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PERSPECTIVAS DA EAD NO BRASIL Verônica Araújo, organizadora (* ) Introdução  As mudanças de paradigmas são algo que, ultimamente, têm se mostrado frequente na sociedade. Coisas que há anos atrás não eram utilizadas tornam-se presentes e outras que o uso era arraigado, hoje, são pouco utilizadas. A cultura não é estanque e sim encontra-se em constante movimento e sofrendo alterações.  A velocidade que a T ecnologia da Informação e Comunicação (TIC) avança é surpreendente, e de "hora em hora", num tempo muito curto está oferecendo uma nova ferramenta capaz de conectar mais pessoas ao redor do mundo. As fronteiras hoje deixaram de ser linhas divisórias riscadas no chão, ou traçadas em mapas impressos em papel e passaram a ser encaradas como aspectos culturais e sociais a serem superados. A transformação provocada nas sociedades modernas e pós-modernas com a popularização da internet e a invenção de novos e sofisticados programas de computador, revelou um mundo novo bem diferente da época das grandes navegações, mas ainda cheio de diferenças na forma de ver e interpretar o mundo, o que muitas vezes gera conflitos, provoca a intolerância e aprofunda a exclusão econômica de milhões de pessoas. Esse talvez seja o grande desafio das sociedades contemporâneas, que ao passo que se conectam com as ferramentas da internet, nas redes sociais, no compartilhamento de conteúdos e descobertas, ainda vêem todo esse desenvolvimento sendo negado a muitos jovens e adultos, especialmente nos países pobres da América do Sul, da África e da Ásia. Paradoxalmente, na mesma velocidade com que nos acostumamos a ter à disposição novas, modernas e velozes tecnologias de informação e comunicação, também assistimos a exclusão de crianças e jovens que nunca alcançarão àqueles que hoje já acessam na escola, na biblioteca ou em casa essas fantásticas formas de aprendizado e de interação com o mundo moderno.  A educação não se apresenta apartada dessa realidade; logo, pensar em educação é pensar além do binômio professor-aluno. Nesse caso, é agregar ao pensar uma série de ferramentas, metodologias e conteúdos diversos dos que se estruturaram ao longo dos anos e, para tanto, a educação a distância vem se perpetuando e se consolidando como uma nova modalidade de ensinar e de aprender . É nesse contexto que encontram-se vários dos desafios da Educação a Distância, na qual pode-se destacar o difícil acesso ao computador por comunidades interioranas que sem acesso a essa tecnologia não podem desenvolver uma cultura digital e de Ead. Outro desafio é a importância de investir na qualidade da educação presencial e a distância. Não se pode pensar em educação, seja ela presencial ou a distância sem qualidade, principalmente em relação a qualificação profissional. Como pensar em um profissional mal qualificado? Como então disputar uma vaga no mercado? Fundação Joaquim Nabuco planejamento e administração Ministério da Educação GOVERNO FEDERAL coordenação do laboratório de ensino a distância Dosa Monteiro

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Texto coletivo produzido pelos alunos do curso Explorando o Universo da Educação a Distância - 5 turma, realizado pelo Laboratório de Ensino a Distância Dosa Monteiro da Fundação Joaquim Nabuco.

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PERSPECTIVAS DA EAD NO BRASIL

Verônica Araújo, organizadora (*)

Introdução

 As mudanças de paradigmas são algo que, ultimamente, têm se mostrado frequentena sociedade. Coisas que há anos atrás não eram utilizadas tornam-se presentes e outrasque o uso era arraigado, hoje, são pouco utilizadas. A cultura não é estanque e simencontra-se em constante movimento e sofrendo alterações.

  A velocidade que a Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) avança ésurpreendente, e de "hora em hora", num tempo muito curto está oferecendo uma novaferramenta capaz de conectar mais pessoas ao redor do mundo. As fronteiras hojedeixaram de ser linhas divisórias riscadas no chão, ou traçadas em mapas impressos empapel e passaram a ser encaradas como aspectos culturais e sociais a serem superados. Atransformação provocada nas sociedades modernas e pós-modernas com a popularizaçãoda internet e a invenção de novos e sofisticados programas de computador, revelou ummundo novo bem diferente da época das grandes navegações, mas ainda cheio dediferenças na forma de ver e interpretar o mundo, o que muitas vezes gera conflitos,provoca a intolerância e aprofunda a exclusão econômica de milhões de pessoas.

