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Direito Desportivo

Texto Teorico I

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  • Direito Desportivo

  • M A T E R I A L T E R I C O

    Unidade:

    Introduo ao Direito Desportivo, Evoluo Histrica, Previso Constitucional e Principiologia

    Responsvel pelo Contedo: Prof. Ms. Paulo Celso Sanvito Reviso Textual: rofa Dra Patrcia Silvestre Leite Di Irio

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    Unidade: Int roduo ao Direi to Desport ivo, Evoluo His tr ica, Previso Const i tuc ional e Princ ip io logia

    ORIENTAO DE EST UDOS

    Ol caros alunos,

    Esta primeira unidade, por tratar de assuntos primrios da disciplina, de

    suma importncia para o aprendizado e aprofundamento na matria.

    Dessa forma, a unidade encontra-se organizada de forma a propiciar ao

    aluno uma viso geral introdutria do Direito Desportivo, destacando sua

    importncia como disciplina autnoma do Direito, por meio da apresentao dos

    conceitos e classificaes mais utilizados pela doutrina tradicional.

    No se pode iniciar um estudo profundo de qualquer disciplina sem que se

    conheam suas origens. Por isso, na sequncia, foi apresentada a evoluo

    histrica do Direito Desportivo, desde o seu surgimento, como pretexto para

    apurao da raa e ferramenta do Estado para controle, at sua atual autonomia

    passando, inclusive, por sua previso na Constituio Federal de 1988 quando,

    pela primeira vez, o esporte foi tratado como uma das bases que constituem o

    Estado brasileiro.

    Por derradeiro, foram tratados os princpios do Direito Desportivo (constitucionais e

    infraconstitucionais), em razo de seu valor como base e sustentculo, no apenas

    das normas, mas da essncia de todas as disciplinas do Direito.

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    1 INTRODUO

    pacfico o entendimento que o Direito Desportivo, atualmente, constitui um ramo autnomo do Direito, com princpios, normas (escritas ou consuetudinrias), institutos, fontes e instituies prprias, que regulam a existncia, organizao e prtica de todas as espcies de desporto, como fenmeno da vida social, inclusive com previso Constitucional da competncia da Justia Desportiva.

    Assim, a participao do profissional do Direito para assegurar juridicamente toda essa complexidade de negcios imprescindvel, seja assessorando os interessados ou nas transaes de atletas, seja atuando diretamente na justia desportiva ou na assistncia, principalmente, dos aspectos contratuais, trabalhistas, tributrios etc., no mbito nacional ou internacional.

    2 CONCEITO

    No h como iniciar um estudo sem antes comparar as noes e conceitos dados por grandes estudiosos do tema, visando construo de uma base slida para buscar-se a prpria conceituao.

    O reconhecimento da existncia do Direito Desportivo o primeiro passo para que se possa defini-lo. Jean Loup1, Professor da Faculdade de Direito e renomado advogado da Corte de Toulouse, ainda no princpio da dcada de 1930, j proclamava que o Direito Desportivo era um fato e que, no importava qual fosse a interpretao que se desse, negar sua existncia seria inadmissvel.

    Sobre esse aspecto, tomemos a lio de Carlos Miguel Aidar:

    A importncia do Direito desportivo inafastvel a medida em que os temas jurdicos do desporto podem ser enfocados sob ngulos do desporto espetculo, do desporto competio e do desporto profisso ou, ento, sob a tica do desporto comunitrio, do desporto classista, do desporto estudantil e do desporto militar.2

    1 LOUP, Jean. Les sports et l Droit. ed. Lib. Dalloz, Paris, 1930. 2 AIDAR, Carlos Miguel C. Direito desportivo e outras consideraes jurdico desportivas. Revista do Instituto dos Advogados de So Paulo, So Paulo, v. 1, n. 2, 1998, p. 118.

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    Superado isso, a busca por uma conceituao do Direito Desportivo no

    uma das tarefas mais simples.

