguagem, percepção visuoespacial, memória e funções executivas. Resultados: Dentre os resultados obtidos, verificou-se melhora significativa (teste Wilcoxon) dos sujeitos nos testes que avaliam atenção seletiva (p=0,010) e orientação visuoespacial em relação à angulação (p=0,017). Em relação à velocidade no processamento das informações, também demonstraram melhora nos testes mais sensíveis ao tempo, como no teste de Stroop (p=0,048, 0,014 e 0,010 para os cartões 1, 2 e 3, respectivamente) e na fase inicial da Torre de Hanói (p=0,009 para três peças). Outro dado significativo foi a produção da linguagem, na qual houve diferença no teste FAS (p=0,031) mas não em categorias - Animais (p=0,111), sugerindo a participação da função executiva diante da demanda de maior elaboração mental, no primeiro resultado, o que se confirmou pela melhora que também ocorreu nos testes de raciocínio (p=0,031). Conclusão: Embora se tratem de dados preliminares, tais achados demonstraram importante contribuição na área, pois não se encontram na literatura estudos que incluam bateria detalhada, que permita distinguir as especificidades do comprometimento em um mesmo indivíduo, e que acompanhem sua evolução ao longo dos meses subseqüentes ao AVC. Dando continuidade ao estudo mais amplo, em andamento, os achados neuropsicológicos serão comparados à presença ou não de depressão destes pacientes, permitindo análise mais ampla que leve em conta as relações entre o humor e o funcionamento cognitivo. Palavras-chave: neuropsicologia, acidente vascular cerebral, psicologia hospitalar. SEÇÃO 2 TL09- USO DO PAGER COMO UMA ESTRATÉGIA COMPENSATÓRIA DE MEMÓRIA EM REABILITAÇÃO COGNITIVA: RELATO DE CASO

Sílvia Adriana Prado Bolognani, Orlando Francisco Amodeu Bueno

Centro Paulista de Neuropsicologia; REAB Serviço de Reabilitação Neuropsicológica de Adultos; Departamento de Psicobiologia – UNIFESP; Associação Fundo de Incentivo à Psicofarmacologia

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Introdução: Problemas de memória e iniciativa são sequelas frequentes em pacientes após uma lesão cerebral e causam importante perda de autonomia nas atividades cotidianas. O uso sistemático de pagers como auxílio de memória existe desde 1994, quando um sistema especial foi desenvolvido na California por um engenheiro cujo filho sofrera uma lesão cerebral. Trabalhando com uma neuropsicóloga, ele criou um software ligando, via telefone, seu computador a uma companhia de pager. Ele programava e agendava mensagens que seriam enviadas ao filho através do aparelho. Este sistema foi chamado de Neuropage®, e a experiência foi divulgada na literatura científica em 1997. Embora tal sistema não tenha chegado ao Brasil, podemos usar o sistema convencional das operadoras de pager com o mesmo fim. Assim, baseados na idéia original e fazendo pequenas adaptações a um aparelho de pager simples, podemos criar um auxílio externo de memória que é fácil de usar, mesmo para pacientes com dificuldades cognitivas. Objetivo: descrever o uso de um receptor de mensagens convencional (pager) na reabilitação de um paciente com dificuldades importantes de memória e iniciativa. Método: CB, um rapaz de 34 anos, formado em física, sofrera anoxia cerebral por afogamento 5 anos antes. Suas principais dificuldades eram amnésia anterógrada severa, dificuldades de sustentção atencional e iniciativa. Sua rotina incluia apenas atividades de auto cuidado, um jogo de computador e re-leitura de livros antigos; ajudava a mãe em casa quando solicitado e saía sozinho de casa apenas para comprar cigarros em uma padaria próxima. Embora fosse capaz de responder adequadamente quando solicitado, não iniciava qualquer interação interpessoal ou conversa, e sua expressão emocional era bastante empobrecida. Procedimento: CB ingressou no tratamento para melhorar auto-percepção, orientação, memorização de eventos atuais através do uso de estratégias externas, inserir atividades significativas na rotina, e melhorar a espontaneidade e expressividade emocional. Após cumprir estas metas iniciais, ingressou em fase posterior do tratamento para ganhar autonomia na realização das atividades. Esta segunda fase do tratamento incluiu selecionar tarefas a serem lembradas, medir linha de base do desempenho de CB, treinar uso do pager por aprendizagem sem erro, ensinar a família a programar as mensagens, registrar desempenho em cada tarefa após iniciar uso do pager. Resultados: CB melhorou sua percepção sobre das dificuldades cognitivas, aceitando uso de estratégias compensatórias e novas tarefas na rotina. Medidas de linha de base mostraram que, sem pistas, CB não era capaz de realizar as atividades escolhidas. Com auxílio do pager CB realizava todas as tarefas com sucesso. Conclusão: Embora CB quisesse e gostasse das atividades, não era capaz de se lembrar de realizar nenhuma delas. Isto revela o quão incapacitante é o problema de memória, mesmo frente a preservação de outras funções cognitivas. O pager mostrou-se eficiente como auxílio externo de memória, melhorando a autonomia do paciente. Esta experiência ilustra, ainda, que a reabilitação cognitiva deve ser apoiada em teoria, criatividade e planejamento das intervenções, e que seu sucesso deve ser medido através das mudanças obtidas na vida real do paciente. Palavras-chave: reabilitação, memória, estratégias compensatórias, aprendizagem sem erro. TL10- DESEMPENHO DE CRIANÇAS DISLÉXICAS E LEITORAS NORMAIS EM UMA BATERIA DE AVALIAÇÃO DE LEITURA E ESCRITA COMPUTADORIZADA

Darlene Godoy de Oliveira, Katerina Lukasova, Elizeu Coutinho de Macedo

Universidade Presbiteriana Mackenzie – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde

INTRODUÇÃO: A dislexia é um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica e se caracteriza pela dificuldade na leitura fluente e correta de palavras, sendo observados também problemas na escrita e nas habilidades de decodificação de palavras. Estas dificuldades são tipicamente decorrentes de um déficit no componente fonológico da linguagem que freqüentemente não é esperado em relação a outras habilidades cognitivas e à provisão de adequada instrução escolar. O desenvolvimento e uso de instrumentos específicos de habilidades de leitura e escrita tornam-se cruciais para o correto estabelecimento de diagnóstico diferencial entre a dislexia e outros transtornos de aprendizagem. Uma Bateria de Avaliação de Leitura e Escrita Computadorizada (BALES) já foi validada com aproximadamente 2000 crianças de escolas públicas e particulares da cidade de São Paulo. A BALES é composta pelos seguintes testes: Teste de Nomeação de Figuras por Escrita (TNF-Escrita), Teste de Competência de Leitura de

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Palavras (TCLP); Teste de Nomeação de Figuras por Escolha (TNF-Escolha); Teste de Competência de Leitura de Sentenças (TCLS); e o Teste de Competência de Sentenças Faladas (TCFS). OBJETIVO: Avaliar as habilidades de leitura e escrita por meio da comparação entre disléxicos e leitores normais pelo desempenho na BALES computadorizada. MÉTODO: Foram avaliadas 10 crianças com diagnóstico de dislexia e 10 controles pareados por idade, sexo, nível sócio-econômico e série escolar. A idade média foi de 10,6 anos, sendo 8 meninos. RESULTADOS: O grupo de disléxicos obteve pontuação menor que os controles no TNF-Escrita; TCLP e TNF-Escolha, com diferença significativa (p<0,05). Não foi encontrada diferença para a pontuação no TCLS e no TCFS entre os grupos. Embora não tenha sido encontrada diferença na pontuação no TCLS, análise de variância mostrou que o tempo para a realização do mesmo teste foi significativamente maior para os disléxicos do que para os controles. Correlações de Pearson foram conduzidas entre os testes e mostraram correlações positivas entre os testes para os dois grupos de participantes. CONCLUSÕES: Os resultados mostram que o desempenho dos sujeitos disléxicos na BALES foi significativamente menor do que os do grupo controle, mas não foram observadas diferenças entre os dois grupos no padrão de correlação entre a pontuação nos vários testes da BALES. PALAVRAS-CHAVE: dislexia, leitura e escrita, avaliação computadorizada. TL11- TRANSLATION, TRANSCULTURAL ADAPTATION AND VALIDATION OF THE BRAZILIAN VERSION OF THE SHORT COGNITIVE PERFORMANCE TEST (SKT) Mariana Kneese Flaks, Mônica Sanches Yassuda, Ana Carolina Regina, Carla Garcia Cid, Luciane

de Fátima Viola, Fernanda Speggiorin Pereira, Cândida Helena Pires Camargo, Wagner Farid Gattaz, Orestes Vicente Forlenza.

Laboratory of Neuroscience (LIM 27), Department and Institute of Psychiatry, University of Sao Paulo

Introduction: The Short Cognitive Performance Test, SKT, is a screening test suitable for the diagnostic assessment of dementia, as it evaluates memory and attention skills, taking into account the speed of information processing. The original German version of the SKT has been translated and culturally adapted into several languages, such as English, French, Dutch, Greek, Italian, Russian, Spanish and Turkish. Objectives: (1) to address the psychometric characteristics of the SKT as a dementia screening instrument in a Brazilian population; (2) to analyze the contribution of attention and memory subscores to the diagnosis of MCI subtypes (amnestic, non-amnestic and multiple domain MCI), as compared to a diagnostic gold standard; (3) to verify the specificity, sensibility and diagnostic accuracy of the instrument. Methods: 145 subjects were assessed at the Institute of Psychiatry, University of São Paulo, Brazil. Consensus diagnoses were established by an expert multi-disciplinary team, considering clinical, neuropsychological and neuroimaging data. Raters were blind to SKT scores. Subjects were further classified into three main categories and respective subtypes: (1) Alzheimer´s disease patients (mild, moderate and severe AD), according to NINCDS-ADRDA criteria (McKhan et al., 1984); (2) Cognitively impaired, non-demented patients, including amnestic, non-amnestic, multiple domain MCI (Petersen et al., 1999) and questionable MCI; and controls (neuropsychologically assessed, cognitively unimpaired elderly subjects).

Results: Statistical analyses revealed high internal consistency for the SKT (Cronbach’s =0.86)

and its attention ( =0.80) and memory ( =0.83) domains. We found a signifiacnt association (p<0.001) between the SKT overall output (i.e., normal and abnormal SKT) and the three-category diagnostic gold standards (i.e., controls, MCI and AD). The SKT memory domain score was correlated with the diagnoses of amnestic and multiple-domain MCI (p=0.03). ROC analysis suggested that the SKT was an adequate test in this sample for the comparison of: (1) controls vs. AD (Area under the curve = 0.99; Sensitivity = 96.2%; Specificity = 100%; Accuracy = 98.5%); (2) non-demented subjects (controls+MCI) vs. AD (0.95; 96.2%; 83.9%; 86.1% respectively); (3) MCI vs. AD (0.93; 96.2%; 75.9%; 81%). Conclusions: The SKT maintains its original psychometric properties and displays significant correlation with consensus diagnosis. ROC curve data indicate that it is a good screening instrument to differentiate the transitional progress of MCI to AD. Key words: MCI, dementia, diagnosis, cognitive screening.

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TL12- PRELIMINARY ANALYSES OF THE PSYCHOMETRIC CHARACTERISTICS OF THE RIVERMEAD BEHAVIOURAL MEMORY TEST (RBMT) AS AN EARLY DETECTION INSTRUMENT FOR DEMENTIA IN BRAZIL

Mônica Sanches Yassuda, Mariana Kneese Flaks, Luciane de Fátima Viola, Fernanda Speggiorin Pereira, Carla Garcia Cid, Ana Carolina Regina, Cândida Helena Pires Camargo, Orestes Vicente

Forlenza. Laboratory of Neuroscience (LIM 27), Department and Institute of Psychiatry, University of Sao

Paulo Introduction: The RBMT is an ecologically valid test used to assess everyday memory problems. It is particularly useful to detect moderate to severe impairment (Wilson, Cockburn, Baddeley & Hiorns, 2000). Objective: The objective of this study was to examine the validity of the RBMT as a memory assessment tool in a sample of Brazilian older adults with different degrees of memory impairment. To reach this objective the internal consistency of the RBMT was calculated; RBMT scores of patients diagnosed as controls, mild cognitive impairment (MCI) and Alzheimer´s disease (DA) were compared; and the association between the RBMT scores (profile score PS and screening score SS) and the CAMCOG memory subtest score was analyzed. Methods: To evaluate the effectiveness of the RBMT as a clinical diagnostic tool sensitivity and specificity analyses were carried out. 113 older adults with cognitive complaints were assessed at the Institute of Psychiatry at the University of São Paulo. Consensus diagnoses were established by an expert multi-disciplinary team, taking into account clinical, neuropsychological, and neuro-imaging data. Subjects were classified into controls (n=52), MCI (n=41), and AD (n=20), according to NINCDS-ADRDA criteria. Results: Analyses revealed that internal consistency (Cronbach´s α) was high for the DA group (PS = 0.83, SS = 0.86) and moderate for the MCI (PS = 0.61, SS = 0.47) and Control (PS = 0.68, SS = 0.64) groups. For the total sample the internal consistency was high (PS = 0.91, SS = 0.87). ANCOVAS (controlling for educational differences) revealed statistically significant differences between the three groups (p< 0.001 for PS and SS). Spearman correlations between RBMT and CAMCOG memory subtest scores were significant only for the DA group (PS, r=0.56, p=0.013; SS, r=0.49, p=0.032). ROC curve analyses for the RBMT profile score (which ranges from 0 to 24) indicated that scores 14 and below differentiated Controls from DA patients with 95.0% sensibility and 96.7% specificity. Scores 21 and below differentiated Controls from MCI with 81,2% sensitivity and 68.9% specificity and scores 14 and below differentiated MCI from DA with 95.5% and 89.6% specificity. Conclusion: Overall, preliminary analyses suggest that the RBMT can be an appropriate neuropsychological instrument to identify memory decline in Brazilian older adults. Key words: dementia, memory, early diagnosis TL13- MINI EXAME DO ESTADO MENTAL MODIFICADO: ESTUDO PILOTO

Samara Melo Moura, Vitor Geraldi Haase Laboratório de Neuropsicologia do Desenvolvimento da UFMG

Introdução: O Mini Exame do Estado Mental Modificado (3MS) visa cobrir domínios cognitivos insuficientemente abordados pelo Mini Exame do Estado Mental (MMSE), tais como memória recente e funções executivas, bem como ampliar sua sensibilidade para déficits cognitivos leves e ligados ao hemisfério direito e também sua especificidade. Para tal, foram incluídas às tarefas da escala original, quatro novas tarefas que acessam uma amplitude maior de níveis de dificuldade e domínios cognitivos: uma segunda tarefa de recordação de três palavras, recordação de data e local de nascimento, fluência verbal semântica e uma tarefa de semelhança entre categorias semânticas. Objetivo: Este trabalho objetiva verificar a validade de critério da 3MS através de um estudo piloto. Métodos: Uma amostra global de idosos saudáveis foi composta por 39 sujeitos maiores de 59 anos de idade (Idade: m=72,10 anos; dp=7,58. Escolaridade: m=9,72 anos de estudo; dp=4,85. Sexo: 51% feminino e 49% masculino) e uma amostra de pacientes foi composta por 14 idosos portadores da doença de Alzheimer clinicamente diagnosticada (grupo de pacientes – Idade: m=78,21 anos; dp=8,18. Escolaridade: 5,71 anos de estudo; dp=4,58. Sexo: 64,3%

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feminino e 35,7% masculino). Para as análises de comparação entre as amostras, foi realizado um pareamento entre sujeitos das duas amostras, no qual 14 sujeitos que participam do grupo de idosos saudáveis foram selecionados de acordo com a idade e escolaridade que mais se assemelhavam às de cada paciente para, assim, formar o grupo controle (grupo controle – Idade: m=78,00 anos; dp=7,03. Escolaridade: 5,79 anos de estudo; dp=4,47. Sexo: 64,3% feminino e 35,7% masculino). Os dados foram analisados quanto a suas características descritivas e comparação entre as médias das amostras bem como as diferenças entre grupos específicos foram realizadas através de Mann-Whitney, Kruskal-Whallis. Resultados: os resultados indicam a

independência das amostras em relação à faixa etária (2=5,65; p=0,227) e à escolaridade

(2=5,77; 0,123). Todas as quatro tarefas acrescidas ao MMSE no 3MS são discriminativas entre

idosos normais e portadores de Alzheimer (Recordação de Data/Local de Nascimento: 2=5,80;

p=0,016. Fluência Verbal Semântica: 2=9,92; p=0,002. Segunda Evocação de Três Palavras

2=11,21; p=0,001 e Semelhanças

2=5,87; p=0,015), bem como o escore global, cuja amplitude

dos escores varia de 0 a 100 (2=17,497; p=0,000). Análise da Curva ROC demonstra uma área

sobre a curva ASC=96,4 (p=0,000) e uma equivalência entre sensibilidade e especificidade (86% para ambas as medidas) em um ponto de corte pc=75 pontos no escore global. Este instrumento

demonstrou ainda uma consistência interna igual à =0,832 e uma correção de 72,6% com o MMSE (p=0,000). Conclusões: Além de ter demonstrado boas características psicométricas o 3MS revelou-se um instrumento de grande validade discrimintativa e que, adicionalmente, cumpre os objetivos propostos pelos autores de incrementar a sua especificidade, que, neste caso, considerando-se o ponto de corte proposto, aumenta em 15,7% em relação à adaptação brasileira do MMSE. Contudo, devido ao pequeno tamanho amostra, estas conclusões têm valor limitado e requerem maior investigação. Palavras-Chave: Triagem Cognitiva, Mini Exame do Estado Mental Modificado, Estudo Piloto

TL14- AVALIAÇÃO DA MEMÓRIA DE TRABALHO AUDITIVA E VISUAL EM ESTUDANTES DA 1ª A 4ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL

Arthur de Almeida Berberian, Maria do Carmo Alves de Rezende, Bruna Tonietti Trevisan, Natália Martins Dias, Alessandra Gotuzo Seabra Capovilla

Universidade São Francisco

Introdução: A aprendizagem refere-se à aquisição ou armazenamento de novas informações e, portanto, está intimamente relacionada à memória. Esta pode ser entendida como uma forma de processamento da informação por meio de um sistema de três estágios: memória sensorial, memória de curto prazo e memória de longo prazo. Além destas, há a participação essencial da memória de trabalho que, no processo de aquisição da informação, realiza o processo de sustentação e manipulação da informação após a codificação e a filtragem. No modelo de memória de trabalho de Baddeley e Hitch há três componentes principais: o supervisor central, o circuito fonológico e a prancha de desenho visoespacial. A memória de trabalho é fundamental para diversas operações mentais, como a resolução de problemas e, também para a aquisição de habilidades acadêmicas. Desta forma, é essencial desenvolver e validar instrumentos para a avaliação da memória de trabalho em crianças durante o início da escolarização, da 1ª à 4ª série do ensino fundamental. Objetivo: Este estudo objetiva fornecer dados de precisão e evidências de validade de instrumentos de avaliação da memória de trabalho auditiva e visual para crianças. Método: Foram avaliadas 405 crianças, com idades variando de 6 anos e 5 meses a 15 anos e 3 meses, da 1ª à 4ª série do ensino fundamental de uma escola pública do interior de São Paulo, nos seguintes instrumentos: Teste de Memória de Trabalho Auditiva (MTA) e Teste de Memória de Trabalho Visual (MTV). Ambos os instrumentos foram aplicados de forma computadorizada na própria escola, individualmente, durante o período escolar regular, em duas sessões, uma para cada teste. Resultados: Foram conduzidas Análises de Variância do efeito de série e idade sobre os escores em cada instrumento. Os desempenhos no MTA e no MTV aumentaram com a

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progressão das séries escolares, sugerindo que os testes são válidos para avaliar tais séries, especialmente da 1ª à 3ª série. As análises ainda revelaram aumento dos escores nas idades entre 7 e 10 anos, sugerindo que os testes são válidos para avaliar esta faixa etária. Conclusão: Dessa forma, este estudo forneceu evidências de validade dos instrumentos e contribuiu para a disponibilização de testes que avaliam a habilidade Memória de Trabalho Auditiva e Visual em crianças do ensino fundamental. Palavras chave: memória de trabalho, avaliação psicológica, instrumentos computadorizados. TL15- COMPARAÇÃO DE DESEMPENHO NO TESTE WISC-III ENTRE INDIVÍDUOS COM TID E GRUPO CONTROLE

Tatiana Mecca, Fernanda Orsati, Profº. Dr.Elizeu Coutinho de Macedo

Universidade Presbiteriana Mackenzie. Programa de Distúrbios do Desenvolvimento. Introduçao: O autismo está inserido no espectro dos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID), sendo definido por déficits qualitativos em três grandes domínios: interação social, comunicação e comportamentos restritos e repetitivos. Estudos recentes apontam para uma disfunção executiva e verbal nestes indivíduos. O atraso significativo da linguagem e o déficit na função executiva podem ser avaliados e quantificados através do WISC III. Este é um instrumento psicométrico que avalia o indivíduo em duas escalas, verbal e execução, proporcionando, através dos resultados, uma determinação de padrões de respostas características de crianças com autismo. A determinação de padrões cognitivos baseados em avaliações neuropsicológicas sistematizadas e sua correlação com avaliações clínicas podem caracterizar-se como uma nova possibilidade de auxílio no diagnóstico desse distúrbio e proporcionar intervenções mais eficazes. Objetivos: O presente estudo tem por objetivo avalia o desempenho nas tarefas executivas e verbais do WISC-III em indivíduos com TID em comparação com grupo controle. Método: Foram avaliadas dez indivíduos com TID e dez indivíduos com desenvolvimento normal, com idades entre 8 e 18 anos, submetidos ao teste WISC III (Wechler Intelligence Scale for Children) para avaliação de inteligência através das habilidades executivas e verbais. As sessões foram realizadas de forma individual, na Universidade Mackenzie, com duração de duas horas. Foram realizadas avaliações neuropsicológicas através dos seguintes subtestes do WISC III: Completar Figuras, Informação, Códigos, Semelhanças, Arranjo de Figuras, Aritmética, Cubos, Vocabulário, Armar Objetos, Compreensão e Dígitos. Resultados: A média do QI geral em autistas foi de 77,33 e no grupo controle foi de 115,4. Quanto ao QI de execução, a média foi de 90,44 em indivíduos com TID e 108,7 no grupo controle. Em relação ao QI verbal, a média foi de 69,11 e 119 nos grupos TID e controle respectivamente. Comparações entre grupos foram conduzidas via Teste Mann-Whitney para cada um dos subtestes. Os resultados mostraram diferenças significativas para todos os subtestes verbais. Quanto aos subteste de execução, observa-se que há diferença nos desempenhos entre grupos para os subtestes Completar Figuras (p= 0,05) e Códigos (p= 0,02). Conclusão: De acordo com os resultados obtidos, nota-se um padrão de dificuldades nas habilidades que exige do sujeito capacidade de propor soluções para problemas comuns, de compreensão das regras e conceitos sociais, capacidade de memória auditiva imediata, de flexibilidade mental e atenção em determinada tarefa. Comprometimentos nestas áreas refletem dificuldades comportamentais no cotidiano, que são características de indivíduos com TID. A ampliação da amostra é necessária para conclusões mais efetivas. A determinação das diferenças e correlações entre as habilidades executivas e verbais em relação ao grupo controle pode tornar preciso o critério de inclusão e diferenciação entre a severidade dos quadros. Palavras-chave: Autismo, Transtornos Invasivos do Desenvolvimento, Avaliação Neuropsicológica. TL16- GRUPO DE MEMÓRIA: ESTRATÉGIAS ADAPTATIVAS E COMPENSATÓRIAS PARA PACIENTES AMNÉSICOS

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Maria de Fátima Alves Monteiro, René Martins Viana, Sílvia Adriana Prado Bolognani, Orlando

Francisco Amodeu Bueno REAB – Serviço de Reabilitação Neuropsicológica de Adultos; Centro Paulista de Neuropsicologia;

Departamento de Psicobiologia – UNIFESP

Introdução: Amnésia é um distúrbio cognitivo secundário a uma patologia cerebral. Em geral estão comprometidos o armazenamento e recordação de informações declarativas adquiridas após o acidente. Tais dificuldades prejudicam a qualidade de vida dos pacientes, causando perda da autonomia e das atividades profissionais, restrição dos relacionamentos interpessoais e da participação social. As formas comprovadamente eficientes para a reabilitação desses sujeitos contam com uso de estratégias cognitivas adaptativas e compensatórias, internas e externas, para otimizar o armazenamento e recuperação de informações adquiridas no cotidiano. Esta abordagem de reabilitação, entretanto, enfrenta impecilhos tais como pouca aderência ou uso ineficiente das estratégias, seja por dificuldades de percepção dos déficits, resistência deliberada ao seu uso ou mesmo por que os paciente se esquecem de utilizá-las. A intervenção em grupo tem sido recomendada, pois permite que tais impecilhos sejam melhor solucionados, além de treinar a utilização sistemática das estratégias de reabilitação. Objetivo: Descrever uma experiência de trabalho do Grupo de Memória (GM), para treino de estratégias com amnésicos portadores de lesão cerebral adquirida não degenerativa, e cujo principal prejuízo é o déficit de memória anterógrada. Método: Trata-se de um grupo aberto, sem delimitação do número de sessões, destinado a pacientes diagnosticados e encaminhados ao REAB. O grupo ocorre semanalmente, com duração de 1h30min. Atualmente são atendidos quatro pacientes: dois homens e duas mulheres, na faixa etária de 39 à 55 anos. Dois sofreram Traumatismo Cranio-Encefálico, um teve Encefalite Herpética e um sofreu Acidente Vascular Encefálico. Todos apresentam amnésia leve / moderada, verificada por dados de história e por avaliação com uma bateria ampla de testes neuropsicológicos. As sessões são coordenadas por dois neuropsicólogos, que promovem a troca de experiências sobre as dificuldades da vida diária, praticando e incentivando a implementação e uso de estratégias facilitadoras de memória. No GM são treinadas estratégias internas (práticas metacognitivas) e externas (uso de agendas, gravadores, etc). Para tanto, são utilizadas atividades intelectuais, lúdicas, dinâmicas de grupo, narração de experiências pessoais, atividades comunitárias, entre outras. As sessões são semi-estruturadas, com atividades fixas e espontâneas. As informações são checadas e retomadas logo após a apresentação dos estímulos e após um intervalo de tempo. Os atendimentos são registrados por escrito ou em fotos e cada nova semana são retomadas as atividades das sessões anteriores. Resultados: Após alguns meses, os pacientes mostraram maior aderência e uso mais eficiente das estratégias. Aplicando-as mais frequentemente no cotidiano, os pacientes atingiram alguma melhora da organização dos eventos diários e da funcionalidade na vida real. Outras alterações observadas entre os participantes foram melhora do humor e maior desenvoltura no contato social, mesmo em outros ambientes e com pessoas externas ao GM. Conclusões: A intervenção em grupo facilita a metacognição e a adesão ao uso de estratégias compensatórias de memória no dia-a-dia, promovendo a generalização de técnicas terapêuticas. Paralelamente, desenvolve habilidades sociais, melhora o humor, reduz o isolamento, melhorando a qualidade de vida dos amnésicos. Palavras-Chave: memória, reabilitação cognitiva, neuropsicologia, terapia em grupo. SEÇÃO 3

TL17- NEUROPSICOLOGIA E NEUROIMAGEM: PROPOSTA DE AVALIAÇÃO PARA SPECT CEREBRAL

Lílian Lopes Pereira, Ricardo Oliveira Teixeira, Solange Capaverde Universidade Federal de Santa Maria

Introdução: A neuropsicologia avalia as funções cerebrais a partir do comportamento cognitivo, sensorial, motor, emocional e social do sujeito, sendo, para o diagnóstico de muitas disfunções. A

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avaliação neuropsicológica pode definir a natureza e a severidade dos problemas funcionais e, a partir disso, o potencial do indivíduo para viver independentemente realizando atividades produtivas. Assim. Pontos fortes e pontos fracos do comportamento do indivíduo podem ser informados através de um processo de avaliação neuropsicológica. Atualmente, as técnicas de neuroimagem possuem grande resolução espacial e permitem a localização de regiões cerebrais envolvidas em determinados comportamentos. Contudo, elas não oferecem resolução temporal, o que torna a informação limitada quanto à dinâmica da atividade cerebral considerada. Existem técnicas que complementam os dados de neuroimagem utilizando a investigação neuropsicológica. Objetivo: O presente estudo investigou a relação entre avaliação neuropsicológica e neuroimagem, mais especificamente entre um exame de rastreio, composto pelo MEEM, FAB, roteiro de anamnese e observação, e a Tomografia por Emissão de Pósitrons (SPECT). Método: A metodologia empregada foi descritiva, qualitativa, desenvolvendo separadamente o processo de investigação neuropsicológica e o de análise das neuroimagens, para posterior verificação de compatibilidade e correlação através da comparação entre os dados obtidos. Fizeram parte da investigação 51 pacientes adultos, encaminhados para o Serviço de Medicina Nuclear de Santa Maria – RS, no período de outubro a novembro de 2006, que consentiram em participar do estudo. Foram respeitados os princípios éticos e bioéticos envolvidos em pesquisa com seres humanos. Resultados: Diante dos achados de pesquisa foi possível compor o perfil dos pacientes que constituíram a amostra, segundo faixa etária, sexo, cor e anos de estudo. Dentre os casos avaliados, 70,59% apontaram para características relacionadas a processos demenciais como os principais motivos de encaminhamento para o SPECT cerebral. A partir da comparação entre as imagens e os resultados quali e quantitativos da investigação neuropsicológica obteve-se 94,12% de compatibilidade entre os dois procedimentos. Conclusão: Entende-se a partir desse estudo que o protocolo de avaliação neuropsicológica utilizado evidenciou significativa correlação com as neuroimagens, demonstrando ser um importante instrumento auxiliar na elaboração de um laudo médico mais preciso para o SPECT cerebral, facilitando a compreensão dos aspectos funcionais de cada caso, tornando possível um melhor prognóstico ao paciente. Trata-se de uma investigação breve de algumas funções mentais, portanto o protocolo proposto neste estudo não se caracteriza e nem pretende ser uma avaliação neuropsicológica completa. Além disso, esse estudo é uma investigação inicial sobre uma proposta de protocolo de investigação neuropsicológica para SPECT cerebral o que sugere novas investigações a respeito de aspectos não aprofundados nessa pesquisa. Palavras-chave: neuropsicologia, neuroimagem, avaliação neuropsicológica, SPECT cerebral TL18- RELATO DA EXPERIÊNCIA DO NÚCLEO DE ATENDIMENTO AO IDOSO COM DÉFICIT COGNITIVO DE SOROCABA

