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AGOSTO DE 2015 GIGANTE! MAYA GABEIRA Revela como está se preparando para voltar a Portugal MAIS RÁPIDO QUE BALADA FERVENDO NA ÁFRICA O FESTIVAL QUE PEGA FOGO (LITERALMENTE) NO DESERTO VOCÊ PODE TER ALTA PERFORMANCE U S AIN BOLT ALÉM DO COMUM BRASIL

The Red Bulletin Agosto 2015 - BR

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AGOSTO DE 2015

GIGANTE! MAYA GABEIRA Revela como está se preparando para voltar a Portugal

MAIS RÁPIDO QUE

BALADA FERVENDO NA ÁFRICA

O FESTIVAL QUE PEGA FOGO

(LITERALMENTE) NO DESERTO

VOCÊ PODE TER ALTA PERFORMANCEU S A I N B O LT

ALÉM DO COMUM

BRASIL

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BEM-VINDO A vida é feita de momentos de descoberta e aventura que garantem lições que levamos conosco. Um festival no deserto, uma cena de ação num filme, uma onda gigante, uma praia inóspita ou uma competição de carros malucos numa pista de terra: tudo isso nos faz sentir vivos. Na edição que você tem em mãos, Maya Gabeira revela seu treinamento para voltar à onda que quase tirou sua vida, num exemplo de superação e amor ao es-porte; Alan van Gysen mostra os registros de sua aventura ao lado de três surfistas nas ondas intocadas de Madagascar; Rebecca Ferguson fala de seu salto quase mortal nas gravações do filme Missão Impossível: Nação Secreta; e muito mais, com festivais de pirotecnia no deserto e corrida em Las Vegas!

MADAGASCAR Fomos em busca de ondas perfeitas em um dos rincões mais remotos da África

24

“Adoro desafi os.

Por isso metornei atriz.”

REBECCA FERGUSON, PÁG. 42

O MUNDO DE RED BULL

4 THE RED BULLETIN

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60MINT 400 Motor, deserto e paixão: estes são alguns dos ingredientes desta corrida maluca em Las Vegas

TÁ QUENTE!O AfrikaBurn é espetáculo puro. Ele acontece no deserto sul-africano e a gente foi conferir de perto

NESTE MÊS

GALERIA

10 FOTOS Os melhores registros do mês

BULLEVARD

17 RECORDES Os números, as pessoas e as marcas nos 60 anos do Guinness

DESTAQUES

24 MadagascarUma expedição com muito surf e picos inóspitos na ilha africana

38 Heróis do mêsDa surfista Maya Gabeira ao vocalista da banda Muse, Matthew Bellamy

44 EsquentaO festival AfrikaBurn é fora do comum: uma festa gigante no deserto

52 Além do limiteVocê pode ser o próximo Usain Bolt? Nós temos a resposta

60 Velozes e furiososEm Las Vegas, carros e adrenalina se unem numa competição única

AÇÃO

71 O ESSENCIAL Para quem quer ficar por dentro do mundo dos esportes, da tecnologia e do entretenimento

83 ESPECIAL 20 lugares imperdíveis88 EXPEDIENTE Nosso time90 MOMENTO MÁGICO Rally

RECORDESO Guinness Book está completando 60 anos: fizemos um apanhado com os recordes mais impressionantes da história

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ALTA PERFORMANCEO ser humano tem limite? Os recordes serão quebrados? Um estudo sobre o desempenho no esporte

MAYA GABEIRAA surfista de ondas grandes fala sobre seu preparo para encarar novamente as ondas de Nazaré, em Portugal

AGOSTO DE 2015

THE RED BULLETIN 5

BASTIDORESTHE RED BULLETINAGOSTO DE 2015

NOSSO TIMEESTE MÊS

MAKING OFPOR TRÁS DAS CÂMERAS

ALEX WILLIAMSONO ilustrador e professor britânico que já fez trabalhos para publicações como The New Yorker e The Guardian colocou sua arte na reportagem de capa deste mês sobre os limites do desempenho humano. Pág. 52.

COLE LOUISON“Sabia que a Mint 400 era icônica”, diz o repórter Cole Louison sobre a famosa e maluca corrida no deserto. “Mas não conhecia essa cultura vibrante do off-road.” Veja o que aconteceu em Las Vegas na pág. 60.

Em busca de ondas inexploradas, o fotógrafo sul-africano Alan van Gysen foi a Madagascar com os surfistas Slade Prestwich, Frank Solomon e Grant “Twiggy” Baker. Veja o que eles encontraram por lá a partir da pág. 24.

O AfrikaBurn – com seus carros mutantes, acampa-mentos temáticos, fogos de artifício e roupas malucas – é um desses festivais que a gente só acredita vendo. “Essa é a segunda vez que venho ao AfrikaBurn. E não será a última”, garante o fotógrafo Tyrone Bradley (em pé, à esq.). “É um encontro anual de desa-justados criativos, num país das maravilhas cheio de expressão, sem egos e muito viciante.” O repórter Dylan Muhlenberg (agachado, à esq.) concorda. “O AfrikaBurn vai mudar você.” Leia na pág. 44.

Assim é a festa no deserto sul-africano

Assim é a festa no

Em pé sobre os corais, Alan mira a ação dos sur fistas

nas ondas

ABSEITS DES ALLTÄGLICHEN

DEUTSCHLAND

ABSEITS DES ALLTÄGLICHEN

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S c h n e l l e r a l sU S A I N B O LT W ie du alle Grenzen sprengst

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Plus:WELT-REKORDESPECIAL

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€ 2,50 AUGUST 2015

Desertopegando fogo

“Viajar o mundo e ver a vida diante de você é o que chamo de viver.”ALAN VAN GYSEN

THE RED BULLETIN PELO MUNDOO Red Bulletin é publicado em 11 países. Acima, a capa da edição alemã.

Baixe todas as edições em: redbulletin.com/howtoget

6 THE RED BULLETIN

SÓ NOREDBULLETIN.COM

THE RED BULLETIN: OS DESTAQUES NA WEB

PAPO WEB: MUSEO vocalista da banda, Matthew Bellamy, que tam-bém é dono de uma guitarra de touch screen, conta por que curte dirigir um Thunderbird 1962 nas horas vagas redbulletin.com/muse

O MELHOR DOS FESTIVAISRock na floresta do Japão, sexo no deserto e balada numa ilha no leste europeu: veja os 15 festivais que vão mudar a sua vidaredbulletin.com/festivals

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Anastasia Ashley, surfista (e gata) Um vídeo de 90 segundos transformou a norte-americana de 28 anos em estrela das mídias sociais. Ela nos conta como domar as ondas gigantes do Havaí redbulletin.com/anastasia

8 THE RED BULLETIN

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A energiA de red Bull em três

novos sABores.

www.redBull.com.Br

crAnBerry lime BlueBerry

E R Z B E RG , ÁU ST R I A

LADEIRA ACIMAO Red Bull Hare Scramble é um dos desafios mais difíceis sobre duas rodas. No entanto, a cada ano 500 loucos por enduro encaram as ladeiras inclinadas da montanha austríaca. Em 2015 apenas cinco pilotos conseguiram completar a subida nas encostas pedregosas. Jonny Walker, vencedor no ano passado, contou com a ajuda de rivais para terminar o trajeto este ano.Veja o vídeo em: redbull.com/erzbergrodeoFoto: Samo Vidic

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LL A N B E D R A I R FI E LD, PA Í S D E G A LE S

NO ARPaul Bonhomme e Steve Jones, do Red Bull

Matadors, são os primeiros pilotos a atravessar um prédio em formação de voo com suas máqui-

nas de competição – um celeiro perto da base aérea de Llanbedr, no norte do País de Gales. Os britânicos conseguiram executar a difícil

manobra asa-com-asa sem suar a camisa. Você pode ver Bonhomme em ação no Red Bull

Air Race. A próxima etapa acontece nos dias 15 e 16 de agosto em Ascot, Inglaterra:

www.redbullairrace.comFoto: Olaf Pignataro

13

LOW E R LE W I S FA LL S , EUA

POR ÁGUA ABAIXO

“O salto foi ainda mais perigoso do que parecia”, diz o fotógrafo Tyler Roemer sobre a queda de 25 metros do caiaquista Drew Eastman,

em Washington, nos EUA. O fotógrafo esperou por horas na água fria, mas garante que isso

foi brincadeira de criança comparado ao salto. Mais sobre as aventuras de Roemer em:

tylerroemer.comFoto: Tyler Roemer

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MAKERS OF THE ORIGINAL SWISS ARMY KNIFE I WWW.VICTORINOX.COM

SE XO

Blake Jamieson escreveu apenas “match do dia” na sua foto de perfil do Tinder, e 2 mil mulheres queriam paquerá-lo online. A sua namorada atual não era nenhuma delas. Os dois trabalham hoje como conselheiros amorosos. Mas você não precisa deles. Afinal, você já conhece o truque dele. Isso é que é estresse:

Blake paquerava milhares de mulheres

ao mesmo tempo

26 HOR AS, 26 MINUTOS E 26 SEGUNDOS

O A B R A Ç O M A I S L O N G O26 casais em Pattaya, Tailândia

11 DIVÓRCIOSA CADA 1.000 PESSOAS POR ANO

A M A I S A LTA TA X A D E D I V Ó R C I OMaldivas

50 VEZES EM UM INTERVALO DE 3 A 4 HORAS

O S E XO M A I S F R E Q U E N T EGrilo australiano

H O N R A A O S N O M E S

H O N R A A O S N Ú M E R O S

MAIS DE

2 MILMULHERES

O R E C O R D E D E M AT C H E S N O T I N D E R

RECORDES MUNDIAIS60 anos do Guinness Book. A nossa homenagem!

THE RED BULLETIN 17

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POP

Chris Hadfield, comandante da esta-ção espacial ISS, curte fazer vídeos infor-mativos. Ou divertidos. Como o cover de “Space Oddity” de David Bowie.

Thriller nos contou que Billie Jean não é sua amante e que o filho dela não é seu. Além disso, o álbum marcou gerações e vendeu mais de 109 milhões de cópias. O número exato é, como o pai da criança, desconhecido. PAÍS E HABITANTES

71,1 % DOS HABITANTES ACIMA DO PESO

O M A I S G O R D O Nauru, um país insular no Oceano Pacífico

25.000 METROS QUADR ADOS

O M E N O R Sealand, uma micronação perto da Inglaterra

62,1 KG POR HABITANTE POR ANO

O M A I O R C O N S U M I D O R D E C A R N E B O V I N A

Uruguai. Imbatível!

A S É R I E C O M A M E L H O R AVA L I A Ç Ã O

99DE 100 PONTOS NO METACRITIC

O personagem prin-cipal Walter White

usou o dinheiro para subornar a crítica

Breaking Bad tem uma avaliação tão pura como a metanfetamina pro-duzida pelo personagem Walter White: 99 %, quer dizer, pontos. A série mis-tura drama, suspense e humor negro na medida certa. Os roteiros são exce-lentes, e os personagens são trabalhados até o último detalhe. A série é amada por todos com razão. Os valores recor-des no Metacritic, que leva em conta as opiniões de usuários do mundo inteiro, confirmam. O que Walt diz a respeito? “Eu venci!”

109.000.000DE DISCOS VENDIDOS

O Á L B U M M A I S V E N D I D O

B U L L E VA R D R E C O R D E S M U N D I A I S

V Í D E O N O E S PA Ç O

DIÁLOGO DAS LATAS

O beijo mais longo do mundo.

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MULHERES

355.000 DÓLARES EM 24 HORASA V E N D A D E B I S C O I T O S M A I S B E M - S U C E D I D A

As escoteiras do Arizona fazem biscoitos deliciosos: elas quebraram o recorde (ainda não oficial) de vendas de biscoitos em apenas um dia durante o fim de semana do Superbowl. Superaram a marca dos US$ 75 mil brincando e no final tinham arrecadado US$ 355 mil vendendo 88 756 caixas de biscoitos.

Você vê aqui... uma linda mulher? Errou:

isto é dinheiro vivo

B U L L E VA R D R E C O R D E S M U N D I A I S

Jennifer Lawrence luta com arco e flecha por justiça em Jogos Vorazes e por um recorde em Hollywood: as bilheterias dos cinemas do mundo renderam US$ 1,52 bilhão, transfor-mando a atriz de 24 anos na mais lucrativa heroína de filmes de ação da história. E tem mais: o último filme da série será lançado em novembro de 2015 e pode bater novo recorde. Ou quem poderia quebrar esse recorde? Talvez Breaking Bad – O Filme. Mas, You Better Call J-Law.

1.520.00 0.000DE DÓLARES (1,52 BILHÃO)

A H E R O Í N A C O M M A I O R L U C R O

1.520.00 0.000(1,52 BILHÃO)

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431,1 km/hO E S P O R T I V O M A I S R Á P I D O

O Bugatti Veyron 16.4 Super Sport não é companhia para ir às compras. O porta-malas não tem espaço. Cada milímetro foi utilizado para ganhar mais potência. E é assim que ele alcança a velocidade máxima de 431,1 km/h. Perfeito para impressionar mulheres ou fugir delas.

20.338.986 DE DÓLARES

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O QUE QUEREMOS

B U L L E VA R D R E C O R D E S M U N D I A I S

87 FERRAMENTASO C A N I V E T E C O M M A I S F U N Ç Õ E S

Você pode usar o Giant para montar móveis ou para consertar o carro. Ou cortar as unhas dos pés. O supercanivete tem 141 funções. Você também pode só se exibir com ele. Afinal, quem tem o gigante tem sempre a ferramenta maior.

Produtos recordes

9.000.000 DE UNIDADES VENDIDAS

EM UM FIM DE SEMANA

O D I S P O S I T I V OH I -T E C H V E N D I D O

M A I S R A P I D A M E N T E iPhone 6/6 Plus

3,253 SEGUNDOS

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Cubestormer 3 Uma pessoa faz

em 5,25 segundos

20 THE RED BULLETIN

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MWE Emperor 200 A workstation é ergonômica, bem ventilada, tem equipamento de som e três monitores. Perfeita para gamers. Ah, claro! Você ainda tem de comprar o computador para conectá-la. Talvez precise economizar um pouco mais.

O R E L Ó G I O D E P U L S O S E M F R E S C U R A S M A I S C A R O

O A. Lange & Söhne Grand Complication é o relógio de pulso mais caro e mais complicado que existe no mercado e não precisa de pedras preciosas para agregar valor. Só a descrição já bate um recorde. Quem o coloca no pulso não tira mais. Outro recorde: o de permanência.

A W O R K S TAT I O N M A I S C A R A

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ESPORTEB U L L E VA R D R E C O R D E S M U N D I A I S

Em 400 jogos, os Rangers ganharam 159 e o Celtic 145. O resto foram empates. O Old Firm é o avô dos clássicos do futebol

276 DERROTASO P I O R B OX E A D O R

D O M U N D O Reggie Strickland foi

à lona mais do que todo mundo – mas sempre se levantou.

0 VITÓRIA EM 653 CORRIDAS

O P I O R P I L O T O D A N A S C A R

J.D. McDuffie competiu por 27 anos sem vencer uma vez sequer. Mas o público o amava.

DIÁLOGO DAS LATAS Quebrou mais um

recorde!

36 CARTÕES VERMELHOS

R E C O R D E D E E X P U L-S Ã O E M U M J O G O

O árbitro perdeu a conta durante uma briga na divisão

júnior no Paraguai.

Tristes recordes

Eles fizeram história – mesmo sem querer

1,923 SEGUNDOInfiniti Red Bull Racing O piloto Mark Webber fez uma parada de menos de dois segundos no GP dos EUA em 2013. Os mecânicos ensaiaram cada movimento e conseguiram os centésimos de segundo necessários com ferramentas de ponta. Fizemos as contas: 0,48 segundo por roda (a conta demorou mais que o pitstop).

