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SENHOR SIN CITY A MAIOR BALADA DO MUNDO SAÍMOS EM TURNÊ COM SKRILLEX ASFALTO QUENTE AS CORRIDAS DE ARRANCADA NOS ESTADOS UNIDOS LOUCOS DE PEDRA POR DENTRO DO CANYONING FREESTYLE CRIMES, PECADOS, MULHERES E MUITA AÇÃO ROBERT RODRIGUEZ REVELA OS SEGREDOS DO FILME MAIS COOL DO ANO ALÉM DO COMUM AGOSTO DE 2014

The Red Bulletin Agosto de 2014 - BR

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SENHORSIN CITY

A M A I O RB A L A D A

D O M U N D OS A Í M O S E M T U R N Ê

C O M S K R I L L E X

ASFALTO QUE NTEA S C O R R I D A S D E A R R A N C A D A N O S E S TA D O S U N I D O S

LOUCOSDE PE DRAP O R D E N T R O D O C A N Y O N I N G F R E E S T Y L E

C R I M E S , P E C A D O S , M U L H E R E SE M U I T A A Ç Ã O

R O B E R T R O D R I G U E Z R E V E L A O S S E G R E D O S D OF I L M E M A I S C O O L D O A N O

ALÉM DO COMUMAGOSTO DE 2014ALÉM DO COMUMAGOSTO DE 2014

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ARRANCADA! Carros tunados em umadisputa de pura aceleração. Conheça as corridas de drag

38

BEM-VINDO! Sobre o filme Sin City: A Cidade do Pecado, de 2005, Robert Rodriguez diz: “Segurei muito a mão e não fiz tudo o que queria fazer porque fiquei com medo de assustar os espec-tadores”. Quanto ao segundo filme da série, Sin City 2: A Dama Fatal, que reúne nomes como Jessica Alba, Eva Green, Josh Brolin e Mickey Rourke, ele foi mais fundo: “Agora mer-gulhei sem medo no mundo de Frank Miller”. Estas palavras foram ditas na entrevista exclusiva que ele nos concedeu em seu estúdio, no Texas, entre uma cadeira elétrica e um confessionário. Com tanta paixão de um dos diretores mais originais dos EUA, podemos nos preparar para entrar num mundo bem sinistro no filme que chega aos cinemas em agosto. Esperamos que você goste!

“Ela ama os macacos.”KERI RUSSELL, PÁG. 36

O MUNDO DE RED BULL

4

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NESTA EDIÇÃO

EM FORMAPara garantir o bom desempenho no crí-quete, no qual as partidas podem durar várias horas, Stuart Broad treina muito

78

BULLEVARD: FOTOGRAFIADas máquinas antigas ao louco mundo das selfies: bem-vindo ao universo fotográfico

12

SKRILLEXViajamos com um dos grandes mestres da música eletrônica atual e descobri-mos seus segredos nos bastidores

64

BULLEVARD 12 Fotos artísticas, selfies e as curiosi-

dades sobre o mundo da fotografia

DESTAQUES 26 Robert Rodriguez

Desvendamos tudo o que está por trás da sequência de Sin City

34 Marina DinizA bela DJ paulista fala sobre sucessos das pistas e festas inesquecíveis

36 Planeta dos MacacosConversamos com dois atores da nova superprodução de Hollywood

38 Corridas de arrancadaUma das competições de carro mais alucinantes do planeta

52 Canyoning freestyleSim, existe um cara que criou um esporte para quem é louco

60 Rei do tempoConheça o austríaco que dominaos concertos com seu ritmo perfeito

64 SkrillexO grande mestre da EDM

AÇÃO! 74 MALAS PRONTAS Macau 75 MINHA CIDADE Seattle 76 MEU EQUIPO Off-road 78 EM FORMA Stuart Broad 79 RELÓGIOS Mergulhe com o melhor 80 BALADA La Santanera, no México 81 MÚSICA 50 Cent abre o jogo 82 GAMES Destiny, dos criadores de Halo 84 NA AGENDA As pedidas de agosto 86 MOMENTO MÁGIC0 Golfe na areia

52CANYONING FREESTYLEPular de backfl ip de cima de uma cacho-eira e cair numa área rasa rodeada de pedras pontudas? Sim, é isso mesmo

26ROBERT RODRIGUEZFomos ao estúdio do diretor quelevou o mundo de Sin Cityàs salas de cinema

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AGOSTO DE 2014

THE RED BULLETIN 5

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6 THE RED BULLETIN

EM CAUSA PRÓPRIA

C O N T E Ú D O E X C L U S I V O / M A I S F O T O S / V Í D E O S / M U LT I M Í D I A

Amamos os pioneiros, os que incomo-dam, os que nadam contra a corrente. Os que primeiro são ridicularizados e acabam tornando-se heróis. Pessoas fascinantes que vivem para ir além dos limites... Vivemos com eles aven-turas que nos levam aos recantos

mais longínquos do planeta. Temos conversas arrepiantes. Estamos a seu lado quando realizam aquilo que até então era considerado impossível. Uma boa reportagem, uma boa entrevista, uma boa história te dão um impulso. Uma história extraordinária te dá asas.

O Red Bulletin inspira os leitores com imagens de tirar o fôlego e textos brilhantes − agora também em nossa nova versão on-line, completamente renovada, com matérias que podem ser visualizadas na mais alta quali-dade em qualquer lugar e em qualquer tipo de dispositivo. Com o www.redbulletin.com ampliamos os conteúdos de nossa revista com ainda mais fotos, vídeos e histórias únicas em formatos multimídia especiais. Novidades diárias, a toda hora, com aquela dose extra de energia que torna a vida mais divertida.

Grande performanceO Red Bulletin on-line aposta em histórias com imagens marcantes

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F I Q U E P O R D E N T R O DA S N OV I DA D E S E M W W W. R E D B U L L E T I N . C O M

Uma boa história te dá um impulso, uma história extra-ordinária te dá asas.O Red Bulletin continua inspirando. Agora com ainda mais força digital.

Uma história, quatro telas, uma missão Todo o conteúdo do www.redbulletin.com é fornecido na resolução ideal para cada dispositivo, garantindo uma visualização perfeita em qualquer situação e entretenimento sem limites. O Red Bulletin significa jornalismo digital com técnica de última geração.

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L I V E B E T T E RA D AY I N T H E L I F E I N 2 0 3 0

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D R A G S H O W

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NOSSO TIMEQUEM COLABOROUNESTA EDIÇÃO

Para as fotos que fizemos com Robert Rodriguez, o fotógrafo Michael Muller aterrissou numa noite escura e chuvosa, repleta de trovoadas, em Austin, no Texas. “Passava das 11h30 da noite e os raios do lado de fora do avião pareciam luzes de discoteca”, ele diz. “Tinha que ficar com a minha cabeça virada para frente, se ficasse olhando pela janelinha ia enlouquecer.” Todo mundo pousou são e salvo – e mais do que inspirados para as fotos sombrias com o diretor de Sin City 2: A Dama Fatal.

O premiado fotógrafo David Harry Stewart costuma traba-lhar com moda e tecnologia e viaja o mundo trabalhando para publicações como The New York Times. Mas ele tem também uma paixão pelos esportes de motor. “Tem algo sensual nisso”, ele diz. “É uma coisa tóxica no baru-lho, na fumaça e na acelera-ção. Nas corridas de drag não tem dinheiro nem grandes patrocínios. É pura diversão. Existe um espírito de comu-nidade, paixão e adrenalina que é demais”. Confira tudo a partir da página 38.

Skrillex talvez seja um dos maiores DJs do mundo, e a sua super turnê, chamada Mothership Tour, tem muitas surpresas. “Como ele é uma estrela muito jovem, imaginei que seria só sexo, drogas e balada”, conta o jornalista Cole Louison, que viajou com Skrillex em três paradas da turnê nos EUA. “Mas, no final das contas, ele e a cena que ele comanda são diferen-tes. São pessoas animadas e felizes. São uns nerds desco-lados. Todos arrumados em um estilo único.” Veja o resul-tado a partir da página 64.

M A K I N G O F

Direto das sombras

“Nas corridas de drag não tem dinheiro nem grandes patrocínios, só diversão.”David Harry Stewart, pág. 38

Atmosfera noir nos estúdios

Troublemaker

O Red Bulletin é publicado em 11 países. Acima, a capa de agosto da edição dos EUA

P E L O M U N D O

DAVID HARRY STEWART

COLE LOUISON

MICHAEL MULLERO veterano Michael Muller já tinha feito fotos de Robert Rodriguez antes, nos arredo-res de um hotel sem graça. Desta vez a coisa foi diferente: Michael encontrou o diretor nos estúdios Troublemaker, em Austin, no Texas. “Eu já tinha ouvido falar bastante do estúdio onde ele cria seus filmes de forma totalmente independente. Estava ansioso pra conhecer”, diz o fotógrafo. “Fazer as coisas do seu próprio jeito é sempre mais excitante.” Veja o diretor de Sin City do outro lado das câmeras a partir da página 26.