Esse talvez seja o grande desafio das sociedades contemporâneas, que ao passoque se conectam com as ferramentas da internet, nas redes sociais, no compartilhamentode conteúdos e descobertas, ainda vêem todo esse desenvolvimento sendo negado amuitos jovens e adultos, especialmente nos países pobres da América do Sul, da África eda Ásia. Paradoxalmente, na mesma velocidade com que nos acostumamos a ter àdisposição novas, modernas e velozes tecnologias de informação e comunicação, tambémassistimos a exclusão de crianças e jovens que nunca alcançarão àqueles que hoje jáacessam na escola, na biblioteca ou em casa essas fantásticas formas de aprendizado ede interação com o mundo moderno.

 A educação não se apresenta apartada dessa realidade; logo, pensar em educaçãoé pensar além do binômio professor-aluno. Nesse caso, é agregar ao pensar uma série deferramentas, metodologias e conteúdos diversos dos que se estruturaram ao longo dosanos e, para tanto, a educação a distância vem se perpetuando e se consolidando comouma nova modalidade de ensinar e de aprender.

É nesse contexto que encontram-se vários dos desafios da Educação a Distância,na qual pode-se destacar o difícil acesso ao computador por comunidades interioranas quesem acesso a essa tecnologia não podem desenvolver uma cultura digital e de Ead. Outrodesafio é a importância de investir na qualidade da educação presencial e a distância. Nãose pode pensar em educação, seja ela presencial ou a distância sem qualidade,

principalmente em relação a qualificação profissional. Como pensar em um profissionalmal qualificado? Como então disputar uma vaga no mercado?

FundaçãoJoaquimNabuco planejamento

e administração

Ministério da EducaçãoGOVERNO FEDERAL

coordenaçãodo laboratóriode ensino adistânciaDosa Monteiro

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Um outro desafio que mostra-se como mais preocupante, é a necessidade daEAD espraiar-se como um instrumento eficaz e capaz desenvolver a educação.Fato éque a EAD deve desenvolver uma metodologia diferenciada das aplicadas nos bancosescolares, ela deve implementar e fomentar outras formas de proporcionar espaços eambientes de aprendizagem, rompendo com o método diretivo em que se desenvolve aeducação presencial, ou seja, fomentado a interatividade e a participação coletiva no

ensino.

A EAD no Brasil

  A Educação a Distância começou com o correio, depois rádio, TV e foi sedesenvolvendo graças ao avanço tecnológico, crescendo no mundo inteiro, com váriasinstituições de ensino, atualmente implantando programas de ensino a distância.

Embora a Educação a Distância tenha chegado no Brasil desde o início do séculoXX, foi apenas na década de 90, na Lei de Diretrizes e Bases de Educação N.º .9.394/96

que foi criado o art. 80, destinado a tratar especialmente dessa modalidade de ensino. Acarência de detalhamento, no entanto, fez necessária uma série de reformulaçõesdefinindo normas e formatos para o exercício regular da EAD. A legislação evoluiu amedida que o uso da tecnologia e o alcance da EAD cresceu, o que forçou o governo acriar regras modernas e adequadas à nova realidade do ensino, bem como para ademanda por esse produto. Mas, apesar da LDB 9394/96 fazer menção aos critérios enormas para a produção do ensino a distância, ainda fica vago o cuidado com os direitosautorais de quem se dedica a produzir os conteúdos para os cursos.

Segundo Alexandre Sayad do portal "Aprendiz.com", a regulamentação daeducação a distância, em todas as áreas, é uma questão ainda incipiente e que gera

muita controvérsia no Brasil. A Lei de Diretrizes e Bases em seu artigo 80, apenasreconhece a modalidade de ensino, mas não a regulamenta. Na verdade, o desejo dosrepresentes da modalidade de ensino junto ao MEC é que os diplomas de EAD tenham omesmo peso que os de cursos presenciais. Contudo, mesmo diante de inúmerasquestões a serem debatidas e regulamentadas é preciso considerar que a Lei deDiretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/96) trouxe amparo legal à Educação aDistância e trouxe expressivas contribuições para essa modalidade. 

Na atualidade, a EAD no cenário brasileiro já está sendo bem aceita, e isso podeser visto na quantidade de cursos à distância que são abertos todos os anos e pelaquantidade de pessoas que deles fazem uso. Aos poucos a EAD vai se tornando parte

do cotidiano de pelo menos metade da população brasileira. Como diz Moran:Estamos numa fase de consolidação da EAD no Brasil, principalmente no ensino superior com crescimento expressivo e sustentado. O Brasil aprende rápido e os modelos desucesso são logo imitados. Passamos de importadores de modelos de EAD paradesenvolvedores de novos projetos, de programas complexos implantados com rapidez(MORAN, 2011)

No Brasil, a EAD é muito importante, pois permite que populações diversas edistantes dos grandes centros tenham acesso à educação, assim contribuindo para suainclusão e democratização do ensino.

