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7/26/2019 Teoria Dos Recursos http://slidepdf.com/reader/full/teoria-dos-recursos 1/40 Teoria dos Recursos 1. Conceito de Recurso Recurso é: a) Meio de impugnação voluntário O recurso é um instrumento de uso voluntário, ele está à disposição do interessado. É exatamente por isso que a chamada remessa necessária ou reexame necessário não é recurso. b) Previsto em lei O recurso está previsto em lei. Não existe recurso por criação da parte. Não existe recurso atpico. O!".: O #$ravo Re$imental não é exceção a essa re$ra. %le nada mais é do que um #$ravo contra decisão de relator previsto em lei, mas re$ulamentado pelo re$imento interno. # previsão dele é le$al, o re$imento apenas o disciplina. O!".&: # %xceção de 'ré(executividade não é recurso, mas de)esa do executado. c) Para, no mesmo processo, "i$ni*ca que o recurso não $era processo novo. O recurso prolon$a a exist+ncia de um processo. O!".: O #$ravo de nstrumento tem autuação pr-pria, mas não é outro processo. "ão autos pr-prios no mesmo processo. O )ato de ter autos pr-prios não si$ni*ca ter um processo novo. e/am, por exemplo, que a mpu$nação ao valor da causa tem autos pr-prios, mas não é processo novo. %ssa é a $rande marca dos recursos. O recurso prolon$a a litispend+ncia. "i$ni*ca di0er que o recurso prolon$a a exist+ncia do processo. d) Reformar, invalidar, esclarecer, ou integrar uma decisão udicial. %sses são os o1/etivos do recurso. O recurso é uma demanda. 2uando voc+ recorre, voc+ está )ormulando um pedido, 1aseado em uma causa de pedir. %xiste um pedido recursal e uma causa de pedir recursal. %xiste o pedido e a causa de pedir que estudamos na petição inicial. % existe o pedido e a causa de pedir do recurso. O pedido do recurso é um desses quatro. É possvel, tranquilamente, cumular pedidos no recurso. % aquilo que estudamos so1re cumulação de pedidos se aplica aqui.

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1. Conceito de Recurso

Recurso é:

a) Meio de impugnação voluntário

O recurso é um instrumento de uso voluntário, ele está à disposição dointeressado. É exatamente por isso que a chamada remessa necessária oureexame necessário não é recurso.

b) Previsto em lei

O recurso está previsto em lei. Não existe recurso por criação da parte. Nãoexiste recurso atpico.

O!".: O #$ravo Re$imental não é exceção a essa re$ra. %le nada mais é doque um #$ravo contra decisão de relator previsto em lei, masre$ulamentado pelo re$imento interno. # previsão dele é le$al, o re$imentoapenas o disciplina.

O!".&: # %xceção de 'ré(executividade não é recurso, mas de)esa doexecutado.

c) Para, no mesmo processo,

"i$ni*ca que o recurso não $era processo novo. O recurso prolon$a a

exist+ncia de um processo.O!".: O #$ravo de nstrumento tem autuação pr-pria, mas não é outroprocesso. "ão autos pr-prios no mesmo processo. O )ato de ter autospr-prios não si$ni*ca ter um processo novo. e/am, por exemplo, que ampu$nação ao valor da causa tem autos pr-prios, mas não é processonovo.

%ssa é a $rande marca dos recursos.

O recurso prolon$a a litispend+ncia. "i$ni*ca di0er que o recurso prolon$a a

exist+ncia do processo.d) Reformar, invalidar, esclarecer, ou integrar uma decisão udicial.

%sses são os o1/etivos do recurso. O recurso é uma demanda. 2uando voc+recorre, voc+ está )ormulando um pedido, 1aseado em uma causa de pedir.%xiste um pedido recursal e uma causa de pedir recursal.

%xiste o pedido e a causa de pedir que estudamos na petição inicial. %existe o pedido e a causa de pedir do recurso. O pedido do recurso é umdesses quatro. É possvel, tranquilamente, cumular pedidos no recurso. %

aquilo que estudamos so1re cumulação de pedidos se aplica aqui.

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3umulação pr-pria 4duas coisas ao mesmo tempo5, ou cumulação impr-pria4uma coisa s-5.

#s re$ras so1re pedido, que estudamos em petição inicia, são re$ras que seaplicam aos recursos.

"e o pedido do recurso não é i$ual ao pedido da petição inicial, o mérito dorecurso não é i$ual ao mérito da causa. É possvel ter um mérito no recursoque nada tenha a ver com o mérito da causa. 6érito do recurso é o pedidodo recurso7 /á o mérito da causa é o pedido da petição inicial ou dareconvenção.

É preciso sa1er o que si$ni*ca cada um desses pedidos e qual é a causa depedir a que corresponde cada pedido.

! Pedido de reforma de decisão: re)ormar uma decisão é corri$i(la,

aprimorá(la. # causa de pedir do pedido de re)orma é a in/ustiça da decisão.O que se questiona é o conte8do da decisão. 2uem pede re)orma questionao que )oi decidido. # causa de pedir, portanto, é o error in iudicando. É oerro de /ul$amento, de análise, o erro na escolha )eita pelo /ui0.

O!".: O error in iudicando não está presente apenas no /ul$amento demérito. "e o /ui0 decidir mal uma questão processual, será error in iudicandotam1ém.

! Pedido de invalidação de decisão: invalidar uma decisão é des)a0+(laem ra0ão de um de)eito dela, de um pro1lema )ormal. Não se está aqui

questionando o conte8do da decisão, se ela é 1oa ou ruim, /usta ou in/usta,mas sim se ela é válida ou inválida. # causa de pedir do recurso queo1/etiva a invalidação é o error in procedendo. 9rata(se do erro que $eranulidade, pro1lema )ormal que compromete a validade da decisão.

O!".: É possvel haver a cumulação dos pedidos de re)orma e invalidação,desde que se a*rme as respectivas causas de pedir.

! Pedido de esclarecimento da decisão: é pedir para aclarar a decisão,pois a decisão é pouco inteli$vel. # causa de pedir do esclarecimento é ao1scuridade ou contradição. O recurso para pedir esclarecimento é os

%m1ar$os de eclaração.

! Pedido de integração da decisão: é pedir para que a decisão se/acompletada. 'ortanto a causa de pedir desse pedido é a omissão. 'ede(separa que a omissão se/a suprida. O pedido de inte$ração é veiculado pormeio dos %m1ar$os de eclaração.

". # Recurso no $uadro dos Meios de %mpugnação das &ecis'es

 (udiciais

É )undamental ver o panorama do sistema dos meios de impu$nação das

decis;es /udiciais. e/amos

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<ma decisão /udicial pode ser impu$nada por:

Recurso*

= +ção +utnoma de %mpugnação > servem para impu$nar umadecisão /udicial, mas dá ori$em a um processo novo. %ssa é a $randedi)erença em relação aos recursos, que não ori$inal um processonovo. %x.: #ção Rescis-ria, Reclamação 3onstitucional, mandado de"e$urança contra #to ?udicial, 2uerela Nullitatis.

= -ucedneos Recursais  > servem para impu$nar uma decisão /udicial, mas não são nem recursos, nem ação aut@noma deimpu$nação. %x.: Reexame Necessário, 3orreição 'arcial, 'edido de"uspensão de "e$urança.

O!".: Aá quem inclua aqui tam1ém o 'edido de Reconsideração, mas

ele sequer possui previsão le$al, constituindo prática )orense. 6asve/a, ele não é um meio de impu$nação, mas apenas um pedido dereconsideração.

#9%NBCOD Aá quem coloque as #ç;es #ut@nomas como exemplo de"ucedEneos Recursais. Fredie pre)ere a )orma acima apontada.

/. Princ0pio do &uplo rau de (urisdição

%sse princpio visa $arantir ás pessoas o direito ao recurso. O direito depoder recorrer, de ver a sua questão su1metida à outra instancia.

O pro1lema é que a 3F não se re)ere expressamente a esse princpio. O quese entende é que o direito ao recurso seria um conte8do do direito de açãoe do direito ao processo devido. sso é mais ou menos aceito na doutrina.

Outro pro1lema é que, como qualquer princpio, o principio do duplo $rau de /urisdição pode ser miti$ado. # pr-pria 3F prev+ casos de aç;es ori$ináriasdo "9F, que são aç;es insuscetveis recurso. Os ?ui0ados %speciais preveemuma hip-tese em que não ca1e recurso 4homolo$ação de acordo5.

%ntão ve/a, se o le$islador quiser restrin$ir esse direito, terá que )a0er de

)orma )undamentada, como ocorre com qualquer restrição a direito)undamental.

2. Classi3cação dos Recursos

2.1 14 Classi3cação5

6i) Recursos de fundamentação livre  > é aquele recurso em que orecorrente pode a*rmar qualquer causa de pedir em seu recurso. O recursopode ter qualquer )undamentação, qualquer espécie de crtica à decisão. É oque acontece, por exemplo, com a #pelação e com o #$ravo.

4ii) Recursos de fundamentação vinculada  > é aquele pelo qual orecorrente tem de a*rmar uma das causas de pedir tipicamente previstas

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em lei. O recorrente não pode impu$nar a decisão pro qualquer ra0ão. %letem hip-teses tpicas de impu$nação. É o que acontece com os %m1ar$osde eclaração e com o Recurso %special e %xtraordinário. "e o recurso é de)undamentação vinculada, na sua ela1oração, o recorrente tem que )a0eruma das a*rmaç;es tpicas. "e ele nem *0er isso, o recurso nem conhecido

será.

2." "4 Classi3cação5

6i) Recurso total ! existem duas acepç;es de recurso total: 4i5 o recurso étotal quando o recorrente impu$na tudo quanto ele poderia ter impu$nado.%sse é o conceito de recurso total de !ar1osa 6oreira7 e 4ii5 3Endidoinamarco entende que recurso total é aquele que impu$na toda a decisão.e/a que há di)erença. 'ara !ar1osa 6oreira, se não se recorre de tudo quepoderia ser impu$nado, o recurso será parcial. 'ara inamarco, o simples)ato d eo recurso não a1ran$er toda a decisão, /á o torna parcial.

'ara Fredie, o entendimento de !ar1osa 6oreira é mais interessante, poisela deixa claro que se havia uma parte da decisão que poderia ter sidorecorrida e nãoa )oi, essa parte transitará me /ul$ado. # $rande ideia dorecurso parcial é que havia al$o que poderia ter sido impu$nado e não )oi, eisso preclui. É direito do recorrente recorrer parcialmente.

%xemplo: ma$ine uma decisão com dois captulos. ma$ine que o autortenha perdido no captulo #, e $anhado no !. O autor recore do captulo #.%sse recurso, para !ar1osa 6oreira, será total, pois impu$na tudo que

poderia ser impu$nado7 para inamarco, será parcial, pois a1ran$e apenasuma parte da decisão.

6ii) Recurso parcial > ver explanação acima.

7. +tos -ueitos a Recurso

"omente decisão é recorrvel. espacho é irrecorrvel.

#s decis;es podem ser:

= e ?ui0

4i.G5 ecis;es nterlocut-rias

4i.&5 "entença

= e 9ri1unal

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4ii.G5 ecis;es monocráticas: podem ser do Relator, ou do'residente ou ice do 9ri1unal.

4ii.&5 #c-rdãos

%m suma, temos H decis;es contra as quais podemos interpor recurso.remos examinar os recursos ca1veis contra cada uma dessas decis;es.

! &ecis'es %nterlocut8rias  : contra as decis;es interlocut-rias ca1e#$ravo Retido 4art. H&&5, ou #$ravo de nstrumento 4art. H&&5.

! -entença: contra sentença ca1e #pelação 4art. HGH5.

O!".G: Não se esqueçam do pro1lema das decis;es parciais. ?á vimos adiscussão acerca da recorri1ilidade dessas decis;es. Aá quem de)enda quesão impu$náveis pro #$ravo de instrumento por serem decis;esinterlocut-rias, o que parece correto para Fredie. Aá, no entanto, quemde)enda que são impu$náveis por #pelação, por serem sentenças parciais.Aá, ainda, quem di$a que são sentenças parciais a$raváveis. 'revalece oentendimento de que as decis;es parciais são impu$náveis por #$ravo denstrumento, por serem decis;es interlocut-rias.

O!".&: Nos ?ui0ados %speciais a sentença não é apelável. # sentença éimpu$nada por um recurso outro que não tem nome. É chamadosimplesmente de recurso. É caso de sentença não apelável. #s decis;esinterlocut-rias, por outro lado, nos /ui0ados, não são impu$náveisimediatamente pro #$ravo. %las t+m de ser impu$nadas nesse recursoinominado contra a sentença.

