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TERMOS DE REFERÊNCIA PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO INTEGRADO DE RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO GRANDE PIRH-GRANDE MARÇO DE 2014

TERMOS DE REFERÊNCIA PARA A ELABORAÇÃO DO … · 9 especial a Lei Federal nº. 9.433/97, que instituiu a Política Nacional de Recursos 10 Hídricos, bem como as leis estaduais

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TERMOS DE REFERÊNCIA PARA A ELABORAÇÃO DO

PLANO INTEGRADO DE RECURSOS HÍDRICOS DA

BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO GRANDE

PIRH-GRANDE

MARÇO DE 2014

SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................... 1

2. TERMINOLOGIA TÉCNICA E SIGLAS ................................................................. 4

3. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA BACIA ............................................................ 9

3.1. Localização e área de abrangência ..................................................................... 9

3.2. Sistemas Aquíferos ............................................................................................. 10

3.3. Demografia da bacia ........................................................................................... 10

3.4. Unidades Estaduais de Gestão ............................................................................ 11

3.5. O Arranjo Institucional para a Gestão dos Recursos Hídricos na Bacia ............ 12

3.6. Problemas e Conflitos ........................................................................................ 13

4. OBJETIVOS DO PLANO .......................................................................................... 15

4.1. Objetivo Geral .................................................................................................... 15

4.2. Objetivos Específicos ......................................................................................... 15

4.3. Horizonte de Planejamento ................................................................................ 16

4.4. Resultados Esperados ......................................................................................... 16

5. DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DO PIRH-GRANDE .................................. 17

6. O PIRH-GRANDE E SUAS ETAPAS ...................................................................... 18

6.1. Diagnóstico da Situação atual dos Recursos Hídricos ....................................... 19

6.1.1. Conteúdo mínimo ....................................................................................... 19

6.1.2. Mobilização e coleta de dados .................................................................... 20

6.1.3. Composição do diagnóstico ........................................................................ 21

6.1.3.1. Caracterização físico-biótica da bacia ................................................ 22

6.1.3.2. Uso e ocupação do solo ...................................................................... 22

6.1.3.3. Caracterização do quadro socioeconômico-cultural ........................... 22

6.1.3.4. Aspectos institucionais e legais da GRH na bacia ............................. 23

6.1.3.5. Disponibilidades hídricas ................................................................... 23

6.1.3.6. Demandas hídricas ............................................................................. 25

6.1.3.7. Usos múltiplos e conflitos existentes ................................................. 25

6.1.3.8. Balanço hídrico ................................................................................... 26

6.1.3.9. Diagnóstico integrado ......................................................................... 26

6.1.3.10. Primeira rodada de seminários e primeiro encontro ampliado ......... 26

6.1.3.11. Relatório de diagnóstico da bacia ..................................................... 27

6.2. Cenarização e Compatibilização ........................................................................ 27

6.2.1. Conteúdo mínimo ....................................................................................... 28

6.2.2. Montagem do cenário tendencial das demandas hídricas .......................... 28

6.2.3. Composição de cenários alternativos ......................................................... 29

6.2.4. Compatibilização das disponibilidades com as demandas hídricas ........... 29

6.2.5. Articulação e compatibilização dos interesses internos e externos à bacia 30

6.2.6. Alternativas para compatibilizar as disponibilidades e demandas hídricas 31

6.2.7. Relatório de cenários da bacia .................................................................... 32

6.3. Plano de Ações ................................................................................................... 32

6.3.1. Conteúdo mínimo ..................................................................................... 32

6.3.2. Definição das metas do PIRH-Grande ...................................................... 33

6.3.3. Diretrizes e estudos para implementação dos instrumentos de gestão ....... 34

6.3.3.1. Outorga ............................................................................................... 34

6.3.3.2. Sistema de Informação sobre recursos hídricos ................................. 34

6.3.3.3. Cobrança pelo direito de uso dos recursos hídricos ........................... 34

6.3.3.4. Enquadramento dos corpos d’água ..................................................... 35

6.3.3.5. Alocação de água .............................................................................. 36

6.3.4. Proposição de ações e intervenções ............................................................ 36

6.3.5. Montagem do programa de investimentos ................................................. 37

6.3.6. Agregação das ações e intervenções .......................................................... 38

6.3.7. Avaliação do arranjo institucional existente e proposta de

aperfeiçoamento para gestão da água na bacia ...........................................

38

6.3.8. Recomendações para os setores usuários ................................................... 38

6.3.9. Estratégias institucionais para a implementação do PIRH-Grande ............ 38

6.3.10. Roteiro de implementação do PIRH-Grande ............................................ 39

6.3.11. Relatórios parciais e consolidado do PIRH-Grande ................................. 40

6.3.12. Segunda rodada de seminários e segundo encontro ampliado ................. 40

6.3.13. Análise e aprovação do PIRH-Grande ..................................................... 41

7. MANUAL OPERATIVO DO PLANO ...................................................................... 42

8. PRODUTOS ESPERADOS ....................................................................................... 44

8.1. Relatórios Parciais .............................................................................................. 44

8.2. Produtos Finais ................................................................................................... 44

8.2.1. Relatório final ............................................................................................. 44

8.2.2. Relatório executivo ..................................................................................... 45

8.2.3. Manual Operacional do Plano .................................................................... 45

8.2.4. CD ROM interativo .................................................................................... 45

8.2.5. SIG-Plano ................................................................................................... 45

9. PRAZOS ..................................................................................................................... 46

10. PARTICIPAÇÃO PÚBLICA ................................................................................... 47

10.1. Reuniões com o GT-Plano ............................................................................... 47

10.2. Seminários Regionais e Encontros Ampliados ................................................ 47

10.3. Acompanhamento pelo Plenário do CBH-Grande ........................................... 48

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 49

APÊNDICE I .................................................................................................................. i

APÊNDICE II ................................................................................................................. vii

1

1. APRESENTAÇÃO 1

Este documento apresenta os Termos de Referência que deverão orientar a elaboração 2

do PLANO INTEGRADO DE RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA DO RIO 3

GRANDE - PIRH-GRANDE, cuja responsabilidade técnica e financeira ficará a cargo 4

da Agência Nacional de Águas – ANA e sua aprovação pelo Comitê da Bacia 5

Hidrográfica do Rio Grande (CBH-Grande). 6

Criado em 2 de agosto de 2010 pelo Decreto n° 7.254, o Comitê da Bacia Hidrográfica 7

do Rio Grande (CBH-Grande) foi instalado e teve sua primeira reunião plenária dois 8

anos depois, em 10 de agosto de 2012. Apesar da instalação, o histórico do CBH-9

Grande mostra que a criação deste colegiado partiu de longas e intensas discussões e, 10

principalmente, importantes experiências de gestão recursos hídricos já vividas pelos 11

membros dos quatorze comitês de bacias afluentes que o integram. A integração está na 12

essência do CBH-Grande e deverá ser mantida e observada em qualquer âmbito de sua 13

atuação. 14

Após sua instalação e o estabelecimento da sua rotina organizacional, é chegada a hora 15

do CBH-Grande iniciar a gestão política-institucional sobre as águas da bacia. Para 16

fazer frente a tal desafio o CBH-Grande necessita dispor de um instrumento estratégico 17

de gestão que o auxilie a decidir e atuar sobre os rumos da gestão de recursos hídricos 18

na bacia, conjuntamente os CBHs Afluentes e órgãos gestores de recursos hídricos, 19

principalmente. 20

Surge daí a proposta de elaboração Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do 21

Rio Grande, que deverá se converter em um instrumento de planejamento contínuo e 22

dinâmico, numa visão de longo prazo, definido em cenários, de forma a permitir uma 23

gestão compartilhada do uso múltiplo e integrado dos recursos hídricos existentes na 24

bacia. 25

A Bacia Hidrográfica do Rio Grande está situada na Região Sudeste do Brasil, 26

ocupando importantes porções dos Estados de Minas Gerais e de São Paulo. De acordo 27

com a Divisão Hidrográfica Nacional (Resolução CNRH n° 32/03), a bacia do Grande 28

está situada na Região Hidrográfica Paraná tendo sido, posteriormente, definida como 29

Unidade de Gestão de Recursos Hídricos (UGRH-Grande) pela Resolução CNRH nº 30

109/10. 31

A bacia do rio Grande possui uma expressiva área territorial, com mais de 143 mil km2 32

de área de drenagem (60,2% na vertente mineira e 39,8% na vertente paulista) onde vive 33

uma população de quase 9 milhões de habitantes em 393 municípios, dos quais 325 com 34

área totalmente inserida na bacia. 35

Além de unir dois dos mais importantes estados da federação, possuir um elevado 36

número de municípios e uma população altamente significativa, a bacia do Grande 37

expressa presença marcante no cenário econômico do país, refletindo diretamente na 38

multiplicidade de usos da água lá verificada, destacando-se os usos para abastecimento 39

urbano, indústria, irrigação e geração de energia hidrelétrica (quase 8% da capacidade 40

instalada do país), entre outros. 41

No tocante à gestão dos recursos hídricos já foram instalados Comitês de Bacias 42

Hidrográficas em todas as bacias afluentes, sendo seis unidades de gestão paulistas 43

(regulamentadas pela Lei Estadual nº 9.034/94 como Unidades de Gerenciamento de 44

Recursos Hídricos - UGRHIs) e oito mineiras (regulamentadas pela Deliberação 45

Normativa CERH/MG nº 06/02 como Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos 46

Hídricos – UPGRHs). 47

2

Além disso, doze unidades de gestão já possuem planos de recursos hídricos, o que 1

implica em um desafio adicional de centrar esforços para o alinhamento e convergência 2

de suas proposições com as que surgirão do PIRH-Grande, ressaltando a necessidade de 3

se manter o espírito de um Plano Integrado que resulte em um instrumento que permita 4

uma visão global e integrada da bacia hidrográfica do rio Grande. 5

Na elaboração destes Termos de Referência teve-se o cuidado de contextualizar o 6

escopo do PIRH-Grande diante das características da bacia, do quadro institucional 7

vigente e das perspectivas de sua evolução, além de observar a legislação vigente, em 8

especial a Lei Federal nº. 9.433/97, que instituiu a Política Nacional de Recursos 9

Hídricos, bem como as leis estaduais nº. 13.199/99, do Estado de Minas Gerais, e nº 10

7.663/91, do estado de São Paulo, que estabelecem as políticas de gestão dos recursos 11

hídricos nesses estados. Para tanto foi formulado um conteúdo metodológico capaz de 12

integrar as necessidades dos diferentes atores envolvidos, principalmente do CBH-13

Grande, CBHs Afluentes e Órgãos Gestores de Recursos Hídricos, que têm a 14

responsabilidade e competência legal de gerir o bem público representado pelos 15

recursos hídricos da bacia. Ele esclarece quanto a objetivos, metodologias e 16

procedimentos operacionais a serem observados, estruturação do plano em etapas e a 17

apresentação e envolvimento da sociedade na tomada de decisões. 18

Após esse capítulo introdutório, o TDR reúne, em seu capítulo 2, algumas terminologias 19

técnicas e as siglas utilizadas ao longo do documento. 20

No capítulo 3 são apresentadas as características gerais da bacia, elaborada a partir de 21

informações e documentos disponibilizados pelo CBH-Grande, acrescidas de pequenas 22

atualizações temporais realizadas pela ANA. Ressalta-se que a feitura deste capítulo 23

objetivou possibilitar apenas uma visão macro da bacia, sem entrar em detalhes dos 24

aspectos lá mencionados, que serão objeto de detalhamento na própria feitura do Plano. 25

O capítulo 4 apresenta os objetivos, geral e específicos, a serem buscados pelo PIRH-26

Grande, o horizonte de planejamento e os resultados esperados, definindo-se onde quer 27

se chegar com a elaboração deste Plano e propiciando uma estimativa inicial do volume 28

e a amplitude do trabalho demandado. 29

O capítulo 5 traz algumas diretrizes que deverão nortear a elaboração do Plano, desde a 30

etapa de Diagnóstico, sendo aqui traçados alguns dos caminhos que poderão diferenciar, 31

positivamente, o PIRH-Grande em relação a outros planos já elaborados no país. Nesse 32

sentido, o Grupo Técnico do Plano de Recursos Hídricos (GT-Plano) e a Câmara 33

Técnica de Integração (CTI) do CBH-Grande, definiram alguns caminhos a serem 34

percorridos na elaboração do PIRH-Grande, dentre os quais destacam-se: a 35

compatibilização das propostas do PIRH-Grande com as contidas nos planos de 36

recursos hídricos estaduais e de bacias afluentes; a priorização de propostas para a 37

solução de problemas para os quais exista governabilidade do sistema de gestão de 38

recursos hídricos atuante na bacia; e a elaboração, após aprovação do PIRH-Grande, de 39

um “Manual Operativo do Plano”, onde serão definidas e discriminadas as estratégias e 40

ações necessárias para a efetivação das propostas elaboradas Plano. 41

No capítulo 6 estão detalhadas as etapas que deverão ser cumpridas para a elaboração 42

do PIRH-Grande, passando pelo Diagnóstico da situação dos recursos hídricos, pela 43

Cenarização futura e compatibilização disponibilidades e demandas e, finalmente, o 44

Plano de Ações, onde são propostas as metas, diretrizes, recomendações e programas a 45

serem executados. Na etapa de Diagnóstico, afirma-se que deverá ser feita com dados 46

secundários, já que o conhecimento hoje disponível sobre a bacia permite identificar 47

seus principais problemas, planejar a aquisição de dados para preenchimento das 48

3

lacunas localizadas e subsidiar o desenvolvimento das etapas posteriores do Plano. 1

No capítulo 7 está definido o escopo mínimo do Manual Operativo do Plano que, 2

elaborado logo após a aprovação do PIRH-Grande, terá como objetivo dar consequência 3

às proposições aprovadas, descrevendo as estratégias e ações necessárias para a efetiva 4

implementação do Plano, com destaque para a orientação da atuação político-5

institucional do CBH-Grande e dos órgãos gestores de recursos hídricos que atuam na 6

bacia do rio Grande. 7

O capítulo 8 se ocupa em definir os produtos intermediários e finais esperados para o 8

PIRH-Grande, que deverão resultar do cumprimento das atividades relacionadas nos 9

capítulos anteriores segundo as metodologias indicadas, abordando conteúdo, forma e 10

quantidade e demais aspectos que caracterizem cada um deles. 11

No capítulo 9 é apresentado o cronograma estimado para desenvolvimento do Plano no 12

tempo, fixando o prazo total para sua elaboração, os prazos para cumprimento das 13

etapas em que ele está dividido, quando devem ter lugar os eventos principais. 14

O Capítulo 10 trata da participação pública, do acompanhamento dos trabalhos e 15

apreciação dos produtos a serem desempenhadas pelo GT-Plano, pela CTI e pelo CBH-16

Grande. 17

O TDR se encerra com as referências bibliográficas utilizadas na sua elaboração e que 18

deverão ser consultadas pelos interessados na execução do PIRH-Grande. 19

Finalmente, pela dedicação e apoio à elaboração destes Termos de Referência, deve-se 20

agradecer ao Grupo Técnico do Plano de Recursos Hídricos, vinculado à Câmara 21

Técnica de Integração do CBH-Grande. O GT-Plano é composto por Débora Riva 22

Tavanti (coordenadora), Kátia Regina Penteado Casemiro, Cristiane Guiroto, Odorico 23

Pereira de Araújo, Carlos Eduardo Nascimento Alencastre, Wagner Martins da Cunha 24

Vilella, Renata Maria Araújo e Ângela Maria Martins Marques dos Santos. 25

26

27

28

29

30

31

4

2. TERMINOLOGIA TÉCNICA E SIGLAS 1

Neste TDR, ou em quaisquer outros documentos que o integram ou com ele se 2

relacionam, foram adotadas as seguintes terminologias e siglas: 3

ANA – Agência Nacional de Águas 4

ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 5

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas 6

APA – Área de Proteção Ambiental 7

APP – Área de Preservação Permanente 8

CATI - Coordenadoria de Assistência Técnica Integral do Estado de São Paulo 9

CBH – Comitê de Bacia Hidrográfica 10

CBHs Afluentes – Comitês de bacias de rios de domínio estadual, afluentes ao rio 11

principal 12

CBH Alto Rio Grande - Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros do Alto 13

Rio Grande 14

CBH do Baixo Rio Grande - O Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros 15

do Baixo Rio Grande 16

CBH do Rio Sapucaí - Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí 17

CBH do Rio Verde - Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Verde 18

CBH dos Rios Mogi-Guaçu e Pardo - Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes 19

Mineiros dos Rios Mogi-Guaçu e Pardo 20

CBH Entorno do Reservatório de Furnas - Comitê da Bacia Hidrográfica do Entorno do 21

Reservatório de Furnas 22

CBH Grande - Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Grande 23

CBH Médio Rio Grande - Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros do 24

Médio Rio Grande 25

CBH Vertentes do Rio Grande - Comitê da Bacia Hidrográfica Vertentes do Rio Grande 26

CBH-BPG - Comitê da Bacia Hidrográfica do Baixo Pardo/Grande 27

CBH-Mogi - Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Mogi Guaçu 28

CBH-Pardo – Comitê da Bacia Hidrográfica do Pardo 29

CBH-SM - Comitê das Bacias Hidrográficas da Serra da Mantiqueira 30

CBH-SMG - Comitê da Bacia Hidrográfica do Sapucaí-Mirim/Grande 31

CBH-TG – Comitê da Bacia Hidrográfica Turvo/Grande 32

CEMIG - Companhia Energética de Minas Gerais 33

CERH-MG - Conselho Estadual de Recursos Hídricos de Minas Gerais 34

CESP - Companhia Energética de São Paulo 35

CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São 36

Paulo 37

CNA - Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil 38

CNARH - Cadastro Nacional de Usuários de Recursos Hídricos 39

CNI - Confederação Nacional da Indústria 40

CNRH - Conselho Nacional de Recursos Hídricos 41

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente 42

CONSEMA - Conselho Estadual do Meio Ambiente de São Paulo 43

5

COPAM – Conselho de Política Ambiental do Estado de Minas Gerais 1

COPASA – Companhia de Saneamento de Minas Gerais 2

CPRM – Serviço Geológico do Brasil 3

CRH-SP - Conselho Estadual de Recursos Hídricos de São Paulo 4

CTI - Câmara Técnica de Integração, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Grande 5

DMAE - Departamento Municipal de Água e Esgoto 6

DAAE – Departamento Autônomo de Água e Esgotos 7

DAEE - Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo 8

DEPRN - Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais de São Paulo 9

DESENHOS - Documentos que consubstanciam, por meio de figuras, detalhes e textos 10

associados, os resultados dos trabalhos descritos neste Termo 11

DIRETRIZES DO PLANO - Conjunto de princípios metodológicos e estratégias de 12

execução delineados nos TDRs e que deverão nortear o desenvolvimento do Plano 13

DNAEE – Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica 14

DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral 15

DSG - Diretoria de Serviço Geográfico do Exército Brasileiro 16

EB - Estação Biológica 17

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária 18

ENQUADRAMENTO DOS CORPOS D’ÁGUA - é um dos instrumentos da Política 19

Nacional de Recursos Hídricos onde é estabelecida uma meta ou objetivo de qualidade 20

da água (classe) a ser, obrigatoriamente, alcançado ou mantido em um segmento de 21

corpo de água, de acordo com os usos preponderantes pretendidos, ao longo do tempo. 22

