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Piracicaba2013

ISSN 1414-4530Universidade de São Paulo - USPEscola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - ESALQDivisão de Biblioteca - DIBD

Série Produtor Rural - nº 54

A Cultura da Melancia

Gustavo Narcizo Ferrari1

Eduardo Suguino2

Adriana Novais Martins3

Rafael Compagnol4

Fernanda de Paiva Badiz Furlaneto5

Keigo Minami6

1 Eng. Agrônomo, Prefeitura Municipal de Dois Córregos, SP2 Pesquisador Científico, Dr., APTA Centro Leste, Ribeirão Preto, SP3 Pesquisadora Científica, Dra., APTA Centro Oeste - UPD de Marília, SP4 Eng. Agrônomo, Me., Departamento de Produção Vegetal - ESALQ/USP, Piracicaba,

SP5 Pesquisadora Científica, Dra., APTA Centro Oeste - UPD de Marília, SP6 Prof. Titular, Departamento de Produção Vegetal - ESALQ/USP, Piracicaba,

SP

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DIVISÃO DE BIBLIOTECA - DIBDAv. Pádua Dias, 11 - Caixa Postal 9

13.418-900 - Piracicaba - [email protected] • www.esalq.usp./biblioteca

Revisão e Edição

Foto Capa

Layout Capa

Editoração Eletrônica e

Digitalização de Imagens

Impressão e Acabamento

Tiragem

Eliana Maria Garcia

Júlia Martins Pinheiro da Silveira

José Adilson Milanêz

Maria Clarete Sarkis Hyppolito

Serviço de Produções Gráficas - ESALQ

300 exemplares

Dados Internacionais de Catalogação na PublicaçãoDIVISÃO DE BIBLIOTECA - ESALQ/USP

A cultura da melancia / Gustavo Narcizo Ferrari ... [et al.] . - - Piracicaba: ESALQ -Divisão de Biblioteca, 2013.

62 p. : il. (Série Produtor Rural, nº 54)

Bibliografia.ISSN 1414-4530

1. Fruticultura 2. Melancia I. Ferrari, G. N. II. Suguino, E. III. Martins, A. N. IV.Campagnol, R. V. Furlaneto, F. de P. B. VI. Minami, K. VII. Escola Superior de Agricultura“Luiz de Queiroz” - Divisão de Biblioteca VIII. Título IX. Série

CDD 635.615 S485

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SUMÁRIO

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APRESENTAÇÃO..................................................................................

1 INTRODUÇÃO .....................................................................................

2 CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA .............................................................

3 ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA .......................................

4 CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DA PLANTA ............................

5 CLIMA ..................................................................................................

6 SOLOS E ADUBAÇÃO ..........................................................................

7 CULTIVARES E HÍBRIDOS...................................................................

8 IMPLANTAÇÃO DA CULTURA .............................................................

9 PROPAGAÇÃO......................................................................................

10 ESPAÇAMENTOS ............................................................................

11 TRATOS CULTURAIS ........................................................................

12 IRRIGAÇÃO ......................................................................................

13 DISTÚRBIOS FISIOLÓGICOS ..........................................................

14 PRAGAS............................................................................................

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22 COMERCIALIZAÇÃO E CUSTO DE PRODUÇÃO ...............................

17 MINI MELANCIAS .............................................................................

15 DOENÇAS .....................................................................................

16 COLHEITA......................................................................................

18 MANEJO PÓS-COLHEITA E CLASSIFICAÇÃO .................................

19 COMPOSIÇÃO DA POLPA .............................................................

20 UTILIDADES E USOS ........................................................................

21 PROPRIEDADES MEDICINAIS .........................................................

REFERÊNCIAS .................................................................................

23 CONCLUSÃO..................................................................................

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5A Cultura da Melancia

As cucurbitáceas ocupam lugar de destaque naagricultura nacional, sendo seus produtos de grandeaceitação popular. Neste cenário, destaca-se a culturada melancia (Citrullus lanatus), que carrega consigogrande importância econômica e social em muitasregiões brasileiras. O fruto é muito apreciado, devidoao seu agradável sabor, além de seu custo e benefíciosserem atraentes.

Originária da África foi trazida para o Brasil pelosescravos e, hoje, nosso país é um grande produtor demelancia, sendo destaques os estados de Goiás,Bahia, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Neste boletim, procuramos mostrar a importânciada cultura para o planalto paulista, região de destaqueem produção, além de informações sobre as chamadasmini-melancias, produto ideal para suprir um nichoespecífico de mercado, formado entre outros, porfamílias pequenas.

Com objetivo de informar e auxiliar produtoresrurais e outros interessados, algumas informaçõessobre esta cultura, divulgadas por técnicos epesquisadores, foram aqui reunidas, de maneira queos leitores poderão conhecer um pouco mais sobre aplanta, seu cultivo, tratos culturais, colheita ecomercialização.

Nesta publicação, em especial, agradecemos aempresa Takii do Brasil Ltda. (http://www.takii.com.br), que por meio do seu funcionárioIlson Tayra nos forneceu as fotos que ilustram partedeste trabalho.

Os autores

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6 A Cultura da Melancia

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OO Brasil é um dos poucos países que pode suprir

a demanda de frutas frescas, hortaliças, grãos e seusderivados em âmbito nacional e internacional. Dessaforma, a agricultura é, e continuará sendo, peçafundamental para o crescimento da economia do país.Como principais características podem ser destacadaso seu poder de gerar emprego, divisas, arrecadardinheiro, além de ser fonte de alimentação.

Com o passar dos anos o setor agrícola cresce,aprimora-se, na busca de maior produtividade equalidade em seus produtos. Nesse cenário, aolericultura é um dos principais setores (FILGUEIRA,2000). Uma cultura destaque é a melancia (Citrullus

lanatus), cultivada por grandes, médios ou pequenosprodutores. Segundo o Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE), em 2009, os principaisestados produtores de melancia foram o Rio Grandedo Sul (455 mil toneladas), Bahia (399 mil toneladas),Goiás (241 mil toneladas), São Paulo (160 mil toneladas)e Pará (109 mil toneladas), sendo que nestes estados aprodutividade média é de aproximadamente 23toneladas por hectare (IBGE, 2011).

É uma atividade agrícola de grande importânciaem nosso país, apresentando características únicas,por exemplo, a freqüente parceria, em algumasregiões produtoras, entre agricultores de pequenoporte e pecuaristas, sendo que essa união consistena implantação da cultura em áreas de pastagensdegradadas. Em troca da ocupação temporária, oproprietário recebe a área recuperada e em melhorescondições. Esse acordo proporciona vantagens paraambos e por isso se torna rotineiro.

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Apesar de a melancia ser denominada pela populaçãocomo uma fruta, na verdade ela é uma hortaliça pertencenteà família Cucurbitaceae, a mesma do melão (Cucumis

melo), pepino (C. pepo), chuchu (Sechium edulis), abóboras(Cucurbita moschata L.), entre outros (FILGUEIRA, 2000).

Citada em várias histórias, diz a lenda que a melancia eraconsumida desde a Idade Antiga no Oriente Médio, na Índiae Rússia. Devido ao fruto ser composto principalmente porágua era utilizado para saciar a sede dos viajantes e dapopulação em época da seca no antigo Egito.

7A Cultura da Melancia

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Reino: Plantae

Filo: Magnoliophyta

Classe: Magnoliopsida

Ordem: Cucurbitales

Família: Cucurbitaceae

Sub-família: Cucurbitoideae

Gênero: Citrullus

Espécie: Citrullus lanatus

Variedade: C. lanatus var. lanatus

8 A Cultura da Melancia

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Dias et al. (2001) relatam que foramencontradas sementes de melancia as margensdo rio Nilo, datadas de 6.000 a.C, sendo que seuponto de partida foi a África de onde se dispersoupara Índia. Posteriormente, no Século X ou XI,documentaram seu cultivo em Córdoba e Sevilha,além de China e restante da Europa. Presente nasAméricas desde 1.600 d.C, a melancia foi trazidapelos desbravadores.

Há relatos de sua origem na África tropical,entretanto foi encontrada na forma selvagem nosdois hemisférios, sendo cultivada por povoadosna região mediterrânea (ARAÚJO, 1989).

No Brasil, inicialmente foi introduzida porescravos e mais tarde, cultivares melhorados(americanos) foram trazidos por agricultoressulistas que se fixaram no interior de São Paulo,mais precisamente na cidade de Americana.Atualmente é uma cultura cultivada em todoterritório nacional e na maioria dos países(FILGUEIRA, 2000).

