TERMO DE LENIÊNCIA · 2020. 8. 24. · TERMO DE LENIÊNCIA O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL (MPF), por intermédio dos procuradores regionais da República e procuradores da República

TERMO DE LENIÊNCIA

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL (MPF), por intermédio dos procuradoresregionais da República e procuradores da República infra-assinados, e oMINISTÉRIO PÚBLICO DO PARANÁ (MP/PR), por intermédio do procuradorde Justiça e dos promotores de Justiça infra-assinados, com atribuição cível e criminalpara a investigação e processamento de infrações penais e cíveis decorrentes dos fatosprincipais, conexos e correlatos revelados, entre outras, nas denominadas “OperaçãoLava Jato”, “Operação Sépsis”, “Operação Piloto”, “Operação Integração” e“Operação Radio Patrulha”, bem como dos procuradores da República, procuradoresregionais da República e promotores de Justiça com atribuição para a investigação eprocessamento de infrações penais e cíveis decorrentes dos outros fatos principais econexos revelados neste acordo, de um lado, e as empresas CIA PARANAENSE DECONSTRUÇÃO S/A, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º 76.519.974/0001-48, comendereço na Rodovia BR 277 (RODOVIA DO CAFÉ), 315, CEP: 82.305-100,Curitiba, Paraná/PR; MLR LOCAÇÕES DE MÁQUINAS S/A, inscrita noCNPJ/MF sob o n.º 03.688.848/0001-43, com endereço na Rodovia BR 277(RODOVIA DO CAFÉ), 425, CEP: 82.305-100, Curitiba, Paraná/PR; e TELEVISÃOICARAÍ LTDA., inscrita no CNPJ/MF sob o n.º 79.469.813/0001-85, com endereçona Av. Carlos Correa Borges, 1437, CEP: 87.060-000, Maringá/PR, pelos seusrepresentantes legais que esta subscrevem, doravante denominadasCOLABORADORAS, de outro, formalizam ACORDO DE LENIÊNCIA,doravante ACORDO, nos termos que seguem.

I – BASE JURÍDICA

Cláusula 1ª. O presente ACORDO funda-se no artigo 129, inciso I, da ConstituiçãoFederal, nos artigos 13 a 15 da Lei nº 9.807/99, no art. 1º, §5º, da Lei nº 9.613/98, art.5º, §6º, da Lei n.º 7.347/85, no art. 26 da Convenção de Palermo, e no art. 37 daConvenção de Mérida e nos artigos 4º a 8º da Lei nº 12.850/2013, nos artigos 3º, §2º e§3º do Código de Processo Civil de 2015, nos artigos 840 e 932, III, do Código Civil,no art. 86, §2º e §6º da Lei nº 12.529/2011, nos arts. 16 a 21 da Lei nº 12.846/2013 earts. 1º e 2º da Lei n.º 13.140/2015.

Cláusula 2ª. O interesse público é atendido com o presente ACORDO de leniência,tendo em vista a necessidade de (i) conferir efetividade à persecução criminal e cívelde outras pessoas físicas e jurídicas suspeitas e ampliar e aprofundar, em todo o País,as investigações em torno de crimes a Administração, contra o Sistema FinanceiroNacional, crimes de lavagem de dinheiro e crimes contra a Ordem Econômica eTributária, entre outros, inclusive no que diz respeito à repercussão desses ilícitospenais na esfera cível, administrativa e disciplinar; (ii) preservar a própria existênciada empresa e a continuidade de suas atividades, o que, apesar dos ilícitos confessados,

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Assinado digitalmente em 25/05/2020 19:01. Para verificar a autenticidade acesse

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encontra justificativa emobter os valores necessários à reparação dos ilícitos perpetrados e em evitar os efeitoscolaterais negativos na economia e nos empregos por ela gerados, direta ouindiretamente, como forma de preservação de sua função social; e (iii) assegurar aadequação e efetividade das práticas de integridade da empresa, prevenindo aocorrência de ilícitos e privilegiando em grau máximo a ética e transparência nacondução de seus negócios.

II – OBJETO DO ACORDO DE LENIÊNCIA

Cláusula 3ª. São objeto deste ACORDO as atividades de prepostos, empregados,administradores, desligados ou não, sócios e acionistas de qualquer das empresas dogrupo econômico integrado pelas COLABORADORAS (doravante designadossimplesmente PREPOSTOS) que já estão sendo investigadas em diversosprocedimentos no âmbito da “Operação Lava Jato”, “Operação Sépsis”, “OperaçãoPiloto”, “Operação Integração” e “Operação Radio Patrulha”, bem como em outrasinvestigações que venham a ser instauradas em decorrência dos fatos apontados emanexos deste ACORDO, que podem caracterizar atos de improbidade administrativae/ou infrações contra o sistema financeiro nacional, contra a ordem econômica,tributária, concorrenciais, de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro oriundo decrimes contra a Administração Pública e formação de organização criminosa, dentreoutras.

Parágrafo 1º. A proteção definida neste ACORDO não se estende a pessoas jurídicase seus PREPOSTOS que não façam parte do grupo econômico integrado pelasCOLABORADORAS.

Parágrafo 2º. Para fins deste ACORDO, os PREPOSTOS aderentes são todosaqueles PREPOSTOS que celebraram ou venham a celebrar acordo de colaboraçãoou acordo de não persecução penal com o MPF e/ou o MP/PR em relação aos fatosdescritos em anexos deste ACORDO.

Parágrafo 3º. Considera-se grupo econômico das COLABORADORAS associedades que, direta ou indiretamente, as controlem, sejam por elas controladas ouestejam sob controle comum.

Parágrafo 4º. As condutas apontadas pelas COLABORADORAS como ilícitas estãodescritas em tantos anexos a este ACORDO quanto forem identificadas comoindependentes entre si, acompanhadas por todas as provas, documentos, depoimentose indícios respectivos apurados pelas COLABORADORAS até o momento daassinatura.

