Upload
thiago-graca-couto
View
5.683
Download
9
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Aula de 12/04/2008
Citation preview
PÓS‐GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL
AULA 1: TEORIA GERAL DO PROCESSO– 12/4/2008 Prof. Ronaldo Cramer
Thiago Graça Couto [email protected]
TEMA DA AULA: DIRE I TO PROCESSUAL CIV I L ; FONTES DO DPC; INTERPRETAÇÃO DA LE I PROCESSUAL
CIV I L ; EF ICÁC IA DA LE I PROCESSUAL CIV I L NO TEMPO; EVOLUÇÃO DO DPC; EVOLUÇÃO DA
LEG ISLAÇÃO PROCESSUAL CIV I L ; GRANDES PROCESSUAL ISTAS; PRINC ÍP IOS DO DPC; JUR ISD IÇÃO. CONCE ITO. CARACTER ÍST ICAS . TUTELA JUR ISD IC IONAL . CLASS IF ICAÇÃO DA TUTELA JUR ISD IC IONAL; COMPETÊNC IA.
I – Direito Processual Civil
Tutela é proteção de direitos lesados ou ameaçados de lesão. Essa função do Estado, a jurisdição civil, é
o objeto de estudo do Processo Civil.
I.1 – Meios Alternativos de Solução da Lide
Ainda que o objeto de estudo do Direito Processual Civil seja a Jurisdição Civil, aquele deve se preocupar
em estudar os meios alternativos a esta. Para Carmona, alternativo deveria ser a jurisdição. As pessoas
deveriam buscar antes a negociação, mediação ou arbitragem.
I.1.2 – Teoria do Conflito
O professor Roger Fischer de Harvard elaborou a chamada Teoria do Conflito.
A negociação seria o método mais rápido de resolução de divergência, seguido pela mediação,
arbitragem e por último o processo judicial.
Em relação a custos, a linha imaginária seria a mesma, podendo a arbitragem ter um custo semelhante
ao processo, mas quase sempre a negociação e mediação apresentam custos mais baixos.
Outro ponto de análise interessante é no tocante a liberdade de negociação. Mais uma vez, a
negociação apresenta o maior índice de liberdade, podendo as partes chegarem inclusive a uma acordo
ilícito. Essa linha imaginária seria inversa a do tempo e do custo.
Existe ainda outra análise em relação ao nível de intolerância entre as partes, que é diminuta na
negociação e vai se ampliando até chegar ao processo judicial, onde a lógica do ganhar‐perder é
absoluta, envolvendo as partes, advogados e até mesmo juízes.
II – Fontes do Direito Processual Civil
II.1 – Norma Jurídica (Princípios e Regras)
Norma Processual: Art. 22 I CFRB – Competência privativa da União.
Norma Procedimental: Art. 24 XI CFRB – Competência concorrente entre União, Estados e DF.
Ampliar ou restringir o prazo de contestação seria uma norma procedimental ou processual? (Analisar à
luz dos ensinamentos de Dinamarco).
Comment [T1]: Solução das divergências entre as partes sem interferência de terceiros.
Comment [T2]: Solução das divergências entre as partes com interferência de um mediador que tenta propor um acordo mas não intefere diretamente.
Comment [T3]: Solução das divergências entre as partes mediante decisão de uma entidade não estatal.
Comment [T4]: Foi questionada a eficiência da audiência de conciliação do Art. 331 do CPC, tendo em vista o alto nível de intolerância no início da relação processual.
PÓS‐GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL
AULA 1: TEORIA GERAL DO PROCESSO– 12/4/2008 Prof. Ronaldo Cramer
Thiago Graça Couto [email protected]
Normas Regimentais: Art. 96 inciso I da CFRB.
II.2 – Jurisprudência
A Jurisprudência possui poder normativo, sendo então uma fonte reveladora do direito, vide as Súmulas
Vinculantes. A Jurisprudência é uma sequência de julgados, o que acarreta na certeza de que o
posicionamento do Tribunal hoje é naquele determinado sentido. A uniformização da norma federal é
dada pelo STJ, motivo pelo qual esse Tribunal é o único que deve ser levado em consideração para fins
científicos. A Jurisprudência resulta na súmula, dando outro status ao seu entendimento.
II.3 –Costume
Também é uma fonte revelarora e normatiza o Direito Processual Civil.
Ex: Despacho “em provas”.
II.4 – Doutrina
Doutrina não é a opinião de um autor (com exceção ao s grandes juristas tais como Barbosa Moreira),
mas um conjunto de opiniões, semelhante a dicotomia entre julgado e jurisprudência.
