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Teoria da biblioteca_2.0-web_2.0_e_suas_implicacoes_para_as_bibliotecas_f

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  • Inf. & Soc.: Est., Joo Pessoa, v.17, n.1, p.44-55, jan./abr. 200744

    TEORIA DA BIBLIOTECA 2.0: Web 2.0 e suasimplicaes para as bibliotecas*

    Jack M. Maness**

    ResumoEste artigo firma uma definio e uma teoria para Biblioteca 2.0. Ele sugere que opensamento recente sobre a mudana da Web como Web 2.0 ter implicaessubstanciais para as bibliotecas, e reconhece que enquanto essas implicaesmantiverem-se prximas da histria e da misso das bibliotecas, elas ainda necessitarode um novo paradigma para a biblioteconomia. O artigo aplica a teoria e a definiopara a prtica da biblioteconomia, especificamente discutindo como as tecnologiasWeb 2.0, como mensagens sncronas e streaming media, blogs, wikis, redes sociais,tagging, alimentadores RSS, e mashups podem forar mudanas no modo como asbibliotecas oferecem acesso a suas colees e o suporte ao usurio para tal acesso.

    Palavras-chaveWEB 2.0BIBLIOTECA 2.0 BLOGWIKISTREAMING MEDIAREDES SOCIAISTAGGINGRSSMASHUP

    1 INTRODUO

    Enquanto o termo amplamente definido e interpretado, Web 2.0 foi primeirocomunicada, conceitualizada e tornada popular por Tim OReilly e Dale Dougherty daOReilly Media em 2004 para descrever as tendncias e os modelos de negcios quesobreviveram ao crash do setor de tecnologia nos anos 90 (OREILLY, 2005). Ascompanhias, servios e tecnologias que sobreviveram, eles argumentam, todas tinham certascaractersticas em comum; eram colaborativas por natureza, interativas, dinmicas, e a linhaentre criao e consumo de contedo nesses ambientes era tnue (usurios criavam ocontedo nesses sites tanto quanto eles o consumiam). O termo agora amplamente usado einterpretado, mas Web 2.0, essencialmente, no uma Web de publicao textual, mas umaWeb de comunicao multi-sensitiva. Ela uma matriz de dilogos, e no uma coleo demonlogos. Ela uma Web centrada no usurio de maneira que ela no tem estado distante deser.

    Esta caracterizao do estado atual da Web s vezes discutida, e ainda que a

    * Traduo do original Library 2.0 theory: Web 2.0 and its implications for libraries, publicado na Webology, v.3,n.2. Disponvel em: < http://www.webology.ir/2006/v3n2/a25.html >. Traduzido por Geysa Cmara de LimaNascimento [email protected] e Gustavo Henrique do Nascimento Neto [email protected].** MLS, University of Colorado at Boulder Libraries, 1720 Pleasant St., Boulder, CO, [email protected]

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    delineao clara entre a primeira e a segunda Webs seja aqui admitida para ser uma mdiaarbitrria, deve ainda ser aceito que a Web est com certeza envolvida em um espao maisinterativo, voltado a questes tecnolgicas e multimdia, e esse entendimento do termo usado neste artigo. Como OReilly (2005) observa naquele que quase sempre citado como otrabalho seminal em Web 2.0, pginas pessoais esto em blogs, enciclopdias esto naWikipedia, tutoriais baseados em texto esto em aplicaes streaming media, taxonomiasesto em folksonomias, e questes de pergunta/resposta para suporte ao cliente esto emservios de mensagens instantneas.

    As implicaes dessa revoluo na Web so enormes. Os bibliotecrios esto apenascomeando a conhecer e escrever sobre isso, primordialmente na biblioblogosfera (blogsescritos por bibliotecrios). Revistas e outras literaturas mais tradicionais ainda tem queentender completamente o conceito, mas a aplicao do pensamento e das tecnologias Web2.0 aos servios e colees de bibliotecas tem sido amplamente enquadrada como Biblioteca2.0 (MILLER 2005a; 2005b; 2006a; 2006b; NOTESS, 2006).