Parágrafo 5º. Os fatos e condutas ilícitas constantes dos anexos deste ACORDO eque não sejam da atribuição da Força Tarefa Lava Jato em Curitiba, Força TarefaGreenfield e tampouco do Grupo de Atuação Especial de Combate ao CrimeOrganizado (GAECO) e dos Grupos Especializados na Proteção do Patrimônio

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Público e no Combate àImprobidade Administrativa (GEPATRIA) do MP/PR serão apresentados,sumarizadamente, ao membro do Ministério Público com atribuição para ainvestigação, para que este:I – adira a este ACORDO, sem alteração de suas cláusulas; ouII – recusando-se a aderir a este ACORDO, devolva todos os anexos ou sumários quelhe foram apresentados para posterior devolução às COLABORADORAS, nãopodendo ser utilizados para quaisquer fins.

Cláusula 4ª. Os fatos revelados pelas COLABORADORAS, dizem respeito apráticas de corrupção e lavagem de dinheiro relacionadas no âmbito, entre outros, dasdenominadas “Operação Lava Jato”, “Operação Sépsis”, “Operação Piloto”,“Operação Integração” e “Operação Radio Patrulha” conforme descritos nos Anexosdo presente ACORDO.

Parágrafo único. As COLABORADORAS, dentre outros fatos declarados nosanexos a este ACORDO, reconhecem o pagamento de vantagens indevidas, conformedescrito nos anexos do presente ACORDO.

Cláusula 5ª. As COLABORADORAS apresentaram ao MPF e ao MP/PR osresultados disponíveis de apuração interna conduzida com a assessoria de escritório deadvocacia e empresa especializada em investigações forenses, os quais foramconsiderados úteis para o desenvolvimento das investigações e que culminaram naelaboração dos anexos deste ACORDO.

Parágrafo 1º. Este ACORDO limita a proteção do grupo econômico dasCOLABORADORAS, nos termos do Parágrafo 3º da Cláusula 3ª, aos temas objetode especificação nos respectivos anexos, estritamente nos termos dos fatos por elasreconhecidos.

Parágrafo 2º. Caso as COLABORADORAS tomem conhecimento, após a assinaturadeste ACORDO, de novos fatos ilícitos que sejam de atribuição da Força Tarefa LavaJato em Curitiba, Força Tarefa Greenfield e/ou GAECO e/ou GEPATRIA do MP/PR,as COLABORADORAS se comprometem a estender suas investigações e entregar osrespectivos resultados ao MPF e/ou ao MP/PR, conforme a atribuição legal, queavaliarão de boa-fé sua inclusão neste ACORDO, podendo negá-la em virtude daconstatação da gravidade dos fato e/ou culpabilidade da conduta, inclusive em razãode sonegação dolosa por ocasião da celebração deste ACORDO, ou condicionar suainclusão neste ACORDO mediante negociação de pagamento adicional a título demulta e/ou ressarcimento ao erário.

Parágrafo 3º. Os PREPOSTOS das COLABORADORAS poderão aderir aopresente ACORDO, no limite dos fatos ilícitos por eles reconhecidos, e assim obtertodos os benefícios de que ele trata, se houver a concordância do Ministério Públicocompetente, por meio da celebração de acordo de não persecução penal e civil oucolaboração premiada, no limite dos fatos ilícitos penais e cíveis por eles reconhecidos

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em termos prestados aserem entregues por ocasião da proposta de acordo.

Parágrafo 4º. O Ministério Público competente avaliará de boa-fé a proposta deadesão dos PREPOSTOS das COLABORADORAS, podendo negá-la quando aconduta se revele de grave culpabilidade, em razão de seu grau de responsabilidade,ou por outras circunstâncias relevantes a critério do Ministério Público, situação emque as informações e provas entregues com a proposta serão devolvidas e não serãoutilizadas para quaisquer fins, sob pena de ilicitude da prova.

Parágrafo 5º. A proteção penal e cível prevista neste ACORDO está restrita aostermos dos parágrafos 1º e 2º e não beneficiará os PREPOSTOS que, por seu grau deresponsabilidade ou outras circunstâncias a critério do Ministério Público competente,entenda-se que devam negociar acordo de colaboração em separado, prevalecendonesses casos o acordo individual firmado.

III – DAS OBRIGAÇÕES DAS COLABORADORAS

Cláusula 6ª. As COLABORADORAS comprometem-se a:

a) apresentar ao MPF e ao MP/PR descrição detalhada dos fatos mencionados naCláusula 3ª acima, identificando, em particular, os participantes das infrações eilícitos de que as COLABORADORAS tenham participado ou tenham conhecimento(inclusive sócios, diretores e funcionários de outras empresas que estiveremenvolvidos), descrevendo os papéis dos agentes envolvidos e detalhando oenvolvimento das COLABORADORAS e PREPOSTOS, sendo que tal descrição jáfoi apresentada, na forma de anexos a este ACORDO, em relação às condutas deconhecimento das COLABORADORAS até o momento da assinatura desteACORDO, sem prejuízo de eventuais esclarecimentos e/ou informações adicionaisque devam ser apresentados;

b) apresentar ao MPF e ao MP/PR documentos, informações e outros materiaisrelevantes com relação aos quais as COLABORADORAS e/ou PREPOSTOSdetenham a posse, custódia ou controle, que constatem os fatos narrados nos anexos aeste ACORDO, sendo que tal descrição já foi apresentada, na forma de anexos a esteACORDO, em relação às condutas de conhecimento das COLABORADORAS até omomento da assinatura deste ACORDO, sem prejuízo de eventuais esclarecimentos e/ou informações adicionais que devam ser apresentados;;

c) apresentar ao MPF e ao MP/PR documentos, informações e outros materiaisrelevantes de que as COLABORADORAS e/ ou PREPOSTOS venham a terconhecimento após a celebração deste ACORDO e que tenham conexão com os fatosnarrados nos anexos a este ACORDO;

d) apresentar quaisquer outras informações, documentos ou materiais relevantesrelacionados aos fatos narrados nos anexos a este ACORDO com relação aos quais as