III – Interpretação da Lei Processual Civil
O professor Ronaldo Cramer entende que a interpretação da lei processual civil deve partir do
convencionalismo, ou seja, da vontade da comunidade que legitima determinada norma. Um segundo
fato seria o positivismo lato sensu, pós‐positivismo, neoconstitucionalismo, ou ainda um modelo
constitucional de processo civil. Por último chega‐se ao pragmatismo, onde se questionará a viabilidade
e eficiência daquela medida.
IV –Eficácia da Lei Processual Civil no Tempo
Teoria da Unidade Processual
Teoria das Fases Processuais: A lei nova não incidiria na fase processual atual (ex. Preliminar ou de
saneamento), mas apenas na próxima (ex. Instrutória).
Teoria dos Atos Processuais: É a que predomina, mas não a única que se aplica. A nova lei processual
incide imediatamente, mas deverá respeitar os atos processuais já praticados e seus efeitos. Uma
problemática levantada seria exatamente a de quais seriam esses efeitos.
Ex: Mudança do prazo para apresentação da contestação após a citação. Existiria um direito adquirido,
seja do autor no caso de aumento do prazo de contestação, seja do réu nos casos da diminuição do
prazo para contestar. Existiria portanto um Direito Adquirido Processual.
Comment [T5]: Os Agravos Regimentais seriam inconstitucionais eis que caracterizaria uma criação de um poder (de recorrer), o que deve ser criado apenas por normas processuais, de competência da União e não dos Tribunais.
Comment [T6]: Vide Art. 557 do CPC ou 285‐A.
Comment [T7]: Depois da fase postulatória, quando já se tem noção de quais fatos são controversos e incontroversos, o juiz despacha no sentido de que sejam externadas as provas que se deseja produzir. Cabe relembrar que os fatos incontroversos não necessitam de provas.
Comment [T8]: Convenção do Processo Sincrético, etabelecido pela Lei. 11.232/2005, que determinoiu a existência de um processo apenas para resolver o problema e nao a existencia dois processos distintos, sendo um apenas para a execução.
Comment [T9]: Determinada regra processual viola algum preceito constitucional?
Comment [T10]: A norma processual não deve ser pensada para a academia mas para o Fórum.
Comment [T11]: Por exemplo nos casos de Execução Judicial e Extrajudicial. Existe grande discussão doutrinária de que a teoria dos atos processuais não se aplica.
Comment [T12]: Teoria do Direito Adquirido Processual. Nelson Néry diz que a nova lei processual incide mas deve respeitar todos os direitos processuais adquiridos . Este seria um mecanismo didático para o entendimento desta teoria, já que no processo não existe a formação de direitos.
PÓS‐GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL
AULA 1: TEORIA GERAL DO PROCESSO– 12/4/2008 Prof. Ronaldo Cramer
Thiago Graça Couto [email protected]
V –Evolução do Direito Processual Civil
VI – Evolução da Legislação Processual Civil
VII – Princípios do Direito Processual Civil Brasileiro
VII.1 – Princípios Constitucionais
Princípio do Devido Processo Legal:
Art. 5º.
LIV ‐ ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
legal;
Princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional:
Art. 5º.
XXXV ‐ a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito;
Princípio da Publicidade dos Atos Processuais:
Art. 5º.
LX ‐ a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem;
Princípio do contraditório:
Art. 5º.
LV ‐ aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;
Princípio da proibição da prova ilícita:
Art. 5º.
LVI ‐ são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
Princípio da presunção de inocência:
Art. 5º.
LVII ‐ ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória;
PÓS‐GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL
AULA 1: TEORIA GERAL DO PROCESSO– 12/4/2008 Prof. Ronaldo Cramer
Thiago Graça Couto [email protected]
Princípio da Motivação das Decisões Judiciais:
Art. 93
IX ‐ todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a
presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
Princípio do Juiz Natural:
Art. 5º
XXXVII ‐ não haverá juízo ou tribunal de exceção;
LIII ‐ ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
VII.1 – Alguns Princípios no CPC
Princípio da Inércia:
Art. 2o Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o
interessado a requerer, nos casos e forma legais.
Princípio do Impulso Oficial:
Art. 262. O processo civil começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por
impulso oficial.
Princípio da Identidade Física do Juiz:
Art. 132. O juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência julgará a lide, salvo se
estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou
aposentado, casos em que passará os autos ao seu sucessor.
Princípio da Imediatidade:
Art. 446. Compete ao juiz em especial:
II ‐ proceder direta e pessoalmente à colheita das provas;
PÓS‐GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL
AULA 1: TEORIA GERAL DO PROCESSO– 12/4/2008 Prof. Ronaldo Cramer
Thiago Graça Couto [email protected]
VIII – Competência