9A Cultura da Melancia

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Planta de ciclo vegetativo anual, rasteira,com ramas que podem alcançar 3 metros,compostas por folhas recortadas, gavinhasque tem a função de fixação no solo, sistemaradicular extenso, concentrado princi-palmente nos primeiros 30 cm (FILGUEIRA,2000). Porém, em solos profundos, as raízespodem se aprofundar em busca de água,podendo chegar até 1,2 m (ARAÚJO, 1989).

As flores são pequenas, solitárias,estando presentes nas ramas principais, naaxila das folhas (Figura 1). A produção deflores masculinas é maior se comparada àsfemininas (FILGUEIRA, 2000). De acordocom Dias et al. (2001), a melancieira podeapresentar flores masculinas, femininas ehermafroditas, mas na grande maioria dos

Figura 1 - Flor de melancia

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10 A Cultura da Melancia

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O fruto tem formato arredondado (Figura 2) ou alongado(Figura 3), e seu peso varia de 3 a 20 kg. É uma baga decasca espessa, a coloração é diversificada, e sãoencontradas no mercado com várias gradações de verde,rajadas ou com manchas amareladas. A polpa é carnosa eabundante, normalmente vermelha, podendo ser branco-rósea, amarela ou alaranjada dependendo da variedade.Independente da cor da polpa, o sabor se mantém, o que vaialterá-lo é a variedade, a adubação, irrigação, ponto dematuração, entre outros. Por não possuir cavidade, assementes se encontram juntas a parte comestível, sãopequenas, geralmente marrons, sendo encontradas emgrande quantidade, desde que o fruto não seja um híbridoestéril (FILGUEIRA, 2000).

cultivares comerciais, o florescimento é monóico (floresmasculinas e femininas separadas, porém na mesma planta).Elas se abrem após algumas horas do nascer do sol e sefecham ao entardecer; após esse período não desabrochammais, independente da ocorrência da polinização.

A maior porcentagem da polinização ocorre pela manhã,porém o estigma está receptivo durante todo o dia. Devidoao peso do pólen, o seu transporte é realizado exclusivamentepor abelhas, estimando-se necessários 1.000 grãos sobre oestigma para dar origem a um fruto perfeito e de qualidade(ARAÚJO, 1989).

11A Cultura da Melancia

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Segundo Castellane e Cortez (1995), a temperaturainfluencia diretamente nos processos da planta, desdea germinação até o sabor dos frutos. Para que nãohaja problemas no seu desenvolvimento, aconselha-se que a temperatura fique em torno de 20 a 30oC.

Por ser uma planta pouco tolerante ao frio, astemperaturas abaixo de 12oC paralisam seudesenvolvimento (COSTA; LEITE, s/d). Se por acasofor muito elevada (acima de 35oC), também traráprejuízos, e a formação de flores fica comprometida,havendo um predomínio de flores masculinas; e seisso for acompanhado por ventos quentes, o frutoterá transpiração elevada, um aumento da pressãointerna e haverá ruptura da casca (COSTA et al., 2006).

A umidade relativa favorável está em torno de 60-80%. Outro ponto importante é o fotoperíodo quefavorece o crescimento e florescimento da planta, diaslongos quentes e noites quentes (verão quente eseco) são ideais (COSTA et al., 2006).

Com o clima quente e com baixa umidade relativado ar, a planta produz frutos de alta qualidade comalto teor de açúcar e sabor, o que não acontece emáreas com clima frio e umidade elevada (FILGUEIRA,2000).

Em áreas onde predominam os ventos fortes nãose recomenda a instalação da lavoura, pois napresença deles a planta sofre danos mecânicos,favorecendo a entrada de patógenos nas regiõeslesionadas (COSTA; LEITE, s/d).

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A planta desenvolve-se melhor em solos leves ebem drenados, sendo bastante tolerante a acidez,porém recomenda-se em plantios comerciais fazer ouso do calcário para elevar a saturação de bases a70%. O adubo será disponibilizado para a planta deacordo com a necessidade da mesma, sendonecessário realizar periodicamente análises de solopara detectar os níveis de nutrientes existentes (TRANIet al., 1997; FILGUEIRA, 2000).

A adubação empregada pode ser de origemorgânica ou mineral, ambos trazem benefícios, sendoque o primeiro melhora a capacidade de armazenagemde água no solo, é fonte de energia paramicroorganismos úteis, melhora o arejamento e aestrutura física do solo, regula a temperatura, aumentaa CTC (capacidade de troca de cátions), entre outros.Já os fertilizantes minerais são produtos naturais ousintéticos que tem como função fornecer nutrientesàs plantas, sendo classificados de acordo com aquantidade de nutriente principal que possuem(MALAVOLTA et al., 2002).

De acordo com Trani et al. (1997), na cultura damelancia o agricultor primeiramente pode aplicar 30dias antes a semeadura uma adubação orgânica queconsiste em 20 a 40 ton/ha de esterco bovino bemcurtido ou 5 a 10 ton/ha de esterco de ave, depoiscom base na análise de solo verá a necessidade daadubação mineral (N, P, K). A adubação de coberturaserá realizada após a emergência das plantas, sendoparcelada em pelo menos 3 vezes, respectivamenteaos 15, 30 e 50 dias. De preferência usar o nitrogênio(N) na forma nítrica (nitrocálcio, nitrato de amônia,

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Tabela 1 - Adubação recomendada para a cultura da melancia

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4 – 80 – 30

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4 – 80 – 20

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P resinamg/dm3

K trocável no solo (cmolc/dm3)0 – 0,15 0,16 – 0,60 > 0,60

N – P2O5 – K2O (g/planta)

Fonte: adaptado de Trani et al. (1997) e Passos (1992)

14 A Cultura da Melancia

nitrato de potássio) e potássio (K). A quantidade de cadanutriente necessária em cada lavoura dependerá da análisede solo, cultivar utilizado e produtividade esperada.

As adubações de fósforo (P) e potássio (K) sãoessenciais, sendo que a aplicação do primeiro resulta a umaumento do fruto e do segundo na melhora do sabor equalidade (FILGUEIRA, 2000).

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Costa e Leite (s/d) relatam que devido à grandeadaptação em nosso país, os cultivares utilizados sãode origem americana e japonesa, mas também háopção pelos híbridos. Cada material apresentacaracterísticas únicas, diferindo assim uns dos outros.Dentre estas características destacam-se a coloraçãodo fruto e da polpa, formato, sabor e tolerância a certasdoenças e pragas. A escolha do cultivar dependerá doprodutor, clima regional, nível tecnológico, preferênciado mercado consumidor, entre outros.

Os cultivares são grupos de plantas semelhantesentre si, cujas características se mantém durante opassar dos anos; já os híbridos são materiais obtidospor cruzamentos controlados, entre duas linhagensescolhidas. Atualmente há uma preferência pelautilização de híbridos, pois apesar de serem mais carose mais exigentes em clima e fertilidade, apresentamuma uniformidade na produção, alta produtividade,precocidade além de resistência a certas doenças equalidades excepcionais, como os híbridos estéreis, queproduzem frutos sem semente (FILGUEIRA, 2000).

Segundo o artigo escrito por Souza et al. (1999),nos últimos anos nota-se um crescimento no plantioe consumo das cultivares de melancia sem semente.No Brasil a produção do fruto ainda é tímida, porémnos Estados Unidos o consumo é elevado, podendoter potencial de dominar até 50% do mercado. Aprimeira melancia híbrida que se tem registro foidesenvolvida no Japão em 1947, sendo que o trabalhode estudo se iniciou na década de 30. No territórionacional, o início da obtenção de cultivares semsementes foi possível graças à parceria entre aEmbrapa Hortaliças e os centros de pesquisas

15A Cultura da Melancia

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japoneses, na década de 90. Os trabalhos de pesquisa vêmse intensificando desde 1996, sendo que a Embrapa Semi Áridovem estudando híbridos a partir do desenvolvimento de linhastetraplóides e diplóides de melancia. Quando cultivadas há anecessidade de plantar outra cultivar polinizadora de ciclo curto.

Dias et al. (2001) e Costa e Leite (s/d) destacam que asprincipais cultivares e híbridos utilizadas em nosso país são:

Figura 2 - Cultivar Crimson Sweet

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Crimson Sweet

Cultivar americana, sendo a mais difundida e plantadaem nosso país. O fruto é arredondado, sua coloraçãomescla o verde claro e o escuro, dessa forma sãodenominados como “rajada”. O início da colheita éaos 70-75 dias, com frutos pesando de 11-14 Kg.Possui boa resistência a antracnose e certa tolerânciaa murcha de Fusarium, sendo resistente ao transporte.

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Charleston Gray

Cultivar americana, com o início da colheita aos 70-80dias, coloração verde clara, peso variando de 8-15 kg.Possui boa resistência à antracnose e certa tolerânciaa murcha de Fusarium, sendo susceptível à podridãoapical.

