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Unidade 3 Adolescentes e a proteção no âmbito das políticas públicas 49 A PROTEÇÃO DE ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE RISCO PELO ENVOLVIMENTO COM DROGAS Maria Inês Gandolfo Conceição Maria Cláudia Santos Lopes de Oliveira Agora que compreendemos melhor os conceitos de adolescência e o papel da família e da escola nesse pro- cesso de desenvolvimento, passemos a discutir o tema da proteção necessária aos adolescentes em situação de risco pelo envolvimento com drogas e violência. Nosso objetivo é contextualizar as ações de proteção nas políticas públicas, expressas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e nas diretrizes do governo brasileiro para a Saúde, Educação e Trabalho. Para isso procuramos discutir os referenciais da proteção integral, a partir do ECA e da revisão de políticas públicas brasileiras atuais para a adolescência e a juventude. Histórico das políticas de atendimento às crianças e aos adolescentes em risco social Até muito recentemente, não havia, na legislação brasileira, instrumentos jurídicos que apresentassem os deveres do Estado em relação à infância e à adolescência. Os poucos documentos existentes se focavam na chamada “situação irregular”, casos de violência, risco ou abuso, condições em que se passava da situação social de crianças e adolescentes à de “menores”. n Antes da década de 1980 As crianças das classes populares eram representadas como “bandidos em potencial”. Considerava-se que, se essas crianças fossem afastadas de seus lares, por meio da institucionalização, as situações de risco as- sociadas à pobreza seriam prevenidas. As famílias, por suas condições precárias de vida, eram consideradas incompetentes para promover o desenvolvimento adequado das crianças. Assim, a responsabilidade pela si- tuação de risco era atribuída exclusivamente à família, abertamente desqualificada em sua função. Hoje, essa responsabilidade se amplia também para o sistema social vigente. As políticas públicas no setor limitavam-se a combater os sintomas da marginalidade, sem atacar propriamente suas bases. n No início dos anos 1980 O instrumento jurídico que passou a inspirar as práticas sociais na abordagem da questão foi o Código de Me- nores, criado em outubro de 1979, cujo texto se orientava, fundamentalmente, para a integração sociofamiliar do “menor”, modificando a visão do problema. Na realidade, o Código trouxe poucas transformações às ações correntes. As principais críticas a ele feitas, pelos documentos que fundamentaram a criação do atual Estatuto da Criança e do Adolescente, centram-se no seu caráter arbitrário e na adoção das noções de menor em situ- ação irregular e de periculosidade, o que legitimava qualquer mandado judicial de reclusão. A mobilização da sociedade civil para promover mudanças na linha de atuação com os menores, iniciada em 1980, consolidou-se na Constituição de 1988, que prevê e propõe políticas sociais e ações especiais com vistas à garantia de direitos à infância e à adolescência. Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA Inovações do ECA As principais inovações do ECA do ponto de vista jurídico foram os avanços na explicitação e na regulamenta- ção dos direitos e garantias das crianças e dos adolescentes. Passa-se a considerá-los como seres humanos em desenvolvimento, portanto, dignos de proteção especial pela família, sociedade e Estado, em regime de responsabilidade compartilhada.

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  • Unidade 3 Adolescentes e a proteo no mbito das polticas pblicas 49

    A PROTEO DE ADOLESCENTES EM SITUAO DE RISCO PELO ENVOLVIMENTO COM DROGAS

    Maria Ins Gandolfo Conceio Maria Cludia Santos Lopes de Oliveira

    Agora que compreendemos melhor os conceitos de adolescncia e o papel da famlia e da escola nesse pro-cesso de desenvolvimento, passemos a discutir o tema da proteo necessria aos adolescentes em situao de risco pelo envolvimento com drogas e violncia.

    Nosso objetivo contextualizar as aes de proteo nas polticas pblicas, expressas no Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA) e nas diretrizes do governo brasileiro para a Sade, Educao e Trabalho. Para isso procuramos discutir os referenciais da proteo integral, a partir do ECA e da reviso de polticas pblicas brasileiras atuais para a adolescncia e a juventude.