8 THE RED BULLETIN

fernando.g… • 16.06.2014, 21:04 UhrWaiting translation

fernando.g… • 16.06.2014, 21:04 Uhr

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Diretor de Redação Robert Sperl

Redator-Chefe Alexander Macheck

Editor de Generalidades Boro Petric

Diretor de Criação Erik Turek

Diretor de Arte e de Criação Adjunto Kasimir Reimann

Diretor de Arte Miles English

Diretor de Fotografia Fritz Schuster

Editora Executiva Marion Wildmann

Editor Geral Daniel Kudernatsch

Editores Stefan Wagner (Editor-Chefe),

Werner Jessner (Chefe de Redação), Lisa Blazek, Ulrich Corazza, Arek Piatek,

Andreas Rottenschlager

Colaboradores Muhamed Beganovic, Georg Eckelsberger,

Sophie Haslinger, Holger Potye, Clemens Stachel, Manon Steiner, Raffael Fritz, Marianne Minar, Martina Powell,

Mara Simperler, Lukas Wagner, Florian Wörgötter

Editores de Arte Martina de Carvalho-Hutter, Silvia Druml,

Kevin Goll, Carita Najewitz, Esther Straganz

Editores de Fotografia Susie Forman (Diretora de Fotografia),

Rudi Übelhör (Diretor de Fotografia Adjunto), Marion Batty, Eva Kerschbaum

Ilustrador Dietmar Kainrath

Diretor Editorial Franz Renkin

Anúncios Internacional Patrick Stepanian

Gestão de Anúncios Sabrina Schneider

Marketing & Gerência de Países Stefan Ebner (Diretor),

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Gerente de Produção Michael Bergmeister

Produção Wolfgang Stecher (Diretor), Walter O. Sádaba,

Matthias Zimmermann (App)

Impressão Clemens Ragotzky (Diretor),

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Assinaturas e Distribuição Mag. Klaus Pleninger (Vendas), Mag. Peter Schiffer (Assinaturas), Nicole Glaser (Marketing de Vendas),

Alexandra Ita (Marketing de Assinaturas), Yoldas Yarar (Marketing de Assinaturas)

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Produção de Mídia Red Bull Media House GmbH

Oberst-Lepperdinger-Straße 11–15, A-5071 Wals bei Salzburg Tribunal de registro de empresas: Tribunal de justiça

de Salzburgo; Número de registro: FN 297115i; UID: ATU63611700

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THE RED BULLETIN México, ISSN 2308-5924

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Editores Pablo Nicolás Caldarola (Editor Adjunto),

Gerardo Álvarez del Castillo, José Armando AguilarRevisão

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+5255 5357 7024, [email protected]

MXP 270,00; 12 edições/anoImpressão

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Editor Responsável Rodrigo Xoconostle Waye

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THE RED BULLETIN USA Estados Unidos, ISSN 2308-586X

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THE RED BULLETIN Suíça, ISSN 2308-5886

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10 THE RED BULLETIN

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F O T O S A R T Í S T I C A S . H Á 7 5 A N O S , S U R G I A A P R I M A R I C A D A F O T O

C O M U M . H O J E , J O V E N S F O T Ó G R A F O S D O M U N D O I N T E I R O R E I N V E N T A M

A F O T O A R T Í S T I C A O T E M P O T O D O . N Ó S M O S T R A M O S C O M O

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R E N H A N G

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F r e d M u r r a y

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B U L L E VA R D

J E N N Y O D E L L

THE RED BULLETIN 15

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S A M O V I D I C

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B U L L E VA R D

D A V E L E H L

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M A X I M E B A L L E S T E R O S

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B U L L E VA R D

E V A S T E N R A M

20 THE RED BULLETIN

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P a u l o C a l i s t o

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FOTOS INACREDITÁVEISTem foto para todos os gostos, não é? As agências de

publicidade produzem mais e mais, pois nunca sabem quando e qual foto irão precisar no futuro. Mas quem publicaria

essas maluquices? Ninguém, exceto a gente

B U L L E VA R D

Felix Baumgartner num encontro com a eguinha pocotó em um lixão.

Comida saudável contra micro-ondas nuclear? Ou bolinhos de queijo fedidos?

Abacaxi anônimo? Kim Dotcom luta contra uma fruta ninja? Não sabemos! Mistério!

O Nintendo Wii Senior vai ser processado pelos ativistas dos direitos dos animais!

Lenhadores são amigos dos homens? Cachorros odeiam árvores?

O amor perigoso dos crash test dummies? Se beijar não dirija?

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REN HANG “Não consigo expli-car minha foto. Ela não tem sequer um título.” Mas como é o nome da mocinha?

FRED MURRAY“A altura era gigan-tesca e estava ven-tando. Era arriscado. Mas Danny MacAskill resistiu bravamente.”

JENNY ODELL Sobre suas fotos artísticas baseadas no Google Maps: “Minha favorita se chama ‘The Bean’ em Chicago”.

SAMO VIDIC “Eu gosto muito de lama e sujeira. Infelizmente minha câmera não gosta tanto quanto eu.”

DAVE LEHL “A foto diz: ‘Não seja passivo na vida! Saia para a rua e desperdice sua vida!’ ”

MAXIME BALLESTEROS“Uma boa foto faz perguntas, não elogios bobos.”

EVA STENRAMSobre erotismo: “Por meio de escon-derijos revelamos nosso prazer”.

PAULO CALISTO “Eu quero mostrar como os homens são ao mesmo tempo tão pequenos e tão enor-memente corajosos.”

FOTÓGRAFOS E ARTISTASO que eles dizem sobre o próprio trabalho

22 THE RED BULLETIN

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4 000 000 000 000E mais um pouco... Este é o número de fotos que foram tiradas desde 1839.

De lá para cá muita coisa mudou

Lady Gaga ou Lady Diana? Não é muito fácil dizer quem é a rainha dos holofotes da história da fotogra-fi a, mas não é uma surpresa que uma mulher é o ser huma-no mais fotografado de todos os tempos. O primeiro retrato do mundo foi uma dama, em 1839: a assistente do fotógrafo.

A P R I N C I P A L

350 MILHÕES DE FOTOS/DIA Se contarmos com os chats,

o número é 400 milhões.

250 BILHÕES DE FOTOS O Facebook é o maior arquivo

de fotos do mundo.

F A C E B O O K

0

5 0

1 0 0

1 5 0

2 0 0

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2 0 14

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2 0 0 0

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57 M r d .

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25 M r d .

1 97 0

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1 9 6 0

3 M r d .

1 9 5 01 9 4 01 9 3 0

1 M r d .

O L H A O P A S S A R I N H O

UM, DOIS, TRÊS E JÁ!A Leica proporcio-nou à humanida-de um novo senti-mento: o registro do momento. A primeira câmera com rolos em 35 mm ganhou o mundo.

GERAÇÃO BABY BOOMO que os pais fazem durante o dia? Fotos dos fi -lhos. Condenados pela obrigação de repetir pelo resto da vida: “Olha que coisa mais bonitinha!”

MENOS É MAIS Aí a coisa fi cou mais fácil. O tipo de arquivo JPG reduz o peso dos dados. E, ao mes-mo tempo, a ca-pacidade dos car-tões de memória aumenta de for-ma considerável.

VAMOS TIRAR SÓ MAIS UMA? 10% de todas as fotos que foram tiradas no mundo desde a invenção das câmeras aconteceram nos últimos 12 meses.

681 BILHÕES de pixels é o que tem esta foto da Lua. Cada pixel equivale a 4 m2.

A M A I O R

0,0000002 MILÍMETRO é o tamanho desta sombra

de um átomo de laser.

A M E N O R

B U L L E VA R D

35 MILHÕES DE SELFIESHaja autoestima! Hoje as sel-

fi es são feitas até no banheiro.

60 MILHÕES DE FOTOS/DIAEm todo o século 19 foram tira-

das menos fotos do que isso.

I N S T A G R A M

LRO

C, G

RIF

FITH

UN

IVER

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Y, L

A C

HA

PELL

E

As câmeras portáteis fazem parte de nossa vida desde 1925.

1925

1 BILHÃO

3 BI

10 BI

25 BI

57 BI

86BI

380BI

1960

1997

2013

NÚMERO DE FOTOS TIRADAS POR ANO

THE RED BULLETIN 23

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EU ME AMO!

ANIMALESCO Tendência entre animais

ameaçados: “Esse era eu!“

ORIGINALA primeira selfi e: Robert Corne-

lius, pioneiro da tendência, 1839.

SEXY“Quem é esta gata?

Ah, sim, esta sou eu!” Clic!

PLÁSTICA SÉLFICACirurgias estéticas relâmpago

para carteiras magras.

CAÇA AOS FAMOSOS “Adivinha quem eu encontrei

no banheiro!“

EU, MEU BICHINHO E EUSenta! Deita! Rola! E, agora,

pose para foto!

BARBA DE GATO Homem? Gato? Hipster?

O ponto alto dos hypes barbudos.

ÍCONE 2.0Nem um dos homens mais

puros da Terra escapou.

EM GRUPO Esta aqui rodou o mundo.

Só as feras no Oscar.

CÓSMICOEu e um bilhão – a selfi e mais

cara do Universo.

O VENCEDORNão seja um loser, use

seu telefone!

HISTÓRICO Churchill fazia selfi es? As fotos

não mentem... nunca!

O motivo principal continua sendo o “eu”. Mas você só pertence à nata dos adeptos das selfi es se tiver participado de todas as tendências selfísticas – e se com essa acabou perdendo todos os seus amigos

B U L L E VA R D

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24 THE RED BULLETIN

Page 25: The Red Bulletin Agosto de 2014 - BR

MOSTRE-ME O FUTURO!Há 20 anos, quem teria pensado que estaríamos hoje tirando fotos com nossos telefones?

Ao que parece, no futuro eles serão substituídos por bolinhas

Três aplicativos muito legais que gostaríamos de

ter. Infelizmente só existe um.

Qual é?

B U L L E VA R D

O tempo em que você tirava fotos se posicionando atrás da câmera já era: graças aos monitores trans-parentes (de fabricantes como Samsung e LG), hoje o fotógrafo e o modelo podem olhar nos olhos uns dos outros. Só falta agora uma câmera invisível.

Para todos aqueles que não conseguem focar em uma coisa de cada vez foi desenvolvida a câmera de focos de luz Lytro. Devido a sua generosa memória, ela pode transformar em foco qualquer parte de uma foto. E é incrivelmente precisa!

O L H A R A T R A V E S S A D O

QUIZ DOS APLICATIVOS

RESPOSTA: O SkinneePix!

SMILARDepressão? Luto?

Ressaca? Tédio? Não importa. Este aplica-

tivo deixa todo mundo com a cara boa.

ADDFRIENDZ Ideal para eremitas e para pessoas com

mau hálito: com este aplicativo você nunca

fi ca sozinho.