Nos ?ui0ados %speciais Federais há uma pequena mudança. É que aqui seadmite recurso imediato contra as decis;es pro)eridas em situação deur$+ncia 4decis;es em tutela antecipada5.

O!".I: Aá casos de sentenças a$raváveis. É o que acontece com a sentença

que decreta a )al+ncia, impu$náveis por #$ravo de nstrumento7 e com asentença que /ul$a a liquidação de sentença.

O!".J: %m execuç;es *scais de até HK O9N, a sentença não é impu$návelpor #pelação. # sentença é impu$nável por um recurso peculiar chamado%m1ar$os n)rin$entes 4não são os %m1ar$os n)rin$entes previstos no 3'35.O pro1lema é sa1er quanto é HK O9NLs ho/e o "9?, no Resp. MK.IK, em

 /ul$amento vinculante, decidiu que HK O9NLs si$ni*cam RP I&Q,& até /aneiro de &KGG 4de lá para cá, é s- atuali0ar pelo '3#5.

O!".H: Normalmente as decis;es que se 1ase na lei de assist+ncia /udiciária

$ratuita revo$am ou não revo$am /ustiça $ratuita. %ssas decis;es não sãosentenças. "ão decis;es interlocut-rias, mas apeláveis, se$undo a lei. sso

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$era um pro1lema prático. # lei de assist+ncia /udiciária, então previu casosem que essas decis;es são tomadas em autos apartados: quando se tratardo exame do pedido de revo$ação da /ustiça $ratuita e quando se tratar doexame do pedido de /ustiça $ratuita )ormulado ao lon$o do processo 4am1osautuados separadamente5. # doutrina então di0 que apeláveis s- são as

decis;es pro)eridas em autos apartados. "e pro)eridas nos mesmo autos,não são apeláveis, mas sim a$raváveis.

O!".M: ecisão do /ui0 que não admite apelação é impu$nada por #$ravo denstrumento. "e essa decisão não )or a$rava, o processo será extinto. %ssadecisão que não admite apelação é tida por al$uns como sui generis, poisnão é sentença 4pois concedida ap-s a sentença5 e não é interlocut-ria 4poisse não )or impu$nada, extin$ue o processo5.

! &ecis'es Monocráticas de Relator: o Relator é o mem1ro do 9ri1unalque condu0 o processo no 9ri1unal e pro)ere o primeiro voto. # le$islação )oiatri1uindo cada ve0 mais poderes decis-rios ao Relator. O )undamentodessa tend+ncia le$islativa é, so1retudo, a duração ra0oável do processo. ORelator, ao decidir so0inho, está )alando em nome do cole$iado. #ssim, épreciso que se/a possvel levar ao 3ole$iado a questão, para veri*car aopinião do 3ole$iado. "e o Relator pode decidir so0inho, tem que ca1errecurso ao 3ole$iado do qual ele )a0 parte, para que o mesmo controle essadecisão. 3ontra a decisão monocrática do Relator, o1/etivando levar aquestão ao 3ole$iado, o recurso ca1vel é o #$ravo nterno ou Re$imental.

O pro1lema é que essas mudanças le$islativas que )oram con)erindo

poderes decis-rios ao Relator )oram epis-dicas e não sist+micas, de modoque existem situaç;es em que há previsão de poderes ao Relator, mas nãohá previsão do #$ravo nterno. % isso é um pro1lema, e cria a possi1ilidadede 6andado de "e$urança contra decisão do relator. %xemplo disso é o par.8nico do art. H&, 3'3 4decisão do relator que converte o a$ravo deinstrumento em a$ravo retido não é impu$nável por a$ravo interno5. Naprática, temos decisão, inclusive do "9?, admitindo a$ravo interno, so1 o)undamento de que tem que ca1er, /á que se trata de decisão monocráticade relator, ainda que não ha/a previsão le$al. e outro lado, as partes,i$norando essa restrição, entram com 6". #ssim, v+(se que não adiante

con)erir poderes ao relator e retirar a possi1ilidade de #$ravo interno. ssoporque o princpio da adequação imporá, na prática, o a$ravo interno.

# lei Q.KIQK, que re$ula os recursos no "9? e "9F, no seu. #rt. I,expressamente di0 que ca1e #$ravo contra decisão de relator, em H dias.

 9rata(se se um dispositivo 1em $enérico. O "9?, então, a*rmou que essearti$o I é $eral, aplicando(se a qualquer 9ri1unal do pas. %ssainterpretação, para Fredie, é correta, pois )a0 com que se possa encontraruma previsão $eral de #$ravo nterno, aca1ando com essa discussão.

amos ver uma 8ltima situação. ma$inem o Relator ne$ando provimento,

monocraticamente, a uma #pelação. É possvel entrar com um #$ravonterno. %sse a$ravo será /ul$ado pelo 3ole$iado. #o /ul$ar esse #$ravo

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nterno, ou ela concordará com o posicionamento do relator, ou discordará."e ela concordar, irá /ul$ar a #pelação do /eito que o Relator /ul$ou. "e a

 9urma discordar, dará a #pelação destino di)erente daquele dado peloRelator. 3oncordando ou não, a 9urma, ao /ul$ar o #$ravo nterno, nestecaso, estará /ul$ando a pr-pria #pelação. %m suma, o /ul$amento do #$ravo

nterno assume a nature0a do /ul$amento do recurso que )ora decididomonocraticamente. No *nal das contas, ap-s o /ul$amento do #$ravonterno, será a #pelação que terá sido /ul$ada, ou do /eito do Relator, oudi)erente dele.

O!".: No /ul$amento da #pelação, tem(se direito à sustentação oral. "e oRelator decidiu monocraticamente, não houve sustentação oral. 3om aeventual propositura do #$ravo nterno, ca1erá sustentação oral, naship-teses em que o /ul$amento do a$ravo interno representar o /ul$amentoda apelação. Note que a lei não )ala em sustentação oral em a$ravo interno,

mas isso será possvel nessa hip-tese.O!".&: O 3'3 di0 que ca1e %m1ar$os n)rin$entes contra ac-rdão de#pelação. # questão é: ca1e em1ar$os in)rin$entes contra ac-rdão que

 /ul$a a$ravo internoS "e o /ul$amento do a$ravo interno tiver nature0a deapelação, ca1erão em1ar$os in)rin$entes sim.

O!".I: %m1ar$os de diver$+ncia ca1em contra ac-rdão de recurso especialou extraordinário. 'er$unta(se: ca1e em1ar$os de diver$+ncia contraac-rdão que /ul$a a$ravo internoS "e o /ul$amento do a$ravo interno tivernature0a de /ul$amento de recurso especial ou extraordinário ca1erão

em1ar$os de diver$+ncia.

"8mula IGM, "9? > ca1em em1ar$os de diver$+ncia contra ac-rdão que, ema$ravo re$imental, decide recurso especial.

# decisão do a$ravo interno assume a nature0a da decisão do recurso que)oi /ul$ado monocraticamente.

! &ecisão monocrática de Presidente ou vice: ca1e #$ravo do art. HJJ4é o a$ravo contra decisão do 'residente ou vice que não admite Resp. ouRex5. e/a que esse a$ravo não se con)unde com o a$ravo de instrumento,

com o a$ravo interno e com o a$ravo retido. É outro recurso que s- ca1econtra decisão de presidente ou vice 4no novo c-di$o, será chamado de#$ravo de #dmissão5. 3ontra decisão do 'residente ou vice tam1ém ca1e#$ravo nterno 4art. I, da lei QKIQK5.

! +c8rdãos: contra os ac-rdãos, ca1em cinco espécies de recursos. 'odeca1er Recurso %special ou Recurso %xtraordinário, %m1ar$os n)rin$entes4art. HIK > contra ac-rdão de apelação ou rescis-ria5, %m1ar$os deiver$+ncia 4art. HJM > contra ac-rdão de Resp. ou Rex.5 e o RecursoOrdinário 3onstitucional.

O!".: 3ontra qualquer decisão ca1e %m1ar$os de eclaração.

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9. (u0:o de +dmissibilidade dos Recursos

O recurso passa por um duplo /u0o: um so1re a sua admissi1ilidade, outroso1re seu mérito.

 ?u0o de admissi1ilidade é aquele so1re a possi1ilidade de o pedido de serexaminado, um /u0o so1re a aptidão )ormal para que o pedido se/aexaminado. 'ortanto, é um /u0o so1re a validade do procedimento.

O /u0o de mérito, por outro lado, é um /u0o so1re a possi1ilidade de opedido ser acolhido. O1viamente, s- se )a0 /u0o d emérito uma ve0superado o /u0o de admissi1ilidade.

"e o /u0o de admissi1ilidade )or positivo, di0(se se o recurso )oi conhecidoou admitido. %sses ver1os estão relacionados ao /u0o de admissi1ilidade.

%m relação ao /u0o de mérito, )ala(se em recurso provido e não provido.

! Compet;ncia:

 ?u0o a quo > /u0o de ori$em, que pro)eriu a decisão recorrida7

 ?u0o ad quem > /u0o de destino.

No !rasil, o /u0o de admissi1ilidade, em re$ra, é )eito primeiro pelo a quo e,ap-s, pelo ad quem. Ou e se/a, o sistema é 1inário. %m re$ra, o recurso éinterposto no a quo. "e o /u0o a quo não conhece do recurso que )oiinterposto, sempre ca1erá um recurso para que o ad quem controle.

 ?á o /u0o de mérito é )eito pelo -r$ão ad quem. Ou se/,a o /u0o deadmissi1ilidade passa pelos dois e o /u0o d emérito apenas pelo ad quem.%ssa é a re$ra.

Aá, porém, o1servaç;es a serem )eitas.

O!".G: O #$ravo de nstrumento é um recurso interposto diretamente no adquem 4é o 8nico5. #ssim, s- o ad quem )a0 /u0o de admissi1ilidade so1reele.

O!".&: Os %m1ar$os de eclaração os %m1ar$os n)rin$entes da Tei de%xecução Fiscal são recursos UcuriososV, pois a quo e ad quem são o mesmo /u0o.

O!".I: Recursos que permitem retratação. Aá determinados recursos quempermitem que o /u0o a quo se retrate.9am1ém é chamado de e)eitore$ressivo do recurso, ou e)eito de retratação.

! <ature:a (ur0dica da &ecisão do (u0:o de +dmissibilidade:

"e a decisão )or positiva 4recurso conhecido5, a decisão é declarat-ria, com

e*cácia retroativa. 2uanto a isso não há discussão.

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"e o /u0o de admissi1ilidade )or ne$ativo 4recurso não conhecido5, existemtr+s correntes a respeito do assunto.

GW corrente > a decisão que não conhece do recurso é constitutiva, seme*cácia retroativa 4ex nunc5. 2uando o 9ri1unal di0 que não conhece do

recurso, ele está desconstituindo o recurso, e essa decisão vale dali para)rente. %ssa corrente não é ma/oritária.

&W corrente > o /u0o de admissi1ilidade ne$ativo é declarat-rio, com e*cáciaretroativa. "i$ni*ca que o 9ri1unal está declarando que o recurso nãodeveria ter sido conhecido desde o dia em que ele )oi interposto. %ssa é aconcepção de !ar1osa 6oreira. Fredie, no entanto, não concorda com esseposicionamento, pois ele $era uma inse$urança a1surda. Não é oposicionamento ma/oritário.

#ula KI

IW corrente > a decisão transitará em /ul$ado quando a 8ltima decisãotransitar em /ul$ado, salvo duas exceç;es: 4i5 nos casos deintempestividade7 e 4i5 mani)esto inca1imento. Nessas duas hip-teses háretroação. %sse posicionamento é o ma/oritário. %ssa concepção )oiconsolidada, inclusive, em s8mula do 9"9 4s8mula GKK, , 9"95.

"8mula GKK, ( "alvo se houver d8vida ra0oável, a interposição de recursointempestivo ou a interposição de recurso inca1vel não protrai o termo

inicial do pra0o decadencial.

! =>ame dos Re?uisitos de +dmissibilidade dos Recursos: %ssesrequisitos costumam ser divididos em:

6i) Re?uisitos intr0nsecos5

6i.1) Cabimento

6i.") @egitimidade recursal

6i./) %nteresse

6i.2) %ne>ist;ncia de fatos impeditivos ou e>tintivos

O!".: #l$uns livros colocam a inexist+ncia de )atos impeditivos ou extintivoscomo requisito extrnseco. 3uidado na prova, pois pode ser ela a opçãoerrada. O melhor caminho é veri*car se não há outra assertiva na provaindiscutivelmente correta.

6ii) Re?uisitos e>tr0nsecos

6ii.1) Tempestividade

6ii.") Regularidade formal

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6ii./) Preparo

e/amos cada um dos requisitos:

1. Cabimento

O recurso será ca1vel se duas per$untas )orem respondidas: G5primeiro, sea decisão )or recorrvel7 e &5 o recurso deve ser o adequado, o correto.