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COLABORADORASe/ou PREPOSTOS detenham a posse, custódia ou controle, sempre que solicitadopelo MPF e/ou pelo MP/PR;

e) cessar completamente seu envolvimento nos fatos narrados nos anexos a esteACORDO;

f) cooperar plenamente com o MPF e MP/PR ou com outras autoridades nacionaisque aderirem ao presente ACORDO, nos procedimentos instaurados ou propostos porestes órgãos;

g) comparecer, mediante prévia e escrita intimação, a qualquer ato, procedimento ouprocesso judicial ou extrajudicial sempre que as COLABORADORAS e/ouPREPOSTOS forem intimados, arcando as COLABORADORAS com as despesasdesse comparecimento, ressalvando que não poderão ser aplicadas sanções trabalhistasaos PREPOSTOS em decorrência do comparecimento;

h) comunicar ao MPF e ao MP/PR toda e qualquer alteração dos dados cadastraisconstantes deste instrumento;

i) portar-se com honestidade, lealdade e boa-fé durante o cumprimento dessasobrigações;

j) abster-se de condicionar depoimentos de seus PREPOSTOS a qualquercomunicação prévia por parte destes às COLABORADORAS;

k) adotar e implantar as demais ações, medidas, iniciativas especiais descritas noApêndice [1] ao presente ACORDO – Práticas Especiais de Ética, Integridade eTransparência, nos prazos ali descritos;

l) sujeitar-se a monitoramento independente, nos termos e condições descritos noApêndice [2] ao presente ACORDO – Monitoramento Independente;

m) apresentar, após a homologação deste ACORDO pela 5ª Câmara do MPF e peloConselho Superior do MP/PR, pedido público de desculpas à sociedade porintermédio de inserção em dois jornais de grande circulação, um estadual e umnacional, e de inserção no site da companhia, com o seguinte texto:

“As empresas Companhia Paranaense de Construção (atual denominação social de J.Malucelli Construtora de Obras), MLR Locações de Máquinas (atual denominação social deJ. Malucelli Rental) e Televisão Icaraí (“Empresas”) reconhecem que erraram ao não adotarpolíticas adequadas de transparência e controle de seus negócios, permitindo que alguns deseus representantes se envolvessem na prática de corrupção, pelo que pedem sincerasdesculpas.

Com o intuito de colaborar com as autoridades públicas sobre os assuntos para os quaispossuem conhecimento e que precisavam ser esclarecidos, as Empresas informam que

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celebraram acordo deleniência com o Ministério Público Federal e com o Ministério Público do Estado do Paraná.

Conforme determinam os termos do acordo, as Empresas se comprometeram a adotar medidapara a reparação da sociedade mediante o pagamento de uma multa de R$100.000.000,00,que será revertida em prol da União e do Estado do Paraná.

Em razão de tudo isso, mesmo realizando os devidos ressarcimentos financeiros, as Empresasacima mencionadas fazem questão de, além de apresentar as devidas desculpas, pelos atospraticados por alguns de seus prepostos, reforçar seu comprometimento com a seriedade eengajamento com que desenvolvem seus serviços, atualizando e aperfeiçoando suas políticasde Governança e de Compliance, incluindo os seus mecanismos de controle e fiscalização, demodo a retomar a confiança e credibilidade adquiridas ao longo de décadas de existência”.

n) pagar em nome do grupo econômico das COLABORADORAS, e dosPREPOSTOS beneficiados por este acordo, em decorrência das infrações e ilícitosnarrados nos anexos a este ACORDO, o valor de R$ 20.000.000,00, arbitrados atítulo de multa prevista no art. 12 da Lei de Improbidade Administrativa (Lei8.429/92), valor este a ser revertido 27% ao Estado do Paraná e 73% à União,entidades públicas lesadas pelos fatos descritos nos anexos;

o) pagarem em nome do grupo econômico das COLABORADORAS, e dosPrepostos beneficiados por este acordo, em decorrência das infrações e ilícitosnarrados nos anexos a este Acordo, o valor de R$ 80.000.000,00, arbitrados a título dereparação de danos, valor este a ser revertido 27% ao Estado do Paraná e 73% àUnião, entidades públicas lesadas pelos fatos descritos nos anexos; e

p) fornecer ao MPF os dados de movimentação financeira no período de 2009 a 2018,que sejam úteis para a investigação dos fatos narrados em Anexos deste ACORDO decontas bancárias em que elas ou seus sócios-administradores sejam titulares, direta ouindiretamente, no Brasil ou no estrangeiro, e respectiva documentação de suporte,sendo que, quando se tratar de conta em nome de terceiros, as COLABORADORASprovidenciarão junto ao respectivo titular das contas a solicitação de expressoconsentimento para acesso aos dados bancários; e

q) fornecer ao MP/PR, acaso solicitado, os dados de movimentação financeira noperíodo de 2010 a 2018, que sejam úteis para a investigação dos fatos narrados emAnexos deste ACORDO de contas bancárias em que elas ou seus sócios-administradores sejam titulares, direta ou indiretamente, no Brasil, e respectivadocumentação de suporte, sendo que, quando se tratar de conta em nome de terceiros,as COLABORADORAS providenciarão junto ao respectivo titular das contas asolicitação de expresso consentimento para acesso aos dados bancários.

Parágrafo 1º. As COLABORADORAS declaram que não possuem no presentemomento e não possuíram nos últimos 10 anos contas bancárias mantidas no exterior einvestimentos em empresas offshore, trust e fundações pessoais.

Parágrafo 2º. As COLABORADORAS pagarão os valores previstos nas alíneas n e6 de 20



o no prazo de 8 anos, emparcelas anuais, vencendo-se a primeira no prazo de 30 dias contados da homologaçãodeste ACORDO pela 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF e pelo ConselhoSuperior do MP/PR, e as demais em igual data dos anos subsequentes, sendo que 50%do total serão pagos nos primeiros 5 anos (cada uma das parcelas correspondente a10% do valor total) e 50% concentrar-se-ão nos últimos 3 anos (cada uma das parcelascorrespondente a 16,66% do valor total).

Parágrafo 3º. As primeiras parcelas adimplidas serão a título de pagamento da multacivil até a sua quitação e as restantes ao ressarcimento ao erário.

Parágrafo 4º. Os valores previstos nas alíneas n e o serão atualizados pela taxaSELIC.