ETE – Estação de Tratamento de Esgotos 23

ETA – Estação de Tratamento de Água 24

FAEMG - Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais 25

FAESP - Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo 26

FEAM – Fundação Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais 27

FIEMG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais 28

FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo 29

FUNAI - Fundação Nacional do Índio 30

GRH – Gestão de Recursos Hídricos 31

GT-PLANO – Grupo Técnico do Plano de Recursos Hídricos. Foi criado no âmbito da 32

Câmara Técnica de Integração (CTI) do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Grande 33

com a finalidade de acompanhar a elaboração dos TDRs e, posteriormente, do próprio 34

Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande 35

IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis 36

IBGE - Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 37

IEF – Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais 38

IF – Instituto Florestal de São Paulo 39

IGAM – Instituto Mineiro de Gestão das Águas 40

INMET – Instituto Nacional de Meteorologia 41

INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia 42

INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais 43

6

IQA – Índice de Qualidade das Águas 1

IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas 2

LANDSAT - Programa de satélites de observação da terra desenvolvido pela NASA. 3

MCT – Ministério de Ciência e Tecnologia 4

MI - Ministério da Integração Nacional 5

MMA - Ministério do Meio Ambiente 6

MPOG - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão 7

MT - Ministério dos Transportes 8

NASA – Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos da 9

América 10

OGRH - Órgão Gestor dos Recursos Hídricos da Bacia 11

PERH - Plano Estadual de Recursos Hídricos 12

PIRH – Plano Integrado de Recursos Hídricos 13

PLANO DE RECURSOS HÍDRICOS - um dos instrumentos de gestão previstos na Lei 14

Federal nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997. Corresponde a uma nova geração de política 15

pública, cujos objetivos de gestão não são unicamente fundados sobre as normas 16

técnicas, nem definidos com relação a um quadro regulamentar, mas resultam de 17

negociações que utilizam múltiplos atores, desde a etapa de elaboração dos documentos 18

iniciais até sua aprovação final, de forma a construir um planejamento dinâmico, numa 19

visão de médio e longo prazo, definida em cenários, permitindo uma gestão 20

compartilhada do uso integrado dos recursos hídricos. 21

PNRH - Plano Nacional de Recursos Hídricos 22

PONTO DE CONTROLE - 23

PPA - Plano Plurianual de Ação 24

PRH – Plano de Recursos Hídricos de uma bacia hidrográfica 25

PIRH-GRANDE – Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio 26

Grande 27

PONTO DE CONTROLE – São pontos que delimitam importantes porções dentro da 28

bacia do rio Grande, definidos segundo fatores hidrográficos (principais rios e 29

afluentes), hidrológicos (presença de estações fluviométricas ou de barramentos que 30

alteram a dinâmica fluvial) e de usos da água (presença de grandes centros urbanos ou 31

de intensa irrigação). Devem ser locados nos exutórios das bacias afluentes e em pontos 32

notáveis a serem selecionados durante a elaboração do Plano. 33

PRODUTOS FINAIS - Congrega a edição final do Plano Integrado de Recursos 34

Hídricos da Bacia do Rio Grande (RF 1) e o Manual Operativo do Plano (RF 2) 35

RB - Reserva Biológica 36

REGULARIZAÇÃO DE VAZÕES – prática utilizada para garantir uma vazão 37

uniforme, ao longo do tempo 38

RF- RELATÓRIO FINAL - Documento de emissão prevista no Planejamento dos 39

Trabalhos, que se caracteriza como o produto final ou conclusivo do Plano. 40

RP - RELATÓRIO PARCIAL - Documento de emissão prevista no Programa de 41

Trabalho, no qual se apresenta o produto de algum componente dos serviços. 42

Representa a conclusão de uma etapa ou fase da elaboração do Plano. 43

REUNIÃO DE PARTIDA – Reunião que ocorrerá após a aprovação dos TDRs, 44

objetivando apresentar ao GT-Plano, a equipe técnica de elaboração do PIRH-Grande; o 45

7

plano de trabalho consolidado; o cronograma; as bases do processo de participação 1

pública; e os canais de comunicação oficiais com as equipes 2

REUNIÕES DE ACOMPANHAMENTO – Reuniões periódicas dos responsáveis pela 3

elaboração do PIRH-Grande com o GT-Plano, objetivando avaliar o progresso dos 4

trabalhos, dirimir dúvidas, firmar critérios e procedimentos, facilitar o acesso a dados, 5

resolver pendências, propor encaminhamentos 6

REUNIÕES PÚBLICAS – Reuniões, seminários e encontros públicos que ocorrerão ao 7

final da primeira e da última etapa do PRH (diagnóstico e plano de ações, 8

respectivamente), objetivando apresentar e discutir com a sociedade em geral os 9

resultados obtidos na elaboração do Plano 10

RPPN – Reserva Particular de Patrimônio Natural 11

SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgoto 12

SABESP – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo 13

SAG/ANA – Superintendência de Apoio à Gestão de Recursos Hídricos da ANA 14

SEMAD - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de 15

Minas Gerais 16

SIG – Sistema de Informação Geográfica 17

SIG-GESTÃO - Sistema de Informações Geográficas, dotado de uma estrutura 18

informatizada capaz de processar as informações relativas aos instrumentos de gestão 19

(outorga, cobrança, enquadramento e monitoramento dos corpos hídricos e progresso do 20

Plano de Recursos Hídricos) e demais informações respeitantes aos recursos hídricos. O 21

SIG-Gestão é uma ferramenta a ser desenvolvida após a conclusão do PIRH-Grande, 22

não se incluindo no seu escopo 23

SIG-PLANO – Sistema simplificado de informações que visa auxiliar a elaboração do 24

PIRH-Grande 25

SIGRH - Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos de São Paulo 26

SIMGE – Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos do Estado de Minas Gerais 27

SIRH-Grande – Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos da Bacia do Rio 28

Grande, que deverá constituir um programa a ser proposto no PIRH-Grande, sendo 29

concebido e implementado após sua aprovação pelo CBH-Grande e pelos órgãos 30

gestores, tendo como base inicial de informações o SIG-PLANO. 31

SISTEMA DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RECURSOS HÍDRICOS - 32

corresponde ao conjunto de organismos, agências e instituições públicas e privadas, e às 33

formas de articulação para o cumprimento das respectivas atribuições, estabelecidos 34

com o objetivo de executar a política de recursos hídricos, tomando como base a 35

legislação vigente, o modelo de gerenciamento proposto para cada bacia e o plano de 36

recursos hídricos da mesma. 37

SMA – Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo 38

SNIRH - Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos 39

SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação, instituído de acordo com a Lei 40

Federal n° 9.985, de 18 de julho de 2000 41

SPR/ANA – Superintendência de Planejamento de Recursos Hídricos da ANA 42

SUREG – Superintendência Regional da CPRM 43

TDR – Termos de Referência 44

TDR-PIRH-Grande – Termos de Referência para elaboração do Plano Integrado de 45

Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande. 46

8

UEMG - Universidade do Estado de Minas Gerais 1

UF - Unidade da Federação 2

UFLA - Universidade Federal de Lavras 3

UFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei 4

UFTM – Universidade Federal do Triângulo Mineiro 5

UFU - Universidade Federal de Uberlândia 6

UGH - Unidade de Gestão Hídrica - São as unidades que delimitam a gestão e o 7

planejamento dos recursos hídricos nos estados de Minas Gerais e São Paulo. 8

UGRHI - Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Termo adotado pelo 9

Estado de São Paulo para designar as unidades estaduais que delimitam a gestão e o 10

planejamento dos recursos hídricos. No PIRH-Grande serão tratadas, juntamente com as 11

unidades mineiras, como UGHs 12

UGRH-Grande - Unidade de Gestão de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande 13

UHE - Usina Hidrelétrica 14

UNESCO - United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization 15

UNESP – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” 16

UPGRH - Termo adotado pelo Estado de Minas Gerais para designar as unidades 17

estaduais que delimitam a gestão e o planejamento de recursos hídricos. No PIRH-18

Grande serão tratadas, juntamente com as unidades paulistas, como UGHs 19

UNIFEI - Universidade Federal de Itajubá 20

USP – Universidade de São Paulo 21

22

9

3. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA BACIA 1

3.1. Localização e área de abrangência 2

A Bacia Hidrográfica do Rio Grande, também denominada Unidade de Gestão de 3

Recursos Hídricos do Rio Grande (UGRH-Grande) pela Resolução CNRH n° 109/10, 4

está integralmente situada na Região Sudeste, sendo uma das seis unidades 5

hidrográficas que constituem a Região Hidrográfica Paraná (Figura 1). A UGRH-6

Grande possui uma área de drenagem de 143.437,79 km2, dos quais 57.092,36 km2 7

(39,80%) encontram-se dentro do Estado de São Paulo e 86.345,43 km2 (60,20%) no 8

Estado de Minas Gerais. 9

10 Figura 1. A inserção d UGRH-Grande na Região Hidrográfica do Paraná 11

O Rio Grande, que dá nome à bacia, tem suas nascentes na Serra da Mantiqueira, em 12

Minas Gerais, a partir de onde percorre uma distância aproximada de 1.300km, até 13

confluir com o rio Paranaíba, formando o rio Paraná. Em boa parte de seu percurso 14

forma a divisa natural entre os estados de Minas Gerais e São Paulo. Entre os principais 15

rios afluentes que compõe a bacia, destacam-se, na margem direita os rios das Mortes, 16

Jacaré, Santana, Pouso Alegre, Uberaba e Verde ou Feio; e, na margem esquerda os rios 17

Capivari, Verde, Sapucaí-Mirim, Sapucaí (mineiro), Pardo, Sapucaí (paulista), Mogi-18

Guaçu e Turvo. 19

Duas características que devem ser destacadas são a grande extensão a importância 20

econômica dos rios de domínio da União na bacia que, além do rio Grande, tem como 21

destaque os rios Sapucaí, Mogi-Guaçu e Pardo. Recortando alguns dos principais polos 22

econômicos de Minas Gerais e São Paulo, os rios de domínio da União representam 23

mais de 12% da extensão dos cursos d’água bacia – percentual elevado se comparado 24

a outras bacias interestaduais. São Paulo e Minas Gerais detêm, respectivamente, 36,2% 25

e 51,4% da extensão dos cursos d’água. 26

27

28

3.2. Sistemas Aquíferos 29

10

A área da Bacia Hidrográfica do Rio Grande abrange 33,52% de Aquíferos Granulares e 1

66,48% de Aquíferos Fissurados. O potencial hidrogeológico mais elevado reside nas 2

formações granulares de porção da Bacia Geológica do Paraná, que ocupa a região do 3

baixo a médio curso da bacia do rio Grande, destacando-se o Sistema Aquífero Guarani 4

e Aquífero Bauru. O potencial de produção por poço desses dois aquíferos pode 5

alcançar 40 m3/h (Bauru) e 360 m3/h (Guarani). Surge daí, um dos motivos pelos quais 6

um elevado número de munícipios nas porções média e baixa da bacia opte pela 7

captação subterrânea para o abastecimento urbano. 8

Por outro lado, os Aquíferos Fissurados predominantes na porção alta da bacia tendem, 9

em geral, a fornecer vazões bastante variáveis, dependendo de condicionantes locais 10

(geológicos, estruturais, etc.), com propensão a apresentar, por poço, vazões de 7 a 100 11

m3/h (basaltos), 1 a 12 m3/h (diabásios) e 3 a 23 m3/h (rochas pré-cambrianas). Deve ser 12

ressaltado que, mesmo ocorrendo de maneira restrita em área, em Minas Gerais têm-se 13

também os Aluviões Quaternários com capacidade específica extremamente elevada. 14

15

3.3. Demografia da bacia 16

A bacia do Rio Grande possuía em 2010 cerca de 8,6 milhões de habitantes 17

(4,5% da população brasileira), apresentando um acréscimo de 4 milhões de habitantes 18

em relação a população de 1970. O ritmo de crescimento demográfico da bacia tem sido 19

semelhante à média nacional nas últimas décadas, embora com taxas um pouco 20

inferiores. 21

Três UGHs paulistas apresentaram população superior a 1 milhão de habitantes 22

em 2010: Mogi-Guaçu (1,5 milhão de habitantes), Turvo/Grande (1,2 milhão) e Pardo 23

(1,1 milhão). A UGH mineira mais populosa é do Entorno do Lago de Furnas (cerca de 24

700 mil habitantes). Cabe destacar os maiores percentuais de urbanização da vertente 25

paulista da bacia, uma vez que a população rural na vertente mineira (600 mil 26

habitantes) representa ⅔ daquela população na bacia em 2010. 27

Os municípios mais populosos são Ribeirão Preto, com 605 mil habitantes, e São 28

José do Rio Preto, com 408 mil habitantes. A Tabela 1 apresenta a relação dos 14 29

municípios que apresentam população superior a 100 mil habitantes e que, em conjunto, 30

representam 33% da população em 2010. Além de apresentarem as maiores demandas 31

para abastecimento humano, estes municípios possuem entre 91,5% e 99,8% de sua 32

população vivendo em áreas urbanas, ou seja, as demandas concentram-se em territórios 33

relativamente pequenos. 34

Tabela 1. Municípios mais populosos da bacia hidrográfica do rio Grande 35

Município UGH UF População 2010

(habitantes)

População

Urbana (%)

Ribeirão Preto UGRHI 4 SP 604.682 99,8%

São José do Rio Preto UGRHI 15 SP 408.258 93,9%

Franca UGRHI 8 SP 318.640 98,2%

Uberaba UPGRH GD 8 MG 295.988 97,8%

Poços de Caldas UPGRH GD 6 MG 152.435 97,6%

Mogi Guaçu UGRHI 9 SP 137.245 94,9%

Pouso Alegre UPGRH GD 5 MG 130.615 91,6%

Barbacena UPGRH GD 2 MG 126.284 91,5%

Varginha UPGRH GD 4 MG 123.081 96,7%

Araras UGRHI 9 SP 118.843 94,6%

Catanduva UGRHI 15 SP 112.820 99,2%

Barretos UGRHI 12 SP 112.101 97,0%

11

Município UGH UF População 2010

(habitantes)

População

Urbana (%)

Sertãozinho UGRHI 4 SP 110.074 98,8%

Passos UPGRH GD 7 MG 106.290 94,9%

Fonte: IBGE, Censo demográfico 2010 1

2

3.4. Unidades Estaduais de Gestão 3

A UGRH-Grande é subdividida em 14 Unidades Estaduais de Gestão de Recursos 4

Hídricos (UGHs), sendo 6 paulistas (regulamentadas pela Lei Estadual nº 9.034/94 5

como Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos - UGRHIs) e 8 mineiras 6

(regulamentadas pela Deliberação Normativa CERH/MG nº 06/02 como Unidades de 7

Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos – UPGRHs). 8

No Quadro 1 são apresentadas as denominações coloquiais, as siglas e as áreas de 9

drenagem das 14 UGHs que compõem a UGRH-Grande. 10

Quadro 1. Área de drenagem das unidades estaduais de gestão de recursos hídricos 11

inseridas na bacia do rio Grande (UGRH-Grande) 12

Unidades de Gestão Sigla Área de

drenagem (km2)

Área de drenagem

(%)

Mantiqueira UGRHI 1 670,08 0,47

Pardo UGRHI 4 9.020,19 6,29

Sapucaí/Grande UGRHI 8 9.151,13 6,38

Mogi Guaçu UGRHI 9 15.027,97 10,48

Baixo Pardo/Grande UGRHI 12 7.249,18 5,05

Turvo/Grande UGRHI 15 15.973,81 11,14

Vertente Paulista 57.092,36 39,8

Alto Grande UPGRH GD 1 8.778,41 6,12

Mortes/Jacaré UPGRH GD 2 10.560,33 7,36

Entorno do Reservatório de Furnas UPGRH GD 3 16.552,25 11,54

Verde UPGRH GD 4 6.937,73 4,84

Sapucaí UPGRH GD 5 8.876,60 6,19

Mogi Guaçu/Pardo UPGRH GD 6 6.009,01 4,19

Médio Grande UPGRH GD 7 9.870,70 6,88

Baixo Grande UPGRH GD 8 18.760,40 13,08

Vertente Mineira 86.345,43 60,2

Bacia do Rio Grande UGRH-Grande 143.437,79 100

Fonte: IPT (2008)1 13

Tanto no Quadro 1 e também na Figura 2, é possível observar que as maiores unidades 14

em área são as do Baixo Grande e do Entorno do reservatório de Furnas, 15

respectivamente com 18.760km2 (13,08% da área da bacia) e 16.552km2 (11,54% da 16

bacia), ambas em Minas Gerais, e as paulistas do Turvo/Grande e do Mogi Guaçu, 17

respectivamente com 15.973,81km2 (11,14% da área bacia) e 15.027,97 km2 (10,48% 18

da bacia). A menor unidade de gestão da bacia é a da Mantiqueira, em São Paulo, que 19

drena 670km2 (0,47% da área da bacia). 20

É relevante destacar que em todas as UGHs acima descritas existem Comitês de Bacia 21

instalados e funcionando, como pode ser observado na Figura 2. 22

1 INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS – IPT. Diagnóstico da situação dos recursos

hídricos na Bacia Hidrográfica do Rio Grande (BHRG) – SP/MG (Relatório Síntese – R3). São

Paulo, 2008. 49p

12

1 Figura 2. Comitês de bacias afluentes na bacia do rio Grande 2

3

3.5. O Arranjo Institucional para a Gestão dos Recursos Hídricos na Bacia 4

O arranjo institucional voltado diretamente para a gestão dos recursos hídricos, 5

atualmente existente na bacia do Grande compreende: 6

- o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Grande – CBH-Grande 7

- os Comitês de Bacias Afluentes ao Rio Grande (descritos no item 3.4); 8

- o Conselho Nacional de Recursos Hídricos - CNRH 9

- o Conselho Estadual de Recursos Hídricos de São Paulo – CRH-SP 10

- o Conselho Estadual de Recursos Hídricos de Minas Gerais – CERH-MG; 11

- a Agência Nacional de Águas - ANA; 12

- o Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM; 13

- o Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo - DAEE 14

- a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental – CETESB 15

- o Ministério do Meio Ambiente - MMA; 16

- a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas 17

Gerais - SEMAD 18

- a Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo - SSRH; e 19

- a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo – SMA. 20

Destaca-se ainda a existência de inúmeros outros órgãos e entidades que atuam na 21

gestão dos recursos hídricos da bacia do rio Grande, porém sem responsabilidades 22

legais diretas sobre a mesma. Sua identificação e importância deverão ser descritas na 23

etapa de diagnóstico, quando da elaboração dos estudos sobre os atores estratégicos para 24

a gestão de recursos hídricos. 25

26

27

3.6. Problemas e Conflitos 28

13

Passados mais sete anos da realização da “I Oficina de Integração dos Comitês da Bacia 1

do Rio Grande”, realizada no final de 2006 em Poços de Caldas-MG, a maioria dos 2

problemas e conflitos nas bacias afluentes relatados à época, aparentemente, ainda são 3

foram solucionados. Nos Quadros 2 e 3 são listados os principais problemas e conflitos 4

relatados, de acordo com as UGHs correspondentes de São Paulo e Minas Gerais. 5

Vale ressaltar que deverá ser realizada uma nova prospecção, juntos aos atores 6

regionais, sobre os problemas e conflitos relativos aos recursos hídricos existentes na 7

bacia na bacia do rio Grande. Tal prospecção deverá se dar ainda na etapa de 8

diagnóstico do Plano, quando da realização de seminários regionais, as quais serão 9

melhor detalhadas nos tópicos subsequentes. 10

Quadro 2. Problemas e conflitos pelo uso da água relatados nas UGHs paulistas da bacia 11

do rio Grande. 12 UGH Problemas e conflitos

UGRHI 01

1) Falta gerenciamento de ações e projetos de planejamento, monitoramento e gestão

integrada dos cursos d’água;

2) Pequeno percentual de tratamento de esgotos domésticos;

3) Ocupação com elevado risco de deslizamento de terra; e

4) Indefinições sobre o lixo urbano.