127 ANOS O C L Á S S I C O M A I S A N T I G O

O P I T S T O P M A I S R Á P I D O D A F 1

Old Firm é o nome do duelo clássico entre o Celtic e os Rangers, adversários eternos de Glasgow. A riva-lidade entre os dois times escoceses começou em 1888 com um 5x2 para o Celtic. Depois dos até agora 400 jogos, os Rangers estão na frente. Os fãs do Celtic estão irritados: como vamos mudar o quadro se os Rangers foram rebaixados em 2012 e não jogam mais na nossa liga?

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8,8 cmO N A R I Z M A I S L O N G O

é de Mehmet Özyürek, da Turquia. Como em uma poesia

de Cyrano de Bergerac!

* Todas as imagens em tamanho real

(até) 28 cmA M A I O R A R A N H ATarântula-golias

Seu hábitat natural é na Ama zônia, se alimenta de pássaros, pequenos

roedores e ela mesma dá um prato delicioso.

5,5 cmA M E N O R P I S T O L A

C1ST A arma suíça acerta com precisão um alvo a 160 metros. Crianças,

isso não é brinquedo!

2,75 cmA M E N O R C É D U L A

As notas de 10 bani foram impressas em 1917 na Romênia.

Papel era raro, mas dinheiro era urgentemente necessário.

15,2 cmO M E N O R C A C H O R R OBrandy (chihuahua) É tão pequeno que não late.

Cuidado! Olhe onde pisa!

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TOM

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B U L L E VA R D R E C O R D E S M U N D I A I S

Não há recompensa maior para um surfista que dar nome a um novo pico: encontrar uma ondu-lação inexplorada, entrar sozinho na água e pegar a primeira onda. Slade Prestwich deixou esta marca em Madagascar

24

ANTANANARIVO

MADAGSACAR

Toamasina

Antanifotsy

Antsiranana

Antsirabe

Ambilobe

Fianarantsoa

Ambovombe

Toliara

PARAÍSO

DO SURFO FOTÓ G R A FO D E S U R F ALAN VAN GYSEN I N G R ESS O U N A T R I N CA D O S M E L H O R ES D O E S P O RT E E M B U S CA DA O N DA P E R F E I TA E M M A DAG AS CA R , A M A I S R E M OTA N AÇÃO A F R I CA N A T E XTO E FOTOS: A L A N VA N GYS E N

Mahajanga

aventura ainda existe lá fora para quem procura. Você só precisa querer encontrar. Como caça-dores de tesouros dos tempos modernos, os surfistas sabem que o pote de ouro existe e está na remota Madagascar, esperando ser descoberto. Os surfistas sul-africanos Slade Prestwich, Frank Solomon e Grant Baker, o Twiggy, decidiram mapear, navegar e encontrar seu próprio pedacinho de paraíso de água azul. Viajar por Madagascar em busca de novas ondas não é fácil.

Crocodilos de água salgada, tubarões, malária e nativos mal encarados são algumas das maiores preocupações, além do risco de se lesionar em um lugar isolado. Estar bem preparado é fun-damental: barracas foram levadas, os dispositivos para detectar tubarões foram carregados, medicamentos contra febres foram ingeridos e um guia fluente no idioma malgaxe estava junto.

Mesmo assim, quando os surfistas chegaram ao local, seus habitantes pensaram que eles eram traficantes de crianças e fugiram (o sequestro de pessoas é um perigo real em algumas partes mais isoladas da ilha). Os forasteiros foram redimidos apenas quando o líder local lhes deu a bênção para erguer o acampamento e “brincar na água”. Nos dias que se seguiram, os surfistas se depararam com o que estavam procurando: um trecho de costa com formações ideais para receber os swells. No final do dia, enquanto iam para casa, uma ondulação inespe-rada fez com que o oceano se movimentasse e uma última marola fosse vista: uma bancada desconhecida de corais com ondas de quase 2 metros. A perfeição. Era o tesouro descoberto.

Esquerda: definir o percurso foi crucial para o sucesso da aventura. Poucos marinheiros têm a mesma necessidade que os surfistas de encontrar ondas grandes quebrando em bancadas de coral expostas. Capitão Allen (segundo à esquerda) aprende rápido Abaixo: a sensação de saltar de um barco direto para o meio de um lugar desconhecido com uma onda só para você é algo indescritível

Direita: a verdadeira exploração de novos picos é feita a partir da água. Frank Solomon vai a bordo do Pavillon Noir e se encontra com o Capitão Allen antes de colocar suas pranchas no deck para preparar a aventura de sua vida

26

“Q UA N D O S E T R ATA DA E X P LO R AÇÃO D E N OVO S S P OTS VO C Ê

N U N CA SA B E O Q U E VA I E N C O N T R A R – M E S M O

C O M O G O O G L E E A RT H . ” F R A N K S O L O M O N

Abaixo: uma vista como esta – duas bancadas de coral perfeitas, uma quebrando para direita e outra para

esquerda – é o cálice sagrado da exploração do surf

Abaixo: os surfistas em seus catamarãs encontram um lugar seguro para ancorar em paisagens deslumbrantes, como os locais têm feito há séculos com suas embarcações tradicionais

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“S U R FA R U M A O N DA C O M O ESTA , S Ó VO C Ê E M A I S D O I S A M I G O S,

É O Q U E TO D O S U R F I STA S E M P R E S O N H O U. ”

F R A N K S O L O M O N

Direita: o tubo é o útero da onda, o ápice do esporte. Este é chamado de “quarto azul” – e Frank Solomon está pronto para sair de dentro dele com categoria

Quando você passa sua vida procu-rando por ondas de competição no

circuito mundial de surf, vestido com uma lycra colorida e brigando com

dois ou três outros competidores em baterias de 30 minutos, você quase

se esquece de como é bom surfar de maneira simples e trivial. E você

esquece também do porquê começou a praticar: a liberdade de passar horas

sozinho, fazendo as coisas com natura-lidade e apreciando a beleza da paisa-

gem. O surfista profissional Slade Prestwich curte pegar ondas sem

compromisso na remota Madagascar

“ N U N CA F I Z U M A T R I P C O M O ESTA A N T ES. I S S O É P U R A D I V E RSÃO. ” S L A D E P R EST W I C H

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Acima: algo faz a gente se sentir pequeno quando caminha ao longo de um pedaço inexplorado de uma praia em uma costa remota. Mesmo no mundo globa-lizado e tecnológico de hoje ainda existe uma aventura como esta – você só precisa dar o primeiro passo

Abaixo: a costa leste central de Madagascar é gene-rosa e cheia de beleza, apesar de ficar em um dos países com menor PIB do mundo. Esta espécie de

gado é bem conhecida no Brasil: o zebu, bem adap-tado ao trópico e com sua carne mais escura e rígida

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Abaixo: entre uma onda e outra, os surfistas não tiveram muita sorte com a vara, mas os pescadores da região se deram bem. Depois de alguma negociação, Slade Prestwich conseguiu dois lagostins enormes que tinham sido apanhados nas mesmas pedras sobre as quais eles tinham surfado naquele mesmo dia e tinham como destino serem assados em uma fogueira no chão da floresta, apesar da chuva

“ E R A M O S M A I O R ES L AG O ST I N S Q U E

JÁ V I M O S. ” S L A D E P R E ST W I C H

Com as pranchas acomodadas na frente e os olhos no horizonte, os surfistas procuram por novas ondas enquanto o capitão e o primeiro mari nheiro navegam devagar pelas bancadas para encontrar um lugar seguro para ancorar próximo de outra ilha costeira deserta. Quando um lugar destes é encontrado – com ondas, frutos do mar e abrigo –, é difícil querer sair em busca de outros spots ou voltar para casa

“ EST E LU G A R PA R EC E BA L I N O S A N O S 1 970,

A N T ES DA C H EG A DA D O S T U R I STAS.

É O PA R A Í S O PA R A Q UA L Q U E R V I AJA N T E

E S U R F I STA . ” F R A N K S O L O M O N

35

Abaixo: o arroz é um alimento básico em todo o mundo;

especialmente para os surfistas em viagem. Caminhando pelos arrozais à caminho das ondas, Twiggy, Prestwich e Solomon

puderam conhecer o trabalho duro dos agricultores para produzir

o grão que chegava aos seus pratos, e que dá a energia para as demoradas sessões na água

“ACA M PA R , E R G U E R A BA R R ACA N A Á RVO R E , D O R M I R D E BA I XO DA C H U VA ,

C OZ I N H A R N A FO G U E I R A , CA M I N H A R M U I TO E M B U S CA D E O N DAS Q U E

P O D E M O U N ÃO S E R B OAS. N U N CA VO U ES Q U EC E R ESSA E X P E R I Ê N C I A . ”

S L A D E P R E ST W I C H

Esquerda: os surfistas aprenderam da forma mais cruel que dormir nas barracas suspensas para escapar de crocodilos e outros animais funciona apenas se a estrutura suspensa não afetar as palmeiras. “Não dá pra reclamar”, diz Slade Prest wich. “No final sempre vale a pena. E vai saber quando poderei repetir a dose... Quando voltar para casa nunca vou conseguir suspender uma barraca e dormir na chuva como fizemos”Assista ao documentário da viagem: redbull.co.za/madagascar

Acima: conseguir água potável é um dos maiores problemas para milhões de pessoas no mundo. Com algumas das ondas mais incríveis encontradas nas proximidades de comunidades carentes, os surfistas agora procuram contribuir e colaborar. Frank Solomon ajuda a educar um grupo de malgaxes e seu chefe regional para os benefícios de usarem os filtros doados pela Waves for Water. Através de demonstrações e doações como estas, a Waves for Water ajuda a colocar a solução nas mãos das pessoas mais afetadas pelo problema da escassez. O lema é “pratique o que mais ama e ajude os outros no caminho”

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inventei uma guitarra para o século 21. O que sua guitarra tem de diferente? Tem touch screen conectado ao computador, o que abre uma dimensão completamente nova para o músico. Espero poder inspirar os jovens que gostam de tecnologia. Ela custa mais de R$ 13 mil. O que você diz para um jovem músico que não pode comprá-la? Ele deve fazer a mesma coisa que eu fiz: projetar sua própria guitarra e encontrar alguém

que a faça. Há milhares de ideias e de projetos na inter-net. O princípio de tudo é muito simples: se você não está satisfeito com aquilo que a vida te deu, então trans-forme de acordo com suas ideias. E não deixe ninguém te dizer como fazer. Um exemplo da sua própria carreira. Em 1999, Madonna quis lan-çar nos EUA o primeiro disco do Muse – Showbiz – pela sua gravadora. Mas tinha um problema: ela queria que

Mais de 17 mi-lhões de álbuns vendidos, um Grammy e shows em está-dios lotados – desde 1999, o Muse é o que-

ridinho da crítica e das estrelas. Como o trio britânico conse-guiu essa façanha? A banda não se satisfaz com pouca coi-sa, sejam os instrumentos ou os contratos de gravação, ex-plica o líder Matthew Bellamy.

: Qual é a sensação de ser conside-rado o Jimi Hendrix da sua geração? : Claro que gosto de elogios como este, mas a verdade é que são uma estupidez.Mas eles não surgem do nada. Afinal de contas, você – assim como Hendrix nos anos 1960 – revolucio-nou a guitarra. Toco guitarra desde que tinha 11 anos. Quanto mais eu melhorava, mais me sentia limitado pelas possibilidades que o instrumento pode ofe-recer. Não é por acaso que as pessoas criativas de hoje gostam de usar o computador para fazer música. Por isso,

gravássemos nossas músicas novamente para que ficassem mais acessíveis. A gente mos-trou o dedo do meio – e per-demos o negócio. Mas estou certo de que, se não tivéssemos feito isso, hoje não estaríamos onde estamos. Que é no palco de estádios lotados, às vezes com mais de 100 mil pessoas. Como você se prepara para esses megashows? Eu sempre como bananas antes das apresentações. Co-piei o ritual do Boris Becker. Quando era criança, via o Boris se encher de bananas nas pausas dos jogos para logo depois ganhar torneios grandes como em Wimbledon.

Deduzi que aquela tinha que ser sua arma secreta. Será que as bananas estão te dando energia demais? O seu nome está no Guinness Book como o músico que mais destruiu guitarras em uma turnê: foram 140. Acho que isso é um exagero. É verdade que eu estava com o pior dos humores na turnê de 2004. Nós planejamos shows demais e tínhamos muitos problemas técnicos. Um pesadelo! Por isso, às ve-zes acabei detonando minha

guitarra, frustrado, no fim de alguns shows. Mas não acredito que tenham sido 140. Foram umas 40 no máximo. Como você lida com a frus-tração na vida privada? Você acelera o carro? Muito pelo contrário. Minha ex-mulher [a atriz Kate Hud-son] chegou a me obrigar a fazer um curso de direção agressiva há alguns anos. Isso existe? Agressivo não no sentido de tornar-se um risco no trânsito. O que aprendi lá foi uma for-ma rápida e ágil de direção. Sou mais o tipo do cara tran-quilão atrás do volante. Para ela, isso não era esportivo o suficiente.

Hoje você passou a dirigir mais rápido? Na verdade, não. Uma vez meu baterista e eu aposta-mos numa pista de corrida para ver quem era o mais rápido. Achei que tinha feito um bom tempo, mas ele tinha sido cinco segundos mais rápido. Pode ser que os bateristas simplesmente sejam melhores pilotos que os guitarristas. Marcel Anders

MUSE é sucesso no mundo todo. Eles chegaram lá porque um dia mostraram o dedo do meio para Madonna. O vocalista Matthew Bellamy fala sobre autoconfi ança e a força da banana

“NÃO DEIXE NINGUÉM TE DIZER COMO FAZER!”

“EU SEMPRE COMO BANANAS ANTES DAS APRESENTAÇÕES. COPIEI O RITUAL DO BORIS BECKER NA MINHA INFÂNCIA.”

HERÓIS

O sétimo álbum do Muse, Drones, acaba de ser lançado: muse.mu

38 THE RED BULLETIN

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Matthew Bellamy, 37 anos, roqueiro: “Com certeza não quebrei 140 guitarras naquela turnê. Foram no máximo 40”

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Instagram: @maya

: Você e Carlos Burle têm uma rela-ção muito próxima, espe-cialmente depois de Nazaré. Vocês agora vão voltar para lá juntos novamente. Como é sua relação com Burle? : Falamos de surf e da indústria. Tentamos sempre ter ideias para proje-tos e ver o que elas trariam como retorno tanto na per-formance quanto na carreira profissional. Somos amigos e já estamos treinando e via-jando juntos para surfar há muitos anos. Acho que todas

as nossas vivências e experiên-cias nestes anos criaram uma conexão muito forte. Quais são os maiores ensi-namentos que ele te passou?Acho que a disciplina e o autoconhecimento são o que mais me impressionam no Burle. Tento levar isso para minha vida e me inspirar com suas atitudes. O que um big rider precisa ter para ser bem-sucedido?Acho que foco é fundamental, assim como saber trabalhar

S abemos que Maya Gabeira, 28 anos, é uma das melhores surfistas de ondas grandes do mundo. E quem vive disso está sujeito a acidentes. Maya

já conta uma dezena deles, mas nenhum chegou perto do que aconteceu em outubro de 2013, na praia de Nazaré, em Portugal, quando a carioca quase morreu afogada. Ela foi resgatada pelo seu mentor e parceiro de tow-in, o surfista Carlos Burle, 47 anos, em uma situação extrema, onde ela perdeu a consciência no shorebreak da praia, com ondas de mais de 20 pés quebrando sem parar. A experiência ren-deu uma fratura no tornozelo e meses de molho. Mas nada disso acabou com seu foco e sua missão: Maya quer voltar a Nazaré. Em 2014, por causa de uma hérnia de disco, ela abortou a missão. Mas para 2015 o projeto continua. A brasileira, que foi eleita cinco vezes a melhor big rider do mundo, já iniciou os treina-mentos e deve embarcar para a Europa em outubro próximo. Fomos ao Rio para bater um papo com a surfista.

com bastante pressão, estresse e lidar com as variáveis, além de ser essencial ter uma agenda bem flexível. Faço isso porque gosto de treinar, estar sempre na água. Gosto do estilo de vida que o surf de ondas gran-des me proporciona. Como é a sua rotina de treinamento atualmente? Surfo, pedalo, nado, faço pilates e um treino funcional. Tudo com muita fisioterapia. Por causa da hérnia de disco que tive faço muito fortaleci-mento do abdômen. Recente-mente fiz treinamentos de mergulho e apneia no Caribe e também um treinamento da Navy SEAL [divisão de ope-rações especiais da marinha

americana], na Califórnia. Tudo isso já faz parte do preparo para Nazaré. Junto com os treinamentos também estou acrescentando algumas coisas específicas na área de segurança e resgates. Você acha que o big surf está ficando mais seguro? Acho que sim. Estamos apren-dendo com os erros e temos mais investimento para evoluir toda a estrutura do esporte. Ainda tem muito o que melho-rar, mas isso demanda tempo

e investimento. Hoje o que mais precisamos é de um jet ski a mais focado somente no resgate. Um colete por baixo da roupa, uma roupa com flu-tuador embutido e um rádio para comunicação. Em que pé está o projeto de retorno a Nazaré?A ideia é ir para lá em outu-bro. A única certeza é que Burle estará junto e teremos o Alemão de Maresias para dar auxílio no jet ski. O treino mais forte acontece uns dois meses antes da viagem.Que marcas aquele episódio deixou em você?Foram muitas marcas físicas e psicológicas que me fizeram amadurecer muito.