Desta forma, a EAD no Brasil se torna um desafio; da mesma forma, surge comouma solução diante do grande déficit que temos na educação, pois a situação no nossopaís é crítica sobretudo na população jovem, em que boa parte está fora da escola, bem

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como ainda analfabetos isto em relação ao ensino formal se pensarmos em educaçãoprofissional a lacuna é ainda maior.A criação em 1996 pelo MEC da SEED - Secretaria deEducação a distância que culminou ao longo de toda uma construção produtiva em prol daEAD demostra o compromisso e a credibilidade do governo com esta forma de ensino. Osavanços na tecnologia também permitem que os passos da EAD se tornem cada dia maisfirmes. Do ensino por correspondência até a criação do sistema Universidade aberta do

Brasil em 2005 são fatos que conferem a EAD seu lugar na educação e prova que estamodalidade está viva e pulsante e se recriando a cada dia em função de atender asnecessidades da sociedade.

Sendo assim, a EAD e o Brasil são grandes parceiros. Os resultados dessa parceriareflete ao longo do tempo que começa com a introdução do ensino por correspondência em1904 até os dias atuais o compromisso desta modalidade de ensino em formar cidadãos eprofissionais. Isso mostra que continuamos em constante desenvolvimento no quadro daEaD no Brasil e que essa perspectiva só aumentará de acordo com o aumento da economia eda tecnologia no nosso país.

O desafio agora é como fomentar a EAD igualmente em todo o Brasil? Como nãoperder qualidade na produção dos cursos, na formação dos profissionais frutos destamodalidade? Como conseguir mão de obra, profissionais, educadores capazes de atender ademanda de criação, elaboração e produção de conteúdos inovadores e adequados asnovas tecnologias e forma de aprender e ensinar?

O desafio, além de outros, são educadores inteirados com os novos equipamentos, alinguagem Web, as novas formas de buscar e produzir conhecimento. Que vejam naeducação tecnológica, independente e hipertextualizada uma aliada. E que, principalmente,vejam na EAD uma alternativa possível, concreta e importante para formação de umapopulação tão diversificada de brasileiros que hoje estão à margem por razões que esta

modalidade de ensino pode solucionar.O Professor no contexto educacional tecnológico da EAD

  A Educação a Distância é uma realidade que vem se configurando como umaalternativa viável e interessante, tanto para as instituições em termos de redução de custos eaumento da capilaridade, bem como para os alunos enquanto modalidade que lhespossibilitam maior liberdade de administração do tempo e diminuição de custos, em razão denão haver necessidade de locomoção. Apesar da EAD ainda sofrer preconceitos em termosde credibilidade, aos poucos vem conquistando seu espaço, progredindo de formasurpreendente. Vem se transformando numa opção prática e mais acessível de alcançar 

objetivos educacionais.Para tanto, é necessário contar com pessoas qualificadas, com formação específica e

continuada a fim de desenvolver um trabalho promissor. O grande diferencial destamodalidade de ensino é, de fato, ser uma alternativa, não reprodutiva do modelo presencialtradicional para que não se repita os mesmos problemas e falhas, sabendo valer-se dasferramentas e tecnologias de comunicação e informação na prática educativa.

O professor, por estar inserido no contexto educacional e por ter sua formaçãoteórico/prática na socialização do conhecimento, precisa se apropriar dessa nova ferramentapedagógica. Ele deve assumir as mesmas funções, assim como um profissional de

educação presencial, mas deve estar capacitado para lidar com as novas tecnologias,acompanhar sua constante evolução, se adaptando à geração web e sabendo utilizar a gamade possibilidades que se abre através das diferentes ferramentas e ambientes virtuais deaprendizagem.

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Estudos sobre EAD apontam a importância do papel do professor no sucesso daaprendizagem e na manutenção dos alunos no processo, para além das variadasferramentas e plataformas de aprendizagem disponíveis. É fundamental que o professor domine bem o conteúdo e as ferramentas para que possa motivar os alunos, que conheçaem profundidade todas as possibilidades existentes para elaborar estratégias para umaproveitamento eficaz, fomentando assim a interatividade e explorando o potencialoferecido pelas tecnologias digitais.

  A qualificação, o comprometimento e o envolvimento são essenciais paradesenvolver uma prática educativa de boa qualidade. De pouco vale o professor dominar as diferentes ferramentas tecnológicas se não conseguir envolver e instigar seus alunosnesse processo de ensino-aprendizagem. Nem mesmo a melhor ferramenta surtirá o efeitoesperado se os alunos não se sentirem confortáveis e perceberem a sua importância. Se oprofessor não compreende as mudanças na aquisição do conhecimento provocadas pelastecnologias, não conseguirá apropriar-se dos benefícios proporcionados.

