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TEOLOGIA SISTEMÁTICA IV Departamento de Teologia da Assembleia de Deus de Caçapava-SP - Curso Básico CETADEB1

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TEOLOGIASISTEMÁTICA IV

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Eclesiologia“A Doutrina Da Igreja”

Parte “2”

SEGUNDA AULA

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V.1 – A Igreja Local• Há que se distinguir, de inicio, a diferença entre a Igreja

como instituição divina e a sua dimensão humana:– No primeiro caso, ela tem caráter universal e engloba todos os

salvos ao redor do mundo, em todas as épocas. Não importa, a denominação a que pertençam, desde que de fato tenham crido na obra redentora de Cristo como suficiente para a sua salvação e vivam de acordo com os fundamentos do genuíno evangelho.

– No segundo, tem a ver com a sua expressão visível, no dia-a-dia de sua trajetória humana. Todavia, veremos isso com mais detalhes adiante. Aqui aparecem as ambiguidades, os conflitos, os embates, mas também as conquista mediante sua atitude como povo de Deus em meio a uma geração corrupta.

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V.2 – A Igreja Local• Assim, a Igreja peregrina, universal, se expressa como

comunidade local, em que a vida cristã é exercitada pelos fiéis e refletida nas atitudes que revelam o seu compromisso com a vivencia da fé. Para termos uma visão correta desse papel, nada melhor do que estabelecer como ponto de partida o núcleo da igreja primitiva em Jerusalém.

• Muitas pessoas idealizam a igreja primitiva como ‘’a igreja perfeita’’. Todavia, o livro de Atos não narra apenas as conquistas; mostra também as imperfeições humanas e as primeiras crises que ela enfrentou logo no inicio, servindo, portanto de exemplo para os dias de hoje.

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5.1.a – Uma Comunidade Que Expressa A Vivência Da Fé

• A palavra ‘’comunidade’’ tem origem latina, cuja raiz deriva do termo “comunhão”, que melhor traduz o seu equivalente grego koinonia (At 2.42). Trata-se de um vocábulo com os seguintes significados:a. É o lado visível da igreja que vivencia em sua forma

comunitária a mesma herança apostólica e os mesmos ideais de vida.

b. É o grupo que se reúne regularmente com o mesmo objetivo de adorar a Deus e tem em comum as mesmas expressões de fé.

c. É a expressão da igreja local, com sua forma bíblica de governo e organização, inserida no contexto histórico e social.

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5.1.b – Uma Comunidade Que Expressa A Vivência Da Fé

• A vida em comunidade foi uma das características predominantes dos cristãos primitivos (At 2.46; 4.32,33; 5.42; 12.5,12). Eles frequentemente se reuniam motivados sempre pela mesma razão: a fé no Cristo ressuscitado.

• A possibilidade de crer-se no Senhor e viver uma fé solitária, sem compartilhar a vida espiritual com outros irmãos, esta distante dos postulados neotestamentarios.– Hb 10:24 “E consideremo-nos uns aos outros, para nos

estimularmos à caridade e às boas obras, 25 não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia.”

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5.1.c – Uma Comunidade Que Expressa A Vivência Da Fé

• A vivência comunitária da fé experimentada pela igreja primitiva teve caráter perseverante. ‘’E perseveravam’’, afirma o texto bíblico. Não era algo eventual, descompromissado, sem nenhuma responsabilidade. Todos se sentiam comprometidos em estar juntos e partilhar das mesmas experiências espirituais.– At 2:43 “Em cada alma havia temor, e muitas

maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.44 Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. “

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5.1.d – Uma Comunidade Que Expressa A Vivência Da Fé

• Essa vivência em comunidade está, todavia, baseada em alguns fundamentos pétreos.1. O primeiro é a doutrina apostólica, os pontos cardeais

que sustentam a fé dos salvos. O ensino praticado na igreja local neotestamentaria não se baseia em interpretações sectárias, isoladas ou produzidas pela imaginação humana ou mesmo demoníaca (I Tm 1.3,4; 4.1-5; Hb 13.9). O perigo de se deslocar do cerne para o periférico, dando mais importância a este, é que a vida crista passa a subsistir sobre areia movediça.