Quais as maiores lições que o surf te ensinou?O surf está sempre me ensi-nando, tento ir com a maré. Aprendi a ter tranquilidade, respeito. Entendo que posso e devo sempre fazer o meu melhor, mas certas coisas fogem do nosso controle. Perante elas me adapto e tento aprender para evoluir com humildade.Fernando Gueiros

MAYA GABEIR A A brasileira mais casca-grossa do surf está de volta e com uma missão: retornar às ondas de Nazaré, em Portugal, onde ela quase perdeu a vida em 2013

“AS MARCAS PSICOLÓGICAS ME FIZERAM AMADURECER”

“FOCO É FUNDAMENTAL, ASSIM COMO SABER TRABALHAR COM PRESSÃO, ESTRESSE E LIDAR COM AS VARIÁVEIS.”

HERÓIS

40 THE RED BULLETIN

Maya Gabeira levou o nome do Brasil

ao topo do mundo das ondas grandes

Rebecca Ferguson, 31 anos, agarrou Tom Cruise com as pernas e saltou do telhado da Ópera de Viena

Five Knives: Savages (Red Bull Records); www.fiveknivesmusic.com

T : Você já passou por uma missão impos-sível na vida real? : Sim. Já tive que saltar

de um prédio de 40 metros de altura. Quem em seu juízo perfeito faria uma coisa dessas? O elenco de Missão: Impos-sível 5, por exemplo. Em uma das cenas, Tom Cruise e eu tivemos que saltar do telhado da Ópera de Viena. Estávamos amarrados com cintos de segurança, é claro, mas aquilo para mim era até então impensável. Eu tenho muito medo de altura. E como foi que você venceu o medo? Tive que treinar muito até conseguir superar meus medos. Para essa cena nós fomos treinando passo a pas-so. Primeiro, você salta de uma altura de 2 ou 3 metros, depois aumenta para 5 ou 6, e assim vai. No começo, você vai soltando lentamente a corda. No final, você já está saltando a distância inteira de uma vez. E o Tom Cruise? O Tom me ajudou muito. Ele já gravou muitas vezes esse tipo de cena de ação e estava muito relaxado. Eu o agarrei com as pernas e ele saltou. E agora? Saltar de prédios se tornou seu passatempo preferido? Não exatamente. Mas agora tenho mais facilidade para lidar com meu medo de altura. Repetir o processo tantas vezes foi uma verda-deira terapia.

E o que você está fazendo agora que a fase de adre-nalina total de Missão: Impos sível 5 passou? Tenho que confessar que sinto muita falta dos treinos. Treinava seis horas por dia, seis dias por semana – uma combinação de treino para dublê, ioga e pilates. O meu corpo adorou a rotina. Agora só estou mantendo os treinos de pilates. Então você não fica na cama curtindo uma fossa? Ficar na cama ou se levantar: a decisão é somente sua. Eu sempre escolho me levan-tar, vou me movimentar e procuro estar rodeada de pessoas legais – e não deixo de comer bem. Existe algum tipo de desa-fio que você não encararia? Mergulhar com tubarões, por exemplo? Hm, e agora? Se eu te contar sobre meus medos e você escrever isso, pode ser que depois alguém me convide para fazer um papel que inclua exatamente isso... E daí? Você teria algo contra? Não. Eu adoro desafios. Foi por isso que escolhi ser atriz. Como assim? Essa profissão exige que você abandone a sua zona de conforto e experimente coisas novas o tempo todo. E, então, como fica o mergulho com tubarões? Isso eu já fiz. Foi muito divertido. Divertido? OK, eu confesso... eu tenho um respeito imenso por esses peixões.Rüdiger Sturm

“SAIA DA ZONA DE CONFORTO”REBECCA FERGUSON A estrela de Missão: Impos-sível – Nação Secreta encara seus medos de frente, com Tom Cruise e outros predadores

: Vocês fazem electropunk em Nashville, a capital do country. Não é mais ou menos o mesmo que ser do time de bobsleigh da Jamaica? : Em parte, sim. No começo, nos apre-sentávamos nos porões dos bares country usando máscaras prateadas e jaquetas de couro. O público não entendia o que estava acontecendo. Muitos nos detestavam.E por que vocês continuam morando lá? O que os estimula a fazerem seu trabalho em um ambiente basicamente hostil?Você pode deixar que a crítica negativa te puxe para baixo ou pode usá-la como fonte de energia. Resenhas negativas de um show nos estimulam a trabalhar com mais vontade.Um dos seus remixes recebeu uma nomeação para o Grammy este ano. Muitas das críticas devem ter se calado.O ódio deles nos move. Na verdade, deveríamos lhes enviar uma cópia do nosso álbum de estreia como agradecimento.

“O ÓDIO DELES NOS MOVE”FIVE KNIVES é uma das bandas mais radicais da nova safra dos EUA. Por que eles são tão impulsivos? Por causa dos chapéus de caubói

Nathan Barlowe, guitarrista: “Nós confundimos os fãs de country”

HERÓIS

THE RED BULLETIN 43

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O AFRIKABURN É O BURNING MAN DA ÁFRICA DO SUL, UM FESTIVAL SENSORIAL REALIZADO NO SEMI­DESERTO DE KAROO, COM MILHARES DE PEREGRINOS TODOS OS ANOSP O R : DY L A N M U H L E N B E R G F O T O S : T Y R O N E B R A D L E Y

Colocando fogo: a queima de San Clan, a escultura principal do AfrikaBurn, é um símbolo de união e comunidade

44

H O R AD E F E R V E R

VEÍCULOS MUTANTES BOMBAMRITMOS VARIADOSE DÃO CARONA PARA A GALERA

Chapa quente: depois de encarar um dia difícil, o pôr do sol dá um sopro de energia no AfrikaBurn

Pegando carona: veículos mutantes

transportam os Burners antes

de uma queima

O inferno: as torres Subterrafuge ainda

estão de pé após uma tempestade de areia

impedir a fogueira no ano passado. Neste ano,

elas queimaram diante dos gritos da galera

A MULTIDÃO DE 10 MIL PESSOAS ASSISTE À

QUEIMA DE FOGOSEM SACRIFÍCIO AOS

DEUSES DO FOGO

O bar Steampunk: barraca temática

com um show burlesco ousado

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O leão não dorme: um grande felino do deserto aparece em uma pista de dança cheia de poeira

BEM PREPARADOS, TODOS CARREGAM SUPRIMENTOS ESSENCIAIS PARA ENFRENTAR A NOITE DO DESERTO

Quando o sol começa a descer, altas e brancas figuras em fantasias de múmia e máscaras de antílope vagarosamente perambulam na direção de uma lua baixa, que, na verdade, é um balão a partir do qual uma mulher faz acrobacias. Essas criaturas atravessam caminhando a multidão, que formou ao redor do perí­metro um anel de fogo e realiza alguma espécie de ritual abaixo da acrobata. Depois que ela libera seu casulo, o balão voa mais alto, flutuando na direção das cinco torres, uma “manifestação escultu­ral” chamada Subterra fuge, que será incendiada nesta noite.

Dez mil pessoas vestidas em fantasias elaboradas saem de suas barracas para ver a monumental queima de fogos de artifício do AfrikaBurn, numa celebração de sacrifício aos deuses do fogo. Todos já se automedicaram suficientemente e ainda carregam mais alguns suprimentos cruciais para conseguir atravessar a longa noite no deserto. Veículos mutantes que reverberam ritmos variados se aproximam de todas as direções e então formam um comboio, dando carona para aqueles que estão cansados de caminhar. O resto da multidão prossegue com a marcha.

Os organizadores do AfrikaBurn, fes tival de uma semana sem fins lucra­tivos lançado em 2007, são categóricos em dizer que não se trata de uma festa. Os formulários de inscrição para ganhar o “golden ticket” deixam isso bem claro. O homem da propaganda do AfrikaBurn, Travis Lyle, diz que é muito importante:

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Silêncio é valioso: a silenciosa queima da Metamorphosis é uma experiência refle-xiva e de meditação

“Vi caras aparecerem com um isopor, vestidos com bermuda de praia e chinelos de dedo. Dois dias depois, eles estavam caídos de cara no chão”.

Isso faz mais sentido quando você conhece o parque nacional de Tankwa Karoo. Não é uma paisagem convidativa. Os dias são quentes, as noites, frias, não tem nada para vender e a estrada de terra que leva ao AfrikaBurn faz um bom estrago nos pneus. Mesmo assim, você acaba superando isso graças à generosi-dade alheia e aos ideais sociais por trás do fes tival, que – a favor de um mundo sem dinheiro – oferecem um oásis de

UM TREM DE 35 METROS COM CARA DE LOBO UIVA PARA A LUA

oportunidades na base da troca direta em pleno deserto. E, apesar do que dizem os organizadores, é uma festa – e das grandes.

Damien van Zyl deveria estar com seu veículo mutante pronto no AfrikaBurn deste ano, mas, depois de enfrentar os per-calços da vida, ficou relegado à condição de pedestre. Nesta noite, ele está com seu traje furta-cor, uma cartola e um par de óculos espelhados tipo John Lennon.

Há diversos veículos mutantes para dar carona: um cisne, uma tartaruga, um rinoceronte, um dragão, um globo espelhado, um arco-íris sobre bolas, um ônibus alienígena, um tapete voador, uma cama tamanho king-size, um pequeno ônibus vermelho, um triciclo steampunk completo com uma caixa térmica na tra-seira, um pato, um bote no formato de cara de tubarão, um tuk-tuk modificado para ficar como uma espaçonave, uma serpente e “Braaaaaaaap!” …um novo som se agrega à confusão.

“Depressa, cara!”, grita um homem trajando uma elaborada vestimenta steampunk. “Precisamos pegar o trem.”

O Spirit Train é um mutante de 35 me-tros de comprimento chamado Wolf, que tem a cara de um lobo e é equipado com um sistema de som que uiva para a lua. Nascido em Durban, Michael Kennedy

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A rigor não existem limites no Burn. A empreendedora da Cidade do Cabo Anna Shevel promove o “shower bus” – também chamado de festa da espuma, lava-rápido humano, ou ainda de fila de pessoas nuas e sujas que seguem um tan-que de água pelo deserto –, convidando as pessoas a limparem a sujeira da noite anterior de seus corpos combalidos. A maioria que recebe esse jato d’água com espuma de menta biodegradável está nua. Um navio de pirata encosta ao lado, conduzido por um capitão que bebe um coquetel colorido e resplandecente nas partes brancas. Abre-se uma cabine de DJ e todo mundo dança, ensaboando os outros, mandando para o espaço as inibições e realizando um abraço grupal em meio ao enxágue de alta pressão.

E, embora não seja exatamente como no acampamento temático “Critical Tits” – onde lindas Burners de topless, verdadei-ras ninfas e sereias saúdam o sol com seus mamilos, peitos espetaculares e corpos pintados –, é uma coisa impressionante de ver. É louco como os potenciais encontros são combinados entre pessoas já peladas.

Então a garota que usa um sutiã com pelugem rosa convida o cara que não veste nada além de umas plumas no corpo para ir até seu reservado no Beach Please, seu acampamento temático. Há uma cadeira de salva-vidas, guarda-sóis, raquetes de frescobol e um spa. É happy hour e eles tomam alguns drinques e acabam deixando pra lá a massagem, o espeto de ovelha e o filme para acabar se amando no deserto ao som de house e trance.

Com as pessoas de pés cheios de bolhas e mãos calejadas de irem de bicicleta de uma festa a outra, acampamentos como o Steampunk Saloon (que oferece um ousado show burlesco) servem para des-cansar, e, depois de tomarem umas bebi-dinhas e enrolar cigarrinhos de artista, é hora de voltar para a bicicleta para ir à próxima festa e ver a próxima fogueira.

A temática deste ano do AfrikaBurn é o “O Presente”, que se traduz de diversas maneiras: um refresco, uma carona em um veículo mutante, um banho, uma massagem, um pega, um sorriso de um estranho. Deixar para trás todas essas maravilhas faz com que você se sinta como uma criança no Natal, tendo que esperar um ano inteiro para receber presentes de novo. Mas, mesmo que retorne ao mundo real meio queimado, por dentro todo Burner tem agora algo que pode fazer com que voltem à mente todos esses momentos em que as cinzas se tornam centelhas de amor e luz.afrikaburn.com

criou o aparato, que consiste de cinco col-chões levados por um trator, e direto de suas entranhas sairão mais de uma dúzia de DJs que tocarão naquela noite.

Depois que o Lobo se organiza em um meio círculo, o baile começa. Outros veículos mutantes trazem carne fresca e levam aqueles que não estão mais em con-dições de voltar ao conforto de suas barra-cas. Quando um dos lança-chamas do Lobo entope, Damien arregaça as mangas de seu terno brilhante, tira os óculos, coloca sua cartola no guidão de uma bicicleta próxima e começa a mexer nas entranhas de Wolf.

Há um espírito comunitário no Burn que não é comum nos outros lugares. As pessoas vão além do que estão acostu-madas para ser legais, para fazer o bem. Elas são gregárias, graciosas e generosas. Seja ao improvisar um open bar, dar comida a outros Burners famintos ou ela-borando as barracas temáticas às quais tantos dedicam seu suor, as gentilezas estão por todas as partes. É como aquelas conversas que você tinha na universidade sobre o socialismo e trabalhar em conjunto pelo bem de todos. A diferença é que isso funciona. Ou talvez seja porque estão

De outro mundo: este astronauta

se sente muito em casa no AfrikaBurn

É LOUCO COMO OS ENCONTROS SÃO MARCADOS COM AS PESSOASPELADAS todos muito emotivos agora que o Subterrafuge começa a destruir tudo...

O sono vem fácil. Depois de um dia e uma noite atravessando o deserto, dan-çando em torno de fogueiras e topando tudo, o nascer do sol sinaliza que é hora de dormir. Para a maioria. Alguns conti-nuam a pisotear o chão ao ritmo frenético no Farol, um acampamento construído em volta de uma enorme torre de madeira. É um lugar onde ninguém fica sentado, e um lendário DJ local, chamado Pierre- Estienne, junto com seus amigos, faz uma festa que só vai parar quando o Farol for incinerado daqui a dois dias.

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POR: WERNER JESSNER E AREK PIATEKILUSTRAÇÕES: ALEX WILLIAMSON

LIMITE? QUAL LIMITE?