    Muitos autores de Biblioteca 2.0 iro concordar que muito daquilo que foi adotado nasbibliotecas, na primeira revoluo Web, esttico. Por exemplo, catlogos de acesso pblicoonline (OPAC) requerem usurios para buscar por informao, e ainda que muitas estejamcomeando a incorporar tcnicas de Web 2.0 juntando dados relativos a um usurio (checandoitens, preferncias de busca, alertas de busca), eles no respondem com recomendaes, comofaz Amazon.com, um servio mais dinmico, Web 2.0. Semelhantemente, a primeira geraode instruo de bibliotecas on-line foi provida por seminrios baseados em texto que soestticos e no respondem s necessidades de usurios nem permitem aos usurios interagirum com o outro. Porm, estes comearam a evoluir em ambientes mais interativos, ricos emmdias, usando programas de animao e bancos de dados mais sofisticados. Bibliotecas jesto indo para a Web 2.0, mas esse movimento est s comeando.

    De acordo com Miller (2005a), Biblioteca 2.0 um termo cunhado por MichaelCasey em seu blog LibraryCrunch. Embora seus escritos sobre Biblioteca 2.0 sejam baseadoscom autoridade, Casey (2006a) define o termo muito amplamente, argindo que isso se aplicaalm dos servios e inovaes tecnolgicas. Concordando com Casey, outros bibliotecriosblogueiros tm iniciado uma explorao conceitual do que Biblioteca 2.0 pode significar, epor causa dessa discusso discrepante com muitos parmetros amplos, h muita controvrsiasobre a definio e importncia relativa do termo. A natureza dessa controvrsia Lawson(2006), Peek (2005), e Tebbutt (2006) exploram e comeam a retificar adequadamente, eCrawford (2006) fornece uma descrio muito completa da ambigidade e confuso quecercam o termo, parcialmente sugerindo que no h nada inerentemente novo sobre a idia.

    Este artigo tenta resolver algumas dessas controvrsias sugerindo uma definio e umateoria para Biblioteca 2.0, bem como providenciando exemplos de suas substanciaisimplicaes para a biblioteconomia. Uma definio e teoria mais exatas para Biblioteca 2.0so necessrias para focar a discusso e experimentao dentro da comunidade, e serovaliosas na implementao de novos servios baseados em web nos prximos anos (nesteponto importante notar, como Breeding (2006) faz, que algumas bibliotecas ainda esto seesforando para adotar servios simples, estticos, baseados em web; interessantemente, hservios Web 2.0, como o Public Library Interface Kit, ou Plinkit, que poderiam ajudarnesse esforo).

    Este artigo define Biblioteca 2.0 como a aplicao de interao, colaborao, etecnologias multimdia baseadas em web para servios e colees de bibliotecas baseados emweb, e sugere que esta definio seja adotada pela comunidade biblioteconmica. Ao limitara definio a servios web, e no a servios gerais de biblioteca, evita uma confuso potenciale suficientemente permite que o termo seja pesquisado, depois teorizado, e o faz mais usvel

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    no discurso profissional. A aplicao da teoria da Biblioteca 2.0 a aspectos dabiblioteconomia alcanando tecnologias alm da Web 2.0 bem vinda, claro, mas deve serprovavelmente moldada por um vocabulrio diferente. De fato, Casey (2006a) reconhece aocorrncia de idias similares ao longo da histria das bibliotecas, e Hale (1991) fornece umamarcante discusso da filosofia externa centrada no usurio para os servios web. No hsimplesmente necessidade de usar o termo Biblioteca 2.0 neste ambiente. Ela ser umateoria muito mais usvel se for focado em servios web, da forma que Abrams (2005) temdefinido isso.

    Uma teoria para Biblioteca 2.0 poderia ter quatro elementos essenciais: centrada no usurio. Usurios participam na criao de contedos e servios que

    eles vem na presena da biblioteca na web, OPAC, etc. O consumo e a criao do contedo dinmica, e por isso as funes do bibliotecrio e do usurio nem sempre so claras.

    Oferece uma experincia multimdia. Ambos, colees e servios de Biblioteca 2.0,contm componentes de udio e vdeo. Embora isso nem sempre seja citado como uma funode Biblioteca 2.0, aqui sugerido que deveria ser.

    socialmente rica. A presena da biblioteca na web inclui a presena dos usurios.H tanto formas sncronas (e.g. MI) e assncrona(e.g. wikis) para os usurios se comunicarementre si e com os bibliotecrios.

    comunitariamente inovadora. Este talvez o aspecto mais importante e singularda Biblioteca 2.0. Baseia-se no fundamento das bibliotecas como servio comunitrio, masentende que as comunidades mudam, e as bibliotecas no devem apenas mudar com elas, elasdevem permitir que os usurios mudem a biblioteca. Ela busca continuamente mudar seusservios, achar novas formas de permitir que as comunidades, no somente indivduos,busquem, achem e utilizem informao.

