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Direito Penal I Direito Penal I Elizon Medrado Elizon Medrado

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Direito Penal IDireito Penal I

Elizon MedradoElizon Medrado

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TIPICIDADETIPICIDADE

1 – 1 – ConceitoConceito – é o enquadramento, a – é o enquadramento, a correspondência entre uma conduta praticada correspondência entre uma conduta praticada pelo agente e o modelo descrito na lei (tipo penal). pelo agente e o modelo descrito na lei (tipo penal). Em suma, para que haja crime, é necessário que o Em suma, para que haja crime, é necessário que o sujeito realize, no caso concreto, todos os sujeito realize, no caso concreto, todos os elementos componentes da descrição típica. elementos componentes da descrição típica. Quando ocorre esse enquadramento existe Quando ocorre esse enquadramento existe tipicidade (adequação típica).tipicidade (adequação típica).

2 – 2 – Adequação típicaAdequação típica – como já mencionado, é a – como já mencionado, é a possibilidade de se enquadrar a conduta ao tipo possibilidade de se enquadrar a conduta ao tipo legal. A adequação típica pode dar-se de duas legal. A adequação típica pode dar-se de duas maneiras:maneiras:

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a) a) Imediata ou diretaImediata ou direta – quando houver uma – quando houver uma correspondência total da conduta ao tipo. Ela correspondência total da conduta ao tipo. Ela decorre da autoria (realização da conduta decorre da autoria (realização da conduta descrita no tipo) e da consumação do ilícito descrita no tipo) e da consumação do ilícito penal.penal.

b) b) Mediata ou indiretaMediata ou indireta – quando a – quando a materialização da tipicidade exige a utilização materialização da tipicidade exige a utilização de uma norma de extensão, sem a qual seria de uma norma de extensão, sem a qual seria absolutamente impossível enquadrar a absolutamente impossível enquadrar a conduta no tipo. É o que ocorre nas hipóteses conduta no tipo. É o que ocorre nas hipóteses de participação (art. 29) e tentativa (art. 14, de participação (art. 29) e tentativa (art. 14, II).II).

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TIPO PENALTIPO PENAL

É uma norma que descreve condutas É uma norma que descreve condutas criminosas em abstrato. Quando alguém, na criminosas em abstrato. Quando alguém, na vida real, comete uma conduta descrita no vida real, comete uma conduta descrita no tipo penal, ocorre a chamada tipicidade. Os tipo penal, ocorre a chamada tipicidade. Os tipos penais estatuem proibições de condutas tipos penais estatuem proibições de condutas na vida em sociedade, estabelecendo penas na vida em sociedade, estabelecendo penas àqueles que venham a desrespeitá-las. àqueles que venham a desrespeitá-las. Assim, quando o legislador estabelece uma Assim, quando o legislador estabelece uma pena de reclusão, de 6 a 20 anos, para quem pena de reclusão, de 6 a 20 anos, para quem mata alguém, está, em verdade, proibindo a mata alguém, está, em verdade, proibindo a conduta de matar. O tipo penal, para que conduta de matar. O tipo penal, para que consiga descrever a conduta incriminada, consiga descrever a conduta incriminada, serve-se de elementares e circunstâncias.serve-se de elementares e circunstâncias.

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1 – 1 – ElementaresElementares – são componentes – são componentes fundamentais da figura típica. As fundamentais da figura típica. As elementares estão sempre no elementares estão sempre no caputcaput do do tipo incriminador, por essa razão é tipo incriminador, por essa razão é chamado de tipo fundamental. São as chamado de tipo fundamental. São as seguintes as espécies de elementares ou seguintes as espécies de elementares ou elementos:elementos:

a) a) elementos objetivos ou descritivoselementos objetivos ou descritivos: : são são aqueles que cujo significado se extrai da aqueles que cujo significado se extrai da mera observação. São elementos que mera observação. São elementos que existem concretamente no mundo cujo existem concretamente no mundo cujo significado não demanda nenhum juízo de significado não demanda nenhum juízo de valor. Exs: matar (art. 121), coisa móvel (art. valor. Exs: matar (art. 121), coisa móvel (art. 155), conjunção carnal (art. 213), etc.155), conjunção carnal (art. 213), etc.