S E M P R E M A I S R Á P I DO, M A I S A LT O, M A I S L O N G E: O S L I M I T E S DO

H U M A N A M E N T E P O S S Í V E L T Ê M S I DO R E D E F I N I DO S D E S D E O P R I N C Í P I O

DA N O S S A E X I S T Ê N C I A

O R E D B U L L E T I N C O N F E R I U Q UA I S S ÃO O S R EC O R D E S AT UA I S DA H U M A N I DA D E –

E O Q UA N T O A I N DA FA LTA PA R A AT I N G I R M O S N O S S O S L I M I T E S A B S O L U T O S

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THE RED BULLETIN 53

Apenas 8,69 segundos para os 100 metros rasos: esse é o tempo calculado por um estatístico australiano que fez

uma análise baseada em modelos matemáticos do desenvolvimento dos recordes mundiais nos últimos 100 anos. Existem outros modelos, é claro. Mas não importam os parâ-metros usados, a curva de desenvol-vimento se suaviza cada vez mais. O que tem a ver com as pistas, os tênis e as táticas de treinos – aqui as possibilidades de melhoras já estão praticamente esgotadas.

Como derrubar o recorde de Usain Bolt? Uma análise nos cen-tésimos de segundo, começando pela largada: qualquer reação abaixo de 0,100 segundo é consi-derada queimar a largada. Quando bateu o recorde mundial, Usain Bolt largou em “apenas” 0,146 segundo, ou seja, perdeu 4/100 de segundo. Em condições perfeitas, um atleta poderia melhorar a 13/100 de segundo: uma pista de corrida na altitude máxima permitida de mil metros e um vento de popa

constante no limite máximo per-mitido de 2 metros por segundo. (Bolt bateu o seu recorde com vento de popa de 0,9 m/seg. Ou seja, aqui já atingimos um limite de 7/100.) A chave para a barreira dos 9 segundos se encontra em chegar mais cedo à velocidade máxima de 44 km/h, que atualmente é consi-derada intransponível, e mantê-la no percurso todo. Mas, mesmo com genes e condições de treinamento perfeitos, só podemos esperar progressos mínimos aqui.

A pergunta é: 44 km/h é real-mente o limite absoluto de veloci-dade para o ser humano? “Não”, afirma o pesquisador de biome-cânica dr. Matthew Bundle, que descobriu em um estudo que deu

o que falar: “O ser humano pode, teoricamente, correr a 65 km/h”. Bundle descobriu que a força apli-cada ao solo – ou seja, a força direta-mente responsável pela velocidade – ao pular em uma perna só é 30% maior que ao correr para frente. Brincadeira milagrosa? De qualquer maneira, ficamos sabendo que o ser humano ainda tem reservas de força inexploradas que (teoricamente) poderiam aumentar a velocidade em respeitáveis 30% de uma vez. No momento existem pesquisas de como usar essa informação na prática. Se fosse aplicada a Usain Bolt, o resultado seria: 100 metros em 6,67 segundos – apenas 0,38 segundo mais do que ele precisa atualmente para os 60 metros.

CORRER MAIS RÁPIDO......QUE USAIN BOLT. ULTRAPASSAREMOS O LIMITE DOS 9 SEGUNDOS? EM TEORIA, HÁ MUITO QUE MELHORAR

MORAL Fatores externos podem melhorar a performance, mas aqui ainda falta muito para alcançar o limite absoluto. Por isso, não teremos um novo recorde mundial tão cedo. Segundo modelos matemáticos, o recorde de Usain Bolt chegou 38 anos adiantado

Recorde mundial atual: 9,58 segundos (Usain Bolt, 2009)Previsão: 8,96 segundos (em breve) e 6,67 segundos (em teoria)

9,588,96

6,67

Sabemos que o ser humano ainda tem reservas de energia pouco aproveitadas que ele pode (em teoria) usar para o sprint

54 THE RED BULLETIN

Os testes de QI atuais para adultos são feitos de um jeito que a maioria atinge exatos 100 pontos. (Para crianças

e jovens, a idade é incluída no cál­culo, o que pode levar a resultados fora da escala.) A curva normal de Gauss mostra que a distribuição da genialidade e da idiotice dimi­nui abruptamente em ambas as direções, o que faz com que dife­renças de 60 pontos sejam rarida­des extremas. QI acima de 170? Probabilidade de 1 em 653 000. Nas extremidades da curva de Gauss, a linha se torna praticamente invisível. A probabilidade de ter um QI de 200 é de 1 em 76 bilhões – em uma população mundial de aproximadamente 7,35 bilhões.

O que um ser humano tem de fazer para atingir os 200 pontos, ou seja, a mais alta inteligência mensurável? Segundo o modelo do psicólogo Raymond Bernard Cattell, ele teria de possuir uma (considerada inata) inteligência fluida excepcional, o que é basi­camente a capacidade de pensar logicamente e de aprender. O Instituto de Genômica BGI em Shenzhen, na China, está traba­lhando no mapeamento do genoma de 2 mil supergênios. Se pudermos definir onde se encontra a inteli­gência fluida, os pais do futuro poderiam, pelo diagnóstico gené­tico pré­natal, escolher o zigoto mais inteligente para se tornar seu superbebê e dar­lhe assim um presente gigante para toda a vida.

Mas a inteligência cristalizada também tem um papel importante. É ela que nos permite fazer relações entre informações. A inteligência cristalizada pode ser treinada por meio da aquisição e processamento diário de novas informações. Para isso, necessitamos da memória operacional, que pode ser treinada

como um músculo, o que compro­vam estudos das universidades de Nova York, nos EUA, e de Hangzhou, na China.

Quanto mais densa a rede de ligações das inteligências fluida e cristalizada, mais alto o QI. A boa notícia: a inteligência cris­talizada, ao contrário da fluida, pode ser melhorada mesmo em idade avançada. A má notícia: a humanidade está cada vez mais inteligente – entre outros fatores porque, em um mundo em muta­ção, somos forçados a criar novas ligações constantemente, o que causa um aumento da inteligência cristalizada. É o chamado efeito Flynn. O que os pesquisadores fazem para que o meridiano zero continue sendo o meio desejado, ou seja, 100 pontos de QI? Sim, como você imaginou. Eles adap­tam os testes de QI tornando­os cada vez mais difíceis. Assim, os sonhados 200 pontos de QI se tornam cada vez mais distantes.

MORAL 200 pontos de QI?

Fácil! Quando os gênios forem mais rápidos que quem adapta os testes.

Mas a inteligência é relativa: estima-se que o QI de Einstein ficaria

entre 160 e 190 pontos. Ou seja, tudo, inclusive

o valor dos testes de QI, é relativo

SER MAIS INTELIGENTE......QUE ALBERT EINSTEIN. DESDE QUE MEDIMOS A INTELIGÊNCIA, ELA SÓ AUMENTA. ATÉ QUANDO?QI mais elevado já medido: 198 pontos (Abdesselam Jelloul, 2013)Previsão: 200 pontos

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Em uma população mundial de 7,35 bilhões, a probabilidade de ter um QI de 200 é de 1 em 76 bilhões

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THE RED BULLETIN 55

Por que o recorde do atleta cubano não pôde ser quebrado nos últimos 22 anos? Essa pergunta vem enlouquecendo

os cientistas do esporte. A técnica de Sotomayor (arranque com passos gigantes, salto em tempo absolutamente preciso, impulso

a passagem da barra – e todos podem ser dosados e alterados. Usando esses ingredientes – e alguns desconhecidos que um atleta só conhece intuitiva-mente –, tenta-se criar uma fórmula mágica para o recorde mundial dos 2,45 metros. Duas jovens estrelas estão trabalhando intensivamente em suas fórmulas. O ucraniano Bohdan Bondarenko (melhor marca: 2,42 metros) e o saltador excepcional do Catar,

PULAR MAIS ALTO......QUE JAVIER SOTOMAYOR – MAS SÓ

UM POUCO. JÁ ESTAMOS QUASE NO TETORecorde mundial atual: 2,45 metros (Javier Sotomayor, 1993)Previsão: 2,50 metros

com os dois braços) não só é inimitável como também é prova-velmente perfeita em sua excentri-cidade. Mas: sua técnica pode e deve ser copiada pelos que estão correndo atrás do recorde? E: ela é realmente perfeita?

A ciência continua sem uma resposta para essas perguntas. Uma série de detalhes técnicos se soma, multiplica e sobrepõe para definir o resultado do salto em altura: o comprimento dos passos, o ângulo dos joelhos, o centro de gravidade, a direção de aproximação, a inclinação do corpo, o impulso giratório,

Na disciplina do salto em altura, parece que a humanidade já está bem próxima do limite absoluto

2,502,45

56 THE RED BULLETIN

Mutaz Essa Barshim (melhor mar-ca: 2,43 metros; foto no quadro). O recordista Sotomayor aposta especialmente em Barshim para quebrar o recorde. E o que pensa Barshim? “Preciso do dia perfeito. E eu sei que ele vai chegar logo.”

Dick Fosbury, 68 anos, também acha. Fosbury ganhou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 1968 e foi o inventor do Fosbury flop, que revolucionou o salto em altura: “Depois do fim da minha carreira, eu já tinha previsto que em algum momento alguém ia quebrar a marca dos 2,50 metros. Hoje eu acredito também que

estarei vivo para ver isso acontecer”. Será que os 2,50 metros significam o limite da barra? É bem possível. Nessa modalidade parece que a humanidade já está bem próxima do limite absoluto.

MORAL Mutaz Essa Barshim e o concorrente ucrania­no Bohdan Bondarenko estão mais próximos que qualquer um do recorde. Se eles falha­rem, o de Sotomayor permanecerá por mais alguns anos

Desde os 16 anos, Mutaz Essa Barshim se dedica ao salto em altura. Seu objetivo então foi quebrar o recorde de Javier Sotomayor, estabelecido há 22 anos. São dois mundos dife­rentes: “Ele era muscu­loso. Eu sou magro e flexível”. Não adiantaria querer copiar o cubano: “Não me lembro quando foi a última vez que assisti a um vídeo de seus saltos no YouTube”. Com sua melhor marca, de 2,43 metros, Barshim sabe que o recorde mun­dial é uma possibilidade. Ele ajusta seu treino nos mínimos detalhes, “principalmente o estilo de corrida. A velocidade é a base para tudo”. Saltos só entram no programa de treino duas vezes por semana: dez saltos de cada vez, conta Barshim, porque mais não faria sentido, devido à alta intensidade do treino. Mesmo com o uso de recursos modernos como vídeos em câmera

lenta: “Você só pode corrigir erros mínimos e alguns detalhes. No final, o salto em altura é uma arte. Para fazer um bom salto, você tem que se concentrar e ouvir sua voz interior”.

Não há um dia que seja igual ao outro: “A altura que saltamos já é extrema. Você tem de ser um pouco louco. Tem dias em que tudo vai bem e outros em que nada dá certo. O compo­nente mental tem um papel muito importante”. O que se reflete até na alimentação: “Durante os períodos de treino eu como muito. Antes das competições tento perder peso. Como mu­çulmano, estou acostu­mado a jejuar. Isso ajuda na preparação”. Saber que tem em Bohdan Bondarenko um forte oponente o motiva tanto quanto o apoio de Javier Sotomayor: “Ele disse que posso quebrar o seu recorde. E que seu salto não era perfeito”.

Faltam só 2 cm: Barshim salta atrás do recorde mundial

“NÃO ERA PERFEITO”O CATARIANO MUTAZ ESSA BARSHIM, 24 ANOS, QUER QUEBRAR O RECORDE À SUA MANEIRA

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THE RED BULLETIN 57

DORMIR MELHOR......QUE NAPOLEÃO. QUALIDADE E NÃO QUANTIDADE: DESCANSO MÁXIMO NO MENOR TEMPO POSSÍVEL

Para Napoleão, quatro horas de sono por noite eram sufi-cientes. No entanto, experi-ências militares demonstram

que a falta de sono diminui a produtividade e que uma pessoa privada de sono por 48 horas segui-das enlouquece. Ou seja, dormir menos não é, em si, uma meta a ser alcançada. O objetivo é conseguir reduzir as horas de sono necessá-rias sem diminuir a produtividade: viver com a mesma qualidade e estar acordado por mais tempo.

Oito horas de sono diárias são consideradas há tempos o ideal. No entanto, o Scripps Clinic Sleep Center, em La Jolla, Califórnia, descobriu em 2002

O World Happiness Report, publicado pela United Nations Sustainable Development Solutions

Network, leva em conta um grande número de variáveis para calcular o quanto a população de um país é feliz. Solidez financeira, estabili-dade social e liberdade de expres-são são fatores considerados ao lado de taxas de criminalidade, de nascimento e disposição para fazer doações, além da expectativa

que pessoas que dormem entre seis horas e meia e sete horas e meia por noite vivem mais do que aquelas que dormem mais que oito horas por noite.

O mais importante é a quali-dade do sono. E esta, nós, simples mortais, podemos medir há algum tempo devido ao Quantified Self.

de vida. Em uma escala de 0 a 10, a Suíça é recordista com 7,587 pontos, seguida de Islândia e Dinamarca. Na lanterna: Togo (2,839), precedido de Burundi e Síria. A Nicarágua, o Zimbábue e o Equador tiveram o maior crescimento da felicidade da popu-lação na última década, enquanto gregos, egípcios e italianos tiveram o destino mais infeliz.

Os fatores mais importantes dos casos isolados foram: grandes melhoras na assistência de saúde na América do Sul, a crise econômica na Europa, guerra e despotismo em outras regiões, altos níveis de

Usando pulseiras inteligentes, as fases de sono podem ser gravadas. E o que acontece é: normalmente, uma pessoa passa por cinco fases de sono em uma noite. As pulsei-ras mostram a duração das fases do sono, então é só multiplicar por cinco e subtrair da hora de acordar. Essa é a duração ideal

tranquilidade e estabilidade nos países vencedores.

Como deve ser a política para que a população seja mais feliz?

O World Happiness Report tem uma resposta: a política deve declarar a felicidade dos habitan-tes como seu principal objetivo em vez de colocar o foco em

MORALSabemos qual é o ideal,

e qualquer um pode alcançá-lo. Menos não

é neces sariamente melhor – veja o exem-

plo de Napoleão, que tanto desprezou o sono

e acabou perdendo a batalha

MORALSatisfação total para

todos é uma ilusão. Mas uma bela ilusão.

Não adianta contar só com medidas políticas.

Que tal começar com umas férias na Suíça com alguns amigos?

Sono necessário atualmente: 8 horasSono necessário no futuro: 6,5 horas (a partir de agora)

O país mais feliz da atualidade:Suíça, 7 587 pontosPrevisão: todos os países com 10 pontos (bom, não?)

Um estudo americano provou que pessoas que dormem entre 6,5 e 7,5 horas por noite vivem mais

6,50

8,00

A Suíça alcançou 7,587 pontos no World Happiness Report. Chegarmos todos aos 10 pontos deveria ser um objetivo comum

7,587

10SER MAIS FELIZ......QUE A SUÍÇA. SERIA UM OBJETIVO DESEJÁVEL PARA TODO O MUNDO APROXIMAR-SE DO MELHOR

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58 THE RED BULLETIN

VIVER MAIS......QUE JEANNE CALMENT. O SEGREDO É CONSEGUIR REDUZIR OS EFEITOS DO ENVELHECIMENTO

A COMBI­NAÇÃO DE GRANDE QUANTI­DADE DE DADOS E CIÊNCIA É MUITO PROMIS­SORA

O mercado contra o envelhe­cimento é muito antigo e tem potencial para ser eter­no: quem vence a morte é

porque investiu nisso – ao menos financeiramente. De congelamento, passando por veneno de cobra até sopro de virgens, a humanidade já provou as receitas mais criati­vas. Poucos – normalmente só os inventores das “terapias” – tira­ram algum proveito delas. Agora tudo deve mudar através da com­binação da big data e da ciência. O Google, por exemplo, fundou em 2013 a empresa de biotecno­logia Calico, que se dedica a reco­nhecer e combater os fatores do envelhecimento. A ideia por trás é: os especialistas do Google junta­rão, filtrarão e conectarão dados sobre tudo o que possa ter alguma responsabilidade no processo de envelhecimento. Por exemplo: quais predisposições genéticas e quais fatores ambientais aceleram ou retardam o aparecimento e desenvolvimento de doenças que acabam levando à morte? (E como foi que a francesa Jeanne Calment viveu mais de 120 anos fumando?) Quem ou o que é responsável pelas falhas nos mecanismos de regeneração de nossas células ou, no processo inverso, por seu fun­cionamento exacerbado que leva ao surgimento do câncer? Somente compreendendo essas conexões será possível eliminar sistematica­mente fatores causadores de morte – através de estimulação da imunidade, células­tronco ou terapias genéticas ou simplesmente do diagnóstico precoce: quem sabe que tem uma predis posição para alguma doença já pode, atualmente, tomar certas medidas preventivas – veja o exemplo

radical de Angelina Jolie na luta contra o câncer de mama.