O estudo do ca1imento é o estudo do panorama visto linhas atrás. Naanálise do ca1imento, a doutrina costuma )a0er re)er+ncia a tr+s princpiosdos recursos:

a) Princ0pio da Ta>atividade dos Recursos > s- há os recursos previstosem lei.

b) Princ0pio da -ingularidade ou Anirrecorribilidade > a parte somente

pode se valer de um recurso por ve0 para atin$ir o seu o1/etivo. 'ara Fredie,esse princpio é um pouco U)a/utoV. !asta lem1rar que contra um ac-rdão épossvel ao mesmo tempo interpor Resp. e Rex. 3ada um possui o1/etivosdistintos, mas é mais de um recurso contra a mesma decisão. %ntão aprática revela que esse princpio não é tão aplicado.

c) Princ0pio da Bungibilidade dos Recursos > um recurso indevidamenteinterposto pode ser admitido como correto. %stá intimamente relacionadocom o princpio da instrumentalidade das )ormas. %sse princpio estavaexpressamente previsto no 3'3I, mas desapareceu no 3'3I. Ficou a

d8vida se esse princpio da )un$i1ilidade existia ou não. JK anos depois, nãohá d8vida de que ele so1revive, como aplicação do princpio dainstrumentalidade das )ormas. # d8vida é: qual o pressuposto para que elese apliqueS É preciso que não tenha havido erro $rosseiro. # $rande questãoé sa1er o que é erro $rosseiro. Ao/e em dia esse conceito é tranquilo. O erroserá $rosseiro quando ele não está lastreado em doutrina 4não se consideraum autor isolado5 ou /urisprud+ncia vi$ente. # /urisprud+ncia acrescentaoutro pressuposto: que tenha havido o respeito ao pra0o do recurso correto.Fredie não concorda com isso, pois se havia d8vida séria a respeito doca1imento, e o su/eito se valeu de uma das possi1ilidades existentes, não é

ra0oável que ele se pre/udique em ra0ão do pra0o daquele recurso que não)oi escolhido.

". @egitimidade Recursal

2uestiona(se aqui quem pode se valer do recurso. # parte pode recorrer.Não s- autor e réu, mas todo aquele que )e0 parte do processo, como umassistente, um denunciado à lide. #té mesmo o /ui0, que em um incidentede suspeição é parte, pode recorrer 4lo$icamente no incidente desuspeição5.

 9am1ém poderá recorrer o 6' como *scal da lei, ainda que as partes nãorecorram, pois ele possui le$itimidade aut@noma.

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Finalmente, tam1ém poderá recorrer o terceiro pre/udicado. O recurso deterceiro é uma espécie de intervenção de terceiro. 'oderá recorrer comoterceiro todo aquele que poderia ter intervido no processo, mas nãointerveio7 inclusive o possvel litisconsorte necessário e não citado. Aá umaexceção. %xiste um su/eito que poderia ter intervido no processo, não

interveio e não poderá interpor recurso. 9rata(se daquele que poderia tersido opoente e não )oi. 'orque ve/a, se o su/eito /á é opoente, ele /á )a0parte do processo e recorrerá como parte. O pra0o para o terceiro recorrer éo pra0o que a parte tem para recorrer.

"8mula &K&, "9? > # impetração de se$urança por terceiro, contra ato /udicial, não se condiciona a interposição de recurso.

/. %nteresse Recursal

Aaverá interesse recursal sempre que o recurso puder propiciar uma

utilidade, um proveito para o recorrente. "e o recurso puder melhorar asituação do recorrente, ele será interessante, 8til. É preciso que, além de8til, o recurso se/a necessário, isto é, se/a o instrumento para a o1tençãodaquela utilidade.

#s pessoas costumam relacionar interesse recursal e sucum1+ncia. i0(seque se houve sucum1+ncia, há interesse recursal. "ucede que pode não terhavido sucum1+ncia e ainda assim há interesse recursal. %x.: o terceiropode recorrer ainda que ele não tenha sucum1ido 4se ele é terceiro, nãoterá sucum1ido5. "e há sucum1+ncia, há interesse recursal. 6as pode haver

interesse sem haver sucum1+ncia. É possvel, inclusive, ima$inar interesserecursal do réu para recorrer de uma sentença terminativa que extin$uiu oprocesso sem exame do mérito, a *m de que ha/a um /ul$amento deimproced+ncia. e/a que não há que se )alar em sucum1+ncia em setratando de %m1ar$os de eclaração.

# principal questão so1re o interesse recursal di0 respeito ao pro1lema dointeresse no recurso em que s- se discute )undamento da decisão. Aáinteresse no recurso em que s- se discute )undamento da decisãoS 2uerdi0er, concorda(se com o dispositivo da decisão, mas interp;e(se umrecurso para mudar apenas o )undamento da decisão. %ssa é uma discussão

que ressur$iu e é 1astante atual.

 9radicionalmente, di0ia(se que não havia interesse recursal para discutir s-a )undamentação. Aá, no entanto, duas situaç;es, que *0eram com queesses autores repensassem isso, )a0endo com que al$uns desses autores,ao menos, relativi0assem essa resposta.

# primeira questão di0 respeito à coisa /ul$ada secundum eventum

 probationis.  "e a improced+ncia )or por aus+ncia de direito, há coisa /ul$ada. "e a improced+ncia )or por )alta de prova, não há coisa /ul$ada.%ntão ve/a, a mudança do )undamento implica a mudança do re$ime dacoisa /ul$ada e isso poderá ser 1ené*co para o réu, de modo que haverá

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interesse recursal na discussão do )undamento da decisão. %sse exemplo /átem uns GH anos.

# novidade está na se$unda questão. evemos lem1rar, inicialmente, quenosso sistema valori0a os precedentes /udiciais. evemos lem1rar tam1ém

que o precedente está na )undamentação do /ul$ado, e não se con)undecom o dispositivo. 'ois 1em. # se$unda exceção para a doutrina tradicionalà re$ra da )alta de interesse em recorrer apenas da )undamentação dadecisão é quando, em1ora vitoriosa na ação, a parte tenha interesse emmudar o precedente. 9rata(se do interesse recursal na )ormação doprecedente. É um caso que revela a possi1ilidade de exist+ncia de interesserecursal s- para discutir precedente, em1ora ha/a concordEncia com odispositivo.

2. %ne>ist;ncia de Batos %mpeditivos ou =>tintivos do &ireito de

Recorrer

 9rata(se de )atos que não podem ocorrer para que o recurso se/a conhecido.# doutrina costuma listar al$uns desses )atos. e/amos:

( Ren8ncia ao recurso: a parte expressamente a1dica do direito de recorrer.eve ser expressa. # ren8ncia é apresentada antes de a parte recorrer. "e aparte renuncia e, ap-s, recorre, esse recurso é inadmissvel. Não dependede aceitação da outra parte.

( #ceitação da decisão: a parte que aceitou a decisão, expressa outacitamente, não pode ser admitido. #ceitar tacitamente a decisão é

praticar atos incompatveis com a vontade de recorrer. %x.: cumprimentoespontEneo de decisão /udicial 4o cumprimento )orçado não a)asta ointeresse recursal5. # aceitação da decisão pode se dá mesmo ap-s ainterposição do recurso.

( esist+ncia do recurso: é expressa e pressup;e que o recurso /á tenha sidointerposto. # desist+ncia do recurso não depende de aceitação do recorridoe nem de homolo$ação do /ui0. sso está no 3'3. 'or isso não se deve )alarem Upedido de desist+nciaV. No semestre passo o "9? deu uma decisão queassustou o pas. # 6inistra NancX #ndri$h não aceitou a desist+ncia de um

recurso.

O!".: Não con)undir com o pro1lema que envolve a possi1ilidade dedesist+ncia do recurso escolhido para /ul$amento por amostra$em.%studaremos em 1reve.

O!".&: Não con)undir desist+ncia do processo, que possui outro re$ramento,com desist+ncia do recurso. É possvel desistir do recurso sem desistir doprocesso.

7. Tempestividade

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O recurso tem que ser interposto no pra0o. Aá, no entanto, diversasUpe$adinhasV so1re o assunto.

%ntes p81licos e 6' possuem pra0o em do1ro, ainda que recorram comoterceiros. O mesmo se di$a da e)ensoria '81lica. iscute(se se esse

1ene)cio dado aos de)ensores poderiam se estender a outras entidades queprestam assist+ncia /udiciária. Recentemente, o "9? estendeu esse 1ene)cioa uma entidade de assist+ncia /udiciária de uma <niversdade p81lica. ereditorial GIK, no site do pro)essor, que comenta essa decisão do "9?.

O pra0o será tam1ém em do1ro quando houver litisconsortes comadvo$ados di)erentes. O "9? decidiu que isso se aplica ainda que osadvo$ados se/am do mesmo escrit-rio. É importante ver s s8mula do "9F.

"8mula MJG, "9F > não se conta em do1ro o pra0o para recorrer quando s-um dos litisconsortes ha/a sucum1ido.

Recurso prematuro é aquele interposto antes do incio do pra0o. ?á houvea decisão, mas ainda não )oi pu1licada. %sse recurso é dentro do pra0oS%ssa é uma discussão muito anti$a. O "9?, desde &KKJ, entende que recursoprematuro é tempestivo, pois se a interposição ocorre antes da intimação,si$ni*ca que o su/eito se deu por intimado. O 9"9 há muitos anos mantém oentendimento que se trata de reurso intempestivo 4chama(se de recursoextemporEneo5. O "9F tam1ém tinha essa orientação, mas em maio&KG&4)a0er a reti*cação no livro > editorial GJJ5, no A3 GKG.GI&, o "9F mudou asua orientação, passando a admitir como tempestivo um recurso interposto

antes da pu1licação da decisão.Outro pro1lema relacionado á tempestividade está na -mula "19, -T(,que di0 que a tempestividade de recurso interposto no "9? é a)erida pelore$istro do protocolo da secretaria e não pela data da entrada na a$encia docorreio.

Aá, ainda, outra questão. # /urisprud+ncia dos tri1unais superiores era deque ca1ia ao recorrente provar a exist+ncia de um feriado local. 9anto o"9F quanto o "9?, no entanto, deram decis;es admitindo a comprovaçãoposterior do )eriado local, ou se/a, a comprovação posterior da

tempestividade, considerando que se o tri1unal loca admitiu o recurso comotempestivo, é preciso levar em conta essa presunção 4ver editoriais GI eGJG5.

 9emos, ainda, que olhar o art. HK, do 3'3, que di0 que se durante o pra0ode interposição do recurso so1revier o falecimento da parte ou outro

fato decorrente de força maior, o pra0o será devolvido inte$ralmente aparte que suceder.

Os reursos para os 9ri1unais "uperiores são interpostos nos 9ri1unais locais.Os tri1unais locais podem criar protocolos descentrali0ados para o

rece1imento de petiç;es. # questão é: é possvel entrar com um recursopara o 9ri1unal "uperior através de um protocolo descentrali0ado, ou é

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preciso ir ao 9ri1unal localS O "9?, outrora, editou a s8mula &HM 4Uo sistemade protocolo inte$rado não se aplica aos recursos diri$idos ao "9?V5. %m&KKQ, essa s8mula )oi cancelada. #$ora, os protocolos descentrali0adosservem para protocolar recursos, ainda que eles se diri/am a 9ri1unais"uperiores.

9. Regularidade Bormal

É a exi$+ncia de que o recurso o1servar as suas )ormalidades. O recursotem que ser escrito 4com exceç;es daqueles que admitem a interposiçãooral, como o #$ravo retido5, assinado, tem de ter )undamentação 4so1 penade inépcia5. Nesse contexto aparece o que a doutrina chamada de princpioda dialeticidade dos recursos, se$undo o qual o recurso deve viracompanhado da respectiva )undamentação, a *m de possi1ilitar ocontradit-rio.

D. Preparo

O preparo é o adiantamento das despesas relativas ao processamento dorecurso. espesas essas que correspondem ao pa$amento das taxas eadiantamento dos portes de remessa e retorno 4despesas postais5.

O preparo tem que ser )eito antes da interposição do recurso. #o recorrer,comprava(se que o preparo )oi )eito. # comprovação, portanto, éconcomitante à interposição do recurso7 mas ele é )eito antes dainterposição.

O "9? tem um posicionamento consolidado de que se o su/eito recorrequando o horário do expediente 1ancário /á terminou 4ex.: GQ:KK hs5, épossvel )a0er o preparo no dia se$uinte. e todo modo, sempre que houver

 /usto motivo para não se ter )eito o preparo, o 9ri1unal terá que dar umaparte para que a parte )aça o preparo. %le não pode inadmitir o recurso por)alta de preparo se houver /usto motivo, sem conceder pra0o parasuprimento. %ssa re$ra está no art. HG, 3'3. %sse arti$o está no captulo daapelação, mas é de aplicação $eral.