    Histrico das polticas de atendimento s crianas e aos adolescentes em risco social

    At muito recentemente, no havia, na legislao brasileira, instrumentos jurdicos que apresentassem os deveres do Estado em relao infncia e adolescncia. Os poucos documentos existentes se focavam na chamada situao irregular, casos de violncia, risco ou abuso, condies em que se passava da situao social de crianas e adolescentes de menores.

    n Antes da dcada de 1980

    As crianas das classes populares eram representadas como bandidos em potencial. Considerava-se que, se essas crianas fossem afastadas de seus lares, por meio da institucionalizao, as situaes de risco as-sociadas pobreza seriam prevenidas. As famlias, por suas condies precrias de vida, eram consideradas incompetentes para promover o desenvolvimento adequado das crianas. Assim, a responsabilidade pela si-tuao de risco era atribuda exclusivamente famlia, abertamente desqualificada em sua funo. Hoje, essa responsabilidade se amplia tambm para o sistema social vigente. As polticas pblicas no setor limitavam-se a combater os sintomas da marginalidade, sem atacar propriamente suas bases.

    n No incio dos anos 1980

    O instrumento jurdico que passou a inspirar as prticas sociais na abordagem da questo foi o Cdigo de Me-nores, criado em outubro de 1979, cujo texto se orientava, fundamentalmente, para a integrao sociofamiliar do menor, modificando a viso do problema. Na realidade, o Cdigo trouxe poucas transformaes s aes correntes. As principais crticas a ele feitas, pelos documentos que fundamentaram a criao do atual Estatuto da Criana e do Adolescente, centram-se no seu carter arbitrrio e na adoo das noes de menor em situ-ao irregular e de periculosidade, o que legitimava qualquer mandado judicial de recluso.

    A mobilizao da sociedade civil para promover mudanas na linha de atuao com os menores, iniciada em 1980, consolidou-se na Constituio de 1988, que prev e prope polticas sociais e aes especiais com vistas garantia de direitos infncia e adolescncia.

    Estatuto da Criana e do Adolescente ECA

    Inovaes do ECA

    As principais inovaes do ECA do ponto de vista jurdico foram os avanos na explicitao e na regulamenta-o dos direitos e garantias das crianas e dos adolescentes. Passa-se a consider-los como seres humanos em desenvolvimento, portanto, dignos de proteo especial pela famlia, sociedade e Estado, em regime de responsabilidade compartilhada.

  • 50 Mdulo 1 O educando como sujeito em desenvolvimento: famlia, escola e polticas pblicas

    A viso da proteo integral

    A grande transformao advinda da criao do novo estatuto a mudana no enfoque: em vez de proteger a sociedade dos menores infratores, prope-se garantir a proteo criana e ao adolescente na condio de seres em desenvolvimento. Esses passam a ser concebidos no mais como meros objetos de medidas judi-ciais e sim como pessoas de direito.

    Como lei ordinria, o ECA d corpo aos dispositivos da Constituio Brasileira de 1988, que garantem s crian-as e aos adolescentes direitos relativos a todas as dimenses do desenvolvimento humano: fsica, intelectual, emocional, moral, espiritual e social.

    Participao da sociedade

    Outro grande avano dado pela nova lei diz respeito s aes complementares entre a sociedade civil e o governo por meio dos Conselhos de Direito e Tutelar. Com a mudana no papel da sociedade em relao proteo integral da infncia e da adolescncia, sua participao nas aes deixa de ser apenas voluntria e filantrpica e torna-se ativa e comunitria. A lei ressalta a importncia das aes conjuntas do governo e da sociedade.