É preciso que o professor se situe de forma definida e organizada dentro dessecontexto e também encontre maneiras de encaixar-se de forma a beneficiar-se com aEducação a Distância. Diante dessa nova forma de ensino, que a cada dia se faz maispresente em variados contextos, um enorme desafio se apresenta aos professores. Emmeio a inúmeras tarefas e compromissos, é necessário conhecer e aprender a lidar comessa nova modalidade de ensino, encarando-a como uma aliada, como outra forma deensino-aprendizagem, facilitadora, com inovadores recursos pedagógicos, os quais sebem utilizados, juntamente com profissionais bem preparados, podem promover umaeducação a distância efetiva e de qualidade.

Uma mudança de paradigma, muitas vezes, não é facilmente assimilada. Aevolução tecnológica a favor da EAD é uma realidade que o professor comprometido com oconhecimento deve aliar a sua prática, utilizando como uma nova e eficiente ferramenta detrabalho que veio para somar e não substituir..

Ferramentas de EAD

No contexto da Educação a Distância são diversas as possibilidades que asferramentas digitais proporcionam às vivências de ensino e aprendizagem em ambientesonline, e reúnem, de modo geral, uma série de estratégias que visam facilitar experiênciassignificativas nesses espaços educativos.

Utilizando programas e aplicativos que ampliam os momentos de interação em

síncronos e/ou assíncronos, ou seja, simultaneamente e/ou em tempos diferentes, essasferramentas potencializam as atividades vivenciadas nos ambientes online deaprendizagem quando subvertem a lógica de espaço e tempo comuns ao ensinopresencial ao possibilitar uma reconfiguração da ordem historicamente estabelecida nasinstituições de ensino formal.

Na atualidade, há várias ferramentas que integram as mais variadas funções como,por exemplo, troca de mensagens e comunicação (Elluminate, Orkut, Twitter,Windows Live Messenger ), construção de textos coletivos (Wikipédia, Wikispaces),criação e compartilhamento de materiais variados ( Authorstream, Scribd , VoiceThread ,Xtranormal, Youtube), plataformas de ensino a distância ( Amadeus, Ensinar, Moodle),

ambientes alternativos de publicação (Blogger, Issuu).

Essas inúmeras funcionalidades permitem que os diferentes estilos deaprendizagem dos alunos que optam pela educação a distância sejam contemplados, uma

Skype,

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vez que esse coletivo possui formas particulares e diferenciadas de construir oconhecimento.

Porém, para que o potencial de mobilização cognitiva dessas ferramentas seja defato aproveitado, é necessária a contextualização do seu uso, a adequação ao públicoalvo e a consequente integração da equipe multidisciplinar na organização das atividadesa serem propostas, fundamentadas teoricamente e alinhadas com os objetivos do curso

em questão.

Talvez seja nessa direção que as ferramentas de EAD possam promover a granderevolução, provocando novas pessoas para criarem e ofertarem gratuitamente conteúdoseducativos, profissionalizantes e lúdicos capazes de superar as barreiras culturais epromover uma democracia digital. De outro modo, é necessário que os conteúdos de EADpossam dispor de uma ambiente tecnológico rápido, seguro e com custo acessível a todasociedade.

O futuro da EAD no Brasil

Nos últimos anos as tecnologias de comunicação e informação vão se impondocomo instrumentos presentes na vida de todas as pessoas, e a educação não poderia ficar excluída dos benefícios que vem acontecendo com o advento das novas tecnologias.

O futuro da EAD no Brasil é bem promissor, embora exista alguma limitações atendência é que essa modalidade de ensino se insira cada vez mais no contexto de ensinoe aprendizagem brasileiro.É necessário ressaltar que para que essa inserção ocorra demodo satisfatório alguns fatores devem ser levados em consideração como:docentesbem qualificados,programas governamentais que visem popularizar o acesso a internet,material didático bem planejado e incentivo ao desenvolvimento da autonomia do aluno.

 A presença da EAD no Brasil tende a ganhar mais espaço, pois essa modalidadede ensino de adéqua ao modo de vida corrido das pessoas e permite que elas organizemseus horários de acordo com as suas possibilidades.

Fica claro que existem grandes oportunidades para a EAD no Brasil, haja vista adimensão continental de nosso território. A EAD guarda em si a característica de contrair fronteiras, resultando na aproximação virtual entre o professor e aluno, onde ambos sãoplenamente responsáveis pelo bom desenvolvimento da relação. No entanto, a EAD,dada a sua estrutura, demanda muito mais responsabilidade por parte do primeiro.