Maria Aparecida Sanches Cruz Bueno Núcleo de Atendimento ao Idoso com Déficit Cognitivo de Sorocaba (NAIDCS) – Ambulatório de

Saúde Mental – Prefeitura Municipal de Sorocaba Introdução. Com o envelhecimento populacional, é crescente a preocupação com a demência, síndrome clínica cuja principal característica é o comprometimento cognitivo que traz como conseqüência a perda da capacidade funcional que sobrecarrega a família, exige cuidadores por longos períodos e pode levar à institucionalização os idosos portadores dessa deficiência. Com a possibilidade de surgimento nesta faixa etária de vários tipos de demência, faz-se necessária atenção especial aos idosos com déficits cognitivos. Faz parte dos cuidados à saúde e bem-estar das pessoas de idade avançada a prestação de cuidados de saúde adaptados aos problemas especiais dessas pessoas. Objetivo. Relatar parte da experiência do primeiro ano de atividades do Núcleo de Atendimento ao Idoso com Déficit Cognitivo de Sorocaba (NAIDCS). Método. Qualitativo observacional. O NAIDCS foi criado em dezembro de 2005, por uma médica geriatra e teve o seu quadro acrescido por uma psicóloga em abril de 2006. O período avaliado compreendeu o período entre o mês de abril de 2006 a abril de 2007. O atendimento fez-se a nível ambulatorial, de forma conjunta como também individual das profissionais envolvidas. Os pacientes foram encaminhados por todas as unidades de saúde de Sorocaba, e eram idosos acima de 60 anos com suspeita de

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déficit cognitivo. Efetuou-se avaliação e tratamento clínico, rastreamento cognitivo de todos os pacientes, avaliações neuropsicológicas de alguns casos, “Oficinas de Memória” (Sessões em grupo de reabilitação neuropsicológica) e suporte aos familiares e cuidadores dos pacientes demenciados mais comprometidos. Resultados. Foram atendidos 127 pacientes, sendo 37 homens e 90 mulheres, 18 foram encaminhados a outros serviços (pacientes geriátricos – Unidade Básica de Saúde; pacientes em estágio moderado a avançado demencial e com funções motoras mais comprometidas – Atendimento Domiciliar ao Acamado ou para a Psiquiatria), houve também 10 abandonos e 10 cuidadores foram atendidos individualmente. Dentre algumas das hipóteses diagnósticas levantadas das pessoas as quais ainda permaneceram em tratamento 24 eram de doença de Alzheimer, 13 síndromes demenciais, 12 transtornos cognitivos leves, 4 demências alcoólicas, 2 hidrocefalias e as restantes tinham hipóteses diagnósticas cognitivas à esclarecer. Conclusão. A proposta de atendimento especializado para a população idosa com comprometimentos cognitivos se mostrou eficaz incluindo então o rastreamento cognitivo comportamental para esta população, com encaminhamentos e conduta adequada de toda a equipe de saúde, e também para encaminhamento à reabilitação cognitiva (Oficina de Memória), inclusive mostrando-se eficazes as orientações e apoio psicológico ao cuidador e familiares. Palavras-chave. Saúde do idoso; cognição; demência. TL19- CONTINUIDADES E RUPTURAS NO CAMPO DA SAÚDE MENTAL

Laura Belluzzo de Campos Silva Docente do Programa de Pós Graduação em Psicologia da Universidade São Marcos

Introdução: A atenção integral à saúde, preconizada tanto pelas Conferências Internacionais de Saúde quanto pelas diretrizes do SUS, requer o atendimento em equipe multiprofissional. Do ponto de vista epistemológico, esse tipo de atenção exige a adoção de uma perspectiva inter ou transdisciplinar, nem sempre fácil de ser construída, já que se pode incorrer nos riscos do ecletismo, do relativismo ou ainda da mera hifenização de saberes de diferentes áreas. Objetivo: visando contribuir para a construção dessa perspectiva, este trabalho tem como objetivo apontar algumas das principais inflexões e interfaces entre os discursos que coexistem no campo de atenção à saúde mental, a saber: a psiquiatria, a neurologia, a neuropsicologia, a psicanálise e a psicologia da saúde. Método: partiu-se de uma perspectiva arqueológica, tal como proposta por Foucault. Resultados: Identifica-se um primeiro corte com o surgimento da psiquiatria, quando Pinel traz para a medicina o estudo das doenças mentais. Um segundo corte pode ser identificado com a descoberta de Bayle, que encontra uma etiologia precisa para a paralisia geral, estabelecendo um outro arranjo nos saberes sobre as doenças mentais. Com Kraepelin, define-se um terceiro corte, que permite delimitar as doenças mentais de três entidades que considerou problemáticas: as psicoses e que posteriormente serão objeto de estudo da psicanálise. A partir dos últimos 20 anos, com os avanços da medicina molecular, constata-se que vem se traçando um outro corte no estudo das demências. Conclusão: o estudo possibilitou traçar algumas linhas de continuidade e de ruptura entre os saberes que compõem o campo da saúde mental que podem contribuir para a construção de uma perspectiva transdisciplinar. Palavras–chave: equipe multiprofissional; saúde mental; transdisciplinaridade. TL20- PSICO-ONCOLOGIA HOSPITALAR: PACIENTES ATENDIDOS E CONFIANÇA NO TRATAMENTO

Fabiana Neme Nogueira Ramos, Profª Dra. Carmen Maria Bueno Neme.

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” (UNESP – CAMPUS DE BAURU).

Introdução: Estudos no campo da oncologia indicam alta incidência de cânceres de mama, estômago, intestinos e pulmões, e alta incidência de cânceres avançados devido a diagnósticos tardios e dificuldades relacionadas à doença, à formação médica e aos serviços de saúde.

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Pesquisas em psico-oncologia revelam a existência de fatores que auxiliam na redução do stress e melhoram a qualidade de vida do doente. Confiança no tratamento é um dos fatores citados como relevantes para a manutenção de expectativas positivas e bem-estar do paciente. O psicólogo que atua em psico-oncologia deve ser também pesquisador compromissado com a clarificação das demandas nessa área, colaborando para a melhoria dos serviços de oncologia e das políticas de saúde. Objetivos: Descrever dados demográficos, clínico-médicos e referentes à confiança no tratamento em pacientes realizando quimioterapia, atendidos por serviço de psico-oncologia em hospital geral privado na cidade de Bauru (SP) em 2006. Método: Entrevistas psicológicas clínicas interventivas, consultas a prontuários médicos e dados observacionais. Resultados: Foram atendidos 88 pacientes, sendo 39,77% homens e 60,23% mulheres, com idades entre 21 e 80 anos. Quanto aos órgãos atingidos pelo câncer, os de maior incidência foram: aparelho gastro-intestinal (25/88); mama (22/88); gânglios linfáticos (13/88), pulmão (8/88); órgão reprodutor feminino (7/88) e pâncreas (5/88). Os demais foram: fígado, boca, hipofaringe, leucemia, mieloma, leimiosarcoma, bexiga e apêndice cecal, com 1 paciente em cada diagnóstico. Quanto ao estadiamento da doença, encontrou-se menor número de pacientes (42,05%) em condições menos graves (estadios I e II) e 57,95% em estadios de maior gravidade (III e IV). Todos os pacientes realizavam quimioterapia, sendo que 7 (7,95%) realizavam radioterapia concomitantemente. O seguimento dos casos indicou que: 61 pacientes (69,31%) continuavam o tratamento, 8 vieram a óbito (9,1%) e 12 (13,63%) receberam alta temporária. Dentre os que morreram, 1 paciente (1/37) encontrava-se no estadio II e 7 pacientes (7/51), nos estádios III e IV. Quanto à confiança no tratamento médico-quimioterápico, a maioria dos pacientes atendidos referiu acreditar no tratamento que realizava: 58 (65,8%) relataram confiança; 25 (28,4%) acreditavam parcialmente e 5 (5,6%) referiram não confiar, acreditando que o tratamento era paliativo, sem levar à cura e apresentavam-se deprimidos e desesperançados. Dentre os 5 pacientes que não acreditavam no tratamento, 3 tinham câncer em estadiamentos de III a IV e vieram a óbito, sendo que 2 encontravam-se em estadiamento I. Dentre os 25 pacientes que acreditavam parcialmente no tratamento, 19 tinham cânceres em estadiamentos de III a IV e 6 pacientes tinham cânceres em estadios de I e II. Conclusões: Os resultados obtidos quanto aos dados clínico-médicos são concordantes com os encontrados na literatura sobre incidência de diagnósticos de cânceres no Brasil e com a literatura no campo da psico-oncologia, indicando ainda a alta frequencia de pacientes em estadios mais avançados da doença. Apesar de lutarem para manter a esperança, a maioria dos pacientes desta amostra com cânceres em estádios mais graves indicou ter consciência de sua condição, relatando menor confiança na cura do câncer por meio do tratamento que realizavam e apresentando sintomas de depressão e sentimentos de desamparo. Palavras-chave: psico-oncologia, confiança no tratamento, pacientes oncológicos. TL21- RELATO DE CASO CLÍNICO: PSICOTERAPIA BREVE DE PACIENTE ONCOLÓGICO

Fabiana Neme Nogueira Ramos, Profª Dra. Carmen Maria Bueno Neme

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” (UNESP – CAMPUS DE BAURU).

Introdução: O atendimento psicoterápico de pacientes oncológicos em serviços de psico-oncologia tem estimulado a realização de estudos visando avaliar resultados obtidos nestes serviços, além de esclarecer as principais demandas destes pacientes e seus familiares, tendo em vista as diferenças encontradas entre estas e as queixas dos pacientes que buscam atendimentos psicológicos em serviços de saúde mental tradicionais. Objetivos: Relato de caso clínico de paciente atendido em serviço de psico-oncologia de um hospital geral e centro oncológico de Bauru, onde estagiários do 5º ano do curso de Psicologia da UNESP, realizam estágio curricular supervisionado. Pacientes oncológicos e familiares são atendidos em esquema de plantões dos estagiários, por meio de intervenções e processos psicoterapêuticos breves, com duração média de 10 a 20 sessões. Método: Psicoterapia Dinâmica Breve com utilização de recursos terapêuticos como técnicas de relaxamento e visualização e intervenções verbais visando clarificações cognitivas e afetivas. Resultados: Foram realizadas 15 sessões de psicoterapia, semanalmente, e avaliação dos resultados. O paciente procurou o tratamento psicológico por encaminhamento médico. Tinha história anterior de atendimento pelo mesmo serviço há 5 anos, com outras queixas.

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Trata-se de paciente do sexo masculino, casado, comerciante, com câncer inicial na mama esquerda, atualmente com metástases em várias regiões do corpo. Paciente apresenta queixa inicial de impotência sexual, impedindo relacionamento sexual com sua esposa e gerando ansiedade, preocupação e angústia. Relatou história de perdas significativas antes do aparecimento da doença há 11 anos: uma filha de três anos de idade e uma irmã, com câncer e mãe, com cardiopatia. O trabalho terapêutico foi focalizado no “luto” vivido pelo paciente, relacionado aos sentimentos de perda e impotência, às dificuldades de aceitação e adaptação aos limites físicos decorrentes do tratamento oncológico, ao abandono de atividades de rotina possíveis, ao medo de “perder a esposa” e de morrer (luto antecipatório), bem como ao conjunto de “dores” físicas e psíquicas que vivia no momento. Foram realizadas intervenções verbais de clarificação, orientação sexual e apoio, além de utilização de técnicas de relaxamento e visualização para auxiliar no controle da dor e facilitar a expressão de sentimentos que eram difíceis para o paciente. Os sentimentos de impotência foram associados às suas dificuldades concretas e aos temores de dependência e morte que o afligiam, sem poder compartilhá-los. O paciente realizava o relaxamento e as visualizações para auxiliar no controle da dor também em casa. Na avaliação, relata ter obtido ganhos terapêuticos, conseguindo manter outras formas de atividade sexual com a esposa, ter voltado a realizar atividades de rotina abandonadas, além da diminuição da ansiedade e angústia relacionadas às dificuldades que motivaram sua busca por tratamento. Referiu ter compreendido que grande parte de sua angustia relacionava-se aos pensamentos de morte e ao temor de deixar a família em condições econômicas insatisfatórias, além dos benefícios obtidos com o uso do relaxamento e visualização. Conclusões: Pode-se concluir pela obtenção de benefícios terapêuticos com o processo de psicoterapia breve utilizado no serviço de psico-oncologia hospitalar, conforme relatos do paciente e avaliação da terapeuta e supervisora. Palavras-chave: psico-oncologia, psicoterapia breve, ganhos terapêuticos. TL22- RESULTADOS DE ATENDIMENTO PSICOLÓGICO E DE PSICOTERAPIA BREVE COM PACIENTES ONCOLÓGICOS EM QUIMIOTERAPIA

Fabiana Neme Nogueira Ramos, Profª Dra. Carmen Maria Bueno Neme

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” (UNESP – CAMPUS DE BAURU).

Introdução: A psico-oncologia é área de especialidade que agrega conhecimentos dos campos da Psicologia e Oncologia, visando o atendimento integral do paciente com câncer, incluindo familiares e equipe de saúde. Envolve esforços de prevenção, tratamento multiprofissional e acompanhamento em todas as etapas do tratamento, até o controle da doença ou terminalidade. Estudos sobre resultados da Psicoterapia Breve e de Intervenções Breves utilizadas em momentos de crise ou de necessidades específicas de pacientes oncológicos têm demonstrado efetividade, indicando ganhos terapêuticos específicos e inespecíficos, relatados por pacientes, familiares e equipes de saúde. Objetivos: avaliar os tipos de atendimento psicológicos e os ganhos terapêuticos obtidos por pacientes oncológicos adultos, atendidos em serviço de psico-oncologia, num hospital geral privado no interior do Estado de São Paulo. Método: Entrevistas Clínicas Interventivas e processos de Psicoterapia Breve com 88 pacientes oncológicos com diferentes diagnósticos e estadiamentos do câncer, na faixa etária de 21 a 80 anos de idade, em tratamento quimioterápico ambulatorial, atendidos por estagiários de Psicologia da UNESP-Bauru, participantes de projeto de Extensão em psico-oncologia. Resultados: a população atendida foi constituída de 53 mulheres (60,23%) e 35 homens (39,77%) e recebeu atendimentos individuais nas salas de quimioterapia do hospital ou no Centro de Psicologia Aplicada da universidade. Quanto ao número de entrevistas clínicas interventivas ou sessões de psicoterapia breve, os pacientes dividiram-se da seguinte forma: 35 (39,76%) receberam de 1 a 3 atendimentos; 30 (34,08%) receberam de 4 a 6 atendimentos; 18 (20,45%) realizaram de 7 a 10 sessões de psicoterapia breve e 5 (5,68%) realizaram de 10 a 15 sessões. As intervenções foram predominantemente verbais, associadas a técnicas de relaxamento e de vizualização visando a atenuação de dores, ansiedades e sofrimento psicológico relacionados à doença ou tratamentos para o câncer. Os principais focos das psicoterapias breves foram: conflitos atuais ligados à

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adaptação ao tratamento e às mudanças de rotina de vida; temores quanto à doença e tratamentos; problemas familiares e medo de recidiva da doença ou morte. Os objetivos terapêuticos relacionaram-se a: tratamento e redução de conflitos e sofrimento psíquico, além da prevenção de transtornos psíquicos e de sintomas que pudessem acarretar carga excedente de sofrimento ao paciente e à família, prejudicando o tratamento oncológico, o prognóstico e a qualidade de vida do paciente. Os temas mais abordados durante as entrevistas ou sessões de psicoterapia foram: a doença e os tratamentos, expectativas quanto ao tratamento, medos e temores, conflitos familiares e luto antecipatório. Dos 88 atendidos, 8 foram acompanhados em fase terminal, sendo que em 1 dos casos, a viúva passou a se submeter à psicoterapia para lidar com o luto. Conclusões: os resultados indicaram a obtenção de ganhos terapêuticos relacionados aos objetivos terapêuticos pela maioria significativa dos pacientes, avaliando-se melhor compreensão de si e do adoecimento; maior efetividade no enfrentamento da doença; reformulação de crenças disfuncionais, metas e sentido de vida; melhor manejo da ansiedade, dor e efeitos da quimioterapia; resolução de conflitos e diminuição do sofrimento psíquico; possibilidade de abordar a questão da morte e lidar com o luto e luto antecipatório. Palavras-chave: psicoterapia breve, intervenções terapêuticas, ganhos terapêuticos, psico-oncologia.

TL23- RELATO DE INTERVENÇÃO NA DISLEXIA DO DESENVOLVIMENTO

Bruna Tonietti Trevisan, Natália Martins Dias, Alessandra Gotuzo Seabra Capovilla

Universidade São Francisco Introdução: A dislexia está relacionada a dificuldades na leitura de palavras isoladas, geralmente refletindo habilidades de processamento fonológico deficientes. Diversos estudos têm corroborado esta visão, apontando o método fônico como intervenção eficaz no tratamento e prevenção da dislexia. Objetivo: Verificar se um procedimento de intervenção em habilidades metafonológicas e ensino de correspondências grafo-fonêmicas foi eficaz em promover melhora no desempenho em leitura e consciência fonológica em uma criança com displasia cortical parietal bilateral, com predomínio no hemisfério esquerdo, caracterizando um quadro de atraso global no desenvolvimento, dispraxia e dislexia, com comprometimentos principais na aprendizagem formal acadêmica em virtude das alterações nas áreas associativas viso-auditiva e viso-motora. Método: Participou R. F., 12 anos, cursando a 3ª série do ensino fundamental, com diagnóstico de displasia, dislexia e dispraxia realizados por neurologista. O estudo consistiu em três fases: pré-teste, intervenção e pós-teste. Para as avaliações pré e pós-teste foram utilizados os seguintes instrumentos: Prova de Consciência Fonológica por produção Oral (PCFO), que avalia a habilidade de manipular os sons da fala, expressando oralmente o resultado dessa manipulação, por meio de dez subtestes, que requerem síntese, segmentação, manipulação e transposição de sílabas e fonemas, além de julgamento de rimas e aliterações; e Teste de Competência de Leitura de Palavras e Pseudopalavras (TCLPP), que avalia a habilidade de leitura silenciosa e possui 8 tentativas de treino e 70 de teste. A tarefa consiste em identificar os pares corretos e incorretos, havendo sete tipos de pares: palavras corretas regulares, corretas irregulares, com incorreção semântica, trocas visuais, trocas fonológicas, pseudopalavras homófonas e pseudopalavras estranhas, sendo que o padrão de erros nos subtestes revela as estratégias de leitura utilizadas. Utilizou-se ainda um procedimento de intervenção para desenvolver consciência fonológica e ensinar correspondências grafo-fonêmicas. Foram conduzidas 27 sessões, sendo 2 sessões semanais com duração de aproximadamente 1 hora. Resultados: A comparação dos resultados das avaliações pré e pós-teste revelou que a intervenção promoveu ganhos de consciência fonológica, revelados pelo aumento sistemático dos escores na PCFO total e nos seus subtestes. Ganhos na leitura silenciosa também foram observados. Uma análise dos escores dos subtestes no TCLPP indicou aumento no desempenho nos subtestes de trocas visuais e trocas fonológicas e queda de desempenho em corretas irregulares, o que sugere desenvolvimento da leitura pela rota fonológica. Conclusão: Os resultados sugerem que a intervenção foi eficaz em prover ganhos de

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consciência fonológica e leitura. Tais evidências corroboram a bibliografia e a eficácia do método fônico na intervenção em dislexia. Palavras chave: dislexia, consciência fonológica, leitura, intervenção. TL24- SERIAL KILLERS: VISÕES ETIOLÓGICAS DO FENÔMENO E REFERENCIAL HISTÓRICO

Luane Natalle, Cibele Freire Santoro, Pedro Lucas de Carvalho

Universidade Presbiteriana Mackenzie O presente estudo tratará do tema “Serial Killer” ou Assassinos em Série, o qual conta com levantamento bibliográfico a respeito do perfil existente dos indivíduos que cometem uma série de homicídios com um certo intervalo entre eles e com levantamento da opinião pública a respeito do tema. Do ponto de vista psiquiátrico e psicológico, esses indivíduos não se enquadrariam como doentes mentais, como é o caso de uma pessoa portadora de um distúrbio como esquizofrenia, porém apresentam um funcionamento questionável de sua personalidade no tocante ao caráter, que envolve os traços moldados ao longo do desenvolvimento, resultantes da experiência de aprendizagem propiciadas por diferentes influências ambientais. A obtenção da opinião pública foi feita a partir de um questionário com a intenção de identificar as explicações atribuídas ao fenômeno. Foram pesquisadas hipóteses de diferentes áreas que discutiam desde explicações religiosas, síndromes genéticas e disfunções orgânicas e neurológicas. Durante a coleta de dados foram contatados 62 sujeitos de pesquisa, homens e mulheres, com idades entre 18 e 70 anos, residentes em São Paulo e em cidades interioranas, com diferentes níveis de escolaridade. Foram excluídos, porém, sujeitos com escolaridade inferior ao 5º ano do ensino fundamental. A análise dos resultados dessa pesquisa apontou que 84% dos indivíduos entendem por Serial Killer, um sujeito psicótico. O que pode indicar uma maior facilidade da população em conviver com o fenômeno violento e agressivo, quando acredita-se que o mesmo é propiciado por alterações psicológicas e psiquiátricas, sendo rejeitada a hipótese do fenômeno ser desencadeado pelas complexas transformações sociais ou um destrutivo movimento egóico. 31% atribuem o desencadear dos atos criminosos à violência física ou psicológica sofrida pelos agressores. Pôde-se observar também que 69% dos contatados indicam a prisão psiquiátrica como destino mais adequado para o criminoso que foi caracterizado como Assassino por 42% da amostra. A hipótese etiológica de maior aceitação, com 89%, é a de que o Serial Killer sofreria de transtorno psiquiátrico, mais especificamente - transtorno de conduta e/ou personalidade. Palavras-chaves: Serial Killers, fenômenos sociais, transtornos de personalidade SEÇÃO 4 TL25- O IMPACTO DA EPILEPSIA SOBRE A VIDA E OBRA DE DOSTOIÉVSKI: UMA ANÁLISE DE “O IDIOTA”

Andréa Neves Soeiro Universidade Bandeirante de São Paulo

Introdução -. A fim de corroborar a formação acadêmica por mim recebida ao longo do curso de

Psicologia, fez-se importante ao escolher um tema para pesquisa a delimitação de algo que sendo instigante, contemplasse Psicanálise, Literatura e Neurociências, assuntos de grande interesse pessoal. Deste modo nascia a idéia de relacionar Epilepsia, Psicanálise e Literatura através da obra “O Idiota” (DOSTOIÉVSKI, 1869). A importância, do tema, para além da manifestação pessoal, faz-se através da necessidade de contribuir para a desmistificação da epilepsia e de seu portador, a fim de conscientizar os leitores sobre esta condição, em que se vislumbra a informação e a ciência como instrumentos de diminuição do estigma. – Objetivo - Esta pesquisa teve como objetivo, estudar a epilepsia através de uma das obras do escritor russo Fiódor Mikháilovitch Dostoiévski. A obra escolhida, o romance “O Idiota” (1869), o foi por este conter elementos essenciais na descrição dos aspectos bio-psíquicos e sociais a cerca da epilepsia, e pelo papel que esta desempenha na trama.Tem-se aqui um relato acerca do modo como a epilepsia é

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descrita e tratada no romance, suas implicações para com a Psicanálise através do estudo sobre alguns escritos de Freud (1919) e também da biografia do próprio autor.Assim temos neste estudo um instrumento de análise de uma obra de ficção, mas com elementos muito verossímeis à realidade dos portadores de epilepsia. – Método-Levantamento bibliográfico através do exame de várias obras que versam sobre o tema em questão - Resultados e Conclusões- Em suma, a análise do romance “O Idiota” (1869) demonstra o quanto a epilepsia sofrida pelo autor, permeou, influenciou e até mesmo determinou o cerne desta obra. Em todo o romance a epilepsia aparece de modo a ser mais do que um acessório do protagonista - ela cumpre função na trama. Através das minuciosas descrições a cerca das convulsões, e do modo como o epilético era visto socialmente se desenvolve a trama, bem como o modo como o próprio autor se colocava em função destes aspectos. Assim conclui-se que a epilepsia do autor, na obra “O Idiota” (1869), são na verdade expressões de muitos momentos de sua própria biografia. As crises epiléticas do protagonista expunham mais do que sua condição de epilético, mas a própria condição em que se encontrva o autor em vários momentos de sua vida. Mais do que impacto, a epilepsia sofrida por Dostoiévski conduz o enredo, denota o próprio romance. Palavras-chave: Epilepsia, Dostoiévski, Mikhailovitch Fyódor,1821-1881.Psicanálise. “O Idiota” (1869). TL26- SÍNDROME DE ASPERGER: AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA COMO MÉTODO DIAGNÓSTICO AUXILIAR EM UM PACIENTE DE 13 ANOS

Gisele Cortoni Calia

Clínica Fisiátrica e Neurológica Dr. Calia

Introdução: A Síndrome de Asperger (SA) está relacionada ao autismo pelas dificuldades que as pessoas com este distúrbio apresentam na qualidade da comunicação, na interação social e imaginação, diferenciando-se, no entanto, por não apresentarem qualquer atraso significativo de desenvolvimento de fala ou cognitivo. Um marco na SA é a presença freqüente de um ou mais “interesses especiais”. Epidemiologicamente estima-se que a SA esteja na faixa de 20 a 25 crianças para cada 10.000. Por ser recente a descrição do quadro de SA nos campos da Psicologia e Psiquiatria – só foi reconhecida oficialmente como critério diagnóstico no DSM-IV em 1994 - poucos são os estudos que utilizaram até o momento técnicas neuropsicológicas para auxiliar o diagnóstico médico deste transtorno. Objetivo: Fornecer suporte neuropsicológico para o diagnóstico médico de um caso de suspeita de Síndrome de Asperger em um paciente de 13 anos de idade. Método: Entrevista de anamnese com os pais e aplicação no paciente de testes e provas neuropsicológicas (WISC-III; lista de palavras – RAVLT; Stroop; Trail Making; Figura Complexa de Rey, escrita e leitura). Resultados: Funcionamento intelectual médio, com dificuldades nas funções de atenção, memória de trabalho, organização visuo-perceptiva, julgamento de conceitos, dentre outras. Desempenhos satisfatórios nas funções de memória verbal, aprendizado e retenção de novas informações, velocidade de processamento e execução de tarefas simples. Interesse especial por “bairros da cidade de São Paulo”. Conclusões: Os instrumentos neuropsicológicos utilizados mostraram-se eficazes no auxílio diagnóstico da SA. A análise dos dados de entrevista e resultados dos testes do paciente reforça a hipótese médica diagnóstica de Síndrome de Asperger no presente estudo. Palavras-chaves: Síndrome de Asperger; Avaliação Neuropsicológica; Autismo. TL27- A REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA E A ORGANIZAÇÃO AMBIENTAL FAVORECE A QUALIDADE DE VIDA

Nádia Jardim de Ornellas , Daniele Maria Werdinne Rennó Pocai, Marianne Rosa Rudolph,

Marlene Gonçalves Zanco, Maria Carolina Paula Lima, Rita de Cássia Gomes Bacchin Instituto Bairral de Psiquiatria

Introdução: A reabilitação neuropsicológica teve enfoque no contexto ambiental da instituição e na capacidade funcional das pacientes com relação às atividades básicas de vida diária. O perfil diagnóstico das dez pacientes corresponde a Esquizofrenia Residual, Transtornos Psicóticos

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Orgânicos e Retardo Mental, sexo feminino, com idade média de 60 anos. Objetivo: Favorecer a autonomia, independência, melhora da auto-estima, da qualidade de vida através da realização de atividades cotidianas voltadas às atividades básicas de vida diária. Método: Foram selecionados os quartos na instituição, considerando a infra-estrutura. Identificados com nomes e fotos das pacientes, fornecendo identificação e localização dos mesmos. Os armários, cadeados, chaves, porta-retrato, foram sinalizados com cores, favorecendo através da memória implícita, o reconhecimento e a utilização, uma vez que a maioria não é alfabetizada. Placas de identificação dos ambientes, facilitando a organização, segurança e orientação espacial. A arrumação dos pertences pessoais auxiliando na memória explícita-episódica. A reabilitação neuropsicológica em grupo, iniciou com atividades simples e foi utilizada para integração, aderência e melhorar no relacionamento social. Com a necessidade de quantificar o resultado e mensurar o grau de comprometimento cognitivo, a capacidade funcional e a qualidade de vida, utilizou-se de escalas padronizadas. Após quatro meses, foram reaplicadas, comparando e avaliando os resultados. Resultado: Observou não haver alteração na classificação geral da escala de rastreio do MEEM, onde 67% mantiveram o escore entre 11-20. Entretanto houve uma modificação quantitativa no desempenho de funções cognitivas específicas, avaliadas por esse instrumento como: orientação espacial, onde 9% apresentaram dificuldades na primeira avaliação enquanto apenas 5% mantiveram essa dificuldade. Na praxia, 12% apresentaram dificuldades na primeira avaliação, para 7% na segunda. Em compreensão, foram 11% para 10% na segunda e com relação a visuo-construção, o resultado da primeira avaliação foi de 11% para 10% na segunda. Na Escala de Envelhecimento e Qualidade de Vida, a melhora se deu nos itens referentes à auto-estima. Na Escala de Atividades Básicas de Vida Diária – Índice de Katz, demonstra que de 90% de pacientes dependentes na primeira avaliação para 30% de dependência parcial e 70% de independentes. Conclusão: Os resultados quantitativos das escalas confirmam a análise qualitativa que, a intervenção no contexto ambiental associado à técnica de reabilitação neuropsicológica em grupo, melhorou o funcionamento cognitivo, favorecendo maior independência nas atividades básicas de vida diária, aumentando a auto-estima, ampliando o relacionamento social e conseqüentemente melhorando a qualidade de vida na instituição. Palavras-chave: Reabilitação, contexto ambiental, qualidade de vida. TL28- A AVALIAÇÃO NEUROSPICOLÓGICA COMO AUXILIAR NA DETERMINAÇÃO DO FATOR DE RISCO: DÉFICIT COGNITIVO COMO CAUSA DE QUEDA EM IDOSOS DEMENCIADOS

Nádia Jardim de Ornellas. Instituto Bairral de Psiquiatria

Introdução: A investigação ocorreu na unidade psicogeriátrica, com paciente do sexo feminino, de 88 anos, viúva, primário incompleto, parcial dependência para atividade de vida diária. O inicio do quadro em 1994, com queixa de esquecimento, descuido com a casa, alteração de comportamento do tipo agressividade verbal, crises de choro, agitação psicomotora, confusão mental, desorientação tempôro-espacial, empobrecimento da crítica e alucinações visuais. Paciente sofreu seis quedas, durante o período de internação. Objetivo: Foi investigar através da avaliação neuropsicológica, o provável diagnóstico de demência e as funções cognitivas que predispõe essa população, ao risco de queda. Método: Utilizou a aplicação de uma bateria de testes neuropsicológicos e a análise descritiva de suas quedas. Resultado: Quantitativo obtido na Bateria CERAD (Teste de Fluência verbal 09/11; nomeação 11/12; fixação da memória 14/13; praxia construtiva 03/09; evocação da memória 0/03; reconhecimento verbal 04/07; evocação das praxias 0/09. Trail Making Test (parte A- 5”25; parte B- 1”36); MEEM 15/26. Drawing of a Clock 06/10; Raven 50; Boston Naming Test 33/49,0; Hooper Visual Organization Test 09/17. CDR 02 demência moderada. Conclusão: A avaliação neuropsicológica, auxiliou na hipótese do diagnóstico de provável quadro de demência do tipo Doença de Alzheimer; além de reforçar que as causas de suas quedas estavam associadas às alterações das funções cognitivos como: apraxia dos membros (ideomotora e ideatória) devido à perda do conceito da ação, não reconhecimento da função do objeto, da seqüência para realização das ações. Na apraxia da marcha, pelo erro de interpretação de distância, profundidade e obstáculos. Das funções executivas quanto à dificuldade

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em inibir interferências (atenção), dificuldade de planejamento das ações mais complexas e da pouca flexibilidade mental; interferindo assim, no planejamento e modificação das ações, estando intimamente relacionados com a memória verbal e visual. Da percepção pela dificuldade na organização espacial devido alterações dos sentidos, capacidade de adaptação às mudanças de luminosidade (claro-escuro), no julgamento de distância, figura-fundo, direção, identificação e manipulação de objetos. Isso em relação à imagem e esquema corporal no espaço, que exige noção de locomoção e lateralidade. Vê-se que o quadro de demência traz limitações cognitivas especificas a capacidade funcional e de funções mais complexas que associadas aumentam o risco de queda. Faz-se necessário, pelos profissionais a conscientização dos familiares e cuidadores em fornecer medidas de prevenção tornando o ambiente mais organizado e seguro, sem acarretar dependência ou piora da qualidade de vida. Palavras-chave: Avaliação neuropsicológica, queda, idoso demenciado.