    Biblioteca 2.0 uma comunidade virtual centrada no usurio. Ela socialmente rica,quase sempre um espao eletrnico igualitrio. Enquanto que o Bibliotecrio 2.0 deveria atuarcomo um facilitador e prover suporte, ele ou ela no necessariamente o primeiro responsvelpela criao do contedo. Os usurios interagem e criam recursos (contedo) uns com osoutros e com os bibliotecrios. De vrias formas, uma realidade virtual para bibliotecas, umamanifestao Web da biblioteca como lugar. Uma presena da biblioteca na Web emBiblioteca 2.0 inclui a presena da constituio daquela biblioteca e utiliza tanto as mesmasaplicaes e tecnologias como sua comunidade, Habib (2006) considera um modelo muito tilpara Biblioteca 2.0 para bibliotecas universitrias.

    Enquanto estas doutrinas conceituais de Biblioteca 2.0 poderiam estar bastante seguras,pressentindo os particulares tecnolgicos da prxima gerao de servios eletrnicos debiblioteca, esto ambas carregadas com um erro inevitvel e absolutamente necessrio. Osdetalhes de como as aplicaes comuns Web 2.0 continuaro a evoluir, e como bibliotecaspoderiam utilizar e lev-las para os seus usurios, esto inerentemente escondidos - eles socompletamente sobre inovao. Mas o conceito que suporta a presena da biblioteca na Web ecomo ela tem que evoluir para uma presena multimdia que permita aos usurios estarempresentes, bem como a biblioteca e o bibliotecrio e um com o outro, est claramenteprecisando de desenvolvimento. Os prognsticos seguintes so, ento, mais especulativos quepreditivos. Eles querem dizer para explorar conceptualmente e prover contexto relao entrea evolutiva Web e a evolutiva biblioteca, como esboados acima, como meios para facilitar ainovao e a experimentao em servios eletrnicos na biblioteca, e no quer dizer que estalista esteja completa.

    2 MENSAGENS SNCRONAS

    ManuelaRealce

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    Esta tecnologia j tem sido abraada bem rapidamente pela comunidade da biblioteca.Mais amplamente conhecida como mensagens instantneas (MI), ela permite comunicaotextual em tempo real entre indivduos. As bibliotecas comeam a empreg-la para proverservios de referncia por chat, onde os usurios podem se comunicar sincronamente combibliotecrios assim como eles fariam em um contexto de referncia face-a-face.

    Alguns podem considerar MI uma tecnologia de WEB 1.0, j que sua origem precedeo crash do mercado de tecnologia e normalmente requer o download do software, enquanto amaioria das aplicaes 2.0 est completamente baseada em web. aqui considerada 2.0 namedida em que consistente com os dogmas da Biblioteca 2.0: ela permite a presena dousurio dentro da presena da biblioteca na web; ela permite colaborao entre usurios ebibliotecrios; e ela permite uma experincia mais dinmica que os servios 1.0,fundamentalmente estticos e de natureza de pronto-consumo. Tambm considerada 2.0,pois ela est se tornando uma aplicao mais baseada em web, e o software usado pelosservios de referncia por chat usualmente muito mais robusto que simples aplicaes de MIque so bem populares (elas normalmente permitem co-navegao, compartilhamento dearquivos, captura de tela, e compartilhamento e minerao de dados e logs prvios).

    O futuro dessas tecnologias no campo da biblioteca interessante. Ao providenciareste interativo servio Web, as bibliotecas posicionam-se a adotar seus sucessores profissionale rapidamente. J a natureza baseada em textos das aplicaes de MI est mudando para umaexperincia mais multimdia, onde mensagens de udio e vdeo esto ficando mais comuns.Mesmo que elas providenciem mais experincias multi-sensoriais, elas esto se tornandoonipresentes disponveis atravs da presena da biblioteca na web. Bibliotecas j estocolocando links para seus servios de referncia por chat dentro de seus prprios recursos,assim como ao nvel do artigo em bancos de dados de subscrio. Da mesma forma que umusurio em uma biblioteca fsica est quase por definio perto de um bibliotecrio, areferncia por chat se tornando mais presente poderia gerar uma circunstncia similar nomundo da Web. Talvez no esteja distante o tempo em que a referncia por chat ir tomarlugar dentro da rede de trabalho da biblioteca, provendo uma experincia mais perfeita.