Nos ?ui0ados %speciais há uma re$ra especial. O preparo pode ser )eito até

JQhs depois da interposição do recurso.Na ?ustiça Federal, o preparo da #pelação pode ser )eito até H dias ap-s ainterposição do recurso 4art. GJ, , da lei .&QM5.

O art. HGG, 3'3 prev+ a re$ra do preparo insu*ciente. "e o preparo )oi )eito,mas não inte$ralmente, o 9ri1unal deve determinar a complementação. %lenão pode inadmitir o recurso se determinar a complementação. É aaplicação da 9eoria do #dimplemento 6nimo. O "9?, no entanto, a*rmouque essa re$ra do preparo insu*ciente não se aplica aos ?ui0ados %speciais.

%xistem recursos que estão expressamente dispensados do preparo. É ocaso dos %m1ar$os de eclaração, #$ravo Re$imental, %m1ar$os

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n)rin$entes na %xecução Fiscal, #$ravo do art. HJJ, os recursos do %3# 4O"9? entende que essa dispensa s- se aplica em )avor do adolescente oucriança5.

#demais, existem pessoas que estão dispensadas do preparo. "ão os entes

p81licos, o 6', o 1ene*ciário da /ustiça $ratuita 4se o pedido de /ustiça$ratuita )or )eito no 1o/o do recurso e ne$ado, o /ui0 deve conceder pra0opara a reali0ação do preparo5.

D. Recurso +desivo 4art. HKK, 3'35

Não é espécie de recurso, mas sim uma )orma de interposição do recurso.

ma$ine uma decisão em que houve sucum1+ncia recproca. #ssim,qualquer uma das partes poderá recorrer. ma$inemos que somente umadas partes recorreu. # outra parte será intimada para apresentarcontrarra0;es, em GH dias. 'ois 1em. Nesse lapso temporal, a parte quepoderia ter recorrido lo$o no incio, mas não recorreu, passa a ter umachance de recorrer, considerando que a outra parte recorreu. O Recursoadesivo é o mesmo que a parte poderia ter interposto. # di)erença é queesse recurso s- )oi interposto porque a outra parte recorreu.

# di)erença prática de se entrar com o Recurso #desivo é que se o recursoindependente 4da parte que interp@s oportunamente5 não )or conhecido, orecurso adesivo não será examinado.

O recurso adesivo terá que respeitar os mesmos requisitos deadmissi1ilidade, do recurso que poderia ter sido interposto primeiramente.

# desist+ncia do recurso independente implica o não conhecimento dorecurso adesivo.

e/a que o recurso adesivo é um desestmulo para o direito de recorrer.

"omente a #pelação, os %m1ar$os n)rin$es e os Recurso %special admitema interposição na )orma adesiva.

O Recurso #desivo tem preparo e a outra parte será intimada paraapresentar contrarra0;es.

E. =feitos dos Recursos

6i) %mpedir o trnsito em ulgado da decisão recorrida   > o recursoprolon$a a litispend+ncia. 'ara !ar1osa 6oreira, contudo, recursoinadmissvel não produ0 e)eito al$um, nem este.

6ii) =feito regressivo ou de retratação  > al$uns recursos criam aoportunidade de o /u0o a quo rever a sua decisão. É o que acontece com a

#pelação contra sentença que inde)ere a petição inicial, apela no caso do

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art. &QH(#, apelação no %3# e os #$ravos de um modo $eral. "- al$unsrecursos possuem esse e)eito.

6iii) =feito e>pansivo subetivo  > há casos em que a lei estende ose)eitos do recurso a quem não recorreu. %x.: os em1ar$os de declaração

interrompem o pra0o para recurso tanto para a parte que em1ar$ou, quantopara a outra7 o recurso de um litisconsorte unitário se estende aolitisconsorte unitário que não recorreu 4art. HK, caput57 o recurso dedevedor solidário 1ene*cia o outro que não recorreu, desde que se trate dede)esa comum. 'ara Fredie, o recurso do assistente simples 1ene*cia aparte que não recorreu, mas isso não é pac*co na doutrina. #$ora, se oassistido expressamente renunciou o pra0o de recurso, o assistente simplesnão poderá recorrer.

6iv) =feito -uspensivo > é o e)eito que o recurso tem de manter a decisãorecorrida ine*ca0. 'ode ser automático, da lei, isto é, a simples interposiçãodo recurso /á produ0 esse )eito. É o que acontece, em re$ra, com a#pelação. Aá casos, contudo, que esse e)eito

#ula KJ

E. =feitos dos Recursos > continuação

6vii) =feito -ubstitutivo  > é o e)eito que decorre do /ul$amento dorecurso. 3omo s- recursos /ul$ados produ0em esse e)eito, se ele )or

considerado inadmissvel, ele não produ0irá esse e)eito. %sse e)eitosu1stitutivo reYete o )ato de que a decisão que /ul$a o recurso su1stitui adecisão recorrida. É preciso sa1er qual a decisão que su1stitui por 8ltimo,pois ela será, por exemplo, um ttulo executivo, ou até mesmo o1/eto deuma ação rescis-ria. #inda que o recurso não se/a acolhido, haverá e)eitosu1stitutivo.

%xiste somente um caso em que o recurso é /ul$ado, mas não há e)eitosu1stitutivo: trata(se de recurso para invalidar que tenha sido provido.

6viii) =feito &evolutivo  > é o e)eito que o recurso tem de devolver a

análise da questão para o -r$ão ad quem. O e)eito devolutivo possui dupladimensão. e/amos:

4viii.1) =>tensão do =feito &evolutivo > tam1ém chamada dedimensão hori0ontal do e)eito devolutivo. É a dimensão quedetermina o que o -r$ão ad quem terá de examinar. 2ual a questãoque o 9ri1unal ad quem terá que decidir. 'ortanto, delimita a área deatuação do 9ri1unal. %ssa dimensão é delimitada pelo recorrente. O

 9ri1unal *ca vinculado a essa limitação, so1 pena de violar acon$ru+ncia. #ssim, a*rma(se que o e)eito devolutivo, so1 essa

dimensão, vincula(se ao 'rincpio ispositivo.

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6viii.") Profundidade > tam1ém chamada de imensão ertical doe)eito devolutivo. Nessa dimensão, o e)eito devolutivo trans)ere aanálise das quest;es que deverão ser examinadas pelo 9ri1unal paraque ele possa decidir o que )oi impu$nado. # pro)undidade do e)eitodevolutivo determina a trans)er+ncia das quest;es que deverão ser

examinadas pelo 9ri1unal para decidir aquilo que )oi impu$nado.%ssas quest;es so1em independentemente do requerente. Orecorrente, portanto, não delimita a pro)undidade. 9udo aquilo quedisser respeito ao que )oi impu$nado so1e com o recurso. "o1emtodas as quest;es suscitadas e discutidas no processo, além dasquest;es de ordem p81lica 4ainda que não suscitadas5,independentemente da vontade do recorrente. #$ora ve/a, s- so1emas quest;es relacionadas ao que )oi impu$nado. U# extensão 1itola apro)undidade.V sso porque so1e tudo aquilo que estiver relacionadoàquilo que )oi impu$nado.

%x.: ecisão que condenou ao pa$amento de danos morais emateriais. ma$ine que s- houve recurso em relação aos danosmorais. O 9ri1unal reconheceu a incompet+ncia a1soluta. # questãoé: essa decisão atin$e o captulo dos danos materiais, que não )oiimpu$nadoS Não, pois ainda que se trate de questão de ordemp81lica, nada so1e em pro)undidade em relação ao captulo que não)oi recorrido na extensão.

# pro)undidade do e)eito devolutivo tam1ém é conhecida como=feito Translativo do recurso. er art. HGH, 3'3.

Recursos em =spFcie

1. +pelação

 9rata(se de recurso contra sentença, cu/o pra0o é de GH dias.

#s re$ras so1re a apelação, tradicionalmente, costumam ser re$ras $erais,que /á vimos. #$ora, veremos somente al$uns pontos restantes.

1.". =feito -uspensivo da +pelação

# #pelação é interposta perante o /u0o a quo. É o /ui0 a quo que irá rece1ercom ou sem e)eito suspensivo.

No nosso ordenamento, a #pelação possui, em re$ra, e)eito suspensivoautomático. "i$ni*ca que a #pelação, em re$ra, /á impede a execução dasentença. Aá casos, contudo, em que a #pelação não tem e)eito suspensivoautomático. Nesses casos, ca1erá ao recorrente pedir o e)eito suspensivo.Aá muita discussão so1re como isso é )eito, pois o 3'3 é omisso. Aá quemde)enda que o apelante deve pedir e)eito suspensivo ao /ui0 a quo. adecisão do /ui0 a quo ca1eria #$ravo de nstrumento para o 9ri1unal. Outra

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posição é no sentido de que o apelante deveria apelar e concomitantementeentrar com uma ação cautelar perante o tri1unal, requerendo o e)eitosuspensivo. %ssas duas soluç;es são utili0adas na prática.

# sentença poderá ter mais de um captulo. Nesse caso, pode acontecer de

a #pelação ter e)eito suspensivo em relação a um captulo e em relação aoutro não ter.

e/amos os casos em que a #pelação não tem e)eito suspensivo automático4art. H&K, 3'35:

4i5 apelação contra sentença que Gomologar divisão ou demarcação de

terras7

4ii5 sentença que condena à prestação de alimentos7

4iii5 sentença que decidir o processo cautelar7

4iv5 sentença que reeitar liminarmente =mbargos H =>ecução ou os

 ulgar improcedentes > %m1ar$os à %xecução são a de)esa do executadona execução de ttulo extra/udicial. # execução, eventualmente suspensapelos %m1ar$os à %xecução, volta a correr no caso de re/eição liminar ou

 /ul$amento improcedente do mesmo, ainda que ha/a interposição de#pelação. 'ois 1em. %ssa execução será de*nitiva, con)orme se v+ das8mula IG, "9?.

"8mula IG, "9? > É de*nitiva a execução de ttulo extra/udicial, ainda que

pendente apelação contra sentença que /ul$a improcedente os em1ar$os.O pro1lema é que o art. HQ )oi re)ormado, di0endo exatamente o contráriodo que di0 a s8mula e toda a doutrina. %sse arti$o é uma a1erração, porqueo su/eito tinha uma execução de*nitiva, suspensa pelos em1ar$os e quandoele o1tém uma sentença con*rmando a sua execução, ela vira provis-ria.'ara Fredie, esse arti$o é inconstitucional, pois )ere o princpio da i$ualdade.

4v5 sentença que  ulgar procedente o pedido de instituição de

arbitragem7

4vi5 sentença que con3rmar a antecipação dos efeitos da tutela.O!".: "entença que revo$a a tutela antecipada > nesse caso, a apelaçãosuspende a revo$açãoS Ora, se suspender a revo$ação, a tutela antecipadacontinuará produ0indo e)eitos. # doutrina, então, sustenta que essaapelação contra sentença que revo$a tutela antecipada tam1ém não teme)eito suspensivo, exatamente para permitir que a revo$ação se/a imediata.

#lém dessas hip-teses do art. H&K, há outros casos em que a #pelação nãotem e)eito suspensivo automático. e/amos:

4i5 #pelação contra sentença que decreta a interdição7

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4ii5 #pelação contra sentença que  ulga procedente Mandado de

-egurança7

4iii5 #pelação contra sentença que concede Iabeas &ata7

4iv5 #pelação contra sentença em +ção Civil Pblica7

4v5 #pelação contra sentença em +ção de &espeo.

1./ %novação em MatFria de Bato na +pelação

# per$unta é: a #pelação pode inovar em matéria de )atoS "im, primeiropode tra0er )atos novos. "e o )ato é novo, claro que ele poderá ser suscitadona #pelação. No que toca aos )atos anti$os ainda não suscitados, elespoderão ser suscitados na #pelação, desde que se demonstre a exist+nciade /usto motivo para que os mesmos não tenham sido suscitados antes 4art.HG, 3'35.

1.2 # Problema do +rt. 717, J/K, CPC

ZIo Nos casos de extinção do processo sem /ul$amento do mérito 4art. &M5,o tri1unal pode /ul$ar desde lo$o a lide, se a causa versar questãoexclusivamente de direito e estiver em condiç;es de imediato /ul$amento.

( 'ressupostos para que o 9ri1unal possa /ul$ar o mérito:

G[5 'rovimento da apelação7

&[5 6aturidade da 3ausa > si$ni*ca que a causa tem que estar pronta paraser /ul$ada7

#l$uns autores di0em que esse dispositivo concreti0a a 9eoria da 3ausa6adura.