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b) b) elementos normativoselementos normativos:: são aqueles cujo são aqueles cujo significado não se extrai da mera significado não se extrai da mera observação, dependendo de uma observação, dependendo de uma interpretação, isto é, de uma valoração. interpretação, isto é, de uma valoração. Quando o significado do elemento depende Quando o significado do elemento depende de um valor moral, social, consuetudinário, de um valor moral, social, consuetudinário, etc, é chamado de elemento normativo etc, é chamado de elemento normativo moralmoral ou ou extrajurídico. extrajurídico. Quando o juízo de valor Quando o juízo de valor depende de uma interpretação jurídica, o depende de uma interpretação jurídica, o elemento é chamado de elemento normativo elemento é chamado de elemento normativo jurídico. Exs: mulher honesta (art. 21, jurídico. Exs: mulher honesta (art. 21, revogado), dignidade ou decoro (art. 140) revogado), dignidade ou decoro (art. 140) são elementos normativos morais são elementos normativos morais (extrajurídico); documento público (art. 297), (extrajurídico); documento público (art. 297), é um elemento normativo jurídico.é um elemento normativo jurídico.

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c) c) elementos subjetivos do tipoelementos subjetivos do tipo: : existem existem quando o tipo penal exige alguma finalidade quando o tipo penal exige alguma finalidade específica por parte do agente ao cometer o específica por parte do agente ao cometer o crime. É portanto, a finalidade especial crime. É portanto, a finalidade especial descrita no tipo. Exs: raptar mulher honesta descrita no tipo. Exs: raptar mulher honesta para fim libidinoso (art. 219, revogado pela para fim libidinoso (art. 219, revogado pela Lei 11.106/2005): o fim libidinoso era o Lei 11.106/2005): o fim libidinoso era o elemento subjetivo do crime, é a finalidade elemento subjetivo do crime, é a finalidade especial do autor do rapto; seqüestrar especial do autor do rapto; seqüestrar pessoa com o fim de obter qualquer pessoa com o fim de obter qualquer vantagem como condição ou preço (art. 159): vantagem como condição ou preço (art. 159): a intenção ou preço do resgate em troca da a intenção ou preço do resgate em troca da libertação da vítima é o elemento subjetivo do libertação da vítima é o elemento subjetivo do crime de extorsão mediante seqüestro. crime de extorsão mediante seqüestro.

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2 – 2 – CircunstânciasCircunstâncias – são todos os dados – são todos os dados acessórios da figura típica, cuja ausência acessórios da figura típica, cuja ausência não a elimina. Sua função não é constituir o não a elimina. Sua função não é constituir o crime, mas tão somente de influir no crime, mas tão somente de influir no montante da pena. Exs: a pena do estupro é montante da pena. Exs: a pena do estupro é aumentada de ¼ se o agente era casado ao aumentada de ¼ se o agente era casado ao tempo da ação (art. 226, II); a pena do furto tempo da ação (art. 226, II); a pena do furto é aumentada de 1/3 se a subtração é é aumentada de 1/3 se a subtração é praticada durante o repouso noturno (art. praticada durante o repouso noturno (art. 155, § 1º); a pena do estelionato é 155, § 1º); a pena do estelionato é aumentada de 1/3 se o crime é cometido em aumentada de 1/3 se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência (art. 171, § 3º). São, social ou beneficência (art. 171, § 3º). São, portanto, dados acessórios que influem na portanto, dados acessórios que influem na aplicação da pena.aplicação da pena.

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ERRO DE TIPOERRO DE TIPO Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do

tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.punição por crime culposo, se previsto em lei.

1- Conceito: 1- Conceito: erro de tipo é aquele que faz com que erro de tipo é aquele que faz com que

o agente, no caso concreto, imagine não estar o agente, no caso concreto, imagine não estar presente uma elementar ou uma circunstância presente uma elementar ou uma circunstância componente da figura. Assim, como conseqüência componente da figura. Assim, como conseqüência do erro do tipo, temos a exclusão do dolo. Se a do erro do tipo, temos a exclusão do dolo. Se a conduta recai sobre uma qualificadora ou causa de conduta recai sobre uma qualificadora ou causa de aumento de pena, desconsideram-se estas. Ex: aumento de pena, desconsideram-se estas. Ex: uma pessoa casa com pessoa já casada, sem uma pessoa casa com pessoa já casada, sem conhecer a existência do casamento anterior. Ela conhecer a existência do casamento anterior. Ela não responde pelo crime, por não ter agido com não responde pelo crime, por não ter agido com dolo, uma vez que desconhecia o fato de já ser dolo, uma vez que desconhecia o fato de já ser casada a outra pessoa. casada a outra pessoa.