A PRIMEIRA E A ÚLTIMA FOTOComo nosso artista Kainrath vê o futuro do mundo e da fotografi a colorida

TOM

MAC

KIN

GER

, DIE

TMA

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SKINNEEPIXOs anos gordos

fi caram para trás. O SkinneePix te deixa

não só em forma como também com um corpo de atleta. Dieta nunca mais!

B E M F O C A D O

As fotos serão como no Google Street View: graças a 35 fotochips integrados, a câmera esférica Panono tem olhos para tudo ao mesmo tempo. É só jogá-la para cima, o resto ela faz sozinha.

J O G A P R O A R

THE RED BULLETIN 25

Page 26: The Red Bulletin Agosto de 2014 - BR

E m S i n C i t y 2 : A D A m A F A t A l , R o b e r t R o d r i g u e z f a z s u c e s s o

c o m s e u e s t i l o ú n i c opor: Ann donAhue fotos: MIChAeL MuLLer

CAuSACom

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26

Page 27: The Red Bulletin Agosto de 2014 - BR

“ F O I O D W I G H T M c C A R T H Y !

E A G O R A T E M S A N G U E P O R T O D O L A D O ! V E N H A D E P R E S S A ! ”

E L E É L O U C O ! L O U C O ! E L E E S TÁ FA Z E N D O A M E A Ç A S !

AVA L O R D

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Porque as pessoas que são loucas o suficiente para achar que podem mudar o mundo são aquelas que, de fato, o mudam”.

Rodriguez foi louco o bastante para mudar o cinema. Em vez de trabalhar sob o olhar contro-lador dos executivos de estúdios de Los Angeles, ele comanda a Troublemaker em Austin, Texas, em hangares do aeroporto abandonado da cidade. Lá ele criou todo o seu próximo filme, Sin City: A Dama Fatal. Desde a escalação do elenco até a filmagem, passando pelo figurino, peças que formam todo o repertório de efeitos especiais e a composição dos cartazes. A data prevista para o lançamento da sequência de Sin City: A Cidade do Pecado, um filme que faturou US$ 158 milhões (cerca de R$ 350 milhões) em todo o mundo, é dia 22 de agosto. Esse nível de autonomia na indústria de Hollywood, além de foco no que é essencial, é impressionante.

“Alguém criou esse sistema de Hollywood e a indústria. Mas, para quem é criativo, isso real-mente não faz muito sentido”, diz Rodriguez. “Para arriscar, é preciso ter uma pequena incu-badora de ideias na qual é possível se sentir à vontade para errar. Não é sempre que você pode ir em um grande estúdio e dizer: ‘Ei, me empresta esse espaço para eu ver o que rola?’. Eles iam dizer: ‘Cai fora’.”

Os créditos que rolam no final de um filme de Rodriguez se parecem com o produto de uma monomania: em Sin City 2, ele é o co-diretor, pro-dutor, compositor, diretor de fotografia e editor. “Meus passatempos favoritos quando criança eram fotografia, desenho, música e cinema”, diz Rodriguez. “Escolhi cinema porque eu ainda poderia manter todos os meus hobbies favoritos ao mesmo tempo fazendo um filme. Então, em todos os meus primeiros filmes, eu fazia tudo. E, quando entrei no esquema de Hollywood, pensei: ‘Não sei por que deveria abrir mão dessas coisas. Ainda são minhas atividades favoritas’.”

É uma ética de trabalho nascida de um histó-rico de fazer filmes com um orçamento apertado. O primeiro de Rodriguez, O Mariachi (1992), é sobre um músico que é confundido com um assassino e foi produzido com US$ 7 mil (cerca de R$ 16 mil). Os direitos de distribuição foram adquiridos pela Columbia Pictures, que na época investiu US$ 1 milhão (R$ 2,2 milhões) para comercializar o filme. Ele rendeu o dobro dessa quantia, e a lenda de Rodriguez como um diretor de baixo orçamento, que filma uma produção em apenas um mês, estava criada.

“Eu era o cara que fazia filmes de baixo custo, então eles sempre conseguiam lucrar”, ele diz. “Filmei O Mariachi no meu próprio apartamento. Pensei: ‘Não quero estar em Hollywood, eles não estão nem aí. Desde que apareça o filme em suas mesas e eles consigam distribuir e fazer algum dinheiro com isso, eles não têm o menor interesse em saber como você fez’. Acredito que a formalidade foi para o saco quando vendi aquele filme.”

“Se o filme der dinheiro, não interessa para Hollywood onde ou como ele foi feito.”

m um lado da sala está uma cadeira elétrica. Ela é maior do que você pode imaginar. É como se fosse um trono. Nela está tam-bém uma besta de madeira com tiras de couro prontas para enlaçar o corpo de quem se senta. Do lado oposto está um confessionário, outro bloco gigante de madeira com manchas escuras, mas este

é mais delicado, com enfeites que reforçam seu propósito religioso.

Destruição e redenção são temas recorrentes nos filmes do diretor Robert Rodriguez, então não é surpresa que ele tenha decorado a sala da entrevista no estúdio Troublemaker com dois dos mais medonhos e evocativos símbolos da fragilidade e da fé. A cadeira elétrica é uma peça de seu filme de 2005, Sin City: A Cidade do Pecado. Já o confessionário é do filme A Balada do Pistoleiro, de 1995.

São objetos impressionantes que trazem a nostalgia dos filmes nos quais o diretor colocou seu coração e sua alma – porque, para Rodriguez, sempre tem novas coisas para explorar no que diz respeito à cinematografia. Uma obra de arte emoldurada bem do lado de fora do seu escri-tório diz tudo. É uma frase de Steve Jobs, e ela diz, em parte: “Eis os malucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os encrenqueiros. As peças redon-das nos buracos quadrados… E, enquanto alguns podem achá-los loucos, nós vemos gênios.

EAs frases que você vai ler junto com as fotos são da graphic novel que inspirou o segundo filme da série, Sin City 2: A Dama Fatal

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“ M A RV É U M CA R A

D W I G H T M c C A R T H Y

E L E N Ã O S I G N I F I C A P E R I G O , E L E É O P E R I G O . ”

PA R A V O C Ê S E M P R E F I C A R D E O L H O .

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D W I G H T M c C A R T H Y

“A S D Ú V I D A S A PA R E C E M .

VA I A C O N T E C E R , S E M P R E A C O N T E C E . ”

TA LV E Z E U N Ã O D E VA C U L PA R V O C Ê .

TA LV E Z Q U A N D O E U L I B E R A R M E U M O N S T R O , A L G U M A C O I S A R U I M

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“Eu ia até a loja de quadrinhos,

comprava uma Sin City e ia para casa

descobrir que já tinha três repetidas.”

O que sedimentou a fé de Hollywood em Rodriguez foi sua série Pequenos Espiões, que teve início em 2001. Os quatro filmes faturaram desde então mais de US$ meio bilhão em todo o mundo. E deram a Rodriguez o poder de ir atrás de qualquer projeto pelo qual se apaixonasse – e o objeto de sua obsessão era uma série de filmes noir baseada nas graphic novels de Frank Miller. “Eu ia até a loja de quadrinhos, comprava uma Sin City e ia para casa descobrir que aquela era a terceira repetida que eu tinha”, ele diz. “Amava tanto e sabia que ninguém poderia fazer um filme daquilo porque iria estragar tudo.”

O que envolveu Rodriguez era o estilo visual dos livros – os desenhos de Miller em linhas tra-çadas em preto e branco brilhante. Exatamente como nos personagens, em que não havia nuances de cinza. Ele conta histórias de assassinos desfigu-rados, prostitutas, policiais vingativos e políticos corruptos. No primeiro Sin City, Rodriguez levou todo o mundo cão de Miller para as telas usando o máximo de estilo visceral que se sentia confortável

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“ D E M O R A M E I A H O R APA R A S U B I R A S C O L I N A S D E S I N C I T Y,

O N D E O A R F R E S C O S O P R A E O S R I C O S V I V E M . ”

D W I G H T M c C A R T H Y32

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em usar no ano de 2005. “No primeiro filme, eu não forcei muito a mão porque pensei que as pessoas não entenderiam o que elas estavam vendo”, conta o diretor. “Seria muito dispersivo, muito estranho. E então as pessoas acharam visualmente revolucionário. Pensei: ‘Meu Deus, e isso que nem fui até o final’.”

Desde então, houve alguns tiros que engas-garam no canhão de Rodriguez. O altamente conceitual Grindhouse, uma colaboração com Quentin Tarantino, falhou comercialmente, mas levou a dois desdobramentos: os extravagantes e cults Machete e Machete Kills.

Mas, toda vez que voltava a seus escritórios na Troublemaker, namorava a coleção de quadrinhos de Frank Miller que estava arrumada na mesa. Depois de quase dez anos, Robert Rodriguez queria voltar para a Sin City.

filmagem do segundo filme da série de Frank Miller começou com um telefonema: Rodriguez ligou para a atriz Jessica Alba, e pediu para que ela aparecesse assim que pudesse na Trouble-maker. “Fiquei tipo: ‘Meu Deus, Robert, você precisa me dizer

mais que isso!’ ”, ri Jessica. “Mas é assim que as coisas funcionam.”

Como a estrela apareceu no primeiro Sin City como a dançarina exótica Nancy Callahan, ela, de certa forma, acostumou-se com esses chamados de Rodriguez de última hora. Assim que recebeu o roteiro, seis meses antes, ela começou a traba-lhar com um coreógrafo no aperfeiçoamento das muitas danças que faz na sequência. Depois dessa preparação, seu trabalho em Austin foi feito em questão de dias. “Ele simplesmente toca as coisas”, ela diz. “De forma muito calma e gentil.”

Além de Jessica Alba, Rodriguez não tinha nenhum outro ator escolhido quando começou a filmar. “Quando se tem o próprio estúdio, não é necessário pedir permissão para fazer as coisas”, ele diz. “Assim que o trem parte da estação, as pessoas podem pular a bordo.” E foi exatamente dessa forma que, depois de alguns dias, entre os que assinaram estavam Eva Green, que faz o papel da dama do título; e Joseph Gordon-Levitt, que vive um apostador em uma missão misteriosa.

