Termografia subestações

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  • 8/10/2019 Termografia subestaes

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    Inspeo em Subestaes Utilizando a Termografia

    Inspection of Electrical Substations Using Thermography

    Breno de Sousa Monteiro1

    Marcelo Faleiro Fernandes2

    Arlete Vieira da Silva3

    Leonardo Henrique de Melo Leite4

    RESUMO:

    Atualmente as indstrias de processos tm enfrentado desafios comuns: reduo de custos, aumento do tempo de

    operao das mquinas visando o aumento de produo e outros problemas diversos inerentes a qualquer

    unidade produtiva. Com isso, a busca de tcnicas que possibilitam solucionar esses desafios tornou-se intensa.

    Uma destas alternativas a programao de intervenes atravs do acompanhamento da qualidade de

    funcionamento das mquinas, conhecidas por Manuteno Preditiva ou Manuteno por Condio. Nos sistemas

    eltricos de potncia, a subestao de energia uma instalao eltrica que comporta equipamentos

    para transmisso e distribuio de energia eltrica, alm de equipamentos de proteo e controle. Qualquer falha

    em um dos seus componentes crticos pode acarretar na parada inesperada e indeterminada de algum sistema,

    comprometendo o fornecimento de energia. A termografia infravermelha uma das principais tcnicas utilizadas na

    manuteno preditiva de equipamentos e, se corretamente utilizada, torna-se uma tima ferramenta para realizar

    inspees em subestaes, detectando defeitos em seus estgios iniciais e evitando paradas no programadas. A

    aplicao dessa tcnica, aumenta a segurana nas inspees e o tempo entre paradas para manuteno,

    aumentando a confiabilidade do sistema eltrico e reduzindo custos. Esse artigo tem como objetivo apresentar as

    vantagens tcnicas e economia da utilizao da termografia infravermelha em um estudo de caso aplicado Usinade Pelotizao Vargem Grande VALE reduzindo assim paradas inesperadas e economia alcanada.

    Palavras Chave: Termografia, Preditiva, Subestao, Paradas, Manuteno.

    ABSTRACT:

    Currently the process industries have faced common challenges: cost reduction, increased operating time of

    machines in order to increase production and many other problems inherent in any production unit. Thus, the search

    for techniques that allow solving these challenges became intense. One of these alternatives is programming

    interventions by monitoring the quality of operation of the machines, known as Predictive Maintenance and Condition

    Maintenance by. In power systems, the substation is an electrical installation which includes equipment for

    transmission and distribution of electricity, as well as control and protection equipment. Any failure in one of its

    critical components can result in unexpected stop and some indeterminate system, compromising the power supply.

    1Graduando em Engenharia Eltrica. UNIBH, 2013, MG. Emai: [email protected]

    2Graduando em Engenharia Eltrica. UNIBH, 2013, MG. Emai: [email protected]

    3

    Mestre em Geografia e Anlise Ambiental. UFMG, 2002. Professora e coordenadora de Curso de tecnologia em manuteno do CentroUniversitrio de Belo Horizonte UNI-BH. Belo Horizonte, MG. Email:[email protected]

    4

    Mestre em Engenharia de Computao e Telecomunicaes pela Universidade Federal de Minas Gerais UFMG, 2005. Engenheiro Snior daFITec Fundao para Inovaes Tecnolgicas - Professor do Centro Universitrio de Belo Horizonte UNI-BH. Belo Horizonte, MG. Email:[email protected]

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    Infrared thermography is one of the main techniques used in predictive maintenance of equipment and, if used

    correctly, it is a great tool to perform inspections in substations, detecting defects at an early stage and avoid

    unplanned shutdowns. The application of this technique increases safety inspections and the time between outages,

    increasing the reliability of the electric system and reducing costs. This article aims to present the technical and

    economic advantages of the use of infrared thermography in a case study applied to the Pellet Plant Vargem Grande

    - VALE reducing unexpected downtime and savings achieved.

    KEYWORDS:Thermography, Predictive, Substation, Stops, Maintenance.

