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TEXTOS DOS ALUNOS Mais um dia na escola e levo tudo o que preciso na minha pasta: o tinteiro, uma pena, a ardósia, o apagador e o giz. Levo vestida uma bata branca, com umas calças pretas e já estou pronto. Na aula, só há rapazes; as meninas estão separadas de nós. Temos um professor, e com ele, a sua menina de cinco olhos e as orelhas de burro. Finalmente, acabou o dia e já não era sem tempo. Já posso tirar esta bata feia, mas os trabalhos são quase vinte. Fui para a cama depois de fazer os trabalhos e descansei. É a única coisa de que gosto no dia de aulas. Mas é pena que seja um bocado, porque podia ser até à hora de almoço! Bruno Cortez, nº. 1 5ºA Era o meu primeiro dia na escola antiga. Tudo era diferente e eu não sabia o que havia de fazer no intervalo. Como não sabia o que fazer, subi a uma árvore. A professora viu-me a subir à árvore pela janela. Quando tocou, a professora chamou-me ao quadro. Eu fui e ela pediu para eu pôr os braços para cima. Eu só a vi pegar na régua. Como era o primeiro dia, ela só me deu três reguadas. Quando cheguei a casa, não me conseguia sentar para fazer os trabalhos. Passaram três dias e já não me doía. A partir desse dia, nunca mais me portei mal. Joana Moreira, nº. 7 5ºA

Textos dos alunos

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Page 1: Textos dos alunos

TEXTOS DOS ALUNOS

Mais um dia na escola e levo tudo o que preciso na minha pasta: o

tinteiro, uma pena, a ardósia, o apagador e o giz.

Levo vestida uma bata branca, com umas calças pretas e já estou pronto.

Na aula, só há rapazes; as meninas estão separadas de nós. Temos um

professor, e com ele, a sua menina de cinco olhos e as orelhas de burro.

Finalmente, acabou o dia e já não era sem tempo. Já posso tirar esta bata

feia, mas os trabalhos são quase vinte.

Fui para a cama depois de fazer os trabalhos e descansei. É a única coisa

de que gosto no dia de aulas. Mas é pena que seja um bocado, porque podia ser

até à hora de almoço!

Bruno Cortez, nº. 1

5ºA

Era o meu primeiro dia na escola antiga. Tudo era diferente e eu não sabia o

que havia de fazer no intervalo.

Como não sabia o que fazer, subi a uma árvore. A professora viu-me a subir à

árvore pela janela.

Quando tocou, a professora chamou-me ao quadro. Eu fui e ela pediu para

eu pôr os braços para cima. Eu só a vi pegar na régua. Como era o primeiro dia, ela

só me deu três reguadas.

Quando cheguei a casa, não me conseguia sentar para fazer os trabalhos.

Passaram três dias e já não me doía. A partir desse dia, nunca mais me portei

mal.

Joana Moreira, nº. 7

5ºA

Page 2: Textos dos alunos

Cheguei à escola e comecei logo a trabalhar. Eu tinha que utilizar ainda a

bata.

A professora mandou-me ao quadro e eu não conseguia resolver o problema.

Então, a professora deu-me com a régua na mão. Deu-me com a menina de cinco

olhos e fiquei bem marcado.

No dia seguinte, eu tinha acabado de estudar e consegui resolver o problema.

E como a professora não se levantava da cadeira, eu pensava que o problema

estava mal, mas apareceu um professor e disse:

— O problema está bem. Você é que está sentada. Ó, levante-se!

Eu fui para o lugar e ela pediu-me desculpa.

André Santos, nº. 15

5ºA

Acordava e ia vestir a minha bata. Teria de vir a pé para a escola e em terra

batida.

Chegava à sala e tínhamos de rezar. Escrevíamos na ardósia.

Fazíamos contas e, se alguém não acertava, havia reguadas, orelhas de burro e

ficava sentado a um canto.

Teríamos alguns trabalhos de casa. Íamos para casa e fazíamos os trabalhos.

E era assim um dia na escola.

Pedro Simões, nº. 11

5ºA

Page 3: Textos dos alunos

Um dia numa escola antiga devia ser um pouco aborrecido, pois não

podíamos brincar com os rapazes.

Se nos portássemos mal, levávamos uma reguada ou um puxão de

orelhas e punham-nos com orelhas de burro à janela. Penso que não era muito

bom levar reguadas e puxões de orelhas.

Se tivesse muita curiosidade em ir ver o outro lado, não podia. Se

saltássemos para o lado dos rapazes… pimba, reguada.

Também não gostava de escrever em ardósia, pois quando o quadro já

estivesse cheio, tínhamos de apagar e, assim, não tínhamos recordações dos

trabalhos.

Julgo que não ia gostar de passar muito tempo numa escola antiga.

Inês Alves, nº. 6 5ºA

Há muito tempo, mais ou menos no ano de 1954, estaria eu a sair de casa.

Levava uma mala castanha grande, onde cabia tudo. Vestia uma bata branca que

me vinha até aos joelhos. Avistava a sala das meninas.

— Bom dia!

Sentei-me na minha secretária, que ficava no fundo da sala. Isso era o que

me valia! Colocava tudo dentro da secretária e deixava só o quadro de ardósia e o

giz em cima da mesa.

Lemos um texto e fizemos uma ficha. Depois, tocou a campainha.

No intervalo, havia uma barreira para não irmos para o lado dos rapazes e

quem fosse levava com a régua. Uma vez, tentei saltar a barreira, mas correu-me

mal. Fui apanhada e fiquei amiga da régua.

Chegava a hora de almoço e todas as raparigas se reuniam no recreio para

comer.

No final do dia, arrumávamos tudo e íamos para casa de mala na mão.

Maria do Rosário Varanda, nº. 9 5ºA

Page 4: Textos dos alunos

No século passado, a escola era muito diferente. Os professores davam

com a régua quando os alunos se portavam mal, eram castigados e tinham que

colocar orelhas de burro.

Também naquela época, não se utilizavam cadernos como agora.

Utilizava-se ardósia, que era um quadro pequeno. Também não se utilizavam

lápis como se utilizam agora. Antigamente, utilizava-se giz. As mochilas não

eram mochilas; eram pastas feitas de tecido.

Quem não sabia fazer contas no quadro, quando havia algum erro, o

professor batia-lhe com a menina dos cinco olhos e punha-o de castigo. Era aí

que entravam as orelhas de burro.

Antigamente, não se utilizavam canetas. Tinham que levar um tinteiro.

Também tinham que utilizar uma bata, que não gostavam de usar.

Rúben Bento, nº. 13 5ºA

Imaginar-me numa escola antiga, é muito estranho.

Eu usaria duas compridas tranças com laços verdes escuros, uma farda

laranja florescente, com uns sapatitos vermelhos.

Ia a correr para não chegar atrasada à escola, mas, afinal, quando

cheguei já era tarde. Tudo por causa do almoço, que nunca mais estava pronto.

Cheguei toda a tremer, só de pensar que podia levar três reguadas por

estar atrasada. Rezava para que não me batesse.

Quando cheguei, fiquei admirada! No lugar do professor Jorge, sempre

com a régua na mão, sempre a bater e a pôr alguém na cadeira das orelhas de

burro, estava uma professora nova. Tinha cabelo loiro, olhos verdes claros e uma

bata azul-turquesa.

Eu entrei e disse, meia a chorar:

— Por favor, não me bata! Não fiz por mal…

Ao contrário do que estava à espera, ela disse:

— Deixa lá! Senta-te no teu lugar para começarmos a apresentação.

Daniela Domingues, n.º 2

5ºA