    Alm disso, possvel que um usurio deixe que, como um servio, essa refernciapor chat possa aparecer quando certos comportamentos de busca do usurio so detectados.Por exemplo, quando um usurio navega em certos sites, repetindo passos e se movendociclicamente atravs de um esquema de classificao ou de uma srie de recursos, um serviode mensagem sncrona poderia aparecer para oferecer assistncia. O paralelo fsico para isso um usurio vagando entre as estantes de livros, e um bibliotecrio, sentindo que est perdido,oferece ajuda. Biblioteca 2.0 saber quando os usurios esto perdidos, e oferecero ajudaimediata, e assistncia em tempo real.

    As bibliotecas podem fazer bem ao continuar adotando essa tecnologia conforme elaevolui, na medida em que ela permite servios de referncia em uma mdia online para seaproximar/chegar mais perto dos mais tradicionais servios de referncia de uma bibliotecafsica. Certamente est prximo o tempo em que a referncia Web ser indistinguvel dareferncia face-a-face; bibliotecrios e usurios vero e escutaro uns aos outros, ecompartilharo telas e arquivos. Em adio, as transcries que essas sesses geram, iroservir para a biblioteconomia de forma que a referncia face-a-face nunca serviu. Pelaprimeira vez na histria das bibliotecas, haver uma coleo contnua de transcries doprocesso de referncia, sempre aguardando avaliao, anlise, catalogao, e recuperao paraa referncia do futuro.

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    3 STREAMING MEDIA

    O fluxo da mdia de udio e vdeo outra aplicao que muitos podem considerarWeb 1.0, pois isso tambm predata o pensamento da Web 2.0 e era amplamente empregadoantes de muitas das tecnologias subseqentes terem sido inventadas. Mas por razes similares mensagem sncrona, ela aqui considerada 2.0. Certamente, para as biblioteca comearem amaximizar o uso da streaming media para seus usurios, o pensamento 2.0 ser necessrio.

    Como mencionado, o oferecimento de instrues de biblioteca online tem incorporadomais interatividade, mais facetas ricas em mdia. A explanao esttica, baseada em texto comuma ajuda para ser baixada est sendo suplantada por tutoriais mais experimentais. AAssociation of College and Research Libraries Instruction Section fornece uma base de dadosde tutoriais, muitos dos quais so Web 2.0 em sua natureza, chamada Peer ReviewedInstructional Materials Online (PRIMO).

    Muitos desses tutoriais usam programao Flash, screen-cast software, ou streamingudio ou vdeo, e une a apresentao de mdia com testes interativos; usurios respondem aquestes e o sistema responde brincando. Esses tutoriais so talvez o primeiro dos servios debiblioteca a migrar para uma Web 2.0 mais rica socialmente. Muitos, se no todos, entretanto,geralmente no fornecem uma ferramenta pela qual os usurios possam interagir uns com osoutros, nem diretamente com bibliotecrios. Este fato marca um possvel potencial para odesenvolvimento continuado desses tutoriais. Isso poderia tomar a forma de salas de chat ouwikis multimdias, e os usurios iro interagir uns com os outros e com o objeto que estiverem mos, assim como eles fariam em uma sala de aula ou em um laboratrio.

    Outra implicao da streaming media para as bibliotecas tem mais a ver com as linhasdas colees do que com os servios. Conforme uma mdia criada, as bibliotecas seroinevitavelmente as instituies responsveis por arquivar e prover acesso a elas. No sersuficiente simplesmente criar cpias-fiis desses objetos e permitir o acesso dos usurios aeles dentro dos confins do espao fsico da biblioteca, entretanto. Mdias criadas pela Web, naWeb, originadas na Web, e bibliotecas, esto ainda iniciando a explorar seu fornecimentoatravs de aplicaes de repositrio digital e tecnologias de gesto de aquisio digital. Jessas aplicaes so geralmente separadas do catlogo da biblioteca, e esta ruptura necessitarser consertada. A Biblioteca 2.0 no mostrar nenhuma distino entre formatos e os pontospelos quais eles podem ser acessados.