Enquanto filmava o primeiro Sin City, Robert Rodriguez foi um dos pioneiros de uma técnica chamada de chroma key, que coloca atores com um fundo neutro e depois preenche o entorno digitalmente durante a pós-produção. O estúdio de chroma key de Rodriguez na Troublemaker é imenso, um set cavernoso do tamanho de um andar industrial, todo pintado de verde.

“Quando Josh Brolin chegou lá, perguntou: ‘Onde está Mickey Rourke?’. Eu respondi: ‘Já fil-mei ele’ ”, lembra Rodriguez. “E ele diz: ‘Todas as minhas cenas são com Mickey?! Ele me leva por aí e nós bebemos juntos e ele dirige carros!’.

Eu respondi: ‘Eu sei. Vou dar um jeito quando esti-ver lá e tudo vai dar certo pois já fiz isso antes.’ ”

Sin City 2: A Dama Fatal é composto de quatro das histórias de Miller: duas ainda não publicadas, a graphic novel cujo nome dá o título do longa e ainda mais um trabalho, chamado The Long Bad Night (A Longa Noite Ruim). O filme está estru-turado como uma vinheta que remete ao primeiro da série, mas Rodriguez quer que este seja maior, mais ousado e mais alinhado com o estilo da obra de Miller. Vai ter a mesma atmosfera em preto e branco do original – mas dessa vez ainda terá pro-jeção em 3D. “Queria ir além do que os quadri-nhos proporcionam”, ele diz. “Quando você tem os direitos de uma coisa assim, é mágico. Você quer ser absolutamente fiel.” A produção do filme inteiro levou 35 dias, um terço do tempo que é normalmente gasto em um sucesso de bilheteria.

Isso deu a Rodriguez tempo de perseguir outros interesses. Enquanto ele trabalhava na pós-produção de Sin City 2, o diretor também lançou a rede de TV El Rey, que tem como público-alvo hispânicos dos EUA que falam inglês. Até o mo-mento, tem duas séries originais: uma versão do filme de Rodriguez Um Drink no Inferno e o agente de operações especiais Matador, dos criadores da série Fringe, Roberto Orci e Alex Kurtzman.

A El Rey tem o mesmo espírito das produções de Rodriguez: Um Drink no Inferno é rodada na Troublemaker – o estúdio em que a série é filmada tem um bar cenográfico que acaba servindo para as confraternizações dos funcionários. Todos esses empreendimentos criativos são feitos à maneira de Rodriguez, realizados de acordo com o seu direito de ser um pouco maluco.

“Sempre senti vontade de fazer meus filmes como se estivesse ainda brincando em casa, no meu quintal”, afirma o diretor. “Por que isso deveria mudar?”www.sincity-2.com

CONTINUA...

“Quando você tem os direitos de uma coisa assim, é mágico. Você quer ser muito fiel.”

AA

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Marina Diniz comandou noites quentes na Europa enquanto viveu na Irlanda. De volta ao Brasil, a bela DJ comanda algumas

das festas mais disputadas de São PauloEntrevista: Fernando Gueiros

MARINA DINIZ

Ela comanda as picapes

Qual é o segredo para animar a pista na hora certa? A pista se constrói. Um warm up bem- feito é imprescindível. O segredo é sacar para qual pista você está tocando e tentar unir seu bom gosto e bom senso ao que a pista espera de você. Você morou cinco anos na Irlanda. Como isso influenciou sua carreira?Fui para Dublin fazer o curso de Sound and Music Technology depois de me formar. Eu já tocava, desde os 16, mas em um mês na cidade fui contratada pela Star DJs, uma agência local. Tocava quase

: Qual é o grande artista da música hoje na sua opinião? Pharrell Williams e Daft Punk arrasaram no ano passado, você acha que eles ainda estão no topo? : Sempre gostei muito de Daft Punk, e do Pharrel em suas par-ticipações com outros artistas. A sacada, muito esperta dos dois, foi convidar o rei da disco, Nile Rodgers, do Chic. Ele é um superprodutor, hitmaker, que fez inúmeras bandas crescerem, como Sister Sledge. Acho que eles devem con-tinuar fazendo sucesso, sim, mas quem me chamou atenção foi o duo inglês Disclosure. Eles lançaram o primeiro álbum, Settle, em junho de 2013 e concorreram como melhor álbum de música eletrônica no Grammy deste ano.O Michael Jackson está bombando com “Love Never Felt So Good”, numa parceria póstuma com Justin Timberlake. Existe alguém capaz de superar o Michael?Essa nova música tem muito potencial, por vários motivos, mas principalmente por ser uma track exclusiva de um artista que infelizmente não temos mais.

O Justin é genial e talentoso e conse-guiu fazer um remix sem descaracterizar o estilo dance/disco do Michael. E acho bacana também a relação entre o Michael e o Justin em relação à dança/coreogra-fia. Estes dias no estúdio de um amigo estávamos mexendo numa a capella do Michael, na época, ainda Jackson Five. Sempre me surpreendo, mesmo que ouvindo pela vigésima vez. Então, per-guntei exatamente isso para o meu amigo: será que existe alguém como o Michael Jackson? Eu ainda não conheço, era muita genialidade e brilhantismo em uma pessoa só. “Blessed!”.

E os lugares mais diferentes? Quais foram?Na Irlanda, todos os bares fecham às 3 da manhã e é proibida a venda de bebida alcoólica depois desse horário. Aí surgiu uma after party que rolava em um barco. Por não ser, digamos, em “terra firme”, não tinha como proibir a venda de bebi-da, então era “a festa”. Superdispu tada, convites tinham que ser reservados com antecedência, e a festa ia até o amanhecer. Maravilhoso, uma supervibe.

Toquei também em uma igreja de ar-quitetura gótica, construída no século 19, no interior da Irlanda. Que tipo de baladeiro mais incomoda?Hoje, sinto as pessoas muito mais disper-sas. Nem todos estão ali pela música, mas porque ouviram falar que é legal, ou por-que é moda, para postar no Instagram ou por qualquer outro motivo, menos pelo som. Os que têm cabeça mais aberta recebem novidades e curtem um set não convencional. Já alguns “têm” que escutar o que querem ou o que ouvem incansavel-mente nas rádios – são esses que normal-mente julgam o DJ como ruim por não tocar um set completamente comercial. Vi DJs sendo convidados a interromper o set antes do horário porque o “playboy” do camarote ameaçou parar de comprar champanhe por não estar contente com a música. Infelizmente tem sim muita gente mal educada na noite. Mês passado um dos personagens da reportagem “O Rei do Camarote” arremessou dois copos de bebida em direção à cabine em que eu e outro DJ estávamos. A gente teve perda total nos equipamentos! O porquê de ele ter feito isso? Queria ficar dentro da cabine chamando a atenção. Convidado a se retirar, ficou nervoso e nos agrediu.

todos os dias da semana. Foi aí que me pro-fissionalizei, tecnicamente e musicalmente. A Irlanda é muito musical, então conheci muita coisa e me envolvi na cena, tocando em festivais, como Fringe e Electric Picnic, além de vários clubs pela Europa. Consegue listar cinco festas alucinantes nas quais você tocou?Minha primeira gig em Ibiza, no Sands Beach Bar. Estava supernervosa e emo-cionada ao mesmo tempo, e no final foi um sucesso. Teve também a abertura do show da Robyn, no Electric Picnic, na Irlanda; a Opening Ceremony do Fringe Festival, em Dublin; uma festa no Icon, na semana da Winter Music Conference, em Miami; e o Réveillon dos Milagres, em São Miguel dos Milagres.

“O segredo é unir seu bom gosto e

bom senso ao que a pista espera

de você.”

soundcloud.com/dj-marina-diniz

RAU

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34 THE RED BULLETIN

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NomeMarina Diniz

Profissão DJ

DJs brasileiros favoritosDJ Marky, Memê, Gui Boratto, Fabo, Database, Anhanguera, John Lee, The Twelves, Fatnotronic, Wehbba, Antonio Eudi, William Ribeiro, Dall Anese

DJs mulheres favoritas Annie Mac, Anna Lunoee, Ellen Allien, Aoife Nic Canna, Kelly-Anne Byrne

Onde sonha em tocarClubs como Space, Fabric e Amnesia. Festivais como Coachella, Creamfields e Lovebox

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SÍMIOSHOMEM

V E R S U S

Por: Paul Wilson

Quem vence a batalha para se tornar o grande ser domi-nante no mundo? As estrelas de ambos os lados do filme Planeta dos Macacos: O Confronto contam tudo

Neste ano, nos cinemas, os humanos precisarão encarar o ataque de robôs mutantes e lagartos gigantes, além de assistir os heróis superpoderosos com-batendo vilões do mal. Mas a batalha

mais intrigante e mais próxima de casa é a dos ho-mens contra os macacos. Em Planeta dos Macacos: O Confronto, que se passa dez anos depois da revolta dos símios e a pandemia que começou no final do excelente Planeta dos Macacos: A Origem, alguns dos sobreviventes da doença encontraram uma comuni-dade de macacos que prosperou onde os humanos foram praticamente exterminados – e a coexistência harmoniosa não foi o que aconteceu depois. Andy Serkis, que repete seu papel como César, líder dos macacos, e Keri Russell, que é a líder entre os sobre-viventes, contam os seus lados da história. Andy Serkis

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: Como é “o confronto” do ponto de vista de suas respectivas espécies? : Estamos num tipo de sociedade utópica criada pelo César, na qual os humanos chegam. Ele foi o líder que colocou ordem nas tribos de gorilas, chimpanzés e orangotangos. Os símios viram os humanos desapare-cerem. Eles acreditavam que os humanos estavam extintos até que eles voltam. Aí o César desencadeia reações muito complicadas – como entrar em um acordo com os humanos em vez de lutar contra eles. : Os humanos lutaram, e os sobreviventes que sobraram estavam muito prejudicados. Eles se apegaram uns aos outros em um tipo frágil de harmonia que cria-ram para eles mesmos. E, por diversas razões, eles precisam

ingressar na floresta onde encontram os macacos. Em cada lado há uma necessidade de proteger a família e as pes-soas que se ama. E, no começo, nenhum dos dois lados sabe o que acontece do outro lado.E a relação dos seus perso-nagens uns com os outros?: César é casado, tem um filho adolescente e uma criança pequena. Ele tem a oportuni-dade de conhecer alguns dos humanos, tentando encontrar uma maneira pacífica de tra-balhar com eles. Dois deles são Malcolm, personagem de Jason Clarke, e Ellie. Malcolm é um cientista tentando reati-var uma usina elétrica. Eles estão juntos. Malcolm perdeu sua mulher e tem um filho jovem. Acontece uma integra-ção entre eles e a família de César e um relacionamento íntimo se desenvolve entre Ellie e César.