    Para o decano dos juristas desportivos brasileiros, o ilustre Valed Perry, o Direito Desportivo o complexo de normas e regras que regem o desporto no mundo inteiro e cuja inobservncia pode acarretar a marginalizao total de uma associao nacional do concerto mundial esportivo" 3, enquanto que para Eduardo Viana, "O Direito Desportivo constitudo pelo conjunto de normas, escritas ou consuetudinrias, que regulam a organizao e a prtica do desporto e, em geral, de quantas questes jurdicas situam a existncia do desporto como fenmeno da vida social".4

    Para Carlos Aidar, o Direito desportivo o conjunto de regras e instrumentos jurdicos sistematizados que tenham, por fim disciplinar os comportamentos exigveis na prtica dos desportos em suas modalidades.5

    Outra importante construo conceitual a do renomado Marclio Krieger, ao mencionar que o Direito Desportivo " a parte ou ramo do Direito Positivo que regula as relaes desportivas, assim entendidas aquelas formadas pelas regras e normas internacionais e nacionais estabelecidas para cada modalidade, bem como as disposies relativas ao regulamento e disciplina das competies".6

    J Pedro Trengrouse Laignier de Souza7 ressalta que a origem da norma o fato social (a prtica do desporto) e, para que haja justia, a balana deve estar acompanhada da espada.

    Dessa forma, podemos conceituar Direito Desportivo como sendo o ramo do Direito que busca relacionar, regular, disciplinar, estudar e resolver os conflitos decorrentes de todas as formas e modalidades desportivas, sistematizando regras disciplinares e comportamentos esperados dos desportistas, com base em regras nacionais e internacionais e instituindo mecanismos coercitivos capazes de garantir a harmonia e uniformidade necessrias prtica desportiva.

    3 PERRY, Valed. Direito desportivo: temas. Rio de Janeiro, CBF, 1981, p.81. 4 DA SILVA, Eduardo Augusto Viana. O autoritarismo, o casusmo e as inconstitucionalidades na legislao desportiva brasileira, 4 ed., ed. Centenrio, 1997, p. 37. 5 AIDAR, Carlos Miguel C. Op. Cit.. idem. 6 KRIEGER, Marclio. Revista Brasileira de Direito Desportivo. So Paulo, Editora OAB/SP, 2002, vol. 1, p. 40. 7 SOUZA, Pedro Trengrouse Laignier. Princpios de Direito Desportivo. Revista Brasileira de Direito Desportivo, So Paulo, n. 7, jan/jun.2005, p. 64.

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    3 AUTONOMIA DO DIREITO DESPORTIVO

    Apesar do grande salto evolutivo do Direito Desportivo ter ocorrido a pouco tempo (principalmente aps a aprovao das leis "Zico" e "Pel"), se consolidando como uma das reas de maior crescimento no pas, sua existncia no recente, inclusive possuindo obras publicadas sobre o assunto ainda na dcada de 1950, como a obra Introduo ao Direito Desportivo, do jurista Joo Lyra Filho.

    Porm, a verdade que o Direito Desportivo, durante muito tempo, foi tratado como um brao, um desmembramento de outras disciplinas do Direito, a exemplo do Direito Desportivo do Trabalho, Contratos Desportivos (Direito Civil), Administrao e Gesto Desportiva (Direito Administrativo), dentre outras.

    Em vista da crescente demanda da rea, ainda no ano 2000, a Ordem dos Advogados do Brasil organizou a primeira comisso temtica sobre o assunto, no Estado de Santa Catarina8. No entanto, para se conceber a autonomia de um ramo do Direito, este deve preencher alguns requisitos, como ter princpios, sistematizao, normas, doutrinas e jurisprudncias prprios e inter-relacionados.

    No existe consenso doutrinrio a respeito da autonomia do Direito. Porm, mesmo levando-se em considerao que o Direito Desportivo ainda tem muito a se fortalecer, no se pode negar sua real importncia, inclusive por possuir normas e garantias constitucionais que tratam do desporto.

    Assim, o melhor entendimento o dos doutrinadores que reconhecem a autonomia do Direito Desportivo, como Luiz Roberto Martins Castro, que argumentam ser "o Direito Desportivo oriundo da necessidade de regulamentao do desporto, alm de suas regras bsicas de competio". 9

    8 MONGUILHOTT, Alexandre Beck e MARIOT, Giovani Rodrigues. A Autonomia do Direito Desportivo. Disponvel em: . Acessado em 18/07/2012. 9 CASTRO, Luiz Roberto Martins. A natureza jurdica do Direito Desportivo. Revista Brasileira de Direito Desportivo n 01, So Paulo, OAB-SP, p.14.