O ensino a distância no Brasil possui bons prognósticos. Esta modalidade vem

crescendo gradualmente através da última década. Tal crescimento acompanhou ainstituição de um marco legal – uma legislação que viesse a tratar de suaoperacionalidade. Porém, esta legislação ainda possui pontos a serem ajustados.

 Apesar disso, vemos como um entrave considerável ao futuro da EAD no Brasil omesmo fator que impulsiona a EAD em nosso país: a dimensão territorial. Por quê?Porque esta dimensão territorial está no cerne da questão sobre a desigualdade regional eeconômica. Nosso país ainda é bastante desigual no que toca ao acesso às novastecnologias, repercutindo no crescimento da EAD no Brasil.

  A situação acima destacada pode ser facilmente exemplificada através da

exposição de alguns dados: O Nordeste é a segunda região do país em contingentepopulacional. O Sul e o Centro-Oeste, quando comparados ao Nordeste, ambos comcontingentes populacionais menores, possuem uma quantidade de cursos muito maior que o Nordeste. O Sul conta com 413 cursos, enquanto o Centro-Oeste conta com 318. O

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Nordeste figura na lista com apenas 178, ultrapassando apenas a região Norte. Por suavez, esta última região possui um contingente populacional maior que o da regiãoCentro-Oeste. Devemos ter em mente que as duas regiões “nortistas”, Nordeste e Nortesão as que enfrentam maiores problemas com a pobreza e com a universalização, comqualidade, da educação. Assim, consistem em duas regiões que demandariam mais aferramenta de EAD – em especial a Região Norte com seu largo território.

Dadas as considerações realizadas acima, entendemos que o futuro da EADperpassa pela esfera política. Esta deve estimular esta modalidade, visando, justamente, diminuir as desigualdades existentes entre as regiões em nosso país. Jáestá mais do que provado que educação correlaciona-se positivamente a um aumentode renda – elevando consumo, favorecendo a economia e gerando desenvolvimentoendógeno. Torna-se, assim, imperativo a necessidade de que cursos sejamestabelecidos justamente nas regiões mais carentes de nosso país: assim tomando ofuturo da EAD associado ao Futuro do Brasil.

 A EAD no Brasil está cada vez mais contribuindo para difundir e democratizar oconhecimento que até então normalmente encontrava-se entre quatro paredes (tambémconhecido como salas de aulas), e que nem sempre era acessível, não apenas por causadas mensalidades, mas por outros valores e fatores que encarecem, como: transporte,lanche, apostilas, distancia, e principalmente o tempo.

Este novo instrumento de ensino veio trazer oportunidades tanto para os alunosquanto para os professores, que se viram diante de uma modalidade nova, que nãohavia feito parte ate então de seu ensino. Muitos profissionais, principalmente da área deensino de repente se viram desatualizados e tiveram que correr para se capacitar eassim acompanhar seus alunos e suas profissões.

Referências

 ALMEIDA, Maria Elizabeth Biancocini de. Educação a distância na internet:abordagens e contribuições dos ambientes digitais de aprendizagem. In: Educação ePesquisa, São Paulo, v.29, n.2, p.327-340, jul./dez. 2003.

? MORAN. José Manuel. Avaliação do Ensino Superior a Distância no Brasil.Disponível em: . Acessado em 03 de junho de 2011

(*) Colaboraram neste texto os seguintes alunos da 5a. Turma Explorando o Universo daEducação a Distância: Ana Maria Timbó Duarte, Ana Paula Rufino dos Santos, Antônia Helena Cassiano de Souza, CarolineBother do Amaral, Diana Diógenes Góis , Fernando Augusto Semente Lima, Gabriela Carvalho,Ivaneide Ferreira Farias, Jorge Edson da Costa Garcia, Karine Goettert Neto, Lídia Gonçalves Martins,Márcia Maria da Cunha, Márcio Alexandre da Cruz, Marjorie Paranhos da Rosa Schenfeed, MartaElizabeth Sousa e Silva, Maximilian da Rocha Gomes, Patrícia Maria da Silva Caldas, Sônia Maria

Silva, Sthenio José Ferraz Magalhães, Viviane Gonçalves de Araújo Jesus.

h t t p : / / w w w . s l i d e s h a r e . n e t / a n d r e a k a g i / 1 0 0 - f e r r a m e n t a s - p a r a - e a d

http://www.eca.usp.br/prof/moran/avaliacao.htm