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5.1.e – Uma Comunidade Que Expressa A Vivência Da Fé

2. Outro fundamento é a comunhão em si mesma, simbolizada no partir do pão, que será tratada de forma especifica no ponto seguinte.

3. E a vida de oração. Os cristãos primitivos, até mesmo pelo próprio condicionamento religioso e cultural proveniente do judaísmo – tinham a oração em alta conta. Se cada crente, hoje, avaliar-se com sinceridade nesse quesito, é provável que não consiga uma boa nota. Infelizmente, a igreja do mundo ocidental não é um bom exemplo nessa área. No entanto, orar é uma necessidade tão elementar da vida cristã em comunidade quanto o alimentar-se todos os dias.

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5.2.a – Uma Comunidade Que Expressa A Comunhão Cristã

• Comunhão é muito mais do que desfrutar de companheirismo ou de uma vida devocional comum com os demais. Como já demonstrado, o vocábulo grego do qual se traduz ‘’comunhão’’ é koinonia. Trata-se do envolvimento interpessoal, no sentido mais profundo, que se alegra, se entusiasma, vibra e se realiza com o progresso espiritual e material de seu irmão.

• Mas quem tem comunhão com o seu irmão também chora e sofre com ele, bem como assume as suas dores, nos momentos mais difíceis da caminhada, a ponto de ajudá-lo de modo desinteressado:

• ‘’Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram’’ (Rm 12.15).

• Esse viver comunitário é, sobretudo, baseado nos relacionamentos antes de qualquer projeto ou programa.

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5.2.b – Uma Comunidade Que Expressa A Comunhão Cristã

• É um tipo de compromisso muito bem exemplificado na relação do pastor com o rebanho, como explica Glen Wagner:– Quando Deus quis mostrar a seu povo uma imagem do modo

que ele queria que eles se relacionassem uns com os outros na comunidade, ele escolheu essa metáfora da ovelha e do pastor. Quando escolheu essa metáfora ele tinha um único motivo. Ele poderia ter escolhido uma serie de outras metáforas para descrever os lideres do seu povo – general, sargento, rei, senhor feudal, diretor, profeta – patriarca – mas não o fez. Ele escolheu o pastor de ovelhas, a vocação humana que mais se aproxima com o seu próprio caráter e a sua maneira de se relacionar com seu povo.

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5.2.c – Uma Comunidade Que Expressa A Comunhão Cristã

• Todavia, tal pratica relacional só será possível no seio da vida em comunidade, e não distante dela. Os crentes primitivos estavam juntos, se conheciam e se ajudavam mutuamente (At 2.44).

• Esse compromisso com a koinonia era de tal ordem que se dispunham a vender as suas propriedades e a colocar os recursos aos pés dos apóstolos para a assistência social (At 2.45; 4.34,35).

• É obvio que isso foi uma experiência especifica e espontânea da comunidade cristã de Jerusalém. Transformá-la em legalismo, isto é, numa norma impositiva, faz perder a força o principio bíblico que a produziu: a koinonia cristã.

• Contudo, estão implícitos na pratica o desprendimento pessoal e o amor ao próximo, pois ‘’aquele que sabe fazer o bem e o não faz comete pecado’’ (Tg 4.17).

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5.3.a – Uma Comunidade Relevante No Mundo

• O que mais chama atenção na comunidade dos crentes primitivos é que eles ‘’caiam na graça de todo o povo’’ (At 2.47). Havia relevância em sua vida cristã de tal modo que a sua mensagem penetrava e fazia diferença, inclusive na cúpula religiosa do judaísmo (At 6.7). As propostas da primeira comunidade cristã produziam impacto na sociedade e a colocavam em posição destacada.

• Quais foram, todavia, as razões dessa relevância?1. Havia o compromisso de vivenciar a fé. Eles se dispunham a

estar juntos todos os dias, em comunidade, partilhando as experiências da vida cristã. Grande parte dos problemas do movimento evangélico se deve a falta de relevância e crescente nominalismo. À medida que cresce e, em muitos casos, se distancia dos “marcos antigos”, incorpora conversões duvidosas e não transmite aos filhos da geração que chega a mesma visão do compromisso.