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    4 - BREVE EVOLUO HISTRICA DO DIREITO

    DESPORTIVO NO BRASIL

    A legislao desportiva iniciou-se no Brasil em um

    momento conturbado da histria, na poca da Segunda Guerra Mundial, em que o pas passava pelo regime ditatorial do Estado Novo de Getlio Vargas, com supresso de garantias e absoro das culturas estrangeiras. Os pases agrupavam-se por aproximao de ideais e, assim, as legislaes da poca continham conotaes patriticas e ufanistas, atravs da centralizao da administrao, utilizando os poderes Legislativo e Judicirio como meros coadjuvantes do Executivo, influncia do fascismo de Mussolini.

    Deve-se salientar que, sob a tica do Estado Novo, a "educao fsica", merecia extremo destaque, tendo em vista o seu significado de apurao da raa, tanto que, em 1938, foi editado o Decreto-Lei n 526/38, criando o Conselho Nacional da Cultura, e efetivando a incluso da educao fsica no conceito de desenvolvimento cultural, sendo essa a primeira manifestao normativa com meno ao desporto no Brasil.

    J a primeira legislao especfica sobre o desporto foi o Decreto-lei n 3.199/41, que buscava estabelecer as bases para organizao do desporto no pas, cujo principal objetivo era manter o controle das atividades esportivas pelo Estado, procurando trat-lo como manifestao de exaltao patritica, carregado de conceitos xenfobos. Com isso, as entidades e associaes criadas ou formadas por colonos estrangeiros sofreram mudanas radicais, tendo que afastar os membros de outra nacionalidade que compunham suas diretorias e, muitas vezes, alterar seus prprios nomes e denominaes.

    Apesar desse Decreto-Lei no ser democrtico, j que seu intuito era fixar e manter os braos do Estado sobre o esporte, para que interviesse quando e como quisesse, sua importncia ter sido a primeira "Lei Orgnica do Esporte", considerado por muitos doutrinadores como o marco oficial do Direito Desportivo.

    Por meio dele, foi criado o Conselho Nacional de Desportos (CND), responsvel por zelar pelo desenvolvimento do desporto no Brasil, autorizando cada federao desportiva a se organizar, desde que respeitasse as regras internacionais especficas de sua modalidade. Durante sua existncia, o CND

    Getlio Vargas

    Fonte: http://www.idadecerta.com.br/blog/?tag=getulio-vargas

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    produziu mais de quatrocentas e trinta deliberaes e resolues at sua extino, em 1993, com a entrada em vigor da Lei Zico.

    Deve-se observar que, no perodo compreendido entre o Golpe Militar e a promulgao da Constituio de 1988, a macia produo de normas, tanto legais como infralegais, manteve, na sua essncia, o mesmo vis autoritrio (apesar de mais brando), evidenciando a tendncia de intromisso e interveno estatal no desporto, a exemplo do Decreto n 47.978/60, obrigando o registro, no CND, de tcnico desportivo diplomado em educao fsica e dos Decretos 51.008/61 e 53.820/64, que regulamentaram a profisso do jogador de futebol e sua participao em competies.

    Um marco importante foi, em 1962, a aprovao, pelo CND, do Cdigo Brasileiro Disciplinar do Futebol (CBDF), subdividido em duas partes (processual e penal), e aplicvel ao futebol, e do Cdigo Brasileiro de Justia e Disciplina Desportiva (CBJDD), com aplicao aos demais esportes. Tais documentos foram os responsveis pelo desenvolvimento do sistema judicial desportivo e, em certo ponto, do Judicirio Desportivo.