    1. INTRODUO

    Quando se coloca em produo uma mquina nova, espera-se que a mesma tenha vida longa e isenta de

    problemas. Mas deficincias de projeto, erros de especificaes, problemas de fabricao, transporte, instalao

    e manuteno inadequados podem conduzir a equipamentos pouco confiveis. Nas tcnicas de manuteno

    atuais no h mais interesse em simplesmente reparar um equipamento defeituoso, mas sim em conhecer e

    eliminar as causas dos defeitos. Essa manuteno chama-se Preditiva.

    A manuteno Preditiva diferencia-se da corretiva pelo fato de que a interveno no equipamento somente

    ocorrer a partir do momento em que este apresentar os sinais de falha, enquanto que na manuteno corretiva

    faz-se quando o equipamento quebra, implicando aumento de custos de manuteno (horas de parada, mo-de-

    obra, falta de reposio, etc.).

    A manuteno Preditiva se utiliza da anlise de vibraes, termografia, ferrografia, anlise de leo, etc., para

    realizar uma avaliao segura das condies de funcionamento dos equipamentos, acompanhando a evoluo de

    falhas detectas nas mquinas. Com isso, possvel fornecer previses de falha dos equipamentos, garantindo a

    operao sem riscos de falhas inesperadas at a execuo de uma parada planejada.

    A Termografia em sistemas eltricos identifica problemas causados por anormalidades trmicas devido relao

    entre a corrente e o aumento da resistncia hmica dos componentes. Os pontos quentes em circuitos eltricos

    so causados pela deficincia de contato nos componentes, corroso ou oxidao, distribuio de carga ou

    defeito de componentes. Com essa aplicao pode-se monitorar eficazmente: linhas de transmisso area,

    subestaes, transformadores, bancos de capacitores, fontes tiristorizadas, dispositivos de operao dos

    circuitos, chaves seccionadoras, barramentos, fusveis, disjuntores, interruptores, contatores, rguas de bornes,

    entre outros.

    A proposta dessa pesquisa consistiu em comprovar as vantagens tcnicas e econmicas que a termografia pode

    proporcionar na manuteno, aumentando a confiabilidade, segurana e otimizao das subestaes.

    2. REFERENCIAL TERICO

    2.1. MANUTENO

    A manuteno, derivada do latim, Manutenere, que significa ter na mo, destina-se a restituir ou manter o

    estado operacional de um equipamento em suas condies normais, proporcionando assim sua efetiva

    produtividade e qualidade de produo. Esse conceito alcanado pela deteco de desgastes e falhas nos

    equipamentos, de maneira econmica e em equipamentos selecionados de importncia para o parque fabril

    (crticos). De acordo com MIRSHAWKA (1991, p. 103), a definio de manuteno ... o conjunto de aes que

    permitem manter ou restabelecer um bem a um estado especifico ou, ainda, assegurar um determinado servio. O

    objetivo principal de um departamento de manuteno manter os equipamentos que esto sobre sua

    responsabilidade, em condies de funcionamento para atendimento as funes deles requisitadas.

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    Embora a manuteno, seja conhecida em muitos casos, como um mal necessrio, devido ao elevado custo, ele

    essencial para a continuidade dos negcios a partir de um bom gerenciamento dos equipamentos e recursos, o

    setor de manuteno torna-se indispensvel. A manuteno considerada um setor de servio devendo ser

    realizado de forma correta, pois influencia diretamente na produo. A manuteno deve ser realizada utilizando-

    se de ferramentas e tecnologias mais apropriadas a cada processo.

    Pode-se separar a manuteno da atualidade em trs principais tipos:

    Manuteno Corretiva:De acordo com KARDEC e NASCIF (2001, p.36) como sendo a atuao para correo da

    falha ou desempenho menor do esperado. A manuteno corretiva visa corrigir, restaurar, recuperar a

    capacidade produtiva de um equipamento ou instalao, que tenha cessado ou diminudo sua capacidade de

    exercer as funes s quais foi projetado.