Parágrafo 5º. As COLABORADORAS não pagarão um montante global de bônusem percentual que exceda o montante global pago na média dos 5 anos anteriores àpresente data e não distribuirão lucros até (i) efetivar o aprovisionamento contábil domontante previsto nas alíneas n e o, e (ii) apresentar garantia no montante equivalentea 150% do montante previsto nas alíneas n e o, valor esse que poderá ser reduzido naproporção dos pagamentos realizados, não sendo nunca inferior a 150% do valor dadívida pendente, não devendo ainda ser, jamais, inferior a R$20.000.000,00.

Parágrafo 6º. Serão oferecidas garantias consistentes na hipoteca de imóveis, bemcomo o penhor sobre ações a seguir individualizadas e com seus respectivos valores:

IMÓVEL LOCALIZAÇÃO MATRÍCULAS PROPRIETÁRIOS

VALOR

Fazenda Luciara/MT 6.444 1ª CRI SãoFélix do

Araguaia/MT

J. MalucelliFlorestal Ltda.

R$22.000.000,00

Fazenda Vale doSol

Antonina/PR eMorretes/PR

9.419 CRIAntonina/PR e

274 CRIMorretes/PR

Invest BensAdministradora

de Bens S/A

R$12.300.000,00

Área ruralPinhal, Cavalo

Morto e Campina

Tijucas do Sul/PR 6.395 2º CRI deSão José dosPinhais/PR

J. MalucelliFlorestal Ltda.

R$7.700.000,00

Terreno BR-277, Km. 08,Campo Largo/PR

40211 e 4677 CRICampo Largo/PR

CompanhiaParanaense de

Construção S/A

R$19.000.000,00

Edifício J.Malucelli

Rua Barão RioBranco, 45,

Centro, Curitiba,PR

71446 4º CRICuritiba/PR

Invest BensAdministradora

de Bens S/A

R$39.000.000,00

EMPRESA CAPITAL SOCIAL

EMPENHADOVALOR DE PATRIMÔNIO

LÍQUIDO (2018)

Companhia Paranaense de 37.842.061 ações R$50.000.000,00

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Construção S/A representativas de 15,18% docapital social

Parágrafo 7º. No prazo de 30 dias, prorrogáveis, mediante justificativa, após ahomologação do presente ACORDO perante a 5ª Câmara de Coordenação e Revisãodo MPF e o Conselho Superior do MP/PR as COLABORADORAS deverãoconstituir em favor do MPF e do MP/PR (respeitada a proporção estabelecida nasalíneas n e o acima) as garantias sobre os bens descritos acima, bem como levar aregistro a hipoteca dos imóveis acima perante os respectivos Registros Públicos, e aaverbar o penhor das ações acima no respectivo livro de registro de ações.

Parágrafo 8º. As COLABORADORAS apresentarão os Relatórios de AuditoresIndependentes sobre as Demonstrações Contábeis da Companhia Paranaense deConstrução S/A, referente aos anos de 2019 e subsequentes à medida que forem sendoelaborados, com o fim de atualizar o patrimônio líquido das ações oferecidas empenhor. Em caso de alteração no valor do patrimônio líquido das ações, o penhor dasações poderá ser reforçado com a inclusão de ações adicionais visando a garantir opagamento das parcelas vincendas.

Parágrafo 9º. Após o pagamento de cada parcela prevista nas alíneas n e o acima, oMPF e o MP/PR concordam em liberar as garantias que excederem 150% do saldodevedor. Para tanto, serão tomadas as providências necessárias para que sejamliberadas, respeitado o limite de 150% acima, primeiramente, a parcela correspondentede ações de emissão da Companhia Paranaense de Construção S/A, considerando ovalor de patrimônio líquido das ações constante do último balanço patrimonialdisponível da Companhia Paranaense de Construção S/A e, posteriormente, a parcelacorrespondente dos imóveis, considerando os valores de avaliação mencionadosacima. A liberação ou redução do aprovisionamento contábil e a redução proporcionaldas garantias mencionados no parágrafo 6º dependerá de autorização do MPF e doMP/PR, que deverá ser requerida pelas COLABORADORAS com base nas referidasinformações e documentos comprobatórios.

Parágrafo 10. Caso não haja adimplemento das parcelas na data definida noParágrafo 1º, independentemente de culpa e de notificação, incidirá sobre a parcelavencida juros de mora de 1% ao mês e multa de 15%.

IV – PROPOSTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Cláusula 7ª. O MPF e o MP/PR, considerando a gravidade e a repercussão socialdos fatos apurados e a eficácia da colaboração acordada, comprometem-se:

a) a levar este ACORDO ao conhecimento de outros órgãos públicos que julgartambém competentes para apurar os fatos reportados, a pedido dasCOLABORADORAS, especialmente a Controladoria Geral da União e aControladoria Geral do Estado do Paraná, e realizar gestões para a celebração deacordos semelhantes com esses órgãos, inclusive com a consideração da data de

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assinatura deste Termo deLeniência para efeitos de termo de “marker” perante aqueles órgãos, com o objetivode evitar o ressarcimento e o pagamento de multas em duplicidade;

b) a emitir certidão ou prestar informação, perante órgãos ou autoridades mencionadasna alínea anterior, da extensão da cooperação das COLABORADORAS, incluindo ograu de relevância dos fatos revelados, a utilidade para a identificação dos demaisenvolvidos em atos ilícitos e para a obtenção célere de informações, documentos eelementos comprobatórios, bem como outros elementos que forem pertinentes para acelebração de acordos no âmbito desses órgãos ou entidades com vistas à concessãodo benefício correspondente. Sem prejuízo de refletir o integral valor da colaboração,a certidão preservará o sigilo decorrente do presente ACORDO sobre os fatosrevelados, sempre que tais fatos ou parte do ACORDO ainda estejam mantidos sobsigilo;

c) a estudar a possibilidade de celebração de acordo de colaboração ou acordo de nãopersecução penal e civil com os PREPOSTOS das COLABORADORAS que vierema apresentar fatos e/ou condutas relacionadas a este ACORDO;

d) a prestar declarações a terceiros, conforme solicitado pelas COLABORADORAS,atestando o conteúdo e/ou cumprimento dos compromissos assumidos por elas e pelasempresas de seu grupo econômico, quando necessárias para permitir a celebração oumanutenção de contratos com tais terceiros, sejam privados, inclusive instituiçõesfinanceiras e seguradoras, ou adquirentes de ativos das COLABORADORAS, eórgãos e entidades públicas, ficando as COLABORADORAS desde já autorizadas autilizar estas declarações sem que seja considerada violação de dever de sigilodecorrente do presente Acordo de Leniência;

e) a não propor qualquer ação de natureza cível, inclusive ações de improbidadeadministrativa, ou a requerer efeitos somente declaratórios, se for o caso, pelos fatosou condutas reconhecidos neste ACORDO pelas COLABORADORAS e/ouempresas de seu grupo econômico e/ou seus PREPOSTOS que venham a aderi-lo.