    A Lei n 6251/75, responsvel por instituir a poltica nacional do desporto, ainda mantinha o poder do Estado sobre a organizao do esporte, mas, ao mesmo tempo, comeava a abrandar a sua forma de atuao, j que liberava a participao da iniciativa privada na promoo do desporto, reconhecia as formas comunitrias, estudantil, militar e classista de organizao desportiva, instituiu, efetivamente, a Justia Desportiva. Porm, previu que o CND exerceria, simultaneamente, as funes legislativa, executiva e judicante, relativas ao desporto. Sua preocupao na forma de promoo e desenvolvimento do desporto fez com que fosse recepcionada pela Constituio Federal de 1988 e vigorando at a aprovao da Lei n 8.672/93 ("Lei Zico").

    Ainda, dentro do regime da ditadura militar, surge a Lei n 6.354/76 ("Lei do Passe"), com o intuito de disciplinar as questes inerentes relao de trabalho do jogador de futebol profissional, estipulando o tempo de durao dos contratos, a carga horria semanal do atleta, a obrigatoriedade da "concentrao", a possibilidade de emprstimo do atleta, a vedao da profissionalizao de atleta menor de dezesseis anos, alm de regulamentar o passe dos atletas.

    Sobre essa Lei, deve-se atentar para dois pontos: primeiro estipulou, sua poca, a competncia da Justia Desportiva para julgar questes inerentes relao de trabalho do atleta profissional; segundo, existe uma forte corrente doutrinria com entendimento de que ela ainda continua em vigor, embora parcialmente, j que a "Lei Pel" apenas a teria revogado em parte (a exemplo da extino do passe e o prazo de vnculo mnimo do jogador).

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    4.1 - Lei n. 8.672 de 1993 - "Lei Zico"

    Merecedora de destaque, por ter sido a primeira grande lei sobre desporto, aprovada aps a Constituio Federal de 1988, a lei chamada dessa forma por ter sido editada com o auxlio do ento secretrio do esporte, Arthur Antunes Coimbra, o ex-jogador de futebol conhecido como "Zico".

    A lei era moderna, balizada em doutrinas desportivas atualizadas, liberal, descentralizadora, no restritiva e, principalmente, democrtica, ao reduzir, drasticamente, a interferncia do Estado e fortalecer a iniciativa privada, nos assuntos do desporto, criando condies para a profissionalizao da prtica das diferentes modalidades desportivas e propiciando o desenvolvimento da autonomia de organizao e funcionamento dos segmentos desportivos e das entidades federais de administrao do desporto.

    O seu principal destaque foi, pela primeira vez no ordenamento jurdico brasileiro, possibilitar que clubes, associaes e entidades desportivas se transformassem, constitussem ou contratassem sociedade comercial, com fins lucrativos, para gesto de suas atividades, os chamados "clubes empresa", inclusive, estabelecendo o processo de filiao das entidades, a tipologia de voto e o mandato dos dirigentes, permitindo a remunerao de seus diretores.

    Porm, apesar de bem intencionada, a lei teve curto alcance, j que no ofereceu nenhuma espcie de benefcio para que essa migrao (de "sem fins lucrativos" para "com fins lucrativos") fosse efetivada, j que os dirigentes dessas entidades teriam um enorme trabalho para convencer os associados dos possveis benefcios da mudana, para conseguir aprov-la em seus estatutos.

    Outra inovao foi a capacidade de criao, pelos prprios atletas ou entidades de prtica esportiva, de ligas regionais e nacionais, alm da previso dos direitos de arena e de imagem, dando s entidades esportivas a possibilidade de autorizar a transmisso, pelos meios de comunicao, de seus jogos e eventos, mediante remunerao, garantindo que parte do arrecadado pelo clube deveria ser repassado para o atleta.

    A Lei Zico ainda foi responsvel por regular a Justia Desportiva, dispondo sobre procedimentos processuais (de primeira e segunda instncias), garantindo o contraditrio e a ampla defesa e disciplinando a organizao dos tribunais. Ela vigorou at o ano 1998, at ter sido revogada pela Lei Pel, em vigor at os dias atuais.

    Zico Fonte: http://blog.jovempan.uol.com.br/nilsoncesar/zicoqueflamengoquenada

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    5 - O DESPORTO NA CONSTITUIO FEDERAL DE 1988

    Com a promulgao da Constituio de 1988, foi abandonado o retrgrado vis autoritrio de interveno estatal no desporto, como se v j em seu artigo 5, XVII, XVIII e XXVIII, ao dispor que garantido aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas, a liberdade de associao para fins lcitos, a dispensa de autorizao para criao de associaes, vedando interferncia estatal em seu funcionamento e a proteo reproduo de imagem e voz humanas nas atividades desportivas.