TL29- AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DE ADULTO COM AMNÉSIA ANTERÓGRADA APÓS CIRURGIA DE DERIVAÇÃO VENTRÍCULO-PERITONEAL

Maria Aparecida Sanches Cruz Bueno Prefeitura Municipal de Sorocaba – Ambulatório de Saúde Mental – Núcleo de Atendimento ao

Idoso com Déficit Cognitivo de Sorocaba Introdução. A neuropsicologia clínica é uma aplicação da ciência preocupada com a expressão comportamental das disfunções cerebrais. Entre as graves disfunções do Sistema Nervoso Central, está a hidrocefalia, que é o acúmulo de líquido cefalorraquidiano dentro do crânio (DeCs), estando ligado à dilatação dos ventrículos e compressão das estruturas sub-corticais. Esta compressão pode causar danos cognitivos, e comprometimentos em estruturas límbicas diencefálicas podem provocar amnésia anterógrada. O tratamento para a hidrocefalia é cirúrgico, através da derivação ventrículo-peritoneal, e este tratamento raramente pode provocar seqüelas cognitivas. Objetivo. Estudar o caso do paciente AOMJ através da avaliação neuropsicológica, e verificar a extensão de seus déficits cognitivos. Método. Sujeito: AOMJ, 52 anos, sexo masculino, com diagnóstico de hidrocefalia, desde 2004, o qual sofreu a primeira cirurgia para derivação ventrículo-peritoneal em 6/7/2004. Sua queixa inicial foi de amnésia anterógrada. Esta dificuldade interferia significativamente nas Atividades de Vida Diária e Instrumentais (AVDs e AVIs). A avaliação utilizou método quantitativo/qualitativo, através da análise dos resultados de testes neuropsicológicos. Foram avaliadas as seguintes funções: inteligência, memória, linguagem, habilidades acadêmicas, visuo-percepção, atenção, funções executivas, velocidade de processamento de informações, praxia construtiva e humor. Resultados. Os resultados do exame neuropsicológico indicaram presença de déficit severo em memória episódica de evocação e aprendizagem de novas informações verbais; atenção sustentada, seletiva e alternada; velocidade de processamento de informações; déficit moderado em memória episódica visual tanto na evocação imediata como na tardia; função executiva: fluência nominal e categórica. Déficit leve em discriminação visual na habilidade para diferenciar detalhes; praxia visuo-construtiva e derivação e significação das palavras. Neste contexto, o desempenho nas habilidades acadêmicas, como o cálculo (raciocínio matemático e resolução de problemas), a leitura e a escrita se encontraram preservados, bem como sua linguagem, nos aspectos nomeação e compreensão. Também se mostraram preservados aspectos de suas funções executivas, no que tangia à iniciação e inibição de respostas irrelevantes e a capacidade de fazer abstrações e analogias. Na avaliação do estado psicológico, os resultados da entrevista clínica e escalas administradas não sugeriram presença de sintomas significativos de ansiedade ou depressão. Conclusão. Estes achados foram sugestivos de comprometimento severo de funções cognitivas, associado às regiões cerebrais sub-corticais com maior prevalência de déficits correspondendo a áreas fronto-temporais. Mostraram então que os déficits eram mais amplos que a queixa inicial, ajudando assim na conduta de todos os profissionais envolvidos, como também no planejamento da reabilitação neuropsicológica. Palavras-chave. Testes neuropsicológicos; cognição; hidrocefalia; amnésia anterógrada.

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TL30- AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DA ATENÇÃO EM ESTUDANTES DA 1ª A 4ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL

Natália Martins Dias, José Maria Montiel, Bruna Tonietti Trevisan, Maria do Carmo Alves de Rezende, Marina Arrelaro Andery, & Alessandra Gotuzo Seabra Capovilla

Universidade São Francisco

Introdução: A atenção é uma função neuropsicológica subjacente a todo processamento de informação. Mecanismos atencionais possibilitam a filtragem e a seleção da informação relevante permitindo o uso eficaz e criterioso dos limitados recursos cognitivos do indivíduo. A atenção pode ser classificada de acordo com o tipo de processamento envolvido, dentre atenção seletiva, dividida, alternada e sustentada. Alterações cognitivas relacionadas a distúrbios da atenção podem levar a desorganização em diferentes atividades cotidianas, estando também relacionada a baixo rendimento acadêmico. Objetivo: Diante da relevância da avaliação da atenção e da carência de instrumentos validos e precisos para este fim, o presente estudo buscou evidências de validade de instrumentos de avaliação da atenção. Método: Participaram do estudo 407 crianças, estudantes da 1ª à 4ª série do ensino fundamental de uma escola pública do interior de São Paulo, com idades entre 6 e 15 anos, de ambos os sexos. Tais crianças foram avaliadas de forma coletiva, em grupos de 10 estudantes, em 3 sessões de avaliação, nos instrumentos: Teste de Atenção por Cancelamento (TAC) e Teste de Trilhas - partes A e B (TT). O TAC apresenta três partes, cada qual com uma matriz contendo um estímulo-alvo e outros 300 estímulos. A tarefa é marcar, dentre os 300 estímulos, todos aqueles semelhantes ao alvo. A primeira parte do teste avalia a atenção seletiva; a segunda avalia, também, a atenção seletiva, porém, em maior nível de complexidade; a terceira parte do TAC avalia a atenção alternada. Em cada parte do teste, o tempo máximo de execução da tarefa é de 1 minuto. O TT apresenta, na parte A, uma seqüência de letras e uma de números, cujos estímulos devem ser ligados nas ordens alfabética e numérica, respectivamente. Na parte B, letras e números são apresentados em uma mesma folha, devendo ser ligados em uma única seqüência, alternando entre letras e números. A parte A do TT foi utilizada como base para uso subseqüente da parte B do mesmo teste, o qual, por sua vez, avalia a atenção dividida. Em ambas as partes do instrumento, o tempo máximo de execução da tarefa é de 1 minuto. Resultados: Anovas do efeito de série sobre os escores totais no TAC, considerando o escore ‘acertos’, revelaram aumento dos escores com a progressão escolar, exceto entre 1ª e 2ª séries. A terceira parte foi a que melhor discriminou entre as séries, havendo diferenças significativas entre todas elas. Conforme a Anova para o TT, na parte A houve aumento nos escores da 1ª à 3ª série; e para a parte B, a 4

a série teve desempenho superior às demais. Foram também conduzidas

análises de correlação de Pearson entre os testes e entre estes e as notas escolares. Correlações significativas foram encontradas entre os instrumentos, em termos de escores totais e em cada subteste, e entre estes e as notas escolares. Conclusão: O presente estudo forneceu evidências de validade de construto, por mudança desenvolvimental, e de critério, por correlação com outras variáveis de dois testes neuropsicológicos para avaliação da atenção. Palavras-chave: atenção, estudantes, validação, avaliação.

TL31- FATORES EXPLICATIVOS DA CAPACIDADE FUNCIONAL E SUA RELAÇAO COM O DESEMPENHO COGNITIVO

Danielle Viveiros Guedes, Kelly Cristina Atalaia Silva, Eliane Ferreira Carvalho Banhato, Márcia Maria Peruzzi Elia da Mota

Universidade Federal de Juiz de Fora

Introdução: O aumento mundial da expectativa de vida é acompanhado pelo aumento de doenças crônico-degenerativas na população idosa, destacando-se os quadros demenciais. Nesse sentido, torna-se importante a realização de investigações de rastreio, buscando a detecção precoce dessas doenças, o que pode auxiliar na implementação de meios para prolongar a autonomia e

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retardar a progressão do processo demencial. Estudos indicam que a utilização de instrumentos de avaliação cognitiva e da capacidade funcional pode ser complementar no rastreio de indivíduos com suspeita de demência. Esta avaliação não tem sido muito encontrada no Brasil em amostras da comunidade. Objetivos: Investigar a associação entre o desempenho cognitivo e as atividades instrumentais de vida diária (AIVD’s) da capacidade funcional em idosos da comunidade, identificando a contribuição de fatores explicativos da capacidade funcional. Método: Estudo populacional realizado na cidade de Juiz de Fora (MG), com amostra de 375 sujeitos do projeto “Prevalência de Demência em Idosos Juiz Foranos”. A idade variou entre 60 e 98 anos (M=71,07 anos; DP=8,18) e 69,3% da amostra eram do sexo feminino. Os instrumentos utilizados para avaliar o desempenho cognitivo e a capacidade funcional foram, respectivamente, o MEEM e a Escala de Lawton. Resultados: A média de escolaridade foi de 6,32 anos (DP=4,52). A pontuação média obtida no MEEM foi de 25,41 (DP=4,56) e na escala de Lawton foi de 19,61 (DP=2,54). O desempenho cognitivo e a idade foram fatores explicativos da capacidade funcional e a escolaridade não contribuiu para o desempenho nas AIVD’s. Conclusões: Recomenda-se a utilização de escalas que avaliam AIVD’s em estudos de rastreio cognitivo para torná-los mais efetivos do que se realizados somente com instrumentos de rastreio cognitivo limitados, como o MEEM. Palavras-chave: idosos, desempenho cognitivo, AIVD’s, MEEM, Escala de Lawton TL32- ANÁLISE QUALITATIVA DA FIGURA COMPLEXA DE REY EM PACIENTES COM EPILEPSIA

Denise Ribas Jamus, Maria Joana Mäder, Francisco Germiniani, Ana Christina Crippa, Luciano de

Paola, Carlos Eduardo Soares Silvado Hospital de Clínicas do Paraná

Introdução: A avaliação neuropsicológica é considerada parte importante nos protocolos para avaliação pré-cirúrgica nas epilepsias de difícil controle, especialmente quanto à avaliação das funções de linguagem e memória. Na avaliação da memória, rotineiramente são incluídos testes que avaliam memória verbal e visual, sendo a Figura Complexa de Rey (FCR) um dos métodos mais utilizados na análise da memória visual. No entanto, a análise quantitativa muitas vezes não é suficiente para distinguir entre pacientes com epilepsias de lobo temporal direito e esquerdo. David Loring (1988) propôs um método de análise qualitativa que pode fornecer evidências sobre alterações das funções visuo-espaciais e de memória para material visuo-espacial auxiliando na discriminação das funções de memória. Objetivo: O objetivo deste estudo foi verificar a freqüência de erros qualitativos (baseados na análise qualitativa de Loring) nas tarefas de evocação imediata e tardia da FCR de pacientes com comprometimento no hemisfério esquerdo ou direito. Método: Foi realizado um estudo retrospectivo, analisando os desenhos de pacientes atendidos entre 2000 e 2005 pelo Programa de Atendimento Integral as Epilepsias do Serviço de Neurologia do Hospital de Clínicas – UFPR. Foram selecionados 75 pacientes com diagnóstico de Epilepsia de Lobo Temporal unilateral, todos destros, 38 com a Ressonância Magnética indicando Esclerose Mesial Temporal à direita (EMTD) e 37 indicando Esclerose Mesial Temporal à esquerda (EMTE). De acordo com os critérios estabelecidos por Loring, os pacientes foram classificados com disfunção de memória para material específico associada às áreas temporais esquerda ou direita, sendo que o critério para a classificação como indicativo de disfunção a direita era de dois ou mais erros qualitativos. Resultados: A análise qualitativa da evocação imediata da FCR indicou corretamente a disfunção em 59% dos pacientes, a análise da evocação tardia indicou corretamente 60%. Considerando os pacientes com EMTD, 53% apresentaram erros qualitativos na evocação imediata e 63% na evocação tardia. Em contrapartida, 35% dos pacientes com EMTE, também apresentaram mais de um erro qualitativo na evocação imediata e 43% na evocação tardia. Conclusões: A análise dos resultados indica que os pacientes com epilepsia no Lobo Temporal e EMTD apresentam erros qualitativos com maior freqüência que os pacientes com EMTE. A FCR é um exercício clássico da Neuropsicologia, vários métodos de análise vêm sendo estudados nos últimos anos, mas sua validade como critério para discriminar entre pacientes com EMTE e EMTD ainda necessita de estudos mais aprofundados.

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Palavras-chave: Figura Complexa de Rey. Análise qualitativa, Epilepsia, Avaliação Neuropsicológica.

PAINÉIS PERMANENTES

PP01- O CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICOLOGIA CLÍNICA: UMA POSSIBILIDADE DE APRIMORAR A FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Marisa Sá Leitão, Lara Sá Leitão

Centro de Psicologia Hospitalar e Domiciliar do Nordeste – CPHD Instituto de Neuropsicologia Aplicada – INAP

O Curso de Especialização em Neuropsicologia Clínica foi oferecido pela primeira vez em 2001, sendo a turma formada por 20 alunos, número que permanece até os dias de hoje. A clientela é formada não apenas pelos profissionais da região Nordeste, mas participam do grupo alunos das regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste. Aproximadamente, uma centena de profissionais de saúde já foi colocada no mercado de trabalho, num esforço conjunto do Centro de Psicologia Hospitalar e Domiciliar do Nordeste – CPHD e mais recentemente do Instituto de Neuropsicologia Aplicada – INAP, que em parceria participam do processo. O objetivo do curso é especializar psicólogos e outros profissionais da área de saúde, através da construção de conhecimentos teóricos, técnicos e práticos, visando instrumentalizá-los na avaliação e noções básicas de reabilitação neuropsicológicas. O corpo docente é constituído por mestres, doutores e especialistas, de reconhecida competência técnica na área, tanto do local onde o curso é ministrado, como da região Sudeste. A carga horária do curso perfaz 536 horas-aula, distribuídas em aulas teórico-técnicas (300 horas), práticas (212 horas) e elaboração da monografia (24 horas). Os conteúdos são distribuídos em 14 módulos mensais, compreendendo a área básica e a área clínica, possibilitando ao especializando associar teoria à prática e construir seu conhecimento de forma integrada. MÓDULOS BÁSICOS: MÓDULOS CLÍNICOS:

Introdutório I * Neuropediatria I

Introdutório II * Avaliação Neuropsicológica de Crianças

Funções Neuropsicológicas I * Neuropediatria II

Funções Neuropsicológicas II * Neurologia Adulto-Idoso I

Funções Neuropsicológicas III * Neurologia Adulto-Idoso II

Plasticidade Neuronal * Avaliação Neuropsicológica de Adultos * Reabilitação Neuropsicológica Geral * Reabilitação Neuropsicológica Infantil

PP02- CPN REAB – SERVIÇO DE REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DE ADULTOS

Silvia Adriana Prado Bolognani, Orlando Francisco Amodeu Bueno Centro Paulista de Neuropsicologia; REAB Serviço de Reabilitação Neuropsicológica de Adultos; Departamento de Psicobiologia – UNIFESP; Associação Fundo de Incentivo à Psicofarmacologia

Introdução: O REAB faz parte do Centro Paulista de Neuropsicologia (CPN), um centro de atendimento e pesquisa clínica, ligado ao Departamento de Psicobiologia da UNIFESP e mantido por uma entidade filantrópica chamada Associação Fundo de Incentivo à Psicofarmacologia. O REAB foi criado em 1998, para prestar assistência a adultos com lesões cerebrais adquiridas e não-degenerativas. Desenvolvido com base na metodologia dos centros de reabilitação cognitiva internacionais, o REAB sempre teve a preocupação de realizar um trabalho viável dentro das

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condições sociais e culturais da população brasileira. A maior especificidade do REAB é o foco no diagnóstico e tratamento apropriado às seqüelas cognitivas e comportamentais após uma lesão cerebral. Objetivos: O REAB oferece Avaliação Neuropsicológica e Programa de Reabilitação, pagos ou gratuitos, que têm como objetivo ajudar o paciente a atingir o melhor nível de funcionamento cognitivo possível, compensar ou adaptar-se às seqüelas persistentes, além de ajudar a família a compreender e enfrentar as dificuldades decorrentes do acidente cerebral. Além da assistência, o REAB também trabalha com formação e aprimoramento de profissionais, produção de pesquisas, e desenvolvimento de metodologias que orientem o trabalho clínico com esta população. Metodologia: atendimento ambulatorial, programa individualizado e modelo holístico de reabilitação, sendo prioridade a melhora na vida real do paciente. O tratamento é composto por diversos tipos de atendimento: avaliação neuropsicológica e comportamental, trabalho cognitivo individual, grupo de estimulação cognitiva, grupo de socialização, psicoterapia focal individual, informações sobre o funcionamento cerebral, orientação e acompanhamento familiar. Nossa equipe fixa é composta por profissionais das áreas de neurologia, neuropsicologia e fonoaudiologia, além da colaboração eventual de profissionais de fisioterapia e terapia ocupacional em projetos especiais de atendimento ou pesquisa. Resultados: As principais patologias apresentadas por nossos pacientes são: traumatismo crânio-encefálico, acidente vascular encefálico, tumor, encefalite e anóxia. As dificuldades neuropsicológicas mais comumente encontradas são memória, linguagem, funções executivas e atenção; entre as alterações de comportamento encontramos desinibição, agressividade, irritação ou apatia. Mesmo depois da melhora clínica e física, as seqüelas cognitivas persistentes são extremamente incapacitantes. Em conseqüência destas dificuldades, a maioria dos pacientes está afastada do trabalho ou estudo, perdeu grande parte de sua rede social e envolve-se em poucas atividades ocupacionais ou de lazer, com grande restrição da autonomia. Observamos que grande parte dos familiares tem dificuldades para compreender as alterações cognitivas, além de sofrer muito estresse com a sobrecarga de ser um cuidador. Após o tratamento, muitas destas dificuldades são amenizadas ou contornadas, o que pode ser observado através de avaliações qualitativas e também evidências objetivas, medidas por mudança de padrões de comportamento e atividades, escalas, questionários e testes. Conclusão: o trabalho sistemático em reabilitação neuropsicológica é um campo pouco explorado no Brasil, embora seja muito necessário. A experiência do REAB mostra resultados positivos na melhora da qualidade de vida dos pacientes e familiares, na formação de profissionais especializados e também na construção da reabilitação como um campo de conhecimento científico no País. Palavras-chave: centro de reabilitação neuropsicológica, lesão cerebral adquirida, adultos

PP03- CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO “ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOTERAPIA PSICANALÍTICA” (CEPSI)

Kayoko Yamamoto, Ryad Simon Dpto. Psicologia Clínica – Instituto de Psicologia USP

Em minhas aulas nas disciplinas sobre Klein e Bion, no Curso de Pós-Graduação "stricto sensu" (para docentes e pesquisadores) em Psicologia Clínica na USP, notei grande demanda de alunos "ouvintes" e "especiais". Esses alunos não pretendiam dedicar-se à docência ou pesquisa, mas estavam interessados em adquirir conhecimentos para sua prática clínica. Em conseqüência, retomei um projeto de Durval Marcondes – decorridos então 25 anos – e concebi um Curso de Pós-Graduação "Iato-sensu" (para formar especialistas) intitulado "Especialização em Psicoterapia Psicanalítica". Iniciado em 1996, conta com a participação de 20 colegas da pós-graduação da USP e/ou da Sociedade Brasileira de Psicanálise de S.Paulo. Atualmente está em sua décima turma, o que atesta sua correspondência aos anseios dos psicoterapeutas que buscam evolução profissional. Concebi um curso predominantemente prático, com três anos de duração. Visando desenvolver uma abordagem em psicoterapia psicanalítica que atendesse à realidade nacional - econômica (pouco dinheiro) e urbana (trânsito caótico) - reduzindo o número de sessões semanais recomendado pela psicanálise tradicional; e adaptando a técnica a essa mudança. Esta é também uma forma de contribuição da USP para a comunidade. Participando na melhoria da qualidade do desempenho clínico de nosso profissional estaremos proporcionando a nossa população um

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atendimento digno. Organizando o comparecimento ao curso para apenas um dia inteiro da semana, tornamo-Io acessível a profissionais residentes fora de São Paulo. Não ignoro quão difícil é a especialização em psicoterapia psicanalítica. O psicoterapeuta realmente sério e dedicado continuamente ao estudo e à investigação clínica reconhece-se sempre como um aprendiz. Eu e meus colegas, ensinando, aprendemos com nosso aluno.OBJETIVOS: Proporcionar formação de Especialistas em Psicoterapia Psicanalítica de elevado nível de qualificação. Com duração não tão breve que superficialize o aprendizado. Nem tão longa que se torne onerosa e acessível a poucos. Mas que permita a formação de um especialista capaz de atender ampla faixa da população a custos suportáveis. E que seja de eficácia terapêutica reconhecida – quer por sua intensidade: duas sessões semanais; – quer por sua profundidade: insight em nível dos conflitos inconscientes. A abrangência da formação permitirá o atendimento da maioria das pessoas que necessitam ajuda psicológica especializada. Será destinado a psicólogos e médicos, além de profissionais da área da saúde com nível superior. Selecionar-se-ão anualmente 30 a 35 alunos por turma. Como requisitos para aceitação no curso o pretendente deverá estar (ou ter estado tempo suficiente) em psicoterapia psicanalítica. Condicionalmente aceitar-se-á matricula para quem se comprometa a iniciar imediatamente seu atendimento como paciente de psicoterapia psicanalítica. (Os profissionais formados por nosso curso poderão atendê-Ios a preços acessíveis.) Esse curso foi formulado a partir de minha experiência clínica e didática de mais de 40 anos. Todavia, a prática de sua execução tem mostrado onde sua concepção foi acertada. Do mesmo modo, quando, junto com os colegas, encontramos erros, estudamos a possibilidade de corrigi-Ios. Não hesitamos em fazer acréscimos ou supressões conforme o ditem as exigências da experiência. Tentamos fazer dele um organismo vivo, capaz de se adaptar eficazmente, com flexibilidade para evoluir através de suas vicissitudes. PP04- ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOTERAPIA BREVE OPERACIONALIZADA

Kayoko Yamamoto, Angela Gerbara, Eliana Marcello De Felice, Maria Geralda Heleno, Sueli Rossini, Ryad Simon.

UNIP - Universidade Paulista A Psicoterapia Breve Operacionalizada é uma modalidade de psicoterapia breve idealizada por Ryad Simon, visando propiciar assistência psicológica a todas as pessoas que, em dado momento da vida, necessitam de ajuda especializada para compreender e solucionar as situações-problema ou crise adaptativa que se lhe apresentam e interferem na eficácia de sua adaptação, sem que para isso precisem se submeter a um processo psicoterápico de longa duração. Diante da constatação de que as psicoterapias de longa duração, embora possuam incontestável valor terapêutico, não despertam a motivação de determinadas pessoas ou não estão acessíveis para outras, que por elas se interessam, seu autor, Ryad Simon, criou um curso, por ele denominado, Especialização em Psicoterapia Breve Operacionalizada. O objetivo desse curso é formar psicoterapeutas especialistas, capacitados na utilização do método breve, em suas atividades clínicas em consultório, hospitais e instituições de saúde, contribuindo para tornar mais efetiva a prática profissional preventiva. É dirigido, principalmente, para graduados em Curso Superior reconhecido pelo Conselho Nacional de Educação em – Psicologia, Medicina e áreas da Saúde, com experiência em psicoterapia.Os conceitos e os métodos que foram moldando a Psicoterapia Breve Operacionalizada baseiam-se em experiência iniciada há 35 anos pelo Prof. Dr. Ryad Simon no Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina (atualmente UNIFESP), prosseguida na Universidade de São Paulo e em seus grupos de estudo com colegas participantes. O livro “Psicoterapia Breve Operacionalizada - Teoria e Técnica”, lançado em 2005 pela Casa do Psicólogo, contempla as principais formulações, método e técnica desta forma de psicoterapia. De caráter eminentemente preventivo, não possui critérios de exclusão, tendo alcance terapêutico amplo e abrangente, incluindo desde grupos social e economicamente privilegiados que não se dispõem a realizar psicoterapia em longo prazo, até aqueles que vivem com o orçamento apertado, como é o caso de grande parte da população brasileira. Sua fundamentação teórica baseia-se na Teoria da Adaptação, também formulada por Ryad Simon, e da qual deriva a Escala Diagnóstica Adaptativa Operacionalizada (EDAO), que se encontra descrita no livro ”Psicologia Clínica Preventiva" (Editora EPU), e a Teoria Psicanalítica. Sua

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metodologia se processa em duas etapas: uma primeira, dita diagnóstica, que envolve tantas entrevistas quantas forem necessárias até que se torne possível a elaboração do diagnóstico adaptativo, a definição da situação ou das situações-problema a serem trabalhadas terapeuticamente, e a realização do planejamento terapêutico; e uma segunda, que é o processo terapêutico propriamente dito, que consiste de, no máximo, 12 sessões semanais. O curso iniciou-se em 2006, no campus de Sorocaba, e neste ano, 2007, no campus de São Paulo- Vergueiro e em 2008 terá início na unidade da UNIP em Santos. Coordenado pelo Professor Titular de Psicologia Clínica Ryad Simon ([email protected]), o curso conta com a experiência clínica e docente dos professores doutores: Ângela Cristina Gerbara([email protected]), Eliana Marcello De Felice ([email protected]), Hélio Alves ([email protected]), Kayoko Yamamoto ([email protected]), Maria Geralda Heleno ([email protected]), Mohamad A. Abdulrahim ([email protected]) e Sueli Rossini ([email protected]). PP05- EAN – ESPECIALIZAÇÃO AVANÇADA EM NEUROPSICOLOGIA

Irismar Reis de Oliveira, Nayara Argollo, Neander Abreu

Universidade Federal da Bahia; Faculdade de Medicina – Departamento de Neuropsiquiatria

A Especialização Avançada em Neuropsicologia – EAN, proporciona conhecimento técnico e científico a seus alunos, capacitando-os para atuarem no mercado de trabalho e para o futuro engajamento em programas de mestrado. O programa do curso aborda desde conceitos fundamentais relacionados à história da neuropsicologia até estratégias clínicas de avaliação e reabilitação que auxiliem o profissional no embasamento teórico e prático para exercício da profissão com enfoque na área neuropsicológica. Módulos I – Introdução ao Campo da Neuropsicologia II – Bases Neurobiológicas e Neuropsiquiátricas III- Bases Psicológicas IV- Neuropsicologia Infantil V- Neuropsicologia do Adulto e do Idoso VI- Reabilitação Neuropsicológica

PÔSTERES

P01- TESTE DE NOMEAÇÃO BOSTON: DESEMPENHO DE SUJEITOS COM IDADE ENTRE 15 e 21 ANOS RESIDENTES NA CIDADE DE GOIÂNIA

Sandra de Fátima Barboza Ferreira, Eliane Correa Miotto, Mara Cristina Souza de Lucia, Milberto

Scaff

Divisão de Psicologia (CEPSIC) e Divisão de Clínica Neurológica do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

Introdução:O teste de nomeação Boston (TNB) tem como propósito verificar a habilidade de nomeação em tarefas de confrontação visual. Tem sido reportado como um eficiente instrumento para rastreio de alterações neurológicas. Objetivo: O objetivo da presente pesquisa é contribuir para a produção de dados normativos referentes ao desempenho de uma amostra de adolescentes e adultos residentes na cidade de Goiânia. Método: Participaram deste estudo 30 sujeitos com

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idade entre 15 e 21 anos e escolaridade entre cinco e oito anos. Foi utilizada a versão americana composta por 60 cartões- estímulo e utilizou-se também uma versão adaptada contendo 20 cartões-estímulo. Resutados e Conclusões: Os resultados indicaram uma média de acertos de 41,77 no Boston Original, com desvio- padrão de 8, 36 contra uma média de acertos de 49,23 no Boston adaptado, com desvio-padrão de 7,83. O t-teste indicou que não há diferença significativa de desempenho entre os dois testes. Isto posto, implica na possibilidade de usar sem risos, ambas versões. Estudos com amostras de outras regiões e faixas etárias são sugeridos. Palavras-chave: Nomeação; normas brasileiras; Boston adaptado. P02- AVALIAÇÃO COGNITIVA DE UM ADULTO COM METÁSTASES FRONTAL E TEMPORAL

Catarina Andréa Santana Teixeira, Eliane Correa Miotto, Mara Cristina Souza de Lucia, Milberto

Scaff Divisão de Psicologia (CEPSIC) e Divisão de Clínica Neurológica do Instituto Central do Hospital

das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

Introdução: As metástases cerebrais são consideradas os tumores mais freqüentes do sistema nervoso central. Elas podem causar vários sintomas neurológicos dependendo da quantidade e de sua localização. O lobo frontal constitui o local mais acometido por estas neoplasias, atingindo cerca de 36,7% dos casos. As lesões frontais causam prejuízos cognitivos de função executiva manifestados por dificuldade de flexibilidade mental, déficit de atenção, memória operacional, apatia e perda de motivação. Pacientes com tumores no lobo temporal apresentam déficits neuropsicológicos de memória. Objetivo: O estudo investigou as funções cognitivas de um paciente adulto de cinqüenta e dois anos, com lesão primária de pulmão, e metástases cerebrais localizadas nos lobos frontal esquerdo e temporal direito. Método: A avaliação foi realizada em uma sessão neuropsicológica de duração de duas horas. Utilizou-se um protocolo para avaliar as funções intelectuais, memória episódica de evocação imediata, tardia e de reconhecimento nas áreas verbais e visuoespaciais, funções executivas e velocidade motora. Resultados: Os resultados demonstraram dificuldade grave de memória episódica de evocação imediata e tardia no plano verbal e visuoespacial, de função executiva no que tange à fluência verbal e atenção alternada e velocidade motora. Conclusão: Esses achados neuropsicológicos corroboram resultados de estudos com pacientes com lesões frontais e temporais demonstrando alterações de função executiva e de memória associadas às vias fronto-hipocampais. Palavras chaves: Metástase, lesão frontal, função executiva, avaliação cognitiva

P03- SERÁ QUE ESTOU COM A MESMA DOENÇA DA MINHA MÃE?