    Manuteno Preventiva: VIANA (2002, p.10) a define como: todo o servio de manuteno realizado em

    mquinas que no estejam em falha, estando com isto em condies ou estado de zero defeito. A Manuteno

    Preventiva atua em intervalos fixos, baseados no histrico de vida de componentes do equipamento que obteve a

    partir da experincia ou a do construtor com o intuito de eliminar a chance de ocorrer qualquer falha.

    Manuteno Preditiva:A manuteno preditiva a execuo da manuteno no momento adequado, antes que o

    equipamento apresente falha, e tem a finalidade de evitar a falha funcional ou evitar as conseqncias desta(MOUBRAY, 1997).Baseada na anlise da evoluo supervisionada de parmetros significantes da deteriorao

    do componente, permitindo alongar e planejar intervenes. A manuteno preditiva pode significar uma economia

    igual a 30 vezes o valor investido. Consiste no planejamento antecipado das intervenes corretivas, a partir da

    aplicao sistemtica de uma ou mais tcnicas de monitorao, como: anlise de vibraes de equipamentos

    rotativos e alternativos; anlise de corrente e fluxo magntico de motores eltricos; anlise de leo lubrificante

    (tribologia e ferrografia); termografia de sistemas eltricos e mecnicos; ultra-som para deteco de vazamentos e

    descontinuidades; etc.

    2.2. TERMOGRAFIA

    A termografia uma tcnica de ensaio no destrutivo que permite o sensoriamento remoto de pontos ou

    superfcies aquecidas por meio da radiao infravermelha (VIANA 2002, p. 14).

    De acordo com MGS (2013) a inspeo termogrfica uma tcnica capaz de medir distncia, a temperatura de

    cada ponto de um componente. Simultaneamente, permite mostrar uma representao visual desta temperatura. A

    inspeo Termogrfica feita atravs da anlise da energia trmica "movimento por meio de calor", emitida por

    algum equipamento ou sistema eltrico. Quanto mais elevada for temperatura de um objeto, maior ser a

    radiao infravermelha por ele emitido. Problemas de temperatura elevada so muitas vezes indicadores

    potenciais de falha de um determinado componente sejam por fadiga ou alterao do sistema.

    Em geral, uma falha eletromecnica antecedida pela gerao e troca de calor. Este calor se traduz habitualmenteem uma elevao de temperatura que pode ser repentina mas que, em geral, dependendo do objeto, comea a

    manifestar-se em pequenas variaes.

    As Figuras 1 e 2 ilustram a aplicao da termografia para deteco de pontos onde podem acarretar futuras falhas.

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    Figura - 1 Aplicao da termografia na inspeoeltrica

    Figura - 2 - Aplicao da termograf ia na inspeomecnica

    Se for possvel detectar a elevao de temperatura, para comparar e determinar a sua variao, as falhas podero

    ser detectadas no incio do seu desenvolvimento, podendo resultar em mdio prazo uma parada programada do

    equipamento. Isto permite a reduo dos tempos de interrupo e a diminuio da probabilidade de sada de

    servio no prevista, isto no programada. Os benefcios incluem a reduo de custos com economia de energia,

    proteo dos equipamentos, velocidade da inspeo e tempo de reparao.

    2.3. TERMOVISOR

    De acordo com FLIR (2013), pode-se definir o termovisor como um dispositivo que captura a energia infravermelha

    (o calor) emitida pelo objeto enquadrado pelas lentes e converte esta energia, que concentrada pelas lentes em

    um detector infravermelho, formado por milhares de sensores infravermelhos (pixels), em um sinal eletrnico.

    Este sinal processado de forma a mostrar a imagem trmica em um display ou monitor de vdeo ao mesmo

    tempo em que se calcula a temperatura de cada pixel. A preciso de uma cmera infravermelha depende de vrios

    componentes como as lentes, filtros, o detector, circuitos de leitura e tratamento de sinal e programas de

    linearizao e compensao. um equipamento industrial de ampla aplicao, a qual identifica as ondas

    infravermelhas convertendo em imagens visveis ao olho humano.

    A Figura 3 ilustra uma cmera termogrfica de alta definio.