Congo

Cultivar que origina frutos oblongos, a colheita inicia-se aos 70-80 dias, seu peso é de 15-18 Kg. A coloraçãoda casca é verde médio com listras verde escuro, sendoresistente a antracnose.

Figura 3 - Cultivar Congo

17A Cultura da Melancia

http://www.sementesfeltrin.com.br/produtos-deta-lhe-melancia-congo

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EsmeraldaCultivar que origina frutos que chegam a 11-12 kg, seuformato é arredondado, tendo a coloração externa verdeescura.

Madera

Híbrido precoce, oblongo, verde listrada comcaracterísticas marcantes (alto teor de açúcar, baixoíndice de frutos pequenos, resistente ao transporte e àmurcha de Fusarium, além da antracnose, seu pesovaria de 12-18 quilos.

Tiffany

Híbrido sem semente, fruto redondo pesando 6-12quilos, com coloração verde com estrias verde escura.Suas características são a inexistência de sementes,alta conservação pós-colheita e resistência aotransporte.

Smile

Híbrido precoce, colheita entre 35 a 40 dias apósflorescimento, fruto ovalado pesando entre 2 e 3 quilos.Casca com coloração verde clara com estrias escuras,polpa vermelho intenso e resistência ao transporte.Atende ao mercado diferenciado de frutos pequenos.

18 A Cultura da Melancia

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Phoenix

Híbrido de alto vigor,com frutos oblongos,pesando entre 12 e 15quilos. Casca de corverde clara com estriasescuras, polpa verme-lha de excelente sabor.Apresenta alta resistên-cia ao transporte. Acolheita ocorre entre 50e 55 dias após o apare-cimento das flores.

Figura 5 - Híbrido Phoenix

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Figura 4 - Híbrido Smile

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Rapid Fire

Híbrido desenvolvidopara mercado diferen-ciado (‘Ice Box’). Frutospequenos, pesando de2 a 3 quilos, de formatoarredondado. Cascaverde escuro, com pol-pa vermelha intensa. Osfrutos estão prontospara a colheita de 38 a42 dias após flores-cimento.

Figura 6 - Híbrido Rapid Fire

New Kodama e Kodama

Figura 7 - Híbrido Kodama

Híbridos de frutosarredondados,com casca verdeclara e estriasescuras e polpade cor amarela,crocante e saborexcelente. Éprecoce, comcolheita entre 35a 40 dias apósf loresc imento.Frutos pequenospesando entre 0,8a 1,0 quilo.

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A Não há uma época correta para se instalar a cultura,podendo ser iniciada durante todo o ano, desde quesejam disponibilizadas para as plantas as condiçõesmínimas necessárias para seu desenvolvimento.

No Brasil, a planta pode ser cultivada em condiçõesde sequeiros ou em regime irrigado. O primeiro sistemaé adotado por pequenos agricultores, que por falta derecursos contam literalmente com a ajuda das chuvaspara obter sucesso na lavoura (Figura 8), já os grandesprodutores investem em tecnologia e utilizam o cultivoirrigado, que vem crescendo devido à alta produção,originando frutos de boa qualidade (COSTA; LEITE, s/d).

Após escolhida a área e o método de cultivo, opróximo passo é o preparo do solo, que consiste emuma aração pouco profunda para descompactar acamada superficial e uma gradagem leve com o intuitode nivelar a área. Realizada essas operações, faz-se osulcamento para o plantio, mas isso depende de cadaprodutor, alguns de pequeno porte preferem aabertura de covas (FILGUEIRA, 2000).

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Figura 8 - Cultivo sem irrigação no município de Oscar Bressane,SP

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A propagação é por semeadura direta, usa-se 3 a4 sementes por cova, na profundidade de 2 a 3 cm.Alguns agricultores optam por um maior investimentono material de propagação, utilizando mudasproduzidas em bandejas e posterior transplantio parao campo. O método de propagação por bandeja trazconsigo algumas vantagens como menor gasto desementes e melhor qualidade de plantas, entre outros(COSTA et al., 2006).

O importante é utilizar sementes de alta qualidadepara obter uma emergência satisfatória aliada aplântulas vigorosas (CASTELLANE; CORTEZ, 1995).

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22 A Cultura da Melancia

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OS Os espaçamentos utilizados para a implantação

da cultura são vastos, sendo escolhidos de acordocom diversos fatores, como a cultivar utilizada, o níveltecnológico do produtor, irrigação, tamanho do frutodesejado, área disponível, entre outros.

Sabe-se que os híbridos modernos possuemramas menores, devido a isso seu espaçamento deveser reduzido, se comparado as cultivares tradicionais,mas de uma forma geral um espaçamento satisfatórioseria o 2 x 2 m (FILGUEIRA, 2000).

Costa e Leite (s/d) descrevem que os cultivaresamericanos exigem maior espaçamento emcomparação aos japoneses. Em áreas irrigadasrecomenda-se uma planta por cova no espaçamentode 3 x 0,8 m (4.166 plantas/hectare). Dependendo daépoca e cultivar, pode-se utilizar como metragens 2,5x 0,7 m; 2,5 x 1,0 m ou 3 x 1,0 m.

Ramos et al. (2009) verificaram em trabalhorealizado na Embrapa Semi-Árido em Petrolina-PE, queos diversos espaçamentos testados não afetaram aqualidade dos frutos, notou-se apenas que quandohá um aumento da densidade de plantio ocorre umaumento na produtividade.

23A Cultura da Melancia

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IS De acordo com Dias et al. (2001), Filgueira (2000)e Costa e Leite (s/d), para se obter uma boaprodutividade é necessário realizar vários tratosculturais, durante todo o ciclo da cultura. Entre elesestão:

É a eliminação das plantas excedentes, realizadoquando as mesmas se encontram com 3 a 4 folhasdefinitivas, mantendo o número pré-estabelecido,evitando a competição entre si. As plântulas tardias emenos vigorosas são eliminadas, sendo mantidageralmente uma planta sadia por cova. Este trato éutilizado quando da instalação da lavoura emsemeadura direta no campo.

Desbaste de plantasa

Penteamento ou condução das ramasbResume-se em retirar as ramas dos sulcos de

irrigação e até mesmo das estradas, facilitando apassagem de veículos, o trabalho de pulverização ecirculação das pessoas. Deve ser realizada comextremo cuidado para que não prejudique as plantasou frutos.

Controle de plantas daninhascAs plantas daninhas competem com a cultura por

nutriente, água, espaço e luminosidade, além disso,podem ocorrer efeitos alelopáticos, dependendo daespécie de erva daninha. Por esses motivos devemser controladas desde o início do ciclo, para que acultura tenha um bom desenvolvimento.

24 A Cultura da Melancia

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25A Cultura da Melancia

Desbaste dos frutos mal formados ou doentesdÉ feito para que a planta não desperdice nutriente e

energia para manter vivos frutos sem valor comercial, alémdo fato de que este processo impede/inibe a formação denovos frutos. Para que os frutos aumentem de tamanho, énecessário retirar a maioria, deixando um fruto bem formadono ramo principal, quando os primeiros frutos atingem otamanho de 6-7 cm. Todas as demais são desbastadas,inclusive as menores. Isso é feito simultaneamente com asdemais plantas nesse dia. Os frutos deixados são marcadoscom tinta ou estaca colocada do lado pintado com umadeterminada cor. Após alguns dias, surgem novos frutos e éfeito a mesma prática, deixando um fruto em outro ramo. Sóque a cor da tinta é mudada para uma outra diferente. Se asplantas tiverem um terceiro ramo, pode ser feito a mesmacoisa, deixando um fruto aí, mudando somente a cor datinta. Na primeira colheita são colhidas os frutos identificadoscom a primeira cor, na segunda, aquelas identificadas pelaoutra cor e na terceira com a última cor.

Polinizaçãoe

Por se tratar de um fruto sensível, há necessidade deproteção com palha, casca de arroz ou similar para evitarcontato do fruto com o solo, principalmente em épocachuvosa. Esse cuidado garante a produção de um fruto commaior valor de mercado, evitando o aparecimento de manchase apodrecimentos.

Recomenda-se implantar colméias na lavoura, quando onúmero de insetos não for suficiente. A presença depopulação adequada de polinizadores no local garante umapolinização eficiente, resultando em número elevado de frutos.

Proteção da parte inferior dos frutosf

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Segundo Araújo (1989), a irrigação deve ser bemmanejada, sendo disponibilizada para a planta umaquantidade de água adequada, que não provoquedanos à mesma. Pede-se que na fase de germinação,emergência e início da ramificação a irrigação sejamoderada; durante a ramificação e frutificação atéinicio da maturação, a quantidade de águadisponibilizada deve ser maior, pois nessa fase há aformação dos frutos, que é considerado o pontocrítico da irrigação; caso haja deficiência hídrica nestafase, a produção ficará toda comprometida. Durantea fase de maturação dos frutos, a irrigação devediminuir ou até mesmo ser retirada, pois nesta fase oexcesso de água é prejudicial aos frutos.

