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TEORIA DA ANTIJURIDICIDADE OU ILICITUDE ANTIJURIDICIDADE 1. CONCEITO a antijuridicidade ou ilicitude deve ser entendida como um juízo de desvalor objetivo que recai sobre a conduta típica e se realiza com base em um critério geral: o ordenamento jurídico. 2. FORMAS DA ANTIJURIDICIDADE (ILICITUDE): 2.1 Antijuridicidade formal 2.2 Antijuridicidade material Prof: Dr. Luís Roberto Zagonel

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TEORIA DA ANTIJURIDICIDADE OU ILICITUDE

ANTIJURIDICIDADE

1. CONCEITO a antijuridicidade ou ilicitude deve ser

entendida como um juízo de desvalor objetivo que recai sobre

a conduta típica e se realiza com base em um critério geral: o

ordenamento jurídico.

2. FORMAS DA ANTIJURIDICIDADE (ILICITUDE):

2.1 Antijuridicidade formal

2.2 Antijuridicidade material

Prof: Dr. Luís Roberto Zagonel

TEORIA DA ANTIJURIDICIDADE OU ILICITUDE

ANTIJURIDICIDADE

2. FORMAS DA ANTIJURIDICIDADE (ILICITUDE):

2.1 Antijuridicidade formal contradição entre o comportamento do

agente e a norma penal, sendo formalmente antijurídica em virtude do

indício fundamentador da ação típica. É a realização do tipo legal

2.2 Antijuridicidade material em decorrência da transgressão da

norma, acaba por lesar ou por colocar em perigo bens jurídicos por ela

protegidos. Aliás, afirma-se que o conteúdo material, na verdade, inexiste,

correspondendo a dado constitutivo do fato típico, sob o ângulo de ofensa

a bens jurídicos. É a conduta típica não justificada.

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ANTIJURIDICIDADE

3. ILÍCITO E INJUSTO

3.1 Ilícito é uma relação de oposição da conduta do autor

com a ordem jurídica. É um predicado, uma qualidade, um atributo

de determinadas formas de ação/omissão.

3.2 Injusto é a própria ação valorada como ilícita. Tem cunho

substantivo, quer dizer, algo substancial. O conceito de injusto

engloba a ação típica e ilícita. Apenas o injusto é mensurável, em

qualidade e quantidade (ex: homicídio e lesão corporal).

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TEORIA DA ANTIJURIDICIDADE OU ILICITUDE

ANTIJURIDICIDADE

4. CAUSAS DE JUSTIFICAÇÃO OU EXCLUDENTES DA

ILICITUDE

4.1 Genéricas art. 23 CP

I – estado de necessidade

II – em legítima defesa

III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

4.2 Específicas art. 128, I (aborto necessário), 146, §3º, I,

(constrangimento ilegal) do Código Penal; e art. 188, inciso II, do Código

Civil.

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ESTADO DE NECESSIDADE (ART. 24 DO CP)

1. CONCEITO

“Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para

salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de

outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas

circunstâncias, não era razoável exigir-se.

§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de

enfrentar o perigo.

§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena

poderá ser reduzida de um a dois terços.”

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TEORIA DA ANTIJURIDICIDADE OU ILICITUDE

ESTADO DE NECESSIDADE

2. REQUISITOS

2.1 Objetivos:

a) perigo atual e inevitável;

b) ameaça de direito próprio ou alheio, cujo sacrifício não era razoável

exigir-se;

c) situação de perigo não provocada voluntariamente pelo agente;

d) inexistência de dever legal de enfrentar o perigo. (art. 24, §1º, CP)

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ESTADO DE NECESSIDADE

2.2 Subjetivos ciência da situação de fato, vontade ou

ânimo de salvar o bem ou direito em perigo (animus

salvationis). O agente, além do conhecimento dos

elementos objetivos da justificante, deve atuar com o fim,

com a vontade de salvamento.

O requisito subjetivo é INDISPENSÁVEL no estado de

necessidade.

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ESTADO DE NECESSIDADE

EXEMPLO VÍDEO

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ESTADO DE NECESSIDADE

3. TEORIA MONISTA E TEORIA DUALISTA

3.1 Teoria unitária (monista objetiva) o estado de

necessidade é sempre uma causa de justificação,

independentemente da ponderação de bens em confronto

(***adotada pelo Código Penal Brasileiro, art. 24***).