    Princpios filosficos do ECA

    a) Crianas e adolescentes so cidados e sujeitos de direitos, tais como: direito vida, sade, educao, lazer, participao cultural e dignidade.

    b) Envolvimento de toda a sociedade na garantia desses direitos.

    c) Descentralizao e cooperao entre os rgos na formalizao de polticas e no atendimento criana e ao adolescente. Devem-se promover parcerias entre os Conselhos Tutelares e dos Direitos da Criana e do Adolescente, constitudos em nvel municipal e estadual, e os rgos no-governamentais, que atuam na execuo e terceirizao de servios.

    d) Criao de novos mecanismos de controle e fiscalizao da aplicao das normas pertinentes infncia e juventude, dos quais um deles o Ministrio Pblico, de carter administrativo, ou seja, sem a interveno do juzo, e o outro, de carter judicial, com apreciao da autoridade judiciria.

    e) Substituio do modelo da sano pelo da proteo: definio dos agentes sociais responsveis pela proteo famlia, sociedade e Estado com diviso de responsabilidades e papis especficos;

    nfase na preveno e na promoo social em lugar da sano, por meio da educao, nas instituies sociais encarregadas, bem como na Justia.

    f) Mudanas nos termos de referncia: criana e adolescente, em lugar de menor. sujeito em conflito com a lei, em lugar de delinquente. ato infracional, em lugar de delito. medida socioeducativa, em lugar de pena ou punio.

  • Unidade 3 Adolescentes e a proteo no mbito das polticas pblicas 51

    Essas mudanas visam superar os preconceitos em torno das crianas e adolescentes pobres e marginaliza-dos, objetos privilegiados das aes vinculadas ao Cdigo anterior. Passam a caracterizar todas as crianas e adolescentes como dignos da proteo da sociedade, que deve fornecer-lhes plenos meios de promoo do desenvolvimento integral.

    Medidas em defesa dos direitos da criana e do adolescente

    Para garantir os direitos das crianas e adolescentes, o ECA estabelece medidas especficas de proteo e medidas socioeducativas.

    Medidas de proteo

    Essas medidas tm por objetivo prevenir o desrespeito aos direitos, por meio de aes que vo desde a orien-tao e o acompanhamento s crianas, aos adolescentes e a seus pais, com o envolvimento de programas comunitrios de apoio famlia, at o abrigo em entidades ou a colocao em famlia substituta.

    No caso de comprovado envolvimento com drogas, o ECA prev o encaminhamento do adolescente a progra-mas de orientao e tratamento.

    Medidas socioeducativas

    So aplicadas pelo juiz da Vara da Infncia e Juventude medidas socioeducativas quando se verifica a prtica de ato infracional pelo adolescente.

    Variam desde a simples advertncia, passando por obrigao de reparar o dano, prestao de servios co-munidade, liberdade assistida, at a internao em estabelecimento educacional, em regime de privao de liberdade, conforme as circunstncias e gravidade do ato.

    A evoluo das medidas socioeducativas depender da resposta do sujeito interveno da Justia (bom comportamento, matrcula e frequncia escola, apoio de sua famlia e de outras redes sociais etc.); depende-r tambm da diligncia do tcnico responsvel pelo acompanhamento da medida e do prprio juiz da infncia e da adolescncia, que tem o poder de suspender ou conceder progresso de medida.

    A viso da proteo e o adolescente em risco pelo uso de drogas

    Na atualidade, percebe-se a estreita relao entre a prtica de ato infracional e o uso abusivo de drogas. A especificidade dessa relao nos solicita uma reflexo consistente:

    Como, historicamente, a sociedade brasileira tem considerado o adolescente usurio de drogas?

    A compreenso sobre o fenmeno do consumo de drogas esteve, por muito tempo, limitada a uma relao linear do tipo causa e efeito e negligenciou-se a complexidade das relaes envolvidas no fenmeno. Essa perspectiva da complexidade dos fenmenos relacionados com o uso de drogas, que vai alm do usurio e da droga, ser aprofundada mais adiante.

  • 52 Mdulo 1 O educando como sujeito em desenvolvimento: famlia, escola e polticas pblicas

    Usurio Traficante Ao se considerar a questo das drogas, importante diferenciar o usurio do traficante.

    O usurio a pessoa que adquire a droga para consumo prprio, seja dependente ou no.

    O traficante aquele que produz ou comercializa determinada droga ilcita.

    Para a Justia determinar se a droga destina-se ao consumo pessoal, no caso de maiores de idade, neces-srio analisar a quantidade da substncia, as condies da apreenso e as circunstncias sociais e pessoais do portador.