Principalmente na época seca, a irrigação torna-se uma técnica fundamental para que haja uma boaprodutividade, com frutos de alta qualidade. Osmétodos mais empregados são por sulcos e aspersão,mas pesquisas vêm provando que o método deirrigação por gotejamento está apresentandoresultados satisfatórios, com boa produtividadeassociada à baixa incidência de doenças e plantasdaninhas, além da possibilidade de realização dafertirrigação (COSTA; LEITE, s/d). Filgueira (2000)ressalta que outro ponto importante da irrigação porgotejamento é a economia de água, uma vez que aslinhas de plantio estão próximas.

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26 A Cultura da Melancia

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Figura 9 - Irrigação por gotejamento na cultura da melanciacultivoemercadomelancia.blogspot.com.br201006cultivo.irrigado.html

27A Cultura da Melancia

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SAs plantas de melancia podem apresentar diversos

distúrbios fisiológicos, dentre eles:

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O surgimento desse distúrbio dependerá dacultivar e clima em que está sendo cultivada. Em geralestá relacionada ao excesso de umidadedisponibilizada a planta em temperaturas elevadas(>35oC) após seca severa, sendo o sintomaapresentado em frutos na fase de maturação. Operíodo crítico está entre a maturação do fruto e acolheita, pois nesta fase a demanda por água épequena. Chuvas pesadas ocasionam excessohídrico, culminando com rachaduras dos frutos. Esteproblema torna o fruto impróprio para o comércio,podendo causar grandes prejuízos ao produtor.

Podridão Apical

Rachadura de Frutos

28 A Cultura da Melancia

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Vários fatores podem ocasionar este problema, entretantona maior parte dos casos esta anomalia está relacionada aproblemas no processo de polinização. Os frutos sãoabortados pela planta e quando conseguem permanecer, temo seu formato irregular. É importante que os polinizadores(no caso, abelhas) sejam mantidos na lavoura através dainstalação de colméias e também utilizando defensivosseletivos, evitando assim, diminuir a população de abelhasdo local.

Frutos deformados e queda prematura

29A Cultura da Melancia

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De acordo com Gallo et al. (2002), os insetospodem causar vários tipos de danos, atacando todosos órgãos das plantas, sendo o grau de severidadevariável de acordo com o tipo de inseto e tamanho dapopulação. Estão presentes em todo o mundo, sendoresponsáveis por elevadas perdas de safra e enormesprejuízos aos agricultores. Nesse cenário a cultura damelancia sofre com vários insetos, sendo os principaisdescritos abaixo:

Pulgões(Myzus persicae; Aphis gossypii) (Hemiptera:Aphididae)

Danos

Vivem nos brotos e folhas novas, sugam a seivadas plantas, deixando as áreas enrugadas,comprometendo seu desenvolvimento. Porliberarem um líquido açucarado atraem formigase um fungo chamado fumagina (Capnodium spp)que se alastra por toda a folha e prejudica afotossíntese. Além disso, são capazes detransmitir viroses.

Controle

Tratamento de sementes com produtossistêmicos, granulado sistêmico no sulco epulverização com inseticidas de contato de açãoresidual longa. Estudos demonstraram que onabo forrageiro possui efeito forrageiro para opulgão podendo, em alguns casos, ser utilizadocomo planta isca (CARDOSO et al., 2006).

30 A Cultura da Melancia

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Danos

Controle

Mosca-brancaBemisia tabaci Genn. (Hemiptera: Aleyrodidae)

Eliminar restos de cultura, plantas hospedeirasalternativas e com virose, usar armadilhas adesivas econtrole químico, principalmente com Cartap eAbamectina. O controle biológico pode ser empregadoutilizando-se microrganismos específicos.

Como os pulgões, sugam a seiva da planta, prejudicandoo desenvolvimento e atraindo a fumagina (Capnodium

spp). É um transmissor de vírus.

Danos

Controle

TripesFrankliniella sp.; Thrips palmi (Karny, 1925) (Thysanoptera: Thripidae)

Eles raspam as folhas e sugam a seiva das plantas; oataque ocorre nas folhas novas onde se formam estriasde coloração verde claro na região internerval.

Devem-se utilizar produtos registrados na pulverizaçãodas lavouras infestadas, ressaltando-se a importânciade realizar as pulverizações com inseticidas no final datarde, uma vez que a atividade das abelhas (poliniza-dores) é menor neste período.

31A Cultura da Melancia

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Danos

Controle

PercevejoLeptoglossus sp. (Fabr., 1775) (Hemiptera: Coreidae)

Tanto na forma jovem quanto na adulta, estes insetossugam a seiva dos ramos e dos frutos novos,prejudicando a planta e danificando os no local dapicada.

Aplicação de fosforados ou piretróides em pulve-rização.

Danos

Controle

Vaquinhas (Coleoptera: Chrysomelidae)

Atacam as folhas e as flores da melancieira, o prejuízose resume na perfuração causada nas folhas eenfraquecimento da planta.

Aplicação de fosforados ou piretróides em pulverização.

32 A Cultura da Melancia

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Danos

Controle

Broca das CucurbitaceasDiaphania hyalinata (L., 1758)(Lepidoptera: Crambidae):

São pragas severas, às vezes atacam toda a plantainclusive os frutos. As plantas após o ataque ficamsecas. Nos frutos, as brocas abrem galerias e ficam sealimentando da polpa

Segundo Brandão Filho et al. (1997), inseticidas à basede cloridrato de cartap, nas dosagens de 100 e 125 gde ingrediente ativo por 100 litros de água. O controlebiológico também pode ser utilizado.

Danos

Controle

Lagarta roscaAgrotis ipsilon (Hufnagel, 1776) (Lepidoptera: Noctuidae)

Atacam as plântulas cortando-as rente ao solo.

Pulverização de inseticidas a base de piretróides econtrole biológico.

33A Cultura da Melancia

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SA cultura da melancia é alvo de várias doenças, que

estão presentes praticamente em todo o ciclo e trazemconsigo muitos danos às plantas e conseqüentemente,à produção. As doenças podem causar danos severosna cultura, causando grandes prejuízos. Para que osdanos sejam minimizados, os produtores precisam ficarsempre atentos, adotando medidas de controle tantopreventivas, como curativas.

Segundo Dias et al. (2001), as principais doençasencontradas na cultura são:

Doenças Fúngicas

Conhecida popularmente como crestamentogomoso do caule está presente em todo o país. Opatógeno pode infectar qualquer órgão da parte aéreadas plantas, em qualquer estágio de desenvolvimento.Na fase de plântulas, as lesões são circulares noscotilédones e há o tombamento e morte. Em plantasadultas, forma cancro no colo e nas hastes, com umaexsudação gomosa, sendo que as folhas apresentammanchas de coloração castanha. Nos frutos, os sintomascomeçam como pequenas manchas marrons, comexsudação de goma, sendo que em determinadascondições ambientais, pode-se observar estruturasdo fungo (sinais). Com o tempo, as lesões vão setornando profundas, causando apodrecimento parcialou total do fruto. O fungo pode sobreviver no campode uma safra para outra através de restos culturais oumesmo no solo, podendo ainda ser transmitido atravésde sementes retiradas de frutos infectados.

Cancro das hastes(Didymella bryoniae (Auersw.) Rehm)

34 A Cultura da Melancia

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O controle desta doença é feito através da escolha daárea de plantio que deve ser livre da doença, eliminação derestos culturais, utilização de sementes certificadas. Reco-menda-se evitar danos mecânicos às plantas, além de contro-le fitossanitário eficiente através do uso de defensivos regis-trados para a cultura.

As plantas de melancia podem ser afetadas em qualquerestádio de desenvolvimento, sendo que todos os órgãos daparte aérea são suscetíveis. É uma doença severa em épocas dealta umidade; os sintomas iniciais geralmente são manchasangulares que posteriormente se tornam circulares, de coloraçãocastanho claro e, mais tarde, castanho escuro ou preto em folhasvelhas. Pode se manifestar em toda parte aérea da planta, durantetodo o ciclo, ocorrendo inclusive o possível desfolhamento pre-coce, com perda de vitalidade e morte. Nos frutos, os sintomassão manchas elípticas a circulares, normalmente deprimidas.Com o tempo, estas manchas ficam recobertas por uma massarósea (estruturas do fungo), depreciando a qualidade dos frutos.Os sintomas podem aparecer após a colheita dos frutos.