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5.3.b – Uma Comunidade Relevante No Mundo

2. O compromisso da igreja primitiva gerava a pratica que fez a diferença entre a nova religião cristã e o judaísmo formal e legalista. O povo via que entre os cristãos as propostas não ficavam apenas nos discursos, mas tinham sentido pratico na vida de cada um. O que ensinavam era demonstrado pelo exemplo. A cidade de Jerusalém foi literalmente revolucionada (At 4.1-31).

• Entretanto, que importância tem falar da salvação se não há interesse em evangelizar? Que valor há em pregar sobre missões, se não há ousadia em orar, enviar e contribuir? De que adianta falar em amor, se a atitude demonstrar um coração egoísta? De que vale apregoar a comunhão entre os santos, se a pratica revela discriminação e preconceito? De que serve apregoar a solidariedade, se não há disposição para socorrer os necessitados?

• Cada comunidade de fiéis, para ser relevante em sua área de atuação, necessita de que a vivência de sua fé corresponda ao que diz e ensina.

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5.4.a – Uma Comunidade Relevante Nos Resultados

• O mais importante é que a pratica tornava a comunhão cristã em Jerusalém relevante nos resultados (At 2.47; At 5.14-16).1. O tipo de vida solidária adotado, como fruto da

koinonia, era fator de atração para a sociedade.2. A nova mensagem trazida pelo evangelho fazia sentido

na vida dos ouvintes.3. Havia correspondência entre o que a comunidade

ensinava e vivia.4. Em pouco tempo a cidade de Jerusalém foi alcançada

com a nova doutrina, pois os crentes não cessavam de anunciar a Cristo em toda parte.

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5.4.b – Uma Comunidade Relevante Nos Resultados

5. Todos os dias havia genuínas conversões em todos os estratos sociais da população, inclusive entre os líderes religiosos.

6. As intervenções sobrenaturais divinas eram tantas que os enfermos trazidos à presença dos apóstolos eram curados.

• A vida em comunidade, do ponto de vista da Palavra de Deus, é parte intrínseca da vida da igreja local. Ali os seus membros podem expressar a sua fé e dar sentido a ela através do exercício da comunhão bíblica, que há de torná-los um povo relevante no compromisso, na prática e nos resultados diante da sociedade.

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VI – A Igreja E O Reino De Deus• Aqui chegamos a outro ponto importante para

melhor compreendermos o papel da igreja no mundo, e a sua relação com o Reino de Deus.

• Pois é a igreja que expressa os princípios do Reino na presente Era e introduz os salvos nessa dimensão do governo de Deus.

• Assim sendo, é primordial conhecer o que a bíblia diz sobre o Reino de Deus para que possamos agir como seus verdadeiros súditos na luta contra o império das trevas.

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6.1.a – Definição De Reino De Deus• Observa-se, se inicialmente, que o Reino de Deus foi o

cerne da mensagem pregada não só por João Batista, mas principalmente por Jesus durante o seu ministério terreno.

• Os Evangelhos sinóticos são extremamente enfáticos ao determinar as boas novas trazidas por Cristo como o anuncio da chegada do Reino de Deus (Mt 3.1,2; Mc 1.14,15; Lc 18.16,17).– ...João...Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos

céus.– ...Jesus..., pregando o evangelho do Reino de Deus.– ... Jesus, ... porque dos tais é o Reino de Deus.

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6.1.b – Definição De Reino De Deus• O Reino de Deus foi também o foco da proclamação

da igreja nascente, conforme registra o livro de Atos. Todas as vezes que o autor menciona a pregação apostólica, a centralidade da mensagem cristã esta no Reino de Deus (At 8.12; 14.22; 19.8; 20;25; 28.23,31).– ....Filipe,... que lhes pregava acerca do Reino de Deus e

do nome de Jesus Cristo. (At 8:12)– ...Paulo... muitas tribulações nos importa entrar no

Reino de Deus. (14:24)

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6.1.c – Definição De Reino De Deus• Alguns teólogos distinguem as expressões “Reino dos

céus” (mencionada 34 vezes em Mateus) e “Reino de Deus”, vinculado a primeira ao futuro estabelecimento do reino milenial. No entanto, uma exegese correta há de considerar ambas sinônimas, pelo menos por duas razões:– Enquanto Mateus utiliza ‘’Reino dos céus’’, os outros,

integrantes dos sinóticos, substituem a mesma expressão, dentro do mesmo contexto, por ‘’Reino de Deus’’ (cf. Mt 4.12-17 com Mc 1.14-20; Mt 19.13-15 com Mc 10.13-16; Mt 19.16-26 com Mc 10.17-31).