f) a defender perante terceiros a validade e eficácia de todos os termos e condiçõesdeste ACORDO para todos os fins, nos limites de suas atribuições legais.

g) a manter o sigilo dos dados de movimentação financeira e documentação de suporteque eventualmente venham a ser entregues diretamente pelas COLABORADORAS,nos termos da Cláusula 6ª, alínea “p” e “q” acima, devendo o MPF e o MP/PRpromover o arquivamento com manutenção de sigilo de todos dados que nãoconsiderarem úteis para fins da investigação; e

h) uma vez homologado este ACORDO, o MPF e o MP/PR requererá ao Juízocompetente que determine a revogação de qualquer ordem de bloqueio de valoreseventualmente determinada, seja no Brasil ou no exterior, manifestandoexpressamente tal decisão, bem como a falta de interesse em bloqueios de valores,perante autoridades estrangeiras que já tenham eventualmente recebido ordens de

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bloqueios, em relação afatos objeto deste ACORDO.

Parágrafo único: Os benefícios previstos nesta cláusula, assim como os demaisprevistos em outros dispositivos do presente ACORDO, abrangem apenas os fatosilícitos reconhecidos pelas COLABORADORAS nos Anexos deste ACORDO.

V – DECLARAÇÕES DAS COLABORADORAS E OUTROS SIGNATÁRIOS

Cláusula 8ª. As COLABORADORAS e/ ou seus PREPOSTOS, que venham asubscrever este ACORDO declaram, sob as penas da lei, que:

a) as informações prestadas por eles perante as autoridades mencionadas com relaçãoa este ACORDO são verdadeiras e precisas;

b) cessaram seu envolvimento nos fatos ilícitos descritos nos anexos a esteACORDO;

c) estão cientes de que o descumprimento de qualquer das obrigações previstas nesteACORDO poderá resultar na perda dos benefícios previstos neste termo;

d) estão cientes de que a prestação de quaisquer declarações ou informações falsaspoderá ser considerada descumprimento do presente ACORDO, sem prejuízo dassanções penais;

e) estão cientes de que os benefícios decorrentes deste ACORDO são aplicáveisapenas aos fatos descritos nos anexos e compreendidos no âmbito desse acordo,inclusive documentos, provas, dados de corroboração, sistemas eletrônicos, bases dedados, entrevistas e depoimentos;

f) estão cientes de que os signatários ou aderentes que desistam, unilateralmente, notodo ou em parte, do presente ACORDO, uma vez assinado, ou que o descumpram,no todo ou em parte, não farão jus aos benefícios aqui acordados, podendo asinformações e documentos apresentados relativos aos fatos e condutas abrangidasneste acordo serem utilizados para responsabilização dos PREPOSTOS quedesistirem ou o descumprirem, em quaisquer procedimentos instaurados ou propostospelas autoridades públicas que tenham por objeto quaisquer fatos apurados emdecorrência deste ACORDO; e

g) estão cientes que, aderindo ao presente ACORDO, estarão obrigados a prestardeclarações às autoridades competentes, acompanhados de seus advogados, com asobrigações aplicáveis a qualquer colaborador, especialmente a renúncia ao direito aosilêncio e não autoincriminação.

VI – DISPOSIÇÕES ADICIONAIS

Cláusula 9º. Os signatários são individualmente responsáveis pelas obrigações10 de 20



assumidas e pelasdeclarações feitas com relação ao ACORDO, e o descumprimento das obrigaçõese/ou qualquer declaração falsa por parte de um dos signatários não deverá implicarresponsabilidade ou descumprimento pelos demais signatários, nem de qualquer modoafetar os direitos dos demais signatários deste termo.

Cláusula 10. Este Acordo será levado à homologação da 5ª Câmara de Coordenaçãoe Revisão do MPF e ao Conselho Superior do MP/PR.

Cláusula 11. O Termo deste ACORDO poderá ser tornado público a partir de suahomologação pela 5ª Câmara do MPF e pelo Conselho Superior do MP/PR. Oconteúdo dos anexos, no entanto, será de acesso restrito até o momento daapresentação de medidas cautelares, denúncias e/ou ações cíveis em relação a pessoasfísicas ou jurídicas que venham a ser reveladas como responsáveis por infrações eilícitos cíveis ou criminais em virtude da colaboração prestada, ressalvada apossibilidade de compartilhamento ou divulgação parcial ou total dos fatos, inclusivepara os auditores externos das COLABORADORAS, desde que decorrente dedecisão judicial ou por acordo das partes.

Cláusula 12. Os documentos, relatos, entrevistas e quaisquer outros elementos deinformação apresentados no âmbito deste ACORDO pelas COLABORADORAS etodos os seus PREPOSTOS não poderão ser utilizados para a aplicação de outrassanções não pactuadas em face das COLABORADORAS e dos seus PREPOSTOSque tiverem celebrado acordo de não persecução penal ou de colaboração premiada,nos limites dos fatos por eles reconhecidos e do disposto em seus acordos, ressalvadaa possibilidade de sua utilização para cálculo e cobrança do ressarcimento dosprejuízos causados ao erário e lançamentos de tributos e juros de mora decorrentes,nos termos da nota técnica nº 01/17 da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF.