    Figura 3- Termovisor

    2.4. SUBESTAO

    Segundo BANCK E GASQUES (2009), uma subestao uma instalao eltrica de alta potncia, contendo

    equipamentos para transmisso e distribuio de energia eltrica, alm de equipamentos de proteo e controle.

    Os mesmos autores afirmam ainda que, ela funciona como ponto de controle e transferncia em um sistema de

    transmisso de energia eltrica, direcionando e controlando o fluxo energtico, transformando os nveis de tenso

    e funcionando como pontos de entrega para consumidores industriais.

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    5As manutenes nas subestaes consistem na interveno peridica e planejada com amplo escopo de

    inspees (analise de leo, termografia, etc), testes e limpeza de componentes e equipamento de isolao,

    manobra e proteo. O objetivo principal da manuteno o prolongamento da vida til de todos os ativos

    eltricos.

    O grande potencial da termografia na manuteno das subestaes a identificao de pontos quentes, em

    componentes e instalaes, que podero gerar falhas de horas de paradas e a segurana por no haver contato

    com os circuitos energizados.

    2.5. PDCA

    O ciclo PDCA um mtodo gerencial de tomada de decises para garantir o alcance das metas necessrias

    sobrevivncia de uma organizao. Segundo ISHIKAWA (1989, 1993) e CAMPOS (1992, 1994) o ciclo PDCA

    (Plan, Do, Check, Action) composto das seguintes etapas:

    Planejamento (P): Essa etapa consiste em estabelecer metas e estabelecer o mtodo para alcanar as

    metas propostas.

    Execuo (D): Executar as tarefas exatamente como foi previsto na etapa de planejamento e coletar dados

    que sero utilizados na prxima etapa de verificao do processo. Na etapa de execuo so essenciais

    educao e treinamento no trabalho.

    Verificao (C): A partir dos dados coletados na execuo comparar o resultado alcanado com a meta

    planejada.

    Atuao Corretiva (A): Etapa que consiste em atuar no processo em funo dos resultados obtidos,

    adotando como padro o plano proposto, caso a meta tenha sido atingida ou agindo sobre as causas do

    no atingimento da meta, caso o plano no tenha sido efetivo.

    Ainda segundo o autor, para entender o papel das ferramentas da qualidade dentro do ciclo do PDCA, deve-se

    novamente destacar que a meta (resultado) alcanada por meio do mtodo (PDCA). Quanto mais informaes

    (fatos, dados, conhecimentos) forem agregadas ao mtodo, maiores sero as chances de alcance da meta e maior

    ser a necessidade da utilizao de ferramentas apropriadas para coletar, processar e dispor estas informaes

    durante o giro do PDCA. Vale destacar que o aumento da sofisticao das ferramentas empregadas dever ocorrer

    em funo do aumento da capacidade de alcance das metas.

    O ciclo do PDCA na inspeo termogrfica comea pelo planejamento das rotas de inspeo, em seguida so

    executadas as rotas planejadas e realizado intervenes nos pontos onde a temperatura estava anormal.

    Depois de executar interveno nos pontos, checa-se o que foi feito, constantemente e repetidamente e toma-se

    uma ao para eliminar ou ao menos mitigar defeitos no equipamento ou na produo.

    3. METODOLOGIA

    A pesquisa aplicada para este trabalho consiste na anlise termogrfica de componentes das subestaes

    eltricas da Usina de Pelotizao Vargem Grande VALE, empresa localizada na cidade de Nova Lima.

    Quanto natureza da pesquisa, trata-se de uma pesquisa aplicada ou tecnolgica, onde sero aplicados os

    conhecimentos bsicos e seus resultados tero aplicao prtica na soluo de problemas futuros.

    O procedimento utilizado foi definido como sendo um estudo de caso, o qual investiga em campo as prticas das

    inspees termogrficas em componentes eltricos. Gil (1991, p.54) define estudo de caso como estudo profundo

    e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento.

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    Para realizao da pesquisa de campo, se empregou a tcnica termogrfica para inspeo trmica, utilizando-se

    aparelho termovisor marca FLIR, modelo P660. O planejamento das atividades e as aes desenvolvidas

    atenderam a todos os requisitos de segurana aplicveis rea a ser inspecionada (NR 10), realizado juntamente

    com o responsvel pela rea uma anlise de risco da tarefa (ART), quando necessrio.