: Ellie era uma enfermeira, combatendo o vírus por anos. Hoje, os que sobraram percebe-ram que são imunes. O vírus era uma gripe símia, então é muito assustador ficar cercado por isso, mas, por causa da experiência médica de Ellie, ela sabe que foi criada por cientistas. Ela é menos assus-tada pelos macacos e mais impressionada por sua apa-rência e pelo que aconteceu. Ela gosta do César e sabe que ele não é um macaco comum.Andy, interpretar os maca-cos é muito difícil?: Cerca de 95% foi filmado em locações nas florestas de Vancouver, no final do inverno e início da primavera. Estava frio demais. Então, nós fomos até Nova Orleans, estava calor e nós filmamos com umidade de 100%. Acredite, não é mui-to agradável ficar ao lado de alguém que está vestido com uma fantasia pesada daquelas no meio do verão. É um esfor-ço físico, porque você usa os músculos que não usaria se estivesse interpretando um personagem humano. Você gostaria de estar do outro lado?: Ah, Jesus, nunca. De jeito nenhum. O coração desses fil-mes são os macacos, sua metá-fora da condição humana. : Eu queria ser uma macaca. A batalha é sempre interessante de dissecar, é menos obscura,

menos confusa do que podem ser nossas vidinhas compli-cadas. Além disso, é incrível o que eles [os atores macacos] podem fazer. No filme original, de 1968, os atores que viviam os ma-cacos sentavam para comer com os seus semelhantes quando iam almoçar. Isso aconteceu com vocês?: Que coisa engraçada. Foi meio assim mesmo. Acredito que é porque os atores ficaram envolvidos no treinamento de macacos juntos por meses antes que os humanos aparecessem.Quem ganhou na vida real o conflito entre humanos contra macacos?: No final das contas, acaba sendo uma questão de poder de fogo. Mas os macacos, enquanto se tornam mais inteligentes, basicamente conseguem sobreviver onde os homens precisam de mais recursos. Eles não conseguem mais caçar ou encontrar comi-da. Eu estou apostando nos macacos, de verdade.: Bem, você sabe, a fran-quia se chama Planeta dos Macacos, não Planeta dos Humanos.

“Eu aposto nos macacos, de verdade.”Andy Serkis

“Ela sabe que o César não é um macaco comum. Ela gosta dele.”Keri Russell

Planeta dos Macacos: O Confronto tem lançamento mundial previsto para 11 de julho. dawnofapes.com

Keri Russell

Quem manda aqui?JOH

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THE RED BULLETIN 37

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DRAGCOMO DEVE SERAS REGRAS SÃO AS MESMAS HÁ 60 ANOS: UMA RETA, DUAS PISTAS, DOIS CARROS, LUZ VERDE E PÉ FUNDO NO ACELERADOR. QUEM SERÁ O MAIS RÁPIDO NO TRECHO DE 0,5 KM? DÁ-LHE PNEU QUEIMANDO, RECORDES, DRAMAS COM CHEIRO DE GASOLINA E LARGADAS ULTRAPODEROSAS. O FOTÓGRAFO DAVID HARRY STEWART APRESENTA SEU TRABALHO SENSACIONAL DO MUNDO DO DRAG

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As corridas de drag nasceram na ilegalidade, quando os americanos voltavam para casa depois da Segunda Guerra Mundial. Ao mesmo tempo, os carros tornaram-se mais baratos. Desde os anos 1950, as disputas acontecem em campos de aviação abandonados, transformados em pistas de corrida

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a s c o r r i d a s d e d r a g s ó t ê m u m v e n c e d o r : o u v o c ê o u o s e u r i v a l . n o r m a l m e n t e , d á p a r a s a b e r q u e m v a i l e v a r d e p o i s d o s p r i m e i r o s m e t r o s

Page 42: The Red Bulletin Agosto de 2014 - BR

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Page 43: The Red Bulletin Agosto de 2014 - BR

4 0 0 C a v a l o s j á é u m a b o a p o t ê n C i a p a r a p a r t i C i p a n t e s a m b i C i o s o s . m a i s d o q u e i s s o é a i n d a m e l h o r . q u e r C o l o C a r 6 0 0 C a v a l o s ? v a i C o m t u d o !

Page 44: The Red Bulletin Agosto de 2014 - BR

F A Z P A R T E D O R I T U A L D E S T A S C O R R I D A S U M A Q U E C I M E N T O C U I D A D O S O D O S P N E U S , P A R A G A R A N T I R A T R A Ç Ã O M Á X I M A N A L A R G A D A

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Os pilotos ficam praticamente enjaulados, apertados em seus bancos, munidos de capacete, protetor de pescoço e roupa à prova de fogo. Quando, numa corrida de drag, acontece algo errado e os equipamentos te levam para o caminho errado, tudo se torna extremamente perigoso. MUITO perigoso! Carros como estes são pensados para acelerar, não para parar

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As ideias mais brilhantes e os maiores motores, mais fortes e

barulhentos, montados em carros comuns, deram origem aos carros

tunados, muito populares nos anos 1960 e 1970. Os carros têm nomes como Barracuda, Furry, Superbird

ou Charge e são perigosamente potentes. Eles são os grandes pro­

tagonistas das corridas de drag

m a n d a r b e m e c a i r p a r a d e n t r o é p a r a q u a l q u e r u m . V o c ê n u n c a é n o V o d e m a i s p a r a e s s e s 1 2 s e g u n d o s m á g i c o s a o l o n g o d e 0 , 5 k m p i l o t a n d o u m c a r r o d e 4 0 a n o s d e i d a d e46

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Eis uma boa oportunidade para ver os queridinhos dos circuitos,

ainda bem arrumados e limpinhos – e a família também pode vir.

Em algumas áreas dos Estados Unidos, as corridas de drag são

como uma festa popular. As duas maiores organizações, a NHRA e

a IHRA, contam com centenas de classes diferentes, que oferecem

oportunidades e troféus para todos. Até as bicicletas são bem-vindas

Os motores V8 dos clássicos têm uma capacidade que vai até

10 litros, e o ar entra por essas turbinas grandes em cima do capô

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Page 48: The Red Bulletin Agosto de 2014 - BR

O l h O n a l u z v e r d e : O t e m p O m é d i O d e r e a ç ã O d e u m h O m e m é d e 2 0 0 a 3 0 0 m i l i s s e g u n d O s

Assim como um jogador ou um corredor, os pilotos de drag treinam os seus tempos de reação. Os melhores alcançam marcas que ficam em torno de 120 milissegundos. Para ter uma ideia, no atletismo as reações abaixo de 100 milissegundos já são consideradas largadas queimadas

Page 49: The Red Bulletin Agosto de 2014 - BR

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P e q u e n o , l e v e e c o m m u i t o e s t i l o : c l á s s i c o s c o m o u m c h e v y n o va 7 2 D i e s e l e s t ã o P r e D e s t i n a D o s a t e r u m a v i D a e t e r n a n a P i s t a D e D r a g

Pé direito no acelerador, pé esquerdo nos freios. Marcha engatada e pneus aquecidos. Vá até a linha de partida, sem desperdiçar um milímetro. Espere pela luz verde. Antes de soltar os freios, segure bem o volante e em seguida sinta o poder da aceleração – uma, duas, três vezes até a embreagem não aguentar mais

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dhstewart.com

Page 52: The Red Bulletin Agosto de 2014 - BR

O n d e a l g u n s v e e m u m a q u e d a - d ’ á g u a , W a r r e n V e r b o o m

v ê u m p a r q u e d e d i v e r s õ e s . E l e f a z c a n y o n i n g f r e e s t y l e

e p r e c i s a a c e r t a r c a d a c e n t í m e t r o n o m e i o d a s

p e d r a s d u r a n t e s e u s s a l t o s . C o m 3 2 a n o s , e l e é m a g r i n h o e

t e m u m c o r a ç ã o d e m a n t e i g a q u e o f a z s e e m o c i o n a r a o f i n a l d e s e u s s a l t o s

P o r : A l e x L i s e t z

F o t o s : J o z e f K u b i c a

O n d e a l g u n s v e e m u m a q u e d a - d ’ á g u a , W a r r e n V e r b o o m

v ê u m p a r q u e d e d i v e r s õ e s . E l e f a z c a n y o n i n g f r e e s t y l e

e p r e c i s a a c e r t a r c a d a c e n t í m e t r o n o m e i o d a s

p e d r a s d u r a n t e s e u s s a l t o s . C o m 3 2 a n o s , e l e é m a g r i n h o e

t e m u m c o r a ç ã o d e m a n t e i g a q u e o f a z s e e m o c i o n a r a o f i n a l d e s e u s s a l t o s