Sumaya Cristina Silva Figueiredo, Eliane Correa Miotto, Mara Cristina Souza de Lucia, Milberto

Scaff Divisão de Psicologia (CEPSIC) e Divisão de Clínica Neurológica do Instituto Central do Hospital

das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

Introdução: Os recentes avanços nos métodos de diagnóstico das demências têm aumentado o número de casos que buscam ajuda profissional para acompanhamento e monitoração do quadro. Neste contexto, o papel do cuidador, figura esta, geralmente, representada pelo familiar mais próximo, tornou-se mais evidente aumentando sua participação nos cuidados e auxílio ao paciente. Mais recentemente, tem-se observado um crescente número de sujeitos que apresentam queixa de dificuldade de memória após assumirem o papel de ‘cuidador’ de portadores de demência. Entre as principais queixas, ocorre a indagação: “Será que estou com a mesma doença da minha mãe ou do meu pai?” Apesar destas observações empíricas, não há estudos sistematizados na literatura investigando as queixas de cuidadores de portadores de demência. Objetivo: O presente estudo de caso descreve a avaliação neuropsicológica de uma paciente do sexo feminino, 60 anos, com 11 anos de escolaridade, casada e que, entre outras funções, cuida de seu pai idoso e de sua

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mãe com demência de Alzheimer. Método: A avaliação incluiu, inicialmente, anamnese, investigação do humor, da orientação espacial/temporal e dos aspectos psicossociais. Em seguida foi administrada a Bateria CERAD, o Trail Making Test, o Rey Auditory Verbal Learning Test (RAVLT), o Desenho do Relógio, o subteste Roubo dos Biscoitos da Bateria de Afasia de Boston, a Geriatric Depression Scale (GDS) e Quick Screening for Dementia. Resultados: Apesar de relatar presença de cansaço e fadiga pelas múltiplas preocupações e responsabilidades exercidas estava orientada no tempo e no espaço com discurso coerente e adequado. Os resultados da avaliação neuropsicológica demonstraram desempenho preservado no que tange a capacidade intelectual, linguagem (fala narrativa, nomeação, compreensão e conceituação), habilidades acadêmicas (leitura, escrita e cálculo), praxias, funções visuo-perceptivas, visuo-espaciais, executivas, bem como, memória de curto e de longo prazo, no plano verbal e visuo-espacial e capacidade de aprendizagem de novas informações. Neste contexto, apresentou discreta alteração em testes que avaliam atenção seletiva e sintomas significativos de ansiedade e depressão. Conclusão: Este estudo de caso demonstra a importância de se investigar o funcionamento cognitivo e humor de sujeitos com queixa de memória. Em particular, os resultados encontrados sugerem que alterações atencionais e sintomas de depressão e ansiedade afetam o funcionamento cognitivo, particularmente, a memória. Palavras Chaves: memória, demência de Alzheimer, avaliação neuropsicológica

P04- NEGLIGÊNCIA UNILATERAL: UM ESTUDO DE CASO

Sumaya Cristina Silva Figueiredo, Eliane Correa Miotto, Mara Cristina Souza de Lucia, Milberto

Scaff Divisão de Psicologia (CEPSIC) e Divisão de Clínica Neurológica do Instituto Central do Hospital

das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

Introdução: A negligência unilateral é um dos fenômenos relacionados à lesões cerebrais, em que pacientes dela portadores, tendem a ignorar completa ou parcialmente o campo visual contralateral ao lado da lesão. Entretanto, os déficits cognitivos associados a este quadro podem ocasionar prejuízos secundários de memória, muitas vezes, interpretados como possível quadro demencial, especialmente em se tratando de população de pacientes idosos. Objetivos: o presente estudo de caso tem como objetivo investigar quadro de dificuldade de memória em uma paciente do sexo feminino, 71 anos, 8 anos de escolaridade após episódio de Acidente Vascular Encefálico, há aproximadamente, 1 ano. Método: utilizou-se além da anamnese, a Bateria CERAD, o Trail Making Test, Rey Auditory Verbal Learning Test (RAVLT), Geriatric Depression Scale (GDS) e Quick Screening for Dementia. A Escala de Avaliação de Atividade de Vida Diária e o Behaviour Rating Scale for Dementia foram respondidos pelos familiares. Resultados: a paciente apresentou alterações em testes que avaliam atenção visuo-espacial, sugerindo negligência unilateral com as cópias realizadas apresentando omissão de detalhes das figuras à esquerda do campo visual e verbal através de omissão de letras durante a leitura de textos. Quanto às funções executivas, apresentaram-se alteradas mostrando dificuldade de inibição de respostas e o processamento de informação mais demorado do que o esperado para a idade e escolaridade. A memória de reconhecimento e de evocação mostraram-se dentro da média. Neste contexto, a curva de aprendizagem para novas informações e memória de curto prazo estavam preservadas. Conclusão: os resultados deste estudo de caso indicaram presença de alterações atencionais e mnemônicas em uma paciente com AVC em hemisfério direito não compatíveis com quadro demencial. Em particular, o déficit atencional e de negligência visual afetou secundariamente a capacidade de evocação de informações com conteúdos verbais e visuo-espaciais. Estes achados indicam a importância de se avaliar de forma detalhada as funções cognitivas de pacientes com lesão em hemisfério direito com queixa de memória. Palavras Chaves: avaliação, negligência unilateral, idoso

P05- AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DE UM CASO DE ESCLEROSE MÚLTIPLA E SUGESTÕES DE REABILITAÇÃO

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Denise L. Mazetto, Rosangela Caratta M. P. Silveira, Eliane Correa Miotto, Mara Cristina Souza de

Lucia, Milberto Scaff Divisão de Psicologia (CEPSIC) e Divisão de Clínica Neurológica do Instituto Central do Hospital

das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

INTRODUÇÃO: Neste trabalho apresentamos a avaliação neuropsicológica de paciente asilada com diagnóstico de Esclerose Múltipla. Esclerose Múltipla é um transtorno auto-imune que afeta principalmente adultos jovens, caracterizado pela destruição de mielina no sistema nervoso central. Entre os achados patológicos estão múltiplas áreas bem demarcadas de desmielinização por toda substância branca do sistema nervoso central. Entre as manifestações clínicas estão perda visual, transtornos de movimentos extra-oculares, parestesias, perda de sensação, fraqueza, disartria, espasticidade, ataxia e disfunção da bexiga. O padrão usual é de ataques recorrentes seguidos de recuperação parcial, porém, também ocorrem formas progressivas fulminantes e crônicas. Inicialmente, pediu-se autorização para a paciente explicando-lhe que se tratava de uma avaliação neuropsicólógica a fim de cumprir o estágio obrigatório do curso de especialização em neuropsicologia. Procedeu-se a aplicação de alguns testes psicológicos e neuropsicológicos. -OBJETIVOS: apresentar a avaliação neuropsicológica de paciente do sexo feminino, 50 anos, com esclerose múltipla há mais de quinze anos e cadeirante há cinco anos, através da aplicação de alguns testes psicológicos e neuropsicológicos; ressaltar a importância da melhoria da qualidade de vida de pacientes com esclerose múltipla e asilados. -MÉTODO: Em visitas programadas a paciente foi submetida à avaliação por meio de entrevistas e aplicação de testes neuropsicológicos: Matrizes Progressivas de Raven- Escala Geral, FAS - categoria animais, Symbol Digit, Stroop, Boston Naming Test, Hooper, Provérbios, Praxias Orofacial, Ideomotora e Ideatória, Três Figuras e Três Palavras, Estimação Cognitiva, Pares Verbais Associados, Lista de Palavras (RAVLT) e Wisconsin Card Sorting Test, Escala HAD. -RESULTADOS:- Raven – escala geral: Percentil 25= inferior à média; - FAS; - Symbol Digit; - Stroop: (acertou todos); - Boston; - Hooper; - Provérbio e Praxias: fez corretamente todos; - Três Figuras e Três Palavras: na etapa de reconhecimento tardio lembrou-se de todos, porém apresentou dificuldades em memória imediata; - Estimação Cognitiva: Percentil: 25%; - Pares Verbais Associados: ela não conseguiu lembrar-se dos oito pares em nenhuma das tentativas; - Lista de Palavras (RAVLT): Em evocação tardia lembrou-se apenas de uma palavra, o que demonstrou que sua memória verbal tardia está bastante prejudicada. - Wisconsin: 6 categorias; total de respostas erradas: 4; erros perseverativos: 1; erros não perseverativos: 3;- Escala HAD: Ansiedade=5 e Depressão= 8. -CONCLUSÕES: A paciente, inicialmente desconfiada ao procedimento, começou a ficar mais colaborativa à medida que o vínculo com a psicóloga foi construído. Percebe-se a necessidade de pacientes com esclerose múltipla em situação asilar, de serem acompanhados por um serviço especializado na área da neuropsicologia e reabilitação, pois algumas funções poderiam manter-se preservadas através desta assistência. Não existe cura para a Esclerose Múltipla, no entanto, muito pode ser feito para ajudar as pessoas portadoras a terem uma vida confortável e produtiva. Palavras-chave: avaliação neuropsicológica, esclerose múltipla, paciente asilada

P06- DESEMPENHO DE SUJEITOS COM ENSINO FUNDAMENTAL NO RIO DE JANEIRO NO TESTE DE NOMEAÇÃO DE BOSTON

Vanessa Alves da Conceição, Eliane Correa Miotto, Mara Cristina Souza de Lucia, Milberto Scaff Divisão de Psicologia (CEPSIC) e Divisão de Clínica Neurológica do Instituto Central do Hospital

das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

Introdução: Assim como acontece com os comportamentos simples, as funções complexas como a linguagem apresentam modos de estudo e enfoque complementares. O Teste de Nomeação de Boston, nos fornece dados importantes no que tange a avaliação neuropsicológica da linguagem. Na tentativa de fornecer dados mais fidedignos para nossa população, foi proposta por Cândida Helena Pires de Camargo uma versão adaptada, que consta da substituição de algumas figuras e

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a inclusão de outras 20 mais adequadas à situação sócio cultural brasileira. A versão original americana pode apresentar um fator de dificuldade, pois pode se considerar déficit, o que pode ser desconhecimento. Objetivos: A presente pesquisa teve como objetivo contribuir para o estudo de normatização na população brasileira do TNB e apresentar resultados do desempenho de indivíduos normais na faixa etária de 22 a 33 anos de idade no TNB versão original e adaptada verificando nestes as habilidades de nomeação. Método: Foram incluídos 30 sujeitos normais, estudantes de escola pública na faixa etária de 22 a 33 anos de idade, com 0 a 8 anos de instrução que concordaram em participar da pesquisa. Foram utilizados: entrevista dirigida, Self Questionnaire Report, o TNB original e sua versão adaptada. Os sujeitos participantes da pesquisa assinaram termo de consentimento livre e esclarecido e responderam um questionário de identificação de distúrbios psiquiátricos, que foi utilizado para detecção de distúrbios neuróticos. Resultados: Inicialmente os resultados foram analisados individualmente para cada sujeitos e posteriormente, utilizada médias e desvios padrão, através do programa excel (Microsoft 2000). A idade dos sujeitos variou entre 22 e 33 anos (N=30). O nível educacional mais alto determinou melhor performance em todas as categorias, exceto para as figuras: 56-canga, 58-paleta e 60-ábaco; figuras da versão original, onde em ambos os grupos o resultado foi igual a zero para respostas espontâneas ou para pistas semânticas e fonéticas. O nível educacional mais alto determinou melhor performance. P07- ACOMPANHANTES DE PACIENTES ONCOLÓGICOS EM TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO AMBULATORIAL

Fabiana Neme Nogueira Ramos, Profª Dra. Carmen Maria Bueno Neme

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” (UNESP – CAMPUS DE BAURU).

Introdução: Pesquisas no campo da psico-oncologia indicam a relevância das redes de apoio social no tratamento de doentes crônicos graves como os pacientes oncológicos. Indicam também as dificuldades enfrentadas pelos familiares em lidar com a doença e os tratamentos oncológicos, que implicam em mudanças de rotina na vida conjugal e familiar, gerando grande stress em todos os envolvidos, especialmente nos acompanhantes primários do doente. Por outro lado, o sofrimento psíquico do paciente oncológico em tratamento, pode ser agravado pela inexistência de redes de apoio, afastamento de amigos e familiares e/ou pequena disponibidade de cônjuges e/ou membros da família nuclear em apoiar e acompanhar o doente em suas consultas médicas, exames ou aplicações de quimioterapia e demais tratamentos. Objetivos: averiguar as condições de pacientes oncológicos atendidos num hospital geral privado, com relação a seus acompanhantes durante o tratamento quimioterápico. Método: Entrevistas clínicas psicológicas e observação durante sessões de quimioterapia. Resultados: Foram atendidos 88 pacientes na faixa etária de 21 a 80 anos de idade, em serviço de psico-oncologia hospitalar, sendo 35 homens (39,77%) e 53 mulheres (60,23%), com idades entre 21 e 80 anos, com diferentes diagnósticos de câncer e estadiamentos da doença. Nesta amostra, 64 (72,3%) eram casados; 13 (14,7%) viúvos; 6 (6,8%) solteiros e 5 (5,7%) separados. A maioria dos pacientes (76,13%) realizava a quimioterapia com algum acompanhante e 21 (23,86%) não tinham nenhum acompanhante. Dentre os 64 que tinham acompanhantes, 31 (35,3%) eram cônjuges; 16 (18,9%) eram filho ou filha; 7 (8%) tinham mais de um acompanhante; 7 (8%) eram acompanhados por amigos ou vizinhos e 4 (4,7%) eram acompanhados por irmão ou irmã e 2 (2,3%), por mãe ou pai. Comparando-se os resultados entre estado civil e vínculo do acompanhante com o paciente, verificou-se que: dentre os 33 homens casados, 21 (63,7%) eram acompanhados por suas esposas; dentre as 31 (32,2%) mulheres casadas, apenas 10 eram acompanhadas por seus maridos. Entre os 13 pacientes viúvos, 8 (61,5%) eram acompanhados por filho(a); 3 (23%) não tinham acompanhantes; 1 (7,7%) era acompanhado pela mãe e 1 pela nora. Dentre os 5 separados, 2 (40%) eram acompanhados por filha; 1 (20%) pela mãe; 1 por amiga e 1 sem acompanhante. Na população de solteiros, 2 (33,3%) eram acompanhados por irmão(a); 2 não tinham acompanhantes; 1 (16,7%) era acompanhado pela namorada e 1 pela cunhada. Conclusões: os resultados obtidos indicam que a maioria dos acompanhantes dos pacientes em

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quimioterapia pertencia ao sexo feminino, bem como que, dentre os pacientes masculinos casados, a maioria tinha a esposa como acompanhante, enquanto que, entre as pacientes femininas, apenas cerca de um terço era acompanhada por seus maridos. Palavras Chave: Psico-oncologia, acompanhantes, rede de apoio. P08- BAIXO DESEMPENHO EM TAREFAS DE LEITURA E DÉFICITS NAS REPRESENTAÇÕES FONOLÓGICAS DO ESPECTRO DAS FRICATIVAS: UMA PROVÁVEL RELAÇÃO

Aline Cristina Mauricio,Cristina de Andrade Varanda,Márcia Cristina Portela Rocha Bidá

Universidade de São Paulo

INTRODUÇÃO: Nossa pesquisa foi baseada nos achados de Gruber (2003), que testou

crianças disléxicas de 10 e 15 anos de idade e crianças do grupo-controle em tarefas de

discriminabilidade dos sons estáticos de fricativas e das informações dos sons

coarticulatórios das fricativas-vogais cujos resultados indicaram que os disléxicos e os

controles usaram as informações do som estático das fricativas igualmente quando tiveram

de categorizar as sílabas “fricativa-vogal” dispersas num continuum /s / ou /s /”. Os

disléxicos respondem menos aos estímulos idênticos, talvez mostrando menos sensibilidade

para das fricativas. Provavelmente a representação dos disléxicos seja pobremente

especificada tornando a recuperação da informação ambígua; e as representações

fonológicas menos segmentadas. OBJETIVO: Nossa proposta é verificar se existe um

padrão de erros em determinados fonemas. Verificamos a presença de respostas erradas em

relação às pseudopalavras com trocas fonológicas em fricativas num grupo de crianças, de

3ª série do ensino fundamental, não diagnosticadas como disléxicas, mas com um padrão de

leitura pobre. MÉTODO: Participantes Alunos de 3ª séries, do ensino fundamental de uma

escola do município de Santos, com idades entre 8 e 12 anos, com médias abaixo de 7 nos

itens com fricativas nas pseudopalavras com trocas fonológicas do Teste de Leitura de

Palavras e Pseudopalavras. Setenta e duas crianças aceitaram como corretas as

pseudopalavras vizinhas fonológicas em mais de 70% dos ítens. Observou-se o

desempenho nos itens contendo palavras com fricativas. Instrumentos: Teste de Leitura de

Palavras e Pseudopalavras (F. Capovilla, A.Capovilla et al., 2000; F. Capovilla, Macedo et

al., 1998) objetiva ser um instrumento psicométrico e neuropsicológico cognitivo. O teste

consiste em 8 itens de treino e 70 itens de teste, cada qual com um par composto de uma

figura e uma palavra ou pseudopalavra escrita. A tarefa da criança é assinalar com um X, os

pares figura-escrita incorretos e circular os corretos. Procedimentos Aplicação: coletiva.

Sessão: 30 minutos. Período de aplicação: de 18/09/03 a 04/10/03. RESULTADOS: Dos 72

sujeitos selecionados por terem desempenho inferior a 70% no subteste de leitura de

pseudopalavras vizinhas fonológicas:

Acertos Média Quantidade de Sujeitos

4 1 2

3 0,75 11

2 0,50 23

1 0,25 29

0 0 7

Tabela 1: Distribuição da quantidade e freqüência de acertos para os itens do subteste de pseudopalavras vizinhas fonológicas que contém palavras com fricativas.

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Distribuição dos resultados

3%15%

32%40%

10%4 acertos

3 acertos

2 acertos

1 acertos

0 acertos

Gráfico 1: Distribuição percentual da quantidade de acertos dos itens do sub-teste analisado que contém palavras com fricativas. CONCLUSÃO: Das crianças de segunda série com desempenho inferior a 0,7 no sub-teste de julgamento das pseudopalavras Vizinhas Fonológicas do Teste de Competência de Leitura de Palavras, mais de 80% tiveram metade ou menos de acertos em itens contendo palavras com fricativas, fato coincidente com os achados de Gruber (2003). Os resultados confirmam a hipótese levantada da indiscriminação entre os fonemas fricativos surdos e sonoros das palavras. Segundo Capovilla (2001), crianças com nove anos escolarizadas seriam capazes de distinguir entre uma palavra e a sua pseudopalavra vizinha fonológica. Caso contrário, existe indicação de um estabelecimento imperfeito da rota fonológica, causado por uma dificuldade na aprendizagem ou por um distúrbio de leitura. PO9- ESTUDO PRELIMINAR SOBRE VELOCIDADE DE PROCESSAMENTO EM CRIANÇAS COM TDAH Mariana Richartz, Marcos Vinícius A. B. de Loiola, Daniele Fajardo Nascimento, Ana Paula Almeida

de Pereira Universidade Federal do Paraná

O Modelo de Barkley para explicar o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade propõe que o controle motor, a destreza e o sequenciamento de ações encontram-se afetados. Considerando tal modelo, diversos autores investigam o Índice de Velocidade de Processamento (IVP) do WISC III como uma medida que engloba tais habilidades. O IVP é calculado a partir dos Subtestes de Código (C) e Procurar Símbolos (PS). O presente estudo objetivou verificar a presença de diferença significativa em duas medidas de velocidade de processamento em grupos com TDAH e sem TDAH. O recrutamento dos participantes da pesquisa foi realizado em uma escola pública e no Centro de Neurologia Pediátrica do Hospital de Clinicas ambos na região metropolitana de Curitiba. Através do uso do questionário SNAP –IV, respondido pelos pais, dois grupos foram formados: 9 crianças (3 meninas e 6 meninos) com resultado positivo no SNAP-IV (GTDAH) foram pareadas com 9 crianças da mesma idade e sexo com resultado negativo (grupo controle, GC). Uma bateria neuropsicológica que incluía os Subtestes de Código e Procurar Símbolos foi aplicada em ambos os grupos. A análise estatística descritiva revelou uma media de idade de 9.44 (DP= 2.56) para o GTDAH e de 9.33 (DP= 2.59) para o GC. Um t-test para amostras independentes foi realizado inicialmente para comparar os escores em C. dos grupos e, posteriormente, o mesmo procedimento foi realizado para comparar os escores em P.S.. Não houve diferença significativa nos resultados de C. para GTDAH (M= 9.63, DP= 3.81) e GC [M= 11.38, DP= 3.06; t(14)= 1.01, p= .33]. Encontrou-se diferença significativa nos resultados de P.S. para GTDAH (M= 9.00, DP= 2.50) e GC [M= 11.88, DP= 2.03; t(15)= 2.58, p= .02]. Tal resultado sugere que o Subteste de Procurar Símbolos e mais sensível as diferenças entre os grupos de crianças com TDAH (medido pelo SNAP) e o GC. Possivelmente, PS seria medida mais adequada para diferenciar os grupos do que a medida composta do IVP ou o Subteste de Códigos. Estudos futuros com instrumentos

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adicionais para determinar o diagnóstico de TDAH e uma amostragem maior podem contribuir para a melhor definição do papel dos Subtestes do WISC III– IVP no diagnostico de TDAH. Palavras-chave: TDAH, neuropsicologia, velocidade de processamento.

P10- VELOCIDADE DE PROCESSAMENTO EM CRIANÇAS COM VÍRUS HIV: ESTUDO PILOTO

Jean Carlo Kurpel Diogo, Faustina Borsato, Ana Paula Almeida de Pereira, Fernanda Freire Figueira

Universidade Federal do Paraná Existem poucos estudos com crianças sobre os problemas neuropsicológicos decorrentes da infecção do vírus HIV. No entanto, estudos com adultos apontam que diversos domínios cognitivos encontram-se afetados, como por exemplo, atenção, velocidade de processamento, aprendizagem, fluência verbal e funcionamento motor. O presente estudo faz parte de um projeto de pesquisa de acompanhamento longitudinal de crianças com HIV investigando suas funções neuropsicológicas. A forma mais comum de infecção deste grupo etário advém de transmissão vertical. Portanto, a compreensão dos efeitos do vírus HIV no Sistema Nervoso Central torna-se essencial para a criação de estratégias eficazes de prevenção dos déficits cognitivos observados em adultos. Neste estudo piloto, investigou-se a hipótese que crianças com HIV de uma faixa etária maior apresentariam um comprometimento maior em medidas de velocidade de processamento de informações não-verbais do que crianças deste grupo com menor idade. Participaram do estudo 22 crianças de 6 a 13 anos (M= 9.09, DP= 2.31) portadoras do vírus HIV (14 meninos e 8 meninas). Dois subtestes do WISC III que avaliam a velocidade de processamento de informações não-verbais foram utilizados: Código e Procurar Símbolos. A correlação da idade das crianças com cada uma das medidas foi verificada com o intuito de investigar o sentido e a magnitude da relação. Os subtestes apresentaram pequena correlação com a idade das crianças: Código r = -.193 (p= .40), correlação negativa, e Procurar Símbolos r = .157 (p=.48) correlação positiva. Este resultado sugere que idade não é um fator que influencie significativamente em medidas de velocidade de processamento. No entanto, pesquisas futuras com amostras maiores e que apresentem metodologia longitudinal que propicia teste-reteste e conseqüentemente, acompanhamento da performance no mesmo individuo, podem aprofundar a compreensão do desenvolvimento da velocidade de processamento em crianças com HIV comparado com crianças da mesma faixa etária sem o vírus. Palavras-chave: HIV, neuropsicologia, velocidade de processamento. P11- ADAPTAÇÃO DO COLOR TRAIL TEST (CTT) PARA O CONTEXTO BRASILEIRO

Foss, MP, Gobatto, CA, Padovani, MF, Burato, K., Formighieri, MSB, Speciali, JG, Pasian, SR

Departamento de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP

Introdução: O Color Trail Test (CTT) é uma versão do Trail Making Test (TMT), onde se buscou minimizar influência da escolaridade e fatores sócio-culturais na avaliação da atenção e seus componentes, substituindo os estímulos originais (letras do alfabeto) por cores. Apesar das boas possibilidades informativas, o CTT não foi ainda devidamente padronizado para nosso país, exigindo investigações específicas. Objetivo: Adaptar e avaliar a fidedignidade do Color Trail Test (CTT) para o contexto sócio-cultural brasileiro, almejando sua aplicação em idosos. Método: Inicialmente foi realizado completo processo de adaptação das instruções originais da técnica para o Brasil, incluindo: tradução, retroversão e análise semântica com a população-alvo, no caso, idosos (mais de 60 anos de idade). Estas etapas foram revistas e aprovadas pelo autor do instrumento original. A casuística deste estudo incluiu 33 idosos (indivíduos com mais de 60 anos), de ambos os sexos (10 homens e 23 mulheres), com 2 a 8 anos de estudo, voluntários provenientes de grupos comunitários de idosos de Ribeirão Preto (SP). Foram incluídos no estudo apenas idosos com funcionamento cognitivo global preservado (a partir do Mini-Exame do Estado

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Mental - MEEM), sem depressão (segundo critérios do DSM-IV) e sem outras doenças psiquiátricas e neurológicas. Foram excluídos da amostra indivíduos com acentuado prejuízo visual, auditivo ou psicomotor. Desta forma, a amostra ficou composta por idosos com idade média de 67,7 anos (DP = 6,8), escolaridade média de 4,7 anos (DP = 2,29) e média no MEEM de 25,4 pontos (DP = 2,97). Procedimento: Aplicação individual de questionário sobre dados autobiográficos e estado de saúde, MEEM e o CTT. Este instrumento divide-se em duas partes, sendo que, na primeira parte (CTT-1), o indivíduo deve associar graficamente números em ordem crescente correta, sendo que os números impares estão sob fundo rosa e, os pares, em fundo amarelo. Na segunda parte (CTT-2), deve-se ligar os números em ordem crescente correta, porém alternando as cores dos fundos, ignorando outros números de mesma cor. Os índices técnicos do CTT computados são: tempo de execução das tarefas (em segundos), erros e erros aproximados, sendo que no CTT-2 classificam-se os erros de número e de cor. Calcula-se ainda o índice de interferência entre CTT-1 e CTT-2. Para o objetivo deste trabalho, o CTT foi posteriormente reaplicado nos mesmos idosos, após intervalo de um mês da primeira aplicação. Resultados: Os dados foram codificados conforme respectivos padrões técnicos do CTT, elaborando-se sua estatística descritiva. A seguir foram realizadas correlações (coeficiente de Pearson) entre resultados teste-reteste do conjunto de dados, para os diversos índices técnicos do CTT. Foram encontradas correlações significativas (p ≤ 0,01) e maiores que 0,70 na CTT-1 e na CTT-2 para a variável tempo e, acima de 0,50, nos erros aproximados da CTT-2 e também no Índice de Interferência. Conclusões: Houve claros indicadores de estabilidade temporal dos resultados entre teste-reteste nos diferentes índices do CTT, indicando sua boa fidedignidade. No entanto, são dados preliminares, a serem implementados às necessárias etapas de validação e normatização desse instrumento, para sua adequada adaptação ao contexto brasileiro. Palavras –chave: Color Trail Test (CTT), Idosos, Neuropsicologia