UGRHI 04

1) Operação da Usina Hidrelétrica de Caconde;

2) Criticidade da Bacia do rio Verde; e

3) Criticidade da Bacia do rio Congonhas.

UGRHI 08

1) Bacia Ribeirão do Jardim tem demanda de 6.889,88 m3/h (Cadastro DAEE) e vazão

média de longo período: Qmédia = 12.359,12 m3/h e Q 7,10 = 2.393,62 m3/h. Legislação

permite captar até 50% do Q 7,10 = 1.196,81 m3/h

2) Resíduos sólidos domiciliares. Disposição inadequada em 02 municípios.

UGRHI 09

1) Ausência de tratamento de esgotos (apenas 25% dos municípios); e

2) Conflito de uso da água nas microbacias hidrográficas do córrego Uberabinha e

ribeirão dos Cocais.

UGRHI 12

1) Alto índice de utilização de água para irrigação, com demanda superando a

disponibilidade, visto que, já foram declaradas críticas, duas bacias: ribeirão das

pitangueiras e rio velho;

2) Baixa cobertura florestal (mata ciliar) e conservação de estradas vicinais

(assoreamento);

3) Vazamento de melaço – mortandade de peixes.

UGRHI 15

1) Baixo potencial hídrico superficial;

2) Irrigação em expansão sem critérios técnicos;

3) Águas superficiais poluídas, principalmente por esgotos domésticos em trechos

importantes da bacia;

4) Águas subterrâneas super explorada em áreas de maior concentração urbana, com

risco de contaminação do manancial;

5) Solo com alta suscetibilidade à erosão e com manejo inadequado;

6) Pontos de inundação em áreas urbanas; e

7) Baixa porcentagem de cobertura vegetal.

Fonte: I Oficina de Integração dos Comitês da Bacia do Rio Grande: Relato dos trabalhos. Poços de 13 Caldas, 2006. 28p. 14

Quadro 3. Problemas e conflitos pelo uso da água relatados nas UPGRH GDs mineiras 15

da bacia do rio Grande. 16 UGH Problemas e conflitos

UPGRH GD1

1) A erosão é o principal problema da bacia: relevos acidentados com a presença da

cobertura pedológica sensível à erosão (voçorocas);

2) Lançamento de esgoto sanitário, carga difusa, agricultura e erosão; e

3) Bacia leiteira de manejo pecuário semi-extensivo e extensivo (aporte de dejetos

animais) e uso de queimadas como forma de manejo das pastagens

UPGRH GD2

1) Uso e ocupação desordenada dos solos;

2) Não equidade nas políticas municipais ambientais;

14

UGH Problemas e conflitos

3) Degradação do rio das Mortes; e

4) Ausência de tratamento de esgotos.

UPGRH GD3

1) Conflito entre uso para recreação e lazer e operação do reservatório de Furnas; e

2) Ausência de tratamento de esgoto;

UPGRH GD4

1) Extração de areia inadequada;

2) Pesca predatória;

3) Desaparecimento de nascentes;

4) Poluição – agroquímicos e industriais;

5) Desmatamento (encostas, topo de morros);

6) Erosão; e

7) Falta de tratamento de esgotos.

UPGRH GD5

1) Enchentes;

2) Desmatamento; e

3) Ausência de tratamentos de esgotos.

UPGRH GD6

1) Poluição por agrotóxicos (do inadequado do solo e a aplicação de agroquímicos nas

culturas de batata e morango); e

2) Problemas decorrentes da mineração

UPGRH GD7

Sem informações

UPGRH GD8

Sem informações

Fonte: I Oficina de Integração dos Comitês da Bacia do Rio Grande: Relato dos trabalhos. Poços de 1 Caldas, 2006. 28p. 2

3

4

5

15

4. OBJETIVOS DO PLANO 1

4.1. Objetivo Geral 2

O objetivo PIRH-Grande é construir um instrumento de planejamento e gestão para a 3

bacia do rio Grande que, de forma integrada e participativa, subsidie e fortaleça a 4

atuação do sistema de gestão de recursos hídricos atuantes na bacia, principalmente o 5

CBH-Grande, os CBHs afluentes e órgãos gestores, oferecendo ferramentas que lhes 6

permitam gerir os recursos hídricos superficiais e subterrâneos de forma efetiva, 7

garantindo o seu uso múltiplo, racional e sustentável, em benefício das gerações 8

presentes e futuras. 9

10

4.2. Objetivos Específicos 11

Estruturar uma base integrada de dados para bacia do Rio Grande relativa às 12

características e situação dos recursos hídricos e demais feições com rebatimento 13

sobre os mesmos, com vistas a subsidiar a estruturação, após a elaboração do 14

Plano, de um Sistema de Informações de Recursos Hídricos para a bacia; 15

Propor os níveis de qualidade que as águas deverão possuir para atender às 16

necessidades das comunidades da bacia e estabelecer metas de melhoria da 17

qualidade, definindo as medidas necessárias para proteger, recuperar e promover 18

a qualidade dos recursos hídricos com vistas à saúde humana, à vida aquática e à 19

qualidade ambiental; 20

Fomentar o uso múltiplo, racional e sustentável dos recursos hídricos da bacia 21

mediante avaliação e controle das disponibilidades e determinação das condições 22

em que tem lugar o uso da água na bacia, em benefício das gerações presentes e 23

futuras; 24

Integrar os planos de recursos hídricos das bacias afluentes, além de planos, 25

programas, projetos e demais estudos setoriais que envolvam a utilização dos 26

recursos hídricos da bacia, incorporando-os ao PIRH, dentro de suas 27

possibilidades; 28

Conceber ações destinadas a atenuar as consequências de eventos hidrológicos 29

extremos; 30

Oferecer diretrizes para a implementação dos demais instrumentos de gestão dos 31

recursos hídricos previstos em lei e contribuir para o fortalecimento do Sistema 32

de Gerenciamento de Recursos Hídricos, pela articulação e participação de todas 33

as demais instâncias da bacia ligadas à gestão dos recursos hídricos; 34

Manter e ampliar a participação dos segmentos da sociedade no processo de 35

construção e implementação do PIRH-Grande, bem como nos programas e 36

projetos dele derivados. 37

Propor adequações e melhorias ao arranjo institucional existente para a gestão 38

dos recursos hídricos da bacia; 39

Propor iniciativas destinadas ao desenvolvimento tecnológico e à capacitação de 40

recursos humanos, à comunicação social e à educação ambiental em recursos 41

hídricos na bacia. 42

16

Propor soluções técnicas, institucionais e legais para os principais problemas 1

diagnosticados/prognosticados na bacia e definir um conjunto de intervenções 2

estruturais e não estruturais, montadas na forma de programas e projetos, que 3

possam ser realizadas dentro dos horizontes de planejamento adotados, 4

identificando os recursos necessários, as fontes de onde os mesmos deverão 5

proceder e o seu desenvolvimento no tempo. 6

7

4.3. Horizonte de Planejamento 8

O PIRH-Grande deverá ser elaborado tomando-se como horizonte de planejamento dos 9

programas de investimento os anos de 2020 (curto prazo), 2025 (médio prazo) e 2030 10

(longo prazo). 11

12

4.4. Resultados Esperados 13

Espera-se, com a elaboração do PIRH, que o CBH-Grande, os CBHs de bacias afluentes 14

e os órgãos gestores de recursos hídricos disponham de: 15

Uma base de dados organizada que possa ser incorporada, a um Sistema de 16

Informações sobre Recursos Hídricos da Bacia. 17

Um conjunto de metas comuns para a bacia do rio Grande a serem 18

perseguidas no período temporal de abrangência do PIRH, e as ações e 19

intervenções que deverão ser empreendidas, organizadas como programas, 20

subprogramas e ações, descritas de forma clara e objetiva, com indicação de 21

suas finalidades específicas, justificativa, atividades compreendidas, 22

previsão de início e conclusão, recursos necessários e fontes 23

correspondentes, para que elas sejam cumpridas. 24

Um roteiro para implementação do PIRH, que sirva de referência e 25

instrumental para o CBH-Grande, especialmente no que se refere ao 26

estabelecimento de uma proposta de arranjo institucional a ser adotado para 27

integração das ações de todas as instâncias legalmente investidas de 28

responsabilidades operacionais e demais instituições que atuam na bacia. 29

Definição de procedimentos para o acompanhamento e monitoramento da 30

implementação do PIRH, com a construção de indicadores de 31

processos/resultados que permitam a aferição das metas propostas. 32

As reuniões e seminários a serem realizados, os debates travados no processo 33

de esclarecimento e informação sobre o plano e a cobertura dos trabalhos 34

pelos meios de comunicação social deverão propiciar uma elevação do nível 35

de participação pública da bacia, maior divulgação das grandes questões e 36

desafios a serem enfrentados pela sociedade na gestão dos recursos hídricos 37

e maior conscientização da população que vive na bacia. 38

39

17

5. DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DO PIRH-GRANDE 1

O PIRH-Grande deverá ser elaborado com irrestrita observância da 2

legislação nacional de recursos hídricos (especialmente a Lei n° 9.433/97 e a 3

Resolução CNRH n° 145/2012) e em consonância com as legislações de 4

recursos hídricos dos Estados de São Paulo (Lei nº 7.663/91 e Deliberação 5

CRH/SP n° 146/2012) e Minas Gerais (Lei nº 13.199/99); 6

Os conteúdos dos planos estaduais de recursos hídricos e dos planos de 7

bacias afluentes já elaborados deverão ser utilizados de acordo com a 8

oportunidade e compatibilidade dos dados e informações, principalmente no 9

que se refere à: formatação e estrutura dos dados; escala e nível de 10

detalhamento; e atualidade e compatibilidade temporal. Não obstante, para 11

que esforços propostos em cada plano sejam somados, os seus resultados 12

deverão ser compatibilizados; 13

A etapa de Diagnóstico do PIRH-Grande deverá ser elaborada, 14

prioritariamente, a partir de dados secundários, sendo que as lacunas de 15

conhecimento identificadas nessa etapa deverão ser objeto de programa 16 específico do Plano, a fim de que sejam minimizadas ou eliminadas quando 17

de sua primeira revisão; 18

A base de dados do PIRH-Grande deverá permitir agregação por unidade de 19

gestão, por estado e por unidades físicas de planejamento e pontos de 20

controle, se for o caso, principalmente no que diz respeito às propostas de 21

intervenções estruturais, não estruturais, regulatórias e institucionais; 22

O Plano deverá priorizar a elaboração de propostas para a solução de 23

problemas para os quais exista governabilidade do sistema de gestão de 24

recursos hídricos atuante na bacia, notadamente aqueles de responsabilidade 25

do CBH-Grande, dos CBHs de bacias afluentes e órgãos gestores de recursos 26

hídricos. As necessidades de intervenções, especialmente as infraestruturais, 27

de responsabilidade dos entes do sistema de gestão de recursos hídricos 28

deverão ser identificadas e elaboradas propostas e alternativas de apoio à sua 29

execução; 30

Após a finalização do Plano, deverá ser elaborado um Manual Operativo do 31

Plano, onde serão definidas e discriminadas as estratégias e ações 32

necessárias para a efetivação das propostas elaboradas no PIRH-Grande, 33

com destaque para a atuação político-institucional do CBH-Grande e dos 34

órgãos gestores de recursos hídricos; 35

Sem prejuízo às demais questões atinentes a um plano de recursos hídricos, o 36

PIRH-Grande deverá enfatizar as propostas voltadas à garantia dos usos 37

múltiplos da água e à integração da gestão de recursos hídricos na bacia; e 38

De acordo com os dados disponíveis, deverá ser adotada a escala 1:250.000 39

para elaboração dos trabalhos temáticos, principalmente os referentes à 40

hidrologia, ao balanço hídrico da bacia e ao uso e ocupação dos solos. 41

42

43

18

6. O PIRH-GRANDE E SUAS ETAPAS 1

De forma geral, tanto a legislação federal quanto a dos Estados de São Paulo e Minas 2

Gerais, permitem que o PIRH-Grande seja organizado em três módulos básicos, a saber: 3

I) um Diagnóstico da realidade existente; 4

II) uma Cenarização quanto à situação dos recursos hídricos da bacia, cobrindo (i) 5

um cenário tendencial e uma visão de futuro; (ii) uma prospecção quanto a cenários 6

alternativos; e (iii) as alternativas de compatibilização entre disponibilidades e 7

demandas, bem como entre os interesses internos e externos à bacia, considerados 8

esses cenários; e 9

III) o Plano de Ações (ou Consolidação do Plano): um conjunto de metas e 10

diretrizes para que a visão de futuro da bacia – a realidade desejada – seja 11

gradualmente construída nos horizontes previstos; um conjunto de programas, 12

projetos e ações para promover a transformação da realidade existente na realidade 13

desejada; um conjunto de indicadores para acompanhar a implementação do plano e 14

a consecução de suas metas; e as estratégias necessárias para a efetivação das 15

propostas elaboradas - com destaque para a atuação político-institucional do CBH-16

Grande; 17

Na Figura 3 é apresentado um fluxograma simplificado das etapas do PIRH-Grande, já 18

incluindo o Manual Operativo do Plano. O conteúdo dessas etapas é melhor 19

discriminado na sequência. 20

Coleta de DadosConsolidação

de Bases

Meio Físico e Biótico

Socioeconomia

Uso do Solo

Hidrologia

Qualidade da Água

Eventos Críticos

Uso da Água

Saneamento

Caracterização Política Legal e Institucional

Planos e Programas

Car

acte

riza

ção

Tem

átic

a

DisponibilidadeHídrica

DemandasHídricas

Balanço HídricoQuali-quantitativo

Diagnóstico Integrado

Hipóteses

Econômicas

Cenários de Balanços Hídricos

Cenários de Demandas eDisponibilidades Hídricas

Cenários EconômicosCenário TendencialCenário Alternativo

Cenário TendencialCenário do Plano

Cenários Alternativos

Cenário TendencialCenário do Plano

Cenários Alternativos

ETAPA 1 - DIAGNÓSTICO ETAPA 2 - CENARIZAÇÃO

ETAPA 3 – PLANO DE AÇÕES

Formulação de Intervenções

PROGRAMASMETASAÇÕES

INVESTIMENTOSEstratégias e Roteiro de

Implementação do Plano

Aperfeiçoamento do Arranjo Institucional

Diretrizes para Temas Estratégicos

Recomendações para os Setores Usuários

Diretrizes e Estudos para os Instrumentos de Gestão

PÓS PLANO

Manual Operativo do Plano

Estratégias para o Enquadramento

Estratégias para a Alocação de Água

Intervenções Estratégicas

DetalhamentoTático-Operacional

Desagregação por UF e UGH

21 Figura 3. Fluxograma simplificado das etapas do PIRH-Grande. 22

19

Do ponto de vista operacional, cada módulo deverá corresponder a uma etapa de 1

trabalho. Nas etapas de Diagnóstico e Consolidação do Plano, além das atividades 2

técnicas, haverá também atividades ligadas ao processo de participação da sociedade na 3

elaboração do PIRH, por meio de seminários e reuniões públicas em cada uma das 14 4

bacias afluentes. Além disso, periodicamente, deverão ser realizadas reuniões com o 5

GT-Plano e com a CTI e o estágio de desenvolvimento do Plano e os resultados obtidos 6

até aquele momento serão apresentados pelo GT-Plano e pela ANA em todas as 7

reuniões plenárias do CBH-Grande. 8

Além dos módulos acima descritos, após a finalização e aprovação do PIRH-Grande, 9

deverá ser elaborado um Manual Operativo do Plano, no qual serão traçadas as 10

estratégias e ações para efetivação das propostas do Plano. Tal manual deverá ser 11

traduzido em um roteiro operacional para que o CBH-Grande, os CBHs Afluentes e os 12

órgãos gestores de recursos hídricos, principalmente, viabilizem as principais ações 13

propostas e acordadas no plano. 14

15

6.1. Diagnóstico da Situação Atual dos Recursos Hídricos 16

A etapa de diagnóstico é, sem dúvida, a fase que consome a maior quantidade de 17

recursos técnicos e financeiros na elaboração de um plano de bacia. Dela depende a 18

elaboração das demais etapas (prognóstico e consolidação do plano) as quais somente 19

serão bem sucedidas se partir de um diagnóstico da bacia que represente a realidade 20

existente, principalmente aquela afeta aos recursos hídricos e sua gestão. 21

Tendo em vista a experiência acumulada e o caráter técnico e multidisciplinar de seus 22

quadros a Agência Nacional de Águas deverá assumir, no PIRH-Grande, a elaboração 23

da etapa de diagnóstico, sendo que sua integração e consolidação poderão ser realizadas 24

através de contratação externa. 25

26

6.1.1. Conteúdo mínimo 27

Como já descrito no item 6, O PIRH-Grande deverá ser elaborado com irrestrita 28

observância da legislação nacional de recursos hídricos e em consonância com as 29

legislações de recursos hídricos dos Estados de São Paulo e Minas Gerais. Nesse 30

sentido, a etapa de Diagnóstico deverá ser elaborada observando-se o conteúdo mínimo 31

estabelecido no art. 11, da Resolução CNRH n° 145/12. Cumpre ressaltar que, por se 32

tratar de plano de recursos hídricos de uma bacia interestadual, serão observados 33

também os normativos de São Paulo e Minas Gerais, o que será facilitado pela 34

similaridade e convergência de conteúdos entre estes e os normativos federais que 35

disciplinam a elaboração de planos de recursos hídricos. 36

Resolução CNRH 145/12 37

Art. 11º O Diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos deverá incluir, no 38

mínimo, os seguintes aspectos: 39

I – caracterização da bacia hidrográfica considerando aspectos físicos, bióticos, 40

socioeconômicos, políticos e culturais. 41

II – caracterização da infraestrutura hídrica; 42

III – avaliação do saneamento ambiental; 43

IV - avaliação quantitativa e qualitativa das águas superficiais e subterrâneas; 44

20

V - avaliação do quadro atual dos usos da água e das demandas hídricas 1

associadas; 2

VI – balanço entre as disponibilidades e demandas hídricas avaliadas; 3

VII – caracterização e avaliação da rede de monitoramento quali-quantitativa 4

dos recursos hídricos; 5

VIII - identificação de áreas sujeitas à restrição de uso com vistas a proteção 6

dos recursos hídricos; 7

IX – avaliação do quadro institucional e legal da gestão de recursos hídricos, 8

estágio de implementação da política de recursos hídricos, especialmente dos 9

instrumentos de gestão; 10

X - identificação de políticas, planos, programas e projetos setoriais que 11

interfiram nos recursos hídricos; 12

XI – caracterização de atores relevantes para a gestão dos recursos hídricos e 13

dos conflitos identificados. 14

15

6.1.2. Mobilização e Coleta de Dados 16

A realização do Diagnóstico começa pela mobilização da equipe de trabalho e da coleta 17

de dados. No final de 2013, a ANA iniciou a mobilização de uma equipe técnica que 18

está coletando e organizando dados e informações sobre a bacia para a realização do 19