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2 – 2 – Erro de tipo e delito putativo por erro Erro de tipo e delito putativo por erro de tipo de tipo – no erro de tipo, o agente não quer – no erro de tipo, o agente não quer praticar o crime, mas por erro acaba praticar o crime, mas por erro acaba cometendo-o. O agente não sabe que está cometendo-o. O agente não sabe que está cometendo o delito e, portanto, não responde cometendo o delito e, portanto, não responde por este. No delito putativo (imaginário) por por este. No delito putativo (imaginário) por erro de tipo ocorre a situação inversa, ou erro de tipo ocorre a situação inversa, ou seja, o sujeito quer praticar o crime, mas por seja, o sujeito quer praticar o crime, mas por uma errônea percepção da realidade, uma errônea percepção da realidade, executa uma conduta atípica. Ex: uma executa uma conduta atípica. Ex: uma pessoa quer furtar um objeto que supõe ser pessoa quer furtar um objeto que supõe ser alheio, mas se apodera de um objeto que lhe alheio, mas se apodera de um objeto que lhe pertence. Nessa hipótese não se aperfeiçoa pertence. Nessa hipótese não se aperfeiçoa a figura típica do furto, que exige a subtração a figura típica do furto, que exige a subtração de coisa alheia móvel e, por isso, também de coisa alheia móvel e, por isso, também não há crime. não há crime.

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Segundo a doutrina, podem ocorrer as seguintes Segundo a doutrina, podem ocorrer as seguintes hipóteses de delitos putativos:hipóteses de delitos putativos:

a) delito putativo por erro de tipo: ocorre quando o a) delito putativo por erro de tipo: ocorre quando o agente, por equívoco, imagina estar praticando agente, por equívoco, imagina estar praticando todas as elementares de um crime, quando, na todas as elementares de um crime, quando, na verdade, não está. É o caso da pessoa que furto verdade, não está. É o caso da pessoa que furto coisa sua, achando que era alheia e da mulher coisa sua, achando que era alheia e da mulher ingere substância abortiva sem estar grávida.ingere substância abortiva sem estar grávida.

b) delito putativo por erro de proibição: ocorre b) delito putativo por erro de proibição: ocorre quando o agente supõe estar praticando um crime, quando o agente supõe estar praticando um crime, mas, na realidade, não há norma incriminadora mas, na realidade, não há norma incriminadora definindo o fato. O erro aqui se refere à existência definindo o fato. O erro aqui se refere à existência da norma penal incriminadora. Exs: sujeito pratica da norma penal incriminadora. Exs: sujeito pratica ato no Brasil achando que é crime quando, na ato no Brasil achando que é crime quando, na realidade, é crime em outro país;realidade, é crime em outro país;

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c) c) delito putativo por obra do agente provocadordelito putativo por obra do agente provocador: pela : pela Súmula 145 do Supremo Tribunal Federal, não há crime Súmula 145 do Supremo Tribunal Federal, não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível sua consumação. Trata-se do flagrante impossível sua consumação. Trata-se do flagrante preparado. Em resumo, tem-se entendido que, havendo preparado. Em resumo, tem-se entendido que, havendo flagrante por ter sido o agente provocado pela Polícia, há flagrante por ter sido o agente provocado pela Polícia, há crime impossível.crime impossível.

3 – Formas de erro de tipo3 – Formas de erro de tipo

a) a) Erro essencialErro essencial: é o que incide sobre elementares ou : é o que incide sobre elementares ou circunstâncias do crime, de forma que o agente não tem circunstâncias do crime, de forma que o agente não tem consciência de que está cometendo um delito. consciência de que está cometendo um delito.

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O erro de tipo essencial, por sua vez, pode ser:O erro de tipo essencial, por sua vez, pode ser:

- - Erro de tipo vencível, inescusável ou Erro de tipo vencível, inescusável ou imperdoávelimperdoável: quando o agente poderia ter evitado : quando o agente poderia ter evitado o crime se agisse com o cuidado necessário no o crime se agisse com o cuidado necessário no caso concreto. Nessa modalidade, o erro de tipo caso concreto. Nessa modalidade, o erro de tipo exclui o dolo, mas o agente responde por crime exclui o dolo, mas o agente responde por crime culposo, se houver previsão legal.culposo, se houver previsão legal.