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ESTADO DE NECESSIDADE

3. TEORIA MONISTA E TEORIA DUALISTA

3.2 Teoria dualista (diferenciadora objetiva) distingue entre

colisão de bens de igual ou de maior valor, excludente da

culpabilidade, por inexigibilidade de conduta diversa (estado de

necessidade exculpante), e o conflito de bens desiguais, com

sacrifício do bem de menor valor (quando o mal causado é

menor do que o que se pretende evitar), excludente de ilicitude

(estado de necessidade justificante).

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LEGÍTIMA DEFESA (art. 25 CP)

1. CONCEITO

“Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando

moderadamente dos meios necessários, repele injusta

agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.”

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LEGÍTIMA DEFESA

2. REQUISITOS

2.1 Objetivos:

a) Quanto à agressão: injusta e atual ou iminente

b) Quanto à titularidade bem: próprio ou alheio

c) Quanto ao revide: necessidade e moderação

2.2 Subjetivo conhecimento da agressão e vontade de defesa. O

agente deve ser portador do elemento subjetivo, consistente na

ciência da agressão e no ânimo ou vontade de atuar em defesa de

direito seu ou de outrem (animus defendi).

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LEGÍTIMA DEFESA

EXEMPLO VÍDEO

Prof: Dr. Luís Roberto Zagonel

TEORIA DA ANTIJURIDICIDADE OU ILICITUDE

3. LEGÍTIMA DEFESA SUCESSIVA / LEGÍTIMA

DEFESA PUTATIVA / LEGÍTIMA DEFESA

RECÍPROCA

3.1 Legítima defesa sucessiva haverá legítima defesa

sucessiva na hipótese de excesso, que permite a defesa legítima

do agressor inicial. É preciso que exista uma certa

proporcionalidade entre a agressão e a reação defensiva, em

relação aos bens e direitos ameaçados. Caso contrário, a reação

defensiva será ilícita, pois será excessiva, e pode dar lugar à

legítima defesa por parte do inicial agressor inicial (legítima

defesa sucessiva).

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3. LEGÍTIMA DEFESA SUCESSIVA / LEGÍTIMA

DEFESA PUTATIVA / LEGÍTIMA DEFESA RECÍPROCA

3.2 Legítima defesa putativa ocorre legítima defesa

putativa quando alguém se julga, erroneamente, diante de uma

agressão injusta, atual ou iminente. A legítima defesa putativa

supõe que o agente atue na sincera e íntima convicção da

necessidade de repelir essa agressão imaginária. As chamadas

justificantes putativas (legítima defesa putativa; estado de

necessidade putativo etc.) enquadram-se na categoria do erro

(artigo 20, §1º, e 21, CP).

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TEORIA DA ANTIJURIDICIDADE OU ILICITUDE

3. LEGÍTIMA DEFESA SUCESSIVA / LEGÍTIMA

DEFESA PUTATIVA / LEGÍTIMA DEFESA

RECÍPROCA

3.3 Legítima defesa recíproca é INADIMISSÍVEL legítima

defesa contra legítima defesa, ante a impossibilidade de defesa

lícita em relação a ambos os contendores, como é o caso típico

do “duelo”. Somente será possível a legítima defesa recíproca

quando um dos contendores, pelo menos, incorrer em erro,

configurando a legítima defesa putativa.

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ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL (art. 23, III, 1º parte, CP)

I. CONCEITO “Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: [...] III - em estrito cumprimento de dever legal [...]”

O agente que atua em estrito cumprimento de um dever legal

cumpre exatamente o determinado pelo ordenamento jurídico,

realizando, assim, uma conduta lícita.

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TEORIA DA ANTIJURIDICIDADE OU ILICITUDE

ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL

2. REQUISITOS

2.1 Objetivos:

a) existência de disposição jurídico-normativa (lei, decreto, portaria,

regulamento etc.) criadora do dever;

b) vinculação funcional ao dever legal

2.2 Subjetivo conhecimento do dever e vontade de cumpri-lo,

nos exatos termos da lei.

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ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL

Exemplos:

Oficial de justiça que cumpre o mandado de prisão;

O carrasco que executa a sentença de morte.

Policial que detém o criminoso; o encarregado da prisão que

encarcera o criminoso. (Ver art. 292 do CPP). *

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TEORIA DA ANTIJURIDICIDADE OU ILICITUDE

ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL

Essa norma permissiva NÃO autoriza, contudo que, que os agentes do

Estado possam matar ou ferir pessoas apenas porque são criminosos. Se a

resistência – ilegítima – constituir-se de violência ou grave ameaça ao

exercício legal da atividade de autoridades públicas, configura-se situação de

legítima defesa, permitindo a reação dessas autoridades, desde que

empreguem moderadamente os meios necessários para impedir ou repelir

a agressão.