O pesquisador britânico Aubrey de Grey é um dos mais conhecidos defensores da chamada “geriatria preventiva”, que defende trocar as células antes que os danos apareçam. Ele acredita que a pes­soa que viverá 150 anos já nasceu. A longo prazo ele considera pos­sível uma expectativa de vida de mil anos: “A causa de morte mais frequente é o envelhecimento”, diz. Até agora, ele catalogou sete fatores do envelhecimento. O próximo passo é eliminar esses fatores. Pensaremos no que isso significa para a organização da sociedade quando chegar a hora. O mercado para a medicina prolon­gadora da vida deve se expandir dez vezes chegando a US$ 20 mi­lhões na próxima década.

MORAL Google & cia. têm razão: vamos todos comemorar o 150º aniversário. Se eles estiverem errados: mande um e-mail do além reclamando

fatores isolados como reivindica­ções territoriais, excelência eco nômica ou criminalidade zero. O próximo passo é pesar o uso de cada centavo do orçamento público com base nesta premissa: o que faz nossa população real­mente feliz? A resposta deve ser sempre comparada e medida com a lista dos fatores definidos pelo World Happiness Report.

E o que cada indivíduo pode fazer nesse caso? O relatório também constatou que a quali­dade dos relacionamentos huma­nos é essencial para a felicidade pessoal: quando temos bons amigos, até fatores importantes como tempo, dinheiro e saúde ficam em segundo lugar. O que explica a surpreendente boa colocação de muitos países com péssimo desenvolvimento econô­mico. Então, antes de colocar a responsabilidade na política: vamos cuidar de nossas amizades.

do sono. É possível que só aqui já ganhemos uma hora.

Mas mais importante é a quali­dade do sono e o tempo que você demora para adormecer. Ambos são influenciados negativamente pelo consumo de álcool, nicotina ou cafeína e por trabalhar em frente ao monitor até duas horas antes de ir para a cama. Fatores que influen­ciam positivamente a qualidade do sono e o adormecer são: escuri­dão, temperatura ambiente leve­mente fria, um ritual para ir para a cama e o equipamento certo: pesquisas do Joanneum Research, na Áustria, apontam que camas feitas de pinus cembra, um tipo de pinheiro, melhoram comprova­damente a qualidade do sono além de reduzir drasticamente a frequência cardíaca: 3 500 batidas a menos por dia, o que corresponde a uma hora inteira de trabalho cardíaco. Quanto mais lentas as batidas do coração durante o sono, menos energia é consumida, e mais eficiente é a regeneração. (Não que alguém precise imitar a marmota, cujo coração bate apenas 10 vezes por minuto quando hiberna.

Recorde atual: 122 anos (Jeanne Calment, falecida em 1997)Previsão: 150 anos (em breve), 1 000 anos (ainda demora um pouco)

O ser humano que vai viver 150 anos já pode ter nascido

122

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LEVANTA A POEIRA

Nascida no deserto de Las Vegas há mais de 40 anos como uma inovação, a corrida off-road

Polaris RZR Mint 400 Great American atrai os melhores corredores para enfrentarem

uma quantidade avassaladora de poeiraPor: Cole Louison Fotos: David Harr y Stewart

A corrida é uma pedreira de 400 milhas pelo deserto de Nevada. O jornalista Hunter Thompson escreveu sobre ela em Medo e Delírio em Las Vegas

60

O que teve início em 1967 como um evento promocional do Hotel Mint de Las Vegas logo se tornou a mais dura corrida off-road dos EUA

“Uma coisa leva a outra que sempre leva a outra.

E então é meia-noite, e o meu telefone toca

porque minha mulher quer saber se está tudo bem.”

63

Dois dias antes que a corrida off-road Polaris RZR Mint 400 Great American acontecesse nas periferias poeirentas da fabulosa Las Vegas, o corredor Justin Park estava sentado no portãozinho de sua peculiar residência de Encinitas, Califórnia, olhando para o caminhão estacionado na entrada da sua garagem.

“Você entra neste negócio, coloca o seu capacete, acelera e simplesmente vai”, ele diz. “Não tenho palavras. É realmente mais que um sentimento...”

Ele caminha coçando o cabelo.“Sabe? Olha só pra isso.” Brilhando na pintura preta reluzente,

a estrutura baixa arqueada e erguida sobre uma suspensão e imensos pneus, a Ford Ranger XLT ubercustomizada com um motor V6 novo diz mais que seu educado cônjuge, um trabalhador de TI, poderia articular sobre a história e a cultura da sua paixão. Park, 39 anos, comprou o caminhão de um depósito no final da sua rua e gastou três meses e US$ 40 mil do próprio bolso para custo-mizá-lo com sua equipe. Nesse momento, eles estão na 11ª hora de ajustes para a viagem do dia seguinte até Las Vegas.

A Polaris RZR Mint 400 Great American é um evento meio amador, meio profissio-nal que atrai mais de 300 das melhores equipes de corrida dos EUA. Em disputa, um prêmio em dinheiro e visibilidade. Os patrocinadores profissionais querem que suas marcas apareçam, e os amadores querem aparecer para os patrocinadores.

É fácil perceber a diferença: em geral, pilotos profissionais e suas equipes usam botas, macacões e óculos escuros novos. Seus trailers são customizados, e absolu-tamente tudo está coberto com adesivos de marcas poderosas. O equipamento dos amadores tende a ser improvisado, às vezes um pouco gasto, e seus caminhões são mais baratos. Para a corrida, Park e seu copiloto usam macacões empoeira-dos pretos com faixas brancas e um ou outro patrocinador remendado no braço.

“A Mint é um ícone”, diz. “Cresci ouvindo as histórias do que acontecia aqui. Se você se dá bem nessa corrida, sua vida muda. Rola muita pressão.”

Quando não está no nervosismo pré--corrida, Park fala olhando no olho com clareza e concentração. Sua voz não dá indícios de sua origem californiana como se vê nos filmes de surf. Suas palavras são

“Se você se dá bem nesta corrida, a sua vida vai mudar, rola muita pressão.”

Os veículos cruzam o deserto nos arredores da cidade

64

À direita: equipes de pai e filho

são comuns na Mint 400, onde

os amadores competem com

profissionais por um cheque

de US$ 10 mil

condizentes com a formação em enge-nharia. “A estrutura catalisa o sucesso.”

“Meu pai foi fuzileiro naval durante 28 anos”, ele conta. “Ele fazia parte da equipe submarina e trabalhou com Jacques Cousteau no primeiro aparato para respirar debaixo d’água. Ele estava sempre fazendo essas coisas incríveis, então também quis ser o Super-Homem.”

Isso significou carregar motos em picapes e andar nas estradas de terra de áreas rurais da Califórnia e eventualmente de Baja, México. Quando Park fez a transi-ção das motos para pequenos caminhões, ele se encontrou – com as motos ele se ma-chucava mais, explica –, logo começando a vencer corridas em Baja e na Califórnia. Ele acabou firmando patrocínios e passou a trabalhar com um parceiro de negócios para promover uma empresa de azeite de oliva regional chamada Baja Olive. O nome da marca hoje aparece bem grande no caminhão preto.

Baja é importante para o cenário off- road, para Park e para a Mint 400. A península é uma meca do off-road de 750 milhas, que recebe ainda outra cor-rida do gênero: a Baja 1000. Corredores off-road de todo o mundo começaram a aparecer para competir, e o sucesso da cor-rida foi tal que um magnata dos cassinos chamado Del Webb (1899 – 1974) decidiu que queria um evento desse tipo em frente do seu novo hotel: o Mint, em Las Vegas. E foi assim que nasceu a Mint 400.

Tem caminhões, ATVs, buggies, fuscas e sand rails que parecem ser go-karts que cresceram no deserto e comeram muito feijão

66

A corrida começa antes de o sol nascer

e tem quatro voltas em um circuito

de 100 milhas

ntes de dormir, Justin Park ainda precisa ir ajustar a suspensão. O dia está termi-nando e ainda há muito a ser feito, mas Park está imperturbável. É nessas horas, pequenos intervalos de tempo no qual ele está entre o trabalho, a vida e a família, que ele transformou paixão em carreira.

O dia de Park começa logo depois que o sol nasce. Ele toma o café da manhã

com sua mulher, Mia, uma pianista e editora de revista, na pequena cozinha do casal, e vai trabalhar. Pelas nove horas seguintes, ele soluciona problemas de informática obscuros em sua empresa de design, enquanto cuida da Baja Olive e corteja patrocinadores.

Ele chega em casa por volta das 18h e promove a Baja Olive nas redes sociais. Depois do jantar, coloca o macacão e vai trabalhar no caminhão.

“Em seguida, estamos na garagem de alguém, uma coisa leva a outra que leva a outra – e aí é meia-noite e o telefone toca porque minha mulher quer saber se está tudo bem”, ele diz.

A equipe de Park encaixa as portas do caminhão nos seus lugares. James O’Shea, 39 anos, e Scott Breauxman, 47, cresceram no extremo sul da Califórnia, em San Diego, lugar que é um berço

A Las Vegas Strip está no centro da ação pré-corrida

para o off-road. O’Shea e Breauxman são voluntários e especialistas que cresceram em corridas no deserto. Os três são amigos há mais de 25 anos.

Dois dias e detalhes intermináveis depois, Park faz seu novo motor V6 fun-cionar em um estacionamento atrás do Gold Strike Resort and Casino, debaixo da fria lua do deserto. São 5h da manhã, é dia de corrida e ele está trancado dentro da cabine do carro, junto com O’Shea, que está na função de copiloto pela primeira vez desde que passou a ajudar Park no pit.

“Tudo bem, caras”, diz Park. “Vamos nessa.” Park pisa no acelerador, dá uma arrancada em círculo e some em direção à colina onde estão reunidos os corredores.

Tem caminhões, ATVs, buggies, fuscas e sand rails – que parecem ser go-karts crescidos no deserto que comeram muito feijão. Eles aceleram e rugem, rosnam,

MEDO & MOTOR EM LAS VEGAS Os números da mais famosa corrida off-road dos EUA

250 foi o número de palavras que a revista Sports Illustrated pediu que Hunter Thompson escrevesse em uma cobertura sobre a corrida

15 MIL foi o número de palavras que ele es-creveu. A “ininteligível verborragia” acabou se tornando a “Parte Um” de Medo e Delírio em Las Vegas

65 MIL foi o número de torcedores que testemunharam a Polaris RZR Mint 400 deste ano

149 equipes não terminaram a corrida de 2015. Ao todo foram 330 participantes

A68 THE RED BULLETIN

Class 5 ao Stock Mini Class 7 (a categoria de Park) participam. O tempo de cada corredor é tomado com um GPS, e mais tempo é acrescentado por violações como sair da pista.

O sol começa a surgir entre as monta­nhas quando Park atravessa a linha. Um corpulento oficial de colete laranja vê Park frear. O piloto olha para a frente e depois desaparece levantando uma trilha baixa de pó pela manhã que acaba de começar.

Ele nunca faz o primeiro pit, a cerca de 50 milhas da largada. Mais cedo ele sentiu uma baixa na potência. Ao passar pela 33ª milha, o caminhão morre, dá de novo a partida, prossegue por dez minutos e quebra a três milhas do Pit A. Um SMS chega para a equipe (diz apenas: “Problema”) e logo Breauxman acelera com tudo seu 4x4 da Toyota pelas dunas, passando por vestígios de fogueiras de acampamentos e cápsulas de tiro até que o avista. O caminhão emite um som seco arquejante que cresce, diminui e então estoura enquanto o motor tenta pegar.

“Nós acabamos de ligar para o cara que construiu o motor”, diz O’Shea. “Teve óleo. Teve faísca. Eu não sei.”

“É o motor”, diz Park. Com uma expres­são entre a incredulidade e a desolação, ajuda Breauxman silenciosamente a amar­rar uma velha corda de reboque na suspen­são da frente e os dois veículos começam o longo caminho de volta ao Pit A.

tossem e resmungam. E a fumaça sobe. Alguns morrem e não ligam mais.

Os corredores largam dois de cada vez, obedecendo não uma garota que balança a bandeira, mas um sinal empoeirado que muda as cores para fazer com que os cor­redores levantem poeira. Já existe uma nuvem espessa de areia sobre o circuito. Um total de 25 categorias, do Volkswagen

Depois da corrida, em um palco distante e mal iluminado, acontece a cerimônia de premiação cheia de comen­tários que toma mais tempo que a própria corrida. Uma longa lista de agradecimen­tos e de múltiplos prêmios de múltiplas equipes em múltiplas classes.

Park e seu time não comparecem às festividades, nem às cerimônias de premiação, nem a nenhuma das festas que fazem da Mint 400 esse badalado evento. Eles tomam cerveja no hotel em Jean, Nevada, a 30 milhas de Las Vegas.

Depois de uma análise minuciosa de tudo, a conclusão foi a de que real­mente o problema se deu no motor. Um problema no computador fez com que ele ficasse com “pouca alimenta­ção”, ou seja, sem receber combustível sufi ciente, Park explica duas semanas depois, em casa com a mulher, curtindo um basquete e ainda obstinado. Agora ele testa o caminhão com rigor e espera ansioso por agosto, quando acontece a General Tire Vegas to Reno, uma prova de 543 milhas no deserto.

“O deserto venceu desta vez”, diz. “Mas é por isso que eles chamam de com­petição. Sempre haverá outra. A próxima exigirá um esforço maior. É longa, quente, e vamos precisar que toda a equipe dê tudo. Mas esse é o nosso foco agora. Essa é a nossa história.”

À direita: os planos feitos com tanto

trabalho vão pelos ares com a fumaça

do motor. Depois de meses de trabalho,

seu caminhão engasga e quebra

por causa de um erro no computador

“ O deserto venceu desta vez. Mas é por isso que se chama corrida. Sempre tem outra.”

Abaixo: Justin Park, um homem de família e piloto off-road. Agora ele e sua equipe se preparam para a corrida de 543 milhas de Vegas a Reno no deserto

themint400.com

THE RED BULLETIN 69

CONTROLEDE FRONTEIRA

Descubra os litorais de um novo ângulo radical

Coloque de lado a prancha, guarde seus mosquetões: chegou o coasteering,

uma nova e ousada forma de ficar mais próximo e íntimo da mãe natureza. Os aventureiros com roupas de neoprene

do coasteering se veem diante de todo tipo de desafio, desde poderosas marés

até saltos de penhascos de arrepiar enquanto atravessam formações rocho-

sas sem qualquer espécie de suporte.

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EQ U I P O

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M OTO R

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C U LT U R A

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C O M O. . .

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AG E N DA

V I AG E M

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V I AG E M

Explore. Descubra. Mergulhe.

A Ç Ã O !