Diagnóstico. Após a aprovação dos Termos de Referência pelo CBH-Grande, deverá ser 20

realizado o planejamento para a execução das diversas atividades a serem cumpridas, 21

incluindo as vinculadas à participação pública. 22

Nesse sentido, deverá ser programada e realizada uma reunião de partida entre os 23

técnicos da ANA envolvidos na elaboração do PIRH-Grande e o GT-Plano, onde 24

deverá ser apresentado e discutido o planejamento dos trabalhos e estabelecidos os 25

canais de comunicação oficiais com a equipe envolvida. A partir desta reunião há que se 26

estabelecer também como se dará o processo de incorporação das contribuições da 27

sociedade, do CBH-Grande e dos CBHs das bacias afluentes. 28

A etapa de Diagnóstico deverá ser feita com dados secundários, já que o conhecimento 29

hoje disponível sobre a bacia permite identificar seus principais problemas, planejar a 30

aquisição de dados para preenchimento das lacunas localizadas e subsidiar o 31

desenvolvimento das etapas posteriores do Plano. 32

Os planos de recursos hídricos de bacias afluentes já elaborados (doze, no total) e outros 33

estudos já realizados sobre a bacia, em especial o “Diagnóstico da situação dos 34

recursos hídricos na Bacia Hidrográfica do Rio Grande”2 serão consultados e 35

auxiliarão a elaboração do PIRH-Grande. Um quadro comparativo entre os planos de 36

bacias afluentes e uma relação de estudos e documentos de interesse encontra-se 37

disponíveis, respectivamente, nos Apêndices 1 e 2 desse TDR. 38

Além dos planos de bacias afluentes e demais estudos já realizados na bacia, deverão 39

ser coletados dados nas bases dos principais órgãos envolvidos na gestão de recursos 40

hídricos da bacia, além de universidades e institutos de pesquisa. Dados e projeções de 41

natureza estatística e socioeconômica de institutos e fundações de pesquisa 42

2 INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS – IPT. Diagnóstico da situação dos recursos

hídricos na Bacia Hidrográfica do Rio Grande (BHRG) – SP/MG (Relatório Síntese – R3). São

Paulo, 2008. 49p

21

(principalmente do IBGE), além dos órgãos estaduais de planejamento também deverão 1

ser consultados e utilizados. Além disso, serão utilizadas imagens de satélite, dados 2

cartográficos, geológicos e ambientais disponíveis em instituições nacionais e 3

internacionais. 4

Durante a elaboração do diagnóstico, os dados e informações coletados e os resultados 5

de sua análise deverão ser organizados de forma a permitir o desenvolvimento de um 6

sistema de informações de interesse do PIRH. Ao SIG-Plano (Sistema de Informações 7

Gerenciais do PIRH-Grande), como será denominado o futuro sistema acompanhamento 8

do PIRH-Grande, não incorporará funcionalidades avançadas de análise visando à 9

gestão dos recursos hídricos, como as previstas para o SNIRH. O SIG-Plano será 10

formado por uma base de dados de acesso local, contendo informações tabulares e 11

espaciais, de interesse PIRH, a serem definidas durante o projeto, que poderão ser 12

visualizadas dinamicamente na forma de mapas temáticos e relatórios. 13

As bases cartográficas a serem utilizadas deverão ser tão atuais quanto possíveis, 14

confiáveis e em escala compatível com as dimensões da bacia e o propósito do estudo. 15

A escala de trabalho será, preferencialmente e de acordo com a disponibilidade, de 16

1:250.000. O emprego de escalas maiores, não se mostra interessante para o PIRH-17

Grande devido às grandes dimensões da bacia, podendo, porém, serem utilizadas em 18

porções da bacia que se avalie como necessário um maior detalhamento. 19

20

6.1.3. Composição do diagnóstico 21

O Diagnóstico compreenderá a descrição e a avaliação integrada e contextualizada do 22

quadro natural e antrópico existente na bacia, das restrições e das potencialidades 23

hídricas associadas às demandas atuais e tendências futuras para os diversos usos. 24

Envolve a articulação de diferentes áreas do conhecimento relacionadas a esses usos, 25

incluindo, conforme mencionado, o conhecimento da dinâmica social, além da 26

organização e a condução do processo de participação pública, com vistas a subsidiar a 27

execução do PIRH. 28

Os estudos e atividades previstos nessa etapa podem ser organizados em dez blocos, a 29

saber: 30

Caracterização físico-biótica da bacia; 31

Uso e ocupação do solo 32

Caracterização do quadro socioeconômico-cultural existente; 33

Aspectos institucionais e legais da gestão dos recursos hídricos na bacia 34

Disponibilidades hídricas (quantidade e qualidade); 35

Demandas hídricas; 36

Usos múltiplos dos recursos hídricos e conflitos existentes 37

Balanço hídrico; 38

Diagnóstico integrado; e 39

Primeira série de seminários e primeiro encontro ampliado. 40

Vale destacar que os diagnósticos das disponibilidades e demandas e o consequente 41

balanço hídrico, formam o cerne desta etapa e deverão cobrir tanto as águas superficiais 42

(inclusive reservatórios existentes) como as subterrâneas tanto em relação aos aspectos 43

quantitativos como os qualitativos. 44

22

As lacunas de conhecimento, quando detectadas, deverão ser identificadas e 1

organizados para que seu preenchimento seja objeto de um programa específico do 2

PIRH-Grande, a ser desenvolvido na sua implementação. 3

4

6.1.3.1. Caracterização físico-biótica da bacia 5

Corresponderá à caracterização dos diversos fatores que traduzem física e 6

biologicamente, destacando do contexto geral aquilo que tiver importância efetiva para 7

o planejamento e a gestão dos recursos hídricos. Será o primeiro exame da bacia, com o 8

objetivo de conhecer sua realidade. 9

10

6.1.3.2. Uso e ocupação do solo 11

Tratará de identificar os tipos de uso e ocupação do solo (incluindo a delimitação 12

espacial dos diferentes tipos de cobertura vegetal) e as áreas de preservação legal. As 13

áreas degradadas e/ou com alto potencial de degradação (principalmente por erosões) 14

deverão ser identificadas e tipificadas, principalmente no que se refere aos possíveis 15

impactos sobre os recursos hídricos. 16

Os núcleos urbanos, especialmente aqueles de maior densidade populacional, deverão 17

ser objeto de análise mais apurada no que se refere as incidências de cheias e 18

insuficiências de drenagem urbana, as práticas impróprias para a proteção dos recursos 19

hídricos e outras características que possam ter interesse para o Plano. Nas áreas rurais, 20

importará conhecer e analisar a estrutura fundiária, relacionando-a aos padrões 21

agropecuários vigentes e às perspectivas de mudança, principalmente no que se refere 22

ao potencial de terras da bacia para a agricultura irrigada e para o plantio de cana de 23

açúcar, café e citros. 24

25

6.1.3.3. Caracterização do quadro socioeconômico-cultural 26

Neste bloco será avaliada a dinâmica da bacia hidrográfica, por meio da identificação e 27

integração dos elementos básicos para a compreensão da sua estrutura organizacional 28

(em termos sociais, econômicos e culturais) e a identificação de atores e segmentos 29

setoriais estratégicos, cujo comprometimento com o PIRH-Grande é essencial para que 30

os programas nele contidos e a gestão dos recursos hídricos dessa bacia sejam bem 31

sucedidos. Dele deverão fazer parte deste bloco as seguintes atividades: 32

a) Atividades econômicas e polarização regional: 33

Levantamento, consolidação e análise de dados obtidos em documentos 34

históricos, em estatísticas temporais e em estudos de regionalização econômica. No 35

PIRH-Grande esta abordagem deverá ser funcional e integrada à base produtiva 36

existente, observando-se as mudanças históricas ocorridas bem como as tendências de 37

evolução no futuro. 38

b) Aspectos demográficos: 39

Partindo de dados censitários e projeções formuladas pelo IBGE, deverá ser 40

analisada a evolução populacional no tempo e no espaço da bacia, procurando 41

determinar tendências de concentração e polarização, identificando-se municípios e 42

trechos da bacia (ou sub-bacias) submetidos a pressões demográficas mais intensas, os 43

23

movimentos migratórios internos e externos à bacia e a distribuição da população 1

urbana e rural na bacia e em suas subdivisões. 2

c) Grandes projetos em implantação: 3

Deverão ser levantados e analisados os grandes projetos em planejamento ou 4

implantação na bacia, sejam eles governamentais ou privados, os quais, por seu porte ou 5

características, podem modificar o quadro socioeconômico ou de demandas e 6

disponibilidades hídricas na bacia. 7

d) Política urbana: 8

Deverão ser coletadas e avaliadas as informações referentes a políticas urbanas 9

que incidam sobre a gestão de recursos hídricos. 10

e) Atores sociais estratégicos: 11

A partir de dados secundários (cadastro de usuários, participantes dos 12

seminários, membros de comitês de bacia etc.) deverão ser identificados e 13

caracterizados os principais atores sociais da bacia com influência sobre a gestão dos 14

recursos hídricos. A partir desse levantamento e do conhecimento dos papéis 15

desempenhados por eles no uso e/ou conservação dos recursos hídricos, será possível 16

situar os principais atores estratégicos da bacia, de modo que, posteriormente à 17

elaboração do PIRH-Grande, possam ser determinados os papéis de cada um na sua 18

implementação. 19

20

21

6.1.3.4. Aspectos institucionais e legais da gestão dos recursos hídricos na bacia 22

Nesta atividade deverá ser avaliada a matriz institucional e legal vigente, no que se 23

refere à gestão dos recursos hídricos da bacia do Grande, analisando as atribuições das 24

diversas instituições que atuam com recursos hídricos na bacia. Para cada nível, deverão 25

ser identificadas as convergências e os afastamentos, o estágio em que se encontram, os 26

obstáculos que enfrentam, os desafios a serem vencidos e os possíveis 27

encaminhamentos relativamente aos demais. Atenção especial deverá ser dada à atuação 28

dos órgãos gestores de recursos hídricos e aos colegiados de recursos hídricos 29

(Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos e Comitês de Bacia). 30

31

6.1.3.5. Disponibilidades hídricas 32

Neste bloco será levantada a disponibilidade hídrica quantitativa e qualitativa, tomando-33

se como base as séries vazões naturais disponíveis e os dados das redes monitoramento 34

hidrometeorológico e de qualidade de água existentes na bacia. Deverão ser reunidas, 35

avaliadas e processadas informações contidas em trabalhos já realizados por entidades 36

públicas ou privadas, notadamente as vinculadas à gestão de recursos hídricos e/ou setor 37

elétrico. Este bloco será constituído pelas seguintes atividades: 38

a) Estimativas da disponibilidade hídrica superficial 39

Para o caso das águas superficiais, deverá ser apresentado um levantamento dos 40

recursos hídricos, envolvendo as precipitações pluviométricas, vazões fluviais (naturais 41

e regularizadas), sedimentos e reservação de água, bem como a análise da qualidade das 42

águas superficiais, com vistas à avaliação da disponibilidade hídrica da bacia. 43

Adicionalmente deverão ser levantadas e analisadas as seguintes informações: 44

24

Principais reservatórios na bacia; 1

Locais apropriados, já estudados, para localização de obras hidráulicas que 2

impliquem em importante regularização de vazões na bacia; 3

Disponibilidade hídrica regional em termos de quantidade de água, com 4

indicações quanto a áreas sujeitas a períodos prolongados de estiagem ou a risco 5

de inundações; e 6

Adequação da rede hidrometeorológica na bacia, com identificação de carências 7

de dados hidrometeorológicos e proposição de aperfeiçoamentos/adensamento 8

da rede, de forma a atender necessidades especiais de gerenciamento dos 9

recursos hídricos na bacia. 10

Na avaliação da qualidade dos corpos hídricos, os estudos deverão ser elaborados a 11

partir das informações e dados da rede de monitoramento da qualidade das águas (rios e 12

reservatórios), concentrando-se nos constituintes físico-químicos e biológicos, 13

contemplando a consistência, o tratamento e a interpretação dos dados, utilizando-se de 14

modelos matemáticos de qualidade das águas e de índices físico-químicos e biológicos, 15

como o IQA, por exemplo. Os resultados deverão correlacionar os índices obtidos com 16

os diversos usos da água na bacia, identificando o comprometimento da qualidade das 17

águas e a adequação para os usos atuais, bem como a avaliação dos aspectos sanitários e 18

da manutenção da integridade dos ecossistemas aquáticos. Além disso, deverão ser 19

estimadas as vazões comprometidas pela diluição de efluentes, com vistas à elaboração 20

da proposta de enquadramento dos corpos hídricos da bacia. 21

Os parâmetros de qualidade a serem analisados deverão ser estabelecidos em função da 22

rede existente, das características da bacia, dos usos, dos usuários das águas, da 23

elaboração de estudos para o enquadramento dos corpos hídricos e de outras 24

características consideradas de relevância na bacia hidrográfica. 25

O diagnóstico da disponibilidade hídrica da bacia do rio Grande deverá permitir a 26

determinação das vazões – expressas por diferentes parâmetros - existentes nos 27

exutórios das bacias afluentes e em pontos notáveis selecionados, denominados “pontos 28

de controle”. 29

b) Estimativa da disponibilidade hídrica subterrânea: 30

O exame da disponibilidade hídrica subterrânea deverá ter lugar a partir do 31

levantamento, apropriação, adequação e análise hidrogeológica das informações já 32

existentes (aspectos litológicos e estruturais, parâmetros hidrogeológicos, dentre 33

outros), complementadas com os dados disponíveis em cadastros de usuários e de poços 34

perfurados. 35

Deverão ser determinadas as principais limitações e as áreas mais favoráveis à 36

explotação, além de mapear, se possível, as áreas onde os aquíferos reabastecem os 37

corpos hídricos superficiais e as áreas de recarga dos aquíferos. 38

No tocante à avaliação dos aspectos de qualidade e suas consequências para a 39

disponibilidade hídrica subterrânea, deverão ser reunidos e analisados os dados 40

existentes sobre os parâmetros físico-químicos e bacteriológicos das águas por unidade 41

aquífera, sempre com base em dados secundários, definindo sua adequação aos diversos 42

tipos de utilização, principalmente quanto à potabilidade e demais usos possíveis. 43

Lacunas de conhecimento, principalmente originadas pela inexistência ou insuficiência 44

de dados sobre a água subterrânea, deverão ser organizadas a fim de embasar a 45

25

elaboração de programa específico para que sejam preenchidas e superadas na vigência 1

do Plano. 2

c) Estimativa das disponibilidades hídricas da Bacia – consideração integrada 3

das águas superficiais e subterrâneas 4

Esta atividade deverá buscar a integração das disponibilidades hídricas superficiais e 5

subterrâneas, a partir das informações levantadas e analisadas separadamente, 6

considerando as interações existentes e buscando-se chegar à determinação de uma 7

disponibilidade hídrica natural total para a bacia. Há que se tomar cuidado na forma 8

como os resultados da integração serão utilizados e, principalmente, divulgados para 9

que não se confunda com os utilizados nas análises de outorgas e alocação de água uma 10

vez que recursos hídricos superficiais e subterrâneos se submetem a legislações 11

diferentes. 12

13

6.1.3.6. Demandas hídricas 14

Neste bloco deverão ser estimadas as demandas atuais de recursos hídricos na bacia, 15

abarcando os usos consuntivos e não consuntivos dos diferentes setores usuários, além 16

de sua evolução histórica. Deverão ser identificados e caracterizados os tipos de 17

demandas hídricas relevantes, existentes ou potenciais na bacia, incluindo-se aquelas 18

relacionadas à proteção e conservação do meio ambiente. As transferências de água 19

verificadas na bacia (tanto exportações como importações) também devem ser 20

contabilizadas nesse levantamento de demandas. 21

Deverão ser utilizadas, prioritariamente, informações disponíveis nos órgãos gestores de 22

recursos hídricos, além de outras fontes que entenderem adequadas a serem pesquisadas 23

junto aos diversos setores usuários. A estimativa das demandas hídricas da agricultura 24

irrigada, pelo impacto e importância para gestão dos recursos hídricos, poderá ser objeto 25

de levantamento específico, a fim de aprimorar os dados atualmente disponíveis. 26

27

6.1.3.7. Usos múltiplos e conflitos existentes 28

Nesta atividade deverão ser caracterizados os usos atuais e potenciais de recursos 29

hídricos dos diferentes setores, identificando, quando possível, problemas relativos a 30

desperdícios, contaminação, descarte de rejeitos e situações de conflito entre os vários 31

usos da água. Nesse contexto, as seguintes utilizações da água na bacia deverão ser 32

investigadas, a partir das várias fontes oficiais existentes: 33

Abastecimento público de água 34

Diluição de efluentes/Esgotamento Sanitário 35

Disposição de resíduos sólidos e drenagem pluvial 36

Uso Industrial 37

Mineração e Garimpo 38

Agropecuária e Irrigação 39

Geração de Energia Hidrelétrica 40

Transporte Hidroviário 41

Pesca 42

Aquicultura 43

Turismo e Recreação 44

26

Preservação Ambiental 1

Em relação aos conflitos, serão fundamentais as informações repassadas pelos 2

participantes dos seminários regionais e encontros ampliados que serão realizados 3

durante a elaboração do Plano. 4

Deverão também ser levantadas informações sobre eventos extremos (como cheias e 5

secas) e suas consequências, principalmente em relação a conflitos pelo uso da água, 6

descrevendo-as, identificando-se as áreas afetadas e delimitando-as em mapa temático. 7

8

9

6.1.3.8. Balanço hídrico 10

Determinadas as disponibilidades e demandas de água, além de outros elementos 11

informativos, será possível estabelecer um balanço hídrico para a bacia do Grande. 12

Balanço este, essencial para o plano de recursos hídricos e que se constitui em um dos 13

principais motivos de sua elaboração. 14

O balanço hídrico deverá ser apresentado na forma de tabelas e gráficos que 15

representem as evoluções das demandas, das disponibilidades e do balanço hídrico ao 16

longo dos cursos d’água, destacando-se os locais onde os usos da água já se 17

encontram comprometidos. 18

19

6.1.3.9. Diagnóstico Integrado 20

O conjunto de elementos colecionados nos blocos de atividades antecedentes 21

possibilitará à equipe de planejamento formular um diagnóstico integrado e 22

contextualizado, que sintetizará a situação atual da bacia e seus recursos hídricos, 23

especialmente quanto a disponibilidades, demandas e qualidade das águas; o 24

conhecimento existente, o estado da gestão dos recursos hídricos, suas perspectivas e 25

prioridades; as vulnerabilidades da bacia relativamente aos seus recursos hídricos, os 26

principais problemas e conflitos identificados, sua localização, intensidade, abrangência 27

e possíveis consequências. 28

As principais áreas da bacia onde se desenvolvem conflitos em torno dos recursos 29

hídricos e/ou comprometimento de seus usos - áreas consideradas de especial 30

interesse para a gestão dos recursos hídricos - deverão ser destacadas neste tópico, de 31

forma a permitir que, para estas áreas, sejam elaboradas propostas específicas de gestão, 32

principalmente quando da formulação do Plano de Ações (item 6.3). 33

O diagnóstico, assim produzido, servirá de plataforma a partir da qual as etapas 34

seguintes serão desenvolvidas. 35

36

6.1.3.10. Primeira rodada de seminários e primeiro encontro ampliado 37

A participação pública nesta primeira etapa se dará através da primeira série de 38

seminários regionais e do primeiro encontro ampliado, além do acompanhamento 39

rotineiro do GT-Plano e do próprio CBH-Grande. 40

Tanto as informações levantadas quanto os resultados parciais da etapa de diagnóstico 41

deverão ser apresentadas e discutidas na primeira série de seminários que deverão ser 42

realizadas nas 14 (quatorze) cidades-sede dos comitês de bacia de afluentes ao rio 43