    E no fica apenas nisso, o artigo 24, IX, da Lei Maior, estabeleceu ser a competncia legislativa "desportiva" concorrente entre os entes da Federao (Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios), enquanto que o artigo 217, faz expressa meno no tocante a ser o esporte um dever do Estado, que deve proteger e incentivar as manifestaes desportivas de criao nacional, fomentando sua prtica, formal e no formal, atravs do tratamento diferenciado ao profissional e o no profissional, destacando a autonomia das entidades desportivas e associaes, principalmente quanto sua organizao e funcionamento.

    Na realidade, a Constituio de 1988 trouxe, pela primeira vez, o esporte como uma das bases que constituem o Estado brasileiro. Uma das principais inovaes o amplo sentido dado prtica desportiva, no se limitando apenas convencional, mas agregando a recreativa, a de lazer e a de divertimento, colocando o desporto no rol dos direitos sociais (artigo 6), com o objetivo de promover o bem-estar e a justia social.

    O desporto no faz parte dos direitos sociais, apenas, por ter sido caracterizado como lazer, mas sim, porque serve como forma de promoo social, educao, sade e entretenimento. Alis, a ideia de bem-estar social e integrao social do homem j fora anteriormente prevista no artigo XXV da Declarao Universal dos Direitos do Homem. 10

    10UNIDAS, Naes. Declarao dos Direitos Humanos. Disponvel em: . Acessado em 18/Jul/2012.

    Fonte: www.mundoeducacao.com.br/historiadobrasil/aconstituicao1988.htm

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    6 - DESPORTO: CLASSIFICAO

    Esporte um fenmeno sociocultural, que envolve a prtica voluntria de atividades de concentrao, intelectuais, motoras, proeza ou esforo fsico, com finalidade recreativa ou profissional, sujeita a determinados regramentos, que visa a competio entre os praticantes, contribuindo para a formao, desenvolvimento e/ou aprimoramento fsico, intelectual e psquico de seus praticantes e espectadores. J o Desporto, pode ser definido como uma espcie de atividade esportiva competitiva institucionalizada, cuja participao motivada por uma combinao de fatores intrnsecos e extrnsecos, qualificado por regras rgidas, previamente definidas, em complexidade proporcional ao tipo de atividade realizada naquela modalidade, concebidas sobre a experincia prvia e informadas pelo ganho emocional, fsico, intelectual e psquico de quem participa, e/ou de quem assiste.

    Atividade esportiva gnero, da qual a atividade desportiva e espcie. A atividade esportiva ldica, havendo flexibilidade convencional nas regras que podem ser alteradas no meio da atividade ou sequer consideradas, j que seu principal objetivo o ganho emocional de quem participa. J a desportiva revestida de regras rgidas e pr-determinadas, com pouca ou nenhuma amplitude de flexibilizao, prescindindo de um quadro de rbitros, para a direo, interpretao e aplicao dessas regras, para a definio do ganhador, j que seu principal objetivo o ganho emocional de quem assiste.

    Ambas as expresses so comumente sobrepostas ou conjugadas como

    sinnimas, obrigando-nos a adotar outra espcie de "classificao", dividindo o desporto em: educacional, de participao e de rendimento.

    O desporto educacional pode ser considerado como aquele praticado nos sistemas de ensino ou em outras formas de educao. caracterizado por se evitar, em sua prtica, a seletividade e a hipercompetitividade de seus participantes, tendo como objetivo primordial alcanar o desenvolvimento integral do indivduo e sua formao para o exerccio da cidadania e a prtica do lazer11.

    11 SILVA. Jos Afonso da. Comentrio contextual Constituio. So Paulo, Ed. Malheiros, 2005. 1 ed., p. 814.

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    O desporto de participao (vulgar e erroneamente chamado de "amador"), visa, apenas, a integrao de seus participantes de modo voluntrio, sem vnculo algum.12 Conforme Jos Ricardo Oliveira, essa espcie de desporto se encontra presente em todas as atividades esportivas, que no exijam vnculo ou compromisso do praticante com a atividade ou com a entidade.13

    Dessa forma, a utilizao da expresso "Esporte Amador", alm de antiquada, errada, devendo ser evitada, j que as palavras amador ou profissional, no caracterizam uma qualidade da modalidade, mas sim do praticante, ou melhor, do indivduo14.