P o r : A l e x L i s e t z

F o t o s : J o z e f K u b i c a

O n d e a l g u n s v e e m u m a q u e d a - d ’ á g u a , W a r r e n V e r b o o m

v ê u m p a r q u e d e d i v e r s õ e s . E l e f a z c a n y o n i n g f r e e s t y l e

e p r e c i s a a c e r t a r c a d a c e n t í m e t r o n o m e i o d a s

p e d r a s d u r a n t e s e u s s a l t o s . C o m 3 2 a n o s , e l e é m a g r i n h o e

t e m u m c o r a ç ã o d e m a n t e i g a q u e o f a z s e e m o c i o n a r a o f i n a l d e s e u s s a l t o s

P o r : A l e x L i s e t z

F o t o s : J o z e f K u b i c a

O n d e a l g u n s v e e m u m a q u e d a - d ’ á g u a , W a r r e n V e r b o o m

v ê u m p a r q u e d e d i v e r s õ e s . E l e f a z c a n y o n i n g f r e e s t y l e

e p r e c i s a a c e r t a r c a d a c e n t í m e t r o n o m e i o d a s

p e d r a s d u r a n t e s e u s s a l t o s . C o m 3 2 a n o s , e l e é m a g r i n h o e

t e m u m c o r a ç ã o d e m a n t e i g a q u e o f a z s e e m o c i o n a r a o f i n a l d e s e u s s a l t o s

P o r : A l e x L i s e t z

F o t o s : J o z e f K u b i c a

HOMEM CACHOEIR AS

O

DAS

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Por água abaixo: Warren Verboom domina a arte do

canyoning freestyle

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erboom, o velho, e Verboom, o jovem, têm um pacto: o garoto entra com as ideias malucas e doideira suficiente para realizá-las, e o velho contribui com sua experiência e sabedoria, tirando de cada empreitada bem- sucedida uma lição de sucesso. “Você não se atreveria”, diz o garoto, quando pensa em como pôr à prova novamente a coragem do corpo adulto, que sempre responde: “Quer apostar?”. Assim, Warren Verboom aprendeu seus primeiros saltos de esqui, e com isso montou sua base para saltos e voos de wingsuit. “Mas, em algum momento, o medo de saltar desapareceu, e eu fiquei entediado”, ele conta.

Por esse motivo, o esportista aca-bou inventando uma modalidade que esconde em si muito do “você não se atreveria”: o canyoning freestyle, que impõe como condição primordial que seus adeptos abram mão de tudo que saibam sobre canyoning, modalidade em que o esportista desce precipícios seguindo as quedas-d’água...

“Uma bela experiência na natureza”, define Verboom.

Mas o garoto inquieto não se dá por satisfeito, e, por isso, do alto de seu 1,80 metro e pesando 80 quilos, Warren Verboom passou a combinar o canyoning com outras modalidades: na queda-d’água, no meio pulo, ele vai de pedra em pedra, variando entre acrobacias como um salto ornamental nas profundezas e deslizando em meio às águas como no rafting.

“O canyoning freestyle tem um potencial imenso, esportistas de diver-sas modalidades podem se reinventar”, observa o atleta. Novas modalidades estão esperando para serem descober-tas, novos truques podem ser inventa-dos ou adaptados para a tridimensio-nalidade do ambiente dos rochedos, da água e dos precipícios. Antes de qualquer coisa, a brincadeira com a estrondosa brutalidade da natureza obriga a enfrentar medos. “Quando estou no topo de uma queda-d’água e imagino como poderia saltar...” – ele faz uma pausa dramática e seus olhos parecem os de uma criança em frente à vitrine de uma loja de brinquedos –, “...sinto meu corpo formigar.”

B A S E -J U M P D O B E L I C H E Warren Verboom sentiu esse formi-gamento pela primeira vez quando observava o chão de seu quarto de cima do beliche.

Aos 3 anos de idade, ele já pensava se deveria ou não fazer o salto. “Você não vai fazer isso”, ele pensava consigo mesmo. “Quer apostar?”, respondia sua voz interior. E o resultado dessa conversa mental foi ostentar um gesso no braço. “Aquela sensação de formiga-mento que eu senti, o triunfo de superar o medo – esses são os sentimentos que até hoje procuro.”

VA p r i m e i r a r e g r a d o c a n y o n i n g f r e e s t y l e : e s q u e ç a t u d o q u e v o c ê s a b e s o b r e o c a n y o n i n g

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O que é rock’n’roll para Verboom? Um backflip

em uma minipiscina rasa – se calcular

1 centímetro errado, pode ser fatal

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Saltar de 11,5 metros de altura dando um sideflip e backflip:

uma combinação de freerunning com salto de penhasco e canyoning clássico

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O preço da entrada nessa terra para além dos medos contabiliza alguns ossos quebrados em Verboom: dez, para ser mais exato. Sem falar nas dúzias de distensões e contusões, assim como uma lesão craniana.

“Até agora, não aconteceu nada sério comigo por causa do canyoning freestyle” – e aqui “nada sério” signifi-ca apenas uma ruptura dos ligamentos e estourar os tímpanos quatro vezes.

A Á G U A É M A I S F O R T E Q U E V O C Ê Warren, filho de uma suíça com um holandês, se mudou faz dois anos para o cantão suiço de Ticino, porque lá a natureza é especialmente generosa com os aficionados a canyons. O preci-pício no qual ele treina, Val d’Iragna, é apenas um entre muitos e é perfeito para a prática do rapel.

Verboom traz consigo um guia de canyoning onde todos os principais pon-tos do precipício são minuciosamente descritos, e onde dá para ler em desta-que: “Não há prática de canyoning nas épocas de degelo”, e figuras de meter medo ilustram a violência das cortinas de água no começo do ano, mais fortes que qualquer praticante bem treinado. Nesta segunda-feira de fim de maio, as fotos do guia parecem tranquilas se comparadas à realidade.

Warren Verboom se enfia na super-fície pequena de uma rocha bem rente a uma cortina truculenta d’água e ex-plica berrando em meio à nuvem de gotículas: “O segredo é trabalhar com a violência da água, e não contra ela”.

Depois escala em três ou quatro movimentos ágeis a parede ao lado da monstruosa cachoeira e, balançando-se sobre uma pedra redonda sem muito espaço para pisar com os pés, ele supera o barulho, o frio e a umidade, até que reste apenas sua concentração. À sua direita, desaba uma queda-d’água de 10 metros. E lá embaixo tem algo importante a ser considerado.

Sua área de aterrissagem tem aproximadamente 4 metros quadrados e sua profundidade é irregular. “Eu não posso cair no meio porque ali é raso demais, tenho que cair o mais perto possível da rocha à esquerda, aquela que não dá para ver direito.” O paredão embaixo dele, em vez de

ser vertical, forma um declive, o que o obriga a tomar primeiro uma distân-cia de 2 metros para assegurar que depois do backflip ele aterrisse na água em pé. “Quando a água é mais rasa, as pernas funcionam como amortecedores.”

A hora de saltar é que define se a manha funciona ou não: “É preciso estabilidade nas pernas e paz interior, não importa a profundidade do abismo a sua frente. Só se pode saltar quando você tem certeza que terá precisão”. Isso ele aprendeu em seus 2 mil saltos de paraquedas.

Mas e o medo? Tipo aquele formi-gamento que você falou antes?

“Muito, muito medo. Como sempre”, ele admite. “O medo vem quando tenho uma ideia nova que soa completamente

louca e fica claro para mim que, enquanto eu não fizer aquilo, não vou poder pensar em mais nada.”

M E R G U L H A R A N T E S , P U L A R D E P O I S Muitos consideram o que ele faz uma coisa totalmente de louco.

“Pensam que eu sou maluco, porque só veem um cara que dá backflips em cataratas, mas não sabem tudo que já fiz antes disso. Eles não têm ideia de que ali eu já conheço há muito tempo cada detalhe, cada pedra, que antes de cada salto eu já tinha mergulhado na suposta área de pouso e inclusive aterrissado muitas vezes antes.”

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Ele treina a precisão de seus truques na piscina e na cama elástica, porque na cachoeira não há espaço para erro.

O canal corre sem piedade muitos metros para baixo e, em seguida, tenta golpear nosso atleta como um verda-deiro maluco sem noção. Se ele não tivesse velocidade suficiente, daria de cara na pedra. Mas Verboom se lança no ar e ainda dá demonstrações de um belo flip gainer grave. Depois, desaparece dentro d’água.

Quando salta para fora d’água, ele mantém o olhar para cima. “Lá em cima tem ainda mais limites”, diz.

Se ele ainda saltasse de costas... Mas, caramba, um pulo em espiral poderia ser fatal.

“Você nunca se atreveria”, diz para ele o menino interior.deapcanyoning.com

Verboom é um jogador ousado, frio e calculista que concretiza suas visões com uma paciência perspicaz, passo por passo. Mas isso não vale apenas para seus objetivos de espor-tista, ele tem o plano de estabelecer o canyoning freestyle como uma nova modalidade radical.

Há três anos, ele reuniu uma tur-ma de respeito, composta de antigos saltadores de penhasco, freerunners e ginastas, e formou o Deap Team. Em 2012, ele conseguiu patrocinadores e fez com a equipe o filme The Beginning, que teve seu trailer vertiginoso postado no YouTube.

Seu segundo filme foi lançado há pouco tempo, o Continue, e seu próximo objetivo é desenvolver e fabricar equi-pamento profissional para os adeptos de Canyoning.

“Eu acho que a gente parece”, diz Verboom, abrindo os braços, “a gente parece um bando de palhaços: usando roupa de neoprene para mergulhadores, capacetes de skatistas, equipamento de segurança para escaladores, e nada que se adapte realmente às nossas necessidades.”

AT E R R I S S A G E M“O mais divertido de tudo”, diz Warren, “é quando você consegue combinar vários elementos de uma só vez.”

Agora, ele está 18 metros acima do rio e observa horizontalmente uma cachoeira que cai em direção ao vale do lado dele. Ele se joga e salta, com as pernas para a frente, a 3 metros de altura por cima de um canal, e tudo com a leveza de um mergulho na piscina, deslizando verticalmente (e radical-mente) para baixo.