    4 BLOGS E WIKIS

    Blogs e wikis so fundamentalmente 2.0, e sua proliferao global tem enormesimplicaes para as bibliotecas. Blogs podem com certeza ser at mesmo uma pedrafundamental na histria da publicao, mais importantes que as pginas web. Eles habilitam aproduo e o consumo rpidos de publicaes baseadas em Web. De alguma forma, ocopyright do material impresso est para pginas web assim como a imprensa escrita est paraos blogs. Blogs so HTML para as massas.

    A mais bvia implicao de blogs para as bibliotecas que eles so outra forma depublicao e precisam ser tratados como tal. Eles carecem de coordenao editorial e dasegurana que esta prov, mas alguns so ainda produes integrais em um corpo deconhecimento, e a falta deles em uma coleo de biblioteca poderia logo se tornar impensvel.Isto ir, claro, complicar altamente o processo de desenvolvimento de colees, e obibliotecrio necessitar exercitar um grande trabalho de experincia e meticulosidade quandoadicionar um blog coleo (ou, talvez, um sistema automatizado de desenvolvimento de

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    colees de blogs). Ou, talvez as muitas noes de autenticidade e autoridade, toimportantes para o desenvolvimento de colees, necessitaro ser repensadas no despertardessa inovao.

    Wikis so essencialmente pginas web abertas, onde qualquer pessoa registrada nowiki pode publicar nele, melhor-lo, e mud-lo. Assim como os blogs, eles no so da mesmafidedignidade das fontes tradicionais, como as freqentes discusses da Wikipedia (umaenciclopdia online onde qualquer usurio registrado pode escrever, melhorar ou fazerqualquer outra edio nos artigos) no mundo das biblioteca notam bem; mas este tipo de cursono elimina seu valor, isso meramente muda a biblioteconomia, complica o desenvolvimentode colees e a instruo de alfabetizao informacional. A carncia de reviso por pares ecomisso editorial um desafio para os bibliotecrios, no que os usurios devam evitarwikis, mas somente aqueles em que podem entender e ser crticos deles. Wikis como itens deuma coleo, e a instruo associada de usurios na avaliao deles, so quase com certezapartes do futuro das bibliotecas.

    Em adio, um wiki da biblioteca como um servio pode habilitar a interao entrebibliotecrios e usurios, essencialmente movendo a sala de grupo de estudos online. Comoos usurios compartilham informao e fazem perguntas, respondem questes, e osbibliotecrios fazem o mesmo dentro de um wiki, um registro dessas transaes estarquivado talvez para a eternidade. E esses transcritos se tornam em recursos para a bibliotecaprover como referncia. Alm do mais, wikis e blogs quase com certeza tambm iro evoluirdentro de um ambiente mais multimdia, onde as colaboraes sncronas e assncronas deudio e vdeo iro ter lugar. Blogs so novas formas de publicao, e wikis so novas formasde salas de estudo em grupo.

    Por fim, blogs e wikis so solues relativamente rpidas para colocar colees eservios de biblioteca dentro da Web 2.0. Este incio de Biblioteca 2.0 faz colees e serviosmais interativos e mais centrados nos usurios, possibilita que os consumidores de informaocontatem com produtores de informao e tornem-se eles mesmos co-produtores. Ou seja, aBiblioteca 2.0 borra a linha entre bibliotecrio e usurio, criador e consumidor, autoridade enovato. O potencial para esta mudana dramtica muito real e imediato, um fato que colocauma incrvel importncia na alfabetizao informacional. Em um mundo onde nenhumainformao inerentemente autorizada e vlida, as caractersticas de pensamento crtico daalfabetizao informacional so parmetros para todas as outras formas de aprender.