Grande, além do encontro ampliado, que deverá ser realizado em local a ser definido 44

27

entre a diretoria do CBH-Grande e a Superintendência de Apoios à Gestão de Recursos 1

Hídricos, responsável pela coordenação desses eventos. 2

Além das apresentações e discussões sobre a etapa de diagnóstico será fundamental 3

obtenção de contribuições dos participantes ao material apresentado e, em especial, 4

novas informações acerca de problemas e conflitos verificados e/ou percebidos nas 5

respectivas bacias afluentes onde serão realizados os eventos. Antes da realização dos 6

eventos deverão ser preparados os roteiros e todo material de apoio necessário para 7

obter o máximo de efetividade na sua realização. Especificamente em relação à 8

atualização dos problemas e conflitos em torno dos recursos hídricos na bacia do 9

Grande, previamente à realização dos eventos, deverão ser preparados e enviados aos 10

CBHs Afluentes questionários sobre sua existência, localização e importância na 11

respectiva bacia. 12

A etapa de elaboração do diagnóstico deverá ser acompanhada par e passo pelo GT-13

Plano, que avaliará e sugerirá contribuições ao material produzido. Sugestões essas que 14

deverão ser incorporadas aos produtos originados, em especial, ao Relatório de 15

Diagnóstico da Bacia (item 6.1.3.11). Além disso, tanto o GT-Plano quanto os 16

responsáveis pela elaboração do PIRH-Grande, deverão atender, sempre que 17

demandados, às solicitações para apresentações e esclarecimentos oriundas do CBH-18

Grande, principalmente quando da realização de suas reuniões plenárias. Tais 19

apresentações deverão abordar, minimamente, os produtos já elaborados e o estágio de 20

desenvolvimento do Plano. 21

22

6.1.3.11. Relatório de diagnóstico da bacia (RP-01) 23

Fechando este bloco de atividades e com o objetivo de organizar e consolidar os 24

resultados obtidos, deverá ser elaborado um relatório parcial denominado “Diagnóstico 25

da Bacia do Rio Grande”, marcando o fim da primeira etapa do PIRH-Grande. 26

Este relatório deverá conter o resumo organizado das informações e resultados, 27

consolidados e integrados, obtidos na etapa de diagnóstico, que servirão de base para a 28

elaboração das próximas etapas do plano, destacando-se aqueles mais relevantes para a 29

gestão dos recursos hídricos na bacia. O material produzido nesta etapa, que subsidiou a 30

elaboração do relatório, deverá ser organizado e disponibilizado para consultas, 31

preferencialmente em meio digital. 32

É importante que esse relatório seja amplamente divulgado na bacia, permitindo franco 33

acesso aos interessados e instrumentar os atores para o devido acompanhamento das 34

próximas etapas do Plano. Para tanto, o mesmo deverá ser divulgado, minimamente, nos 35

sites do CBH-Grande, dos CBHs Afluentes, da ANA, do IGAM e do DAEE. 36

37

6.2. Cenarização e Compatibilização 38

Diagnosticada a situação atual dos recursos hídricos da bacia do rio Grande, faz-se 39

necessário projetá-la para o futuro, montando o cenário tendencial das disponibilidades 40

e das demandas ao longo do tempo, com premissa da permanência das condições de 41

contorno atualmente vigentes. Nesta etapa também são desenhados os cenários 42

alternativos, onde são consideradas alterações, em vários níveis, das condições de 43

contorno vigentes. Estes cenários devem ser capazes de representar diferentes situações 44

de alterações demográficas e desenvolvimento econômico, exigências ambientais e os 45

28

interesses internos e externos à bacia, prospectando quais os seus impactos sobre as 1

demandas e as disponibilidades de água na bacia. 2

Delineados o balanço hídrico atual e o previsto nos cenários futuros, deverão ser 3

elaboradas propostas de compatibilização das disponibilidades com as demandas 4

hídricas, as quais serão norteadas segundo duas linhas de intervenção: alternativas para 5

o aumento da disponibilidade hídrica; e medidas voltadas à redução das demandas, 6

inclusive de carga de poluentes nos corpos hídricos. Nos dois casos, os diversos 7

interesses relativos ao uso dos recursos hídricos – internos e externos à bacia – deverão 8

ser examinados, pesados e articulados. 9

Nesta segunda etapa, cumprindo-se o conteúdo mínimo estabelecido pela Resolução 10

CNRH n° 145/12, deverão ser desenvolvidos quatro blocos de atividades: 11

Montagem do cenário tendencial das demandas hídricas; 12

Composição de cenários alternativos; 13

Compatibilização das disponibilidades com as demandas hídricas; e 14

Articulação e compatibilização dos interesses internos e externos à bacia. 15

16

6.2.1. Conteúdo mínimo 17

Assim como afirmado em relação à etapa de Diagnóstico, esta etapa, aqui denominada 18

de Cenarização e Compatibilização, deverá ser realizada observando-se o conteúdo 19

mínimo estabelecido no art. 12, da Resolução CNRH n° 145/12, para a elaboração do 20

Prognóstico, conforme descrito na sequencia: 21

Resolução CNRH n° 145/12 22

Art. 12º A etapa de Prognóstico deverá propor cenários futuros, compatíveis com o 23

horizonte de planejamento, devendo abranger, no mínimo, os seguintes aspectos: 24

I – a análise dos padrões de crescimento demográfico e econômico e das 25

políticas, planos, programas e projetos setoriais relacionados aos recursos 26

hídricos; 27

II – proposição de cenário tendencial, com a premissa da permanência das 28

condições demográficas, econômicas e políticas prevalecentes, e de cenários 29

alternativos; 30

III – avaliação das demandas e disponibilidades hídricas dos cenários 31

formulados; 32

IV – balanço entre disponibilidades e demandas hídricas com identificação de 33

conflitos potenciais nos cenários; 34

V – avaliação das condições da qualidade da água nos cenários formulados 35

com identificação de conflitos potenciais; 36

VI - as necessidades e alternativas de prevenção, ou mitigação das situações 37

críticas identificadas; 38

VII – definição do cenário de referência para o qual o Plano de Recursos 39

Hídricos orientará suas ações. 40

41

6.2.2. Montagem do cenário tendencial das demandas hídricas 42

O cenário tendencial, no contexto do PIRH-Grande, será o resultado do confronto entre 43

as disponibilidades e as tendências de evolução das demandas hídricas ao longo do 44

29

tempo, considerando-se o horizonte de planejamento e admitindo-se que as políticas 1

públicas e o quadro socioeconômico e cultural não irão diferir radicalmente das atuais. 2

Para o delineamento do cenário tendencial será necessário, inicialmente, definir-se os 3

critérios e parâmetros macroeconômicos que serão utilizados na cenarização, de forma a 4

permitir a estimativa das demandas futuras, aplicando-se, principalmente: 5

- as taxas geométricas ou projeções de crescimento demográfico estabelecidas 6

pelo IBGE e/ou órgãos estaduais de planejamento, para os municípios 7

pertencentes à bacia; e 8

- as taxas de crescimento econômico projetadas para os diversos setores usuários 9

considerados na etapa de diagnóstico. 10

Deverá ser percorrido caminho semelhante ao trilhado no diagnóstico, mas com foco no 11

futuro, nos horizontes de planejamento fixados e com uma regra de projeção das 12

demandas, obtendo-se, para cada demanda atual diagnosticada, um conjunto de 13

demandas tendenciais, nos anos de 2020, 2025 e 2030, considerados no horizonte de 14

planejamento indicado. 15

Os resultados desta etapa refletirão as demandas decorrentes das transformações 16

previstas para a bacia, especialmente em termos de distribuição populacional, 17

desenvolvimento econômico e uso do solo, isto é, as previsões de demandas futuras (ou 18

os efeitos sobre a quantidade/qualidade dos recursos hídricos). 19

20

6.2.3. Composição de cenários alternativos 21

A fim de expandir o leque de possibilidades futuras e orientar o processo de 22

planejamento dos recursos hídricos, devem ser delineados cenários alternativos que 23

vislumbrem mudanças conjunturais e climáticas que possam influenciar nas demandas e 24

na disponibilidade de água. 25

Para estruturação dos cenários alternativos será fundamental investigar trajetórias mais 26

prováveis de aceleração ou redução de crescimento econômico, variações de taxas de 27

crescimento demográfico, mudanças nas restrições de ordem ambiental e alterações na 28

aplicação dos instrumentos e na atuação do sistema de gestão de recursos hídricos, 29

tendo sempre presente as incertezas envolvidas em prognósticos dessa natureza. 30

Na construção dos cenários alternativos deverão ser indicadas, com clareza, as hipóteses 31

e as metodologias de gestão e simulação dos recursos hídricos a serem adotados. Pelo 32

menos três cenários deverão ser estabelecidos, resultantes da integração/combinação 33

entre crescimento econômico acelerado e moderado e de exigências ambientais e sociais 34

mais ou menos intensas. Em pelo menos um dos cenários deverão ser considerados 35

também os possíveis efeitos das mudanças climáticas globais, nas disponibilidades 36 e demandas hídricas, a partir de modelos e relatórios existentes. 37

Dos cenários alternativos deverá emergir o que se pretende ver instalado com a 38

implementação do Plano, para o qual deverão ser inventariadas e propostas, do ponto de 39

vista da gestão dos recursos hídricos, soluções que compatibilizem, na bacia, o trinômio 40

crescimento econômico, sustentabilidade hídrica e equidade social. 41

42

6.2.4. Compatibilização das disponibilidades com as demandas hídricas 43

As estimativas de demandas e disponibilidades futuras correspondentes aos cenários 44

alternativos e tendencial, feitas nas atividades anteriores, deverão ser confrontadas 45

30

investigando-se as diversas hipóteses de ampliação das disponibilidades e controle ou 1

racionalização das demandas. Considerados os diferentes horizontes de planejamento, 2

as intervenções propostas deverão estar articuladas ao longo do tempo, destacando-se as 3

aquelas que podem ou devem ser implementadas no curto prazo. 4

Três atividades devem ser cumpridas neste bloco, descritas nos itens seguintes. 5

a) Alternativas de incremento das disponibilidades hídricas da bacia para os 6

cenários alternativos e tendencial 7

Deverão ser inventariadas alternativas de incremento das disponibilidades hídricas do 8

ponto de vista quantitativo, por meio de alterações no regime espacial ou temporal dos 9

recursos hídricos, tendo por base informações obtidas nos estudos hidrológicos e 10

avaliações organizadas durante o Diagnóstico. 11

As alternativas a serem implementadas a curto, médio e longo prazos deverão ser 12

analisadas até o ponto de determinar-se, no nível de resolução do PIRH, os seus 13

benefícios e permitir uma tomada de decisão. 14

A atividade deverá conduzir à construção de um quadro contendo as alternativas – 15

estruturais ou não estruturais – consideradas para incremento das disponibilidades 16

quantitativas de água, com análise de suas características técnicas, de seus efeitos na 17

disponibilidade de água, impactos ambientais e, em caráter preliminar, de seus custos, 18

de tal maneira que possa ser realizada uma hierarquização expedita com base em 19

critérios de custo-benefício. 20

b) Alternativas de atuação sobre as demandas 21

Examinadas as possibilidades de incremento das ofertas d’água mediante intervenções 22

de diversos tipos, deverão ser examinadas ações que contribuam para controlar ou 23

reduzir as demandas. 24

Deverão ser consideradas hipóteses envolvendo intervenções estruturais e não 25

estruturais, contabilizando-se as reduções de demanda e consumo obtidas em cada caso 26

e estimando-se os custos de cada uma. As medidas de controle quantitativo das 27

demandas hídricas deverão ser elencadas e analisadas por tipo de demanda, 28

promovendo-se uma hierarquização expedita também segundo critérios custo-benefício. 29

c) Estimativa da carga poluidora por cenário alternativo e definição de medidas 30

para redução da mesma 31

Ainda como parte do esforço do confronto disponibilidade x demandas, deverá ser 32

estimada a produção da carga poluidora por tipo de demanda, de acordo com os 33

cenários alternativos e tendencial estabelecidos nas atividades anteriores. 34

As estimativas deverão ser feitas com base nas projeções temporais das demandas 35

hídricas previstas para os diferentes usos setoriais, já analisados, considerando-se a 36

capacidade de autodepuração dos corpos hídricos. 37

As medidas aventadas para redução de carga poluidora deverão ser analisadas para cada 38

tipo de demanda e poluente, e classificadas por fonte de emissão. Deverão também ser 39

hierarquizadas, ainda que preliminarmente, em função de sua efetividade, 40

principalmente em relação aos custos de implantação, operação e manutenção das 41

mesmas, além dos índices de desempenho esperados. 42

As fontes de resíduos deverão ser objeto de classificação, devendo ser incluídos, pelo 43

menos, os efluentes domésticos (urbanos e rurais), industriais, da atividade pecuária, da 44

agricultura, da mineração, da drenagem pluvial urbana e os efluentes resultantes dos 45

31

depósitos de lixo. As estimativas de produção de resíduos, associadas a cada cenário, 1

deverão ser organizadas e expressas em termos de indicadores dos diferentes tipos de 2

atividades antrópicas na bacia em uma base georreferenciada, de acordo com os 3

cenários preestabelecidos. 4

5

6.2.5. Articulação e compatibilização dos interesses internos e externos à bacia 6

Neste bloco, subdividido em quatro atividades, deverão ser pesquisadas alternativas 7

técnicas e institucionais para articulação dos interesses da bacia com aqueles internos e 8

externos a ela. 9

a) Análise do conteúdo dos Planos de Recursos Hídricos de Bacias vizinhas 10

Será preciso avaliar os planos porventura existentes para as bacias vizinhas, procurando 11

identificar a existência de potenciais de conflitos e buscando, em relação aos mesmos, 12

mecanismos de superação ou convivência. Esses casos precisarão ser qualificados e 13

quantificados, inclusive em suas projeções nos diferentes horizontes de planejamento 14

adotados, de acordo com os cenários estabelecidos, procedendo-se à busca de 15

intervenções compartilhadas e acordadas que possam resolver o respectivo conflito. 16

b) Análise do conteúdo de projetos e planos localizados em bacias vizinhas com 17

rebatimento sobre a bacia do rio Grande 18

De maneira semelhante, os grandes projetos e planos setoriais localizados em bacias 19

vizinhas, precisarão ser avaliados no sentido de identificar perspectivas econômicas e 20

demográficas que venham a atingir as disponibilidades hídricas, pressionar demandas 21

ou deteriorar a qualidade das águas da bacia em estudo, sempre buscando a 22

compatibilização de interesses das bacias. 23

c) Análise do conteúdo dos Planos de Recursos Hídricos de Bacias Afluentes 24

As diretrizes dos Planos de Recursos Hídricos das vertentes paulistas e mineiras deverão 25

ser harmonizadas com as diretrizes do PIRH-Grande, de acordo com a sua perspectiva 26

integradora. Esta atividade pressupõe a busca de intervenções compartilhadas e 27

acordadas que possam evitar eventuais conflitos e potencializar a aplicação dos recursos 28

disponíveis, incorporando, prioritariamente, os PBHs afluentes já existentes. Na bacia 29

do Grande, das quatorze bacias afluentes, doze possuem planos de recursos hídricos 30

elaborados, sendo que no Apêndice 1 é oferecida uma análise prévia dos mesmos. 31

d) Análise do conteúdo dos Planos Estaduais de Recursos Hídricos 32

Será preciso ainda, avaliar os planos estaduais de recursos hídricos de São Paulo e de 33

Minas Gerais, procurando incorporar as informações pertinentes ao PIRH-Grande e, 34

novamente, a soma de esforços para a consecução dos objetivos comuns. 35

36

6.2.6. Alternativas para compatibilizar as disponibilidades e demandas hídricas 37

Os estudos técnicos da segunda etapa se encerram com uma síntese de todas as 38

atividades antecedentes desse bloco, que representaram um novo confronto entre a 39

disponibilidade e as demandas de água na bacia, agora abrangendo tanto as atuais como 40

as futuras, para os diversos usos, incluindo uma avaliação de riscos de ocorrência de 41

eventos extremos. 42

32

Para a elaboração da atividade deverão ser utilizadas técnicas de simulação que 1

“superponham” as demandas hídricas, nos horizontes de planejamento adotados, sobre 2

as disponibilidades hídricas, variáveis no tempo e no espaço. 3

A avaliação empreendida permitirá a identificação dos conflitos potenciais entre oferta e 4

demanda hídrica, e a análise e a justificativa das intervenções esboçadas, visando à 5

otimização da disponibilidade quali-quantitativa. 6

Num segundo momento, ainda nesta atividade, será requerido classificar as alternativas, 7

de incremento de disponibilidades e de redução das demandas, que melhor promoverão 8

a compatibilização quali-quantitativa entre demandas e disponibilidades hídricas, 9

verificadas nos cenários selecionados. Aqui essas intervenções deverão também ser 10

apreciadas à luz da implementação dos instrumentos de gestão previstos em lei, 11

relacionando umas às outras, onde cabível. 12

Esse conjunto deverá ser classificado a partir da análise da efetividade e viabilidade das 13

diversas opções sob o ponto de vista técnico, econômico, ambiental, social e político. A 14

metodologia deverá ser flexível para adaptar-se à circunstância de algumas informações 15

utilizadas não serem mensuráveis quantitativamente. 16

Daí resultará o elenco das alternativas de intervenção que (i) sejam efetivas para 17

alcançar as metas estabelecidas e que (ii) se mostrem eficientes e viáveis. 18

A partir dos dados trabalhados e cenários examinados, nesta atividade, deverão também 19

resultar elementos que propiciem a elaboração de estudos para o enquadramento dos 20

corpos hídricos da bacia. 21

22

6.2.7. Relatório de cenários da bacia (RP-02) 23

A segunda atividade será dedicada à produção e emissão do terceiro produto parcial, um 24

relatório denominado “Cenários Futuros para os Recursos Hídricos da Bacia nos 25

Horizontes de Planejamento Considerados”, que reunirá todos os resultados obtidos 26

durante o cumprimento das atividades dessa etapa. 27

Assim como na etapa de Diagnóstico, deverá conter o resumo organizado das 28

informações e resultados, consolidados e integrados, centrados naqueles relevantes para 29

a gestão dos recursos hídricos na bacia. Esse documento, juntamente com o Diagnóstico 30

da Bacia, constituirá um insumo básico para a determinação das metas do PIRH-31

Grande, a ter lugar na terceira etapa. 32

O material produzido nesta etapa deverá ser organizado e disponibilizado para 33

consultas, preferencialmente em meio digital. A divulgação e permissão de acesso aos 34

interessados deverão ser feitas, minimamente, nos sites do CBH-Grande, dos CBHs 35