VII – RENÚNCIA À GARANTIA CONTRA A AUTOINCRIMINAÇÃO EAO DIREITO AO SILÊNCIO

Cláusula 13. Ao aderir ao ACORDO, as pessoas naturais, na presença de seusadvogados, estão cientes do direito constitucional ao silêncio e da garantia contra aautoincriminação, a cujo exercício, nos termos do art. 4°, §14, da Lei n.º 12.850/2013,RENUNCIAM , nos depoimentos em que prestarem.

VIII – RESCISÃO

Cláusula 14. O ACORDO poderá ser rescindido:

a) se a COLABORADORA e/ ou seus PREPOSTOS aderentes descumprirem, semjustificativa, as obrigações assumidas neste termo;

b) se os PREPOSTOS aderentes das COLABORADORAS sonegarem dolosamentea verdade, ou mentirem em relação a fatos em apuração, em relação aos quais se

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obrigaram a cooperar, ouomitirem fatos que deveriam declarar;

c) se as COLABORADORAS e/ou seus PREPOSTOS aderentes deixarem de incluirem anexos qualquer fato criminoso, de que tenham conhecimento ou de que tenhamparticipado, que seja conexo a fatos apurados na “Operação Lava Jato”, “OperaçãoPiloto”, “Operação Integração”, “Operação Radio Patrulha” ou ainda relacionado aosdemais fatos reconhecidos neste ACORDO;

d) se os PREPOSTOS aderentes das COLABORADORAS recusarem-se a prestarqualquer informação de que tenham conhecimento;

e) se as COLABORADORAS e/ou seus PREPOSTOS aderentes se recusarem aentregar documento ou prova que tenham em seu poder ou sob guarda de pessoa desuas relações ou sujeito à sua autoridade ou influência, salvo se, diante da eventualimpossibilidade de obtenção direta de tais documentos ou provas, indicarem ao MPFe/ou ao MP/PR a pessoa que o guarda e o local onde poderá ser obtido, para adoçãodas providências cabíveis;

f) se ficar comprovado que, após a celebração do acordo, as COLABORADORAS e/ou seus PREPOSTOS aderentes sonegaram, adulteraram, destruíram ou suprimiramprovas que tinham em seu poder ou sob sua disponibilidade;

g) se qualquer PREPOSTO aderente das COLABORADORAS vier a praticarqualquer outro crime doloso da mesma espécie, após a assinatura deste acordo;

h) se qualquer PREPOSTO aderente das COLABORADORAS fugir ou tentarfurtar-se à ação da Justiça Criminal;

i) se o MPF e/ou o MP/PR não pleitear em favor das COLABORADORAS, dasempresas do grupo econômico das COLABORADORAS e/ ou PREPOSTOSaderentes os benefícios legais aqui acordados;

j) se o sigilo a respeito deste ACORDO for quebrado por parte dasCOLABORADORAS e/ ou PREPOSTOS aderentes, exceto conforme previsto naCláusula 11 acima;

k) se as COLABORADORAS e/ ou PREPOSTOS aderentes, direta ouindiretamente, impugnarem os termos deste ACORDO; e

l) se as COLABORADORAS deixarem de pagar os valores previstos na Cláusula 6ª,decorridos 90 dias da data fixada neste ACORDO.

Parágrafo 1°. A rescisão do acordo na esfera cível será decidida pela 5ªCâmara de Coordenação e Revisão do MPF e pelo Conselho Superior, do MP/PR,garantido o contraditório e a ampla defesa.

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Parágrafo 2°. Dadecisão de rejeitar ou determinar a rescisão do acordo caberá recurso.

Parágrafo 3°. Sempre que possível, especialmente se circunscrita a infração aum indivíduo ou grupo de indivíduos, manter-se-á hígido o acordo de leniência entreas partes não culpadas.

Parágrafo 4°. Caso apurado fato criminoso envolvendo asCOLABORADORAS ou seus PREPOSTOS que não constaram nos anexos, o MPFe/ou o MP/PR poderão desde logo propor a respectiva ação cível e a penal, salvo sehouver aditamento do presente ACORDO.

Cláusula 15. A pedido das COLABORADORAS, o ACORDO poderá serrescindido, em caso de descumprimento das obrigações assumidas pelo MPF e/ou doMP/PR no presente ACORDO.

IX – ALIENAÇÃO DE ATIVOS

Cláusula 16. Em caso de alienação de ativos pelo grupo econômico dasCOLABORADORAS, incluindo bens, participações societárias ou cessões deposições contratuais, em condições compatíveis com o valor de mercado ou, quandoindisponível, com o valor econômico do ativo, o MPF e o MP/PR prestarão, mediantesolicitação das COLABORADORAS, declarações a terceiros, formalizando o seucompromisso de não propor medidas indenizatórias ou sancionatórias contra osadquirentes dos ativos, pelos fatos ilícitos de qualquer natureza porventura constantesdos anexos, desde que as COLABORADORAS estejam adimplentes com todas assuas obrigações previstas neste ACORDO.

X – DECLARAÇÃO DE ACEITAÇÃO

Cláusula 17. As COLABORADORAS declaram a aceitação ao presente acordo delivre e espontânea vontade e, por estarem concordes, firmam as partes o presenteacordo de leniência.

Curitiba, 25 de maio de 2020.

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

ALEXANDRE JABURProcurador da República

ANSELMO HENRIQUE CORDEIROLOPES

Procurador da República

ANTONIO AUGUSTO TEIXEIRA ATHAYDE RIBEIRO COSTA

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DINIZProcurador da República


CLÁUDIO DREWES JOSÉ DESIQUEIRA


DANIEL HOLZMANN COIMBRAProcurador da República

DELTAN MARTINAZZODALLAGNOL


FELIPE D’ELIA CAMARGOProcurador da República

HENRIQUE GENTIL OLIVEIRAProcurador da República

JANUÁRIO PALUDOProcurador Regional da República

JOEL BOGOProcurador da República JULIO CARLOS MOTTA

NORONHAProcurador da República

LAURA GONÇALVES TESSLERProcuradora da República

LEANDRO MUSA DE ALMEIDAProcurador da República

LUCIANA DE MIGUEL CARDOSOBOGO

Procuradora da República

MARCELO RIBEIRO DE OLIVEIRAProcurador da República

SARA MOREIRA DE SOUZA LEITEProcuradora da República

SERGIO VALLADÃO FERRAZProcurador da República

RAPHAEL OTAVIO BUENOSANTOS


ROBERSON HENRIQUEPOZZOBON


MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ

AYSHA SELLA CLARO DEOLIVEIRA

Promotora de Justiça

DENILSON SOARES DE ALMEIDAPromotor de Justiça

EMILIANO ANTUNES MOTTA FERNANDO CUBAS CESAR

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WALTRICK Promotor de Justiça