    5 REDES SOCIAIS

    Redes sociais so talvez a mais promissora e amigvel tecnologia discutida aqui. Elaspermitem mensagens instantneas, blogs, streaming media, e tags, que ser discutida depois.MySpace, FaceBook, Del.icio.us, e Flickr so redes que tem divertido massas populares naWeb 2.0. Enquanto MySpace e FaceBook permitem que os usurios compartilhem a simesmos entre si (com perfis detalhados das vidas e personalidades dos usurios), Del.icio.uspermite que os usurios compartilhem recursos Web, e Flickr permite o compartilhamento defiguras. Frappr um pouco de uma rede misturada, usando mapas, salas de chat, e figuraspara conectar indivduos.

    Outras redes sociais so bem notveis. LibraryThing permite que os usurioscataloguem seus livros e vejam o que outros usurios compartilham desses livros. Asimplicaes desse site em como os usurios recomendam leitura para os usurios latente.LibraryThing permite que usurios, milhares deles potencialmente, recomendem livros unsaos outros simplesmente ao verem as colees uns dos outros. Isso tambm permite que eles

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    se comuniquem assincronamente, criem blogs, e coloquem tags em seus livros.No requer muita imaginao comear a ver uma biblioteca como uma rede social em

    si. De fato, muitas das funes das bibliotecas ao longo da histria tem sido como um lugar dereunio comum, um lugar de compartilhar identidade, comunicao, e ao. Redes sociaispermitiriam que bibliotecrios e usurios no somente interagissem, mas compartilhassem etransformassem recursos dinamicamente em um meio eletrnico. Usurios podem criarvnculos com a rede da biblioteca, ver o que outros usurios tm em comum com suasnecessidades de informao, baseado em perfis similares, demografias, fontes previamenteacessadas, e um grande nmero de dados que os usurios fornecem. E, claro, essas redespermitiriam que os usurios escolhessem o que pblico e o que no , uma noo quepoderia ajudar a lograr os pontos de privacidade que a Biblioteca 2.0 levanta e que Litwin(2006) enumera bem.

    De todos os aspectos sociais da Web 2.0, pode ser que as redes sociais e seussucessores espelhem-se mais na biblioteca tradicional. Redes sociais, em vrios sentidos, Biblioteca 2.0. A face da presena da biblioteca na web no futuro pode parecer muito maiscom uma interface de rede social.

    6 TAGGING

    Tagging essencialmente habilita os usurios a criarem cabealhos de assunto para oobjeto que tiverem em mos. Como Shanni (2006) descreve, tagging essencialmente Web2.0 pois ela permite aos usurios adicionar e modificar no somente contedo(dados), mas ocontedo que descreve o contedo(metadados). No Flickr, os usurios etiquetam figuras. NoLibraryThing, eles rotulam livros. Na Biblioteca 2.0, os usurios poderiam etiquetar a coleoda biblioteca e assim participar do processo de catalogao.

    Tagging simplesmente faz a busca paralela mais fcil. O exemplo quase sempre citadodo cabealho de assunto da Biblioteca do Congresso dos EUA, cookery, o qual ningumque fale ingls usaria quando se refere a cookbooks, ilustra o problema da classificaopadronizada. Tagging transformaria o menos usado cookery no mais usado cookbooksinstantaneamente, e a busca paralela seria grandemente facilitada.

    Claro, tags e assuntos padronizados no so mutuamente exclusivos. O catlogo daBiblioteca 2.0 habilitaria os usurios a seguir ambos, tanto os assuntos padronizados quantoas tags dos usurios; seja qual fizer mais sentido para eles. Em troca, eles podem adicionartags s fontes. O usurio responde ao sistema, o sistema responde ao usurio. Este catlogo detags um catlogo aberto, um catlogo customizado, centrado no usurio. Isso biblioteconomia no seu melhor.

    7 RSS Feeds

    Alimentadores RSS e outras tecnologias correlatas fornecem ao usurio um jeito deorganizar e republicar contedo na Web. Usurios republicam contedo de outros sites oublogs em seus prprios sites, agregam contedo de outros sites em um nico lugar, e destilamostensivamente a Web para seu uso pessoal. Organizao de contedo outra aplicao Web2.0 que j est tendo um impacto nas bibliotecas, e poderia continuar a causar impacto demaneiras singulares.

    Bibliotecas j esto criando alimentadores RSS para os usurios assinarem, incluindoatualizaes sobre os novos itens na coleo, novos servios, e novos contedos nas bases de

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    dados por assinatura. Elas tambm esto republicando contedo em seus sites. Varnum (2006)prov um blog que detalha como as bibliotecas usam os alimentadores RSS para uso dopblico.