    Para mais informaes, veja a Lei n. 11.343/06 e/ou acesse o site:

    Penas alternativas para usurios e dependentes

    A legislao brasileira sobre drogas, datada da dcada de 1970, no fazia a diferenciao entre traficantes, usurios e dependentes para efeitos criminais. As novas polticas e legislaes tm gerado uma mudana de paradigma: propem a extino da pena de priso para usurios e dependentes que sero submetidos a penas alternativas e encaminhados a tratamento mdico gratuito no compulsrio.

    Nesse aspecto, as propostas da Organizao Mundial da Sade (OMS) e as polticas pblicas brasileiras con-vergem, ao tratarem o dependente como doente e no como delinquente. Assim, os usurios e dependen-tes de drogas que foram outrora tratados como bandidos passam a ser considerados pessoas que precisam de ajuda ou orientao.

    Embora a nova abordagem contribua para uma viso mais humanitria dessas pessoas, a sociedade continua a considerar o usurio de drogas criminoso, moralmente desajustado, patrocinador do trfico etc.

    Adolescente usurio de drogas

    Para o adolescente, as drogas, tanto lcitas como ilcitas, fazem parte da vida social, das festividades, da inser-o no grupo, embora nem todos faam uso delas.

    Em geral, o adolescente tem resistncia em admitir que o uso de drogas pode lhe causar problemas e gerar uma dependncia, o que dificulta a abordagem da questo. Alm disso, o preconceito em torno do usurio

  • Unidade 3 Adolescentes e a proteo no mbito das polticas pblicas 53

    refora a clandestinidade em que se inserem as prticas de consumo e limita nossa compreenso mais global do fenmeno e as possibilidades de interveno.

    Historicamente, o adolescente usurio de drogas tem sido tratado ora como doente, ora como criminoso e as abordagens que acompanham essa viso dualista tm-se mostrado insuficientes e ineficazes na preveno e no encaminhamento de solues para o uso de drogas.

    A viso da proteo e o adolescente em risco pela violncia

    Mortalidade juvenil novos padres

    As estatsticas tm mostrado que, ao contrrio do que se diz, os jovens brasileiros so muito mais vtimas da violncia do que agressores. O Mapa da Violncia produzido pela UNESCO-Brasil, em fevereiro de 2002, revela:

    Enquanto a taxa global de mortalidade da populao brasileira caiu de 633 para 573 bitos em 100 mil habi-tantes, em duas dcadas (de 1980 a 2000), a taxa referente aos jovens cresceu, passando de 128 para 133 mortes, a cada 100 mil habitantes, no mesmo perodo, fato j altamente preocupante. Ademais, a mortalidade entre os jovens no s aumentou, como tambm mudou sua configurao. A partir desse fato, pode-se verifi-car que h novos padres de mortalidade juvenil.

    As epidemias e doenas infecciosas, que eram as principais causas de morte entre os jovens h cinco ou seis dcadas, foram sendo substitudas, progressivamente, pelas denominadas causas externas de mortalidade, principalmente os acidentes de trnsito e os homicdios.

    Importante

    Os dados do Subsistema de Informao sobre Mortalidade permitem verificar as causas externas de mortalidade (acidentes de trnsito e homicdios).

    Em 1980, as causas externas j eram responsveis por 52,9% do total de mortes de jovens no Pas. Vinte anos depois, dos 45.310 bitos juvenis, 31.851 foram originados por causas externas, por isso esse percentual se elevou de forma drstica. Em 2000, acima de 2/3 das mortes (70,3%), entre nossos jovens, ocorreram por causas externas, das quais a principal o homicdio.

    No conjunto da populao, somente 12,2% do total de mortes no Pas so atribuveis a causas externas. J entre os jovens, tais causas so responsveis por mais de 70% dos bitos.

    Se na populao total o homicdio a causa de 4,7% dos bitos, entre os jovens, chega a 39,3% das mortes.