    4. ResultadoseDiscusso

    4.1 INSPEO TERMOGRFICA

    4.1.1 CENRIODEAPLICAO

    Foi realizada inspeo termogrfica em todas as subestaes da usina, onde as mesmas so compostas por

    banco de capacitores, disjuntores, transformadores, chaves seccionadoras, rels, para raios, contatores, etc.

    Destaca-se esta inspeo realizada em setembro de 2010.

    4.1.2 REALIZAO DAS INSPEES

    Foi realizada a inspeo com 2 (dois) tcnicos eletricistas treinados, habilitados, autorizados e capacitados

    conforme NR10 nos seus itens 10.6 e 10.7. O termografista treinado e certificado em termografia conforme

    norma ISO 18436-8. Foi utilizado tambm o procedimento interno nmero PRO6132, onde encontra-se relatados

    todos os pr-requisitos para execuo da mesma.

    Para a realizaes das inspees foi utilizado a cmera termogrfica FLIR P660, de alta resoluo (640x480

    pixels), range de medio de -40C a +500C, lentes infravermelhas intercambiveis, foco manual e automtico

    entre outras caractersticas.

    4.2 APLICAO DO PDCA

    4.2.1 PLANEJAMENTO DASAES (P)

    O planejamento das aes foi iniciado pela identificao dos pontos para interveno. Aps realizao da

    Termografia nas subestaes da usina foram encontrados seis pontos com temperatura anormal (PTA). Pode-sevisualizar os PTAs nas Figuras 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Essas figuras so da medio inicial a qual foi detectada a

    existncia de algum problema, devido a sua temperatura de trabalho estar acima do especificado.

    A Figura 4 ilustra o transformador 720TF01 localizado

    na subestao 720SE01, apresentando aquecimento

    na conexo da bucha de entrada fase S com

    temperatura de 43,6C. Conexo de entrada fase R

    com temperatura de 18,8C, resultando assim em um

    t de 24,8C entre fases.

    A Figura 5 ilustra o disjuntor DISJ252 localizado na

    subestao 720SE01, apresentando aquecimento

    conexo de entrada fase R com temperatura de

    21,7C, conexo de entrada fase T com temperatura

    de 16,2C, resultando assim em um t de 5,5C entre

    fases.

    Figura - 4 Trafo 720TF01 Figura - 5 Disjuntor DISJ 252

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    A Figura 6 ilustra a seccionadora SEC189E localizada

    na subestao 720SE01, apresentando aquecimento

    conexo de entrada fase S com temperatura de

    31,3C. Conexo de entrada fase T com temperatura

    de 16,6C, resultando assim em umt de 14,7C entre

    fases.

    A Figura 7 ilustra o conjunto Fusvel F1, localizado no

    banco de capacitores 731BC01 da subestao

    731SE02, apresentando aquecimento garra superior

    do porta fusvel fase S com temperatura de 81C,

    garra superior fase R com temperatura de 58,7C,

    resultando assim em um t de 22,3 C entre fases.

    Figura - 6 Seccionadora SEC189E Figura - 7 Conjunto Fusvel F1

    A Figura 8 ilustra a chave seccionadora A1, localizada

    no banco de capacitores 731BC01 da subestao

    731SE02, apresentando aquecimento conexo

    superior do barramento fase S com temperatura de

    102C, conexo superior do barramento fase R com

    temperaturade 24,9 C, resultando assim em um t de

    77,1C entre fases.

    Figura 9 ilustra o contator K2 ventilao, localizado no

    painel de alimentao do inversor de freqncia

    734PV07 da subestao 734SE05, apresentando

    aquecimento terminao do cabo de entrada fase R

    com temperatura de 85,2C. Terminao cabo de

    entrada fase T com temperatura e 46C, resultando

    assim em um t de 39,2C entre fases.