Para distribuir a energia do impacto, ele deve mexer os ombros, as costas e as pernas com força, ao mesmo tempo, enquanto levanta também a cabeça.

“Tipo assim”, ele diz, “como os judocas fazem com o ombro e o resto do corpo.”

Verboom consegue pousar exata-mente no lugar certo: um pouco mais para cima seria muito plano, e um pouco mais para baixo muito íngreme. Um pouco mais à esquerda ele daria de frente com uma pedra pontuda. E um pouco mais para a direita ele se quebraria de jeito.

S e n ã o t i v e s s e v e l o c i d a d e s u f i c i e n t e , d a r i a d e c a r a n a p e d r a

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A manobra é conhecida como gainer grab flip,

mas com uma coisa a mais: um

pontão de 2 metros não deixa ele ver

onde vai aterrissar

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em noites que Martin Grubinger desaba na sala de ensaio, de tão exausto. Depois de passar 14 horas treinando na bateria, a por-tas fechadas e com o devido isolamento acústico, ele literalmente cai (de sono) em cima dos instrumentos.

“Já cochilei caído em cima das teclas da minha marimba”, conta Grubinger. “Outra vez,

acordei deitado no chão agarrado aos meus instrumentos de bateria.” Ele diz que já se acostumou a dormir com os ins-trumentos: “É comum quando você toca até a exaustão total. Algum tempo depois de tocar sem parar, seu corpo natural-mente vai se inclinando para a frente. E aí você acorda horas depois”.

Grubinger, no auge de seus 30 anos, está sentado na pequena cozinha do andar térreo de sua casa, na Áustria. As paredes são pintadas de branco. Tem cheiro de café. Para um homem que passa as noites na sala de ensaios, ele está surpreendentemente bem-arrumado: cara limpa e lavada de bebê, pele lisa, bochechas coradas. Nos antebraços, veias grossas e protuberantes.

Martin Grubinger é o baterista mais radical do mundo. Ele domina vários instrumentos de percussão em nível virtuoso. Na marimba, versão extra-grande do xilofone, ele é dono de um dos melhores desempenhos do planeta. O famoso jornal americano The New York Times o chama de “mestre da alta velocidade”, porque ele consegue dar 40 golpes em um tambor no intervalo de 1 segundo.

Ele é o único baterista que toca várias horas seguidas em concertos (do tipo maratona) de percussão com orquestras clássicas. Nessas empreitadas, o pulso dele chega a 195 bpm, e ele emagrece até 2 quilos por apresentação.

No ano passado, Grubinger participou de 68 concertos em três continentes. Seu modo de tocar influenciou muitos instrumentistas. Antes dele, o baterista era simplesmente o cara que tocava na fileira de trás da orquestra. Hoje compo-sitores escrevem peças especialmente para ele, e algumas são tão difíceis que só mesmo Grubinger consegue tocá-las.

O que mais te deixa empolgado? “As experiências fronteiriças, o tes-

te dos limites. Eu quero saber tudo que posso dar do meu corpo e do instrumen-to. Como solista, você toca com mais 70 músicos na orquestra. Você tem que usar cada nota no ponto certo – durante um período de várias horas. É preciso

O BATER I STA M ARTI N G R U B I N G ER É O S U PER STAR M AI S RAD I CAL DA M Ú S I CA

C O NTEM PO RÂN EA . PARA FAZER B O N ITO, ELE TR EI NA C O M O U M ES PO RTI STA D E ALTO N ÍVEL

Por: Andreas Rottenschlager Fotos: Christoph Meissner

REID O TEM PO

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o preparo de um atleta de resistência. Caso contrário, isso detona os músculos e não se conseguem bons desempenhos por nem um minuto. Ao mesmo tempo, é preciso ser sensível para tocar. E precisa saber improvisar.”

Grubinger é filho de um professor de percussão e cresceu em Thalgau, perto de Salzburgo. Quando criança, ele ouvia os alunos de seu pai ensaiando em casa. Ele diz que aprendeu música da mesma forma que as outras crianças aprendem a falar.

Aos 12 anos de idade, ele entrou no conserva tório. Lá aprendia matemática na parte da manhã, e à tarde frequentava aulas na universidade. Logo começou a se interessar mais por instrumentos do que por matemática.

Aos 15, deixou a escola na metade, e aos 21 já era um virtuoso da percussão e participava de competições. Mas para ele isso ainda não era o bastante. E foi então que ele faz um plano bem peculiar: tocar seis concertos de bateria em uma noite, incluindo três estreias mundiais – tudo na Sala Dourada do Musikverein, de Viena, a sala de concertos mais famosa do mundo. Um total de quatro horas e meia de música altamente complexa; 600 mil notas em uma noite.

Partituras? Nenhuma. Ele quer chegar ao concerto com tudo decorado.

“Quero dar à bateria uma nova iden-tidade”, afirma ele.

No dia 17 de novembro de 2006, às 18 horas, entrou Martin Grubinger pela porta da Sala de Concertos de Viena e se posicionou diante de um semicírculo de 200 instrumentos de percussão: congas, bongôs, tambores, pratos. A Orquestra Sinfônica da Rádio de Viena estava ali para acompanhá-lo.

Ele começa a bater no tambor. Veias emergem de sua garganta. Gotas de suor escorrem pelo seu rosto e caem no chão. Durante os curtos intervalos, ele mergu-lha as mãos na água gelada.

O baterista não consegue se lembrar da maior parte dessa noite. “Eu alcancei o que chamam de estado de fluxo. Eu me vi de fora, na bateria. Das minhas mãos eu só sabia uma coisa: em que direção elas tinham de se mover.”

Martin Grubinger conseguiu a proeza que parecia impossível. Ao final do concer-to, quando ele se inclinou para agradecer os aplausos, suas mãos tremiam.

O site do Konzerthaus compara o seu desempenho com a subida ao Monte Everest sem oxigênio na reserva. Foi essa verdadeira maratona de bateria que fez de Grubinger um solista famoso.

Começa a amanhecer na parte alta da Áustria, onde estamos. Grubinger olha pela janela: florestas de coníferas, colinas. Já faz seis meses que ele cons-truiu no meio da província uma casa digna de estrela do rock.

A sala de estar no primeiro andar é com-posta de três blocos rodeados por janelas de vidro. A sala de ensaios no piso térreo tem 200 metros quadrados. As portas são anti-ruído. As janelas possuem uma espessura de três camadas de vidro.

Músicos convidados também podem ensaiar aqui durante o dia inteiro. Martin Grubinger planejou até quartos de hóspe-de para eles. Na rua tem uma rampa de caminhão que dá diretamente na sala de ensaios. “Uma questão de sobrevivência”, afirma o músico. Se ele viaja com a orques-tra, chega a transportar 6 toneladas de equipamentos. “Você fica completamente louco se tiver de arrastar o material por todo o primeiro andar.”

Quando o relógio bate 21h, Grubinger vai para a sala de ensaios. Hora do treino.

A propósito: como ele faz para decorar 600 mil notas?

“Divide-se o concerto em frases. As fra-ses são divididas em unidades de quatro batidas. Praticam-se essas quatro batidas – se for preciso, por semanas a fio – no nível mais baixo que pode ser ajustado para o metrônomo: tempo 35. Aí, depois de praticar bastante, treinam-se essas qua-tro batidas, até atingir um automatismo. Então, praticam-se as próximas quatro.

Grubinger: “Cadernos com notas musicais

me deixam travado.”

A gente aprende a tocar nos concertos do tipo maratona como se estivesse aprendendo uma coreografia.”

Sem partitura?“Eu não gosto de partituras. Elas ficam

entre mim e o público. Elas bloqueiam meu poder.”

Para quem quiser entender o poder de Grubinger, basta apenas digitar as palavras “Planet Rudiment” na busca do YouTube. Ele mesmo compôs a peça. Na maioria das vezes ela é tocada no último número de seus concertos.

Rudiments são exercícios de técnica, como os alunos aprendem em aulas de bateria – “Planet Rudiment” leva a téc nica aos extremos.

No vídeo, ele está no lugar preferido: diante de um tambor. Ele respira fundo, depois afunda as baquetas vigorosamente no instrumento.

Grubinger aumenta a velocidade de suas batidas. As baquetas giram várias vezes em suas mãos, e ele mostra truques tão rápidos que fica difícil acompanhar com os olhos.

Ao se curvar para agradecer à plateia, Grubinger se ajoelha na frente do tambor. Ele rola a baqueta esquerda em seu ombro esquerdo e a faz dar uma quicada no chão, depois a apanha com a mão direita.

Ele se levanta e ainda toca mais um pouco antes de se despedir do palco. Os músculos do peito se contraem. Seu rosto se contorce em uma careta. E então ele tamborila com força máxima: “Drrr - Drrr - Drrr - Drrr” – é um som que parece uma metralhadora. A apresentação termina com um último tapa estalado na borda de metal do tambor.

“Zapt!” Grubinger golpeia o ar e suspira. Em

menos de quatro minutos ele tamborilou a essência de sua carreira de dez anos como concertista: velocidade, precisão e virtuosismo – enriquecidos por uma pitada de loucura.www.martingrubinger.com

O CONCERTO QUE O TORNOU FAMOSO D U R O U 4 H O RAS E M EIA . G R U B I N G ER TO C O U

6 0 0 M I L N OTAS . TO DAS D E CAB EÇA62 THE RED BULLETIN

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Skrillex começa sua turnê dando um pulo: a partir daí, é só paulada!

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SKRILLEX tem 26 anos e é um dos caras mais ocupa-dos da música eletrônica. Faz mais de 300 shows por ano, produz discos vencedo-res do Grammy e comanda dois selos. Sua mais nova ideia é uma nave que cospe laser em sua turnê. A gente foi conferir de perto Por: Cole LouisonFotos: Ben Raynor

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...e a temperatura cai às 18h em Louisville, Kentucky, no Anfiteatro Iroquois, um espaço arejado e coberto no Parque de Iroquois. A estrada sem faixas no meio da deslum-brante floresta está lotada pela multidão que esgotou os ingressos da noite.