P12- INTERVENÇÃO FARMACÊUTICA NA DOENÇA DE PARKINSON

Cristina Ferreira Passos Instituição: UNICSUL – Universidade Cruzeiro do Sul

Introdução: A abordagem terapêutica na Doença de Parkinson (DP) tem como objetivos minimizar os seus sintomas, reduzir os efeitos adversos da terapêutica medicamentosa e melhorar, tanto quanto possível, a capacidade funcional e a qualidade de vida do paciente; visto que os medicamentos antiparkinsonianos são sintomáticos e não interferem no seu prognóstico. A maioria dos medicamentos está direcionada a restituir, simular ou melhorar temporalmente a dopamina, visto que a maioria dos sintomas da DP é atribuída à diminuição deste neurotransmissor na via nigroestriatal no cérebro. O tratamento instituído deverá ter sempre em consideração as características e condições de cada paciente, nomeando a idade, os sintomas, o grau de evolução da doença, o estilo de vida e a situação laboral. Objetivo: Apontar como se realiza a intervenção farmacêutica na Doença de Parkinson. Método: Revisão de literatura atualizada. Resultados: A terapêutica antiparkinsônica propriamente dita tem como alvo os níveis reduzidos de dopamina (DA) no Sistema Nervoso Central (SNC). No entanto, poderá haver necessidade de intervenção farmacológica ao nível de outros distúrbios que, se tenham instalado ou a nível de comorbidades pré-existentes, e que podem se relacionar tanto com a progressão da doença como com os fármacos utilizados. É relativamente usual encontrar estes pacientes fazendo uso de medicamentos antidepressivos, antieméticos, indutores do sono ou laxantes. Uma vez instituída, a terapêutica medicamentosa deve ser progressivamente ajustada às necessidades do doente nas diferentes etapas de evolução da doença, não só do ponto de vista qualitativo (medicamentos usados), como também quantitativo (dosagens e intervalos entre as tomadas). Os principais fármacos utilizados são: Levodopa, Agonistas da DA, Inibidores da COMT, Inibidores da MAO-B, Amantadina e Anticolinérgicos. Conclusões: A atuação do farmacêutico na DP deve basear-se na conscientização e educação do paciente. As intervenções relativas à atenção farmacêutica devem estar direcionadas em relação à monitorização dos efeitos da terapia e revisão dos medicamentos de forma a assegurar a individualização necessária do tratamento para um ótimo controle dos sintomas. É papel do farmacêutico orientar o paciente em relação a utilização correta dos

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medicamentos e suas potenciais interações com outros fármacos ou alimentos, como é o caso da utilização da levodopa e dietas ricas em proteínas. O farmacêutico devido à sua formação científica pode detectar precocemente, pequenos sinais e sintomas que possam estar associados a esta síndrome, salvaguardando sempre a possibilidade de estarem associados ao uso de um determinado medicamento. Ele encontra-se habilitado para prestar esclarecimentos e informações relacionados com a doença e com a medicação prescrita, estimulando a adesão à terapêutica e contrariando a prática da automedicação. O farmacêutico pode atuar na educação e orientação dos pacientes, além da monitorização desses efeitos, por meio da farmacovigilância. Palavras-chave: Intervenção, Farmacêutico, Doença Parkinson

P13- TERAPIA NUTRICIONAL COMO COMPLEMENTO AO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO NA DOENÇA DE ALZHEIMER

Cristina Ferreira Passos

Instituição: UNICSUL – Universidade Cruzeiro do Sul

Introdução: Atualmente não existe tratamento estabelecido que possa curar ou reverter a deteriorização causada pela Doença de Alzheimer (DA). As opções disponíveis visam aliviar os déficits cognitivos e as alterações de comportamento, por meio do uso de medicamentos, e melhorar a qualidade de vida do paciente e de sua família. A terapia nutricional é descrita como uma ferramenta auxiliar que objetiva complementar o tratamento farmacológico. O hábito alimentar rico em vegetais, grãos e frutas pode auxiliar no tratamento da DA. O risco de desenvolvimento de DA é maior em indivíduos que apresentam dieta hiperprotéica, rica em gorduras, com consumo freqüente de bebida alcoólica, além de dieta pobre em consumo de peixes, pobres em ácidos graxos polinsaturados e em vitaminas. Um dos fatores desencadeantes do Alzheimer pode ser o estresse oxidativo. A oxidação lipídica das células e, principalmente a oxidação das moléculas do DNA, causada pelos radicais livres, leva à morte gradativa as células do tecido nervoso. Dietas ricas em alimentos funcionais antioxidantes podem diminuir o processo oxidativo das células do Sistema Nervoso Central (SNC). Objetivo: Descrever os principais alimentos funcionais que estão relacionados na prevenção e tratamento dietoterápico da DA. Método: Revisão de literatura atualizada. Resultados: Estudos detectaram o consumo insuficiente e desequilibrado de AGPI extenso (PUFA) na dieta, e também peroxidação lipídica anormal nos indivíduos portadores de certas doenças degenerativas como esclerose múltipla e DA. O consumo de niacina tem importantes funções na síntese e reparação de DNAs, mielinação e crescimento dendrítico, sinalização celular com mineral cálcio, e como potente oxidante em mitocôndria cerebral. O consumo freqüente de alimentos ricos em Vitaminas E, C, e beta-caroteno, ou mesmo a sua suplementação, diminui a evolução da morte neural por Alzheimer. O vinho e o chá verde, rico em polifenóis do tipo flavonóides, são alimentos que podem estar relacionados à prevenção de doenças por possuírem alto poder oxidante. Encontra-se em estudos, componentes fitoquímicos do extrato da semente de uva, concentrado de suco de maça, fruto da palmeira. Todos eles alimentos com rico poder antioxidantes, mas que seu mecanismo para tal efeito não é ainda compreendido. Conclusões: Existem vários estudos relacionando a alimentação rica em antioxidantes à prevenção das doenças degenerativas, entretanto, os estudos são pouco abrangentes. O questionamento acerca do consumo de alimentos antioxidantes e com propriedade funcionais preveniria o desenvolvimento do Alzheimer ainda não se evidenciou. Sabe-se que a interação dos fitoquímicos com outros componentes da dieta podem não ter um efeito preventivo ou terapêutico. Estudos avaliando a utilização destes alimentos em humanos com o objetivo de prevenção e tratamentos da DA são escassos. A prevenção e tratamento de doenças degenerativas que ocorrem devido ao estresse oxidativo podem ter como aliada certos alimentos com propriedades funcionais. Entretanto, seria precipitado afirmar seus reais benefícios, uma vez que não há consenso na comunidade científica. Ressalta-se que são necessários mais estudos para aperfeiçoar os critérios baseados em evidências. Palavras-chave: dietoterápico, Terapia Nutricional, Doença Alzheimer

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P14- INVESTIGAÇÃO DAS PRÁTICAS EDUCATIVAS PARENTAIS EM UMA POPULAÇÃO CLÍNICA DE CRAINÇAS E ADOLESCENTES COM TRANSTORNO DE DÉFICT DE ATENÇÃO/ HIPERATIVIDADE

Mariana Richartz, Lidia N. D. Weber, Sergio Antoniuk

Núcleo de Análise do Comportamento, Universidade Federal do Paraná; Centro de Neuropediatria, Universidade Federal do Paraná

Introdução. A literatura vem mostrando que o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), com e sem comorbidades, está associado a práticas parentais mais negativas e inadequadas. Além disso, vários estudos têm apontado a eficácia e os benefícios de programas de treinamento de pais no tratamento do TDAH para melhorar a auto-estima e a relação entre pais e filhos. A partir disso, e dada a alta prevalência do transtorno em crianças em idade escolar, torna-se importante investigar esse tema. Objetivo. O presente trabalho teve como objetivo investigar possíveis relações entre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e práticas educativas parentais por meio da percepção dos filhos. Método. Foi realizada uma pesquisa empírica com a participação de 31 crianças e adolescentes com TDAH, de 7 a 15 anos, com e sem comorbidade com Transtorno de desafio e oposição (TOD), e seus respectivos pais. Os participantes, todos pacientes do Centro de Neuropediatria do Hospital de Clínicas, da Universidade Federal do Paraná, foram selecionados a partir do diagnóstico de TDAH feito por um médico neuropediatra. Como instrumento foi utilizado o SNAP-IV, para avaliar a presença e a intensidade de TDAH e de TOD, e o EQIF (escala de Qualidade em Interação Familiar), com o objetivo de investigar as práticas educativas parentais. Os resultados obtidos foram comparados aos resultados do EQIF de uma amostra geral de 189 crianças e adolescentes Resultados. Os resultados apontaram que as meninas com TDAH, em comparação aos meninos, têm mães com menor envolvimento afetivo (χ

2=6,921, gl=2, p<0,05) e pior comunicação (χ

2=10,68, gl= 2, p≤0,05),

além de apresentam sentimento mais baixo em relação às mães (χ2=15,746, gl=1, p=0,00) e

receberem menos regras e monitorias por parte de ambos os genitores (χ2=8,652, gl=2, p<0,05).

Pais e mães de indivíduos com TDAH do tipo combinado apresentaram níveis mais altos de regras e monitoria, em comparação aos outros tipos do transtorno (χ

2=9,444, gl=4, p=0,05). Em

comparação ao TDAH puro, o TDAH com TOD mostrou estar associado a menos regras e monitoria por parte do pai (χ

2=10,648, gl=4, p< 0,05) e a pior comunicação positiva com pai e mãe

(χ2= 9,583, gl=2, p<0,01). Foram encontradas poucas diferenças estatisticamente significativas

entre a intensidade dos sintomas de TDAH/TOD e as práticas dos pais. Além disso, os participantes em tratamento farmacológico apontaram escores mais altos em uma medida de fatores de risco – que indicam piores práticas educativas parentais -, ao serem comparados aos participantes sem uso de medicação (χ

2=5,929, gl=2, p=0,052). Na comparação entre a amostra

com TDAH e a amostra geral, foi identificado ainda o uso de punição inadequada com maior freqüência por pais e mães dos participantes com TDAH (χ

2=16,995, gl=2, p=0,00), Conclusões.

Conclui-se que fatores culturais e de gênero estão envolvidos no TDAH e que o tratamento farmacológico do transtorno pode ser beneficiado pela ação conjunta de uma intervenção psicológica, no sentido de que os pais adquiram repertórios de práticas educativas mais adequadas. Além disso, mais pesquisas são necessárias para investigar esse tema dentro da realidade sócio-cultural brasileira. Palavras-chave: TDAH, práticas educativas parentais, aspectos culturais. P15- DEPRESSÃO E QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES VITIMADOS POR ACIDENTE CÉREBRO-VASCULAR (AVC) EM SEGUIMENTO AMBULATORIAL

Maria Gabriela Ramos Ferreira; Mariana Datria Schulze; Carla Heloísa Cabral Moro Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE, Unidade de AVC do Hospital Municipal São José

– Joinville – SC.

Introdução: O paciente sobrevivente de acidente cérebro-vascular (AVC) pode apresentar seqüelas motoras, cognitivas, perceptuais, emocionais, funcionais, sociais e econômicas que interferem na

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sua recuperação e na sua re-inclusão na sociedade. A depressão pós-AVC pode ser reativa aos déficits cognitivos e ao prejuízo funcional. Relaciona-se com estressores sociais, psicológicos e funcionais associados ao AVC. Está fortemente associada à baixa qualidade de vida num período de um a três anos pós-AVC, ao aumento do risco de mortalidade, e do risco para recorrência de AVC. -Objetivo: Verificar se os pacientes acometidos por AVC, depois da alta hospitalar da Unidade de AVC do Hospital Municipal São José, em seguimento no Ambulatório de AVC da Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, em parceria com o mesmo hospital, apresentam depressão pós-AVC e aferir o nível de qualidade de vida destes. -Método: Foram entrevistados 21 pacientes em atendimento no citado ambulatório no período de setembro de 2006 a abril de 2007. A amostra não foi diferenciada de acordo com o tipo de AVC neste estudo. A depressão foi investigada através da aplicação do Inventário de Depressão de Beck, tendo como ponto de corte escores maiores ou iguais a 10. A qualidade de vida foi investigada através da aplicação da Stroke Specific Quality of Life Scale (SSQoL - adaptação brasileira). -Resultados: Verificamos que 61,9% destes pacientes apresentaram escores ≥ 10 no Inventário de Depressão de Beck, variando de 2 a 44 pontos no total, com média de 14,9. Os domínios mais afetados nesta escala de qualidade de vida após AVC foram: “energia” (58,7%), seguido de “relacionamento social” (60,36%), “modo de pensar” (61,6%), estando “trabalho e produtividade” (64,7%) em quarto lugar. Observamos taxas altas tanto para sintomas de depressão quanto para nível de qualidade de vida, as quais estão distribuídas em gráfico de dispersão indicando correlação negativa de Pearson (r = -0,88). -Conclusões: a depressão pós-AVC está negativamente correlacionada com a qualidade de vida: quanto maior o escore de depressão menor o nível de qualidade de vida. O domínio mais atingido na qualidade de vida dos pacientes foi “energia”, através do qual podemos inferir a correlação deste com a sintomatologia de depressão pós-AVC. Cabe ressaltar que, através deste estudo se pode demonstrar a necessidade de ter estes aspectos investigados rotineiramente para contribuir com o seguimento ambulatorial do paciente, norteando possíveis intervenções farmacológicas e não-farmacológicas. Assim, verificamos a necessidade investigação da depressão pós-AVC, do auxílio no seu diagnóstico e da contribuição para o seu devido tratamento, e do fornecimento de orientações aos familiares e cuidadores para elevar a qualidade de vida do paciente após um AVC. Palavras-chave: acidente cérebro-vascular; depressão; qualidade de vida. P16- PERFIL SÓCIO-DEMOGRÁFICO DA CLIENTELA DO INSTITUTO DE NEUROPSICOLOGIA APLICADA – INAP

Marisa Sá Leitão*, Wilde Mary da Silva

Instituto de Neuropsicologia Aplicada – INAP

Introdução: As doenças e os acidentes de comprometimento neurológico acometem o homem em qualquer uma das fases do seu ciclo vital, muitos deles vindos desde a gestação. Estes problemas algumas vezes podem trazer seqüelas neuropsicológicas que comprometem a qualidade de vida dos seus portadores. Para se garantir a inserção/reinserção social das pessoas acometidas por esses problemas, é necessário que sejam envidados esforços no sentido de uma correta avaliação das funções neuropsicológicas comprometidas. A inexistência em Pernambuco de um centro de atendimento que propicie essa cobertura à comunidade, levou a criação do INAP em março de 2005, uma Organização Social Civil de Interesse Público cuja missão é mobilizar profissionais e buscar parcerias entre empresas governamentais e não governamentais, para a assistência de portadores de incapacidades dessa natureza e, ao mesmo tempo, construir o conhecimento específico através da realização de estudos e pesquisas. Objetivo: O estudo buscou inventariar o perfil da demanda atendida pelo INAP no período de outubro de 2005 a dezembro de 2006, para através dessa caracterização, definir recursos humanos e materiais adequados, a atingir a eficácia desejada em seus atendimentos. Método: Os dados foram coletados utilizando-se um roteiro de entrevista realizada pelo Serviço Social, caracterizando a clientela quanto aos dados de identificação, sócio-econômicos e psicossociais. Resultados: A clientela é predominantemente do sexo masculino (64%); na faixa etária de oito a doze anos (44%); natural de Recife - PE (65%); de ensino fundamental 1 incompleto (63%); encaminhados através de hospital universitário (42%);

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moradores da área urbana (97%); em residência própria (60%); condições sanitárias de fossa ( 63%) e água encanada (90%); com renda familiar entre um e dois salários mínimos (32%); sem receber benefícios ou participar de programas sociais (43%); 90% vivem com os pais biológicos e são da religião católica (49%). Conclusões: As condições sócio-econômicas da clientela atendida ratificam a missão institucional e referendam seu compromisso social com a saúde mental da comunidade. A idade encontrada na amostra caracteriza uma população com possibilidade preventiva e reabilitacional para a adultez saudável, ação respaldada pela retaguarda da assistência oferecida pelo hospital universitário e INAP. Palavras-chave: Funções neuropsicológicas. Avaliação. Reabilitação. Adultez saudável. Reiserção social. P17- EXPERIÊNCIA VIVENCIADA PELOS ALUNOS DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA HOSPITALAR DO CENTRO DE PSICOLOGIA HOSPITALAR E DOMICILIAR DO NORDESTE

Ester Passos Affini, Kátia Branco, Marisa Sá Leitão

Centro de Psicologia Hospitalar e Domiciliar do Nordeste – CPHD

Introdução: O modelo de saúde do país, redesenhado a partir da adoção dos princípios do Sistema Único de Saúde, possibilitou a criação dos Programas de Saúde da Família, como estratégia de aproximar profissionais que prestam assistência e comunidades carentes. A metodologia além de tornar-se economicamente mais viável, possibilita a redução de uso da rede de saúde hospitalar, extremamente sobrecarregada. Ela também oferece um espaço de atuação muito rico para o terapeuta principalmente em questões psicoeducacionais. O estudo relata a experiência vivenciada no cotidiano dos alunos do Curso de Especialização em Psicologia Hospitalar. Objetivo: Oferecer ao aluno vivências que o deixe familiarizado com o contexto domiciliar e à comunidade o suporte para a ressignificação dos seus problemas. Método: Os grupos de moradores da comunidade Bola na Rede, formados a partir de visitas domiciliares, são caracteristicamente abertos, não mantendo necessariamente uma história de vínculos além da própria sessão, que esgota a discussão por tema. A atuação do psicólogo deve permitir acolher, reconhecer e dar o suporte necessário a quem vive situações de sofrimento. Na terapia busca-se com a comunidade alternativas de solução para os seus problemas. Resultados: Percebe-se que as famílias têm uma demanda muito grande de todo tipo de orientações e que a equipe muitas vezes não tem preparo e nem tempo para lidar com isso. São relatados durante as sessões maus tratos e abandono de crianças, uso de drogas e gravidez na adolescência, problemas conjugais e violência doméstica entre as mulheres e descaso com a assistência aos idosos. Alguns problemas se repetem nos grupos da comunidade acompanhada. A metodologia adotada conota positivamente a experiência. Conclusões: A terapia é a oportunidade de todos verbalizarem o que mais lhes sensibilizou no tema e também o que aprenderam com as histórias de vida verbalizadas. Os participantes dos grupos repensam seu sofrimento de forma mais ampla, para dar um sentido a crise e poder melhor identificar os recursos pessoais. Oportunizar a partilha possibilita a construção de uma rede de apoio. Assim, adquirem comportamentos socialmente habilidosos, apontando para o êxito a ser obtido no futuro, desde que, seja realizado um acompanhamento psicoeducativo, ratificando a necessidade da inserção do psicólogo no PSF. Palavras-chave: Comunidade, família, rede de apoio, ressignificação. P18- O ESTUDO PILOTO DA VERSAO BRASILEIRA DO TESTE TRÊS FIGURAS TRÊS PALAVRAS

Samara Melo Moura, Mariana Cortezzi, Vitor Geraldi Haase.

Laboratório de Neuropsicologia do Desenvolvimento da UFMG

Introdução: A memória, em seus diferentes aspectos, é um processo central tanto no processo de envelhecimento cognitivo como de demência. O teste Três Palavras-Três Figuras (3W3S) constitui-

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se como um instrumento de triagem simples e completo por envolver estímulos verbais e não verbais, bem como por estabelecer os níveis de funcionamento motor e de planejamento basais do indivíduo, isolando o componente memória episódica de outras funções cognitivas, fornecendo dados fidedignos sobre o status dos componentes de codificação, armazenamento e evocação de memória de curto e longo prazo. Objetivo: Este trabalho objetiva verificar a validade de critério da do 3W3S através de um estudo piloto. Métodos: A amostra global de idosos saudáveis foi composta por 39 sujeitos maiores de 59 anos de idade (Idade: m=72,10 anos; dp=7,58. Escolaridade: m=9,72 anos de estudo; dp=4,85. Sexo: 51% feminino e 49% masculino) e amostra de pacientes foi composta por 14 idosos portadores da doença de Alzheimer clinicamente diagnosticada (grupo de pacientes – Idade: m=78,21 anos; dp=8,18. Escolaridade: 5,71 anos de estudo; dp=4,58. Sexo: 64,3% feminino e 35,7% masculino). Para as análises de comparação entre as amostras, foi realizado um pareamento no qual 14 sujeitos que participam do grupo de idosos saudáveis foram selecionados de acordo com a idade e escolaridade que mais se assemelhavam às de cada paciente para formar o grupo controle com característica sociodemográficas semelhantes às dos pacientes. Resultados: Para a amostra global de idosos saudáveis (n=39) a média de desempenho total global (soma dos escores de todas as fases) foi de 176,13 pontos (dp=26,51) e, em contrapartida, na amostra de pacientes estes valores caem para m=59,79 pontos (dp=32,42). A escolaridade não exerceu influência significativa sobre os escores, contudo, a idade parece ter influenciado o desempenho nas fases de recordação tardia após trinta

minutos de figuras (2=11,48; p=0,02) e no total global de figuras (

2=10,96; p=0,02). Foram

encontradas diferenças significativas nos desempenhos de controles e pacientes em todas as

fases dos testes, exceto para a fase de cópia (cópia total: 2=72,00; p=0,22). A análise da curva

ROC foi realizada já para a fase de recordação imediata, resultando em uma área sobre a curva ASC=0,977 (p=0,000) e o ponto de corte sugerido de 6,5 pontos no escore total (verbal+não-verbal) demonstrou taxas altas e equilibradas de sensibilidade (s=92,9%) e especificidade

(e=92,9%). Este instrumento demonstrou ainda uma consistência interna =0,924 e índices de correlação significativos com o Mini Exame do Estado Mental em todas as fases, exceto para a de cópia (r=0,27; p=0,086). Conclusões: Assim como esperado o 3W3S constitui-se um instrumento de características psicométricas de níveis excelentes e revela-se capaz não apenas de discriminar padrões de desempenho normais e patológicos, como também traçar um perfil do envelhecimento cognitivo no que diz respeito ao construto memória episódica. Contudo, devido ao pequeno tamanho amostra, estas conclusões têm valor limitado e requerem maior investigação. Palavras-Chave: Memória, Teste das Três Palavras e das Três Figuras, Validade de Critério, Estudo Piloto

P19- HABILIDADES MATEMÁTICAS E DE MEMÓRIA VISUAL EM CRIANÇAS BRASILEIRAS DE 7 E 8 ANOS ETÁRIOS

Ana Luiza Ribeiro Pereira Dias e Flávia Heloísa Dos Santos Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” , UNESP/Assis.

Introdução: Há uma notável falta de estudos no campo das habilidades quantitativas. A avaliação dessas habilidades durante o desenvolvimento torna-se importante para que se possa diferenciar a simples dificuldade em matemática de Transtorno da Matemática (DSM-IV). Há evidências de que fatores sócio-culturais, pedagógicos, lingüísticos e funções cognitivas como a memória possam interferir em diferentes componentes do processamento aritmético. Diversos estudos associam a memória operacional à discalculia, mas pouco se sabe quanto a outros sistemas de memória. Além disso, há uma carência de instrumentos apropriados para avaliação de habilidades matemáticas em nosso meio. Objetivos: Validar a versão revisada da Bateria Neuropsicológica para Avaliação do Tratamento dos Números e do Cálculo para Crianças, a Zareki-R (do alemão Neuropsychologische Testbatterie fûr ZAhlenarbeitung und REtchnen bei KIndern) para a avaliação de desordens relacionadas à Matemática e os testes de memória episódica - Reconhecimento Visual de Padrões Abstratos (VRAP) e Figura Complexa da Batterie of efficience mnésique – BEM 144 (Signoret, 1991), bem como investigar a associação entre habilidades matemáticas, memória operacional e memória episódica. Participantes: Foram avaliadas 40

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crianças brasileiras com idade entre 7 e 8 anos de idade, de regiões rurais e urbanas do município de Assis, interior do estado de São Paulo. Estas crianças possuíam características homogêneas quanto a comportamento, desenvolvimento, qualidade de vida e fatores sócio-econômicos. Resultados: Não foram encontradas diferenças entre crianças rurais e urbanas nos testes utilizados. O test t de student identificou efeito de idade para algumas tarefas da Zareki-R: contagem inversa, ditado, cálculo, leitura, ordenação de escalas, problemas aritméticos e comparação de números, bem como nos testes Blocos de Corsi e Figura Complexa demonstrando os ganhos associados ao desenvolvimento. Os Blocos de Corsi, ordem inversa, exibiram correlações com 5 subtestes da Zareki-R, já a ordem direta associou-se com cálculos e problemas. O VRAP relacionou-se apenas com o teste de cálculo e a Figura Complexa com ditado, calculo, leitura, estimativa, problemas e comparação numérica. Um dado novo para a literatura é a associação entre desempenho em habilidades matemáticas e memória episódica vísuo-espacial. Conclusão: Os instrumentos validados parecem apropriados para investigação de habilidades matemáticas e de memória episódica em crianças. A avaliação das memórias operacional e episódica deve ser incorporada à investigação de habilidades matemáticas na infância. Palavras-chave: Habilidades Matemáticas, Memória Operacional, Memória Episódica P20- EXPECTATIVAS QUANTO À APOSENTADORIA: ASPECTOS COGNITIVOS, EMOCIONAIS, FUNCIONAIS E SÓCIO-ECONÔMICOS

Silvana de Oliveira Domingues Ladeira, Carina Alexandra Rondini Marretto, Flávia Heloísa Dos Santos

Universidade Estadual Paulista, UNESP/Assis

Introdução: A população idosa brasileira tem aumentado nos últimos anos. Há uma alta incidência de transtornos emocionais associados ao envelhecimento, como o Transtorno de Adaptação (TA) que conforme critérios de definição do DSM-IV ou CID-10, se caracteriza pelo desenvolvimento de depressão e ansiedade em resposta a um ou mais estressores psicossociais identificáveis, como alterações econômicas, culturais, ocupacionais e psicossociais. O advento da aposentadoria pode submeter o idoso ao TA e anteceder a outros quadros psiquiátricos de relevância em saúde pública. Objetivo: Rastrear indicadores de depressão, ansiedade e a sua co-morbidade associada ao TA e avaliar aspectos psicossociais e cognitivos em idosos no período que antecede a obtenção da aposentadoria. Método: Foram avaliados 11 voluntários, 6 homens, com idade entre 49 e 65 anos, casados, solteiros ou viúvos, da cidade de Piraju-SP, que não fazem uso de medicamentos antidepressivos/ansiolíticos, três meses prévios à aposentadoria por tempo de serviço. Resultados: O estado ansioso - observado em 8 participantes - foi classificado como médio-alto (IDATE). Nenhum participante exibiu prejuízos quanto ao funcionamento cognitivo e atividades diárias. O nível sócio-econômico (escala da ABIPEME) obteve correlações altas com funcionalidade (escala de avaliação de atividades da vida diária de Katz; R

2=0,96), depressão

(Escala de Depressão Geriátrica/GDS; R2=0,97) e rastreio cognitivo (Mini-exame do estado

mental/MEEM; R2=0,94). O MEEM exibiu correlações altas com a GDS (R

2=0,94) e com Katz

(R2=0,90). Contudo a escolaridade apresentou apenas correlações moderadas. No questionário de

expectativas 81% relataram sentirem-se preparados para aposentadoria. Conclusões: Embora os participantes se considerem preparados para aposentadoria obtiveram escores indicativos de ansiedade e em alguns casos co-morbidade com indicadores de depressão, o que revela um risco para TA. A avaliação preventiva destes parâmetros, conforme conduzida nesse estudo, pode auxiliar no diagnóstico e tratamento do TA. Desta forma é necessário um olhar diferenciado da saúde para essa parcela específica da população. Palavras-chave: Transtorno de Adaptação, Aposentadoria, Envelhecimento, Depressão, Ansiedade.

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P21- DELINEAMENTO DE PROGRAMA DE REABILITAÇÃO COGNITIVA EM SUJEITO COM APRAXIA CONSTRUTIVA

Érica Vanessa Gomes de Moura, Sandra de Fátima Barboza Ferreira, Maria das Graças Nunes

Brasil Universidade Católica de Goiás

Introdução: As intervenções neuropsicológicas podem estar voltadas para as dificuldades acadêmicas, funções cognitivas, desordens neurológicas ou gerenciamento de ambiente familiar e escolar. Objetivo: O objetivo do trabalho é relatar o delineamento do programa de intervenção neuropsicológica focalizado no desenvolvimento de habilidades visoconstrutivas. Método: Participou deste estudo de caso, uma paciente de 11 anos, do sexo feminino, integrante da rede pública de ensino do município de Senador Canedo- Goiás, avaliada pelo serviço de Neuropsicologia do Centro de Estudos, Pesquisa e Práticas Psicológicas da Universidade Católica de Goiás, cujo diagnostico apontou para um quadro de dispraxia com um prejuízo funcional difuso envolvendo áreas cerebrais posteriores e anteriores. Para a intervenção foi proposto um trabalho multidisciplinar que poderia proporcionar a aprendizagem da representação gráfica. Procedeu-se a partir daí ao estabelecimento de estratégias de intervenção cognitiva baseadas no Programa de Modificabilidade cognitiva e Experiência de Aprendizagem Mediada (E.A.M.) de Reuvein Feurstein e estratégias metacognitivas implementadas a partir de atividades propostas usando-se uma caixa lúdica de escrita, além de atividades de psicomotricidade destinadas ao trabalho de estruturação espacial e aplicação do Tri-Chanel (instrumento idealizado por Feurstein. Foram realizadas vinte e três sessões de intervenção. Resultados e Conclusões: Os resultados evidenciaram a capacidade de aprendizagem do sujeito e apontaram para a necessidade de um trabalho mais prolongado, com vistas à aquisição da escrita simbólica. Houve melhora nas habilidades gráficas, sobretudo no gerenciamento do espaço e habilidade construtiva.

Palavras-chave: Habilidades gráficas ; aprendizagem mediada; estratégias metacognitivas.