- - Erro de tipo invencível, escusável ou perdoável:Erro de tipo invencível, escusável ou perdoável: quando se verifica que o agente não poderia ter quando se verifica que o agente não poderia ter evitado o crime, uma vez que empregou as evitado o crime, uma vez que empregou as diligências normais na hipótese concreta. Nesse diligências normais na hipótese concreta. Nesse caso, exclui-se o dolo e a culpa.caso, exclui-se o dolo e a culpa.

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b) b) Erro acidental:Erro acidental: é aquele que recai sobre é aquele que recai sobre elementos secundários e irrelevantes da figura elementos secundários e irrelevantes da figura típica e não impede a responsabilização do típica e não impede a responsabilização do agente, que sabe estar cometendo uma agente, que sabe estar cometendo uma infração penal. Por isso, o agente responde infração penal. Por isso, o agente responde pelo crime. O erro de tipo acidental possui as pelo crime. O erro de tipo acidental possui as seguintes espécies:seguintes espécies:

– – Erro sobre o objeto:Erro sobre o objeto: o agente imagina estar o agente imagina estar atingindo um objeto material, mas atinge outro. atingindo um objeto material, mas atinge outro. Ex: alguém, querendo furtar um aparelho de Ex: alguém, querendo furtar um aparelho de videocassete, entra na casa da vítima e, por videocassete, entra na casa da vítima e, por engano, acaba pegando o aparelho de som. O engano, acaba pegando o aparelho de som. O erro é irrelevante e o sujeito responde pelo erro é irrelevante e o sujeito responde pelo crime.crime.

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– – Erro sobre a pessoa:Erro sobre a pessoa: o agente com a conduta o agente com a conduta criminosa visa a certa pessoa, mas por criminosa visa a certa pessoa, mas por equívoco, atinge outra. Ex: querendo matar equívoco, atinge outra. Ex: querendo matar João, o sujeito efetua um disparo contra Antonio, João, o sujeito efetua um disparo contra Antonio, que muito se assemelha a João. Nesse caso, o que muito se assemelha a João. Nesse caso, o sujeito responde pelo crime (art. 20, § 3º).sujeito responde pelo crime (art. 20, § 3º).

– – Erro na execução (Erro na execução (aberratio ictosaberratio ictos):): ocorre ocorre quando o agente, querendo atingir determinada quando o agente, querendo atingir determinada pessoa, efetua o golpe, mas, por má pontaria ou pessoa, efetua o golpe, mas, por má pontaria ou por outro motivo qualquer, acaba atingindo por outro motivo qualquer, acaba atingindo pessoa diversa da que pretendia. Nesse caso, o pessoa diversa da que pretendia. Nesse caso, o art. 73 do Código Penal estabelece que o sujeito art. 73 do Código Penal estabelece que o sujeito responderá pelo crime, levando-se em conta, responderá pelo crime, levando-se em conta, porém, as condições da vítima que o agente porém, as condições da vítima que o agente pretenda atingir.pretenda atingir.

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– – Resultado diverso do pretendido (Resultado diverso do pretendido (aberratio aberratio criminiscriminis):): o agente quer atingir um bem o agente quer atingir um bem jurídico, mas atinge bem de natureza jurídico, mas atinge bem de natureza diversa. Ex: uma pessoa, querendo cometer diversa. Ex: uma pessoa, querendo cometer crime de dano, atira a pedra em direção a crime de dano, atira a pedra em direção a um bem, mas, por erro de pontaria, atinge um bem, mas, por erro de pontaria, atinge uma pessoa que sofre lesões corporais.uma pessoa que sofre lesões corporais.

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– – Erro sobre o nexo causal (Erro sobre o nexo causal (aberratio causaeaberratio causae):): ocorre quando o agente, imaginando já ter ocorre quando o agente, imaginando já ter cometido o crime, pratica nova conduta, que cometido o crime, pratica nova conduta, que vem a ser a causa efetiva da consumação. vem a ser a causa efetiva da consumação. Ex: supondo já ter matado a vítima com Ex: supondo já ter matado a vítima com emprego de veneno, o agente cava um emprego de veneno, o agente cava um buraco no quintal de sua casa e a enterra, buraco no quintal de sua casa e a enterra, vindo esta a falecer apenas nesse instante, vindo esta a falecer apenas nesse instante, em razão de asfixia.em razão de asfixia.

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ERRO SOBRE A ILICITUDE DO FATO – ERRO SOBRE A ILICITUDE DO FATO – ERRO DE PROIBIÇÃOERRO DE PROIBIÇÃO

Art. 21 - O desconhecimento da lei é Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.poderá diminuí-la de um sexto a um terço.