    J o desporto de rendimento, pode ser considerado como a imagem do desporto formal, caracterizado pela busca de resultados desportivos. Abrange as atividades das associaes atlticas, ligas, federaes e confederaes15.

    O Desporto de rendimento definido no artigo 3, III, da Lei 9.615/98, como aquele praticado, tanto segundo as normas gerais daquela Lei, quanto as da prtica desportiva (nacionais e internacionais), com a finalidade de obter resultados e integrar pessoas e comunidades do Pas e estas com as de outras naes.

    Como o ordenamento jurdico, a doutrina e a jurisprudncia, muitas vezes, utilizam os termos como sinnimos, com apoio na Lei n. 9.615/98 (Lei Pel) e nos princpios constitucionais do Estado Democrtico de Direito16, convm adotar a subdiviso do desporto de rendimento em formal e no formal.

    Foi a prpria Constituio Federal de 1988 que subdividiu o desporto de rendimento em categorias, ao utilizar, no artigo 217, a expresso "prticas desportivas formais e no formais". A tarefa de disciplinar cada uma foi executada pela doutrina e pela Lei n. 9.615/98 (Lei Pel).

    A modalidade profissional descrita no artigo 3, pargrafo nico, I da Lei 9.615/98, possuindo, como caracterstica principal, o contrato formal de trabalho, remunerado, entre o atleta e a entidade de prtica desportiva ou, em outras palavras, a lei classifica o atleta profissional como "funcionrio" do clube ou entidade esportiva. Assim, eventuais outros contratos do atleta, com outras pessoas jurdicas, devem ser de carter de patrocnio.

    J o atleta no profissional identificado no artigo 3, pargrafo nico, II da Lei 9.615/98, tanto pela liberdade de prtica, como pela inexistncia de contrato de trabalho. Importante mencionar que permitido, para os atletas no profissionais, o recebimento de incentivos, tanto materiais, como de patrocnio. 12 SILVA, Jos Afonso da. Op. cit.. idem. 13 OLIVEIRA, Jos Ricardo Loureno. Polticas Pblicas no Desporto de Participao: um Possvel Distanciamento. Revista Eletrnica de Educao Fsica da Uniandrade, Curitiba, in http://wv\w.uniandrade.br/publicacoes/revista/reef/MontaArtigo.asp?ID=118. Acessado em 16/7/2012. 14 AIDAR, Carlos Miguel, Curso de Direito Desportivo. So Paulo, 1 ed., Ed. Icone, 2003 p. 43. 15 SILVA, Jos Afonso da. Op. cit.. p. 819. 16 NAPIER. Rodrigo Domingues. Manual de Direito Desportivo e Aspectos Previdencrios. So Paulo, IOB Thompson, 2003, p. 29.

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    Assim, pode-se dizer que a prtica desportiva formal aquela regulada por regras (nacionais ou internacionais) do esporte, alm das regras da prtica da modalidade, aceitas pelas respectivas entidades nacionais e internacionais de administrao do desporto17, administrada por entidade de organizao esportiva e desenvolvida por meio de um contrato de trabalho, enquanto que a prtica no formal, caracterizada pela liberdade ldica de seus praticantes.

    Maria Helena Diniz, ao efetuar a diferenciao entre as duas espcies, dispe que a finalidade precpua do desporto profissional auferir renda, seja a arrecadada com a competio, seja por meio de patrocinadores ou fomentadores esportivos e remunerar os atletas, enquanto que o no profissional identificado, tanto pela liberdade de sua prtica, quanto pela inexistncia de contratos de trabalho, mesmo que permitida a participao de fomentadores e patrocinadores. 18

    7 - Princpios do Direito Desportivo

    Os princpios so a base, o sustentculo, no apenas das normas, mas da

    essncia de todas as disciplinas do Direito. Podem ser caracterizados como regras que norteiam e irradiam por todo o sistema; uma fonte que serve e auxilia o ordenamento, na criao, compreenso, interpretao e aplicao das normas no caso concreto, podendo ser explcitos (quando constantes no escopo normativo, compondo uma Lei) ou implcitos (quando decorrentes de base costumeira, moral ou mesmo da prpria Hermenutica integralizadora do ordenamento jurdico).