Afluentes, da ANA, do IGAM e do DAEE. 36

37

6.3. Plano de Ações 38

Diagnosticada a bacia, sob o olhar da gestão de recursos hídricos, e analisadas as 39

perspectivas de evolução das disponibilidades e demandas hídricas, inicia-se o processo 40

de elaboração do Plano de Ações. 41

O PIRH-Grande deverá ser estruturado para subsidiar a gestão dos recursos hídricos na 42

bacia do rio Grande. Para tanto, o Plano de Ações deverá percorrer uma trajetória que 43

passa: 44

33

pela definição das metas do PIRH; 1

pela formulação de diretrizes e elaboração de estudos para 2

implementação dos instrumentos de gestão; 3

pela proposição de intervenções organizadas como programas, projetos e 4

medidas emergenciais; 5

pela montagem do programa de investimentos do PIRH; 6

pela avaliação do arranjo institucional existente e proposta de 7

aperfeiçoamento para gestão da água na bacia; 8

por recomendações para os setores usuários de recursos hídricos; 9

por estratégias e um roteiro de implementação do PIRH. 10

Destaca-se, na construção do Plano Ações, a necessidade de que seja dado tratamento 11

diferenciado, com a elaboração de propostas específicas de gestão, nas áreas da bacia 12

consideradas de especial para a gestão dos recursos hídricos, nas quais se desenvolvam 13

ou são esperados conflitos em torno dos recursos hídricos e/ou comprometimento de 14

seus usos. 15

16

17

6.3.1. Conteúdo mínimo 18

O Plano de Ações, a seguir discriminado, deverá ser construído de forma a atender, 19

minimamente, o estabelecido na Resolução CNRH n° 145/12. 20

Resolução CNRH n° 145/12 21 Art. 13º O Plano de Ações visa a mitigar, minimizar e se antecipar aos problemas 22

relacionados aos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, de forma a promover os 23

usos múltiplos e a gestão integrada, devendo compreender, no mínimo: 24

I - definição das metas do plano; 25

II - ações ou intervenções requeridas, organizadas em componentes, programas 26

e subprogramas, com justificativa, objetivos, executor, investimentos, fontes 27

possíveis de recursos, prazo de implantação; 28

III - prioridades e cronograma de investimentos; 29

IV - diretrizes para os instrumentos de gestão; 30

V - arranjo institucional ou recomendações de ordem institucional para 31

aperfeiçoamento da gestão dos recursos hídricos e para implementação das 32

ações requeridas; e 33

VI - recomendações de ordem operacional para a implementação do plano; 34

VII - indicadores que permitam avaliar o nível de implementação das ações 35

propostas; 36

37

6.3.2. Definição das metas do PIRH-Grande 38

Conhecida a realidade existente na etapa de Diagnóstico, prospectados os contornos que 39

essa realidade existente pode tomar no futuro, deverá estabelecida a realidade desejada 40

para a bacia (“a bacia que queremos”). A partir desse desenho serão fixados os objetivos 41

e as metas do PIRH, que integrarão o escopo do planejamento e da gestão dos recursos 42

hídricos da bacia, observados seus horizontes, os quais deverão estar em consonância 43

com as necessidades e possibilidades da bacia (“a bacia que podemos”). 44

34

As metas do PIRH, aqui entendidas como a quantificação de objetivos perseguidos em 1

determinados prazos, serão classificadas em três ou quatro categorias, em função da 2

relevância e da urgência que apresentem, identificando-se horizontes em que serão 3

atingidas. 4

5

6

7

6.3.3. Diretrizes e estudos para implementação dos instrumentos de gestão 8

Deverão ser formuladas as diretrizes a serem observadas e elaborados os estudos 9

básicos para implementação dos instrumentos de gestão (Enquadramento, Outorga, 10

Cobrança e Sistema de Informação sobre Recursos Hídricos). Em função da importância 11

do tema, deverão também ser formuladas as diretrizes e elaborados os estudos básicos 12

para a Alocação de Água na bacia. 13

O fato das legislações estaduais de recursos hídricos de Minas Gerais e São Paulo, 14

preverem, como instrumento de gestão, a compensação a municípios pela explotação 15

ou restrição de uso dos recursos hídricos, demandará também o desenvolvimento do 16

tema para integrar o conjunto de diretrizes e estudos, naquilo que respeitar aos rios cujas 17

águas sejam de domínio desses estados. 18

19

6.3.3.1. Outorga 20

A partir do levantamento e especificação da situação atual, deverão estabelecidas as 21

diretrizes e definidos os critérios para a harmonização do instrumento de outorga de 22

direito de uso dos recursos hídricos, de forma a orientar os órgãos gestores quanto à sua 23

aplicação na bacia do rio Grande. Serão analisados e propostos, em conjunto com os 24

órgãos gestores dos Estados e da União, os tipos de uso que serão dispensados de 25

outorga. Os critérios e as diretrizes deverão ser definidos a partir dos resultados do 26

Diagnóstico e dos Cenários, a partir dos quais serão estabelecidas as ações a serem 27

desenvolvidas no período de abrangência do Plano visando ao aprimoramento da 28

concessão de outorgas de uso dos recursos hídricos e harmonização dos procedimentos 29

atualmente vigentes nos órgãos gestores. Deverão ser estudadas e avaliadas também 30

as prioridades para outorga na bacia. 31

Neste item, destaca-se a necessidade de se prever a utilização da outorga como um 32

instrumento capaz de interferir, de fato, na consecução dos objetivos do Plano, 33

principalmente no que diz respeito a incentivos, restrições e formalização de 34

compromissos entre usuários e órgãos gestores de recursos hídricos. 35

36

6.3.3.2. Sistema de Informação sobre Recursos Hídricos 37

Deverão ser elaboradas as diretrizes e os estudos iniciais para a concepção de um 38

Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos para bacia do Grande (SIRH-Grande), 39

cuja formatação e implementação deverão ser abrigadas em um programa específico do 40

PIRH, devendo valer-se, inicialmente, do SIG-Plano e poderá beneficiar-se do SNIRH, 41

em organização pela ANA, incluindo o CNARH. A concepção desse sistema deverá 42

considerar ainda os sistemas de informações estaduais existentes ou a serem 43

implantados, além de sistemas de monitoramento hidrométrico e de qualidade da água 44

em tempo real. 45

35

1

6.3.3.3. Cobrança pelo direito de uso dos recursos hídricos 2

Deverá ser avaliado o estágio atual da implementação da cobrança nas UGHs onde este 3

instrumento já foi estabelecido e formuladas as diretrizes e elaborados os estudos, 4

contemplando os critérios gerais a serem observados, para as bacias onde a cobrança 5

ainda não foi implementada, incluindo os corpos d’água de domínio da União e dos 6

Estados. 7

Com base no diagnóstico e nos cenários escolhidos, os estudos a serem realizados 8

deverão contemplar uma estimativa do potencial de arrecadação global da bacia como 9

um todo e por bacia afluente, além de propor um programa para implementação da 10

cobrança nos termos da legislação vigente e das orientações que vierem a ser 11

formuladas pelo CBH-Grande. 12

Para a estimativa da arrecadação com a cobrança pelo uso dos recursos hídricos deverão 13

se adotados os valores já praticados em bacias afluentes, se houver, e adotados como 14

valores e mecanismos de referência, aqueles utilizados em bacias onde esse instrumento 15

já tenha sido implementado, ponderando-se, entretanto, o peso econômico e o consumo 16

de água de cada setor usuário estabelecido na bacia do Grande em relação às bacias 17

onde a cobrança já foi implementada. 18

Os estudos desenvolvidos deverão permitir: (i) o subsídio às discussões para a 19

implementação da cobrança pelo uso da água, em rios de domínio dos Estados, onde 20

esta ainda não está implementada; (ii) o subsídio às discussões para a implementação da 21

cobrança em rios de domínio da União na bacia do Grande; e (iii) o subsídio a processos 22

de revisão dos critérios e valores de cobrança, quando se identificar como necessários. 23

24

6.3.3.4. Enquadramento dos corpos d’água 25

Nesta atividade deverão ser apontadas as diretrizes a serem observadas e elaborados os 26

estudos que subsidiarão uma proposta para o enquadramento dos corpos hídricos 27

superficiais da bacia, a ser desenvolvida e encaminhada após a finalização do PIRH-28

Grande, no âmbito do Manual Operativo do Plano (item 7). 29

Utilizando-se de modelagens matemáticas e computacionais, os estudos deverão ser 30

elaborados a partir de uma análise integrada das informações obtidas na caracterização 31

da qualidade e dos usos preponderantes atuais da água, identificados na etapa de 32

Diagnóstico, e da qualidade futura dos recursos hídricos, prospectada a partir dos 33

cenários selecionados. Deverão ser estudadas e delineadas as ações para assegurar que a 34

qualidade de água na bacia seja compatível com os usos, sendo que as intervenções 35

identificadas como necessárias deverão compor o cenário de referência do PIRH, onde 36

já esteja previsto o alcance de metas de uma futura proposta para o enquadramento, a 37

ser elaborada posteriormente à finalização do Plano. Além disso, deverá ser estudada e 38

avaliada a necessidade de criação de áreas sujeitas a restrição de uso, com vistas à 39

proteção dos recursos hídricos. 40

A elaboração dos estudos para o enquadramento deverá se orientar pelo que 41

estabelecem as Resoluções CONAMA nº 357/05, que dispõe sobre a classificação dos 42

corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como 43

estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras 44

providências, CONAMA nº 430/11, que dispõe sobre as condições e padrões de 45

lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução nº 357, de 17 de março de 46

36

2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA e CNRH n° 91/08, que 1

dispõe sobre procedimentos gerais para o enquadramento dos corpos de água 2

superficiais e subterrâneos. 3

Os estudos a serem realizados nesta atividade servirão para subsidiar as propostas de 4

enquadramento a serem elaboradas após a finalização do PIRH-Grande e deverão prever 5

duas situações distintas: (i) em corpos d’água ainda sem o enquadramento, os estudos 6

deverão subsidiar a elaboração de proposta de enquadramento, com o estabelecimento 7

de metas e ações necessárias para sua a efetivação; e (ii) em corpos d’água de bacias 8

afluentes onde já exista o enquadramento, os estudos deverão fundamentar a adequação 9

dos atuais procedimentos, conforme previsto no art. 14 da Resolução CNRH n° 91/08. 10

11

6.3.3.5. Alocação de água 12

Assim como definido para o Enquadramento, deverão ser apontadas as diretrizes a 13

serem observadas e elaborados os estudos que subsidiarão uma proposta para a alocação 14

de água na bacia, a ser desenvolvida e encaminhada após a finalização do PIRH-15

Grande, no âmbito do Manual Operativo do Plano (item 7). 16

Os estudos a serem elaborados deverão permitir a construção de propostas para o 17

estabelecimento de vazões de entrega de água entre bacias afluentes e entre rios de 18

domínio dos Estados e da União, em pontos de controle a serem estabelecidos durante a 19

elaboração do Plano. A elaboração desta atividade deverá, necessariamente, ser 20

integrada aos estudos para o enquadramento (item 6.3.3.4), considerando-se as 21

perspectivas para as condições da qualidade das águas superficiais nos pontos 22

selecionados. 23

As vazões de entrega sugeridas subsidiarão a elaboração de uma ou mais propostas de 24

alocação de água na bacia, a serem referendadas no âmbito do CBH-Grande, dos CBHs 25

Afluentes e órgãos gestores de recursos hídricos. Nos estudos a serem elaborados, 26

deverão ser detalhados os métodos a serem usados na determinação das vazões nos 27

exutórios das bacias e para o monitoramento desses valores. 28

29

6.3.4. Proposição de ações e intervenções 30

As intervenções deverão ser selecionadas em função das metas estabelecidas, como 31

respostas às necessidades identificadas na bacia e tendo em conta os seguintes aspectos: 32

A sustentabilidade hídrica das intervenções; 33

Os condicionantes financeiros e orçamentários; 34

As ações e planos já existentes ou previstos, considerando-se a 35

articulação lógica do PIRH-Grande com as demais instâncias de 36

planejamento, governamentais ou privadas, na área de recursos hídricos e 37

nas áreas afins; 38

A governabilidade, sobre a sua execução, do sistema de gestão de 39

recursos hídricos atuante na bacia do Grande; 40

A compatibilização com os programas, metas e ações estabelecidas nos 41

PBHs Afluentes. 42

No PIRH-Grande estas intervenções deverão englobar, prioritariamente, as ações 43

relacionadas com a implementação e operacionalização de instrumentos de gestão dos 44

recursos hídricos; os desenvolvimentos operacionais e institucionais; as articulações 45

37

com órgãos públicos e privados; o fomento à gestão participativa; a qualificação técnica 1

e educação ambiental. Deverão englobar também ações de infraestrutura de serviços e 2

obras, mas sempre com o olhar sobre a governabilidade de sua execução e/ou formas de 3

apoio à sua consecução. 4

Todas as intervenções propostas deverão ser organizadas, minimamente, em três níveis 5

hierárquicos (por exemplo, em componentes, programas e ações), tomando-se como 6

referência outros planos de recursos hídricos elaborados pela ANA. A estruturação e 7

organização das intervenções deve permitir que as mesmas sejam agregadas de diversas 8

maneiras, dentre elas por Unidade da Federação, por Pontos de Controle, por Unidade 9

de Gestão Hídrica, por município e por prioridade de execução, entre outros. 10

As intervenções previstas terão suas principais características levantadas e detalhadas 11

para que sejam plenamente compreendidas, devendo seu detalhamento se constituir, 12

minimamente de: título, localização, prioridade, objetivo e justificativa, responsável, 13

descrição, prazos (situando-os em relação ao horizonte do plano), custos, fonte de 14

recurso, monitoramento e indicadores. 15

16

6.3.5. Montagem do programa de investimentos 17

Uma vez orçadas, classificadas e distribuídas todas as ações/intervenções integrantes do 18

PIRH-Grande, passar-se-á à consolidação do Programa de Investimentos, que será 19

formatado segundo os níveis hierárquicos das intervenções, os investimentos 20

requeridos, classes de prioridade acordadas e as características básicas das intervenções. 21

Um quadro de fontes e destinos de recursos deverá ser montado, para acompanhar a 22

evolução dos investimentos, assim como para o levantamento de potenciais fontes de 23

recursos. Os investimentos propostos no programa de investimentos do PIRH deverão 24

ser organizados e distribuídos ao longo do tempo, de modo a produzir um cronograma 25

físico-financeiro. Variáveis como a disponibilidade de fontes de recursos e estrutura 26

organizacional existente deverão ser consideradas na sua elaboração, de modo a 27

construir um planejamento realista a partir destes condicionantes. 28

A identificação das fontes de recursos que se identifiquem com as intervenções 29

previstas para o PIRH deverá considerar, além de outras que possam ser identificadas: 30

os orçamentos federal, estaduais, municipais e das concessionárias de serviços públicos; 31

Planos Plurianuais (PPAs) dos Estados e da União; programas de organismos 32

internacionais; fundos de investimentos e linhas de financiamento nacionais e 33

internacionais. As informações obtidas deverão ser sistematizadas em quadro específico 34

que contenha, minimamente, a seguinte informação: 35

Estimativa de aplicação de recursos públicos; 36

Instituição responsável pela fonte dos recursos; 37

Identificação da rubrica/programa; 38

Título da intervenção prevista no PIRH ao qual a fonte se aplica; 39

Disponibilidade dos recursos identificados; 40

Valor total dos recursos identificados; 41

Exigências para liberação dos recursos; 42

Para financiamentos: taxas, condições e restrições. 43

38

Encerrando a atividade, em função da disponibilidade orçamentária das fontes de 1

recursos identificadas, poderão ser avaliados três cenários de disponibilidade de 2

recursos financeiros para aplicação no PIRH: 3

1) Ótimo, considerando a existência de recursos disponíveis para cumprir todas 4

as metas estabelecidas; 5

2) Real, considerando apenas a existência dos recursos identificados nesta 6

atividade, excluindo-se as intervenções para as quais não foram identificadas 7

fontes de recursos; e 8

3) Pactuado – considerando critérios a serem estabelecidos em conjunto com o 9

CBH-Grande, compatibilizando as demandas do cenário de referência com 10

os recursos existentes, respeitando as prioridades estabelecidas na estrutura 11

programática. 12

13

6.3.6. Agregação das ações e intervenções 14

Complementarmente à elaboração do PIRH-Grande, a partir da elaboração do conjunto 15

de ações e intervenções recomendadas, estas deverão ser agregadas por Estado, por 16

Pontos de Controle e por Unidade de Gestão Hídrica, onde serão hierarquicamente 17

organizadas, com indicação de suas metas e intervenções específicas, justificativas, 18

atividades compreendidas, previsão de início e conclusão, recursos necessários e fontes 19

correspondentes para que elas sejam cumpridas. 20

Desta forma, o PIRH-Grande deixará facilmente disponível, para os CBHs afluentes e 21

para os órgãos gestores de recursos hídricos de São Paulo e Minas Gerais, o acesso aos 22

programas de investimentos e às propostas de gestão desenvolvidas, possibilitando 23

assim sua internalização e facilitando o estabelecimento de parcerias para sua execução. 24

25

6.3.7. Avaliação do arranjo institucional existente e proposta de aperfeiçoamento 26

para gestão da água na bacia 27

Neste tópico deverá ser avaliado, com a participação dos CBHs e órgãos gestores de 28

recursos hídricos, o arcabouço legal vigente no que se refere à gestão dos recursos 29

hídricos na bacia do Grande, analisando as atribuições e a capacidade técnico-30

institucional das diversas instituições, públicas e privadas, que nela atuam. 31

O objetivo é delinear o modelo institucional mais adequado de gestão dos recursos 32

hídricos, e a forma de Agência de Bacia a ser adotada, destacando suas possibilidades e 33

limitações, considerando a legislação nacional e estadual vigente, as instituições 34

existentes, os entes envolvidos na gestão de recursos hídricos da bacia e a forma de 35

operacionalização de Agência de Águas. 36

37

6.3.8. Recomendações para os setores usuários 38

Essa atividade consiste na proposição de ajustes à forma como a água e os recursos 39

naturais correlatos (solo, p.e.) são utilizados setorialmente e regionalmente na bacia. 40

Quando identificados como necessários, deverão ser propostos ajustes e adequações nas 41

políticas, planos, programas e projetos setoriais, com destaque para aqueles relativos 42

aos usos preponderantes dos recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio Grande, de 43

forma a compatibilizar interesses, considerar ações mitigadoras e compensatórias aos 44

impactos socioambientais. 45

39

1

6.3.9. Estratégias institucionais para a implementação do PIRH-Grande 2

O sucesso de cada intervenção proposta no Plano dependerá da organização e 3

ordenamento de ações institucionais e legais que consolidem os compromissos de todos 4

os atores, em especial Comitês de Bacia e órgãos gestores para o alcance das suas 5

metas, especialmente aquelas envolvendo a gestão das disponibilidades nos diferentes 6

pontos da bacia e a recuperação da qualidade das suas águas. 7

Um ponto extremamente relevante e essencial para o sucesso do Plano é o que trata da 8

ação articulada, das regras de relacionamento, responsabilidades no acompanhamento 9

do PIRH-Grande e dos espaços de ação dos Comitês de bacias afluentes relativamente 10

ao CBH-Grande. 11

Desse arranjo institucional, que deverá ser implementado como um programa do Plano, 12

dependerá grande parte de seu sucesso, principalmente no que se refere ao 13

aprimoramento dos instrumentos de gestão. Em seu conteúdo deverão estar inseridos, 14

minimamente: 15

Integração das iniciativas das diversas instâncias governamentais que executam ou 16

planejam a realização de projetos e programas na bacia e que estabeleçam relação 17

direta ou indireta com os recursos hídricos, integrando metas governamentais com 18

metas do PIRH; 19

Proposição de marcos legais e institucionais que viabilizem recomendações quanto à 20

implementação dos instrumentos de gestão; e 21

Identificação de instituições que podem apoiar a viabilização e implementação do 22