    Figura - 8 Barramento Figura - 9 Contator K24

    Com o intuito de solucionar os problemas nos pontos monitorados foi sugerido o plano de ao, conforme Tabela

    1.

    Tabela 1 Plano de aoEquipamento Plano de ao

    720TF01Realizar limpeza nas superfcies de contato da conexo de entrada fase S e

    verificar aperto dos parafusos das conexes de entrada fases R, S e T.

    SEC189ERealizar limpeza nas superfcies de contato da conexo de entrada fase S e

    verificar aperto dos parafusos das conexes de entrada fases R, S e T.

    DISJ252Realizar limpeza nas superfcies de contato da conexo de entrada fase R e

    verificar aperto dos parafusos das conexes de entrada fases R, S e T.

    731BC01Conjunto Fusvel NH: Fazer limpeza nas superfcies de contato da garra do porta

    fusvel fase S e verificar aperto dos parafusos das conexes fases R, S e T.

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    731BC01Chave Seccionadora: Fazer limpeza nas superfcies de contato da conexo superior

    do barramento fase S e verificar aperto dos parafusos das conexes de entrada

    734PV07Refazer terminao cabo de entrada fase R e verificar aperto das conexes de

    entrada e sada do Contator K2.Fonte: VA LE, 2010.

    4.2.2 EXECUO DASAES(D)

    Na parada de usina j anteriormente prevista para manuteno foram programadas e executadas as aes comoplanejadas, conforma tabela 1. Durante o processo de inspeo termogrfica foram detectados pontos chaves nos

    equipamentos que evidenciam potenciais falhas, comprovando a eficcia da ferramenta, como podem ser visto nas

    Figuras 10 e 11.

    O Disjuntor DISJ 252 apresentava parafusos frouxos, com grande potencial de falha. Pode se observar no

    termograma mostrado anteriormente, associados a esse elemento, que a diferena de temperatura (t) entre fases

    foi de 5,5C. Esse valor pequeno devido 720SE01 ser uma subestao de 138KV, ou seja, alta tenso e baixa

    corrente, mas o suficiente para indicar anomalia.

    J o elemento 731BC01 apresentou conexo do barramento de entrada da chave seccionadora e o termocontrtil

    carbonizados.

    Figura - 10 Foto DISJ 252 Figura - 11 Foto 731BC01

    4.2.3 VERIFICAO(C)Aps as intervenes propostas foi realizada nova inspeo termogrfica nos pontos com temperatura anormal.

    Como pode ser vistos nas Figuras 12, 13, 14, 15, 16 e 17 as intervenes surgiram efeito, resultando em

    atenuao dos nveis de temperaturas dos pontos citados anteriormente.

    Como se trata de circuitos trifsicos e equilibrados as temperaturas das conexes de um mesmo circuito devem ser

    bem prximas.

    Figura 12 ilustra o trafo 720TF01 aps interveno,

    apresentando condies normais de funcionamento,

    tendo em vista que o t mximo permitido em

    conexes de alta tenso 5C.

    Figura 13 ilustra a chave seccionadora SEC189E aps

    interveno, apresentando condies normais de

    funcionamento, tendo em vista que o t mximo

    permitido em conexes de alta tenso 5C.

    Figura - 12 Trafo 720TF01 Figura 13 Seccionadora SEC189E

    Conexo e termocontrtil

    carbonizados

    Parafusos Frouxos

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    Figura 14 ilustra o disjuntor DISJ252 aps interveno,

    apresentando condies normais de funcionamento,

    tendo em vista que o t mximo permitido em

    conexes de alta tenso 5C.

    Figura 15 ilustra o conjunto Fusvel F1, localizado no

    banco de capacitores 731BC01 aps interveno,

    apresentando condies normais de funcionamento,

    tendo em vista que o t mximo permitido em

    conexes de media tenso 8C.

    Figura - 14 Disjunto r DISJ 252 Figura - 15 Conjunto Fusvel F1

    A Figura 16 ilustra a chave seccionadora A1,

    localizada no banco de capacitores 731BC01 apsinterveno, apresentando condies normais de

    funcionamento, tendo em vista que o t mximo

    permitido em conexes de media tenso 8C.