    Quanto importncia dos princpios, vale sempre lembrar da mxima que descreve ser mais grave violar um princpio do que uma norma, complementada pelas palavras de Celso Antnio Bandeira de Melo (apud MELO FILHO, 2006, p. 55): "violar qualquer princpio, ainda que implcito, to afrontoso, como o que esteja expresso".

    Antes de tudo, deve-se salientar que os princpios do Direito Desportivo so influenciados e inspirados nos fundamentos e objetivos do Estado Democrtico de Direito, previstos nos artigos 1 e 3 da Constituio Federal de 1988, a exemplo da soberania (art. 1, I), que envolve a supremacia nacional, e d ao desporto a caracterstica de patrimnio do pas.

    17 NAPIER, Rodrigo Domingues. Op. cit., p. 29. 18 DINIZ, Maria Helena. Tratado terico e prtico dos contratos. So Paulo, v. 5, Ed. Saraiva, 2003, p. 324.

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    Sobre os princpios da Justia Desportiva, merece meno a lio de Paulo Marcos Schmitt: "princpios so proposies diretoras de uma cincia ... so ordenaes que irradiam e imantam o sistema de normas - Na perspectiva de um sistema desportivo, so os seus sustentculos, alicerces, bases e fundamentos".19

    J quanto aos princpios constitucionais propriamente ditos, o principal, dentre os desportivos, o princpio do direito social, previsto no artigo 6 da CF/88, derivando deste todos os demais. Temos ainda o princpio da autonomia na administrao das entidades desportivas, dado pelo artigo 217, I da CF/88, dentre tantos outros.

    Assim como o legislador constitucional inseriu na lei maior alguns dos princpios norteadores do Estado Democrtico, o Direito Desportivo, em sua legislao especfica, tambm elencou seu rol de princpios, mais especificamente no Cdigo Brasileiro de Justia Desportiva (CBJD) e na Lei n. 9.615/98 (Lei Pel). Deve-se ressaltar que tal rol no exaustivo, podendo e devendo ser complementado, em aplicao subsidiria e analgica, pelos demais que compem o arcabouo do ordenamento jurdico.

    No prisma infraconstitucional, o Direito Desportivo tambm possui seus princpios especficos, devidamente previstos no artigo 2 da Lei n . 9.615/98 (Lei Pel) tais como:

    da soberania - supremacia nacional na organizao da prtica desportiva; da autonomia - liberdade das pessoas organizarem-se para a prtica

    desportiva; da democratizao - no discriminao nas condies de acesso s

    atividades desportivas; da liberdade - para a prtica do desporto, associando-se ou no a

    entidade do setor: o desporto um direito individual social e no um dever social;

    do direito social - dever do Estado em fomentar as prticas desportivas; da diferenciao - entre o tratamento dado ao desporto profissional e no

    profissional: visa a resguardar direitos e impor deveres queles que elejam uma modalidade desportiva como profisso;

    da identidade nacional - proteo e incentivo s manifestaes desportivas de criao nacional;

    da educao - voltado para o desenvolvimento integral do homem e fomentado pela prioridade dos recursos pblicos ao desporto educacional;

    da qualidade - valorizao dos resultados desportivos, educativos, dos relacionados cidadania e ao desenvolvimento fsico e moral: velha mxima de "mens sana in corpore sano";

    19 SCHMITT, Paulo Marcos (coord.), Cdigo Brasileiro de Justia Desportiva Comentado. So Paulo, Ed. Quartier Latin, 2006, p 22.

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    da descentralizao - organizao e funcionamento harmnicos de sistemas desportivos diferenciados e autnomos;

    da segurana - relativo integridade fsica, mental ou sensorial do praticante de qualquer modalidade desportiva;

    da eficincia - tem a ver com a busca do resultado positivo, desportivo e administrativo: competncia e eficincia, tanto na prtica da modalidade desportiva, como na administrao do desporto.