– Em diversos casos, ‘’Reino dos céus’’ aparece em Mateus com a ideia de algo já presente na historia, e não apenas em sentido escatológico (Mt 4.17; 10.1-8).

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6.1.d – Definição De Reino De Deus• Feitas essas considerações, o Reino de Deus pode

ser definido como o domínio eterno de Deus em todas as eras, desde o eterno passado ao eterno futuro, exercendo a sua soberania sobre o Universo, intervindo na historia para conduzi-la ao ápice – à restauração de todas as coisas – e ‘’revelando-se com poder na execução de suas obras’’.

• Tem a ver com seu governo soberano, que a Bíblia retrata de forma magistral com o fato de que até os cabelos de nossa “cabeça estão todos contados” (Mt 10.29,30).

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6.1.e – Definição De Reino De Deus• A expressão ‘’é chegado’’, que aparece tanto em Mateus 4.17

e 12.28, denota a ideia de “presença real”, agora, e não de proximidade, como algo para o futuro.

• Por conseguinte, a presença pessoal do Messias na história implica a presença efetiva do Reino de Deus entre os homens. No entanto, não se pode esquecer do caráter escatológico do Reino de Deus.

• Será o tempo no qual se cumprira a profecia de Daniel em que os reinos deste mundo serão destruídos, e o mal, aniquilado.

• Restabelecer-se-á a comunhão perfeita com Deus, e o Senhor reinará com justiça para sempre, incluso ai o período milenial (Dn 7.13,14,18,27).

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6.1.f – Definição De Reino De Deus

• Na presente manifestação do Reino de Deus; ser salvo implica libertação do poder do pecado:– 2Co 5:17 “Quando alguém se faz cristão,

torna-se uma pessoa totalmente nova por dentro. Já não é mais a mesma. Teve inicio uma nova vida!” (Bíblia Viva)

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6 .2.a – Agente Do Reino De Deus

O Reino de Deus sobrepuja a esfera de ação da igreja, pois, como se afirmou anteriormente, tem a ver com a soberania de Deus sobre todas as eras.

Todavia, assim como o povo de Israel constitua-se na congregação de Deus no Antigo Testamento, com a responsabilidade de manifestar diante das nações pagãs o conteúdo do Reino de Deus, igualmente foi a Igreja comissionada por Deus para a mesma finalidade.

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6 .2.b – Agente Do Reino De Deus• Com a rejeição de Jesus pelos judeus (Jo 1.12), a

implantação do Reino na Terra tornou necessária a existência da Igreja para que a soberania divina mediante o ministério de Cristo confrontasse os indivíduos a ‘’manifestarem uma reposta positiva, introduzindo-os em um novo grupo de comunhão’’ (Mt 21.42,43).– Mt 21:42 “Diz-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A

pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta por cabeça do ângulo; pelo Senhor foi feito isso e é maravilhoso aos nossos olhos? 43 Portanto, eu vos digo que o Reino de Deus vos será tirado e será dado a uma nação que dê os seus frutos.”

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6 .2.c – Agente Do Reino De Deus• Como bem afirmou um respeitado erudito, ‘’a Igreja não é senão o

resultado da vinda do Reino de Deus ao mundo por intermédio da missão de Jesus Cristo’’. A igreja, portanto, não é o Reino de Deus em sua plenitude, porém a sua expressão entre os homens. Como igreja, ela não proclama a si mesma, e sim o Reino de Deus (At 14.22; I Ts 2.12; Cl 1.13,14).

• A igreja não é um fim, mas o instrumento que apresenta ao mundo o Senhor do Reino e introduz em suas fronteiras os seres humanos arrancados do império das trevas. Aqui e agora, em seu confronto com as forças do mal, antecipa as características da vida abundante e da glória divina a serem integralmente experimentadas na dimensão escatológica do Reino de Deus.