O controle desta doença consiste em medidas preventivascomo: utilização de sementes sadias (certificadas), destruiçãode restos de cultura, rotação de culturas, uso de variedades ouhíbridos com resistência genética e controle químico através depulverização com fungicidas protetores ou sistêmicos.

Antracnose(Glomerella cingulata var. arbiculare)

35A Cultura da Melancia

Murcha-de-fusarium(Fusarium oxysporum sp. niveum (E. F. Sm)W. C. Snyder & H. N. Hans)

Presente em qualquer estádio fenológico da cultura, emplântulas prejudica seu desenvolvimento, tornando-o lento

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Bastante comum em cultivo de cucurbitáceas em geral,ataca toda a planta, durante todo o ano. O patógeno é facilmentedetectado, pois na superfície da área contaminada, há a presençade um pó branco, semelhante ao pó de giz. Aos poucos tomagrandes proporções, podendo cobrir toda a planta. Os esporossão levados pelo vento e sobrevivem em restos de culturas.Algumas folhas podem secar da borda para o centro. Adoença fica mais severa em climas quentes e secos. No Brasil,estudos mostraram que isolados do fungo que sãopatogênicos à melancia não infectam outras cucurbitácease vice-versa (LOPES et al., 2008).

Como métodos de controle desta doença ressaltam-se o plantio em espaçamento adequado, nutriçãoadequada e eliminação de restos culturais, além docontrole químico.

Oídio(Podosphaera xanthii.: fase perfeita;Oidium sp.: fase imperfeita)

e causando tombamento. Em plantas adultas observa-seo murchamento nas horas mais quentes do dia, durantevários dias, até a sua morte. O fungo penetra pelas raízesdas plantas, danificando os vasos lenhosos, causandomurcha e morte de plantas, que normalmente ocorre emreboleiras. Foi constatada em 1967, na região de Bauru,SP (CRUZ et al., 1967), sendo uma das mais importantesdoenças da cultura nos dias atuais.

O controle é preventivo, com a escolha de áreas semhistórico da doenças, uso de sementes sadias(certificadas), manejo do solo adequado (calagem,adubação balanceada, uso correto de adubos orgânicos),evitar solos com pH baixo (ácidos) e evitar ferimentosnas plantas.

36 A Cultura da Melancia

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É uma doença agressiva, que pode causar danosexpressivos nas cucurbitáceas em geral. O fungo se desenvolveem temperaturas mais amenas (15 a 20oC) e umidade elevada.Ataca as folhas da melancia causando manchas cloróticas ouamareladas que vão aumentando de tamanho. Normalmente ainfecção tem início nas folhas mais velhas das plantas, na facesuperior das mesmas. Depois, com o progresso da infecção,ataca as folhas mais jovens. Em condições favoráveis, podem-se observar estruturas reprodutivas do fungo na face inferiordas folhas. Com o avanço das lesões, as folhas podem secartotalmente e caírem, deixando os frutos mais expostos ao sol,com problemas de escaldaduras (REIS, 2007).

O controle desta doença consiste na utilização defungicidas químicos, associados a práticas culturais, comoquebra-ventos, evitar plantios em áreas contíguas às deplantios antigos e evitar também irrigação por aspersão demodo a diminuir a umidade nas folhas das plantas.

Míldio(Pseudoperonospora cubensis (Berk, M.A.Curtis) Rostovzev)

Nematóides

Quando infectadas, as plantas apresentam sintomascaracterísticos, como lentidão no crescimento, parecida comalguma deficiência nutricional, afetando assim a planta efruto. No caso da melancia, o nematóide mais comumenteencontrado em plantios comerciais é o nematóide de galhas(Meloidogyne spp). Nas raízes há uma hipertrofiaacompanhada de nódulos (galhas) que acabam prejudicandoa passagem de água e nutrientes. Os ferimentos causadosnas raízes pelos nematóides servem de porta de entrada paraoutras doenças, principalmente a murcha de Fusarium.

37A Cultura da Melancia

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A família das cucurbitáceas sofre muito com os vírus,acarretando grandes perdas. No Brasil foram identificadosdiversos vírus infectando plantios comerciais de melancia,sendo que podemos citar: “Papaya ringspot virus type W”- PRSV-W (mosaico da melancia 1), “Watermelon mosaic

virus 2” - WMV-2 (mosico da melancia 2), “Squash mosaic

virus” - SqMV (mosaico da abóbora), “Zucchini yellow

mosaic virus” - ZYMV (mosaico amarelo da abobrinha),“Cucumber mosaic virus” - CMV (mosaico do pepino),“Zucchini lethal chlorosis virus” - ZLCV (clorose letal daabobrinha).

De todos, o PRSV-W é o que causa os maiores danos naslavouras comerciais brasileiras. Além da perda deprodutividade, plantas atacadas por viroses normalmenteproduzem frutos sem valor comercial. O controle mais efetivoé o uso de variedades resistentes, até agora inexistentes noBrasil. Dessa forma, geralmente controlam-se os vetores(normalmente, afídeos) destas viroses. Entretanto, o elevadonúmero de pulverizações utilizadas no controle destesvetores, aumenta o custo de produção, além de interferiremnos agentes polinizadores, causando outros danos indiretosà cultura.

Viroses

38 A Cultura da Melancia

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39A Cultura da Melancia

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A colheita é manual, aconselha-se ter muitocuidado, devendo ser realizada de preferência pelamanhã, quando os frutos ainda estão frios e túrgidos,a operação resume-se em cortar o pedúnculo comuma faca, deixando-o com 5 cm de comprimento paraevitar a entrada de bactérias e fungos que possamcausar podridões (FILGUEIRA, 2000). Após essaoperação, os frutos devem ser transportadosimediatamente para galpões ventilados e secos,evitando a exposição prolongada à luz solar ou entãoamontoados sobre palhas no campo, desde que, nomesmo dia sejam transferidos para os caminhões(DIAS et al., 2001).

41A Cultura da Melancia

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O mercado de hortaliças é bastante dinâmico efortemente influenciado pela preferência dosconsumidores, sendo um fator que pode redirecionara produção. Nos últimos anos, nota-se uma crescenteprocura por produtos diferenciados, não necessa-riamente associados à introdução de espécies desco-nhecidas. Uma das principais características observa-da do mercado atual de hortaliças é a oferta deprodutos com variações ao que já é conhecido, sejaem tamanho, cor ou sabor (PURQUERIO; MELO, 2011).

As mini melancias são exemplos de produtosdiferenciados. Assim como outros tipos de hortaliçasde menor tamanho, elas adaptam-se às mudanças dasociedade, como famílias cada vez menores (IBGE,2010). Com peso variando de 1 a 3 kg, os frutos servemde 2 a 4 pessoas e podem facilmente ser armazenadasna geladeira, ao contrário dos grandes frutos dasmelancias tradicionais. Alguns cultivares, além de sediferenciarem pelo seu tamanho reduzido, distingue-se por sua coloração, como as de polpa amarela, pelaausência de sementes e a alta concentração de açúcares.Com isso, as mini melancias procuram atender amercados diferenciados, exigentes em qualidade e queproporcionem um bom retorno financeiro ao produtor.

Apesar de também ser cultivada em campo, a minimelancia apresenta grande potencial produtivo emcasa de vegetação. Nesse ambiente, como forma deaumentar a eficiência do uso da área, as plantas sãoconduzidas no sistema vertical, o que pode elevar aprodutividade em mais de três vezes a média brasileira(CAMPAGNOL et al., 2012).

O cultivo de mini melancia em ambiente protegidoaumenta a precocidade das plantas e, por serem

42 A Cultura da Melancia

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conduzidas na vertical, permitem seu maior adensamento,podendo ser cultivadas até 4,0 plantas m-2. Alguns trabalhosdemonstram que a utilização de alta densidade de plantasno cultivo de mini melancia em ambiente protegido possibilitaprodutividades superiores a 80 t ha-1, com peso médio defrutos de, aproximadamente, 2 kg (CAMPAGNOL, 2009). Alémdisso, como é uma espécie de clima quente, as melanciassão beneficiadas quando cultivadas em casas de vegetação,principalmente na entressafra, onde adquirem maior valorde mercado e rentabilidade ao agricultor.

No mercado existem disponíveis, vários híbridos de minimelancias, que diferem quanto ao formato do fruto, coloraçãoda casca e da polpa, espessura da casca, tolerância a doenças,comprimento do ciclo produtivo, ausência de sementes,dentre outros.

O custo de produção em casa de vegetação normalmenteé mais elevado quando comparado ao cultivo em campo.Com isso, para compensar o alto investimento no cultivo,deve-se obter elevada produtividade de frutos de altaqualidade. Para que isso seja obtido, a condução das plantas,o manejo nutricional e o manejo fitossanitário devem serfeitos de forma adequada e no momento certo.