    O pargrafo nico do mencionado artigo prev que, no tocante explorao e gesto do desporto profissional, devem ser observados, ainda, os princpios da transparncia financeira e administrativa; da moralidade na gesto desportiva; da responsabilidade social de seus dirigentes; do tratamento diferenciado em relao ao desporto no profissional; e da participao na organizao desportiva do Pas.

    Ademais, esses princpios devem ser conjugados, em uma interpretao sistemtica, com os demais Princpios Gerais do Direito, principalmente com os chamados direitos/princpios fundamentais bsicos, previstos no artigo 5 da Magna Carta, a exemplo dos direitos vida, liberdade, igualdade, ao devido processo legal (na Justia Desportiva), sem excluir os outros tantos espalhados por toda a Tbua Constitucional.

    Finalizando, conforme mencionado, o artigo 2 do Cdigo Brasileiro de Justia Desportiva tambm traz um rol de princpios, de natureza processual, de aplicao imediata ao Direito Desportivo, tais como: ampla defesa; celeridade; contraditrio; economia processual; impessoalidade; independncia; legalidade; moralidade; motivao; oficialidade; oralidade; proporcionalidade; publicidade; e razoabilidade.

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    MATERIAL COMPLEMENTAR

    Uma vez que Educao Distncia oferece ao aluno a oportunidade de

    organizar sua aprendizagem e buscar outras bases de conhecimento, indicado,

    como material de estudo complementar, para um aprofundamento nesta unidade

    1, que o aluno consulte os sites:

    Consulte os sites, na internet, das Federaes e Confederaes Esportivas

    (nacionais e internacionais), ligadas modalidade desportiva de seu maior

    interesse;

    IBDD Instituto Brasileiro de Direito Desportivo:

    http://www.ibdd.com.br/v2/index.asp

    IPDD Instituto Pernambucano de Direito Desportivo

    http://ipdireitodesportivo.wordpress.com

    Site com diversos artigos e informaes do Portal UOL,

    no endereo http://justicadesportiva.uol.com.br/

    Depois de ler o material e informar-se sobre a constituio do pargrafo e as diferentes possibilidades de elabor-los, vamos pr em prtica esses conhecimentos nas atividades!

    Bom trabalho!

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    ANOTAES

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    REFERNCIAS

    AIDAR, Carlos Miguel C. Direito desportivo e outras consideraes jurdico desportivas. Revista do Instituto dos Advogados de So Paulo, So Paulo, v. 1, n. 2, 1998.

    ____________________. Curso de Direito Desportivo. So Paulo: Icone, 2003.

    CASTRO, Luiz Roberto Martins. A natureza jurdica do Direito Desportivo. Revista Brasileira de Direito Desportivo n 01, So Paulo, OAB-SP.

    SILVA, Eduardo Augusto Viana. O autoritarismo, o casusmo e as inconstitucionalidades na legislao desportiva brasileira. 4 ed. So Paulo: ed. Centenrio, 1997.

    DINIZ, Maria Helena. Tratado terico e prtico dos contratos. v. 5. So Paulo: Saraiva, 2003.

    KRIEGER, Marclio. Revista Brasileira de Direito Desportivo. So Paulo, Editora OAB/SP, 2002, vol. 1.

    LOUP, Jean. Les sports et l Droit. Paris: Lib. Dalloz, 1930.

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    NAPIER. Rodrigo Domingues. Manual de Direito Desportivo e Aspectos Previdencirios. So Paulo, IOB Thompson, 2003, p. 29.

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    PERRY, Valed. Direito desportivo: temas. Rio de Janeiro, CBF, 1981.

    SCHMITT, Paulo Marcos (coord.), Cdigo Brasileiro de Justia Desportiva Comentado. So Paulo: Quartier Latin, 2006.

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    SOUZA, Pedro Trengrouse Laignier. Princpios de Direito Desportivo. Revista Brasileira de Direito Desportivo. So Paulo, n. 7, jan/jun.2005, p. 64.

    UNIDAS, Naes. Declarao dos Direitos Humanos. Disponvel em: . Acessado em 18/Jul/2012.

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