Aá um terceiro pressupostos que é discutvel na doutrina e não háposicionamento prevalecente. Fredie entende que é pressuposto sim.e/amos:

I[5 'rovocação do apelante > o apelante teria que pedir ao 9ri1unal a

aplicação do arti$o HGH, ZI[, 3'3.Aá quem de)enda a aplicação anal-$ica desse dispositivo para outros casos.%x.: quando a sentença )or citra petita , ou sem )undamentação.

1.7 -mula %mpeditiva de +pelação

#rt. HGQ, 3'3 > nterposta a apelação, o /ui0, declarando os e)eitos em que arece1e, mandará dar vista ao apelado para responder.

ZG[ O /ui0 não rece1erá o recurso de apelação quando a sentença estiver emcon)ormidade com s8mula do "9? ou "9F.

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"e a sentença se )unda em s8mula do "9? ou "9F e a #pelação a impu$na,essa apelação sequer será rece1ida.

O pro1lema é que isso merece uma interpretação temperada. e/amos.

"e o apelante ale$a que seu caso é distinto do caso para o qual a s8mula )oicriada, essa #pelação terá que su1ir. e/a que não se está discutindo as8mula. 9rata(se do "9N\<"AN\.

Outro exemplo é o caso da #pelação por error in procedendo. Nesse caso,não se está discutindo a s8mula, mas a*rmando que a decisão é nula. #discussão $ira em torno da validade da decisão. %ssa apelação terá quesu1ir.

 9am1ém terá que su1ir a #pelação nos casos em que o apelante demonstrarque a s8mula está superada. 9rata(se do O%RR<TN\.

". =mbargos %nfringentes

 9rata(se de recurso que ca1e contra ac8rdãos não unnimes em:

= #pelação que tenha re)ormado sentença de mérito7

= #ção Rescis-ria.

O prop-sito dos em1ar$os n)rin$entes é dar ense/o a um novo /ul$amento,

de modo que o voto vencido prevaleça. e/a, o o1/etivo não é atin$ir aunanimidade, mas permitir uma nova decisão.

'ra0o ] GH dias.

".1 Problemas 6LpegadinGas concursais)

a5 Não ca1em %m1ar$os n)rin$entes em 6andado de "e$urança.

15 3a1em %m1ar$os n)rin$entes em )al+ncia.

c5 Não ca1em %m1ar$os n)rin$entes em Reclamação 4"8mula IMQ, "9F5.

d5 Não ca1em %m1ar$os n)rin$entes em reexame necessário 4"8mula IK,"9?5.

e5 3a1em %m1ar$os n)rin$entes em /ul$amento de #$ravo Retido que verseso1re o mérito da causa 4"8mula &HH, "9?5.

)5 3a1em %m1ar$os de n)rin$entes se a diver$+ncia acontecer no captulodos honorários advocatcios 4há diver$+ncia, mas esse é o entendimentoprevalecente5.

$5 3a1em %m1ar$os n)rin$entes contra ac-rdão que aplicar o ZI[ do art.HGH, 3'3.

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h5 3a1em %m1ar$os n)rin$entes contra ac-rdão que /ul$a #$ravo denstrumento, desde que verse so1re o mérito da causa.

i5 3a1em %m1ar$os n)rin$entes contra ac-rdão lavrado com o voto médio4é o voto que *ca entre os extremos, e não a média dos votos5.

 /5 "- ca1em %m1ar$os n)rin$entes em /ul$amento de #ção Rescis-ria se oac-rdão rescindir a sentença.

/. =mbargos de &eclaração

2uem /ul$a os %m1ar$os de eclaração é o pr-prio /ui0 que pro)eriu adecisão em1ar$ada.

'ra0o ] H dias.

Não tem preparo.

Os %m1ar$os de eclaração são um recurso de )undamentação vinculada.Não é possvel em1ar$ar ale$ando qualquer coisa. "ua motivação é tpica. O3'3 prev+ tr+s hip-teses de ca1imento dos em1ar$os. e/amos:

= Contradição > a decisão é contradit-ria7

= #bscuridade > a decisão é o1scura e os em1ar$os sem prestamao esclarecimento7

= #missão > a decisão é omissa.

# /urisprud+ncia tam1ém admite em1ar$os de declaração quando houvererro material na sentença e contra decisão ultra ou e>tra petita.

# 3T9, no art. Q(#, admite %m1ar$os de eclaração no caso de erro na

análise de re?uisitos e>tr0nsecos de admissibilidade do recurso

4tempestividade, preparo e re$ularidade )ormal5.

# Tei dos ?ui0ados tra0 outra hip-tese de ca1imentos dos %m1ar$os deeclaração: quando houver dvida. e/a, a lei dos /ui0ados UcopiavaV o 3'3e não se atentou à mudança que houve em GJ e que retirou a hip-tese ded8vida. É que não decisão não pode ter d8vida7 pode causar d8vida.

/.1 #beto dos =mbargos de &eclaração

3a1em %m1ar$os de eclaração contra qualquer decisão.

No "9F, há um entendimento anti$o no sentido de que decisão de relatornão poderia ser em1ar$ada. %sse entendimento não tem sentido.

/." <ature:a da &ecisão ?ue (ulga os =mbargos de &eclaração

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# decisão que /ul$a os %m1ar$os de eclaração tem nature0a da decisãoem1ar$ada. sso porque a decisão que /ul$a os %m1ar$os de eclaração seincorpora na decisão em1ar$ada, passando a ser uma coisa s-.

'er$unta de concurso: 3a1em %m1ar$os n)rin$entes contra ac-rdão que

 /ul$a %m1ar$os de eclaraçãoS

Resposta: "im, quando o ac-rdão que /ul$ar os %m1ar$os de eclaraçãotiver nature0a de ac-rdão que /ul$a #pelação ou #ção rescis-ria e )or nãounEnime, o1viamente.

/./ =feito dos =mbargos de &eclaração

Os %m1ar$os de eclaração interrompem o pra0o para a interposição dequalquer outro recurso para am1as as partes.

O!".: # Tei dos ?ui0ados di0 que os %m1ar$os de eclaração suspendem opra0o para outro recurso.

#9%NBCOD O "9F entendeu que, nos ?ui0ados %speciais, os %m1ar$os deeclaração contra decisão de 9urma Recursal interrompem o pra0o paraqualquer outro recurso. "i$ni*ca que, contra sentença, os %m1ar$os deeclaração suspendem o pra0o.

Aá um sistema muito ri$oroso para punir os %m1ar$os utili0ados com*nalidade protelat-ria 4art. HIQ, par. 8nico5. Nesse caso, o em1ar$ante teráque pe$ar ao em1ar$ante a multa de G^, podendo ser elevada a até GK^

no caso de reiteração _ dep-sito do valor da multa para interposição dequalquer outro recurso.

'ara Fredie, o 3'3 s- admite dois %m1ar$os de eclaração sucessivos. O "9?acolheu esse entendimento.

"8mula Q, "9? > %m1ar$os de eclaração mani)estados com not-rioprop-sito de prequestionamento não tem caráter protelat-rio.

/.2 (ulgamento dos =mbargos

O /ul$amento dos %m1ar$os pode modi*car a decisão em1ar$ada.

%m1ar$os de eclaração podem ter e)eito modi*cativo. %sse e)eitomodi*cativo tam1ém é chamado de e)eito in)rin$ente.

# lei não prev+ intimação para que o em1ar$ado apresente contrarra0;es. # /urisprud+ncia, diante dessa omissão, di0 que, se os em1ar$os puderem tere)eito modi*cativo, é preciso ouvir o em1ar$ado 4o contradit-rio se imp;e5.

# parte que /á havia recorrido poderá complementar seu recurso se adecisão em1ar$ada tiver sido alterada por %m1ar$os de eclaração. #doutrina chama isso de 'rincpio da 3omplementaridade.

O "9? di0 que se houve recurso e posteriormente houve /ul$amento de%m1ar$os de eclaração que não modi*cou a decisão, o recorrente é

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o1ri$ado a voltar a /u0o e rati*car seu recurso. "em essa rati*cação, orecurso não so1e.

#ula KH

2. +gravo Retido

4...5

O #$ravo Retido é um recurso que não tem preparo e é interposto perante o /u0o a quo, que pode, inclusive, se retratar.

O nosso 3-di$o prev+ duas espécies de #$ravo Retido. e/amos:

= +gravo Retido contra decis'es proferidas em audi;ncia

4decisão oral5 > trata(se de #$ravo Retido oral. eve ser interpostoimediatamente ap-s a prolação da decisão.

= +gravo Retido contra decis'es interlocut8rias

apresentadas por escrito > tratar(se #$ravo Retido que tem queser por escrito, no pra0o de GK dias.

2uando ca1e #$ravo RetidoS

3a1e #$ravo Retido quando não cou1er #$ravo de nstrumento. 3a1erá+gravo de %nstrumento em tr+s hip-teses:

6i) situaç'es de urg;ncia > ou se/a, sempre que a decisão interlocut-riapuder causar dano $rave ou de di)cil reparação. "e o relator do # entenderque não há situação de ur$+ncia, ele poderá convert+(lo em #$ravo Retido,remetendo(o à instancia in)erior. O preparo /á pa$o terá que ser suportadopelo a$ravante. %sta decisão de conversão do # em #R não é impu$návelpor #$ravo Re$imental, se$undo o 3'3. # pr-pria /urisprud+ncia do "9?,contudo, tem sido tolerante com a interposição de #R, caso contrário teriaque admitir 6andado de "e$urança contra ato /udicial, o que seria pior7

6ii) ?uando Gouver e>pressa previsão legal > essa hip-tese independeda exist+ncia de situação de ur$+ncia. "ão os se$uintes acasos: a$ravo desentença que decreta )al+ncia, a$ravo em liquidação de sentença 4art. JH(A5, a$ravo contra decisão que não admite apelação, a$ravo contra decisãodo /ui0 que rece1e a apelação em e)eitos diversos, a$ravo contra decisãoque rece1e a ação de impro1idade administrativa 4art. G, ZGK, da leiQ.J&57 e

6iii) ?uando o +gravo Retido for incompat0vel com a situação  >ve/amos tr+s exemplos: decisão interlocut-ria pro)erida em execução 4essa

decisão /amais poderá ser impu$nada em recurso retido, pois não haveráoportunidade para rati*cá(lo5, decisão interlocut-ria de mérito 4se a decisão

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é de mérito, essa parte do processo /á )oi resolvida, de )orma que não hára0ão para um #$ravo Retido que irá esperar a solução da outra parte domérito7 a parte /á resolvida se destaca do processo7 a decisão parcial demérito é impu$nável por meio de #$ravo de nstrumento5, contra decisãoque discute compet+ncia.

ecisão interlocut-ria impu$nável pro #$ravo Retido é 1asicamente decisãode prova, decisão que convoca para /ul$amento antecipado da lide, etc.

7. +gravo de %nstrumento

 9rata(se de recurso cu/o pra0o é de GK dias.

'ossui preparo.

É um recurso 4e 8nico5 interposto diretamente no -r$ão ad quem. O -r$ãoad quem terá que examiná(lo sem ter acesso aos autos. 'or isso que orecurso se chama #$ravo de nstrumento. 'orque o a$ravante terá que levarao tri1unal os documentos indispensáveis para que ele possa examinar adecisão recorrida. É um a$ravo que vem acompanhado de um con/unto dedocumentos.

e/amos os documentos necessários: 4i5 c-pia da decisão recorrida7 4ii5 c-piadas procuraç;es de a$ravante e a$ravado7 4iii5 c-pia da certidão deintimação da decisão a$ravada > quando a tempestividade do a$ravo )ormani)esta, aceita(se a dispensa dessa certidão7 4iv5 todas as c-pias daspeças indispensável à compreensão da controvérsia > em &KG&, o "9?

decidiu que se uma dessas peças não )or /untada, o Relator tem que mandaremendar, e não inadmitir, de lodo, o #$ravo.

O!".: #s c-pias poderão ser reputadas em con)ormidade com o ori$inal pelopr-prio advo$ado, so1 sua responsa1ilidade.

O #$ravo de nstrumento não tem, em re$ra, e)eito suspensivo. 3a1e aoa$ravante pedir o e)eito suspensivo. O relator irá examinar.

3omo se dá e)eito suspensivo a uma decisão que não concedeu o que )oipedido 4decisão ne$ativa5S "uspender o que )oi ne$ado é /ustamente

conceder o que )oi pedido. # suspensão da ne$ação )oi chamada de =feito-uspensivo +tivo. 9rata(se de e)eito que suspende o que )oi ne$ado,portanto, é uma suspensão ativa, que concede o que )oi ne$ado. %sse e)eitosuspensivo ativo tam1ém é chamado de +ntecipação da Tutela Recursal.