As mini melancias podem ser cultivadas em casa devegetação diretamente no solo ou em recipientes, comovasos, canaletas ou sacolas plásticas (Figura 10). Podemainda ser conduzidas de diversas formas, com realização depodas de folhas, ramos e frutos. Essa prática possibilita queo horticultor modele as plantas de forma a estabelecer relaçãoentre folhas e frutos que proporcione alta produtividade defrutos com qualidade e bom padrão comercial.

A estrutura para condução das plantas é semelhante àsutilizadas no cultivo de outras culturas tutoradas. Pode sercomposta por mourões de madeira, arames de aço, catracas,

43A Cultura da Melancia

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bambus e fitilhos plásticos. Deve ter no mínimo 2,2 m dealtura em relação ao solo a fim de permitir um crescimentovegetativo suficiente para o desenvolvimento de frutos dentrodo padrão comercial. As plantas são conduzidas na verticalpor meio de fitilhos plásticos, que são amarrados nos aramessuperiores localizados sobre a linha de cultivo. Os frutos,por sua vez, são sustentados por redes de nylon, que sãoamarradas nos arames intermediários posicionados tambémsobre a linha de cultivo a 1,6 m de altura.

As mudas podem ser produzidas pelos próprioshorticultores ou adquiridas em empresas especializadas naprodução de mudas. Seu transplante para área de produçãopode ser realizada em linhas simples ou duplas, na densidadede 2 a 4 plantas m-2 (Figura 10). Quando o ramo principal (ouhaste principal) apresentar de 4 a 6 folhas definitivas, eledeve ser conduzido no sentido vertical através de fitilhos. Osistema de condução das plantas pode ser feito de diversasmaneiras, devendo sempre, através do estabelecimento donúmero ideal de frutos, da melhor cobertura da área porfolhas e da uniformidade de plantas, promoverem o balançoentre fonte (folhas) e dreno (frutos), de acordo com asnecessidades produtivas (PAPADOPOULOS, 1994).

Alguns sistemas de condução de plantas já estudados(CAMPAGNOL, 2009) são apresentados abaixo:

As ramificações secundárias originadas abaixo do terceirointernódio são eliminadas quando surgirem e as demais sãopodadas após o surgimento da terceira folha. O fruto émantido entre o 8º e o 14º internódio do ramo principal.Trata-se de um sistema simples, porém que podem gerar

Plantas conduzidas com uma haste eum fruto conduzido na haste principal

44 A Cultura da Melancia

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As ramificações secundárias originadas abaixo do terceirointernódio são eliminadas quando surgirem. A planta deveser conduzida com uma haste principal e um fruto, contudo,este será conduzido em um dos ramos secundários, quesurgirão entre o 8o e o 14o internódio do ramo principal. Asdemais ramificações secundárias (exceto aquela ondedesenvolverá o fruto) devem ser podadas após a terceirafolha. O ramo onde o fruto foi mantido deve ser podado umafolha após este. Esse sistema de condução possibilita boaprodutividade, contudo o ciclo produtivo é mais longo.

Nesse sistema a planta é conduzida com duas hastes, sendouma delas a haste principal, e a outra a primeira ramificaçãosecundária que surgir abaixo do terceiro internódio, sendo asdemais retiradas quando surgirem. As ramificações quedesenvolverem das duas hastes conduzidas na verticaldevem ser podadas após a terceira folha e o fruto deve serconduzido na haste principal entre o 8o e o 14o internódio.

Definido o sistema de condução das plantas, este deveser mantido ao longo do ciclo produtivo. Para isso,periodicamente o produtor deve fazer a poda e desbrota deramos e frutos, de acordo como sistema de condução escolhido.Os brotos inferiores devem ser retirados no início do seudesenvolvimento, evitando que a planta gaste energia em partesque serão retiradas e também reduzindo o volume de materialvegetal a ser retirado de dentro da casa de vegetação. A

Plantas conduzidas com uma haste e um frutoconduzido na haste secundária

Plantas conduzidas com duas hastes e um frutoconduzido na haste principal

45A Cultura da Melancia

frutos um pouco mais leves que os demais sistemas queserão descritos.

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frequência dessa operação deve ser de 1 a 2 vezes por semana.Quando as plantas atingirem o arame superior ou altura mínimade 2,10 m deve-se realizar a poda apical ou “capação”.

A polinização das flores deve ser feita manualmentequando surgirem as primeiras flores femininas na posiçãoideal de condução do fruto (8o ao 14o internódio), conformesistema de condução, e repetidas até que todas as floresfemininas sejam polinizadas. Esse período pode varia emfunção da uniformidade das plantas. Assim, devem-se coletaras flores masculinas e passar suas anteras (parte da flor quecontem pólen) nos estigmas (parte da flor que deve recebero pólen) das flores femininas (Figura 11). Essa operação éde grande importância, pois polinizações deficientesacarretam no desenvolvimento de frutos defeituosos e sempadrão comercial. Ela deve ser realizada entre 8 e 10 horas,pois é nesse período do dia em que as flores se abrem e osgrãos de pólen estão viáveis.

Os frutos são selecionados quando alcançamaproximadamente 2,0 cm de diâmetro, mantendo somenteum fruto por planta, na posição recomendada para cadasistema de condução. A manutenção de mais de um fruto,apesar de viável, para os sistemas de condução descritos,pode gerar a competição entre eles, o que resultará naredução do seu peso, além de aumentar o ciclo de produçãoe prolongar o período de colheita. A fixação dos frutos abaixoda posição recomendada, apesar de reduzir o ciclo deprodução, pode reduzir o tamanho do fruto. A altura defixação dos frutos, assim, irá influenciar no desenvolvimentovegetativo da planta, na duração do seu ciclo produtivo e notamanho do fruto.

Quando os frutos atingem o tamanho aproximado deuma laranja (4 a 5 cm de diâmetro) são sustentados pormeio de redes de nylon. Essa prática é semelhante à realizada

46 A Cultura da Melancia

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no cultivo de melão tutorado e tem a finalidade de evitar queo fruto desprenda da planta devido ao seu peso. A rede deveser resistente e ter o tamanho suficiente para permitir ocrescimento total do fruto. Uma das extremidades deve seramarrada ao redor do pedúnculo do fruto, e a outra amarradano arame inferior (1,6 m de altura), com o auxílio de fitilho.

Os frutos desenvolvem no interior da rede por um períodoque pode variar de 30 a 50 dias após a polinização das flores.Esse tempo pode variar em função do material genéticoutilizado, da nutrição das plantas, do sistema de conduçãodas plantas, da ocorrência de estresse hídrico, das condiçõesclimáticas no interior da casa de vegetação, dentre outros.

A colheita deve ser feita nas primeiras horas do dia,período em que os frutos estão mais túrgidos, o que favorecea conservação da textura da polpa. Ela deve ser realizada deforma cuidadosa, evitando-se danos aos frutos e, assim,permitindo uma melhor conservação pós-colheita. Opedúnculo deve ser cortado a 5 cm do fruto com uma facaou tesoura. Frutos de qualidade apresentam teor de sólidossolúveis superior a 10%.

Não existe uma classificação exata para os frutos de minimelancia. Estes podem ser comercializados individualmente,com ou sem a rede de nylon, ou em caixas de papelão,semelhante à cultura do melão. Recomenda-se umaclassificação de acordo com o tamanho e peso do fruto,eliminando aqueles que apresentam defeitos graves, danosmecânicos e afetados por doenças ou pragas.

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Figura 10 - Cultivo de mini melancia em substrato (A e B) e nosolo (C e D), em linhas simples (A) e duplas (B).

Figura 11 - Detalhe da flor feminina (A) e masculina (B) e daoperação de polinização das flores (C e D).CAMPAGNOL, 2012

CAMPAGNOL, 2012

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18

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ÃO Apesar de ser protegido por uma casca

resistente, o fruto possui polpa composta porcélulas grandes que se rompem facilmente apósuma colisão; caso isso ocorra depois que essascélulas são rompidas ocorre uma aceleração nadegradação da hortaliça, diminuindo drasti-camente o seu tempo de vida útil (LUENGO;CALBO, 2001). Devido a essa fragilidade, énecessário realizar armazenamento adequado,mantendo a temperatura do galpão entre 10 e12oC, dessa forma manterá a qualidade do produtopor 3 a 4 semanas. Abaixo de 10oC o fruto nãoaumenta sua vida útil e acaba perdendo sabor, jáem temperatura ao redor de 20oC pode durar até3 semanas (LUENGO; CALBO, 2001).