P22- CORRELAÇÃO ENTRE TRANSTORNOS MENTAIS E TRABALHO

Sirlei Aparecida da Silva Ex-aprimoranda da Divisão de Psicologia (Clínica Neurológica) – ICHC/FMUSP

Introdução: Podemos verificar na literatura, um vasto interesse, na alta prevalência de transtornos mentais relacionados ao trabalho. Tal interesse pode ser justificado pelo custo gerado por faltas, afastamentos e licenças do funcionário ao trabalho. Entre as causas de concessão de benefícios previdenciários, os transtornos mentais ocupam a terceira posição, segundo Ministério da Saúde do Brasil, (2001). Objetivo: Esta pesquisa teve a finalidade de verificar a correlação entre transtornos mentais e trabalho em funcionários públicos municipais. Método: A amostra foi composta por 58 funcionários públicos municipais, da cidade de Santo André. (n=58) que estavam afastadas ou que passaram por afastamentos recentes, sendo que 38 (65,5%) do sexo feminino e 20 (34,5%) do sexo masculino. Faixa etária média: entre 31 a 45 anos (55,2%), entre 46 a 60 anos (39,7%), entre 18 a 30 anos (5,2%). Desta amostra 27 (46,6%) eram casados, 19 (32,8%) divorciados, 10 (17,2%) solteiros e 2 (3,4%) viúvos. Nível de escolaridade: Superior 25 (43%), ensino médio 14 (24%), ensino fundamental. Tempo de serviço: acima de 11 anos de trabalho 33 (56,9%), entre 6 a 10 anos 16 (27,6%), entre 3 a 5 anos 8 (13,8%), menor que 2 anos 1 (1,7%). Os dados foram coletados através de entrevistas individuais e questionários com a intenção de levantar as seguintes variáveis: sentimentos em relação ao trabalho, aos amigos de trabalho, às chefias, os principais motivos geradores de sofrimentos na atividade funcional, suporte social, transtorno mental e cargo. As entrevistas foram realizadas em consultório psicológico particular e as pessoas avaliadas foram encaminhadas pelo Departamento de Recursos Humanos da Prefeitura de Santo André. Os 58 participantes da pesquisa passaram por prévia avaliação médica. Foi utilizado o programa estatístico SPSS 8.0. Resultados: Os cargos que mais apresentaram afastamentos por transtornos mentais foram: professores 19 (32,8%), auxiliares de enfermagem 13 (22,4%) e motoristas 4 (6,9%). Os principais motivos de sofrimento no trabalho foram: medo 15

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(25,9%), pressão 12 (20,7%), a própria doença 6 (10,3%). Os sentimentos em relação ao trabalho: péssimo 32 (55,2%), bom 17 (29,3%) regular 9 (15,5%). Os sentimentos em relação à chefia: péssimo 34 (58,6), bom 15 (25,9%), regular 5 (8,6%). Suporte social: família 14 (24%), amigos 12 (20,7%), cônjuge 12 (20,7%). Transtornos mentais: Depressão 43 (74,1%), psicoses 8 (13,8%), síndrome do pânico 5 (13,8%). Conclusão: Não foi encontrada uma correlação significativa entre transtornos mentais e sentimentos relacionados ao trabalho. O que pode ser observado é que a relação entre chefias e sentimento pelo trabalho permaneceu significante. (0,64; p<0,01), pode-se afirmar que a chefia contribui de forma importante para o sentimento negativo em relação ao trabalho, nesta população, porém, esse fator sozinho não é determinante para o desencadeamento dos transtornos mentais. Em resumo, as pessoas com transtornos mentais já tem uma dificuldade em lidar com conflitos, tais dificuldades podem acontecer simultaneamente com problemas relacionados à organização da empresa e situações extra-empresa, desencadeando assim os transtornos mentais. Palavras chave: transtorno mental, trabalho, servidor público.

P23- BEHAVIOURAL ASSESSMENT OF THE DYSEXECUTIVE SYNDROME (BADS) EM IDOSOS CONTROLES E EM PACIENTES COM DOENÇA DE ALZHEIMER (DA) EM FASE INICIAL – ESTUDO PRELIMINAR

Fabíola Canali, Sônia M.D.Brucki, Orlando F.A. Bueno Apoio Financeiro: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e AFIP

Introdução: Embora a memória seja o principal déficit inicial na DA, o comprometimento das funções executivas também pode ocorrer no início. O uso de testes ecológicos são mais indicados para a avaliação dos déficits dessas funções, podendo auxiliar melhor no tratamento de pacientes com DA. Objetivo: O objetivo deste estudo preliminar é verificar o desempenho nas funções executivas usando a Behavioural Assessment of the Dysexecutive Syndrome –BADS em idosos controles e em pacientes com DA provável em fase inicial e a aplicabilidade desta bateria ecológica em nosso meio. Método: Foi aplicado a BADS em 17 idosos controles e 17 pacientes com DA provável em fase inicial, pareados em relação à escolaridade, idade e sexo. Resultados: Houve diferença estatisticamente significativa no: MEEM, Dígitos Ordem Inversa, Excludente Letra E, Excludente Letra A, Fluência de ação, Animais, TrailMaking A (tempo), TrailMaking B (erros), Brief Cognitive Screening Battery -BCSP (na Mémoria Incidental, Imediata 1, Imediata 2, Evocação e Reconhecimento), Stroop ( Parte I e Parte III no tempo), em alguns subtestes da BADS (Cartas-Troca de Regras, Seis elementos Modificado, Perfil Total, Padronizado, Padronizado pela idade, Classificação geral), na Escala funcional, de humor e no Questionário Disexecutivo (DEX) da BADS (auto-avaliação e avaliação do cuidador). Conclusão: A BADS mostrou ser eficaz para a detecção dos déficits nas funções executivas em nossa população, conforme observado nos resultados dos demais testes que avaliam funções executivas. Palavras-chaves: Doença de Alzheimer, funções executivas, BADS, neuropsicologia.

P24- VALIDADE DE CRITÉRIO DA BATERIA DE AVALIAÇAO FRONTAL: UM ESTUDO PILOTO

Samara Melo Moura, Listhiane Pereira Ribeiro e Vitor Geraldi Haase Laboratório de Neuropsicologia do Desenvolvimento da UFMG

Introdução: Diferentes perfis de comprometimento cognitivo podem ser encontrados dentre as diversas patologias demenciantes conhecidas até o momento. Na maior parte delas, são encontrados déficits frontais. A Bateria de Avaliação Frontal (FAB) é um teste de triagem cognitiva que foi delineado tendo-se em vista a heterogeneidade anátomo-funcional das funções executivas e a participação de componentes extra-executivos. Deste modo, a performance global fornece um score composto que sumariza a severidade da síndrome disexecutiva e os escores de cada tarefa da bateria podem sugerir um modelo descritivo de disfunção executiva em um dado paciente. Objetivo: Este trabalho objetiva verificar a validade de critério da FAB através de um estudo piloto.

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Métodos: Uma amostra global de idosos saudáveis foi composta por 39 sujeitos maiores de 59 anos de idade (Idade: m=72,10 anos; dp=7,58. Escolaridade: m=9,72 anos de estudo; dp=4,85. Sexo: 51% feminino e 49% masculino) e uma amostra de pacientes foi composta por 14 idosos portadores da doença de Alzheimer clinicamente diagnosticada (grupo de pacientes – Idade: m=78,21 anos; dp=8,18. Escolaridade: 5,71 anos de estudo; dp=4,58. Sexo: 64,3% feminino e 35,7% masculino). Para as análises de comparação entre as amostras, foi realizado um pareamento entre sujeitos das duas amostras, no qual 14 sujeitos que participam do grupo de idosos saudáveis foram selecionados de acordo com a idade e escolaridade que mais se assemelhavam às de cada paciente para, assim, formar o grupo controle (grupo controle – Idade: m=78,00; dp=7,03. Escolaridade: 5,79; dp=4,47. Sexo: 64,3% feminino e 35,7% masculino). Foi realizada uma a análise descritiva e de comparação de grupos através das medidas não paramétricas de análise de dados através dos testes Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. Resultados: A média do escore global foi de m=14,31pontos (dp=2,71) para a amostra geral de idosos saudáveis (n=39) e de m= 7,43 pontos (dp=2,68) para a amostra de pacientes. Na comparação de grupos foram encontradas diferenças significativas entre o grupo controle (n=14) e o de pacientes (n=14) para o escore global e para quatro dos seis testes que compõem a bateria (Escore Global: t=16,50; p=0,000. Semelhanças: t=37,00; p=0,004. Fluência Fonética: t=25,50; p=0,001. Seqüência Motora: t=41,50; p=0,006. Instruções Conflitivas: t=17,50; p=0,000. Vai-Não-Vai: t=97,00; p=0,961. Preensão: t=98,00; p=1,000). Não foram encontradas diferenças significativas entre os resultados

globais de acordo com a faixa etária (2=7,30; p=0,12) ou com escolaridade (

2=6,00; p=0,11). A

análise da curva ROC demonstrou uma área sobre a curva de ASC=0,916 e sugere o ponto de corte de pc=9,5, à sensibilidade s=85,7% e especificidade e=71,4%. A consistência interna do

instrumento foi de =0,835 e a correlação com o Mini Exame do Estado Mental foi positiva e significativa para as tarefas seqüência motora (r=0,397; p=0,012), vai-não-vai (r=0,33; p=0,037) e para o escore global (r=0,554; p=0,000) Conclusões: Este trabalho sugere que a FAB constitui um instrumento adequado para uso diagnóstico de demência. Os escores globais e os parciais das tarefas seqüência motora, semelhanças, fluência verbal fonética e instruções conflitivas permitem diferenciar o envelhecimento cognitivo normativo do perfil cognitivo associado à doença de Alzheimer. Contudo, devido ao pequeno tamanho amostra, estas conclusões têm valor limitado e requerem maior investigação. Palavras-Chave: Bateria de Avaliação Frontal, Resultados Preliminares, Envelhecimento, Alzheimer

P25- INCLUSÃO DIGITAL: FERRAMENTA DE PROMOÇÃO DE ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL?

Eliane Carvalho Ferreira Banhato, Kelly Cristina Atalaia da Silva, Neide Cordeiro de Magalhães, Danielle Viveiros Guedes, Natália Scoralick, Universidade Federal de Juiz de Fora (MG)

A transição demográfica brasileira apresenta um novo perfil de envelhecimento caracterizado pela vitalidade dos indivíduos em viver projetos futuros e intervir nas mudanças sociais e políticas. Ferramentas digitais como computadores, celulares, etc., apresentam grande potencial em oferecer recursos para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Apesar de ainda ser grande a massa de idosos excluída da aprendizagem digital, o idoso tem interesse em lidar com os instrumentos de informação digital. E o domínio da tecnologia da informação digital pode ser uma ferramenta útil na estimulação e manutenção de habilidades cognitivas e emocionais, além de favorecer a aquisição de conhecimento e a interação social dos idosos que têm dificuldade de locomoção. Dentre as funções cognitivas, as que apresentam maior declínio no envelhecimento são a atenção, a velocidade de processamento da informação e a capacidade visuoperceptomotora. O objetivo desse estudo foi identificar, a partir da implementação de uma Oficina de Inclusão Digital, o desempenho cognitivo dos idosos, ou seja, os que aumentaram, diminuíram ou mantiveram estáveis suas capacidades cognitivas, emocionais e sociais na velhice. A amostra constituiu-se de 51 idosos com idades entre 60 e 88 anos (M= 67,71; DP= 6,57) e média de escolaridade de 10,14 (DP= 3,92) anos. A cognição foi avaliada pelo Mini-exame do Estado

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Mental, Teste do Desenho do Relógio (TDR) e subtestes Dígitos e Procurar Símbolos da escala Wechsler (WAIS-III). A avaliação dos sintomas depressivos foi feita com a escala de depressão geriátrica (GDS). Também foi realizada uma prova prática para verificação da aprendizagem digital. Os resultados apontaram contribuição efetiva na velocidade de processamento da informação (t= 3,939; p = 0,001) e na capacidade de planejamento de tarefas (t= 3,504; p= 0,001). A percepção sobre a motivação para relacionarem-se com os aparelhos digitais teve um crescimento importante. A taxa de 2% dos que se sentiam motivados no início da oficina subiu para 72,3% ao final da intervenção. Um aspecto qualitativo importante foi a interação desenvolvida entre os idosos e os jovens estagiários que monitoram a oficina, demonstrando a importância da geratividade. Infere-se daí a importância da inclusão digital como recurso para estimulação da atividade mental desse grupo etário. É importante o desenvolvimento de programas públicos que viabilizem a apropriação desse saber por parte dos idosos. Palavras-chave: envelhecimento – aprendizagem digital – cognição – suporte social

P26- RASTREIO COGNITIVO NO ENVELHECIMENTO: UM ESTUDO COM IDOSOS RESIDENTES NA COMUNIDADE

Márcia Maria Peruzzi Elia da Mota, Eliane Carvalho Ferreira Banhato, Danielle Viveiros Guedes, Natália Nunes Scoralick

Universidade Federal de Juiz de Fora (MG)

Introdução: A busca por instrumentos de rastreio eficientes na avaliação cognitiva adquire uma configuração particular no contexto do envelhecimento populacional. Do ponto de vista clínico, o rastreio cognitivo é necessário para identificar e monitorar mudanças sutis na cognição, a fim de que patologias - como as demências - sejam identificadas em estágios iniciais. A utilização de escalas de capacidade funcional, especialmente as que avaliam atividades instrumentais de vida diária, também pode ser útil em investigações de rastreio, visto que já no início dos processos demenciais pode haver declínio da execução dessas tarefas. Objetivo: Realizar avaliação de triagem de demência, verificando a freqüência de idosos da comunidade rastreados a partir de instrumentos de avaliação cognitiva e de capacidade funcional. Método: A amostra consistiu de 394 idosos, residentes na cidade de Juiz de Fora (MG) e participantes do Projeto de Prevalência de Demência em Idosos Juiz Foranos. A idade variou entre 60 e 98 anos (M=71,01; DP=8,05), sendo que 274 idosos (69,5%) eram do sexo feminino. Para o rastreio das funções cognitivas, foram utilizados o Mini Exame do Estado Mental (MEEM), segundo o ponto de corte proposto por Almeida e o Teste do Desenho do Relógio (TDR), de acordo com o critério de Shulman; para a avaliação da capacidade funcional, utilizou-se a Escala de Lawton. Resultados: A freqüência de idosos que apresentaram escore abaixo do ponto de corte no MEEM foi de 107 (27,15%), com média de 25,32 pontos (Mediana=27; DP=4,49). No TDR, 197 idosos (50%) obtiveram escore abaixo do ponto de corte, apresentando uma média de 2,39 pontos (Mediana=2; DP=1,63). Analisando o desempenho na Escala de Lawton, observou-se que 167 idosos (42,38%) apresentaram alguma dependência em pelo menos uma atividade da vida diária, obtendo uma média de 19,60 pontos (Mediana=21; DP=2,55). Conclusões: A discrepância entre as freqüências encontradas aponta para a importância da combinação de instrumentos no rastreio das demências, o que pode reduzir a influência de outras variáveis e o efeito de falsos-positivos e falsos-negativos, que podem ocorrer com a utilização de instrumentos isolados. Palavras-chave: Rastreio, Demência, Capacidade Funcional, Desempenho Cognitivo. P27- TESTE DO DESENHO DO RELÓGIO: ANÁLISE INICIALENTRE OS CRITÉRIOS DE CORREÇÃO NO RASTREIO DAS DEMÊNCIAS EM IDOSOS Eliane Carvalho Ferreira Banhato, Kelly Cristina Atalaia da Silva, Márcia Maria Peruzzi Elia da Mota, Danielle Viveiros Guedes, Natália Nunes Scoralick , André Bedendo de Souza, Rafael Alves Baracho, Juliana Célia de Oliveira, Luciana Jobim Mattos Landeira, Karen Cristina Alves Lamas.

Universidade Federal de Juiz de Fora (MG)

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Introdução: O envelhecimento populacional tem sido acompanhado pelo aumento das doenças crônico-degenerativas, destacando-se, entre elas, as demências. O Teste do Desenho do Relógio (TDR), por investigar diversas funções cognitivas e ser de fácil aplicação, tem se mostrado um instrumento eficaz para a detecção precoce das síndromes demenciais. Entretanto, por haver muitos critérios validados para a correção, podem ocorrer divergências quanto ao seu resultado. Objetivo: Verificar se há uma significativa discrepância entre os resultados obtidos pela correção do TDR segundo o critério de Shulman e o de Okamoto no rastreio das demências. Método: Foram avaliados 394 idosos da cidade de Juiz de Fora (MG), participantes do Projeto de Prevalência de Demência em Idosos Juiz Foranos. A idade variou entre 60 e 98 anos (M=71,01; DP=8,05), sendo 274 idosos (69,5%) do sexo feminino. Resultados: Isolados, o TDR corrigido segundo o critério de Okamoto rastreou 144 idosos e o TDR corrigido segundo o critério de Shulman rastreou 197

idosos. A análise estatística revelou uma diferença significativa entre os critérios de correção (2=

8,727; df=1; p=0,003). Conclusões: A discrepância entre estes critérios de correção aponta para a importância da escolha de uma escala para classificação mais adequada ao que se pretende investigar, uma vez que há diferenças expressivas no número de idosos rastreados em cada padrão avaliativo e, conseqüentemente, em seu possível diagnóstico. A correção segundo Shulman mostrou-se mais sensível, sendo melhor indicada para avaliações de rastreio. Sugere-se a utilização do TDR com outros testes, o que pode aprimorar a investigação, atenuando os efeitos dos dissensos entre os critérios. Palavras-chave: TDR, Rastreio, Demência, Idosos

P28- COGNITIVE FUNCTION DEFICIT (ASSESSED BY MMSE) AND DEPRESSION (ASSESSED BY BDI): A COMPARISON BETWEEN PATIENTS IN PERITONEAL DIALYSIS AND HAEMODIALYSIS

Simone Aparecida de Lima, Fabiane Rossi dos Santos, Natália Fernandes Suassuna

Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Nefroloiga-NIEPEN-UFJF-Brazil

Introduction: Patients with kidney diseases in dialysis has a high prevalence of risk factors for the cognitive deficit, such as: hypertension, poliphamacy, alterations related to the uremic syndrome and dialysis.Objective: To evaluate the related factors with the cognitive function deficit and depression in patients in haemodialysis and peritoneal dialysis.Patients and Methods: Retrospective analysis of patients in Peritoneal Dialysis and Haemodialysis in NIEPEN Foundation-Brazil, in the period from July to September 2006.Demographic,clinical and laboratorials , Mini-Mental (MMSE),Verbal Fluency Test( ANIMALS category) and Depression (BDI) was evaluated. Used descriptive statistics, test T of Student, Correlation of Pearson and Spearman and Multiple Regression Linear. Used software SPSS 10.0.Results:43 patients, which 20 in haemodialysis and 23 in peritoneal dialysis were evaluated. The most important etiology of the chronic kidney disease was diabetic nephropathy (30%).The mean age was 57.8 ± 12 years, 53.5% was female ,the last time of dialysis was 16 months,32.6% was diabetic,86%was hypertension, coronariopathy in 16.3%,congestive cardiac failure in 9.3%, arritmias 14%, stroke in 11.6%Thyroid disease in 9.3% and periferic vascular disease in 16.3%.The MMSE classification: 48.8% of the patients presented light deficit, moderate 16.3% and serious 2.3% .Evaluating BDI:32.6% of the patients were classified as light depression and 20.9% as moderate.8% of the patients needed carers . Comparing MMSE, Verbal Fluency Test and BDI between patients in haemodialysis and peritoneal dialysis,we do not observe statistics difference(p=0,7;p=0,8;p=0,7,respectively).When evaluating the diabetic and not diabetic patients, we observe that only the BDI showed statistics significance(p=0,04),with more serious depression between the diabetic ones.Patients with periferic vascular disease presented the trend to worse performance in the verbal fluency test (p=0,09),as well as bigger depression (p=0,06).Patients with previous history of stroke had presented worse cognitive function deficit than the patients who not presents strokes (MMSE p=0,05) and the verbal fluency test (0,06).Also the use of

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benzodiazepness showed relation with the verbal fluency test (p=0,05) and depression(p=0,05).there was no statistic difference between hypertensions and not hypertensions as well as the other clinical and laboratorials data. Conclusion : We conclude that the patients with chronic kidney disease have high risk of cognitive function deficit (assessed by MMSE) and that was correlated with cardiovascular illnesses, suggesting that the main cause of cognitive deficit in this population is vascular dementia. The Table1.Shows the multiple linear regression .

Variable B Beta IC Sig

Constante 22.14 0.000

Age 6.19 0.19 -0.55 0.17 0.28

Stroke -7.54 -0.65 -11.19 -3.90 0.000

Periferic Vascular Disease -3.45 -0.32 -6.96 -0.55 0.05

Use of Benzodiazepines 0,18 0.019 -3.00 -3.36 0.90

Palavras –chave: Cognitive Function Déficit , Depression, Dialysis.

P29- O USO DA CAIXA DE ATIVIDADES NA ABORDAGEM PSICOTERAPÊUTICA DE PACIENTES EM HEMODIÁLISE

Ednéia Aparecida de Paula SENESP – Serviço de Nefrologia de São Paulo

Introdução: O objetivo deste estudo foi de buscar recursos que auxiliem a atuação do psicólogo no atendimento a pacientes renais crônicos (PRC) em ambiente hospitalar específico, favorecendo a investigação do campo subjetivo destes pacientes. Métodos: Instrumentos de Coleta de Dados – Caixa de Atividades com objetos presenteados pelos pacientes e pesquisadora. Levantamento bibliográfico e observação participante. Sujeitos: Foram 13 PRC que realizam hemodiálise, de ambos os sexos, com faixa etária e classe social diversificada. Procedimentos: A caixa de atividade foi oferecida aos pacientes, todo início da sessão. Os interessados retiravam os materiais. Ao final das sessões os devolviam. Plano de análise de dados – Análise Qualitativa do material produzido pelos pacientes e das situações observadas. Resultados: A maioria dos pacientes tinha uma posição passiva diante da vida, a Caixa de Atividades incitou-os a re-agir e naquele ambiente percebiam que era possível inter-agir. Um número significativo de pacientes apresentava uma série de temores e desconfortos durante o tratamento, a distração e o lazer propiciado pelos materiais da caixa auxiliaram na minimização dessas sensações em parte dos pacientes. Conclusões: Constatou-se a necessidade da adoção de recurso que auxilie a atuação do psicólogo no atendimento a PRC em ambiente hospitalar específico. O setting terapêutico exige do psicólogo flexibilidade, criatividade e interação com outros profissionais da equipe de saúde. Através da caixa de atividades, foi possível tornar situações ameaçadoras mais seguras e auxiliar no reconhecimento e na expressão dos sentimentos vivenciados, compreendendo-os e oferecendo apoio psicológico. Palavras-chave: Hemodiálise, Psicologia Hospitalar, Papel do psicólogo P30- A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA ADERÊNCIA AO TRATAMENTO PSICOFARMACOLÓGICO DOS TRANSTORNOS MENTAIS. UM ENFOQUE PSICODRAMÁTICO-SISTÊMICO

Silva, G. L. COORDENADORIA DA SAÚDE DO INTERIOR; SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE; CAPS³CAIS “Clemente Ferreira” – Lins; UNISALESIANO – Lins; Faculdade de Psicologia

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Introdução: O trabalho realizado com famílias em serviços abertos de Saúde Mental, no caso CAPS³, tem como referência teórica o conceito de Terapia Familiar Sistêmica, onde os indivíduos inseridos em um sistema familiar necessitam de um ambiente que proporcione uma rede de apoio, pois mesmo sendo considerado paciente identificado, aquele que é porta voz das angústias da família, apresenta um grau de comprometimento psíquico que o impede de conscientizar-se e mudando seu comportamento, modificar seu ambiente. Objetivos: Essa rede de apoio inclui a conscientização da família da importância de seu papel e da necessidade de utilização adequada das medicações, dos tratamentos terapêuticos e da troca de informações entre equipe técnica e família para que trabalhem num mesmo sentido, favorecendo os resultados positivos do tratamento. Participando de tratamento em CAPS³, o indivíduo não perde o vínculo familiar e mantém comportamentos adequados de convivência, socialização e produtividade dentro de suas possibilidades intelectuais. Método: Foram realizadas nove sessões (agosto/2002 - outubro/2003) com uma média de cinco participantes por sessão. Os encontros ocorreram uma vez ao mês. Foi utilizado o método psicodramático, com a finalidade de proporcionar auto-conhecimento e facilitar a percepção do grupo para o tema. As técnicas utilizadas foram jogos de aquecimento, sensibilização, escultura, filme com referência ao tema (Tempo de Despertar com cortes: 35 min.- Diretor: Penny Marshal. Ano: 1990. País: USA. Duração: 116 min.), jogos que proporcionassem a percepção da família como sistema e de sua importância para resultados positivos no tratamento. Resultados: A família percebe seu papel e colabora ativamente no tratamento, altas com sucesso e evitação de internação em sistema fechado, formação de rede de comunicação entre família e equipe. Conclusão: reflexão da equipe sobre a importância do trabalho com as famílias para a manutenção do tratamento em serviços que buscam evitar internações em Hospitais Psiquiátricos de regime fechado. Palvavras-chave: família, psicodrama, sistêmico, transtornos mentais, psicofarmacológico P31- CEFALÉIA ASSOCIADA À ANSIEDADE: UM ESTUDO DE UMA AMOSTRA DE ESCOLARES DE POUSO ALEGRE, M.G.

Eliane Sousa de Oliveira Fernandes Universidade do Vale do Sapucaí

Introdução: A literatura revela a alta incidência de cefaléia na população pediátrica em geral, mostrando ser este, um fenômeno social de dimensões consideráveis, podendo interferir na vida da criança ou adolescente e no cotidiano de sua família. Estudos têm apontado traços de comprometimento emocional nos pacientes com cefaléia, mostrando relevante co-morbidade com somatizações, distúrbios escolares, depressão e ansiedade. Assim como a cefaléia é uma queixa comum em Pediatria, em Psiquiatria Infantil, dentre os motivos mais importantes de busca de tratamento, está a ansiedade. Reconhece-se, hoje, que a ansiedade da infância pode constituir transtorno bastante freqüente, causando sofrimento e disfunção à criança ou ao adolescente. Seu diagnóstico mostrou ser importante devido à associação dos transtornos ansiosos com psicopatologias futuras e, também, a identificação precoce desses transtornos, pode evitar repercussões negativas na vida da criança. tais como o baixo rendimento acadêmico, o absenteísmo e a evasão escolar, assim como a utilização demasiada de serviços médicos por queixas somáticas associadas à ansiedade. A verificação da correlação entre cefaléia e ansiedade foi escolhida para este trabalho, pois estudos têm demonstrado que há uma associação entre queixas freqüentes de cefaléia e elevado índice de ansiedade, apontando para a importância de um aprofundamento no estudo desta co-morbidade. Objetivo: Nesse trabalho, pretendeu-se estudar a prevalência de queixas de cefaléia associada a comportamentos ou sintomas ansiosos. Método: Foi utilizada uma amostra constituída por estudantes da quinta série, do ensino fundamental, de uma escola pública e uma particular, com idade entre onze e doze anos, de ambos os sexos. Os instrumentos utilizados foram um questionário para os pais, visando investigar a queixa de cefaléia, e o IDATE-C (inventário de ansiedade traço-estado para crianças). Esta foi uma pesquisa correlacional, portanto, não se pretendeu verificar relação de causa e efeito entre cefaléia e ansiedade, mas se há uma correlação significativa entre essas variáveis. Resultados: Neste estudo, pode-se verificar uma alta incidência de queixa de cefaléia (56,8%). Observou-se

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uma correlação positiva entre as duas variáveis, cefaléia e ansiedade, com níveis de significância mais altos entre cefaléia e ansiedade-traço. Encontrou-se uma diferença significativa entre os gêneros; as meninas apresentaram queixas mais freqüentes de cefaléia, assim como, níveis mais altos de ansiedade, apresentando uma correlação positiva significativa de cefaléia com os dois tipos de ansiedade, principalmente com ansiedade-traço. A amostra masculina, não apresentou correlação significativa de cefaléia com nenhum dos dois tipos de ansiedade. Conclusões: Nesse trabalho, encontrou-se alta incidência de queixa de cefaléia, apontando níveis mais altos de sintomatologia ansiosa, principalmente traço ansioso, associados a maiores freqüências de cefaléia. A amostra feminina apresentou maior freqüência de cefaléia que a masculina, assim como, correlação positiva significativa entre cefaléia e ansiedade, tanto traço quanto estado, enquanto que na amostra masculina não se verificou essa correlação. Os dados encontrados no presente estudo não foram discrepantes dos relatados na literatura, atentando para a necessidade de um aprofundamento do estudo desta correlação na população infantil brasileira. Palavras-chave: Cefaléia, ansiedade, infantil, criança. P32- CALATONIA NA PSICO-ONCOLOGIA. TOQUE SUTIL: UM RECURSO PSICOTERÁPICO NO CUIDADO DO PACIENTE HOSPITALIZADO

Christina Neder, Dulce Conte, Maris Stella A. Gabriel

Introdução: Foi dentro de um hospital, durante a II Grande Guerra, que Pethö Sándor,

médico húngaro, começou a elaborar um método de trabalho corporal que amenizasse o

sofrimento físico e psíquico dos mais diversos tipos de pacientes. Denominou esta técnica

de Calatonia. Fundamentou-se na neurologia, na cinesiologia, na anatomia e na psicologia

analítica de C.G.Jung, para criar um método composto por toques sutis. A

psiconeuroimunologia sustenta a unidade mente-corpo como funcionamento integrado: pele

e sistema nervoso têm uma ligação de origem ectoderma e o sentido do tato fornece

informação ao SNC sobre o ambiente.O toque na pele influencia diretamente o SNC e o

que se passa nesse, tem repercussão sobre a pele levando a uma resposta psíquica. Assim, a

utilização do toque sutil elaborado por Sándor, num contexto hospitalar, é de grande valia,

na medida em que o adoecer e a cura estão dialeticamente ligados à instância mente/corpo.

Objetivo: Este estudo tem o propósito de apresentar para a comunidade hospitalar, o

método de trabalho elaborado por Sándor, como recurso para a intervenção psicoterápica

em Psicologia da Saúde, objetivando acolher e cuidar do paciente oncológico, em

Cuidados Paliativos, no sentido de provê-lo de recursos psicofísicos que possam ajudá-lo

no enfrentamento da enfermidade. Metodologia: Calatonia, Descompressão Fracionada e

Toques de Reajustamento nos Pontos de Apoio do Corpo são três das muitas técnicas que

compõem o método de trabalho corporal elaboradas por Sándor. Essas técnicas foram

adaptadas em um Toque Único para ser empregado no contexto da psicologia hospitalar e

da saúde, visando simplificar e facilitar o seu uso, sem perder de vista os propósitos do

método que preconiza a integração psicofísica e a reorganização da imagem e do esquema

corporal do paciente. O Toque Único foi aplicado em uma paciente internada em Cuidados

Paliativos com câncer, o que possibilitou a verificação e descrição das reações psicofísicas

apresentadas por ela por meio de uma investigação qualitativa. Resultados e Conclusões: A

paciente atendida vivenciava um processo de crise, característico de sua faixa etária

(metanóia, quarenta anos). Com o trabalho corporal realizado, foi observada uma tentativa

de ajuste psíquico entre a realidade do mundo interior e do mundo exterior, levando-a a

organizar-se e estruturar-se. A presença do psicólogo no contexto hospitalar pode dar

palavra e ação para a subjetividade da paciente, o que foi realizado de maneira bastante

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eficaz quando se utilizou os recursos oferecidos pelo Método Calatônico de Pethö Sándor.