O Relator, em #$ravo de nstrumento, pode suspender os e)eitos da decisãoou conceder de lo$o aquilo que )oi ne$ado 4art. H&, , 3'35.

%xiste uma hip-tese de #$ravo de nstrumento com e)eito suspensivoautomático. 9rata(se do #$ravo de nstrumento contra decisão interlocut-riaque trata da compensação de créditos da dvida ativa com precat-rios. %ssa

hip-tese está prevista na lei G&.JIG&KGG, art. IJ.

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O a$ravante, ap-s a$ravar, tem que /untar no /u0o a quo a c-pia das ra0;esdo a$ravo, o rol de documentos e o protocolo de interposição, no pra0o de Idias. "e isso não )or )eito e o a$ravado ale$ar e provar isso, o a$ravo nãoserá conhecido.

# superveni+ncia da sentença na pend+ncia de #$ravo de nstrumento nãoimplica, necessariamente, a queda do #$ravo. O exame tem que ser caso acaso. "empre que o o1/eto do #$ravo puder invalidar a sentença, o #$ravopermanecerá pendente.

"e so1revier a sentença e nenhuma das partes apelar, não necessariamenteo #$ravo cairá. "% o provimento do #$ravo puder anular a sentença, o#$ravo permanecerá pendente.

9. Recursos =>traordinários

#1ran$e o Recurso %special para o "9? e o Recurso %xtraordinário para o"9F, além do Recurso de Revista para o 9"9.

 9am1ém são chamados de recursos excepcionais ou de superposição.

#té GQQ, não havia "9?, assim como não havia Recurso %special. O quehavia, até QQ até um recurso extraordinário para o "upremo. %le poderia serinterposto para discutir quest;es constitucionais e de le$islação )ederal.

%m GQQ, criou(se o "9?, atri1uindo(lhe uma parte da compet+ncia do "9F,especi*camente aquela correspondente à le$islação )ederal.

9.1 Parte eral dos Recursos =>traordinários

G5 'ra0o: GH dias.

&5 Não possuem e)eito suspensivo automático.

I5 # compet+ncia para atri1uir e)eito suspensivo aos recursosextraordinários é do 'residente do 9ri1unal local, que rece1e o recurso e )a0o primeiro /u0o de admissi1ilidade.

O "9F entende que enquanto não )or )eito o /u0o de admissi1ilidade pelo

 9ri1unal local, compete ao presidente do tri1unal local o exame do pedidode e)eito suspensivo. "e o /u0o de admissi1ilidade pelo 9ri1unal de ori$em

 /á tiver sido )eito, a compet+ncia para O exame desse pedido de e)eitosuspensivo será do 9ri1unal "uperior. sso está em duas s8mulas do "9F,aplicáveis aos "9?.

"8mula MIJ, "9F ( Não compete ao "upremo 9ri1unal Federal concedermedida cautelar para dar e)eito suspensivo a recurso extraordinário queainda não )oi o1/eto de /u0o de admissi1ilidade na ori$em.

"8mula MIH, "9F > 3a1e ao 'residente do 9ri1unal de ori$em decidir o

pedido de medida cautelar em recurso extraordinário ainda pendente doseu /u0o de admissi1ilidade.

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J5 Os recursos extraordinários somente podem ser interpostos ap-s oes$otamento das instEncias ordinárias. O que si$ni*ca di0er que, se ca1eum recurso ordinário contra a decisão, não é possvel UpularV esse recursopara interpor al$um extraordinário. 'or isso que se di0 que não ca1e recursoextraordinário Uper saltumVsso está em s8mula do "9?.

"8mula &K, "9? ( É inadmissvel recurso especial quando ca1veis em1ar$osin)rin$entes contra o ac-rdão pro)erido no tri1unal de ori$em.

"ucede que nesse ponto há um pro1lema.

ma$ine um ac-rdão em que há um captulo unanime e outro não unanime.3ontra o captulo não unEnime ca1em %m1ar$os n)rin$entes, em GH dias.3ontra o captulo unEnime ca1e Recurso %special ou %xtraordinário. Ole$islador, diante disso, di0 que primeiro tem que se discutir o captulo nãounEnime, através de %m1ar$os n)rin$entes, em GH dias. O captulo unEnime

*ca a$uardando. 3ontra o ac-rdão que decide os %m1ar$os n)rin$entes,ca1e Recurso %special ou %xtraordinário, em GH dias, contra tudo 4captulounEnime e ac-rdão dos %m1ar$os n)rin$entes do captulo não unEnime5.

'ode acontecer, no entanto, que, no pra0o de GH dias, não se/a interposto%m1ar$os n)rin$entes contra o captulo não unanime, o que implicará otrEnsito em /ul$ado desse captulo. No que toca ao captulo unEnime, ole$islador determina mais GH dias, a partir do trEnsito em /ul$ado docaptulo não unEnime, para que se/a interposto Recurso %special ou%xtraordinário contra o captulo unEnime.

O 3'3 tra0 essas duas situaç;es no art. JQ, caput e par. 8nico.

H5 É possvel a interposição simultEnea de Recurso %special e %xtraordinário.Nesse caso, am1os os recursos vão primeiro para o "9?. "e o "9? entenderque o Recurso %xtraordinário é pre/udicial ao Resp. 4de modo que deverá serexaminado primeiro5, ele encaminhará am1os para o "9F. "e o "9F entenderque, em verdade, pre/udicial é o Resp., ele devolverá e o "9? terá que /ul$aro Resp.

`s ve0es, o dispositivo do ac-rdão possui dois )undamentos: um le$al e

outro constitucional. No caso de qualquer um dos )undamentos ser capa0 desustentar a decisão por si s-, a parte deve interpor os dois recursos. É que ainterposição de um s-, nesse caso, é in8til, pois em que pese a eventualqueda de um dos )undamentos, o outro será su*ciente para sustentar adecisão.

"8mula G&M, "9? ( É inadmissvel recurso especial, quando o ac-rdãorecorrido assenta em )undamentos constitucional e in)raconstitucional,qualquer deles su*ciente, por si s-, para mant+(lo, e a parte vencida nãomani)esta recurso extraordinário.

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M5 Recursos %xtraordinários Retidos > há casos em que os Recursos%xtraordinários *cam retidos, ou se/a, eles não são processadosimediatamente.

3ontra ac-rdão que /ul$a #$ravo de nstrumento ca1e R% ou Resp 4"8mula

QM, "9? ( 3a1e recurso especial contra ac-rdão pro)erido no /ul$amento dea$ravo de instrumento5. Nessa hip-tese, os Recursos %xtraordinários *carãoretido.

O!".G: Os recursos não *carão retidos se se estiver em processo deexecução. 9rata(se de exceção le$al.

O!".&: # /urisprud+ncia criou outras hip-teses em que os Recursos%xtraordinários não *cam retidos. %x.: nos casos de tutela antecipada, casosem que se discute compet+ncia.

O!".I: # /urisprud+ncia tra0 vários instrumentos para destrancar esserecurso, para que ele não *que retido. %x.: 3autelar, #$ravo do art. HJJ,Reclamação.

O!".J: # reiteração dos Recursos %xtraordinários retidos ( nos casos deac-rdão de #pelação e ac-rdão de %m1ar$os n)rin$entes ca1em Recursos%xtraordinários. "ão momentos que revelam o es$otamento das instEnciasordinárias. %sse é o momento em que devem ser rati*cados os Recursosextraordinários retidos. # rati*cação dos Recursos %xtraordinários retidosserá )eita no pra0o para a interposição dos Recursos %xtraordinários contraa 8ltima decisão 4ac-rdão de #pelação e ac-rdão de %m1ar$os

n)rin$entes5.

# rati*cação pode ser )eita no corpo do Recurso %xtraordinário interpostocontra a 8ltima decisão, ou, se não houver a interposição de Recurso%xtraordinário contra a 8ltima decisão, a rati*cação se dá por petiçãosimples.

sso está no art. HJ&, ZI[, 3'3.

5 Fundamentação vinculada dos Recursos %xtraordinários > há)undamentação tpica e constitucional para os Recursos %xtraordinários

4Recurso %special > art. GKH, , 3F7 Recurso %xtraordinário > art. GK&, ,3F5.

"ão recursos de estrito direito, isto é, são recursos para discutir quest;es dedireito. essa )orma, não ca1em para simples reexame de prova, que éreexame de )atos 4s8mula , "9? ( # pretensão de simples reexame de provanão ense/a recurso especial5. 9am1ém não ca1em para reinterpretarcláusula contratual 4s8mula H, "9? ( # simples interpretação de cláusulacontratual não ense/a recurso especial5.

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O!".G: %xistem re$ras de direito pro1at-rio. "e houver desrespeito às re$rasde direito pro1at-rio, tem(se uma questão de direito, que ense/a Recursos%xtraordinários.

O!".&: 2uestão de direito é aquela que di0 respeito à interpretação de uma

norma.

O!".I: `s ve0es, a interpretação de uma cláusula contratual é indispensávelpara a de*nição da norma /urdica a ser aplicada ao caso. "e a interpretaçãoda cláusula contratual )or indispensável para a de*nição do direito aplicávelao caso concreto, ca1e Recurso %special.

#ula KM

Q5 'requestionamento > é um requisito para a admissi1ilidade dos Recursos%xtraordinários. # doutrina costuma di0er que o prequestionamento comp;ea análise do ca1imento dos recursos extraordinários e é uma exi$+nciaconstitucional, que se encontra no art. GK&, e GKH, , 3F.

O prequestionamento pode se apresentar de tr+s )ormas.

# primeira concepção é o prequestionamento como ato da parte. e acordocom essa concepção, há prequestionamento quando a parte houversuscitado a questão antes do seu recurso extraordinário.

'ara a se$unda concepção, há prequestionamento sempre que a questãosuscitada pela parte houver sido examinada na decisão recorrida. 9rata(sede uma posição mais ri$orosa.

'ara terceira concepção, há prequestionamento quando a questão o1/eto dorecurso extraordinário tiver sido en)rentada na decisão recorrida.

# se$unda concepção é a ideal. No caso da terceira concepção, em quepese a parte não tenha suscitado a questão, houve decisão, de modo que os

 9ri1unais costumam di0er que há prequestionamento.

O pro1lema está na primeira concepção, quando há omissão do 9ri1unal, em

que pese a parte tenha suscitado a questão. Nesse caso, é preciso entrarcom %m1ar$os de eclaração. "e o 9ri1una se mani)estar so1re a questão,estará resolvido o pro1lema. O pro1lema é quando o 9ri1unal se mantémomisso. 'ara o "9?, não há prequestionamento. sso está consa$rado na"8mula &GG, "9? 4nadmissvel recurso especial quanto à questão que, adespeito da oposição de em1ar$os declarat-rios, não )oi apreciada pelotri1unal a quo.5 O "9?, então, admite que se entre com Recurso %specialpor violação ao arti$o que cuida dos %m1ar$os de eclaração.

'ara o "9F, contudo, há prequestionamento. %sse pensamento está

consa$rado na "8mula IHM, "9F 4O ponto omisso da decisão, so1re o qualnão )oram opostos em1ar$os declarat-rios, não pode ser o1/eto de recurso

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extraordinário, por )altar o requisito do prequestionamento.5. Fala(se, então,que o "9F, por conta desse entendimento, admite o prequestionamento*cto. 3onsidera(se decidida a questão, mesmo ela não tendo sido decidida.

'requestionamento implcito é aquele em que não há re)erencia ao arti$o de

lei, em1ora a questão tenha sido en)rentada. É admitido tanto pelo "9F,quanto pelo "9?.

"8mula I&K, "9? ( # questão )ederal somente ventilada no voto vencido nãoatende ao requisito do prequestionamento.

sso se dá porque o voto vencido não comp;e o ac-rdão.

5 ?ul$amento dos Recursos %xtraordinários > conhecido o recursoextraordinário, ele terá que ser /ul$ado. # questão é: existe al$umadi)erença no /ul$amento dos recursos extraordináriosS Não, não há

nenhuma peculiaridade. "i$ni*ca que, uma ve0 conhecido o recursoextraordinário, o 9ri1unal "uperior terá que re/ul$ar a causa, vendo quest;esde )atos, provas, etc.

e/a, o que não se pode é entrar com os recursos extraordinários pedindo oreexame de )atos e provas. "ucede que, uma ve0 UencaixadoV esse recurso,porque )undado em questão de direito, ele será conhecido e a partir deentão tudo será reexaminado.