Promotor de Justiça

GUSTAVO HENRIQUE ROCHA DEMACEDO

Promotor de Justiça

IVAN BARBOSA MENDES Promotor de Justiça

MAURO SÉRGIO ROCHASubprocurador-Geral de Justiça para

Assuntos Jurídicos

WILLIAM GIL PINHEIRO PINTOPromotor de Justiça

CIA PARANAENSE DE CONSTRUÇÃO S/A

MLR LOCAÇÃO DE MÁQUINAS S/A

TELEVISÃO ICARAÍ S/A

RODRIGO NICOLETTI ALVESOAB/PR 36.733

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APÊNDICE 1

PRÁTICAS ESPECIAIS DE ÉTICA, INTEGRIDADE E TRANSPARÊNCIA

Nos termos da Cláusula 6ª, item k do presente ACORDO, as COLABORADORAScomprometem-se a implementar, no prazo de 32 meses contados do início doMonitoramento, as seguintes ações, medidas e iniciavas especiais, todas destinadas agarantir a implementação, no âmbito das COLABORADORAS, de um programa deintegridade anticorrupção efetivo e robusto, baseado nos critérios estabelecidos noCapítulo IV do Decreto n. 8.420, de 18 de março de 2015, de modo a reduzir o riscode recorrência de quebras de integridade no âmbito das COLABORADORAS:

a) As COLABORADORAS se comprometem a adotar, em relação a si, e no prazodescrito acima, um conjunto robusto e adequado de mecanismos e procedimentosinternos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades, que sejacapaz de reduzir, de forma efetiva, o risco de quebras de integridade no âmbito daColaboradora (“Programa de Integridade”).

b) O Programa de Integridade deve incluir códigos de ética e de conduta, políticas ediretrizes objetivas que sejam efetivos para o fim de detectar e sanar desvios, fraudes,irregularidades e atos ilícitos praticados contra a administração pública, nacional ouestrangeira.

c) O Programa de Integridade deve ser estruturado, aplicado e atualizado de acordocom uma avaliação prévia dos riscos efetivos colocados pelas atividades empresariaisconcretamente desenvolvidas pelas COLABORADORAS, e deverá prever, ainda,mecanismos destinados a garantir seu constante aprimoramento e adaptação, visandogarantir sua efetividade.

d) O Programa de Integridade deverá observar, entre outras, as seguintescaracterísticas:

i. comprometimento da alta direção das COLABORADORAS,evidenciado pelo apoio visível e inequívoco ao programa, e peladisponibilização, ao programa e às instâncias responsáveis por suaimplementação e gestão, de orçamento e pessoal adequados e compatíveis;

ii. padrões de conduta, código de ética, políticas e procedimentos deintegridade, aplicáveis a todos os empregados e administradores,independentemente de cargo ou função exercidos;

iii. padrões de conduta, código de ética e políticas de integridadeestendidas, quando necessário, a terceiros, tais como, fornecedores,prestadores de serviço, agentes intermediários e associados;

iv. treinamentos periódicos sobre o programa de integridade;

v. análise periódica de riscos para realizar adaptações necessárias aoprograma de integridade;

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vi. registroscontábeis que reflitam de forma completa e precisa as transações dapessoa jurídica;

vii. controles internos que assegurem a pronta elaboração e confiabilidadede relatórios e demonstrações financeiros da pessoa jurídica;

viii. procedimentos específicos para prevenir fraudes e ilícitos no âmbitode processos licitatórios, na execução de contratos administrativos ou emqualquer interação com o setor público, ainda que intermediada porterceiros, tal como pagamento de tributos, sujeição a fiscalizações, ouobtenção de autorizações, licenças, permissões e certidões;

ix. independência, estrutura e autoridade da instância interna responsávelpela aplicação do programa de integridade e fiscalização de seucumprimento;

x. canais de denúncia de irregularidades, abertos e amplamente divulgadosa funcionários e terceiros, e de mecanismos destinados à proteção dedenunciantes de boa-fé;

xi. medidas disciplinares em caso de violação do programa de integridade;

xii. procedimentos que assegurem a pronta interrupção de irregularidadesou infrações detectadas e a tempestiva remediação dos danos gerados;

xiii. diligências apropriadas para contratação e, conforme o caso,supervisão, de terceiros, tais como, fornecedores, prestadores de serviço,agentes intermediários e associados; e

xiv. monitoramento contínuo do programa de integridade visando seuaperfeiçoamento na prevenção, detecção e combate à ocorrência dos atoslesivos previstos no art. 5o da Lei no 12.846, de 2013.

e) A implementação do Programa de Integridade pelas COLABORADORAS seráacompanhada e, ao final, certificada por um monitor independente, nos termos doApêndice 2 ao presente Acordo.

f) Se necessário, o prazo de implementação do Programa de Integridade poderá serestendido, mediante requerimento das COLABORADORAS e concordância doMPF e do MP/PR, caso se mostre necessária referida extensão, por motivos alheios àvontade das COLABORADORAS e desde que demonstrado o efetivo compromissodas COLABORADORAS com o cumprimento de ações descritas neste Apêndice 1.