• Por conseguinte, a igreja realiza as obras do Reino mediante a proclamação do evangelho de poder que lhe foi outorgado por Cristo (Rm 1.16).

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6 .3.a – A Mensagem Do Reino De Deus• A porta de entrada para o Reino de Deus é o

arrependimento do pecador e sua fé no Salvador segundo a mensagem proclamada pelo evangelho (Mc 1.15). Talvez isso tenha sido o principal motivo do conflito entre Jesus e os representantes da lei, pois a expectativa dos tais era fundamentada no legalismo oriundo de interpretações exacerbadas e equivocadas que nem eles mesmos podiam cumprir.

• O Mestre os condenou de forma dura e radical: ‘’Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Por que fechais aos homens o Reino dos céus, e nem vós entrais, nem deixais entrar aos que estão entrando’’ (Mt 23.13).

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6 .3.b – A Mensagem Do Reino De Deus• A igreja nada precisa acrescentar à proclamação messiânica. O

arrependimento e a fé – atitudes que cabem ao homem –, aliados à graça salvadora de Deus, sustentam a mensagem que abre a porta do Reino de Deus a humanidade.

• Há, todavia, um conteúdo ético na mensagem do Reino de Deus. Ele transparece principalmente no sermão da montanha, que, segundo os eruditos, ‘’ contem toda a essência da doutrina de Cristo’’.

• Enquanto os fariseus impunham a ética como resultado da obediência a lei, o Senhor a reconhece como provindo de sua própria Pessoa “e do Reino de Deus, que irrompeu na historia por seu intermédio”. Analisada a luz do texto, a ética do sermão do monte é absoluta e implica o tipo de vida que o Senhor deseja para os súditos do Reino.

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6 .3.c – A Mensagem Do Reino De Deus• Tivesse tal ética caráter legalista, ninguém seria capaz de cumpri-

la integralmente na era presente, pois estaria contrariando o ensino bíblico sobre a imperfeição do crente e a advertência de que ele pode vir a pecar, ainda que a Palavra de Deus ordene o contrario. Portanto, esse conteúdo ético só será experimentado ‘’de modo perfeito’’ na dimensão escatológica do Reino de Deus.

• Todavia, é o ideal permanente de todo o crente que adentrou a esfera do Reino de Deus, através da igreja, onde submete sua vida constantemente ao poder do Espírito Santo, que o faz caminhar em busca da perfeição, como fazia o apostolo Paulo (Fp 3.14).

• Assim, a igreja em sua peregrinação histórica expressa a realidade presente do Reino de Deus e aponta para as dimensões da era vindoura, onde ele será experimentado em toda a sua gloria e esplendor.

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VII – A Igreja E Seus Símbolos• São varias as metáforas para ilustrar a natureza da Igreja, de seus

membros em particular e de seu relacionamento em Cristo. Este é um recurso de linguagem que traz luz ao nosso entendimento e ajuda na apreensão dos conceitos expostos.

• O simbolismo é uma das riquezas da literatura bíblica, como as descritas no Evangelho de João.

• Ali, entre outras figuras de linguagem, o Senhor é apresentado como:– Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (1.29);– Porta de entrada ao pecador arrependido (10.9);– Bom Pastor (10.11), que cuida com zelo e amor de suas ovelhas;– Videira verdadeira (15.1), que nutre os ramos com a seiva do Espírito.

• Entre as metáforas que tratam da Igreja, há três que melhor contextualizam a visão atual de sua missão terrena: Noiva, Templo e Corpo.

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7.1 – A Igreja Como Noiva De Cristo• Esta primeira alusão remete a importância que as Escrituras

dão ao matrimonio como instituição divina, quando o compara a relacionamento entre Cristo e a Igreja (Ef 5.24-27).

• Outra lição desse rico simbolismo é a da sujeição da Igreja a Cristo (Ef 5.24). O apóstolo Paulo a usa para exemplificar a mesma atitude da mulher para com o marido. No entanto, a ideia aqui não é a de uma sujeição imposta pela força ou por uma decisão unilateral e legalista da esposa. É fruto do amor intenso dedicado pelo esposo, que produz nela profundo sentimento de afeto, resultando no reconhecimento espontâneo de sua sujeição posicional.