Concluiu-se que como recurso psicoterápico possibilita a atenção consciente e relaxada,

leva ao diálogo entre a consciência e o inconsciente, possibilitando a resiliência própria

do paciente no hospital.O diálogo entre a consciência e o inconsciente ativa a Função

Transcendente pelas técnicas corporais do Método Calatônico, que reorganiza a imagem e o

esquema corporal, atuando diretamente no SNC e na psique.

Palavras chave: corpo, mente, toque, calatonia.

P33- TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE: ANÁLISE DE DIAGNÓSTICOS

Ana Paula Preturlon dos Santos Universidade São Judas Tadeu

Introdução: Trabalhos com crianças brasileiras mostram uma prevalência de TDA/H (Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade) de 17,1%, muito alta quando comparada àquela citada pelo DSM-IV (3% a 5% de crianças em idade escolar), ou quando comparada aos resultados europeus, por exemplo, na Grã-Bretanha foi identificada uma taxa inferior a 1% e na Suíça dados indicam entre 1,2 e 2,1%. Tais números levam a um crescente interesse pelo transtorno, sua etiologia e o modo como diferentes profissionais o encaram. Objetivos: Verificar: os critérios utilizados no levantamento da hipótese diagnóstica; o encaminhamento das hipóteses de TDA/H pelos profissionais psicólogos; a recepção deste encaminhamento pelos psiquiatras; a porcentagem de confirmação dos encaminhamentos; as entidades nosológicas passíveis de terem seus diagnósticos confundidos com TDA/H ou ocorrerem em comorbidade; e o trabalho conjunto dos dois profissionais. Método: Utilizou-se dois tipos de questionários com perguntas fechadas e abertas, um respondido pelos psiquiatras e o outro pelos psicólogos, sendo que ambos os profissionais assinaram previamente o termo de consentimento livre e esclarecido. Resultados: Os critérios usados para diagnóstico são aqueles do DSM - IV e CID -10. Os critérios citados para encaminhar aos psiquiatras são: desatenção, hiperatividade, alguns relataram a existência de comorbidade, e as atividades das crianças encontram-se prejudicadas. Os encaminhamentos, em geral são feitos por educadores, psicólogos e familiares, entre outros, ao perceberem os comportamentos exacerbados das crianças. Quanto à confirmação dos encaminhamentos pelos psiquiatras, observa-se que estes citam que há uma tendência a confundir o TDA/H com outros transtornos como: transtorno afetivo bipolar, transtornos de conduta, depressão, retardo mental, transtornos de ansiedade, transtornos de cunho psicodinâmico, entre outros. Quanto à confirmação dos encaminhamentos feitos pelos psicólogos, alguns acreditam que o transtorno, na verdade, está relacionado a outros aspectos psicodinâmicos, alguns são confirmados e outros não. Com relação à comorbidade, nossos resultados confirmam os levantados na bibliografia, tendo sido citados: transtornos de conduta, depressão, transtorno afetivo bipolar, retardo mental, transtornos de ansiedade, transtornos abrangentes do desenvolvimento, de alta performance intelectual, transtornos emocionais de cunho psicodinâmico e transtornos de adaptação psicológica. Quanto ao trabalho conjunto dos profissionais, 40% dos psiquiatras declaram ser muito importante e 60% descreveram que quando necessário é importante. Conclusões: Atualmente o TDA/H é um assunto muito discutido em diversos âmbitos como na psiquiatria, neurologia, psicologia, educação, neuropsicologia, família entre outros, uma vez que um grande número de indivíduo tem apresentado os sintomas e muitas vezes confirmados o diagnóstico de TDA/H. O resultado dessa pesquisa nos mostrou que os profissionais compreendem bem sobre o assunto, e que muitos baseiam seu diagnóstico de acordo com o DSM - IV e CID - 10 e também buscam novas informações de pesquisas recentes. Percebe-se que ainda alguns profissionais não trabalham em conjunto. O que seria muito importante esse trabalho multidisciplinar, uma vez que poderia auxiliar o paciente diagnosticado com TDA/H, tanto no aspecto biológico, bem como psíquico. Palavras - chave: TDA/H, atenção, impulsividade, hiperatividade e comorbidade.

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P34- EXPERIÊNCIA E COMUNICAÇÃO: UMA PROPOSTA DE CLÍNICA AMPLIADA EM OFICINA TERAPÊUTICA NO CAPS

Andréia Sanches Garcia, Dulcelene Moda Bruzarosco, Raquel Maria Nelli Nóbrega UNIP – Universidade Paulista

Introdução - A partir da intervenção realizada no CAPS II - Assis, junto à pacientes intensivos surgiu a proposta por meio de discussões com a equipe de implementar uma oficina terapêutica onde os usuários pudessem relatar sua experiência de vida, resgatando sua história pessoal e ajudando – os a identificar e atender suas necessidades básicas de higiene corporal. Esse trabalho aparece como parte das novas modalidades de tratamento desses sujeitos, onde cuidados intensivos são elaborados por uma equipe multidisciplinar trazendo propostas de expressão da singularidade dos mesmos. A construção da oficina, desde seu nome até os temas discutidos, acontece mediante experiências trazidas pelos pacientes a cada encontro, para que maior autonomia e possibilidades de reinvenção do cotidiano possam acontecer. Objetivo - A intervenção tem por finalidade discutir questões referentes a saúde global dos usuários, não focalizando apenas seu aspecto mental, e sim buscando ampliar seu contexto biopsicossocial, para promover um espaço de interação e convivência entre eles e a sociedade como um todo.Método - A oficina é realizada uma vez por semana, no período da manhã no Centro Integrado de Atenção Psicossocial do município de Assis. Os usuários são indicados pela equipe técnica por meio da verificação da necessidade de cada um, dentro do seu projeto terapêutico. Como proposta multidisciplinar, em períodos intercalados de tempo, profissionais relacionados ao tema escolhido são convidados, para que ocorra maior orientação sobre o assunto. Ao final de cada encontro é questionada a inserção da temática no grupo através da Análise de Discurso. Resultados – Observa-se que entre os pacientes prevalece o relato de que esse trabalho tem promovido ampliação do vinculo entre eles mesmos e também com a equipe, pois é pela escuta e fala de suas individualidades experienciadas que eles afirmam obter respeito mútuo por suas histórias. Isso resulta em maior segurança para seu convívio social e melhores maneiras de lidar com aspectos de sua higiene. Conclusão – O contato diário com os pacientes e os atendimentos realizados individualmente apontam melhora na auto estima, diminuição do isolamento dentro do ambiente, autonomia e independência nas habilidades sociais e relacionadas ao corpo que proporcionam melhor qualidade de vida e maior aceitação da patologia. Palavras – Chaves - Oficina terapêutica; Multidisciplinar; Saúde Mental, Clínica Ampliada

P35- EFICÁCIA DA ADAPTAÇÃO DE PESSOAS COM HIPERTENSÃO ESSENCIAL E UMA

AVALIAÇÃO COM O TESTE ESTILOCRÔMICO

Kayoko Yamamoto, J.Tolentino Rosa, Ryad Simon

Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo e Universidade Metodista de São Paulo

Introdução: Este estudo foi realizado visando verificar a utilidade do Teste Estilocrômico para

captar diferenças aferidas pela avaliação da eficácia da adaptação e os estados afetivos de um

grupo de nove mulheres portadoras de hipertensão essencial comparadas a um grupo de seis

mulheres, mães de alunos de Primeiro Grau de uma escola pública, não portadoras de hipertensão

essencial ou de quaisquer distúrbios psicossomáticos. Método: Para a coleta de dados foram

utilizados a entrevista preventiva, a Escala Diagnóstica Adaptativa Operacionalizada (EDAO) e o

Teste Estilocrômico, ambos idealizados por Ryad Simon a partir de sua Teoria da Adaptação. Os

dados obtidos foram tratados estatisticamente, através do coeficiente de correlação de Spearman,

e análise de variância da curva de regressão. Resultados: O estudo sugere que as pacientes

hipertensas eram, do ponto de vista da eficácia da adaptação, mais comprometidas e prejudicadas

do que as mães do grupo controle. Essa ineficácia adaptativa devia-se, principalmente, à pouca ou

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pouquíssima adequação encontradas nos setores AR e Or. Com relação aos afetos, as pacientes

hipertensas possuíam, tanto quanto as mães do grupo controle, anseios e necessidades por

contatos interpessoais gratificantes.No entanto, como seus mecanismos de controle emocional

eram de natureza mais primitiva - negação e repressão -, não conseguiam, como as mães do

grupo controle, expressar adequadamente esses anseios e necessidades. E nem exercer um

controle adequado sobre suas emoções. Por essa razão, a fim de preservarem seu equilíbrio

emocional pouco consistente, as pacientes hipertensas mantinham-se distantes dos estímulos

afetivos, o que lhes acarretava frustrações, insatisfações e conflitos afetivos, os quais contribuíam

para a ineficácia adaptativa e o quadro hipertensivo que elas apresentavam. Os resultados do

Teste Estilocrômico parecem mostrar uma associação com alguns dados afetivos e suas inibições,

indicando a utilidade de sua aplicação em pesquisas sistematizadas envolvendo distúrbios

hipertensivos essenciais, com amostragem mais ampla. Com relação aos resultados ao Teste

Estilocrômico - cores e tonalidades utilizadas -, houve uma forte associação entre os grupos no uso

das cores, com coeficiente de Spearman igual a 0, 840. Por outro lado, a análise da regressão e a

equação de previsão indicou que o grupo experimental usa as cores e tonalidades de forma

diferente do grupo controle. A análise de variância da curva de regressão Y/X forneceu Fo= 40,68

(df 1; 17 e Fc= 4,41 a 5%). A cor violeta indicativa de certa labilidade e intranqüilidade emocional,

encontra-se, estatisticamente mais elevada no grupo experimental do que no grupo controle.

Conclusões: Concluiu-se que a pressão do lápis, associada à agressividade, está mais elevada,

em todos os níveis (forte, média e fraca) no grupo experimental do que no controle, e, portanto, as

mulheres hipertensas são mais agressivas, e por isso precisam de maior grau de inibição do que

as mulheres do grupo controle.

Palavras-chave: Teste Estilocrômico, Escala Diagnóstica Adaptativa Operacionalizada - EDAO,

Psicossomática, Eficácia Adaptativa, Afetividade. P36- A (RE) SIGNIFICAÇÃO DA FAMÍLIA PARA O ADOLESCENTE: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA EM PROJETO SOCIAL

Andréia Sanches Garcia, Maris Stella Alvares Gabriel, Aline Gomes Gonçalves Universidade Paulista – UNIP – Assis/SP

Introdução – A família alicerça o desenvolvimento do indivíduo, fornecendo os cuidados físicos necessários para sua sobrevivência, o desenvolvimento da capacidade para relacionar-se em família e com a sociedade, conduzindo-o através das normas sócio-culturais existentes na comunidade em que vive, motivando-o para ser um cidadão produtivo e inserido nas relações profissionais. O adolescente, necessitando do acolhimento familiar, participa do entre jogo essencial para que ele se torne um adulto bem adaptado e motivado para atividades que lhe traga satisfação pessoal, o que o levará a se constituir em um indivíduo capaz de enfrentar as vicissitudes da vida com consciência de seu papel na sociedade. Tendo em vista estas potencialidades o Projeto Agente Jovem de Desenvolvimento Social e Humano desenvolvido pela Secretaria Municipal de Assistência Social do município de Tarumã/SP, tem como proposta trabalhar diversos temas que facilitem a integração social por meio de módulos. O presente trabalho que propõe a (re)significação do papel do adolescente no contexto familiar, faz parte deste projeto. Objetivos: Os objetivos deste módulo foram: mobilizar o adolescente no sentido de aprender a observar a si mesmo e o outro, elaborar suas percepções por meio da aceitação de si e do outro; levar o adolescente a refletir sobre sua maneira de se relacionar com o meio em que vive, motivando-o a buscar diferentes caminhos de interação com o outro; estimular o adolescente a refletir sobre seu papel na família. Metodologia: Foram realizados 14 encontros grupais durante o período de um mês, com atividades que constituíram-se de: dinâmicas vivenciais individuais,

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dinâmicas vivenciais grupais, atividades gráficas, atividades plásticas, projeção de filmes e discussão sobre cada atividade realizada, por meio da qual, o adolescente possibilitava aos facilitadores a visão de como estava vivenciando e assimilando o conteúdo das atividades realizadas, utilizando a análise do discurso para este entendimento. Foi também realizado um encontro com as mães dos adolescentes propondo discussão aberta sobre o relacionamento estabelecido com os adolescentes. Resultados: Inicialmente os adolescentes estavam presentes premidos pelo compromisso financeiro, porém, no decorrer das atividades começaram a perceber a importância de sua participação para a integração do grupo e para o entendimento de seu papel na familia. Refletiram, mobilizados pelas atividades propostas e, a partir do entendimento de seu próprio papel, compreender os papéis desempenhados pelos diversos membros do grupo familiar e sobre seu funcionamento. Conclusão: Ao contrário do que é comumente realizado - encontros com palestras de cunho, muitas vezes moralistas e pouco motivadoras - concluímos, a partir das respostas apresentadas pelos adolescentes, durante as atividades propostas, a necessidade de se realizar intervenções mais ativas, vivenciais, que priorizem o processo de reflexão sobre seu desempenho nos diversos grupos sociais. Também se faz necessário, encontros com os pais dos adolescentes participantes deste projeto, para a ampliação da compreensão da dinâmica familiar. Palavras- Chave: adolescente; família; grupo; integração. P37- TRANSCULTURAL ADAPTATION OF NEPSY DEVELOPMENTAL NEUROPSYCHOLOGICAL ASSESSMENT: BRAZILIAN PILOT STUDY

Nayara Argollo, Orlando F.A. Bueno, Alessandra Capovilla, Beatriz Shayer, Kátya Godinho,

Katiusha Abreu, Paula Durán, Andrea Assis, Fernanda Vargens, Tatiane Silva, Juliana Guimarães, Renata Carvalho e Ilca Moura

Introduction: NEPSY: A Developmental Neuropsychological Assessment is a neuropsychological battery of tests that assess five cognitive dominions in children in pre-school and school age. The goals of this study were to describe the performance of a sample of Brazilian children submitted to a translated and adapted version of the Central Part of NEPSY and compare them to the American version. Methods: The subtests of the Central Part of NEPSY were translated by back-translation and adapted with the participation of a team of specialists; 98 children between 3-12 years of age from both public and private schools in Salvador-Ba were submitted to this version. The tests were carried-out in a silent room, at the school, by people previously trained, in 3 sessions 30 minutes each, using the American standardization. Children repeating the school year, those with neuropsychiatric or developmental disorders identified through questionnaires answered by parents and teachers and by a neuropsychiatric exam were excluded. The statistical analysis was accomplished with weighted and raw scores from the subtests, through non-parametric tests, and Spearman correlation. Results: two children did not complete the battery of tests and were removed from the sample. There was a strong positive correlation between family income and parents’ school level. The female gender presented better scores in the following subtests: Visual-

motor Precision, Naming Parts of the Body and Statue. The best performances occurred in the Dominions Executive Attention/Function, Sensor-motor, and Memory and Learning. The Brazilian sample remained within the average variation with a standard deviation (100 + 15), the lowest score being found in Sensor-Motor Dominion (88.05 + 14.89) and the highest in Visual-spatial Dominion (102.25+19.39). We observed statistically significant differences in the age group 3-4 years and between it and the other age groups. Income and school level extremes among the parents presented statistically significant differences in regard to the performance in the dominions. Conclusions: NEPSY adapted and translated version proved to be adequate, being capable of discerning the performance of children in different age, social-economic groups, and according to the parents school level. The results of this sample show that this Central Part of NEPSY is equivalent to the American version, and can be used in the experimental study for a Brazilian standardization.

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KEYWORDS: child; cognition; neuropsychological test; NEPSY; standardization; transcultural adaptation P38- TRANSCULTURAL ADAPTATION OF “NEPSY DEVELOPMENTAL NEUROPSYCHOLOGICAL ASSESSMENT”: CRITERION VALIDATION WITH WISC-III

Nayara Argollo, Orlando F.A. Bueno, Alessandra Capovilla, Beatriz Shayer, Kátya Godinho,

Katiusha Abreu, Paula Durán, Ilca Moura, Ana Cecília Santiago, Samara Reis, Francisco Dias, Daniela Chou, Cristiane Souza, Aline Santos

Introduction: “NEPSY: A Developmental Neuropsychological Assessment” was recently translated and adapted to the Brazilian language and culture. The first pilot-study demonstrated that the Central Part is ready for Brazilian standardization; the Expanded Part in going through a test phase in the second pilot study. Besides national standardization, the instrument must be tested in validation studies. During the translation and back-translation process, NEPSY underwent analysis by a group of experts in regard to content, and some suggestions were incorporated. The goal of this study was to describe the performance of the Central Part of NEPSY, translated and adapted, with the WISC-III test. Methods: Transversal section study, performed between March and August 2005. Sixty children, between 6-12 years of age, from both public and private schools in Salvador-Ba, were selected randomly to undergo both battery of tests: WISC-III and NEPSY. The tests were applied in 4 sessions: two for WISC-III and two for the Central Part of NEPSY. This took place in a silent room at the school. For statistical analysis, we compared weighted scores of NEPSY dominions and subtests, with WISC-III total, execution and verbal intelligence coefficients, factorial groups and subtests (except for the Labyrinth subtest), through Pearson correlation, with qualitative and quantitative interpretation. The results were considered significant if p ≤ 0.05. Results: Average age of the sample 9.02+1.94 years; 27 (45%) male and 30 (50%) from public schools. Thirty seven (61.7%) had a family income of up to 10 minimum wages and 19 parents (31.6%) had incomplete fundamental school level. The Dominions Executive Attention/Function, Language, Visual-spatial Processing, and Memory and Learning were moderately or strongly correlated to IQ and factorial group scores. The Sensor-motor Dominion was weakly correlated to IQ Execution and Resistance to Distraction, and moderately, with the other IQ and factorial group scores. When NEPSY and WISC-III subtest correlations were analyzed we observed weak correlations only between: Tower and Arithmetic; Touching with Finger Tips and: Information, Cubes and Searching Symbols; Visual-motor Precision and: Cubes and Numbers; Copying Drawings and: Information and Assembling objects. The sensor-motor Dominion presented the highest number of weak and very weak correlations with WISC-III subtests. The highest number of moderate correlations occurred between NEPSY Language and Memory and Learning Dominion with WISC-III subtests. All correlations analyzed reached a significant level of 5%. Conclusions: NEPSY adapted and translated version presented statistically significant correlations with all WISC-III tests, while there was no very strong correlation, therefore, both battery of tests are interchangeable. Moderate correlations between the following Dominions: Executive Attention/Function, Language, Visual-spatial Processing, and Memory and Learning with WISC-III subtests support the criterion validity, and the low correlations of Sensor-motor Function subtests with WISC-III subtests, which are not sensor-motor evaluation tests, support the validity of the construction. Key Words: child; cognition; neuropsychological test; validation; NEPSY; WISC-III

P39- ADAPTAÇÃO PARA O USO NO BRASIL DE DOIS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA MEMÓRIA: ESTUDO PILOTO

Shirley Silva Lacerda, Mirela Benvenuti Chaves Piazzi, Paola Bruno de Araújo Andreoli e Sérgio Baxter Andreoli

Serviço de Psicologia do Hospital Albert Einstein, Núcleo de Estatística e Metodologia Aplicada à Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP

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Introdução: O uso de instrumentos de avaliação neuropsicológica no Brasil tem crescido bastante, porém muitos não são adequadamente traduzidos e adaptados. O uso de medidas padronizadas de avaliação neuropsicológica, assim como o desenvolvimento de métodos sistemáticos para adaptação de procedimentos importados contribuem para maior validade de medidas neuropsicológicas. Objetivo: Traduzir, adaptar e verificar a aplicabilidade do Teste de Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey (RAVLT) e do Teste de Aprendizagem Visual de Desenhos de Rey (RVDLT) para o uso no Brasil. Método: Tradução e adaptação: As instruções de aplicação dos instrumentos e seus estímulos foram traduzidos através da metodologia de tradução e retro-tradução e as adaptações necessárias foram realizadas. Em relação ao RAVLT, após a tradução dos estímulos verbais, aqueles que preencheram os critérios (freqüência de 50/milhão, monossílabas ou dissílabas e substantivos concretos) foram mantidos e os demais foram selecionados de um levantamento da freqüência de ocorrência de palavras em textos escritos em português. Quanto aos estímulos visuais do RVDLT, foram mantidos os originais. Estudo Piloto: Após a preparação das versões, 18 sujeitos sendo, seis idosos com diagnóstico de provável Doença de Alzheimer (idade m=80,0; dp=5,3 e anos de estudo m=14,7; dp=3,5), seis idosos saudáveis (idade m=79,2; dp=6,7 e anos de estudo=12,0; dp=2,6) e seis adultos jovens (idade m=26,0; dp=7,1 e anos de estudo m=14,8; dp=5,3), foram submetidos aos instrumentos por seis examinadores previamente treinados a fim de avaliarmos os instrumentos. Resultados: Na seleção dos estímulos verbais, das 255.000 palavras presente no corpora brasileiro, somente 397 palavras preencheram todos os critérios. Deste modo, as palavras selecionadas para compor a versão brasileira do RAVLT foram: Lista A - carro, quadro, bola, café, meia, pai, sol, jardim, chapéu, banda, boca, loja, cor, casa e rio; Lista B - mesa, filme, livro, mundo, pé, lixo, parque, água, bar, chefe, luz, arma, jornal, festa e papel. Não foram observados problemas significativos durante a execução do estudo piloto no que concerne à avaliação dos participantes. Porém, foram identificadas falhas na anotação dos escores nos formulários específicos. Entretanto, após a correção das falhas e revisão dos formulários, os resultados preliminares sugerem que os instrumentos foram capazes de discriminar os três grupos avaliados. Conclusões: O estudo piloto permitiu a avaliação dos procedimentos e levantou questões relativas à melhoria nas instruções fornecidas aos participantes. A não ocorrência de problemas significativos durante a aplicação dos instrumentos sugere que tanto as traduções, quanto a seleção dos estímulos foram realizadas de forma adequada e, portanto sua aplicabilidade na população brasileira é viável. Por outro lado, as falhas de anotação dos escores levam a crer que será necessária maior supervisão e revisão no momento de pontuação das respostas e digitação dos resultados em banco de dados. O presente trabalho contribui para o aumento da validade e confiabilidade dos instrumentos e da avaliação neuropsicológica da memória. Palavras-Chave: Avaliação Neuropsicológica, Memória, RAVLT, RVDLT, Psicometria. Apoio: FAPESP (processo nº 2006/03748-2), Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa (processo nº 171-06) e Instituto do Cérebro do Hospital Albert Einstein. P40- COGNIÇÃO E DOENÇA DE PARKINSON

Gloria Maria de Almeida Souza Tedrus, Lineu Corrêa Fonseca, Grace Helena Letro, Alexandre Souza Bossoni

Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Introdução: A doença de Parkinson (DP) é uma condição crônica neurodegenerativa que se manifesta principalmente por sinais e sintomas motores, com grande importância pelas intensas repercussões biopssicossociais. Nas ultimas décadas, há descrição na literatura de aproximadamente 25% dos pacientes com DP apresentam comprometimento cognitivo, como os déficits neuropsiquiátricos, perceptuais e cognitivos, constituindo cada vez mais como dilema importante para o acompanhamento e tratamento desses pacientes. Objetivo: Estudar a ocorrência de déficits cognitivos em pacientes com DP. Métodos: Foram avaliados 19 pacientes com DP acompanhados no ambulatório de Neurologia Clínica do Hospital e Maternidade Celso Pierro da PUC-Campinas. Foram realizados: anamnese, exame neurológico, a bateria CERAD (The consortium to establish a registry for Alzheimers disease), o questionário de Pfeffer e CDR

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(estadiamento clínico de demência). Os dados obtidos foram comparados a um grupo controle pareado por sexo, idade e nível cultural. Resultados: A idade média dos pacientes com DP foi de 70 anos e escolaridade de 3,16 anos. Os pacientes portadores de doença de Parkinson apresentaram resultados estatisticamente inferiores (p< 0,05; teste T) aos do grupo controle nas provas de fluência verbal, Boston, Mini Exame do Estado Mental, lista de palavras, praxia de construção, recordação de listas de palavras, reconhecimento tardia de lista de palavras, lembrar das provas práxicas, assim como no questionário de Pfeffer e CDR. Conclusão: Esses achados apontam para a importância dos acometimentos cognitivos em pacientes com doença de Parkinson a exigir avaliação diagnóstica específica e conduta apropriada. Palavras-chave: Doença de Parkinson, demência, cognição.

P41- EPILEPSIA BENIGNA DA INFÂNCIA COM PONTAS CENTROTEMPORAIS: RELAÇÃO ENTRE DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM E ANÁLISE DE FREQÜÊNCIAS DO ELETRENCEFALOGRAMA QUANTITATIVO

Gloria Maria de Almeida Souza Tedrus, Lineu Corrêa Fonseca, Elisa Matias Vieira de Melo Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Introdução: A epilepsia benigna da infância com pontas centrotemporais (EBICT) é a forma mais comum de epilepsia da infância. A evolução é benigna com remissão das crises, mas uma proporção considerável das crianças tem algum distúrbio cognitivo, como déficit de linguagem e de aprendizagem. Alterações da atividade elétrica cerebral de base no EEG quantitativo (EEGq) foram descritas em crianças com EBICT. Objetivo: Avaliar em crianças com EBICT a relação entre ocorrência de dificuldade de aprendizagem e a composição de freqüências ao EEGq. Foram estudadas 37 crianças de 7 a 11 anos de idade, com EBICT. Foram realizados: anamnese; exame físico; Teste de Desempenho Escolar (TDE), EEG digital e EEG quantitativo com análise das potências absolutas e relativas. Foram comparados os achados do EEGq, segundo a ocorrência ou não de dificuldades de aprendizagem (DA), e também com um grupo controle (GC) de crianças sadias pareadas por idade, gênero e escolaridade dos pais. Resultados: Foi observado em 7 (18,9%) crianças, DA referidas pelos professores e pais. Não foi observada diferença estatisticamente significativos entre os aspectos clínicos, eletrencefalográficos e cognitivos (WISC-III) entre os grupos de crianças com EBICT, com e sem DA (Teste Fisher, p>0,05). No TDE somente foi observada correlação estatisticamente significativa entre o desempenho inferior no subteste de leitura do TDE, no grupo com DA, quando comparado com as sem DA (qui-quadrado,p=0,009). No EEGq houve maior potência absoluta, na maioria dos eletrodos, no grupo das crianças com EBICT, quando comparadas ao GC (Teste T, p<0,05). Foi observada nas crianças com EBICT e DA maior potência absoluta e relativa na maioria dos eletrodos, de modo estatisticamente significativo em alguns eletrodos, quando comparadas com as sem DA. Conclusão: Aspectos ligados à natureza epiléptica da EBICT, como numero e tipo de crise, número e lateralidade das pontas no EEG, não mostraram correlação com a DA. Por outro lado foram observadas correlações entre dados da atividade elétrica cerebral de base no EEGq e DA na EBICT sugerindo mecanismos, não necessariamente ligados às descargas, mas representando alterações funcionais, como eventual imaturidade ou disfunção cerebral. Palavras-chave: epilepsia focal benigna; eletrencefalograma quantitativo; cognição; dificuldade de aprendizagem. P42- REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA EM TRAUMATISMO CRÂNIO-ENCEFÁLICO: DA AVALIAÇÃO À INTERVENÇÃO – RELATO DE CASO

Camila da Veiga Prade, Paulo Jannuzzi Cunha, Mariana Teófilo Leitão, Maria Fernanda Faria Acha, Paola Bruno Andreoli

Serviço de Psicologia do Hospital Albert Einstein – São Paulo/Brasil

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Introdução: O trauma crânio-encefálico (TCE) pode ocasionar seqüelas cognitivas e comportamentais que interferem na qualidade de vida e autonomia do paciente. Na fase pós-aguda, a reabilitação neuropsicológica tem por objetivo maximizar a funcionalidade do indivíduo, através de técnicas compensatórias e de treino cognitivo, voltadas para as dificuldades no dia-a-dia. O planejamento da intervenção deve ser baseado no perfil cognitivo do paciente, obtido através de avaliação neuropsicológica compreensiva, a fim de se estabelecer objetivos compatíveis com o funcionamento cognitivo apresentado pelo paciente. Objetivo: Descrever e avaliar a aplicabilidade das técnicas de reabilitação neuropsicológica em paciente com alterações cognitivas e comportamentais após TCE. Método: Relato de caso, em que as intervenções foram avaliadas através de informações do paciente e familiar, “check-list” dos objetivos baseados em plano inicial de reabilitação e modificação na freqüência de comportamentos, monitorada regularmente com o instrumento The European Brain Injury Questionnaire (EBIQ). Trata-se de um paciente de 21 anos, sexo masculino, estudante universitário, portador esclerose múltipla. Em janeiro de 2005, foi vítima de TCE grave em acidente automobilístico. Durante os primeiros meses de recuperação, apresentou alterações do comportamento (agressividade, impulsividade e inadequação social), alterações motoras (hemiparesia esquerda), de linguagem, memória e da atenção. Os achados da avaliação neuropsicológica, realizada oito meses após o TCE, apontaram alterações em diversas áreas do funcionamento cognitivo, como: atenção, memória (evocação tardia), linguagem, funções visuoespaciais (planejamento e construção) e principalmente funções executivas, afetando secundariamente seu rendimento em outras áreas e na regulação do comportamento. A partir dos dados de avaliação neuropsicológica, elaborou-se o plano de reabilitação que priorizou o uso de técnicas de compensação, treino cognitivo e psicoeducativas, com os principais objetivos: 1) desenvolver estratégias compensatórias às dificuldades de atenção e memória do paciente; 2) aumentar nível de autopercepção e julgamento em situações sociais; 3) retorno assistido e gradativo à rotina autônoma, incluindo atividades acadêmicas. Periodicamente, eram realizadas sessões de orientação neuropsicológica à família. Resultados: Observou-se boa aderência do paciente às estratégias propostas, melhora da crítica sobre as próprias dificuldades, organização de sua rotina e início de atividades acadêmicas de forma independente. Em questionário específico para acompanhamento da evolução cognitiva (EBIQ), constatou-se melhora global, sendo mais significativa nas áreas da cognição, controle do comportamento /impulsividade, sintomas depressivos e comunicação. Conclusões: Um programa de reabilitação neuropsicológica cujos objetivos foram definidos a partir das forças e fraquezas cognitivas do indivíduo, levando-se em conta o impacto dos prejuízos no dia-a-dia, mostrou-se relevante para o sucesso da intervenção. O monitoramento da inserção e manutenção das estratégias propostas é fundamental, pois as mesmas devem ser ajustadas às necessidades do paciente, ao longo do processo. A utilização de técnicas psicoeducativas favoreceu uma melhor percepção dos déficits e maior compreensão dos objetivos do tratamento pelo paciente, que se mostrou mais motivado e engajado no plano de reabilitação proposto. Palavras-chave: Traumatismo crânio-encefálico (TCE), reabilitação neuropsicológica, funções cognitivas

P43- AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA PRÉ E PÓS-CIRÚRGICA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM TUMOR CEREBRAL

Milene Sakzenian de Souza, Elisa Maria Perina, Maria Isabel Caldeira Rodrigues Moraes, Simone dos Santos Aguiar

Centro Infantil Boldrini e Setor Hemato-Oncologia Infantil /Departamento de Pediatria/FCM-Unicamp

INTRODUÇÃO: Crianças e adolescentes submetidos ao tratamento oncológico podem desenvolver seqüelas neuropsicológicas. OBJETIVOS: 1)Avaliar o desempenho neuropsicológico de pacientes com tumor cerebral, antes e após a cirurgia; 2)Verificar se estes pacientes apresentam alterações comportamentais e/ou declínio do rendimento escolar. MÉTODO: 07 pacientes com diagnóstico de

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Tumor de Sistema Nervoso Central, foram avaliados antes e após a cirurgia, no período de agosto de 2005 a agosto de 2006. O tratamento preconizado para estes pacientes foi somente a ressecção cirúrgica, não havendo necessidade de QT e RT. A avaliação pré-cirúrgica foi dividida em duas sessões de uma hora e meia cada, ocorrendo até sete dias antes da cirurgia. A avaliação pós-cirúrgica ocorreu três meses após a ressecção do tumor e foi dividida em três sessões de uma hora e meia cada. O exame neuropsicológico consistiu de entrevista de anamnese com paciente/família e aplicação dos testes: Escala de Inteligência Wechsler para Crianças 3ª edição – WISC III, Rey Auditory-Verbal Learning Test – RAVLT, Rey-Osterrieth Complex Figure Test – CFT Rey, Controlled Word Association – FAS/COWA and Animal Naming. RESULTADOS: O desempenho cognitivo foi superior na segunda avaliação em relação à primeira, para maioria dos pacientes. Aqueles que tinham tumor localizado no lobo temporal tiveram baixo desempenho em memória visual tardia no período pré-cirúrgico, que após a cirurgia de ressecção do tumor, obtiveram desempenho nitidamente melhor, apresentando resultados normais nos testes. Pacientes com tumor em lobo frontal, tiveram baixa pontuação na avaliação pré-cirúrgica. Enquanto que, na avaliação pós-cirúrgica o desempenho foi superior em tarefas de planejamento e controle de impulsos, habilidades da função executiva. CONCLUSÃO: As avaliações neuropsicológicas feitas antes e após a cirurgia foram importantes para identificar o padrão de respostas cognitivas destes pacientes, bem como, identificar a presença ou ausência de déficits cognitivos decorrentes da doença, contribuindo para o retorno mais rápido à escola. PALAVRAS CHAVE: retorno escolar, cognição, tumor cerebral.