O transporte para o mercado consumidorgeralmente é a granel, em caminhões, sendo acarroceria e o espaço entre os frutos forradoscom capim seco ou papel, assim evitando oimpacto e a transmissão de doenças. Nomomento de se realizar o carregamento, aconse-lha-se que não ultrapassem de cinco camadas(LUENGO; CALBO, 2001).

Conforme as exigências do mercado, os frutossão classificados pelo tamanho e peso, sendopreferidos os frutos globulares, principalmente(Crimson Sweet) graúdos superiores a 10 kg(FILGUEIRA, 2000). Independente da variedadeé descartado os frutos rachados, deformados ecom eventuais lesões (COSTA et al., 2006).

49A Cultura da Melancia

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CO

MP

OS

IÇÃ

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A P

OL

PA A melancia é uma fruta consumida por

pessoas de várias classes sociais e por se tratarde um fruto de valor acessível, tornou-se popularem nosso país. O indivíduo que eventualmenteconsumi-la estará suprindo boa parte de suasnecessidades diárias de água, açúcares, vitaminase sais minerais. Além disso, sua coloração vermelhacorresponde ao licopeno, um carotenóide quepossui importante ação antioxidante, já nascultivares de polpa amarela a pigmentação é emfunção dos carotenóides ß-caroteno e xantofilas.De acordo com Costa e Leite (s/d), na (Tabela 3) éapresentada a composição química da melancia.

Tabela 3 - Composição química da melancia em 100 g de polpa

COMPONENTES COMPOSIÇÃO NUTRITIVA

Água

Proteínas

Cinzas

Hidratos de Carbono Totais

Fibra

Cálcio

Fósforo

Ferro

Sódio

Potássio

Vitamina A

Tiamina

Riboflavina

Niacina

Ácido ascórbico

Valor energético

92,6%

0,5 g

0,2 g

6,4 g

0,3 g

7,0 mg

10,0 mg

0,5 mg

1,0 mg

100,0 mg

590,0 UI

0,03 mg

0,03 mg

0,2 mg

7,0 mg

26,0 cal

50 A Cultura da Melancia

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20 U

TIL

IDA

DE

S E

US

OS Existem diversas utilidades relacionadas à

melancia em literatura específica:

• Consumida em grande parte na forma innatura;

• Uso culinário, sua polpa suculenta servede matéria prima na confecção de doces,sucos, geléia e molhos. Em alguns paísesutiliza-se a casca no preparo de picles ena Ásia e Oriente consome-se as suassementes;

• Planta medicinal;

• Uso estético e farmacêutico.

51A Cultura da Melancia

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21

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OP

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AIS Após descoberta, a melancia começou a ser

utilizada de todas as formas. Segundo Costa et al.(2006), por se tratar de uma fruta rica em água epobre em calorias, auxilia em dietas deemagrecimento, ajuda o organismo eliminar toxinas,apresentando função antioxidante, anticancerígena,reduz o colesterol e devido ao grande número devitaminas e nutrientes revitalizam os consumidores,diminuindo o cansaço e estresse.

Seu consumo habitual ajuda a eliminar o ácidoúrico, responsável por problemas como gota(doença) e cálculos renais, além disso, atua notratamento de queimações e azias, limpeza doestômago e intestino, inflamações de vias urinárias,gases e bronquite. Se pincelar seu suco sobre aerisipela (inflamação aguda da pele) haverá grandemelhora. Suas sementes secas e trituradas auxiliamno tratamento de pressão alta (COSTAS et al., 2006).

Recomendado nos tratamentos de doenças quenecessitam de um maior fluxo de urina, no casosão as afecções urinárias, hipertensão arterial egota. As sementes secas e descascadas sãoutilizadas como vermífugo (GONSALVES, 2002).

52 A Cultura da Melancia

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A China, Turquia, Irã, Brasil e Estados Unidossão os maiores países produtores de melancia.A produção e a área colhida no mundo, no anode 2008, corresponderam aproximadamente a99.194 mil toneladas e 3.752 mil hectares,respectivamente. Destacam-se como expor-tadores da fruta o México, Espanha, EstadosUnidos e Países Baixos e como importadosEstados Unidos, Alemanha, Canadá e França(IBGE, 2009).

A produção brasileira é representativa noNordeste do país (31% da produção e 36% daárea colhida no Brasil), seguida da região CentroOeste e Norte. No ano de 2008 a produção totale a área colhida da fruta foram equivalentes a1.955 mil toneladas e 88 mil hectares, segundoo Anuário da Agricultura Brasileira (2011).

No Estado de São Paulo, as regiões dePresidente Prudente, Itapetininga, Marília,Bauru e Itapeva são as principais produtorasda fruta, representando 58% da área plantadae 53% da produção paulista. No ano de 2010, aárea total colhida e a produção estadual foramde 7.259 hectares e 202.250 toneladas(INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA - IEA,2011).

No período de 2006 a 2010 o volume médioanual de melancia comercializado no CEAGESPfoi de 104 mil toneladas. Os meses de maiorvenda foram novembro e dezembro e de menorcomercialização junho e julho. Quanto ao preçomédio anual de venda observou-se, nessemesmo período, um valor de R$ 0,77 por quilo

53A Cultura da Melancia

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Figura 12 - Preço médio mensal de venda da melancia na Companhiade Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo, noperíodo de 2006 a 2010 (Fonte: CEAGESP, 2011)

No Brasil não existe uma classificação oficial que atendaaos diferentes mercados e tipos de cultivares. Há grandevariação de tamanho e formato de melancia. Normalmente,os frutos são classificados, com base no peso como segue:grande (e” 9 kg), médio (e” 6 kg a 9 kg) e pequeno (< 6 kg).

Destaca-se que o mercado consumidor leva emconsideração o tamanho e formato da fruta, coloração dapolpa, teor de sólidos solúveis, presença ou ausência desementes e o preço. Observa-se que na maior parte das áreasplantadas, a predominância é de frutos grandes, com pesomédio acima de 6 kg. No entanto, em algumas regiõesprodutoras, distantes das centrais de comercialização, osatacadistas classificam frutos abaixo de 8 kg como “refugos”ou “descartes” diminuindo a remuneração dos mesmos.

54 A Cultura da Melancia

da fruta. A oscilação de valores por mês encontra-serepresentado na Figura 12 (COMPANHIA DEENTREPOSTOS E ARMAZÉNS GERAIS DE SÃO PAULO -CEAGESP, 2011).

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Na CEAGESP no ano de 2009, a remuneração por frutosgrandes (9 kg) da cv. Crimson Sweet e de híbridos com omesmo padrão externo da referida cultivar foi superior emaproximadamente 44% em relação aos frutos pequenos damesma variedade. Provavelmente, a menor remuneraçãodesses frutos pequenos decorre da alta frequência de frutosimaturos, e, portanto, de menor qualidade. No entanto, devidoa redução do tamanho das famílias, há crescente demanda porfrutos menores o que possibilita a agregação de valor pormeio da venda da melancia fatiada no mercado varejista e/ouintensificação de cultivo de novos tipos de melancias, comoas chamadas mini-melancias, entre 1 kg e 2 kg.

O custo total de produção da melancia, para o ano de2010, referente ao plantio da variedade Crinson Sweet, ciclo85 dias, espaçamento 3,0 m x 1,0 m, produtividade médiade 35 toneladas por hectare, foi estimado em R$ 7.582,57ou US$ 4.709,67 por hectare. Os itens que mais oneraram ocusto operacional efetivo (COE) corresponderam aosfertilizantes e tratos culturais. Os custos referentes àsoperações de máquinas e mão de obra representaram60,33% do COE. Já, as despesas com insumoscomprometeram 39,67% do COE. Quanto ao custooperacional total (COT) ressalta-se a relevância da inclusãodos custos indiretos (depreciação de máquinas, impostos etaxas, despesas operacionais, entre outros) nacontabilização do custo total de produção dado aopercentual de representatividade desses itens noinvestimento demandado pela cultura (26,64%).