    Mas a biblioteca tem que explorar formas de usar RSS mais incisivamente, j. Umnovo produto de uma companhia chamada BlogBridge, BlogBridge: Library(BBL), umsoftware que voc pode instalar em seu prprio servidor, dentro do seu firewall. No ocontedo da biblioteca(os livros), a biblioteca(a construo) que esse software organiza.Enquanto o potencial do BBL para as bibliotecas ainda tem que ser determinadoapropriadamente para que ele possa ser novo, possvel que essa organizao recoloque anavegao e a busca por contedo atravs dos websites das bibliotecas. BBL e as aplicaesagregadoras de RSS similares instaladas em um sistema de biblioteca e somado rede socialda biblioteca, habilitaro os usurios a terem uma nica, customizvel e pessoal pgina nabiblioteca que organiza todo o contedo da biblioteca que os interessa e a sua pesquisa,eliminando informao irrelevante. E os usurios iro, claro, controlar aquela pgina eaquele contedo.

    8 MASHUPS

    Mashups so talvez o mais singular conceito que confirma todas as tecnologiasdiscutidas neste artigo. Eles so aplicaes ostensivamente hbridas, onde duas ou maistecnologias ou servios so combinadas em outro completamente novo, um novo servio.Retrivr, por exemplo, combina a base de dados do Flickr e um algortimo de arquiteturainformacional experimental para possibilitar aos usurios procurar imagens no pelosmetadados, mas pelos dados em si. Usurios buscam por imagens esboando as imagens. Emalguns casos, muitas das tecnologias discutidas acima so mashups em sua prpria natureza.Outro exemplo WikiBios, um site onde os usurios criam biografias online de um outro,essencialmente misturando blogs com redes sociais.

    Biblioteca 2.0 um mashup. Ela um hbrido de blogs, wikis, streaming media,agregadores de contedo, mensagens instantneas, e redes sociais. Biblioteca 2.0 lembra umusurio quando eles esto logados. Isso permite ao usurio editar os dados e os metadados doOPAC, salvar as tags dos usurios, conversas por mensagens instantneas com bibliotecrios,entradas wiki com outros usurios (e catalogar tudo isso para o uso de outros), e o usurio esthbil para fazer todo ou parte do seu(da biblioteca) perfil pblico; usurios podem ver queitens similares outros usurios esto observando, pegar emprestada ou emprestar tags, e umgigante catlogo feito pelos usurios criado e mesclado com o catlogo tradicional.

    Biblioteca 2.0 completamente centrada no usurio e dirigida pelo usurio. Ela ummashup de servios tradicionais de biblioteca e servios inovadores Web 2.0. Ela umabiblioteca para o sculo 21, rica em contedo, interatividade e atividade social.

    9 CONCLUSO

    Tudo isso junto, o uso dessas aplicaes e tecnologias Web 2.0, com outras aqui nomencionadas e outras ainda no inventadas, constituiro uma significativa e substantivamudana na histria das bibliotecas. A coleo da biblioteca ir mudar, tornando-se maisinterativa e plenamente acessvel. Os servios de biblioteca iro mudar, focando mais nafacilitao da transferncia da informao e em alfabetizao informacional do quefornecendo acesso controlado a isso. Este artigo coloca quatro conceitos ratificados para

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    Biblioteca 2.0: ela centrada no usurio; uma experincia multimdia; rica socialmente; ecomunitariamente inovadora. Tambm se admite uma definio focada para o termo: Aaplicao de interatividade, colaboratividade, e tecnologias multimdia baseadas em web paraservios e colees de biblioteca.

    A melhor concepo de Biblioteca 2.0 neste momento seria uma interface de redesocial que o usurio desenha. Isto , um OPAC personalizado que incluem acesso a MI,alimentadores RSS, blogs, wikis, tags, e perfis pblicos e privados dentro da rede dabiblioteca. Isto realidade virtual da biblioteca, um lugar onde algum pode no apenasprocurar por livros e revistas, mas interagir com uma comunidade, com um bibliotecrio, ecompartilhar conhecimento e entendimento com eles. Biblioteca 1.0 levou colees e serviosesparsos para um ambiente online, e Biblioteca 2.0 iro levar o pacote completo de serviosde biblioteca para um meio eletrnico. A biblioteca tem tido presena na web por muitos anos,e com Biblioteca 2.0, seus usurio sero convidados a entrar nela.