"e a questão de ordem p81lica tiver sido o1/eto do recurso extraordinário,ela terá que ser prequestionada. #$ora, se o recurso tiver outro o1/eto e )or

conhecido, o 9ri1unal pode conhecer a questão de ordem p81lica, ainda quenão tenha sido suscitada. %sse entendimento é 1aseado na "8mula JHM, "9F4O "upremo 9ri1unal Federal, conhecendo do recurso extraordinário, /ul$aráa causa, aplicando o direito à espécie.5.

%ssa visão estava consa$rada há anos Ocorre que, recentemente, o "9?mudou seu entendimento.

er o #$ravo Re$imental nos %m1ar$os em Recurso %special n[ .IJ&4ver editorial GHK no site de Fredie5.

Ter o Resp. G.KQK.QKQ.

9." Recurso =special

O Resp. s- ca1e contra ac-rdão de 9? ou 9RF.

3a1e Resp. contra ac-rdão que /ul$a remessa necessária, mesmo que oente p81lico não tenha recorrido antes.

Aip-teses de ca1imento: art. GKH, , 3F.

#rt. GKH. 3ompete ao "uperior 9ri1unal de ?ustiça:

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( /ul$ar, em recurso especial, as causas decididas, em 8nica ou 8ltimainstEncia, pelos 9ri1unais Re$ionais Federais ou pelos tri1unais dos %stados,do istrito Federal e 9errit-rios, quando a decisão recorrida:

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar!lGes vig;ncia*

Tei )ederal é lei ordinária, complementar, 6', decreto(lei, etc. 9em sentidoamplo, não sendo s- lei ordinária.

3ontrariar é o)ender de qualquer maneira. Ne$ar vi$+ncia é não aplicar.2uem ne$a vi$+ncia contraria.

#9%NBCOD "e a contrariedade )or a um tratado com status de normaconstitucional 4que verse so1re direitos humanos e aprovados com quorumde %35, o caso será de Recurso %xtraordinário 4e não de Resp.5.

b) ulgar válido ato de governo local contestado em face de lei

federal7

#nti$amente, essa hip-tese estava escrita da se$uinte )orma: U/ul$ar válidolei ou ato de $overno local contestado em )ace de lei )ederalV.

Retiraram lei local contestada em )ace de lei )ederal. %ssa mudança se deuporque um contraste entre lei local e )ederal é um pro1lema decompet+ncia le$islativa constitucional, de modo que ca1e R%. %ssa hip-tese)oi para o art. GK&, , U1V, correspondente ao R%.

c) der a lei federal interpretação divergente da ?ue lGe Gaa

atribu0do outro tribunal.

É o )amoso Resp. por diver$+ncia /urisprud+ncia. 9rata(se de umadiver$+ncia entre tri1unais.

# $rande questão aqui é que o Resp. terá que ter um item pr-priodenominado U3on)ronto #naltico %ntre o #c-rdão Recorrido e ecisão'aradi$maV. É preciso demonstrar que o seu caso é semelhante ao caso doac-rdão paradi$ma e, por causa disso, o 9ri1unal errou,a dotandoentendimento di)erente para um mesmo caso.

#lém disso, é preciso provar a diver$+ncia, provando a exist+ncia da decisãoparadi$ma. Ao/e em dia isso é muito simples, 1astando extrair o ac-rdão dosite do 9ri1unal.

9./ Recurso =>traordinário para o -TB

É ca1vel contra decisão de qualquer 9ri1unal do pas, desde que se/a a8ltima decisão na instEncia ordinária. "i$ni*ca que ca1e R% no Em1ito dos

 /ui0ados %speciais, ?ustiça %leitoral, do 9ra1alho, etc.

"8mula MJK, "9F ( É ca1vel recurso extraordinário contra decisão pro)erida

por /ui0 de primeiro $rau nas causas de alçada, ou por turma recursal de /ui0ado especial cvel e criminal.

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"8mula II, "9F ( Não ca1e recurso extraordinário contra decisão pro)eridano processamento de precat-rios.

O processamento de precat-rios tem nature0a de processo administrativo,por isso não ca1e R%.

"umula IH, "9F ( Não ca1e recurso extraordinário contra ac-rdão quede)ere medida liminar.

O "9F entende que a violação à 3F que autori0a R% tem que ser umaviolação direta. Não é violação direta aquela que é indireta, reYexa, o1lqua.O "9F entende que a o)ensa reYexa é aquele que, para avaliá(la, é precisoexaminar uma lei. "e entre ela e a 3F houver uma lei no caminho, nãoca1erá R%, pois a violação seria meramente reYexa.

"8mula MIM, "9F ( Não ca1e recurso extraordinário por contrariedade ao

princpio constitucional da le$alidade, quando a sua veri*cação pressuponharever a interpretação dada a normas in)raconstitucionais pela decisãorecorrida.

O ireito 1rasileiro passou por uma pro)unda alteração no tocante aosprecedentes /udiciais. O precedente deve ser se$uido, principalmente sevier do "9F. #o lado disso, o controle di)uso de constitucionalidade tam1émtem $anhado outra expressão, outro vi$or, pois se tem dito que quando o"9F )a0 controle di)uso, essa decisão tam1ém deve possuir uma e*cáciavinculativa.

O R% é um instrumento do controle di)uso de constitucionalidade.

O1/etivação do Recurso %xtraordinário > o R% passa a ser encarado comoum processo o1/etivo, utili0ado para *xar uma tese que valha para todomundo que este/a na mesma situação.

%m ra0ão disso, a %3 JH trouxe uma nova exi$+ncia para a admissi1ilidadedo R%: a repercussão $eral.

'ara que o R% se/a conhecido, é preciso que a questão nele discutida se/auma questão que transcenda os interesses do recorrente.

3a1e ao recorrente demonstrar isso em seu recurso. "omente ao "9F ca1edi0er se há ou não repercussão $eral e a decisão é irrecorrvel. O 'residentedo 9ri1unal local s- pode veri*car se a repercussão $eral )oi ou não ale$ada,para e)eito de conhecimento do recurso, mas somente o "9F pode examiná(la. O presidente do tri1unal local, contudo, poderá aplicar o pensamento do"9F a respeito da repercussão $eral no sentido da inexist+ncia.

# 3F di0 que para o "9F di0er que não há repercussão $eral é preciso de Qvotos 4dos GG 6inistros existentes5.

# análise da repercussão $eral é )eita eletronicamente. O relator apresentao seu posicionamento e os ministros apresentam seu posicionamento em &K

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dias. "e, porventura, o ministro não se mani)estar nesse pra0o, é como seele tivesse entendido que há repercussão $eral. ecidida a repercussão$eral, a )avor ou contra, a decisão valerá para qualquer questãosemelhante.

er art. HJI(#, 3F.

# tese *xada em repercussão $eral pode ser revista.

O relator poderá admitir a intervenção de terceiros, in casu, como amicus

curiae, /ustamente porque a decisão vinculará.

( ?ul$amento dos Recursos %xtraordinários Repetitivos: é preciso dar umtratamento di)erente às causas repetitivas. É possvel que elas ori$inem R%.%xiste um procedimento pr-prio para o /ul$amento desses recursosrepetitivos.

%scolhem(se al$uns desses recursos que 1em representem a controvérsia7que sirvam como amostra representativa do que está sendo discutido. %ssaseleção pode competir ao 9ri1unal local ou ao pr-prio "9F. Os demais *camso1restados. Fixada a tese, ela valerá para todos os recursos.

er art. HJI(!.

O!".: O /ul$amento dos Resp. repetitivos se$ue esse mesmo padrão, sendodisciplinado pelo art. HJM(3.

É possvel desistir de recurso que tenha sido selecionado para /ul$amentopor amostra$emS O "9? não aceita essa desist+ncia, pois uma ve0selecionado, o "9? tem que *xar a tese.

# doutrina )e0 uma crtica a esse entendimento, no sentido de que, uma ve0a)etado para /ul$amento por amostra$em, a parte pode até desistir dorecurso, mas a tese tem que ser *xada.

2uem examinará tutela de ur$+ncia enquanto o recurso estiver so1restadoé o 'residente do 9ri1unal local.

"e o 'residente do 9ri1unal determinar o so1restamento de recurso que

discute tese di)erente dos recursos repetitivos, ca1erá #$ravo Re$imentalpara a 3orte %special ou 'leno do 9ri1unal.

D. +ção Rescis8ria

D.1 Conceito

É a ação aut@noma de impu$nação que tem por o1/etivo rescindir decisão /udicial transitada em /ul$ado e, eventualmente, proceder a um novo /ul$amento da causa.

# rescis-ria pode ter dois prop-sitos:

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= Rescindir a decisão > toda rescis-ria tem esse o1/etivo. %ssepedido é chamado de Uiudicium rescindensV.

= Re/ul$amento da causa > nem toda rescis-ria tem esse pedido. Échamado deV iudicium rescissoriumV.

# rescis-ria permite a revisão da coisa /ul$ada por quest;es )ormais esu1stanciais.

# rescis-ria possui quatro pressupostos:

G5 %xist+ncia de uma decisão rescindvel7

&5 'ra0o7

I5 'reenchimento das condiç;es da ação7J5 Aip-teses tpicas de rescindi1ilidade.

#ula K

D." Pressupostos da +ção Rescis8ria

+) =>ist;ncia de uma decisão rescind0vel*

# re$ra $eral é que é rescindvel a decisão de mérito transitada me /ul$ado.'ouco importa se é uma sentença ou ac-rdão, desde que de mérito.

e/a que ca1e rescis-ria de decisão interlocut-ria, desde que de mérito etransitada em /ul$ado. É aqui que entra o pro1lema das chamadasUdecis;es parciaisV.

O1servaç;es:

G5 Não ca1e rescis-ria de decisão pro)erida em #n, #3 e #'F. %ssa éuma proi1ição expressa da lei.

&5 Não ca1e rescis-ria no Em1ito dos ?ui0ados %speciais. %ssa proi1ição estána Tei .K. No Em1ito dos ?ui0ados Federais não há essa proi1içãoexpressa. # melhor interpretação é no sentido de que não ca1e rescis-riatam1ém nos ?ui0ados Federais. %m1ora /á tenha havido um precedente do"9F /ul$ando uma rescis-ria do ?ui0ado Federal.

I5 Rescis-ria x ?urisdição oluntária: a questão é sa1er se há ou não cosia /ul$ada em /urisdição voluntária. 'ara quem de)ende que há coisa /ul$adaem /urisdição voluntária, ca1e rescis-ria. 'ara quem de)ende que não hácoisa /ul$ada em /urisdição voluntária, não ca1e ação rescis-ria. 'revalece,

porém, o entendimento de que não ca1e rescis-ria no Em1ito da /urisdiçãovoluntária.

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J5 "e o caso )or de 2uerela Nullitatis 4sentença impu$nável por meio de2uerela5, não ca1erá ação rescis-ria. %sse é o entendimento do "9?. 'araFredie, contudo, deveria ca1er sim rescis-ria.

H5 %xistem precedentes do "9? admitindo rescis-ria de decisão que não

conhece de um recurso. sso é muito curioso, porque não se trata de decisãode mérito. No entanto, essas decis;es impedem a discussão, o que /usti*caria a ação rescis-ria para o "9?. sso revela o quanto é extensa adiscussão das hip-teses de ca1imento da rescis-ria.

M5 #dmite(se a chamada ação rescis-ria parcial, isto é, aquela que tem poralvo apenas parte da decisão. %x.: apenas um captulo da decisão.

5 "8mula HGJ, "9F > #dmite(se ação rescis-ria contar sentença transitadaem /ul$ado, ainda que contra ela não se tenha es$otado todos os recursos.

%ssa é uma s8mula d81ia. %ssa s8mula quer di0er que não é pressuposto daação rescis-ria o es$otamento dos recursos. 'ressuposto da rescis-ria é otrEnsito em /ul$ado.

Q5 Rescis-ria contra sentença terminativa: o 3'3, em sua literalidade, di0que não ca1e rescis-ria de sentença terminativa, mas apenas contrasentença de mérito. %sse é o 1ásico e é o entendimento predominante."ucede que se o examinador per$untar, a resposta não será essa. %m quepese esse se/a o entendimento ma/oritário, vale lem1rar que há sentençasterminativas que impedem o recurso 4art. &M, , , , e 5. 'or contadisso, há quem de)enda que ca1e rescis-ria dessas sentenças terminativas

que impedem a repropositura da ação enquanto não sanado o vcio. %sse éo entendimento de Fredie e tem um respaldo da doutrina, mas não éma/oritário.

N) Pra:o

# rescis-ria é uma ação que tem o pra0o de & anos para ser a/ui0ada,contados do trEnsito em /ul$ado. %sse é um pra0o de nature0a decadencial.