    Em alguns estados como Pernambuco, Esprito Santo, Rio de Janeiro e So Paulo, as mortes de jovens por homicdio representam cerca de 50% ou mais. Os acidentes de transporte so responsveis por 14,2% dos bitos juvenis, e os suicdios, por 3%. Em conjunto, essas trs causas so responsveis por mais da metade dos bitos juvenis.

    Esses dados evidenciam que, entre os jovens, at o direito vida se encontra em risco e necessita de ateno especial.

    Onda jovem no Brasil

    A partir da dcada de 1980, a sociedade brasileira empreendeu grandes esforos na consolidao de polti-cas pblicas voltadas reduo da mortalidade na primeira infncia. Doenas como a poliomielite e grande parte das viroses infantis foram erradicadas. Um importante trabalho de sade da famlia foi desenvolvido nas diferentes regies do Pas para reduzir as mortes por desidratao, problemas da gua e baixa qualidade nutri-cional. Essas aes, aliadas universalizao da educao bsica (em 1996 alcanou-se o recorde brasileiro

  • 54 Mdulo 1 O educando como sujeito em desenvolvimento: famlia, escola e polticas pblicas

    de matrculas escolares, com 96% das crianas em idade escolar na escola), contriburam para que o Brasil, durante a dcada de 1990, alcanasse a chamada onda jovem.

    Esse fenmeno ocorre quando certo pas atinge, como resultado do aumento da qualidade e expectativa de vida, um ponto timo na relao entre populao jovem e idosa, de tal forma que a economia nacional pode contar com um nmero expressivo de trabalhadores jovens e de baixa remunerao, quando a gerao anterior ainda se encontra em idade produtiva, o que dispensa altos investimentos em previdncia social.

    Diferentemente de outros pases, como os chamados tigres asiticos, cujo acelerado desenvolvimento eco-nmico pegou carona na onda jovem, no Brasil deixamos de aproveitar essa oportunidade, no apenas em decorrncia da falta de postos de trabalho para o jovem, fruto da economia recessiva, mas tambm porque estamos perdendo uma parte de nossos jovens pelo acirramento da violncia e das prticas de risco, que no conseguimos evitar.

    Consideraes finais Esperamos ver esse quadro alterado com as recentes aes de valorizao da juventude implementadas nos ltimos anos. As propostas aprovadas pela IV Conferncia Nacional dos Direitos da Criana e do Adolescente (2002) se resumem no Pacto pela Paz, que envolve uma agenda de enfrentamento da violncia, da qual crianas e adolescentes so considerados as maiores vtimas.

    Entre as aes, encontramos o Estatuto da Juventude, que foi discutido durante o primeiro semestre de 2004 na Comisso Especial de Polticas Pblicas para a Juventude da Cmara dos Deputados. O Estatuto tem o objetivo de propor e acompanhar a consolidao de polticas nas reas de sade, educao, trabalho e justia, entre outras, como parte do Plano Nacional da Juventude.

    Uma grande conquista recente para os jovens brasileiros foi a promulgao da Proposta de Emenda Consti-tucional (PEC) da Juventude pelo Congresso Nacional, em 13 de julho de 2010. A PEC, agora transformada na Emenda Constitucional n. 65, insere o termo jovem no captulo dos Direitos e Garantias Fundamentais da Constituio Federal, suprindo uma lacuna e assegurando ao segmento direitos que j foram garantidos cons-titucionalmente s crianas, adolescentes, idosos, indgenas e mulheres.

    Destaca-se ainda o Programa Primeiro Emprego, que visa a envolver empresas de diferentes portes em par-ceria com o Governo Federal, na oferta de postos de trabalho a adolescentes e jovens de 16 a 24 anos sem experincia prvia.

    Esses so alguns exemplos de que o quadro preocupante em torno das condies de vida dos jovens brasilei-ros pode vir a se alterar, em breve, de modo favorvel a eles e sociedade. Para a efetiva concretizao dessas propostas, fundamental que a sociedade civil organizada exera sua responsabilidade no acompanhamento e controle social das polticas e aes.

    tarefa de todos transpor essas propostas do papel para a realidade, de modo que criem impacto efetivo na qualidade de vida e perspectiva de futuro dos jovens e adolescentes.