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COSTADE GALES

O que explorar

O coasteering viu sua popularidade explodir em todo o mundo nos últimos

anos, em que seus praticantes vão de Portugal à Nova Zelândia experimentando passeios turísticos com uma adrenalina extra. Mas, se você quer a experiência mais roots do coasteering, não há melhor forma do que praticá-lo onde ele nasceu, na costa do País de Gales. “Consiste em tudo o que seus pais disseram para você não fazer na praia quando era criança”, diz Rob Simms, guia da Preseli Venture, que fica na região de Pembrokeshire, onde o coasteering começou nos anos 1990. “Você está na base dos penhascos, local em que as ondas batem nas pedras. Então, é um prato cheio.” Não é de se admirar que atravessar a base de um penhasco no nível do mar tenha sua dose de dificuldade. Uma sessão típica de coasteering inclui a escalada de formações rochosas naturais, dar um mergulho nas cavernas com água do mar e saltar de penhascos assustadores. Tudo isso significa que é necessário ter obstinação para dominar os elementos – especialmente devido à natureza imprevisível do clima britânico. “Nós saímos em todas as condições, mesmo quando está

BebaUm dia duro de

coasteering pede uma cervejinha. Visite a

Gwaun Valley Brewery e experimente as

pitorescas produções locais, como a Blodwen

Bitter e a St Davids Special. gwaunvalley

brewery.co.uk

72 THE RED BULLETIN

ruim – isso é parte do coasteering”, explica Simms. “Quando está ventando muito, sabe-se que será uma sessão interessante.” Além dos saltos emo- cionantes e das agressões do oceano ocasionadas pelas ondas, o coasteering também serve para que se conheça o lado mais dinâmico do litoral. Você pode, inclusive, se aproximar da vida marinha. Focas do Atlântico curiosas aparecem regularmente ao longo do passeio. “É realmente uma coisa mais imersiva que a mera caminhada”, diz Brendan Rainsford, estudante de Nova Jersey, EUA, que experimentou o coasteering pela primeira vez em uma viagem pelo País de Gales. “Dá para ver as coisas por uma nova perspectiva.”

Cardiff

Quer mergulhar na costa? Visite: preseliventure.co.uk

País de Gales (GB)

V I AG E MAÇ ÃO

QUEM CONHECE

“VOCÊ PRECISA DE UMA PREPARAÇÃO

FÍSICA CONSIDERÁVEL PARA FAZER ISSO”,

DIZ ROB SIMMS, DA PRESELI VENTURE. “QUANDO VOCÊ TENTA

NADAR POR ONDAS DE 2 METROS, UMA REMADINHA FRACA

NÃO VAI RESOLVER.”

Passeio radical: coasteering em Pembrokeshire

SurfCom mais de

50 praias e algumas das melhores ondas

da Grã-Bretanha, Pembrokeshire é

ideal para surfistas. Descubra seu pico favorito ou procure um instrutor para

aprender. surfdale.co.uk

DescanseDepois de uma

aventura selvagem, descanse no luxo

e na sofisticação do Bluestone National Park Resort, onde a culinária e o spa

são do mais alto nível. Ou siga na aventura

com atividades como arquearia e arvorismo. bluestonewales.com

GET

TY

IMAG

ES, R

EX F

EATU

RES

(2)

Os dois sensores respondem à pressão

do corpo para acelerar e reduzir, sendo a

velocidade máxima do skate 32 km/h

AÇ ÃOEQ U I P O

Ampy MoveÉ só colocar este carregador no corpo quando estiver passeando que depois

ele usa a energia gerada pelos movimentos para carregar seu celular. getampy.com

Withings Activité PopCombinando tecnologia com um design sem influência do tempo, este tracker de exercícios coleta informação sobre corrida, nado e até sono. withings.com

HTC RECom aparência de um periscópio,

esta é uma câmera que permite que você filme sem um visor e mande o arquivo

para o seu telefone. recamera.com

Jabra Sport PulseEstes fones de ouvido são equipados com um monitor de frequência cardíaca dentro

da orelha e um sistema que controla a música sem quebrar o ritmo da corrida. jabra.co.uk

Hammerhead OneEsta ferramenta de navegação para ciclismo

é adaptável ao guidão, sincroniza-se com seu telefone e mantém você no caminho com

sinais coloridos intuitivos. hammerhead.io

Roccat TyonDomine os campos de batalha online com este

excelente mouse para jogos, com 14 botões programáveis e um comando para o dedão

inovador para controle total. roccat.org

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tempo e energia com o skate elétrico. Só é preciso se inclinar para a frente para acelerar e para trás para frear.

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THE RED BULLETIN 73

AÇ ÃOEQ U I P O

O PRIMEIRODas pistas para o pulso

A função característica do botão flyback existe desde o cronógrafo original de 1940, usado pelos pilotos da Segunda Guerra Mundial. O botão foi pintado com um esmalte de unha vermelha para se destacar dos outros ponteiros – detalhe no design que permanece em todos os cronógrafos até hoje

MAIS VELOCIDADE Relógios estilosos inspirados em motores clássicos

Certina DS Podium Big Size Chronograph –

WRC Limited EditionRelógio oficial do campeonato

mundial da FIA, o Certina trouxe a precisão de sua tecnologia

para uma edição de aço inoxidável, com produção limitada de 5 mil peças. certina.com

Chopard Mille MigliaGTS Chrono

A Chopard patrocina a Mille Miglia Storica – uma corrida de carros antigos na Itália – desde 1988. Sua homenagem

à prova leva o movimento ETA 7750 Valjoux, caixa de aço inoxidável de

44 mm e uma pulseira estilo pneu da Dunlop dos anos 1960. chopard.com

Frédérique Constant Vintage Rally Healey Chronograph

A Frédérique Constant teve um longo e fecundo relacionamento com a fabri-

cante de carros Austin-Healey, e em 2015 os fãs da marca britânica podem se dar ao luxo de escolher entre dois modelos

Vintage Rally – disponíveis em aço inoxi-dável e ouro. frederique-constant.com

EQ U I P OEQ U I P O

A função característica do botão flyback existe desde o cronógrafo original de 1940, usado pelos pilotos da Segunda Guerra Mundial. O botão foi pintado com

vermelha para se destacar

Hanhart Racemaster GTFPense em qualquer evento esportivo de grande porte dos anos 1960 e 1970: as chances maiores são de que ele tenha sido crono-metrado por uma pessoa com uma planilha em uma mão e um cronô metro Hanhart na outra. A empresa – que tem sede na Alemanha – era famosa por estar associada à velocidade. Agora está aproveitando esta memória gloriosa com o Racemaster GTF, um relógio cronógrafo que combina o estilo clássico (o esquema de cores antracito/laranja e a pulseira de couro são um retorno ao design dos veículos do período) com a tecnologia dos dias atuais. Qual é o resultado? Um relógio que está longe de ser tão propenso a acidentes quanto um carro de corrida de 50 anos atrás. Isso se deve a uma resistente caixa

de 45 mm de diâmetro feita de aço DSPro – um metal que marca até 700 na escala Vickers de dureza e é 100 vezes mais resis-tente aos arranhões que o aço convencional. Algumas coisas nunca mudam, entretanto: a função clássica de flyback característica do Hanhart, que permite que você pare, recomponha e reinicie o cronógrafo num aperto de botão, que está lá e funciona. hanhartchrono.com

74 THE RED BULLETIN

Seja pela alta performance ou simplesmente para chamar aten-ção, você estará bem com o Donkervoort D8 GTO Bare Naked Carbon Edition. O último modelo ultraleve da fabricante holan-desa, o D8 GTO, entrou em linha em 2013, e a combinação de 340 a 380 cv de seu motor Audi e um peso reduzido de menos de 700 kg permitem que ele acelere de 0 a 100 km/h em apenas 2,8 segundos – velocidade suficiente para pôr medo até nas motos. Então, como o Bare Naked Carbon Edition supera isso? Em termos de performance, na verdade não supera. O verdadeiro atrativo é todo estético: esta versão se parece com o carro que Darth Vader levaria para correr. O D8 GTO tem uma carroceria de aço tubular revestida com painéis de fibra de carbono. O novo modelo deixa o carbono exposto, com um processo de cobertura UV, lustrado ou com a cor de acordo com a escolha do comprador. O interior e o exterior da carroceria recebem tratamento, bem como a maioria da decoração do interior, além de muitas das superfícies do motor. É perfeito para os loucos por performance que querem realmente ver o que estão dirigindo. donkervoort.com

Se o Donkervoort é extremo demais ou se o preço for um problema, o novo Mustang pode ser o seu carro de alta performance para o dia a dia. Tem uma opção ecológica de motor 2.3L EcoBoost, que proporciona uma boa economia de combustível de mais de 35 mpg, enquanto faz de 0 a 100 km/h em menos de 6 s. Mas é a versão GT com motor V8 de 5.0 litros que chama atenção: com um tempo de 0 a 100 km/h de 4,8 s, é um carro com ótimo desempenho. Claro que a versão GT tem uma economia de combustível que faria a maioria dos não-ameri-canos tremer, mas isso é parte do charme de um carro potente – o motor V8 ocupa um lugar que nenhum turbo trapaceiro ocupará. ford.com

NOVO MÚSCULOUm upgrade no clássico Mustang

COMPRACERTA

Melhore seu kit na hora de acelerar

NA LATAO novo Donkervoort é carroceria pura

Potência que se vê: o Donkervoort vai

a 100 km/h em apenas 2,8 s

Barbour para Land Rover

Estas duas marcas bem britânicas estão em

conluio há um tempo, com ênfase em peças de couro e excelente

acabamento. A coleção outono/inverno 2015

tem uma inspiração no rúgbi para os modelos.

barbour.com

AÇ ÃOM OTO R

Cavaleiro da noite: o Donkervoort D8 GTO ganha uma recauchutagem

App da Porsche para o Apple

WatchPermite que o usuário tranque e destranque

portas, confira se janelas estão fechadas

e encontre o veículo perdido. Quem tem

modelos híbridos pode também verificar

o status da carga. itunes.com

Roupas SuzukiA nova coleção da

Suzuki tem camisetas e moletons Isle of Man TT, GSX-R, Katana e

Hamamatsu, além de camisetas “spirited” e “engineered for life”.

suzuki-gb.co.uk

THE RED BULLETIN

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AÇ ÃO

RETORNO À COMÉDIADenis Leary está de voltaDenis Leary volta na série de comédia que acaba de estrear nos EUA: Sex&Drugs&Rock&Roll. O ator (de O Espetacular Homem-Aranha 2) faz um astro de rock de 50 anos cuja banda se separou há 25 anos – por causa do uso de drogas e de sua inclinação em transar com as namoradas dos colegas. Ele consegue reunir a banda para uma última tentativa. Depois do bem-sucedido piloto escrito pelo próprio Leary,

a FX encomendou uma temporada completa e, apesar de ser batida

a trama da banda de rock que retorna aos palcos, parece que o talento de Leary para a comédia pode fazer a coisa funcionar. A série também será exibida na Inglaterra

no final do ano. denisleary.com

DUELO DE TITÃSHomem de Ferro vs. Capitão AméricaO duelo acontece no terceiro filme do super-herói, em Capitão América 3: Guerra Civil. O conflito que o título sugere colocará em campos opostos o supersoldado de Chris Evans e o Homem de Ferro (Robert Downey Jr.) em uma briga pela aplicação de san-ções oficiais contra o comportamento de super-herói (o Homem de Ferro é a favor, o Capitão América é contra). As sementes dessa briga épica foram lançadas desde Vingadores: Era de Ultron, mas nos quadrinhos os dois não se bicam desde que saiu o pri-meiro volume da Guerra Civil, em 2006. A Marvel desde então sinaliza para o lançamento de um revival do duelo em nome da alma do Universo Marvel. Para quem você irá torcer? marvel.com

Em Missão: Impossível – Nação Secreta Tom Cruise interpreta pela quinta vez o agente Ethan Hunt, agora liderando sua equipe de agentes de confiança (incluindo Jeremy Renner, Simon Pegg e a novata Rebecca Ferguson) contra os vilões do Sindicato. O papel rende ao ator entrada para uma turma exclusiva de astros que fizeram um papel cinco ou mais vezes, que inclui Hugh Jackman (que interpretou Wolverine sete vezes), Roger Moore e Sean Connery (que interpretaram o espião James Bond em sete aventuras). O Hunt de Cruise não é muito distante do 007, com suas traquitanas, viagens pelos continentes e capacidade de salvar a si próprio – e ao mundo – de uma ameaça fatal no último instante. Ele também é comparável ao espião britânico nas bilheterias dos cinemas: com exceção do bilionário faturamento de Operação Skyfall e do baixo rendi-mento de M:I-3, os filmes de Cruise sempre se deram melhor que os de James Bond. Então, qual será o segredo? Cruise é um dos produtores dos filmes e se mantém fiel a uma fórmula por trás da câmera: escolher um novo

diretor todas as vezes (Nação Secreta foi dirigido por Christopher McQuarrie, de Jack Reacher: O Último Tiro, com Tom Cruise no papel principal) e ir montando a trama com base nas cenas de ação. Desta vez, Cruise é visto pendurado do lado de fora de um avião de carga em pleno voo – façanha que o ator de 53 anos fez pra valer na Inglaterra no ano passado. Durante a filmagem, ele também mostra destreza numa BMW M3 em Casa-blanca, no Marrocos, e em um rapel na Ópera de Viena. Nação Secreta terá uma forte concorrência de filmes de espião neste ano com a refilmagem do clássico da TV dos anos 1960 por Guy Ritchie O Agente da U.N.C.L.E. e o aguardado Contra Spectre, 24º filme de 007. Será que Cruise conseguirá seguir relevante no cinema de espio-nagem? Não é uma missão impossível. O filme Missão: Impossível – Nação Secreta tem lançamento mundial previsto para 30 de julho. mission impossible.com

Missão: Impossível está de volta. Você aceita a missão?CRUISE NO COMANDO

C U LT U R A

Pura ação: Tom Cruise e

suas peripécias

a FX encomendou uma temporada completa e, apesar de ser batida

a trama da banda de rock que retorna aos palcos, parece que o talento de Leary para a comédia pode fazer a coisa funcionar. A série também será exibida na Inglaterra

no final do ano. denisleary.com

de espião neste ano com a refilmagem do clássico da TV dos anos 1960 por

O Agente da U.N.C.L.E. e O Agente da U.N.C.L.E. e O Agente da U.N.C.L.E.Contra Spectre, 24º filme Contra Spectre, 24º filme Contra Spectre

de 007. Será que Cruise conseguirá seguir relevante no cinema de espio-nagem? Não é uma missão impossível.

Missão: Impossível – Nação

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RID

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AÇ ÃOC U LT U R A

PLAYLISTDEATH CAB FOR CUTIEA carreira de Ben Gibbard, 38, começou com uma decepção. Em 1997, ele gravou algumas músicas que tinha composto depois de levar um pé da namorada. Para sua surpresa, a fita demo lhe rendeu contrato com uma gravadora e levou à for-mação do Death Cab for Cutie. Graças aos sons melancólicos em que brilha a guitarra de Gibbard, a banda logo se tornou uma das mais bem-sucedidas do indie rock, alcançando a primeira posição na parada da Billboard americana com o álbum Narrow Stairs, em 2008. Neste ano, eles lançaram seu oitavo álbum, Kintsugi. A seguir, o vocalista enumera as músicas que inspiraram o disco. deathcabforcutie.com

NOS PÉS DE QUEMAinda neste ano

será lançado o pri-meiro tênis criado especialmente por

Kendrick Lamar para a Reebok.

O astro do rap, no entanto, está longe

de ser o primeiro a explorar o mer-

cado dos calçados. Consegue adivi-nhar que músico

corresponde a qual tênis?

“Sou um grande fã de Sharon, amo o modo como ela compõe as harmonias. Sua performance vocal aqui é fenomenal. Eu escutava bastante essa música enquanto compunha, me inspira sua maneira de conceber as melodias. Eu não queria copiar seu estilo, obviamente, mas

tem muita personalidade na forma com que ela canta e isso é uma coisa que eu também quero conseguir para mim.”

Sharon Van Etten“Every Time the Sun Comes Up”

“Nós usamos muito a bateria eletrônica Linn em nosso álbum. Notoriamente, foi usada por Prince em ‘When Doves Cry’. Nós ouvimos bastante a música porque queríamos entender como funcionava nela. Uma coisa fascinante é que só tem a batida e os versos. Nenhum

instrumento faz a mudança nos acordes, mas você sente. Não era para funcionar, mas de fato funciona, o que é genial.”