• Outro detalhe expresso no símbolo é que a pureza da Igreja como Noiva resulta da entrega do Senhor por ela (Ef 5.26,27). É ele que a santifica, purifica e a torna imaculada e irrepreensível.

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7.2. – A Igreja Como Templo De Deus• A igreja como Templo de Deus traz a ideia subjacente da

construção de um edifício que se ergue sob as rigorosas normas da engenharia –‘’ bem ajustado’’ (Ef 2.21). Aqui se evidenciam duas coisas.– Quem normatiza e aplica os detalhes técnicos da obra é o

engenheiro responsável; este princípio denota a mesma responsabilidade no trato de Cristo com a Igreja. As normas partem dele e já estão reveladas na Bíblia, não podendo ser substituídas por suposições humanas, sob pena de fazer ruir todo o edifício (Cl 2.20-23).

– A igreja foi projetada como lugar da habitação do Deus trino, que, mediante o Espírito Santo, envolve-se em toda a sua peregrinação histórica. O projeto, portanto, pertence ao Pai; a execução, ao Filho; e o acompanhamento, ao Espírito Santo (Ef 3.9; Mt 16.18; Jo 14.16,17,26).

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7.2. – A Igreja Como Templo De Deus• Outro desdobramento cabível aqui é a doutrina da

transcendência e da imanência de Deus. Em sua transcendentalidade, Deus é chamado de Altíssimo, haja vista habitar “em um alto e santo lugar”. Todavia, ao mesmo tempo em que o Céu dos céus é a sua eterna morada, identifica-se também como o Deus imanente, que habita ‘’com o contrito e abatido de coração’’ (Is 57.15).

• Mais um conceito implícito no símbolo do Templo é o de que faz parte da natureza essencial da Igreja adorar a Deus. Este é o sentido do verbo ‘’cultuar’’. Nesse caso, a adoração não deve passar para o plano secundário ou mesmo terciário, tampouco ser esquecida. Deus deve receber destaque no culto, ser o centro das atenções.

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7.3 – A Igreja Como Corpo De Cristo• Este simbolismo traduz a ideia de que são diversos órgãos e muitos

membros, mas todos trabalham de forma orgânica e harmônica, interligados, em benefícios do Corpo de Cristo (I Co 12.12). Vale a pena reiterar: ninguém trabalha em favor de si. Qualquer ação de um órgão ou membro em corpo saudável esta relacionada com toda a estrutura orgânica que sustenta a vida. E acima esta a Cabeça – o cérebro – no comando.

• Assim são as Igrejas. Elas somam milhões de membros no mundo. Quando todos cumprem a sua parte, elas se beneficiam, mas, se algum de seus membros esta enfermo espiritualmente e não é logo restaurado, afeta o ‘’corpo’’. Haja vista inúmeros exemplos que promovem escândalos e trazem má fama ao povo de Deus. É responsabilidade de todos os crentes trabalharem de forma orgânica e harmônica, interligados, em favor do crescimento, saúde e fortalecimento da igreja, tendo Cristo como Cabeça, na liderança (Ef 1.22,23).

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7.3 – A Igreja Como Corpo De Cristo• Sem nenhum exagero, a igreja atual precisa ser mais ‘’corpo’’ e

menos ‘’indivíduos’’. Todavia, esta ideia não anula a utilidade de cada membro em particular. Todos cumprem uma atividade regular e indispensável no processo da vida. Se algum deles, por qualquer motivo, para de trabalhar, o ‘’corpo’’ ressente-se de sua inatividade. Essa é a visão que norteia a nossa presença na Terra (I Co 12.14,27).

• Muitos crentes, por não entenderem corretamente esse principio, sentem-se inúteis e não se envolvem no serviço cristão. Mas, se todos se impregnarem do senso de utilidade, a vida de oração será aprofundada, não faltarão recursos para a expansão do Reino, a evangelização será mais rápida, a obra missionária não andará a passos lentos, a unidade não se constituirá em utopia, e a igreja terá relevância no muno (I Co 15.58).

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