PIRH-Grande em âmbitos específicos, com explicitação desses nichos de ação e seus 23

pontos de conexão com o Plano; 24

25

6.3.10. Roteiro de implementação do PIRH-Grande 26

Finalizando esta etapa, deverá ser elaborado um roteiro que busque coordenar o 27

desencadeamento de eventos relacionados à implementação do PIRH-Grande, logo após 28

sua aprovação, com base nos compromissos assumidos pelas instituições e 29

determinando-se os prazos requeridos para as intervenções previstas, prioridades e suas 30

relações de precedência, de modo a estabelecer o cronograma físico de implantação do 31

Plano. Nessa atividade deverão ser contempladas: 32

a) Análise da estrutura programática estabelecida frente à realidade político-33 institucional da bacia, que visa identificar oportunidades e desafios para o sucesso do 34

PIRH-Grande, propondo ações proativas relativas aos seguintes aspectos: 35

Pontos fortes e fracos do PIRH, seus executores e principais atores 36

envolvidos; 37

Fragilidades em torno do financiamento das ações previstas no plano e da 38

sustentabilidade da matriz institucional da bacia (comitês e agência de água); 39

Pré-requisitos políticos, administrativos e institucionais a satisfazer e as 40

alianças a serem constituídas, considerando o papel e a responsabilidade dos 41

atores envolvidos na implementação do PIRH; 42

Ações de impacto destinadas a dar visibilidade ao PIRH; 43

40

b) Gerenciamento da implementação do PIR-Grande, que contempla os 1

seguintes itens: 2

Definição de práticas gerenciais a serem empregadas na condução da 3

implementação do Plano e suas atividades em razão da comprovada 4

efetividade, custo, articulação com os CBHs afluentes, aceitação pública e 5

minimização de efeitos adversos; 6

Descrição das responsabilidades e competência dos diferentes atores 7

envolvidos na implementação do PIRH, especialmente do CBH-Grande, 8

CBHs Afluentes e órgãos gestores de recursos hídricos, além de outras 9

entidades que interfiram diretamente na gestão dos recursos hídricos; 10

Metodologia de acompanhamento e avaliação de progresso da implementação 11

do Plano por meio de indicadores e relatórios de acompanhamento; e 12

Revisões periódicas do PIRH. 13

c) Caminhos a serem percorridos para a implementação do Plano, onde devem 14

ser organizadas as intervenções propostas no Plano na forma de um roteiro com 15

fluxogramas e/ou gráficos que mostrem com clareza a interdependência entre elas, 16

incluindo atividades de sensibilização de autoridades, acompanhamento de discussões 17

orçamentárias, captação de recursos, atendimento a pré-requisitos, monitoramento, 18

avaliação e estrutura programática. 19

20

21

22

6.3.11. Relatórios parciais e consolidado do PIRH-Grande 23

Relatórios parciais 24

Como resultado da terceira etapa e sustentados nos resultados nela obtidos, deverão ser 25

elaborados quatro relatórios parciais, que trarão em seu conteúdo as propostas 26

elaboradas no âmbito do PIRH-Grande e os caminhos a serem percorridos para sua 27

implementação, a saber: 28

Diretrizes e Estudos para os Instrumentos de Gestão Recomendações para os 29

Setores Usuários (RP-03); 30

Metas, Intervenções Propostas e Programa de Investimentos do Plano (RP-04); 31

Proposta de aperfeiçoamento do arranjo institucional para a gestão de recursos 32

hídricos, estratégias e roteiro para a implementação do Plano (RP-05); e 33

34

Relatório consolidado do PIRH-Grande (RP-06) 35

Previamente à realização da segunda rodada de Seminários Regionais e segundo 36

Encontro Ampliado, deverá ser elaborado um relatório que consolida os resultados das 37

três etapas do PIRH-Grande: Diagnóstico, Cenários e Plano de Ações. 38

Este relatório, denominado Consolidação do PIRH-Grande, deverá conter o resumo 39

organizado das informações e resultados do Plano, obtidos a partir da integração e 40

consolidação dos relatórios anteriormente elaborados. Este será o documento que, 41

depois de complementado por eventuais contribuições oriundas da segunda rodada de 42

seminários e segundo encontro ampliado, o CBH-Grande utilizará para a análise e 43

aprovação do Plano. 44

41

Todo material produzido durante a elaboração do PIRH-Grande e que subsidiou a 1

elaboração deste relatório, deverá ser organizado e disponibilizado, preferencialmente 2

em meio digital, para consultas dos membros do CBH-Grande e da sociedade em geral. 3

4

6.3.12. Segunda rodada de seminários e segundo encontro ampliado 5

Além do acompanhamento rotineiro do GT-Plano e do próprio CBH-Grande e como 6

ocorreu ao final da etapa de diagnóstico, a participação pública antes do fechamento do 7

Plano se dará através de uma nova série de seminários regionais e de outro encontro 8

ampliado. 9

Os principais resultados e propostas de intervenções do PIRH-Grande deverão ser 10

apresentados e discutidos nas 14 (quatorze) cidades-sede dos comitês de bacia de 11

afluentes ao rio Grande, além do encontro ampliado, que deverá ser realizado em local a 12

ser definido, conjuntamente, entre a diretoria do CBH-Grande e a Superintendência de 13

Apoios à Gestão de Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas, responsável pela 14

coordenação desses eventos. 15

Nesses eventos será apresentado e discutido o Relatório Consolidado, tendo como 16

centro de interesse suas propostas de intervenções organizadas, as diretrizes e estudos 17

para implementação dos instrumentos de gestão, e seus roteiros de implementação. 18

A necessidade de integração entre o PIRH-Grande e os planos de bacias afluentes e, 19

principalmente, em relação às propostas e estudos elaborados, demandam uma forte 20

articulação com os membros dos CBHs Afluentes para participação nos seminários 21

regionais, assim como os membros do CBH-Grande, no encontro ampliado. 22

23

6.3.13. Análise e aprovação do PIRH-Grande 24

As proposições e contribuições surgidas durante a segunda rodada de seminários e 25

segundo encontro ampliado serão analisadas e, se entendidas como procedentes, 26

deverão ser incorporados ao Relatório Consolidado antes do seu encaminhamento para 27

CBH-Grande que o analisará e decidirá sobre sua aprovação em reunião plenária. 28

29

42

7. MANUAL OPERATIVO DO PLANO 1

Com objetivo de dar consequência às proposições contidas no PIRH-Grande deverá ser 2

elaborado um Manual Operativo, que discrimine, com foco nos dois primeiros anos do 3

Plano, as estratégias e ações necessárias para sua efetiva implementação, com destaque 4

para a orientação da atuação político-institucional do CBH-Grande e dos órgãos 5

gestores de recursos hídricos que atuam na bacia do rio Grande. 6

A elaboração desse Manual terá como ponto de partida os Relatórios: i) Diretrizes e 7

estudos para implementação dos instrumentos de gestão; e ii) Estratégias e roteiro de 8

implementação do plano, porém não deverá se restringir a eles, sendo necessária uma 9

releitura de todo o Plano de Ações. 10

Inicialmente deverá ser priorizada a elaboração de propostas e estratégias de 11

encaminhamento para o enquadramento dos corpos hídricos e para a alocação de água 12

na bacia, tomando-se como referência os estudos previstos nos itens 6.3.3.4 e 6.3.3.5. 13

Em ambos os casos, além das propostas, propriamente ditas, deverão ser elaboradas as 14

minutas dos normativos legais necessários e formuladas as estratégias legais e político-15

institucionais para o seu encaminhamento junto aos colegiados e órgãos gestores 16

competentes. A partir das discussões e percepções obtidas durante elaboração do Plano, 17

há que se considerar também estratégias de, em um primeiro momento, encaminhar-se 18

propostas para alocação de água e enquadramento, respectivamente, em pontos de 19

controle e trechos de rios considerados prioritários em articulação com os respectivos 20

CBHs afluentes. 21

Elaboradas as propostas e estratégias para o enquadramento e a alocação de água, o 22

trabalho deverá voltar-se para as demais intervenções propostas no Plano, sendo que 23

para cada uma das intervenções previstas para ter seu início nos primeiros anos do 24

PIRH-Grande, deverão ser selecionadas aquelas consideradas prioritárias e com maior 25

capacidade de serem efetivamente executadas, explicitando-se os motivos para tal 26

seleção. Para cada intervenção selecionada deverá ser desenvolvido um modelo tático-27

operacional para sua concretização que contemple, minimamente: 28

- avaliação sobre necessidade de elaboração ou alteração de normas vigentes 29

(leis, decretos, resoluções, portarias etc.) para permitir ou facilitar a implementação da 30

intervenção e, se avaliadas como necessária, justificar e propor o conteúdo mínimo para 31

sua elaboração e as instituições responsáveis pela sua edição; 32

- avaliação sobre a necessidade de celebração de acordos institucionais (pactos 33

de gestão, marcos regulatórios etc.) que permitam ou facilitem a implementação da 34

intervenção e, se avaliados como necessários, justificar e propor o conteúdo mínimo 35

para sua elaboração; 36

- identificação e discriminação de pré-requisitos, técnicos, legais e/ou 37

institucionais para acesso aos recursos nas fontes de financiamento indicadas; 38

- identificação e discriminação da cadeia de comando e direção dos órgãos 39

financiadores e/ou executores da intervenção, com destaque para o dirigente 40

responsável por receber e dar seguimento à solicitação/demanda pela intervenção; 41

- identificação e discriminação dos atores políticos (autoridades dos poderes 42

executivo e legislativo, principalmente) com potencial interesse, favorável ou contrário, 43

sobre a intervenção, destacando-se os potenciais parceiros para articulação; 44

- estratégias para agendamento e participação de reuniões com as autoridades 45

responsáveis pelo financiamento e/ou execução da intervenção (contatos prévios, 46

participantes, material a ser elaborado para reunião etc.); e 47

43

- estratégias para acompanhamento e divulgação do estágio de desenvolvimento 1

das intervenções selecionadas e em efetiva implementação. 2

Cada modelo tático-operacional deverá ser apresentado também na forma de diagramas 3

e/ou fluxogramas, a fim de facilitar a compreensão e utilização por parte dos principais 4

interessados. 5

O Manual Operativo do Plano deverá ser analisado pelo GT-Plano e pelas Câmaras 6

Técnicas de Integração e Institucional e Legal antes de seu encaminhamento a Plenária 7

do CBH-Grande. 8

9

44

8. PRODUTOS ESPERADOS 1

As atividades do PIRH-Grande deverão originar dois tipos de produtos: intermediários e 2

finais. 3

4

8.1. Relatórios Parciais (RP) 5

São resultados parciais alcançados com a conclusão de blocos de atividades ou etapas 6

do plano. De acordo com as indicações do capítulo 6, os seguintes produtos parciais 7

deverão ser apresentados ao longo dos trabalhos de elaboração do PIRH-Grande: 8

Item Código Título Atividade

1 RP-01 Diagnóstico Integrado da Bacia do Rio Grande 6.1

2 RP-02 Cenários Futuros para os Recursos Hídricos da Bacia nos

Horizontes de Planejamento Considerados 6.2

3 RP-03 Diretrizes e Estudos para os Instrumentos de Gestão e

Recomendações para os Setores Usuários

6.3.3

6.3.8

4 RP-04 Metas, Intervenções Propostas e Programa de

Investimentos

6.3.2

6.3.4

6.3.5

5 RP-05

Proposta de aperfeiçoamento do arranjo institucional para

a gestão de recursos hídricos, estratégias e roteiro para a

implementação do Plano

6.3.7

6.3.9

6.3.10

6 RP-06 Consolidação do PIRH-Grande 6.3.11

9

8.2. Produtos Finais 10

Nos produtos finais estão inseridos o “Plano Integrado de Recursos Hídricos da 11

Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande, que consistirá do Relatório Consolidado do 12

PIRH-Grande (RP-07) acrescido das alterações solicitadas pelo CBH-Grande, se 13

existirem, o Relatório Executivo do PIRH-Grande, que de forma sintética e 14

ilustrativa, deverá trazer a mensagem básica do Plano e o Manual Operativo do Plano, 15

a ser apresentado posteriormente à aprovação do Plano e que tem como objetivo o 16

detalhamento de estratégias e ações necessárias para a efetiva implementação do PIRH-17

Grande. Além disso, deverão ser entregues também um CD-ROM interativo e o SIG-18

Plano utilizado durante a elaboração do PIRH-Grande. 19

20

8.2.1. Relatório final (RF-1) 21

O Relatório Consolidado, depois de aprovado em reunião plenária e efetuadas as 22

alterações demandadas pelo CBH-Grande, se houverem, dará origem “Plano Integrado 23

de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Grande – PIRH-Grande”. 24

Entre seus anexos deverá constar a agregação das ações e intervenções recomendadas 25

pelo PIRH-Grande (item 6.3.6.), que deverá ser montada na forma de relatórios e de 26

planilhas, ou outro arranjo, que permita sua edição e o cruzamento de informações entre 27

Estados, Pontos de Controle e Unidades de Gestão Hídrica. 28

29

30

45

8.2.2. Relatório executivo (RF-2) 1

O Relatório Executivo deve conter a mensagem básica do PIRH-Grande, abordando os 2

temas mais relevantes que interferem na gestão de recursos hídricos da bacia, as 3

intervenções propostas e as principais diretrizes a serem observadas. Redigido de forma 4

sintética, deve ser um material didático, rico em ilustrações e de linguagem acessível. O 5

documento editorado, com cerca de 50 a 100 páginas, deverá ser destinado, 6

prioritariamente, às entidades que atuam na gestão dos recursos hídricos da bacia do rio 7

Grande. Sua editoração deverá ser feita em conformidade com o Manual de 8

padronização de publicações da Agência Nacional de Águas3. 9

10

8.2.3. Manual Operacional do Plano (RF-3) 11

Como descrito no item 7, o Manual Operativo deverá discriminar as estratégias e ações 12

necessárias para sua efetiva implementação do PIRH-Grande. Seu conteúdo deverá ser 13

organizado em dois blocos: i) propostas e estratégias de encaminhamento para o 14

enquadramento dos corpos hídricos e para a alocação de água na bacia do rio Grande, 15

incluindo as respectivas minutas dos normativos legais necessários para 16

encaminhamento aos órgãos e colegiados competentes; e ii) os modelos tático-17

operacionais para concretização das intervenções selecionadas, incluindo sua descrição 18

básica, diagramas e/ou fluxogramas e minutas de normativos legais ou institucionais 19

necessárias para sua consecução. 20

21

8.2.4. CD ROM interativo 22

Deverá ser produzido um CD ROM interativo contendo uma apresentação detalhada do 23

conteúdo do Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande, além de 24

uma coletânea de mapas da bacia. 25

26

8.2.5. SIG-Plano 27

O SIG-Plano (Sistema de Informações Gerenciais do PIRH-Grande), utilizado para 28

organizar a base de dados do PIRH-Grande, a partir de informações tabulares e 29

espaciais, de interesse do Plano, principalmente os mapas produzidos, deverá ser 30

consolidado e entregue ao CBH-Grande. O detalhamento técnico do SIG-Plano deverá 31

ser realizado de acordo com os formatos das informações disponíveis e a consequente 32

demanda por funcionalidades e softwares durante a elaboração da etapa de diagnóstico 33

da bacia. 34

35

3 ANA - Agência Nacional de Águas. Manual de padronização de publicações da Agência Nacional de

Águas. 2. ed. revisada e ampliada. - Brasília: ANA, CEDOC, 2011.

46

9. PRAZOS

Para a realização dos estudos descritos nestes Termos de Referência, prevê-se um prazo total de 20 (vinte) meses, sendo a duração sugerida para

as etapas como se segue:

1) Levantamento de Informações e Coleta de Dados (90 dias)

2) Elaboração do Diagnóstico (210 dias)

3) Consolidação e Integração do Diagnóstico (90 dias)

4) Cenarização, Compatibilização e Articulação (105 dias)

5) Formulação do Plano de Ações (180 dias)

6) Manual Operativo do Plano (120 dias)

7) Elaboração dos Produtos Finais (60 dias)

Etapa/ Atividade

Meses

Mês

1

Mês

2

Mês

3

Mês

4

Mês

5

Mês

6

Mês

7

Mês

8

Mês

9

Mês

10

Mês

11

Mês

12

Mês

13

Mês

14

Mês

15

Mês

16

Mês

17

Mês

18

Mês

19

Mês

20

Levantamento de Informações e Coleta de Dados

Elaboração do Diagnóstico

Consolidação e Integração do Diagnóstico

Cenarização, Compatibilização e Articulação

Plano de Ações

Manual Operativo do Plano

Elaboração dos Produtos Finais

Reuniões de Acompanhamento com o GT-Plano

Seminários Regionais

Encontros Públicos Ampliados

Apresentações nas Reuniões Plenárias do CBH-Grande

47

10. PARTICIPAÇÃO PÚBLICA 1

A participação pública na elaboração do PIRH-Grande é entendida como essencial para a sua 2

validação e, principalmente, para a incorporação da realidade percebida pelos atores que 3

interferem na gestão dos recursos hídricos das bacias de rios afluentes ao rio Grande. No PIRH-4

Grande a participação pública se dará de três formas diferentes: 5

Pelo acompanhamento pari passu do GT-Plano/CTI/CBH-Grande; 6

Pela realização de Seminários Regionais e Encontros Ampliados na bacia; e 7

Pelo acompanhamento rotineiro e posterior análise e aprovação pelo Plenário do CBH-8

Grande. 9

10

10.1. Reuniões com o GT-Plano 11

Ao longo da elaboração do PIRH-Grande serão realizadas reuniões dos técnicos responsáveis 12

pela elaboração do PIRH-Grande com o GT-Plano, objetivando avaliar o progresso dos 13

trabalhos, dirimir dúvidas, firmar critérios e procedimentos, facilitar o acesso a dados, resolver 14

pendências, propor encaminhamentos e tudo o mais que concorra para a transparência e fluidez 15

da elaboração do Plano. As reuniões com o GT-Plano se darão de acordo com o proposto no item 16

9 (Prazos), ou sempre que for identificada a necessidade de reuniões extraordinárias, tanto por 17

parte da ANA quanto do GT-Plano. 18

O Grupo Técnico do Plano de Recursos Hídricos – GT-Plano foi formado, no âmbito da Câmara 19