Parágrafo único - Considera-se evitável o Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.atingir essa consciência.

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Enquanto que no Enquanto que no erro de tipoerro de tipo há erro quanto há erro quanto aos elementos constitutivos do tipo penal, no aos elementos constitutivos do tipo penal, no erro de proibiçãoerro de proibição não há essa falsa não há essa falsa percepção da realidade, mas, simplesmente, percepção da realidade, mas, simplesmente, uma não apreensão do caráter criminoso do uma não apreensão do caráter criminoso do comportamento, ou seja, o agente careceria comportamento, ou seja, o agente careceria da consciência de atuar contrariamente ao da consciência de atuar contrariamente ao direito (consciência da ilicitude). Assim, por direito (consciência da ilicitude). Assim, por exemplo, um estrangeiro que portasse exemplo, um estrangeiro que portasse pequena quantidade de entorpecente para pequena quantidade de entorpecente para consumo pessoal, imaginando que tal fosse consumo pessoal, imaginando que tal fosse permitido entre nós, à semelhança de seu permitido entre nós, à semelhança de seu país de origem. país de origem.

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Há portanto, erro de proibição quando o autor Há portanto, erro de proibição quando o autor supõe, por erro, que seu comportamento é supõe, por erro, que seu comportamento é lícito. Nessa hipótese, o agente atua lícito. Nessa hipótese, o agente atua voluntariamente e, portanto, dolosamente, voluntariamente e, portanto, dolosamente, porque seu erro não incide sobre elementos porque seu erro não incide sobre elementos do tipo; mas não há culpabilidade, já que do tipo; mas não há culpabilidade, já que pratica o fato por erro quanto à ilicitude da pratica o fato por erro quanto à ilicitude da conduta. Não é possível censurar-se de conduta. Não é possível censurar-se de culpabilidade o autor de um fato típico penal culpabilidade o autor de um fato típico penal quando ele próprio, por não ter tido sequer a quando ele próprio, por não ter tido sequer a possibilidade de conhecer o injusto de sua possibilidade de conhecer o injusto de sua ação, cometeu o fato sem se dar conta de ação, cometeu o fato sem se dar conta de estar infringindo alguma proibição. O agente, estar infringindo alguma proibição. O agente, no erro de proibição, faz um juízo no erro de proibição, faz um juízo equivocado sobre aquilo que lhe é permitido equivocado sobre aquilo que lhe é permitido fazer na vida em sociedade.fazer na vida em sociedade.

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DESCRIMINANTES PUTATIVAS (ART. 20, DESCRIMINANTES PUTATIVAS (ART. 20, § 1º):§ 1º):

Descriminante:Descriminante: é a causa que descrimina, é a causa que descrimina, isto é, que exclui o crime. Em outras isto é, que exclui o crime. Em outras palavras, é causa que exclui a ilicitude do palavras, é causa que exclui a ilicitude do fato típico. fato típico. Putativa: Putativa: origina-se da palavra origina-se da palavra latina latina putare, putare, que significa errar, ou que significa errar, ou putativumputativum (imaginário). (imaginário). Descriminante Descriminante putativaputativa é a causa excludente de ilicitude é a causa excludente de ilicitude erroneamente imaginada pelo agente. Ela erroneamente imaginada pelo agente. Ela não existe na realidade, mas o agente pensa não existe na realidade, mas o agente pensa que sim, porque está errado. que sim, porque está errado.

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Só existe, portanto, na mente, na Só existe, portanto, na mente, na imaginação do sujeito. Por essa razão, é imaginação do sujeito. Por essa razão, é também conhecida como descriminante também conhecida como descriminante imaginária ou erroneamente suposta. imaginária ou erroneamente suposta. Compreende a legítima defesa putativa (ou Compreende a legítima defesa putativa (ou imaginária), quando o agente supõe, por imaginária), quando o agente supõe, por equívoco, estar em legítima defesa; estado equívoco, estar em legítima defesa; estado de necessidade putativo (ou imaginário), de necessidade putativo (ou imaginário), quando imagina estar em estado de quando imagina estar em estado de necessidade; o exercício regular do direito necessidade; o exercício regular do direito putativo (ou imaginário) e o estrito putativo (ou imaginário) e o estrito cumprimento do dever legal putativo (ou cumprimento do dever legal putativo (ou imaginário), quando erroneamente supostos. imaginário), quando erroneamente supostos.