“Adoro essa batida. Ela é realmente descuidada e pouco convencional, mas ao mesmo tempo muito boa. Quando estávamos trabalhando no ritmo das faixas do nosso disco, tentamos reproduzir a mesma coisa. Você quer que a batida seja legal, mas às vezes as  coisas

precisam ser meio bagunçadas, por isso nós com binamos bateria de verdade com eletrônica.”

“Nós escutávamos muito Spiritualized no estúdio, espe-cialmente esta música de 1995. É muito poderosa. A linha de baixo é muito forte. Queria algo em nosso disco que fosse assim. Adoro também as guitarras, mas a arma secreta deles é o baixista. Quando nosso baixista

Nick [Harmer] está com alguma dificuldade, eu digo: ‘Ouça Spiritualized e apareça de volta com essa linha de baixo’.”

Michael Jackson“Beat It”

Spiritualized“Lay Back in the Sun” GADGET

HRT dSpSe você é um audiófilo, ouvir música no

smartphone não é uma opção: mesmo os mais luxuosos headphones e arquivos

eletrônicos de primeira não vão propor-cionar o melhor som devido ao limitado processador de áudio do aparelho. Este

USB do tamanho de um dedo resolve o problema: simplesmente plugue-o

no seu celular para escutar o mais cristalino som de todos os tempos.

hirestech.com

Prince“When Doves Cry”

Francis and the Lights“Like a Dream”

“Nosso produtor Rich Costey tocou isto para mim. É uma mú-sica pop muito simples e bonita dessa one-man band de Nova York. Mas, enquanto estávamos tentando concluir o disco, eu es-cutava muito esse som e ficava tipo ‘cara, isso parece ter sido composto com facilidade’. Tentei

fazer com que minhas músicas parecessem assim também – quase como se elas tivessem aparecido direto do espaço.”

Se você é um audiófilo, ouvir música no smartphone não é uma opção: mesmo

os mais luxuosos headphones e arquivos eletrônicos de primeira não vão propor-cionar o melhor som devido ao limitado processador de áudio do aparelho. Este

USB do tamanho de um dedo resolve o problema: simplesmente plugue-o

no seu celular para escutar o mais cristalino som de todos os tempos.

Respostas:A. Kanye West (Adidas)

B. Bon Iver (Keep)C. Slash (Supra)

D. Mark Ronson (Gucci)

A

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MarkRonson

BonIver

KanyeWest

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AÇ ÃO

Em 6 de novembro de 1942, a cerca de mil milhas da costa ocidental da África, um submarino alemão U-68 afundou o SS City of Cairo, uma embarcação britânica usada como fornecedora de suprimentos

durante a Segunda Guerra Mundial. Em setembro de 2013, a equipe liderada por John Kingsford,

o CEO da empresa de resgate Deep Ocean Search, encontrou a carcaça do SS City of Cairo e começou

a remover sua carga de 100 toneladas de moedas prateadas – a carga mais profunda já recuperada,

a 5 150 metros. Em abril deste ano, quando a infor-mação se tornou pública, foi divulgado que a bolada

tinha a importância de £ 34 milhões. Kingsford e sua equipe atualmente têm uma dezena

de navios naufragados em vista.

RECUPERAR NAVIOS

C O M O. . .

3Tenha os pés no chão“Usamos toda a informação possível para determinar onde está o navio. Existem os modelos de computador, mas preferimos mapa e lápis. Então, colocamos um equipamento de busca no local – nossa embarcação usa um sonar de grande alcance para localizar o navio. Pode demorar meses, dias ou horas.”

5Crie a ocasião“Realizamos 14 resgates nos últimos cinco anos, encontrando principalmente metais semipre-ciosos, como cobre e estanho. Com o City of Cairo, levei meu filho, que na época tinha 9 anos, para a Cidade do Cabo, para quando o navio de resgate atracasse. Nós tínhamos cerca de 10 toneladas de moedas de prata. Foi muito recompensa-dor. Na verdade, eu não sabia quem de nós era o garotinho naquela altura.”

4Aguente a pressão“O navio de pesquisa faz um mapa dos destroços do navio e da área no entorno usando um sonar de alta frequência. Isto é conferido à equipe de resgate, que sai em um barco maior com o equipamento pesado e o espaço para acomo-dar centenas de toneladas de material. Eles mandam veículos operados remotamente para apanhar a carga em grandes volumes. Sempre com uma equipe de segurança por perto.”

2Trabalho de detetive“Pesquisamos arquivos públicos e privados em todo o mundo ou pegamos as indi-cações de uma embarcação em particular. Tudo precisa ser factual, e nós seguimos o processo até chegar a um proprietário. Algumas pessoas ficam surpresas ao ver a gente bater nas suas portas para dizer: ‘Você sabia que perdeu isso em um navio 100 anos atrás?’”

1Deixe rolar o demorado jogo“O resgate do City of Cairo ficou muito tempo em curso. Descobrimos o que estava no navio em 1984. Naquela época, nós não conseguimos encontrar: estava fundo demais. Nós dizemos aos recrutas potenciais que eles precisam ter senso de humor e superar os estresses, tanto financeiros como técnicos. Os investidores precisam ter conhecimento da dificuldade extrema de organizar tudo.”

78 THE RED BULLETIN

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7 a 15 de agosto Cinema nacional...em Gramado

Tido como um dos mais respei-tados festivais de cinema do Brasil e farejador de tendências da indústria no país, o Festival de Gramado, que distribui anualmente os Kikitos, fará sua 43ª premiação neste ano. O já característico frio da serra gaúcha vira, por uma semana, cenário ideal para as principais estrelas do país. O festival conta com mostras competitivas de longas e curtas-metragens nacionais e estrangeiras.festivaldegramado.net

Você está preparado? Muita ação em plena

Mata Atlântica

8 e 9 de agosto Corrida de aventura em Mangaratiba

AG E N DA

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ULG

AÇÃO

Inverno, água gelada e muita lama em um dia de muito desafio na Mata Atlântica, na região de Mangaratiba, sul do Rio de Janeiro. É com esse astral de aventura que o festival XTerra terá dispu-tas de triatlo, natação, night run e uma novidade: competição de SUP no domingo, dia 9. O XTerra é tido como o maior festival de esporte outdoor

do mundo e neste ano completa uma década de existência. Esta será a segunda passagem da competição por Mangaratiba em 2015. A região foi palco da primeira etapa e, depois, a competição passou por lugares como Ilhabela, Brasília, Ouro Preto e Paraty. Prepare a adrenalina! xterrabrasil.com.br

AÇ ÃO

Caia no baile do

Casuarina

24 de julho ...e ritmo localem São Paulo

Vindo do Rio de Janeiro, o quinteto Casuarina con-quistou público no Brasil e no exterior com muita técnica e amor à música brasileira. Eles tocam seu animado repertório de samba e choro – que faz o público dançar quase como numa gafieira – no Cine Joia, no bairro da Liberdade, em São Paulo. Programa para lembrar nossas raízes. casuarina.com.br

80 THE RED BULLETIN

26 de julho Reencontro

no Morumbi

O goleiro do São Paulo, Rogério Ceni, autor de

127 gols com a camisa do clube, declarou que vai se despedir dos grama-

dos após a derrota contra o Cruzeiro na Libertadores

da América, dois meses atrás. A carreira do goleiro

deve ser encerrada ape-nas em dezembro, e até lá ele ainda terá alguns

desafios, como reencon-trar o algoz mineiro pela

15ª rodada do Brasileirão. São Paulo e Cruzeiro farão

o clássico no Estádio do Morumbi.

saopaulofc.net

Até 16 de agostoDireto da Espanhaem São Paulo

O Instituto Tomie Ohtake traz mais de 100 obras do pintor es-panhol Joan Miró na exposição Joan Miró – A Força da Matéria. São 22 esculturas, 26 gravuras, 41 pinturas, 20 desenhos e três objetos, além de fotografias sobre a trajetória do pintor.institutotomieohtake.org.br

1º de agostoRonda vs. Betheno Rio de Janeiro

A briga vai ser boa: na Arena da Barra, o título mundial do peso--galo do UFC feminino estará em jogo entre a americana Ronda Rousey e a brasileira Bethe Correia. A primeira é a atual detentora do título e tem 11 lutas e dez vitórias no primeiro round. ufc.com

11 de julho Dia de hip hop no Rio de JaneiroO grupo carioca de hip hop ConeCrewDiretoria se apresenta na Village, casa que fica no Jockey Club do Rio de Janeiro. Sucessos como “Chama os Muleke” estão no cardápio. Fora isso, muitas rimas, atitude e batidas de primeira. conecrew.com

Saindo de cena: o goleiro se despede da torcida

O rapper Emicida é apenas uma das grandes estrelas que irão tocar no WebFestValda, o maior concurso de bandas independentes do Brasil, dividido em três dias de competição, com grandes shows no início e no final de cada dia. São dois dias classificatórios, em que 20 bandas de todo o Brasil subirão ao palco da Fundição Progresso para conquistar uma vaga na final. Entre os grandes shows, ao lado de  Emicida, estão bandas como Raimundos, Nação Zumbi, Nando Reis, Pitty e ConeCrewDiretoria. No último dia, as dez bandas mais votadas voltam ao palco.webfestvalda.com.br

24 de julho Festival para todosem São Paulo

AGOSTO DO BOM

Não perca estas datas

AxéO Espaço das Américas,

em São Paulo, deve lotar com toda a ener-gia de Ivete Sangalo,

que apresenta sua tur-nê na casa de eventos paulistana, localizada

na região da Barra Funda. Prepare toda sua animação e força para pular sem parar.

facebook.com/ivetesangalo

21agosto

RockO cantor e compositor

Nando Reis, ex-inte-grante dos Titãs, se apresenta no

Chevrolet Hall, em Belo Horizonte, com sua banda Os Infernais.

O show conta com su-cessos tanto da época do quinteto paulistano quanto de seus tempos

de carreira solo. nandoreis.com.br

1ºagosto

CorridaA Run the Night 21k

Relay é o único reveza-mento 21k noturno do Brasil e oferece um ambiente com

música e entreteni-mento para os atletas.

Dá para encarar o desafio sozinho ou

formar equipes de duas ou quatro pessoas. runthenight.com.br

29agosto

THE RED BULLETIN 81

T H E R E D B U L L E T I N A N T E S D E P A R T I R

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20 LUGARESque você tem que

conhecer

RIO DE JANEIRO A S A - D E L T A A cidade do Pão de Açúcar é a meca da asa-delta. Quem está a fim de experimen-tar pela primeira vez deve escolher um voo com acompanhante. Da rampa da Pedra Bonita, a 520 m do nível do mar, você desliza pelo ar acima da maior reserva de mata urbana do mundo, a Floresta da Tijuca, sobre praias fascinantes e morros suaves. O pouso é na Praia do Pepino – lugar ideal para se refrescar no Atlântico depois da aventura no ar.

ALÉM DISSO: o Rio tem forte tradição de surf. Os iniciantes devem praticar na Praia da Macumba. Para quem está em busca de desafios, a Praia de Grumari é o local.

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OHAKUNE E S Q U I N O V U L C Ã OJá esquiou alguma vez em um vulcão ativo (última erupção em 2007)? O Monte Ruapehu (2 797 m) na Nova Zelândia é um destino cotado para quem mora em Auckland e Wellington. Entre junho e outubro, 14 teleféricos estão à disposição dos esquiadores.

ALÉM DISSO: a neve derretida transforma o Rio Rangitikei em uma corredeira de nível V para rafting.

de várias espécies de mamíferos marinhos, como baleias cinzentas, golfinhos e leões-marinhos. Um espetáculo especial: o pôr do sol cinematográfico que pinta o céu com infinitos tons de rosa e laranja e reflete a festa de cores sobre o oceano.

ALÉM DISSO: quem gosta de dançar salsa não pode perder uma escapada noturna ao badalado La Salsa Beach Bar. Aventura gastronômica: frutos do mar.

INNSBRUCK M O U N T A I N B I K EA Nordkette Singletrail tem pouco em comum com um parque de MTB convencional: mais de 1 000 m de dife-rença de altitude, inclinação extrema (até 36 graus), dificuldades brutais (curvas inclinadas, raízes na trilha e pontas de rochas). A trilha é natural com preparação mínima somente para garan-tir a passagem. O início é muito fácil de alcançar: tome o teleférico no pé da montanha, desça no alto e divirta-se.

ALÉM DISSO: no inverno, o cume do Monte Hafelekar (2 300 m) é ponto de partida para uma experiência in comparável de freeskiing com vista para a mágica capital do Tirol.

SEATTLE T R I L H A S U R B A N A S A cidade do noroeste americano apresenta uma variedade de opções: lagos cristali-nos, estações de esqui muito próximas, natureza exuberante. Antigo posto avançado militar, o Discovery Park com 2,16 km² é o paraíso das trilhas. Das mais fáceis com 5 km à mais difícil em volta do Puget Sound com suas incontáveis baías, há opções para todos os gostos e preparos físicos. Destaque: o pôr do sol maravilhoso sobre as Olympic Mountains.

ALÉM DISSO: obrigatório para todos os fãs do Nirvana e Kurt Cobain: a expo-sição do Experience Music Project, um dos melhores museus de música dos EUA.

SAN CARLOS V E L E J A RA cidade no noroeste do México oferece áreas excelentes para apaixonados por vela. Iniciantes encontram condições ideais no tranquilo Golfo da Califórnia. E quem quer mais emoção vai para mar aberto no Oceano Pacífico. Mantenha os olhos sempre bem abertos: o oceano em frente a San Carlos é hábitat natural

Os feras da MTB, como Tom Öhler, amam a exigente Nordkette Singletrail

Seattle reúne agito de metrópole com natureza pura

UVEX P1US Pro Pesa somente 490 gramas, o que o torna o mais leve capacete para esqui já produzido

84 THE RED BULLETIN

BEND T R A I L R U N N I N GMais de 80 km de trilhas para corrida estão à disposição: das ruas do charmoso centro da cidade aos estreitos caminhos nas Cascade Mountains ou ao longo do Rio Deschutes até a amplitude das planí-cies das estepes ao redor. Os 300 dias de sol ao ano fazem de Bend, no estado do Oregon, uma das melhores cidades para viver nos EUA.

ALÉM DISSO: quem tem boa resistência à bebida não deve perder a Bend Ale Trail – com 14 paradas nas cervejarias da trilha.

ANNECY P A R A P E N T ENos arredores da cidade alpina no leste da França, os ventos são perfeitos. Ini-ciantes voam ao redor do Lago de Annecy, os especialistas podem voar daqui em direção ao Mont Blanc ou Grenoble.

ALÉM DISSO: peça o Patriot Burger no restaurante The Roster... colossal, com queijo raclette francês.

HAMBURGO B U N G E E J U M PUma aventura de bungee jumping um pouco diferente: depois de subir o “Big Blue” – uma grua gigante de 250 tonela-das –, os viciados em adrenalina podem curtir uma vista impressionante de todo o porto de Hamburgo antes de saltar em queda livre de 50 m de altura em direção ao Rio Elba. Também dá para decidir na última hora: você pode se inscrever e saltar no mesmo dia. A preparação dura somente 90 minutos.

ALÉM DISSO: o Rio Alster é um espaço maravilhoso no meio da cidade para quem curte SUP. Dica: alugue uma prancha e explore os lagos e afluentes.

MELBOURNE S U P E R B I K EA apenas duas horas de carro ao sul da cidade de Melbourne fica a Phillip Island, uma das pistas de moto mais famosas do mundo. Feras do MotoGP como Casey Stoner e Valentino Rossi colocam o cir-cuito australiano entre seus preferidos. A California Superbike School oferece aos simples mortais a possibilidade de se sentir como piloto de corridas por um momento. Depois de uma pequena introdução às BMWs com 200 cv e aos detalhes do circuito, é hora de acelerar o máximo na pista com cerca de 4,5 km e subidas e descidas leves.