    Enquanto Biblioteca 2.0 uma mudana, ela de natureza prxima tradio emisso das bibliotecas. Isso possibilita o acesso informao para a sociedade, ocompartilhamento dessa informao, e a sua utilizao para o progresso da sociedade.Biblioteca 2.0, realmente, meramente uma descrio da ltima instncia de uma instituioduradoura e testada pelo tempo em uma sociedade democrtica. Web 2.0 e bibliotecas casambem, e muitos bibliotecrios tm reconhecido isso.

    No obstante esta mudana bem conveniente com a histria das bibliotecas e suamisso ainda uma mudana paradigmtica bsica a biblioteconomia abrir no somenteacesso aos seus catlogos e colees, mas acesso a seu controle. Biblioteca 2.0 demandabibliotecas que foquem menos em estoques de sistemas seguros e mais em sistemas dedescobertas colaborativas. H talvez uma grande sincronia entre biblioteconomia e Web 2.0,mas vista holisticamente, Biblioteca 2.0 revoluciona a profisso. No lugar de criar sistemas eservios para os usurios, os bibliotecrios iro habilitar os usurios a cri-los (sistemas eservios) para eles mesmos. Uma profisso parada por dcadas em uma cultura de controle edeterminismo necessitar continuar a se mover para abraar a facilitao e a ambigidade.Esta mudana corresponde a mudanas similares na histria da biblioteca, incluindo aabertura dos acervos e a incluso de fico e jornais no comeo do sculo XX.

    Biblioteca 2.0 no sobre buscar, mas sobre encontrar; no sobre acesso, mascompartilhamento. Biblioteca 2.0 reconhece que os humanos esto buscando e utilizandoinformao no enquanto indivduos, mas enquanto comunidades. Alguns exemplos dapassagem de Biblioteca 1.0 para Biblioteca 2.0 incluem: Referncia por e-mail/Pginas de Perguntas e Respostas - Referncia por chat Tutoriais textuais - Tutoriais com streaming media e bases de dados interativas Webmasters, listas de e-mails - Blogs, wikis, alimentadores RSS Esquemas de classificao controlada - Tagging somada com esquemas controlados OPAC - Interface personalizada de rede social Catlogo de grande confiabiabilidade impressa e propriedade eletrnica - Catlogo de

    confiabilidade e propriedade suspeita, pginas web, blogs, wikis, etc., finalmente, tambm necessrio considerar que a Web continuar a mudar

    rapidamente por algum tempo. Web 2.0 somente uma das muitas mudanas. As bibliotecasdevem se adaptar a ela, assim como se adaptaram Web originalmente, e devem continuar seadaptando s previsveis mudanas futuras. Neste "Beta perptuo" (OREILLY, 2005),qualquer estabilidade alm da aceitao de instabilidade insuficiente.

  • Inf. & Soc.: Est., Joo Pessoa, v.17, n.1, p.44-55, jan./abr. 200753

    LIBRARY 2.0 THEORY:Web 2.0 and its implications forlibraries

    AbstractThis article posits a definition and theory for "Library 2.0". It suggests thatrecent thinking describing the changing Web as "Web 2.0" will have substantialimplications for libraries, and recognizes that while these implications keepvery close to the history and mission of libraries, they still necessitate a newparadigm for librarianship. The paper applies the theory and definition to thepractice of librarianship, specifically addressing how Web 2.0 technologiessuch as synchronous messaging and streaming media, blogs, wikis, socialnetworks, tagging, RSS feeds, and mashups might intimate changes in howlibraries provide access to their collections and user support for that access.

    Key-wordsWEB 2.0LIBRARY 2.0BLOGWIKISTREAMING MEDIASOCIAL NETWORKTAGGINGRSSMASHUP

    Artigo recebido em 17.10.2006 e aceito para publicao em 28.02.2007

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    AgradecimentosEstou em dbito com Sharon Morris, Peggy Jobe, Michele Jeske, e o maior de todos, minhaesposa, Laurie Kubitz-Maness, pelas incontveis horas de conversas excitantes eespeculativas sobre passado, futuro, e o grande potencial das bibliotecas em nosso mundo.