P44- CUREI-ME DO CÂNCER, MAS NÃO CONSIGO APRENDER. O QUE FAÇO? AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA EM PACIENTES CURADOS DE CÂNCER NA INFÂNCIA

Milene Sakzenian de Souza, Elisa Maria Perina, Maria Isabel Caldeira Rodrigues Moraes, Maria José Mastellaro, Simone dos Santos Aguiar.

Centro Infantil Boldrini e Setor Hemato-Oncologia Infantil/Departamento de Pediatria/FCM - Universidade Estadual de

Campinas

INTRODUÇÃO: Segundo Lopes e Bianchi (2000), a sintomatologia das seqüelas trazidas pelo tratamento oncológico, varia conforme a idade da criança e a forma de exposição ao tratamento, se por radioterapia, quimioterapia ou cirurgia. A radioterapia e a quimioterapia de uso intratecal podem trazer inúmeros efeitos tardios, dentre eles estão os déficits neuropsicológicos em pacientes acometidos por tumor de Sistema Nervoso Central. OBJETIVOS: 1)Avaliar o desempenho cognitivo de pacientes fora de terapia tratados de tumor de Sistema Nervoso Central, que apresentam queixa de aprendizagem escolar, 2)Identificar se há problemas de comportamento, relacionamento e adaptação social decorrentes da doença e do tratamento, 3) Propor estratégias de inserção sócio-educativa destes pacientes. MÉTODO: No período entre agosto de 2005 e agosto de 2006, foram realizadas 10 avaliações neuropsicológicas em 10 pacientes tratados de tumor de Sistema Nervoso Central na Clínica Após o Término de Terapia (Catt) do Centro Infantil Boldrini. Estas avaliações foram individuais, tendo duração média de quatro sessões de uma hora e meia cada, compostas de entrevistas de anamnese e aplicação dos seguintes testes: Escala de Inteligência Wechsler para Crianças 3ª edição – WISC III, Rey Auditory-Verbal Learning Test – RAVLT, Rey-Osterrieth Complex Figure Test – CFT Rey, Controlled Word Association – FAS/COWA and Animal Naming e HTP. RESULTADOS: De acordo com as normas do DSM-IV para a classificação do QI, 07 pacientes tiveram inteligência normal (QI: 84-110), 02 pacientes apresentaram-se borderline (QI: 78-79), 01 paciente apresentou retardo mental leve (QI: 56). CONCLUSÃO: Através da avaliação, os pacientes fora de terapia que apresentavam seqüelas neuropsicológicas tardias e problemas psicológicos decorrentes do tratamento, puderam ser diagnosticados corretamente e encaminhados a centros de reabilitação e/ou tratamento terapêutico adequado. Palavras Chave: Avaliação Neuropsicológica, Efeitos Tardios, Câncer.

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P45- QUEDA EM IDOSOS

Cláudia Soares Miotto Faculdade de Ciências Médicas de Belo Horizonte associada ao Centro Interdisciplinar de

Assistência ao Envelhecimento Introdução: Dentre tantos problemas, um de difícil solução é a questão do idoso no Brasil, esta é discutida como uma questão ampla em vários aspectos, de diversas formas, visões e direções englobando todos nós independente de cor, classe, educação dentre outros, trabalha-se a questão de que não é trabalho que gera bem estar e aumento da qualidade de vida para pessoas com maior idade e que o trabalho, a ocupação diária em sua vida hoje pode ser tão quanto ou nada importante pra mesma amanhã ou depois e uma terceira opção é a única alternativa de se viver bem e com prazer. Há diversas discussões sobre Quedas de idosos, onde surgem conseqüências irreversíveis ou não ao idoso em especial, a freqüência desta é menor em países orientais, constata-se. Estas acarretam possíveis fraturas e risco óbitos, o próprio medo de cair, restrição atividades, declínio saúde e aumento do risco institucionalização, gerando prejuízo físico e psicológico, aumento dos custos com cuidados de saúde, acarretando aumento das hospitalizações. Objetivos: A presente revisão visa explanar sobre as causas de Quedas em Idosos inter-relacioando com a importância da Fisioterapia para minimizar essas causas gerando assim melhor qualidade de vida aos mesmos. Explanar sobre as causas de Quedas em Idosos relacionando com: 1) a qualidade de vida; 2) a importância da Fisioterapia para minimizar as quedas. Métodos: Trata-se estudo com base leitura livros, artigos e revistas especializadas enfocando a questão dos idosos relacionada á quedas, de forma a levantar as possíveis causas, confrontando leituras e publicações com observações realizada durante atendimentos domiciliares a idoso e relatos do cotidiano dos atendimentos nas clínicas de Fisioterapia em que trabalho. O parâmetro para escolhas das publicações relacionadas à essa temática foi realizado em bibliotecas e internet como ferramenta de apoio. Deve-se ressaltar que estudos que não tinham validação como teses, artigos e revistas da área médica foram descartados. Resultados: Demonstra-se com este trabalho que todos estudos realizados ratificam que a queda em idosos é uma das principais causas da diminuição da sua qualidade de vida. E que as quedas ocorrem com grande freqüência podendo causar prejuízos parciais e/ou totais tanto da parte motora/funcional, cognitiva e/ou de coordenação acasionando uma difícil recuperação. Neste estudo constatou-se que existem vários e diversificados programas de integração e socialização priorizando os idoso proporcionando bem estar, melhora auto estima, vontade de se viver a vida e esta ser bem vivida de forma simples, saudável e com uma melhor qualidade de vida. É constatado e afirma-se que a Fisioterapia é uma grande e importante aliada na recuperação e prevenção deste múltiplos e variados comprometimentos ocorridos de forma intrínseca e/ou extrínseca com o idoso. Esta atua diretamente na própria saúde do idoso, trabalhando a amplitude e movimentação global, coordenação, equilíbrio, força muscular, limitações, dentre outras. Conclusão: Conclui-se que as quedas ocorrem com grande freqüência em idosos com maior idade com algum nível considerado de comprometimento, acarretando situações irreversíveis ou não levando à uma limitação/ dependência parcial e/ou total do indivíduo e conseqüentemente diversas transformações em todos os aspectos, tanto na vida do indivíduo idoso quanto de seus familiares e/ou pessoas mais próximas de seu convívio. A fisioterapia, não só tem importante papel na prevenção das quedas evitando gastos desnecessários, como também na própria internação hospitalar no sentido de melhorar e acelerar a recuperação do paciente geriátrico, evitando assim complicações de lesões que acometem idosos de forma parcial e/ou global que sofreram queda. Palavras-chave: Idosos, Queda, Prevenção P46- OBTENÇÃO DE DADOS NORMATIVOS PARA DESEMPENHO NO TESTE DE STROOP NUM GRUPO DE ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL EM NITERÓI

Maria Teresa Duncan

Ex-aluna do Centro de Estudos Psico-cirúrgicos da Divisão de Psicologia do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

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Introdução: O teste de Stroop constitui-se num dos instrumentos mais conhecidos, no mundo todo, em procedimentos de avaliação neuropsicológica, sendo considerado uma medida de atenção seletiva e flexibilidade mental. Objetivo: Este estudo teve por objetivos levantar dados normativos para o Teste de Stroop, em uma amostra de estudantes do Ensino Fundamental, em Niterói (RJ), usando uma adaptação da versão Victoria do teste, de Spreen e Strauss (1989); analisar a diferença no desempenho de estudantes de escolas das redes pública e particular; investigar diferenças quanto ao sexo e observar se aumento em idade e anos de escolaridade favorece a um melhor desempenho na tarefa. Método: 132 estudantes de duas escolas, uma particular (70) e outra pública (62), na faixa etária de 12;0 a 14;11, alunos de 6

a. a 8

a. séries do ensino fundamental,

participaram da pesquisa, após levantamento do rendimento escolar médio (no decorrer do ano letivo) e entrevista, para obtenção de dados acerca da vida escolar e estado de saúde geral. Resultados: Uma análise comparativa dos resultados, a partir do teste de Scheffe, para a variável tempo, revelou que os alunos da escola pública tiveram um desempenho significativamente pior, em todos os tempos da prova (T I, T II, T III), em comparação aos alunos da escola particular (ver tabela 1). Os valores médios encontrados foram: T I (escola pública = 15,8235; escola particular = 13,0951); T II (escola pública = 19,5924; particular = 15,5317) e T III (escola pública = 28,339; particular = 21,994); diferenças quanto ao sexo não foram significativas, como mostram os dados na tabela 2; quanto à idade, as diferenças entre as médias de tempo só foram significativas, em todos os tempos do teste, para as idades de 13;0 e 14;0 (ver tabela 3). A MANOVA de erro e tempo, para as variáveis escola, sexo e idade, revelou que escola teve efeito altamente significativo no desempenho (F=7,94; p<0,0001), provavelmente em função de tempo, uma vez que erro não foi significativo; sexo não teve efeito significativo no desempenho (F=1,24; p=0,2885) e idade perde a significância, quando se reúnem as seis medidas dependentes do experimento (E I, E II, E III, T I, T II, TIII), provavelmente devido à variável erro (F=1,36; p=0,1861). Conclusão: Os resultados sugerem a influência das diferentes condições educacionais (expressa, aqui, na forma de qualidade de ensino ministrado) sócio-econômicas e culturais (expressa, aqui, na forma de acesso à cultura), a que estão expostos os alunos das duas escolas, como uma possível explicação para as diferenças observadas quanto ao desempenho no teste. Palavras-chave: atenção seletiva, flexibilidade mental, Teste de Stroop, normatização P47- PSICOTERAPIA DE GRUPO PARA PACIENTES PORTADORES DE DOENÇAS CRÔNICAS EM EPISÓDIO DEPRESSIVO

Silva,SR; Rocha,L; Escobar,EC; Frank,MP; Furlan,V.

TOTAL CARE SP – Grupo Amil

Introdução: A depressão vem sendo considerada uma doença grave, encarada mundialmente como problema de saúde pública tornando-se a maior causa de afastamento de trabalho. Caracteriza-se por alteração de humor com importante déficit de prazer e energia, estabelecendo- se sua gravidade de acordo com a intensidade e a forma de manifestação de seus sintomas (insônia ou hipersonia, perda ou aumento do apetite, falta de interesse pela vida, isolamento social, hetero e auto agressividade, sentimento constante de tristeza , de culpa e insegurança). A Depressão pode se apresentar de várias formas, cujas variações estão vinculadas à fatores neurológicos e ao perfil psicológico do indivíduo. Trata-se de um transtorno de humor episódico e recorrente que isoladamente pode trazer na vida de qualquer pessoa transtornos piscosocioeconômicos, redirecionando a trajetória de vida, ou até a paralisando a vida do indivíduo por anos devido à apatia e/ou fragilidade. Quando nos deparamos com quadro depressivo associado à doenças crônicas, há comprometendo inclusive do tratamento da depressão, que se sobrepõe às perdas simbólicas e implicações de qualquer doença crônica. O Homem moderno absorvido por altas tecnologias, seduzidos por tais vantagens e novas necessidades econômicas, superestimou sua natureza nas últimas décadas, e assistimos o crescimento alarmante de doenças crônicas, patologias estas associadas ao sedentarismo, maus hábitos de vida, qualidade de vida

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empobrecida e distúrbios psicológicos.Objetivo: discorrer pelas alterações neuropsicológicas causadas pela Depressão, imbricando com a problemática gerada por uma doença crônica na vida de um indivíduo. Método: análise de resultados do acompanhamento psicológico de grupo de 65 pacientes participantes (21 grupos) portadores de doenças crônicas, os quais apresentavam quadro depressivo. Como instrumento de mensuração adotou-se o Inventário de Beck para Depressão (BDI), respondido ao início e final do grupo.Resultados: dos 65 pacientes, 40% apresentaram Depressão Grave, 20% Depressão Moderada, 58,7% Depressão Leve, e nesta amostra tivemos 23% de casos de distúrbios graves psiquiátrico (Transtorno Afetivo Bipolar, Transtorno de Comportamento e Síndrome de Pânico). Em relações as patologias físicas 24,6% eram diabéticos,9%cardiopatas,13,8% doenças reumatológicas, 49,2%obesos, 44,6%hipertensos, 9%doenças ortopédicas, 3%doenças metabólicas, 4,6% doenças neurológicas, 3% história de câncer. Conclusões: a experiência clínica demonstrou que a técnica de psicoterapia de grupo se faz eficiente no processo individual de elaboração de uma nova condição de vida sob cuidados especiais frente à doença crônica, auxiliando o indivíduo a se reconhecer novamente, melhorando sua auto-confiança.Em grupo-análise pode-se observar a evolução de cada indivíduo na superação de sua sintomatologia depressiva, que se dá pelos fenômenos psíquicos (transferência, contransferência e projeções), bem como pelo jogo grupal. O Episódio Depressivo pode anteceder o surgimento de uma patologia devido à dificiência imunológica e baixo auto-cuidado, ou desencadeado após o diagnóstico, ou no enfrentamento das inúmeras restrições/limitações, exigindo um empenho e capacidade de adaptação à uma nova condição de vida.

Palavras-chave: depressão, doenças crônicas , psicoterapia, grupo

P48- EFEITOS DA HIPOPERFUSÃO CEREBRAL CRÔNICA E PROGRESSIVA SOBRE A CAPACIDADE DE APRENDIZAGEM, MEMÓRIA OPERACIONAL E MEMÓRIA REFERENCIAL EM RATOS

Roberta Ekuni

O presente trabalho tem como objetivo testar um modelo animal de hipoperfusão cerebral crônica e progressiva em ratos Wistar. Este modelo, diferente do modelo que oclui as artérias vertebrais e carótidas comuns, usa como método, a oclusão das artérias vertebrais e as artérias carótidas internas, pois no primeiro modelo, a oclusão da Artéria Carótida Comum causa muitos danos, inclusive a redução da irrigação do fluxo sanguíneo para o nervo óptico; isso pode resultar em cegueira. Assim, quando testamos os animais nos testes de memória e aprendizado, não podemos

saber se o desempenho dos mesmos é devido à cegueira ou à lesão cerebral. Para analisar a

performance animal e verificar se houve alterações neuropatológicas, é utilizado o teste comportamental do labirinto radial aversivo de 8 braços. Neste teste mede-se as variáveis: ratos com oclusão (grupo com 30 dias pós-oclusão, 90 dias e 150 dias) versus ratos sem oclusão (grupos com a mesma idade dos com oclusão) e o desempenho destes grupos ao longo dos dias de treino, ou seja, mediu-se as variáveis: a) latência, ou seja, tempo em segundos para encontrar o esconderijo, b) números de erros de referência, que são contados cada vez que o rato entra no braço errado pela primeira vez em cada sessão e c) número de erros operacionais, contado cada vez que o rato entra num braço que ele já visitou naquela sessão. Em conclusão, esses resultados apontam que não existe diferença significativa nos desempenhos dos animais em ambos os grupos. Desse modo, há a necessidade de uma reformulação do modelo.

PALAVRAS-CHAVE: Hipoperfusão cerebral, memória

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P49- COMPARAÇÃO DO ESTUDO DA CURVA DE POSIÇÃO SERIAL DE PACIENTES BRASILEIROS COM DOENÇA DE ALZHEIMER E DEPRESSÃO

Aline Pereira Martins Pinto, Thais Minett, Paulo Henrique Ferreira Bertolucci .

Neurologia do Comportamento. Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo,São Paulo-

SP.

Introdução: A demência é uma síndrome que afeta principalmente a população idosa. Sua prevalência dobra a cada 5 anos após os 60 anos de idade. A depressão é um transtorno de humor e também afeta frequentemente a população idosa. Há um aumento da expectativa de vida da população mundial, inclusive no Brasil, e o grupo que mais cresce é o grupo de indivíduos com mais de 60 anos. Dentre as demências, a doença de Alzheimer (DA) é a de maior prevalência (7,1%) e incidência (4,1%). O sintoma mais marcante da DA é a perda de memória. Além de fazer parte dos critérios diagnósticos da DA, esta é a função cognitiva que mais precocemente apresenta-se prejudicada. O prejuízo da memória episódica pode ser um forte preditor de DA. Por outro lado, a depressão também causa prejuízo cognitivo com relação à memória, entretanto este prejuízo decorre da capacidade atentiva prejudicada. Objetivo: O objetivo deste trabalho é examinar a memória episódica em pacientes com DA e com depressão, por meio da curva de posição serial do teste da Lista de palavras do CERAD, e verificar os padrões de respostas em casa uma delas. Métodos: Estudo retrospectivo que utilizou 165 prontuários dos pacientes com DA e depressão, com escolaridade entre 4 e 8 anos, do Ambulatório de Neurologia do Comportamento do Hospital São Paulo - EPM/UNIFESP, atendidos no período de janeiro de 2005 a dezembro de 2006. Foram levados em consideração à história clínica, exame físico e avaliação neuropsicológica que inclui Miniexame do Estado Mental e lista de palavras do CERAD (Consortium Establish a Registry for Alzheimer Disease). Resultados: Os pacientes com DA apresentaram um padrão de resposta de recência, pois, de acordo com a Nancy et al. 2003, indivíduos com DA quando submetidos a testes de memória, apresentam um efeito na curva de posição serial em forma de “J”. Em contrapartida os pacientes com Depressão apresentaram um padrão de resposta de primazia e recencia, que, segundo Korsnes et al., 1995; Raanaas et al. 2006 e Demaree et al., 2003, é o padrão do indivíduo saudável. Estes, quando submetido a testes de memória, apresentam um efeito de primazia e recencia, e o efeito na curva de posição serial é em forma de “U”. Conclusão Conclui-se que o teste de Lista de palavras do Cerad, que é de execução fácil e rápida, é um instrumento útil para diagnóstico diferencial entre quadros de prejuízo da memória decorrentes de doenças degenerativas cerebrais e depressão. Palavras-chave: Doença de Alzheimer, depressão, memória, recencia, primazia. P50- REABILITAÇÃO E EMOÇÃO: COMPREENDENDO AS SEQUELAS DE UMA PACIENTE AFÁSICA

Anair Rodrigues, Silvia Bolognani, Orlando Bueno

REAB – Serviço de Reabilitação Neuropsicológica de Adultos, Centro Paulista de Neuropsicologia, Associação Fundo de Incentivo à Psicofarmacologia

Departamento de Psicobiologia - UNIFESP

Introdução: A afasia é uma desorganização da linguagem que em geral ocorre após uma lesão cerebral atingindo o hemisfério dominante para linguagem (predominando o hemisfério esquerdo). A afasia atinge cerca de 40 % das pessoas que sofrem um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e ocorre de 1 a 1,5% da população. Além dos vários déficits cognitivos, uma das seqüelas que causa grande impacto na vida do paciente é o surgimento de instabilidade emocional e um afastamento da vida social. Objetivo: Apresentação do caso de uma paciente afásica, participante do programa de reabilitação neuropsicológica. Nesse estudo focamos a importância do tratamento psicoterapêutico levando em consideração os déficits cognitivos encontrados na avaliação neuropsicológica. Método: uma sessão semanal com a duração de uma hora durante o período de

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um ano. As sessões foram direcionadas para psicoterapia considerando os déficits cognitivos, visando a compreensão em relação às mudanças causadas pela quebra abrupta da produção da linguagem. Relato de caso: M.A.C., sexo feminino, 49 anos. Sofreu um AVC em 2001. Foi encaminhada para avaliação neuropsicológica em 2005 apresentando um quadro de afasia motora. A paciente estava também em atendimento fonoaudiológico de grupo de Estimulação de Afásicos. Foi admitida para reabilitação neuropsicológica no início de 2006, com objetivo de reorganizar e compreender sua nova condição de expressão. Apresentava freqüentes crises de choro e constantes expressões de desejo em deixar de viver, evitava sair de casa e encontrar pessoas de fora da família. Resultados: Após um ano, a paciente não demonstra mais sentimentos constantes de tristeza e humor depressivo como referidos. Anteriormente à reabilitação não sentia motivação para atividades sociais, atualmente participa de festas e eventos familiares e na comunidade, além de grupo de teatro, atividades que contribuem significativamente para a inserção social. Conclusão: Um dos primeiros impactos que o paciente com afasia sofre diante das dificuldades da expressão da linguagem é um sentimento de menos valia frente ao mundo social. Com melhora da adaptação emocional, esse quadro pôde ser alterado, e também mostrou reflexos positivos na participação social da paciente. Este caso ilustra como o tratamento envolvendo aspectos cognitivos e emocionais contribui com notoriedade na realização das metas da reabilitação. Palavras chaves - Afasia, avaliação neuropsicológica, reabilitação neuropsicológica, emoção.

P51- ESCOLA X DIAGNÓSTICO X TDAH: NA VISÃO DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE.

Iara Luiza Prado Pato Peres Molina Bacarji, Lara Nassar Scalise

Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal – UNIDERP

Introdução: Segundo Kaplan (2000), o TDAH é caracterizado por um alcance inapropriadamente fraco de atenção, em termos evolutivos ou aspectos de hiperatividade e impulsividade ou ambos, inapropriados à idade. O transtorno deve estar presente por, pelo menos, seis meses, comprometer o funcionamento acadêmico ou social e ocorrer antes dos sete anos. De acordo com a quarta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV), o diagnóstico é feito pela confirmação de numerosos sintomas no âmbito da desatenção ou da hiperatividade, ou em ambos. Assim o DSM-IV relaciona três subtipos de transtorno de déficit de atenção/hiperatividade: tipo predominante desatento, tipo predominante hiperativo-impulsivo e tipo combinado. Objetivo: Este trabalho consiste em um estudo sobre o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), tendo como objetivo observar como um diagnóstico bem realizado pode contribuir para um melhor desenvolvimento da criança com TDAH, melhorando assim a sua perspectiva de prognóstico e qual o papel que a escola exerce no tratamento da criança hiperativa. Método: A pesquisa foi realizada no período de maio a junho de 2005, onde foram entrevistados quatro profissionais; com entrevista semi-estruturada; essas entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas, utilizando a categorização dos dados obtidos, através da análise de conteúdo, com uma abordagem qualitativa. Os sujeitos entrevistados foram quatro profissionais da área da saúde que realizam atendimentos com crianças com TDAH. Tais profissionais foram: um psiquiatra que é especialista em psiquiatria da infância e da adolescência; uma psicóloga; uma psicopedagoga e uma fonoaudióloga. Resultados: Na elaboração da análise, foram utilizados como referencial o papel da escola para o desenvolvimento da criança hiperativa e a relevância do diagnóstico para a obtenção de um melhor prognóstico. Pode-se verificar que a escola exerce um papel fundamental no tratamento da criança com TDAH, papel esse que deve ser executado aliado a uma equipe multidisciplinar, para se alcançar um melhor desenvolvimento dessa criança. E outro aspecto importante é a execução de um diagnóstico bem realizado, mas que não deverá funcionar como meio de exclusão, mas sim, como forma de compreender melhor o TDAH. Conclusão: Através desta explanação pode-se observar a importância do papel que a escola deve exercer no tratamento da criança hiperativa, contribuindo de forma integral e multidisciplinar, no desenvolvimento e na adaptação desta criança e ainda destaca-se a necessidade de um bom diagnóstico, para atender as necessidades e dificuldades da mesma. Pois, assim os indivíduos que

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cercam essa criança como, pais, professores e profissionais, poderão ajudá-la a se desenvolver da melhor forma, de acordo com seus limites, e assim, por conseqüência, poderão obter um prognóstico mais positivo.

Palavras-chave: hiperatividade; escola; diagnóstico; prognóstico.

P52- CAFÉ SOLIDÁRIO: UM CAMINHO PARA A INTEGRAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Eliane Volpini de Oliveira Belavenute, Maris Stella Alvares Gabriel, Raquel Maria Nelli Nóbrega.

Universidade Paulista-UNIP- Assis/SP

Introdução- O café da manhã é um trabalho, que tem sido realizado pela Associação Voluntária do Câncer de Assis/SP, ocupa-se com as necessidades dos pacientes oncológicos, que vão além do tratamento medicamentoso. O acolhimento e a escuta fazem parte do trabalho desta entidade, englobando também as condições geográficas, já que a maioria dos enfermos mora em lugares distantes do Hospital, saindo de suas casas, ainda de madrugada, para a realização das intervenções necessárias. Estas podem ser percebidas como menos agressivas com tais ações humanizadoras que ocorrem paralelamente, pois acolhem o paciente considerando-o como um ser biopsicossocial, vendo-o como um ser total, que necessita de apoio e escuta, percebendo-o como um ser ativo, que pensa, sente e vive. Muitos estudos sobre fatores emocionais e suas relações com esta patologia, vêm sendo desenvolvidos, dando relevância as variáveis que podem interferir no surgimento e/ou agravamento da doença. Objetivos- proporcionar para o acompanhante, que espera e, para o doente, que recebe a quimioterapia um ambiente agrádavel, tendo em vista que este é um local onde podem ocorrer trocas no que diz respeito à doença, suas implicações e formas diferentes de enfrentar a luta contra ela;- melhorar a aderência ao tratamento;- proporcionar um espaço para escuta e acolhimento dos pacientes;- integrar os pacientes e a equipe médica, visto que o café é oferecidoo para todos que estão presentes no Ambulatório.Metodologia- O café da manhã é servido diariamente, de segunda a sexta-feira, por um grupo que varia de duas a cinco voluntárias, que permanecem no ambulatório de oncologia do Hospital Regional de Assis-Sp por um período de aproximadamente três horas e meia. O serviço é oferecido para os pacientes, acompanhantes e equipe médica, se estendendo da sala de espera até os leitos onde acontece o tratamento. A população recebida é na maioria adultos e idosos, residentes em Assis-SP e região. Este trabalho teve início há dois anos. Resultados- Através do relato dos pacientes, observa-se que estes percebem o ambiente hospitalar como menos hostil e o tratamento como mais ameno e acolhedor, diferente de outros espaços onde tal trabalho de integração não acontece; os acompanhantes afirmam que isso resulta em uma espera mais agradável para a quimioterapia. Conclusões- Conclui-se que, com as trocas realizadas sobre informações e dados da doença, a ansiedade e a angústia dos pacientes diminuíram, devido a abertura que é dada para que a fala ocorra; a escuta e o acolhimento proporcionam maior motivação para se lutar contra o câncer. Palavras-Chave- Multidisciplinar; Integração; Câncer; Humanização.