A análise da lucratividade de melancia, considerando umpreço médio de venda recebido pelo produtor de R$ 315,00ou US$ 195,65 por tonelada e uma produtividade de 35toneladas por hectare, no ano de 2010, indicou que o lucrooperacional ou receita líquida foi equivalente a R$ 3.442,43

55A Cultura da Melancia

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Tabela 4 - Custo total de produção, percentual do custooperacional efetivo e total, da cultura da melancia,por hectare, em real e dólar, ano 2010

56 A Cultura da Melancia

Fonte: Adaptado de Agrianual (2011) e Dias et al. (2010)Cotação do dólar comercial em agosto de 2011: R$ 1,61

325,07

379,08

901,04

478,99

2.084,19

1.144,29

94,93

131,52

1.370,74

3.454,92

247,98

68,54

27,41

68,54

157,50

684,78

1.254,75

4.709,67

9,41

10,97

26,08

13,86

60,33

33,12

2,75

3,81

39,67

100,00

6,90

8,05

19,13

10,17

44,25

24,30

2,02

2,79

29,10

73,36

5,27

1,45

0,58

1,47

3,34

14,54

26,64

100,00

Preparo do solo

Plantio

Tratos culturais

Colheita e classificação

Subtotal A

Fertilizantes

Controle fitossanitário

Outros

Subtotal B

Custo operacional efetivo (COE)

Depreciação de máquinas

Encargos financeiros e sociais

Assistência técnica

Despesas operacionais

Impostos e taxas

Arrendamento terra

Subtotal C

Custo operacional total (COT)

523,37

610,32

1.450,68

771,17

3.355,54

1.842,30

152,83

211,75

2.206,89

5.562,43

399,24

110,34

44,14

110,34

253,58

1.102,50

2.020,14

7.582,57

DESCRIÇÃO Valor total (R$)

Valor total (US$)

COE (%)

COT (%)

por hectare, gerando um índice de lucratividade de 31,22%,ponto de nivelamento de 25 toneladas por hectare e preçode equilíbrio de R$ 0,22 ou US$ 0,13 por quilo da fruta.

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Tabela 5 - Indicadores de rentabilidade da cultura da melancia,em real e dólar, ano 2010

DESCRIÇÃO UNIDADE Valor total (US$)

Valor total (R$)

Receita bruta

Lucro operacional

Índice de lucratividade

Ponto de nivelamento

Preço de equilíbrio

R$ ou US$/ha

R$ ou US$/ha

%

kg/ha

R$ ou US$/ha

11.025,00

3.442,43

31,22

24.071

0,22

6.847,83

2.138,16

31,22

24.071

0,13

Fonte: Elaborada com base nos dados da tabela 1Cotação do dólar comercial em agosto de 2011: R$ 1,61Preço médio de venda R$ 0,31/ kg e produtividade média35 t/ha

57A Cultura da Melancia

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Apesar de não ser nativa de nosso país, amelancieira acabou se adaptando e atualmente éfacilmente cultivada, ocupando um lugar de destaqueno campo e na mesa dos brasileiros. De diversostamanhos, formas e cores é uma cultura muitoestudada em âmbito internacional.

23

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58 A Cultura da Melancia

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NC

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PASSOS, F.A. Melão e melancia. In: RAIJ, B. van; SILVA, N.M.;BATAGLIA, O.C.; QUAGGIO, J.A.; HIROCE, R.; CANTARELLA, H.;BELLINAZZI JR., R.; DECHEN, A.R.; TRANI, P.E. Recomenda-ções de adubação e calagem para o estado de São Paulo.

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61A Cultura da Melancia

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62 A Cultura da Melancia

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REIS, A. Míldio das cucurbitáceas. Brasília: EMBRAPAHortaliças, 2007. 4 p. (Comunicado Técnico, 44).

SOUZA, F.F.; QUEIROZ, M.A.; DIAS, R.C.S. Melancia semsemente. Biotecnologia Ciência e Desenvolvimento,Brasília, ano 2, n. 9, p. 90-95, 1999. Encarte Especial.

TRANI, P.E.; PASSOS, F.A.; NAGAI, H.; MELO, A.M.T. Melão emelancia. In: RAIJ, B. van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO,J.A.; FURLANI, A.M.C. Recomendações de adubação ecalagem para o estado de São Paulo. 2. ed. Campinas:IAC, 1997. p. 181. (IAC. Boletim Técnico, 100).

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A Série Produtor Rural é editada desde 1997 pela Divisão de Biblioteca daEscola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”/USP e tem como objetivopublicar textos acessíveis aos produtores com temas diversificados einformações práticas, contribuindo para a Extensão Rural.

INFORMAÇÕES AOS AUTORES

Pode publicar

• Pesquisadores e docentes da ESALQ e CENA;• Alunos cujos textos serão revisados por orientadores ou

quem o Presidente da Comissão de Cultura e Extensãodesignar;

• Demais pesquisadores, porém, com a chancela da Comis-são de Cultura e Extensão que avaliará os textos previa-mente.

www.esalq.usp.br/biblioteca/publicacao.php

Requisitos para publicação

• Texto redigido em Word, com linguagem simples,acessível e didática a ser encaminhado para:[email protected]

• Ilustrações e figuras em alta resolução, facilitando acompreensão do texto.

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CONHEÇA TAMBÉM NOSSOSOUTROS TÍTULOS

SP/01

SP/03

SP/04

SP/07

SP/08

SP/11

SP/12

SP/13

SP/14

SP/15

SP/16

Cultivo hidropônico de plantas

Série Produtor Rural ($ 5,00)

Cultura do quiabeiro: técnicas simples para hortaliça resistenteao calor

Rabanete: cultura rápida para temperaturas amenas e solosareno-argilosos

Da piscicultura à comercialização: técnicas de beneficiamentodo pescado de água doce

A cultura da rúcula

Adobe: como produzir o tijolo sem queima reforçado comfibra de bananeira

Fundamentos da criação de peixes em tanques-rede

Turismo rural

Carambola: fruto com formato e sabor únicos

Cultivo de camu-camu (Myrciaria dubia)

Como preparar a silagem de pescado

SP/17 Cultivo ecológico da ameixeira (Prumus salicina Lind)

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SP/21

SP/22

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SP/25

SP/27

SP/28

SP/29

SP/30

SP/31

Cultura da batata

O cultivo da acerola

Mel

Produção de Gypsophila

Adubação verde: do conceito à prática

A cultura do marmeleiro

Mirtáceas com frutos comestíveis do Estado de São Paulo:conhecendo algumas plantas

SP/33 Manual de desidratação solar de frutas, ervas e hortaliças

SP/18

SP/19 Maxixe: uma hortaliça de tripla forma de consumo

SP/20

A cultura do pessegueiro: recomendações para o cultivo emregiões subtropicais

A cultura do caquizeiro

Manejo da fertirrigação utilizando extratores de solução do

solo

Kiwi: cultura alternativa para pequenas propriedades rurais

SP/35

SP/34 A Cultura do pimentão

Colheita e climatização da banana

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SP/36

SP/37

SP/38

SP/39

SP/40

SP/41

SP/42

SP/43

SP/44

SP/45

SP/46

A cultura do manjericão

Geléia Real: composição e produção

Aspectos técnicos do cultivo de nêsperas

Métodos empregados no pré-resfriamento de frutas e horta-liças

Processo tecnológico de industrialização do surimi

Utilização de fosfitos e potencial de aplicação dos aminoá-cidos na agricultura tropical

A cultura do pinhão manso

Rotação de culturas: princípios, fundamentos e perspectivas

Propriedades rurais e código florestal: esclarecimentos geraissobre áreas de preservação permanente

Mirtáceas com frutos comestíveis do Estado de São Paulo:conhecendo algumas plantas - Parte 2

Boas práticas para manipuladores de pescado: o pescado e ouso do frio

SP/47 Tomilho: uma importante planta aromática

SP/48 Cultura do Mirtileiro

SP/49 Alecrim (Rosmarinus officinalis L.)

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Fertirrigação em mudas de citros utilizando microtubos:concepções para projeto e manejo

SP/50

SP/51 Ecofisiologia dos adubos verdes

SP/53

SP/54

Manejo da agressividade de abelhas africanizadas

A cultura da Melancia

Produção de ceraSP/52

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CONHEÇA TAMBÉM NOSSOSOUTROS TÍTULOS

Série Produtor Rural Especial ($ 10,00)

Enxames: coleta, transferência e desenvolvimento

Plantas visitadas por abelhas e polinização

2000 Cultivo do cogumelo shiitake (Lentinula edodes) em torasde eucalipto: teoria e prática

2005 Suplementação de bovinos de corte em pastejo: aspectospráticos

2002 Cultivo hidropônico do meloeiro

2006 Soja: colheita e perdas

2007 Aplicação de fertilizantes via pivô central: um exemplodirecionado à produção de pastagens

2009 Agroquímicos de controle hormonal, fosfitos e potencial deaplicação dos aminoácidos na agricultura tropical

2010 Compostagem e reaproveitamento de resíduos orgânicosagroindustriais: teórico e prático

2003

2004

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Para adquirir as publicações, depositar noBanco do Brasil, Agência 0056-6, C/C 306.344-5 ovalor referente ao(s) exemplare(s), acrescido deR$ 7,50 para o envio, posteriormente enviar viafax (19) 3429-4371, e-mail ou correpondência ocomprovante de depósito, o(s) título(s) da(s)publicação(ões), nome e endereço completo parafazermos o envio, ou através de cheque nominal àUniversidade de São Paulo - ESALQ.

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