ALÉM DISSO: alugue uma Ferrari 458 com 419 cv na Prancing Horse, vá almoçar no Yarra Valley e desfrute a encantadora região vinícola.

CIDADE DO CABO K I T E S U R F No verão, o famoso vento sudeste sopra quase todos os dias sobre a Cidade do Cabo e atrai os kitesurfistas. O mar liso e morno de Langebaan é o preferido tanto dos surfistas de fim de semana como dos loucos por downwind. Os gran-des desafios para big air ou wave riding você encontra em Milnerton e Blouberg. A vantagem definitiva de Blouberg: o vento sopra paralelo à praia e permite brincar no shore break. Não é por acaso que o Red Bull King of the Air é realizado aqui em fevereiro.

ALÉM DISSO: traga os sapatos de montanha e explore a Table Mountain. Com ou sem a ajuda do teleférico.

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Kitesurfistas amam o vento sudeste

na Cidade do Cabo

MOOV O fitness tracker ajuda a me-lhorar na natação, no ciclismo e no golfe, por exemplo

LA PAZ G O L F EGraças ao ar rarefeito no campo de golfe mais alto do mundo (3 291 m), na Bolívia, até os iniciantes alcançam longas distâncias.

ALÉM DISSO: não deixe de fazer um passeio pelos 65 km do Camino a los Yungas, a “Estrada da Morte”.

BEND

O fitness tracker ajuda a me-lhorar na natação, no ciclismo e no golfe, por exemplo

THE RED BULLETIN 85

VIENA W A K E B O A R DO Danúbio transforma a capital austríaca em um paraíso dos esportes aquáticos para nadadores, remadores e velejadores. Riders que querem muita ação vão para o parque de wakeboard com 832 m de comprimento ao lado da Ilha do Danúbio, onde saltos de até 10 m são realidade. Também há kickers e um pipe doubleroof com wall.

ALÉM DISSO: escalada indoor na Kletter-halle Wien com 600 m² de área para boulder, 16 m de slacklines e muro de escalada para competições internacionais.

PULA F E S T I V A I S D E V E R Ã O Em 2006, um festival de música eletrônica na costa da Croácia atraiu 300 pessoas. Hoje são mais de 30 festivais que atraem mais de 100 mil pessoas de todo o mundo para dançar no verão. Os motivos: praia, sol, festas em barcos e shows em locais incríveis, como anfiteatros ou cavernas.

ALÉM DISSO: Fresh Island Festival (de 15 a 17/7, em Zrce); Soundwave (de 6 a 10/8, em Tisno); e Dimensions (de 26 a 30/8, em Pula).

Palco de anfiteatro no Dimensions Festival em Pula

BIARRITZ S U R FA cidade no sul da França é a meca europeia do surf. Na Grande Plage e na Côte des Basques (a preferida dos long boarders), os locais e as maiores feras do surf internacional se encontram durante todo o ano.

ALÉM DISSO: não perca o Ruche Moderne – um museu dedicado a motocicletas históricas e à arte.

QUIKSILVER AG47 Performance Short John superleve de neoprene para surf em águas quentes

DURBAN S U R F S K IOs caiaques estreitos com cerca de 5 m de comprimento são muito populares na África do Sul. A água morna e o fácil acesso à costa do Oceano Índico são ideais para longas sessões. Várias escolas de remo ensinam as manhas para os ini-ciantes, como levar os barquinhos pouco estáveis além da back line e depois como brincar nas ondas da “Golden Mile”.

ALÉM DISSO: para surfar não é necessário ter mar. Na Wave House você encontra as maiores ondas artificiais do país.

CORK S U R F E M Á G U A S G E L A D A S Aqui o surf é praticado o ano todo, ainda que a temperatura da água do Atlântico na costa sul da Irlanda raramente passe dos 15º C. Em compensação, a região oferece praias de areia infinitas e ondas exigentes durante todo o ano.

ALÉM DISSO: para se aquecer novamente, peça uma cerveja Guinness em algum dos muitos pubs locais.

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LONDRES C A I A Q U E N A C O R R E D E I R A Ande de caiaque como os atletas olímpi­cos. No Lee Valley White Water Centre, onde foram realizadas as provas de caiaque dos Jogos Olímpicos de 2012, próximo ao centro da cidade, você pode. São 300 m de corredeiras artificiais que correspondem ao nível IV para competi­ções. Então: alugue um caiaque ou um barco de rafting, respire fundo e encare a correnteza. A propósito: de 16 a 20 de setembro acontecem aqui as provas do ICF Canoe Slalom World Championships.

ALÉM DISSO: não deixe de provar o famoso fish and chips no Old Spital­fields Market. Também não deve faltar assistir a um clássico no Shakespeare’s Globe Theatre.

BERLIM C L U B S E B A L A D A S Nova York já perdeu para Berlim há algum tempo o título de cidade que nunca dorme. Com mais de 300 casas noturnas e 7 mil bares, a oferta de diversão noturna é maior que em qualquer outra metrópole do mundo. Muitos locais da cena under­ground como o Berghain (uma antiga usina no bairro de Friedrichshain, consi­derado atualmente o melhor club techno do planeta) abrem na sexta à noite e só fecham na manhã da segunda. E quem achar que não foi suficiente ainda encontra, com certeza, alguma after party a apenas alguns quarteirões.

ALÉM DISSO: confira a loja de discos Hard Wax. Durma no Michelberger, o hotel dos artistas e DJs.

PARIS B O U L D E RA apenas 50 km ao sul da capital france­sa se encontra o berço da tradição do boulder. Na maior região de floresta contínua do Oeste da Europa – a Floresta de Fontainebleau, com 25 mil hectares – com tipos variados de blocos de pedra onde os primeiros boulders surgiram em 1947. Os “problemas” estão sinaliza­dos e marcados com cores que identifi­cam os graus de dificuldade. Imponente: ao todo são mais de 15 mil boulders à disposição dos esportistas.

ALÉM DISSO: em julho e agosto, a mar­gem direita do Rio Sena se transforma em praia urbana – com areia, barzinhos, palmeiras e cadeiras de praia.

CANCÚN M E R G U L H O A Península de Yucatán, no Golfo do México, é famosa pelo mar turquesa, florestas tropicais, ruínas maias e festas non­stop. Para mergulhadores também há preciosidades naturais escondidas embaixo da terra: um sistema quilométrico de cavernas, canais e cenotes de água doce. Especialmente espetacular: o cenote Dos Ojos, em Tulum, e o cenote Ik Kil (a duas horas de viagem de Cancún). Agradável: a temperatura da água se man­tém por volta dos 25º C o ano todo, e a vista nas águas cristalinas é fantástica.

ALÉM DISSO: no Thai Lounge você encontra peixes, frutos do mar e cocktails deliciosos. Tudo servido em pequenos bangalôs construídos sobre estacas na água.

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Diretor de Redação Robert Sperl

Redator-Chefe Alexander Macheck

Editor de Generalidades Boro Petric

Diretor de Criação Erik Turek

Diretor de Arte e de Criação Adjunto Kasimir Reimann

Diretor de Arte Miles English

Diretor de Fotografia Fritz Schuster

Editora Executiva Marion Wildmann

Editor Geral Daniel Kudernatsch

Editores Stefan Wagner (Editor-Chefe),

Ulrich Corazza, Arek Piatek, Andreas Rottenschlager

Editores Online Kurt Vierthaler (Editor-Chefe), Vanda Gyuris,

Judith Mutici, Inmaculada Sánchez Trejo, Andrew Swann, Christine Vitel

Colaboradores Muhamed Beganovic, Georg Eckelsberger,

Sophie Haslinger, Werner Jessner, Holger Potye, Clemens Stachel, Manon Steiner, Raffael Fritz,

Martina Powell, Mara Simperler, Lukas Wagner, Florian Wörgötter

Editores de Arte Marion Bernert-Thomann,

Martina de Carvalho-Hutter, Kevin Goll

Editores de Fotografia Susie Forman (Diretora de Fotografia),

Rudi Übelhör (Diretor de Fotografia Adjunto), Marion Batty, Eva Kerschbaum

Ilustrador Dietmar Kainrath

Diretor Editorial Franz Renkin

Gestão de Anúncios Sabrina Schneider

Marketing & Gerência de Países Stefan Ebner (Diretor), Manuel Otto, Elisabeth Salcher,

Lukas Scharmbacher, Sara Varming

Design de Marketing Peter Knehtl (Diretor), Simone Fischer, Julia Schweikhardt, Karoline Anna Eisl

Gerente de Produção Michael Bergmeister

Produção Wolfgang Stecher (Diretor), Walter O. Sádaba,

Matthias Zimmermann (App)

Impressão Clemens Ragotzky (Diretor),

Claudia Heis, Maximilian Kment, Karsten Lehmann

Engenheiro de TI Michael Thaler

Assinaturas e Distribuição Klaus Pleninger (Vendas), Peter Schiffer (Assinaturas)

Gerente Geral e Publisher Wolfgang Winter

Produção de Mídia Red Bull Media House GmbH

Oberst-Lepperdinger-Straße 11–15, A-5071 Wals bei Salzburg (Áustria); Tribunal de registro de empresas: Tribunal de

justiça de Salzburgo; Número de registro: FN 297115i; UID: ATU63611700

Diretores Executivos Christopher Reindl, Andreas Gall

THE RED BULLETIN México, ISSN 2308-5924

Editor México Luis Alejandro Serrano

Editores José Armando Aguilar, Pablo Nicolás Caldarola

Corrección de estilo Alma Rosa Guerrero

Gerente de Projeto e Vendas Giovana Mollona, Paula Svetlich

Venda de Anúncios Humberto Amaya Bernard: +55 5357 7026 [email protected]

Assinaturas Preço da assinatura:

MXP 270,00; 12 edições/anoImpressão

R.R. Donnelley de México, S. de R.L. de C.V. (R.R. DONNELLEY)

Av. Central no. 235, Zona Industrial Valle de Oro San Juan del Río, Querétaro, CP 76802

THE RED BULLETIN Alemanha, ISSN 2079-4258

Editor Alemanha Arek Piatek

Revisão Hans Fleißner Gerentes de Canal Christian Baur, Nina Kraus

Venda de Anúncios Martin Olesch, [email protected]

Assinaturas Preço da assinatura: EUR 25,90; 12 edições/ano

www.getredbulletin.com, [email protected]

THE RED BULLETIN França, ISSN 2225-4722

Editor França Pierre-Henri CamyCoordenadora de País Christine Vitel

Tradução e Revisão Étienne Bonamy, Susanne & Frédéric Fortas, Frédéric Pelatan,

Claire Schieffer, Ioris Queyroi, Gwendolyn de Vries Gerente de Projeto e Vendas Leila Domas

Venda de Anúncios Cathy Martin: 07 61 87 31 15, [email protected]

Impressão Prinovis Ltd. & Co. KG, 90471 NurembergRedação 12 rue du Mail, 75002 Paris; 01 40 13 57 00

THE RED BULLETIN Estados Unidos, ISSN 2308-586X

Editor EUA Andreas Tzortzis Editora Adjunta Ann Donahue

Revisão David CaplanDiretor de Publishing e Venda de Anúncios

Nicholas PavachGerente de Projeto Melissa Thompson

Venda de Anúncios Dave Szych, [email protected] (L.A.)

Jay Fitzgerald, [email protected] (Nova York) Rick Bald, [email protected] (Chicago)

Impressão Brown Printing Company, 668 Gravel Pike, East Greenville, PA 18041, www.bpc.com

Assinaturas Preço da assinatura: US$29,95; 12 edições/ano

www.getredbulletin.com, [email protected]ção 1740 Stewart St., Santa Mônica, CA 90404

Contato 888-714-7317; [email protected]

THE RED BULLETIN Brasil, ISSN 2308-5940

Editor Brasil Fernando Gueiros

Revisão Judith Mutici, Manrico Patta Neto

Gerente de Projeto Paula Svetlic

Contato [email protected]

THE RED BULLETIN Irlanda, 2308-5851

Editor Irlanda Ruth Morgan

Editores Richard Jordan, Florian Obkircher

Editores Nancy James Nancy James (Subeditora-Chefe),

Davydd Chong (Subeditor-Chefe Adjunto)Venda de Anúncios

Deirdre Hughes: 00 353 862488504, [email protected]

Impressão Prinovis Ltd & Co KG, 90471 Nuremberg

Redação Richmond Marketing, 1st Floor Harmony Court,

Harmony Row, Dublin 2, Irlanda; +353 (1) 631 6100

THE RED BULLETIN Reino Unido, 2308-5894

Editor Reino Unido Ruth Morgan

Editores Richard Jordan, Florian Obkircher, Nancy James

(Subeditora-Chefe), Davydd Chong (Subeditor-Chefe Adjunto)

Gerente de Projeto e Vendas Sam Warriner

Venda de Anúncios Mark Bishop: [email protected]

+44 (0) 7720 088588 Impressão

Prinovis Ltd. & Co. KG, 90471 NurembergRedação

155-171 Tooley Street, Londres SE1 2JP, +44 (0) 20 3117 2100

THE RED BULLETIN Áustria, ISSN 1995-8838

Editor Áustria Ulrich Corazza

Revisão Hans Fleißner Gerente de Projeto Lukas Scharmbacher

Venda de Anúncios Alfred Vrej Minassian (Diretor), Thomas Hutterer, Corinna Laure; [email protected]

Impressão Prinovis Ltd. & Co. KG, D-90471 NurembergAssinaturas

Preço da assinatura: EUR 25,90; 12 edições/ano www.getredbulletin.com, [email protected]

Contato [email protected]

THE RED BULLETIN África do Sul, ISSN 2079-4282

Editor África do Sul Angus Powers

Editores Nancy James (Subeditora-Chefe),

Davydd Chong (Subeditor-Chefe Adjunto)Gerente de Vendas Internacional

Lukas Scharmbacher

Gerente de Projeto e Vendas Andrew Gillett

Venda de Anúncios Ryan Otto, [email protected]ão

CTP Printers, Duminy Street, Parow-East, Cidade do Cabo 8000 Assinaturas

Preço da assinatura: ZAR 228,00; 12 edições/ano www.getredbulletin.com, [email protected]

Redação South Wing, Granger Bay Court, Beach Road, V&A Waterfront,

Cidade do Cabo 8001, +27 (0) 21 431 2100

THE RED BULLETIN Nova Zelândia, ISSN 2079-4274

Editor Nova Zelândia Robert Tighe

Editores Nancy James (Subeditora-Chefe),

Davydd Chong (Subeditor-Chefe Adjunto)Gerente de Vendas Internacional

Lukas ScharmbacherGerente de Projeto e Vendas

Andrew GillettVenda de Anúncios

Conrad Traill, [email protected]ão

PMP Print, 30 Birmingham Drive, Riccarton, 8024 Christchurch

Assinaturas Preço da assinatura: NZD 45,00; 12 edições/ano

www.getredbulletin.com, [email protected] Redação

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THE RED BULLETIN Suíça, ISSN 2308-5886Editor Suíça Arek Piatek

Gerente de Canal Antonio Gasser, Melissa Stutz

Revisão Hans Fleißner Venda de Anúncios Marcel Bannwart

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Preço da assinatura: CHF 19,00; 12 edições/ano www.getredbulletin.com, [email protected]

88 THE RED BULLETIN

DUBAI, EMIRADOS ÁRABES UNIDOS8 de abril de 2015Nasser Al-Attiyah é um esportista com múltiplos talentos. O catariano venceu o Rally Dakar em 2011 e em 2015. Entre uma vitória e outra também levou uma medalha de bronze em tiro nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012. Atualmente, com 44 anos, ele voltou às competições off-road no deserto. E brilha no salto em distância em um 4x4.

A PRÓXIMA EDIÇÃO DO RED BULLETIN SERÁ LANÇADA EM 12 DE AGOSTO

MOMENTO MÁGICO

“Quanto mais alto o voo, melhor eu me sinto.”O piloto Nasser Al-Attiyah voa com seu Mini All4 Racing sobre o deserto árabe

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