    A Figura 17 ilustra o contator K2 ventilao localizado

    no painel de alimentao do inversor de freqncia734PV07 aps interveno, apresentando condies

    normais de funcionamento, tendo em vista que o t

    mximo permitido em conexes de media tenso

    8C.

    Figura - 16 Barramento Figura - 17 Contator K2

    4.2.4 AOCORRETIVA(A)Como os pontos quentes foram eliminados, os equipamentos foram liberados para funcionamento em produo,

    sendo determinado pelo setor de engenharia a realizao da manuteno termogrfica em todas as subestaes

    de energia eltrica da usina de 90 em 90 dias.

    4.3 ANLISE DA EFICCIA DA INSPEOAps atuao nos pontos encontrados, foi analisada a eficcia da inspeo. Essa anlise consistiu no

    levantamento, junto a equipe de manuteno eltrica, do tempo gasto para resolver os problemas encontrados em

    cada equipamento inspecionado e no clculo da perda de produo, caso no tivesse sido realizado a manuteno

    termogrfica. No caso de ocorrer uma falha sem programao, o tempo de reparo indeterminado, visto que

    existiriam muitas variveis como: tempo necessrio para localizar o local da falha; tempo necessrio para localizar

    um componente novo para substituir; mo de obra disponvel no momento da falha; tempo necessrio para reparar

    o componente; etc.

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    A meta de produo no ms da interveno era de 767 toneladas de pelotas de minrio de ferro por hora.

    Considerando que a tonelada de pelotas vendida em mdia US$ 248,74 (MI), e que os gastos para a produo

    da tonelada so de US$ 27,99, o que gera um lucro lquido de US$ 220,75 por tonelada, a interveno atravs da

    tcnica termogrfica proporcionou uma economia considervel com os custos de perdas evitadas, conforme

    apresentado na Tabela 2:

    Tabela 2 Perdas Evit adas

    Equipamento Lucro /

    Tonelada

    (US$)

    Mdia da

    Produo

    (ton/hora)

    Tempo de

    Parada da

    Usina (horas)

    Perdas

    Evitadas

    (US$)

    Perdas

    Evitadas (R$)

    720TF01 220,75 767 2 338.630,5 585.830,76

    DISJ252 220,75 767 2 338.630,5 585.830,76

    SEC189E 220,75 767 1 169.315,25 292.915,38

    731BC01 220,75 767 X X X

    734PV07 220,75 767 1 169.315,25 292.915,38

    Total 1.757.492,29

    Fonte: VA LE, 2010.

    As intervenes no banco de capacitor 731BC01 no afetam a produo. O dlar comercial na poca da

    interveno era de R$1,73. A economia gerada na poca foi de R$ 1.757.492,29, levando em conta o tempo da

    interveno programada e no a interveno no programada que poderia levar muito mais tempo.

    6. CONCLUSO

    Pode-se constatar, a partir dos testes apresentados, que a aplicao da termografia apresentou resultados

    satisfatrios e alta confiabilidade em sua utilizao, podendo-se atingir o diagnstico do componente eltrico

    defeituoso.

    A termografia atualmente uma importante ferramenta de manuteno preditiva dentro do sistema eltrico.Caractersticas como a capacidade de detectar defeitos em estgios iniciais, realizar inspees com os

    equipamentos em operao e distncias seguras, e possuir uma grande agilidade na aquisio das medidas, se

    adquam inteiramente s necessidades de um mercado de energia competitivo, com grande exigncia na reduo

    de custos e no aumento da confiabilidade.

    Outra reduo nos gastos em relao ao estoque, pois esse controle sobre os problemas em potencial permite

    um baixo investimento na estocagem de equipamentos e matrias. Sua vasta aplicao nas diversas reas de

    componentes eltricos e equipamentos mecnicos garantem a sua versatilidade, o que aumenta sua utilizao

    dentro de uma empresa.

    O estudo de caso apresentado comprova a eficcia da inspeo e demonstra porque as empresas como a Valeutilizam a mesma em inspees peridicas.

  • 8/10/2019 Termografia subestaes

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