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APÊNDICE 2

MONITORAMENTO INDEPENDENTE

Nos termos da cláusula 6ª, item l do presente ACORDO, as COLABORADORAScomprometem-se a se sujeitar, pelo período de 32 meses, a um regime demonitoramento independente destinado a assegurar a implementação das medidasdescritas no Apêndice 1 ao presente ACORDO (“Monitoramento”), nos termos econdições seguintes:

a) O Monitoramento será efetivado por meio de 1 Monitor Independente (“Monitor”),que será pessoa natural com formação preferencial nas áreas de direito, contabilidade,administração de empresas, economia, controles internos, compliance ou em áreacorrelata, com reputação reconhecidamente ilibada e efetiva experiência no campoempresarial, o qual poderá ter auxílio de outros profissionais para a consecução dassuas tarefas.

b) O Monitor será escolhido pelas COLABORADORAS a partir de uma lista tríplicepor ela elaborada, facultado ao MPF e ao MP/PR o direito de vetar quaisquer dosnomes indicados, sendo requisitos indispensáveis para sua participação nessa lista opreenchimento das condições previstas na letra (a), acima, e a completaindependência dos candidatos em relação às COLABORADORAS, sendo certo quenenhuma das pessoas indicadas pelas COLABORADORAS pode possuir, ou terpossuído nos últimos 24 meses, vínculo de qualquer espécie com asCOLABORADORAS, seja como funcionário, executivo ou prestador de serviços.

c) O Monitor, após ultimado o processo de seleção mencionado na letra (b) acima,deverá prestar ao MPF e ao MP/PR declaração de independência, dando início, emseguida, às atividades de Monitoramento. As COLABORADORAS se incumbirão,integralmente, de remunerar as atividades do Monitor, conforme ajuste celebrado porambas as partes, com ciência do MPF e do MP/PR.

d) A responsabilidade do Monitor consistirá especificamente em aferir e monitorar aimplementação, pelas COLABORADORAS, das medidas descritas no Apêndice 1ao presente Acordo, visando com isso garantir que, dentro do prazo estabelecido parao Monitoramento, seja implementado, no âmbito das COLABORADORAS, umprograma de integridade efetivo e robusto, baseado nos critérios estabelecidos noCapítulo IV do Decreto n. 8.420 de 18 de março de 2015, de modo a reduzir o riscode recorrência de quebras de integridade no âmbito das COLABORADORAS.

e) Durante o período de duração do Monitoramento, o Monitor deverá, também,avaliar, nos termos descritos abaixo, a efetividade do programa de integridade dasCOLABORADORAS, bem como de suas políticas correlatas, incluindo as políticasde guarda de registros e informações, conflito de interesses, contratação de terceiros,brindes e hospitalidades, interação com agentes públicos, e de quaisquer outraspolíticas que sejam destinadas especificamente a garantir o cumprimento dalegislação nacional de combate à corrupção, desenvolvendo para tanto as seguintesatividades, entre outras:

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i. O Monitoradotará todas as ações que entender razoavelmente necessárias aodesenvolvimento de seus trabalhos, podendo ser auxiliado nessas tarefaspor equipe própria, pela equipe interna das COLABORADORAS e/oupela auditoria interna e externa das COLABORADORAS.

ii. O Monitor deverá, entre outras tarefas, verificar e certificar ocompromisso da Alta Administração das COLABORADORAS, emrelação à efetiva implementação de um programa robusto de integridade,bem como ao atendimento das obrigações descritas no Apêndice 1 aopresente Acordo.

iii. O Monitor poderá, no curso de seus trabalhos, formular sugestões erecomendações às COLABORADORAS, especialmente quando daapresentação do Primeiro Relatório, mencionado no item abaixo.

f) Os trabalhos de Monitoramento serão desenvolvidos em 3 fases, ao final das quaisserão apresentados, pelo Monitor, relatórios parciais às COLABORADORAS e aoMPF e ao MP/PR.

i. O primeiro relatório (“Primeiro Relatório”) será apresentado em até 30dias contados a partir do 360º dia seguinte ao início dos trabalhos deMonitoramento, e conterá, além do relatório das ações adotadas pelaempresa no período, uma avaliação do Monitor quanto às medidas deintegridade já adotadas e aquelas programadas para serem adotadassubsequentemente pelas COLABORADORAS, inclusive nos termos dopresente ACORDO, contendo, se for o caso, eventuais sugestões erecomendações de melhoria que o Monitor entender pertinentes.

ii. O segundo relatório (“Segundo Relatório”) será apresentado em até 30dias contados a partir do 720º dia seguinte ao início dos trabalhos deMonitoramento, e conterá, além do relatório das ações adotadas pelaempresa no período, a descrição dos eventuais ajustes nas ações decompliance propostas pelas COLABORADORAS resultantes dopotencial acatamento das sugestões e recomendações formuladas peloMonitor no Primeiro Relatório.

iii. O terceiro e último relatório (“Relatório Final”) será apresentado ematé 30 dias contados a partir do 960º dia seguinte ao início dos trabalhosde Monitoramento, e conterá, além do relatório das ações adotadas pelaempresa no período, a certificação final do Monitor quanto aocumprimento das obrigações estabelecidas no Apêndice 1 do presenteACORDO.

g) Uma vez certificado o cumprimento das obrigações das COLABORADORASpelo Monitor, nos termos previstos no item anterior, será declarado, pelo MPF e MP/PR, o cumprimento das obrigações assumidas na Cláusula 6ª, k, e no Apêndice 1 aopresente Acordo, ficando com isso revogado o Monitoramento e dispensado oMonitor de suas atividades.

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h) O prazo doMonitoramento poderá ser estendido diante da não certificação, no Relatório Final,do cumprimento das obrigações estabelecidas no Apêndice 1 do presente ACORDOou mediante requerimento das COLABORADORAS e concordância do MPF e doMP/PR, caso se mostre necessária igual extensão do prazo de cumprimento das açõesmencionadas no Apêndice 1 do presente acordo, por motivos alheios à vontade dasCOLABORADORAS, e demonstrado o seu efetivo compromisso com ocumprimento de mencionadas ações.

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Assinatura/Certificação do documento PR-PR-00037822/2020 ACORDO DE LENIÊNCIA

Signatário(a): RODRIGO NICOLETTI ALVESData e Hora: 26/05/2020 19:05:06

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TERMO DE LENIÊNCIA · 2020. 8. 24. · TERMO DE LENIÊNCIA O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL (MPF), por intermédio dos procuradores regionais da República e procuradores da República