O limite do lícito termina necessariamente onde começa o abuso,

pois aí o dever deixa de ser cumprido estritamente no âmbito da legalidade,

para mostrar-se abusivo, excessivo e impróprio, caracterizando sua ilicitude.

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TEORIA DA ANTIJURIDICIDADE OU ILICITUDE

EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO

1. CONCEITO exercício de faculdade de acordo com o direito,

o que implica na licitude da conduta.

Aquele que age no exercício regular de direito, quer dizer, que

exercita uma faculdade de acordo com o direito, está atuando

licitamente, de forma autorizada (art. 5º, inciso II, CF). Não se pode

considerar ilícita a prática de ato justificado ou permitido pela lei,

que se consubstancie em exercício de direito e dentro do marco

legal, isto é, conforme os limites nele inseridos, de modo regular e

não abusivo.

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TEORIA DA ANTIJURIDICIDADE OU ILICITUDE

EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO

2. REQUISITOS:

2.1. Objetivos

a) existência do direito

b) regularidade no seu exercício

2.2 Subjetivo conhecimento do direito e vontade de

exercitá-lo

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TEORIA DA ANTIJURIDICIDADE OU ILICITUDE

EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO

Exemplos:

Artigo 142 do Código Penal:

“Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:

I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu

procurador (imunidade judiciária);

II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo

quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar (direito de crítica);

[...]”

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TEORIA DA ANTIJURIDICIDADE OU ILICITUDE

3. OFFENDICULAS E INSTRUMENTOS MECÂNICOS,

AUTOMÁTICOS OU AUTOMATIZADOS

3.1 Offendiculas são as chamadas defesas predispostas, que, de

regra, constituem-se de dispositivos ou instrumentos objetivando

impedir ou dificultar a ofensa ao bem jurídico protegido, seja

patrimônio, domicílio ou qualquer outro bem jurídico. Os

ofendículos são percebidos com facilidade pelo agressor, com

exemplo: cacos de vidro nos muros, pontas de lanças, grades, fossos,

etc. Os ofendículos são justificados como exercício regular de

direito.

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3. OFFENDICULAS E INSTRUMENTOS MECÂNICOS,

AUTOMÁTICOS OU AUTOMATIZADOS

3.2 Instrumentos mecânicos, automáticos ou automatizados

Os instrumentos mecânicos, automáticos ou automatizados (cerca,

maçaneta ou grades eletrificadas, arma de fogo engatilhada e pronta para

o disparo, explosivos etc.) e predispostos que atuam com violência, em

reação imediata, e conforme anterior programação, para alguns

doutrinadores, dentre eles Luiz Regis Prado, podem ser reguladas

unicamente pelas normas de legítima defesa preordenada. Para outros

doutrinadores, como Aníbal Bruno, não há distinção entre elas e estes

também estão dentro dos casos de exercício regular de direito.

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TEORIA DA ANTIJURIDICIDADE OU ILICITUDE

4. O CONSENTIMENTO DO OFENDIDO

4.1 CONCEITO consentimento do titular do bem jurídico que

dele pode dispor.

4.2 REQUISITOS

4.2.1 Objetivos cumulativos

a) Capacidade de consentir

b) Anterioridade do consentimento

c) Atuação nos limites do consentido

4.2.2 Subjetivo ciência do consenso e vontade de atuar

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TEORIA DA ANTIJURIDICIDADE OU ILICITUDE

4. O CONSENTIMENTO DO OFENDIDO

4.3 FORMAS

4.3.1 Causa de exclusão da tipicidade Ex: alguém que autoriza a

entrada de terceiros em sua casa, excluindo-se assim a tipicidade da

conduta.

4.3.2 Causa supralegal de exclusão de ilicitude Ex: aquele que

realiza tatuagem em corpo de terceiros, assim sendo considera-se

lesão corporal de acordo com o artigo 129 do CP, o ato torna-se licito

se verificado o consentimento do ofendido. (lesão corporal leve).