%xiste um caso em que a rescis-ria tem pra0o de Q anos. 9rata(se darescis-ria contra sentença pro)erida em processo que di$a respeito à

trans)er+ncia de terras p81licas rurais. sso está previsto no art. Q[(3, da TeiM.I.

%xistem duas $randes discuss;es em torno do pra0o da rescis-ria.

# primeira delas é a se$uinte: qual o incio do pra0o da rescis-ria quando a8ltima decisão não conhece de um recurso. Aá tr+s correntes, sendo que aque prevalece é a que di0 que o pra0o da rescis-ria conta(se da 8ltimadecisão, mesmo que ela não tenha conhecido do recurso, salvo em duassituaç;es: intempestividade e inca1imento. %sse entendimento está ems8mula do 9"9.

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# se$unda discussão envolve a coisa /ul$ada em momentos distintos. #questão é: o pra0o da rescis-ria conta(se autonomamente 4para cada coisa

 /ul$ada um pra0o5 ou se espera a 8ltima coisa /ul$ada para rescindir todasas coisas /ul$adasS O "9? /á decidiu que o pra0o é 8nico, contando(se da8ltima decisão. %sse entendimento está consa$rado na s8mula JKG, "9?. No

entanto, a doutrina, em sua maioria, entende que para cada coisa /ul$adahá um pra0o de rescis-ria.

C) Condiç'es da +ção

3omo qualquer ação, a rescis-ria deve preencher as condiç;es da ação.

# possi1ilidade /urdica do pedido em rescis-ria é estudada na parte dedecisão rescindvel.

O interesse de a$ir não tem nenhuma peculiaridade.

Te$itimidade ativa > o 3'3, no seu art. JQ, tra0 os le$itimados ativos.e/amos:

4i5 quem )oi parte no processo, ou seu sucessor a ttulo universal ousin$ular7

4ii5 o terceiro /uridicamente interessado7

4iii5 o 6' 4como *scal da lei5 > prevalece o entendimento de que aintervenção do 6' em ação rescis-ria é o1ri$at-ria. O 3'3 di0 que o 6'pode propor rescis-ria me duas hip-teses: G5 se não )oi ouvido no processoem que lhe era o1ri$at-ria a intervenção7 e &5 quando a sentença é e)eitode colusão das partes, a *m de )raudar a lei.

# "8mula JK, 9"9 di0 que as hip-teses de le$itimidade ativa do 6' sãomeramente exempli*cativas.

# "8mula GKK, 9"9 di0 que o pra0o no caso de colusão das partes começa aYuir a partir do conhecimento do 6'.

Te$itimidade passiva > a rescis-ria deve ser proposta contra aquele que se1ene*cia da decisão rescindenda. %x.: se se quer rescindir apenas o captulo

dos honorários advocatcios, somente o advo$ado será réu, pois somenteele se 1ene*cia da decisão impu$nada.

&) Iip8teses T0picas de Rescindibilidade

# ação rescis-ria possui )undamentação tpica. #s hip-teses estão previstasnos arti$os JQH e G.KIK 4casos de partilha5. %xaminaremos o art. JQH.

3ada uma dessas hip-teses é su*ciente para a rescisão.

#s hip-teses de rescisão ora di0em respeito a situaç;es de in/ustiça, ora a

situaç;es de invalidade.

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3ada hip-teses corresponde à causa de pedir remota da ação rescis-ria.e/amos:

%) Oiolar literal disposição de lei*

# expressão UleiV deve ser compreendida como norma /urdica. "i$ni*ca queinclui, 3F, 6' e, inclusive, princpios. sso é 1astante tranquilo.

Aá uma tend+ncia dos tri1unais em interpretar esse inciso um tratamentosemelhante ao dos Recursos %xtraordinários. a porque não se admiteprodução de prova que não a documental 4"8mula JGK, 9"95. #demais, as8mula &Q, 9"9 exi$e o prequestionamento, ou se/a, que a leisupostamente violada tenha sido en)rentada pelo 9ri1unal que pro)eriu adecisão rescindenda. %sse entendimento do 9"9 não é se$uido pelo "9?. Épreciso apontar a lei violada na inicial, so1 pena de a petição serconsiderada inepta por )alta de causa de pedir.

%xiste uma s8mula anti$a do "9F 4s8mula IJI5 que di0 que não ca1e açãorescis-ria por o)ensa a literal disposição de lei, quando a decisãorescindenda se tiver 1aseado em texto le$al de interpretação controvertidanos tri1unais.

Nos 8ltimos anos, o "9F tem relativi0ado a aplicação desta s8mula noscasos de interpretação da 3onstituição e o "9F /á tenha um posicionamento)ormado so1re o assunto. #ssim, se havia diver$+ncia à época da decisão,mas atualmente o "9F /á tenha entendimento o1re o assunto, ca1erárescis-ria para )a0er valer o entendimento do "9F.

%%) -e a sentença de mFrito foi dada por prevaricação, concussão ou

corrupção do ui:*

Nesse caso, a sentença )oi produto de uma atividade criminosa do /ui0.

Não há necessidade de prévia sentença penal condenat-ria transitada em /ul$ado. sso porque é possvel apurar esses ilcitos no 1o/o da pr-priarescis-ria, produ0indo prova.

#$ora, se houver uma sentença a1solut-ria no Em1ito penal por )alta de

materialidade ou autoria não ca1erá rescis-ria.

%%%) -entença de mFrito proferida por ui: impedido ou

absolutamente incompetente*

Note que não ca1e rescis-ria se o /ui0 era suspeito ou relativamenteincompetente. %ssas são pe$adinhas.

<ma rescis-ria é /ul$ada apenas por 9ri1unais.

# rescis-ria de ac-rdão será sempre da compet+ncia do 9ri1unal quepro)eriu a decisão rescindenda.

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# rescis-ria de decisão de /ui0 será sempre do 9? 4no caso de /ui0 estadual5ou 9RF 4no caso de /ui0 )ederal, ou estadual investido de /urisdição )ederal5.

Rescis-ria por incompet+ncia a1soluta, em caso de ac-rdão, não permitepedido de re/ul$amento, mas apenas pedido de rescisão. # causa deve ser

 /ul$ada por /ui0 competente.

2uando a rescis-ria é de sentença, é possvel o pedido de re/ul$amento,pois incompetente era o /ui0, e não o 9ri1unal.

%ntão ve/a, rescis-ria por incompet+ncia a1soluta, em re$ra, não permitepedido de re/ul$amento. 6as isso é possvel em al$uns casos.

O!".:

%O) -entença de mFrito ?ue resulte de dolo da parte vencedora em

detrimento da parte vencida, ou de colusão entre as partes, a 3m

de fraudar a lei*

Aá um entendimento de que a rescis-ria por dolo deve ser compreendidacomo violação à 1oa()é o1/etiva 4e não apenas um comportamento doloso5.er editorial GKI no site de Fredie.

er s8mula JKI, 9"9.

O) $uando a decisão ofender a coisa ulgada*

e/a que se o su/eito perder o pra0o, será a se$unda coisa /ul$ada que

prevalecerá.

# o)ensa á coisa /ul$ada pode ocorrer como:

= O)ensa ao e)eito ne$ativo da coisa /ul$ada > 4e)eito de proi1ir novadecisão so1re o que )oi decidido5. # rescis-ria por o)ensa ao e)eitone$ativo da coisa /ul$ada não permite pedido de re/ul$amento,so1 pena de nova o)ensa à coisa /ul$ada 4e)eito ne$ativo5.

= O)ensa ao e)eito positivo da coisa /ul$ada > 4e)eito de impor quese/a levada em consideração como )undamento de uma decisão5.# rescis-ria por o)ensa ao e)eito positivo da coisa /ul$ada permiteo pedido de re/ul$amento.

#9%NBCOD # rescis-ria por o)ensa à coisa /ul$ada permite o re/ul$amento dacausa somente se a o)ensa disser respeito ao e)eito positivo da coisa

 /ul$ada.

O%) $uando a sentença se fundar em prova cua falsidade tenGa sido

apurada em processo criminal ou sea provada na pr8pria ação

rescis8ria*

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2ualquer prova )alsa autori0a a rescis-ria. # questão é que a prova tem queser )undamento da decisão rescindenda.

 9rata(se de hip-tese de rescis-ria por in/ustiça da decisão, por )undar(se emprova )alsa.

2ualquer )alsidade /usti*ca a rescis-ria, se/a material ou ideol-$ica.

# )alsidade pode ser provada no 1o/o da pr-pria ação rescis-ria 4não precisade um processo criminal anterior5.

#$ora ve/a, se houver uma coisa /ul$ada penal di0endo que o documentonão era )also, não ca1erá a rescis-ria.

O%%) -e depois da sentença, o autor obtiver documento novo, cua

e>ist;ncia ignorava, ou de ?ue não pode fa:er uso, capa:, por si s8,

de lGe assegurar pronunciamento favorável*

O documento novo tem que ser aquele que por si s- altere a decisão.

ocumento novo é aquele o1tido ap-s o transito em /ul$ado, mas /á existiaao tempo da decisão.

Aá uma tend+ncia de reconstrução do conceito de documento novo, parapermitir, por exemplo, rescis-ria com 1ase em exame de N# novo.

O%%%) -e Gouver fundamento para invalidar con3ssão, desist;ncia ou

transação, em ?ue se baseou a sentença*

%m verdade, não se trata de desist+ncia, mas sim ren8ncia.

O 3'3 esqueceu(se de incluir na lista o reconhecimento da proced+ncia dopedido.

Nos casos da ren8ncia, transação e reconhecimento da proced+ncia dopedido trata(se de decisão homolo$at-ria.

# con*ssão é ato da parte em que o /ui0 se 1aseia para decidir.

er art. JQM, 3'3.

Os atos /udiciais a que se re)ere o arti$o são os atos das partes e dosauxiliares 4não são atos do /ui05. %sse arti$o cuida da possi1ilidade dedesconstituição de atos das partes e dos auxiliares. O art. JQH, por outrolado, trata da rescisão de sentença. "ão coisas distintas.

"e houver coisa /ul$ada, somente ca1erá a desconstituição por rescis-ria.#$ora, se não houver coisa /ul$ada, a con*ssão, por exemplo, poderá serinvalidada por uma ação anulat-ria, com 1ase no art. JQM.

O art. IH& deve ser reti*cado, retirando o dolo da hip-tese de anulação da

con*ssão, pois o 33 revo$ou essa hip-tese. #demais, a con*ssão seráinvalidade 4e não revo$ada5.

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%) $uando a sentença se fundar em erro de fato, resultante de

atos ou documentos da causa*

%ssa é uma hip-tese de rescis-ria por in/ustiça.

# lei conceitua o que é erro de )ato no ZG[ do art. JQH. Aá erro quando asentença admitir um )ato inexistente, ou quando considerar inexistente um)ato e)etivamente ocorrido.

O Z&[ di0 que o /ui0 tem de ter sido levado a esse erro de )ato7 sendoindispensável que não tenha havido controvérsia so1re o )ato, nempronunciamento /udicial so1re o )ato.

D./ +spectos Peculiares do Processo da +ção Rescis8ria

G5 O autor tem que )a0er um dep-sito de H^ do valor da causa. %ssedep-sito se reverterá ao réu de a rescis-ria não )or acolhida porunanimidade. %sse dep-sito é dispensado para a Fa0enda '81lica,1ene*ciário da /ustiça $ratuita, 6' e 3aixa %con@mica Federal nos casos derescis-ria de F\9".

O!".: No processo do tra1alho, esse dep-sito é de &K^.

&5 # rescis-ria não suspende a execução da decisão rescindenda. 'ode oautor da rescis-ria pedir em sede de tutela antecipada que o Relatorsuspensa a execução da decisão rescindenda 4art. JQ, 3'35.

I5 O pra0o para de)esa pode variar de GH a IK dias, a depender de decisãodo Relator. "e o réu )or )a0enda '81lica, o pra0os era em quádruplo 4MK aG&K dias5.

J5 # revelia em ação rescis-ria não $era con*ssão *cta. Não se pode admitiruma con*ssão *cta contra coisa /ul$ada.

H5 #dmite(se reconvenção em ação rescis-ria. No entanto, essareconvenção tem que ser tam1ém uma ação rescis-ria e é preciso que se/ado mesmo /ul$ado.

M5 Recursos ca1veis em rescis-ria:

4i5 #$ravo nterno contra decisão de relator7

4ii5 %m1ar$os n)rin$entes contra ac-rdão não unanime7

4iii5 Resp. e R%.

5 3a1e ação rescis-ria de rescis-ria 4s8mula JKK, 9"95.

Q5 É possvel produ0ir provas em rescis-ria, que será condu0ida pelo Relator.'oderá acontecer em 9ri1unal, ou o Relator poderá expedir uma carta de

ordem para que o /ui0 produ0a.

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