Técnica de Integração – CTI, do CBH-Grande, contando atualmente com oito integrantes, entre 20

membros do CBH-Grande e representantes indicados pelos mesmos. 21

22

10.2. Seminários Regionais e Encontros Ampliados 23

Durante a etapa de diagnóstico da bacia e ao final da elaboração do PIRH-Grande deverão ser 24

realizadas duas grandes rodadas de eventos com apresentações e discussões dos produtos 25

elaborados, abrangendo as 14 (quatorze) Unidades de Gestão da bacia. 26

Em cada uma das duas rodadas serão realizadas séries de seminários nas 14 (quatorze) cidades-27

sede dos comitês de bacia de afluentes ao rio Grande, além de um encontro ampliado, que deverá 28

ser realizado em local a ser definido conjuntamente entre a diretoria do CBH-Grande e a 29

SAG/ANA, que responderá pela coordenação desses eventos. Previamente à realização dos 30

seminários e do encontro, deverão ser preparados os roteiros e todo material de apoio necessário 31

para obter o máximo de efetividade na sua realização. 32

Na primeira rodada de eventos, será fundamental a obtenção de informações complementares 33

àquelas que serão apresentadas no âmbito do diagnóstico da bacia, principalmente no que diz 34

respeito aos problemas e conflitos em torno dos recursos hídricos. Para tanto, questionários 35

abordando a existência, localização e importância dos problemas e conflitos verificados em cada 36

UGH deverão ser elaborados e enviados antecipadamente aos respectivos CBHs Afluentes. 37

Na segunda rodada será apresentado e discutido o Relatório Consolidado do PIRH-Grande, tendo 38

como centro de interesse suas propostas de intervenções organizadas, as diretrizes e estudos para 39

implementação dos instrumentos de gestão, e seus roteiros de implementação. 40

A necessidade de integração entre o PIRH-Grande e os planos de bacias afluentes e, 41

principalmente, em relação às propostas e estudos elaborados, demandam uma forte articulação 42

48

com os membros dos CBHs Afluentes para participação nos seminários regionais, assim como os 1

membros do CBH-Grande, no encontro ampliado. 2

3

10.3. Acompanhamento pelo Plenário do CBH-Grande 4

Durante o processo de construção do PIRH-Grande, tanto o GT-Plano quanto a equipe 5

responsável por sua elaboração deverão atender a quaisquer convocações para apresentações nas 6

reuniões plenárias do CBH-Grande, de forma a informar sobre o estágio de desenvolvimento do 7

Plano e apresentar os produtos até então elaborados. 8

Além da prerrogativa de aprovar o Plano, entende-se que o CBH-Grande é de fundamental 9

importância no processo de participação pública, tanto pela composição heterogênea de seu 10

Plenário, capaz de agregar e permitir que cidadãos com diferentes interesses sobre as águas 11

participem de suas reuniões, quanto pela responsabilidade de representar a sociedade na gestão 12

das águas da bacia do rio Grande. 13

14

49

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1

ANA – Agência Nacional de Águas - Plano Decenal de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica 2

do Rio São Francisco, 2004. 3

ANA – Agência Nacional de Águas – Disponibilidades e Demandas de Recursos Hídricos no 4

Brasil, 2005. 5

ANA –Agência Nacional de Águas – Panorama da Qualidade das Águas Superficiais no Brasil, 6

2005 7

ANA - Agência Nacional de Águas – Termos de Referência para a contratação do Plano 8

Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Doce, 2007 9

ANA - Agência Nacional de Águas – Termos de Referência para a contratação do Plano de 10

Recursos Hídricos e do Enquadramento dos Corpos Hídricos Superficiais da Bacia do Rio 11

Paranaíba, 2009 12

ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica, SRH – Secretaria de Recursos Hídricos do 13

MMA – Ministério do Meio Ambiente e OMM – Organização Meteorológica Mundial – O 14

Estado das Águas no Brasil – 1999 – Perspectivas de gestão e informação de recursos 15

hídricos,1999. 16

CNRH – Conselho Nacional Recursos Hídricos – Resolução nº 145, de 12 de dezembro de 2012. 17

CNRH – Conselho Nacional de Recursos Hídricos – Resolução nº 91, de 05 de novembro de 18

2008. 19

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Plano de 20

Gestão Ambiental da Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio Descoberto, 1998. 21

IBGE - Cartas Geográficas ..... 22

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - Censo Agropecuário, 2006. 23

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – Pesquisa Nacional de Saneamento 24

Básico – PNSB, 2010. 25

IGAM – Instituto Mineiro de Gestão das Águas – Proposta dos Termos de Referência do Plano 26

Estadual de Recursos Hídricos de Minas Gerais, 2001. 27

IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas. Diagnóstico da situação dos recursos hídricos na 28

Bacia Hidrográfica do Rio Grande (BHRG) – SP/MG (Relatório Síntese – R3). São Paulo, 29

2008. 49p 30

Lanna, A.E.L., Pereira, J.S., Hubert, G. Os novos instrumentos de planejamento do sistema 31

francês de gestão dos recursos hídricos: II- Reflexões e Propostas para o Brasil, RBE/ABRH. 32

Lanna, A.E. O sistema francês de gestão das águas. 33

MMA-SRH – Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente. Caderno da 34

Região Hidrográfica do Paraná, 2006. 35

50

Parlement Européen e du Conseil – Directive 2000/60/CE, Journal officiel des Communautés 1

européenes L 327/1, 2000. 2

Republique Française, Ministére de l’Ecologie et du Developement Durable. Portée Juridique et 3

Rédaction des SAGE – Petit Guide Pratique, 2003. 4

RURALMINAS – Fundação Rural Mineira, UFV – Universidade Federal de Viçosa e IGAM – 5

Instituto Mineiro de Gestão das Águas - Atlas Digital das Águas de Minas – Uma ferramenta 6

para o planejamento e gestão dos recursos hídricos, 2004. 7

SEBRAE/MG – O Perfil do Setor Industrial de Minas Gerais na Gestão dos Recursos Hídricos, 8

2005. 9

10

i

APÊNDICE I

Planos de Bacias de Rios Afluentes ao Rio Grande

SITUAÇÃO DOS PLANOS

UGH Situação Geral Empresa contratada Data de

Aprovação

Previsão de

Atualização

e/ou Revisão

Horizonte do

Prognóstico

Escala de

mapas

Previsão para

cobrança cenários Agência

GD 1 Alto

Grande Concluído

CONSÓRCIO

ECOPLAN – LUME

– SKILL

5 anos 2010-2030 1:1.000.000

cobrança e

agencia em

2015

1ª Alternativa: uma agência

para toda a parte mineira e

Escritórios em cada Unidade

de Planejamento da Bacia; 2ª

Alternativa: uma agência para

toda a Bacia do Rio Grande e

Escritórios de Bacia para

apoio aos comitês de bacia de

rios afluentes.

GD 2

Vertentes do

Rio Grande

Concluído

CONSÓRCIO

ECOPLAN – LUME

– SKILL

5 anos 2010-2030 1:1.000.000 cenário tendencial e

cenários alternativos

GD 3 Entorno

de Furnas Concluído

FUPAI – Fundação de

Pesquisa e

Assessoramento à

Indústria

Plano aprovado

pelo CBH e ainda

não aprovado pelo

CRH

5 anos 2010-2030 1:50.000

três cenários: um

tendencial e dois

alternativos

O resultado da estimativa do

potencial de arrecadação

mostra que o caminho a ser

seguido para o arranjo

institucional da Unidade de

Gestão deverá ser a criação de

uma Agência de Bacia em

conjunto com outras bacias do

estado de Minas Gerais

GD 4 Verde Concluído CONSÓRCIO

ECOPLAN – LUME

Deliberação

CERH/MG nº

261, de 26 de

Novembro de

2010

5 anos 2009-2030 1:1.000.000

cenário tendencial e

cenários alternativos

(10, 20 e 30% de

crescimento nas

retiradas estimadas

inicialmente)

"a época havia a intenção de

que um consorcio

intermunicipal que seria

equiparado a agencia de

bacia" (em 2000)

GD 5 Sapucaí Concluído

Companhia de

Saneamento de Minas

Gerais – Copasa e

VIDA Meio Ambiente

Deliberação

CERH/MG nº 263

de 26 de

Novembro de

2010

5 anos 2009-2020

3 Cenários:

tendencial,

normativo e ideal

ii

GD 6 Mogi-

Guaçu/Pardo Concluído

Roge - Fundação

educacional de

Técnicas Agricolas,

Veterinária e Turismo

Rural

Deliberação

CERH/MG nº

303, de 22 de

março de 2011

5 anos 2009-2010

3 Cenários:

Tendencial, Alta

Demanda e Baixa

Demanda

GD 7 Médio

Grande TDR em elaboração

GD 8 Baixo

Grande TDR em elaboração

UGRHI 1

Mantiqueira

PRH em 2003; Adequado

à Deliberação 62/2006 do

CRH-SP em 2009

Cooperativa de

Serviços e Pesquisas

Tecnológicas e

Industriais - CPTI

Deliberação CBH-

SM n.º 08/2009

Revisão

Quadrienal 2009-2029 1:25.000

UGRHI 4

Pardo

Adequado à Deliberação

62/2006 do CRH-SP em

2008

Cooperativa de

Serviços e Pesquisas

Tecnológicas e

Industriais - CPTI

Deliberação CBH-

PARDO 009/08:

aprova a revisão

do Plano

Revisão

Quadrienal 2008-2019 1:250.000

UGRHI 8

Sapucaí

Grande

PRH em 2003; Adequado

à Deliberação 62/2006 do

CRH-SP em 2008;

Relatório de Situação

2010

Cooperativa de

Serviços e Pesquisas

Tecnológicas e

Industriais - CPTI

Deliberação

CBH/SMG 18/09

Revisão

Quadrienal 2008-2019 1:250.000

UGRHI 9 Mogi

Guaçu

Adequado à Deliberação

62/2006 do CRH-SP em

2008

Faculdade Municipal

Prof. Franco Montoro

Mogi

Guaçu/GEOSYSTEC

DELIBERAÇÃO

CBH-MOGI Nº

085/08 Aprova a

complementação e

atualização do

Plano

Revisão

Quadrienal 2008-2019

uso do solo

em 1:250.000

UGRHI 12

Baixo Pardo

Adequado à Deliberação

62/2006 do CRH-SP em

2008

Cooperativa de

Serviços e Pesquisas

Tecnológicas e

Industriais – CPTI

Deliberação CBH-

BPG N o

074/2008, de

04/12/2008,

aprova a revisão

do Plano

Revisão

Quadrienal 2008-2019 1:250.000

UGRHI 15

Turvo Grande

PRH em 2004/IPT;

Relatório 1 em 2007/IPT;

Adequado à Deliberação

62/2006 do CRH-SP em

2008

Cooperativa de

Serviços e Pesquisas

Tecnológicas e

Industriais - CPTI

Deliberação CBH-

TG Nº 144/2008,

de 15/12/2008

Revisão

Quadrienal 2008-2019 1:250.000

iii

CONTEÚDOS DOS DIAGNÓSTICOS

UGRH

Caracterização Geral

da Bacia / UGRHI Caracterização Física

Situação dos Recursos

Hídricos

Caracterização do Território e

de Áreas Sujeitas a

Gerenciamento Especial

Caract.

legal e

instituc.

Saneamento

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Origem Tópico / Tema (Lei

SP: Deliberação 146/2012; ANA: Res. CNRH 145/2012 e

Prática - Exemplo Plano Bacia

Rio Doce; Lei 13.199/1999 e Proposta MG TDR Planos

Diretores)

AN

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SP

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AN

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SP

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R M

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SP

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6

GD 1 Alto Grande A A AR A A N A A AR A A AR A N A N A AR AR AR A AR AR A A A AR NA

GD 2 Vertentes do Rio

Grande A A AR A A N A A N A A AR A N A N A AR AR AR A AR AR A A A AR NA

GD 3 Entorno de Furnas AR AR N AR AR N AR AR AR AR AR AR AR N AR N AR N AR AR AR AR AR AR AR AR N NA

GD 4 Verde A A AR A A N A A N A A A A N AR N A N AR AR A AR AR A A A AR NA

GD 5 Sapucaí AR AR AR AR AR N AR AR AR AR AR AR AR N AR N AR AR N AR AR AR AR AR AR AR N NA

GD 6 Mogi-Guaçu/Pardo AR AR N AR AR N N AR N N AR AR AR N AR N AR AR AR AR AR AR N AR AR AR N NA

GD 7 Médio Grande

GD 8 Baixo Grande

UGRHI 1 Mantiqueira A A A A A AR A A A N A A A N A AR A AR A A AR AR N A AR A N A

UGRHI 4 Pardo A A A A A AR AR AR AR N AR A AR N AR A AR AR AR A A AR N AR AR A N A

UGRHI 8 Sapucaí Grande A A A A A AR A A A N A A A N A AR A AR AR A A AR N A A A N A

UGRHI 9 Mogi Guaçu AR AR N A A AR A A A N A A A N A AR A AR A AR AR AR AR AR AR AR N A

UGRHI 12 Baixo Pardo

Grande AR AR AR AR AR AR A A A N A A A N A AR A AR AR AR AR AR N AR AR AR N A

UGRHI 15 Turvo Grande A A A A A AR A A A N A A A N A AR A AR A A A AR AR A A A N A

A Aborda de forma abrangente. AR Aborda de forma restrita e deve ser

complementado/aprimorado/atualizado. N Não aborda NA Não se Aplica /Não aborda e não precisa ser elaborado.

iv

CONTEÚDOS DOS CENÁRIOS E PROGNÓSTICOS

UGH

Pla

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Origem Tópico / Tema (Lei SP: Deliberação 146/2012;

ANA: Res. CNRH 145/2012 e Prática - Exemplo Plano

Bacia Rio Doce; Lei 13.199/1999 e Proposta MG TDR

Planos Diretores)

SP 146 ANA/Lei e TDR MG SP 146/ Lei e

TDR MG

ANA / SP

146/Lei e TDR

MG

ANA / SP

146/Lei e TDR

MG

ANA / SP

146/Lei e TDR

MG

Lei SP/Lei e TDR

MG

GD 1 Alto Grande N AR N AR A AR AR

GD 2 Vertentes do Rio Grande N AR N AR A AR AR

GD 3 Entorno de Furnas N AR N A A A AR

GD 4 Verde N AR N AR A AR N

GD 5 Sapucaí N AR N AR AR AR N

GD 6 Mogi-Guaçu/Pardo N AR N AR AR AR AR

GD 7 Médio Grande

GD 8 Baixo Grande

UGRHI 1 Mantiqueira AR AR AR AR AR AR N

UGRHI 4 Pardo N AR AR N AR AR AR

UGRHI 8 Sapucaí Grande N AR AR N AR AR AR

UGRHI 9 Mogi Guaçu N AR AR AR AR N N

UGRHI 12 Baixo Pardo Grande N AR AR N AR N AR

UGRHI 15 Turvo Grande N AR AR AR AR AR AR

A Aborda de forma abrangente. AR Aborda de forma restrita e deve ser complementado/aprimorado/atualizado.

N Não aborda NA Não se Aplica /Não aborda e não precisa ser elaborado.

v

CONTEÚDOS DAS PROPOSTAS DE GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS

UGH

Arranjo Institucional Prioridades para a gestão dos recursos

hídricos

Diretrizes para Implementação dos Instrumentos de

Gestão na Bacia

Art

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Origem Tópico / Tema (Lei SP: Deliberação

146/2012; ANA: Res. CNRH 145/2012 e Prática -

Exemplo Plano Bacia Rio Doce; Lei 13.199/1999

e Proposta MG TDR Planos Diretores)

ANA/Lei e TDR MG ANA SP 146 /Lei e

TDR MG

SP 146 /Lei

e TDR MG SP 146

ANA / SP

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ANA / SP

146 / Lei e

TDR MG

ANA / SP

146 / Lei e

TDR MG

ANA / SP

146 /Lei e

TDR MG

GD 1 Alto Grande A A N N N A A A A

GD 2 Vertentes do Rio Grande N A N N N A N AR AR

GD 3 Entorno de Furnas N A N N N A A AR A

GD 4 Verde N N N N N N N AR A

GD 5 Sapucaí N N N N N N AR N A

GD 6 Mogi-Guaçu/Pardo N A N N N A A AR A

GD 7 Médio Grande

GD 8 Baixo Grande

UGRHI 1 Mantiqueira N N N N N N N N AR

UGRHI 4 Pardo N N AR N N N N N AR

UGRHI 8 Sapucaí Grande N N N N N N N AR AR

UGRHI 9 Mogi Guaçu N N AR N N N N N AR

UGRHI 12 Baixo Pardo Grande N N AR N N N N N AR

UGRHI 15 Turvo Grande N N AR N N N N AR AR

A Aborda de forma abrangente. AR Aborda de forma restrita e deve ser

complementado/aprimorado/atualizado. N Não aborda NA Não se Aplica /Não aborda e não precisa ser elaborado.

vi

CONTEÚDO DOS PLANOS DE AÇÕES

UGH

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Origem Tópico / Tema (Lei SP: Deliberação 146/2012;

ANA: Res. CNRH 145/2012 e Prática - Exemplo Plano

Bacia Rio Doce; Lei 13.199/1999 e Proposta MG TDR

Planos Diretores)

ANA / SP 146 /Lei e

TDR MG

CNRH/ SP 146/Lei

e TDR MG ANA / Lei SP

SP 146/Lei e

TDR MG

Lei SP/Lei e TDR

MG CNRH ANA

GD 1 Alto Grande A AR N AR AR N A

GD 2 Vertentes do Rio Grande A AR N AR AR N A

GD 3 Entorno de Furnas A AR N AR AR N A

GD 4 Verde A AR N AR AR N A

GD 5 Sapucaí AR AR N N N N A

GD 6 Mogi-Guaçu/Pardo AR AR N AR AR N A

GD 7 Médio Grande

GD 8 Baixo Grande

UGRHI 1 Mantiqueira A A N AR AR N A

UGRHI 4 Pardo A A N AR AR N A

UGRHI 8 Sapucaí Grande A A N AR AR N A

UGRHI 9 Mogi Guaçu AR AR N AR AR N A

UGRHI 12 Baixo Pardo Grande AR A N AR AR N A

UGRHI 15 Turvo Grande A A N AR AR N A

A Aborda de forma abrangente. AR Aborda de forma restrita e deve ser

complementado/aprimorado/atualizado. N Não aborda NA Não se Aplica /Não aborda e não precisa ser elaborado.

vii

APÊNDICE II

Estudos, Planos e Projetos desenvolvidos no âmbito da bacia hidrográfica do Rio Grande

Título Elaboração Ano Onde Encontrar Observações

Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil

2013 ANA 2013 ANA Disponível na web

Projeto Águas de Minas - Relatórios

trimestrais de qualidade das águas no Estado

de Minas Gerais IGAM 2013 IGAM Disponível na web

Plano Decenal de Expansão de Energia -

PDE EPE 2013 EPE Disponível na web

Subsídios ao Plano de Desenvolvimento e

Proteção Ambiental da área de afloramento

do Sistema Aquífero Guarani no Estado de

São Paulo

IPT e SMA/SP 2011 IPT

Plano Estadual de Recursos Hídricos de

Minas Gerais IGAM 2010 IGAM Disponível na web

Plano Estadual de Recursos Hídricos de São

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na Bacia Hidrográfica do Rio Grande

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Zoneamento Ecológico-Econômico do

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Mapeamento da flora nativa e

reflorestamentos de Minas Gerais: inventário

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