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TEORIA DA ANTIJURIDICIDADE OU ILICITUDE

4. O CONSENTIMENTO DO OFENDIDO

4.3 FORMAS

4.3.3 Causa de diminuição de pena Ex: a eutanásia; aquele

que mata para aliviar sofrimento mesmo que por pedido da

vitima segundo a jurisprudência, por motivo de relevante valor

moral é praticado homicídio privilegiado, sendo assim não há

exclusão da tipicidade, muito menos da ilicitude, pois se

considera a vida como bem indisponível

4.4 FUNDAMENTO princípio da ponderação de valores

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TEORIA DA ANTIJURIDICIDADE OU ILICITUDE

5. INTERVENÇÃO CIRÚRGICA E VIOLÊNCIA

DESPORTIVA

5.1 Intervenção cirúrgica Trata-se de exercício regular de

direito, mas para que exista a discriminante, é indispensável o

consentimento do paciente ou de seu representante legal. Não

sendo possível o consentimento do paciente ou de seu

representante legal, poderá caracterizar estado de necessidade em

favor de terceiro. A intervenção médico cirúrgica não exclui o crime

quando houver imperícia, negligência ou imprudência do agente,

havendo responsabilidade pelo crime culposo.

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TEORIA DA ANTIJURIDICIDADE OU ILICITUDE

5.1 Intervenção cirúrgica

A jurisprudência cita diversos exemplos de responsabilização penal:

caso em que o médico, por imperícia, ao submeter a vítima à

cirurgia para retirada de um pino metálico inserido no joelho do

paciente, pinça nervo ciático conjuntamente com vaso sangrante,

acarretando total comprometimento desse nervo.

O exercício regular de direito pressupõe o exercício habilitado,

capaz de desempenhar a atividade a que por lei passou a ter direito.

Se o particular, em situação urgente, realiza intervenção cirúrgica, o

caso é de estado de necessidade.

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TEORIA DA ANTIJURIDICIDADE OU ILICITUDE

5. INTERVENÇÃO CIRÚRGICA E VIOLÊNCIA

DESPORTIVA

5.2 Violência desportiva A violência desportiva, quando o

esporte é exercido nos estritos termos da disciplina que o

regulamenta, não constitui crime. O resultado danoso decorre do

boxe, da prática de artes marciais, do futebol etc., como atividades

esportivas autorizadas e regularizadas pelo Estado, constitui

exercício regular de direito. Se, no entanto, o desportista afastar-se

das regras que disciplinam a modalidade esportiva que desenvolve,

responderá pelo resultado lesivo que produzir, segundo seu dolo ou

sua culpa.

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TEORIA DA ANTIJURIDICIDADE OU ILICITUDE

EXCESSO CULPOSO OU DOLOSO NAS EXCLUDENTES DE ILICITUDE

“Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:

[...]

Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste

artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.

1. Excesso culposo o excesso culposo só poderá ocorrer

por erro, havendo uma avaliação equivocada do agente quando,

nas circunstâncias, lhe era possível avaliar adequadamente.

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TEORIA DA ANTIJURIDICIDADE OU ILICITUDE

EXCESSO CULPOSO OU DOLOSO NAS

EXCLUDENTES DE ILICITUDE

2. Excesso doloso o excesso será doloso quando o agente,

deliberadamente, aproveita-se da situação excepcional que lhe

permite agir, para impor sacrifício maior do que o estritamente

necessário à salvaguarda do seu direito ameaçado ou lesado.

Configurado o excesso doloso, responderá o agente

dolosamente pelo fato praticado, beneficiando-se somente pela

atenuante do artigo 65, inciso III, alínea “c”, ou com a minorante

do art. 121, §1º, quando for o caso.

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TEORIA DA ANTIJURIDICIDADE OU ILICITUDE

O ÔNUS DA PROVA NA EXCLUDENTE DE ILICITUDE

Há uma presunção relativa, ou seja, iuris tantum, de que há

ilicitude em toda a conduta típica.

A existência dessa presunção relativa trará consequências

para o processo, especialmente no âmbito probatório,

principalmente no que toca o ônus da prova quando se

estiver diante de uma excludente de ilicitude. Prevalece o

entendimento de que esse ônus da prova cabe à defesa

(artigo 156 do CPP)

Prof: Dr. Luís Roberto Zagonel

TEORIA DO CRIME

ATENÇÃO/ AVISOS

1. TRABALHO EM SALA NA AULA QUE VEM (17/10/2015) Vale 2,0 pontos / em grupo Sem consulta! Quem faltar....zero! 2. PROVA DIA 24/10/2015 Vale 8,0 pontos / individual Definição do local na próxima aula

Quem faltar....zero!

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