Tem 3 mil pessoas de todos os tamanhos, formatos, cores e credos. Uma a cada cerca de 50 delas aperfeiçoou o look: cabelo pen-teado para o lado com um dos lados raspados e óculos com aros pretos e aqueles brincos com buraco do lóbulo em formato de “O” que são indescritíveis. Alguns usam colares de miçangas, bandanas e rendas dos tempos das raves dos anos 1990. Muitos enfeites de planetas, estrelas e a cabeça de marciano conhecida pela capa do álbum do cara que eles estão esperando: Skrillex.

Uma dessas pessoas é Terri MacSkimming, uma mãe não fantasiada e meio fora de si ao lado do seu filho Andre, 12 anos, e cheia de animação. “Meu filho me falou: ‘Tem esse som, chama-se dubstep’. E eu falei: ‘O que é isso?’. E eu agora adoro”, contou Terri. “Você pode dançar e ao mesmo tempo é suave”, ela disse. “Eu não sei como é que ele consegue.”

O estilo que ela descreve é chamado EDM – electronic dance music –, o gênero que mais cresce nos EUA no momento. Cinco anos atrás, produtores como David Guetta começaram a trabalhar com artistas pop do mainstream, tornando gêneros como trance, house e dubstep acessíveis para as massas. Hoje, jovens artistas da EDM tocam em está-dios e têm posições de destaque nos maiores festivais de música. Segundo a revista Forbes, em 2012 os dez DJs mais bem pagos do mundo faturaram US$ 125 milhões (cerca de R$ 270 milhões) – mais que a folha de pagamento dos Los Angeles Lakers.

Um deles chama-se Sonny John Moore, também conhecido como Skrillex. Em ape-nas quatro anos, esse garoto de 26 anos, que abandonou os estudos, ganhou seis Grammys, tem 16 milhões de seguidores no Facebook e faz anualmente cerca de US$ 15 milhões (R$ 32 milhões) – mesmo dando os seus álbuns de graça.

FAZ 25 ºC…

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Dizem que ele é só um “apertador de botões”. Skrillex responde que

só isso não basta para gerar emoções genuínas

O REI DO DUBSTEPSE CHAMA SKRILLEX.

NO CAMARIM, ELE É O SONNY

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Nos bastidores do show, pouco antes da apresentação, o cara é um pequeno borrão todo vestido de preto com o cabelo molhado, disparando do seu vestiário pelo corredor cheio de sinais que apon-tam para o palco, serviço de comida, ônibus, passando pelas pessoas com di ferentes níveis de acesso ao backstage e até a entrada do palco onde Milo & Otis – a dupla radicada em L.A. que faz o show de abertura – começam os trabalhos. Sonny (todo mundo na turnê o chama de Sonny) fica dentro do limite da luz do palco, sacudindo a cabeça e cantarolando por alguns segundos, olha para o celular rachado e corre de volta para o vestiário – dando tragos num cigarro e uma olhada no laptop sobre uma mesa com garrafas empilhadas – e fecha a porta.

“Ele está esgotado no momento”, diz um cara chamado Skaruse, o assistente de Sonny no dia a dia da turnê, que ex-plica que ele está dando os toques finais em uma música composta naquele dia.

Apesar de parecer estar sempre balan-çando a cabeça, fazendo música, ou gri-tando “Uhuuuu” quando corre ou encontra os fãs, pessoalmente Sonny é educado e concentrado, ainda que não menos empolgado em relação a tudo.

Como ele consegue ter toda essa ener-gia é um mistério, porque ele está muito, muito ocupado nos últimos anos. Tocou em 322 shows em 2011, fazendo até três apresentações por noite (normalmente

dois sets e depois a afterparty). No final de 2013, ele estava terminando Recess, o que de certa forma foi o seu primeiro álbum, um trabalho denso, pesado, diver-tido e expressivo que começa com um clipe encontrado em uma enferrujada aula de ciência, acompanhado pelo som cada vez maior de uma decolagem: “Para chegar a 1,6 mil km da Terra, um foguete precisa-ria dessa potência, dessa potência, dessa potência, dessa potência...”

Nessa noite, acontece o terceiro show da nova edição da Mothership Tour, uma turnê com 23 datas nos EUA – em sua maioria em lugares ao ar livre.

“Para mim, é tudo uma questão de fazer experiências”, ele diz. Sonny utiliza um conceito de alguns anos atrás que ele (é claro) repensou para incluir no show as luzes perfeitas e uma nave customizada de cima da qual ele comanda a noite como DJ. Elevadores hidráulicos erguem a nave e a levam acima da multidão, soprando fumaça, enquanto uma tela alta atrás mostra coisas como padrões de art déco e um clipe de Três é Demais, estrelando Uncle Jessie, e outro com Steve Urkel.

A turnê Mothership cresceu muito desde que começou, em 2011. O show e a música chamaram atenção de todo mundo. Um jovem DJ com um corte de cabelo estranho apresentou a muitos americanos um gênero chamado dubstep e impressionou o público com um show visual que tinha um poder tão grande quanto seu som: nave, pirotecnia, luzes.

No verão dos EUA, Skrillex escolheu deixar todas as turnês para trás. Ele e sua equipe trabalharam por cinco meses em um armazém de 3 mil m2 no centro de Los Angeles fazendo brainstorm, ensaiando,

Uma coisa é se vestir. Outra é se vestir para ir num show do Skrillex

“PARA MIM,É TUDO UMAQUESTÃO DEEXPERIÊNCIAS.”

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Antes condenada aos pequenos clubs, a EDM agora coman- da grandes festivais

A TURNÊMOTHERSHIP

VIAJA O MUNDO COM SUA NAVE

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experimentando, construindo e recons-truindo um show de luzes com uma nave do tamanho de um helicóptero e uma tela de três andares que se parece com uma parede de líquido brilhante. Os holofotes ficam em rotação e se rebaixam nos braços mecânicos e disparam feixes densos como suco de laranja com todas as cores do arco- íris. Seis canhões posicionados em frente ao palco alternadamente disparam fumaça e fogo. Assim que é desmontado, o equi-pamento do palco enche três trailers.

O barulho dos fãs de Skrillex cresce em volta do seu camarim, que está marcado por fitas 8x10 que dizem “Skrill-ville”. Do lado de fora da Skrill-ville estão Skaruse e alguns dos funcionários da turnê. Eles têm os crachás em que se lê “All Access” ao redor de seus pescoços, ingressos pretos com os cortes das três marcas registradas que Skrillex coloca nos seus álbuns e em outros produtos. Um som no estilo husky sai do camarim de Sonny e ninguém tem permissão de entrar.

“Ele está em modo criativo”, diz Ska ruse. Ele e a equipe fizeram um plano para depois do show. Tem um tipo de toque de recolher nessa noite porque o plano é arrumar tudo e se mandar para a estrada assim que o Skrillex estiver pronto, umas 22h50. O plano é dormir no ônibus, como eles fazem na maior parte das noites em que tem show, e no dia seguinte estar em Cleveland por volta das 4h.

Em outro recinto, os rapazes da tecno-logia estão comendo com os ajudantes de palco, assistentes e outras pessoas. A hierarquia é complicada, mas existe uma equipe da turnê, assistentes, seguranças, polícia, médicos, cozinheiros e outros tipos de gerenciadores que imprimem os sinais que estão colados nas paredes do lugar

das apresentações, orientando as pessoas ao palco ou à comida ou com o ID de cada vestiário. Quanto maior o lugar, mais sinais. Nessa noite são cerca de 20.

Todo mundo que trabalha em volta do palco calça botas e veste jeans com um número absurdo de chaves penduradas. Cada um deles tem um rádio enganchado no cinto ou no bolso de trás. Eles ou não possuem nenhuma tatuagem ou têm mui-tas. Parece que esse conjunto de persona-gens sabe como se divertir, mas, mesmo com as festas que aconteceram, nenhuma delas seria nada perto das turnês de Skril-lex. Um repórter testemunhou um grupo de pessoas correndo antes do show e um poderoso espremedor de suco de frutas no bar de comidas naturais. A única noite em que saíram incluiu alguns drinques e um bar triste no centro de Cleveland,

com um dançarino solitário e uma garço-nete de topless. Eles ficam em qualquer grande hotel decente que esteja à mão e ninguém parece ficar esperando no lobby ou no corredor. Ele provavelmente vai ficar grudado no seu iPhone rachado.

Talvez isso explique por que tem tanto foco no show. Porque enquanto ele está correndo, dando batidinhas, gritando a maior parte do tempo, as coisas mudam quando ele chega próximo do momento de tocar. Quando ele está nas picapes para fa-zer os últimos ajustes no show de luz que aconteceria mais tarde naquela noite, fala muito pouco, olhando direto para o painel de controle que está no primeiro mezanino. O holofote de luz azul que eles têm sobre ele “parece de hospital”, ele diz. “Não gosto disso. De jeito nenhum. Podemos tentar cores diferentes?”

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uma interferência que emite um grave zunido na multidão. Ele vai de um lado para o outro na sua mesa de som e ergue a mão para as outras 10 mil pessoas que abanam de volta para ele. A nave sobe de maneira consistente em uma parede de fumaça e uma explosão de cores. Dentro de um minuto, ele está em cima dos con-troles com o mullet já ensopado de suor. “Está todo mundo curtindo!?” – ele per-gunta, enquanto as luzes vão até a mul-tidão e se apagam, indo do vermelho a um verde marciano. A multidão explode.

Sim. Todo mundo está curtindo, espe-cialmente Sonny, apesar de um recente aumento das críticas sobre seu trabalho e sua música. Enquanto o interesse do público e das empresas na EDM cresce, mais pessoas questionam a sua legitimi-dade enquanto gênero musical, incluindo alguns na comunidade. O sucesso de público Deadmau5 se referiu a Skrillex e outros artistas da EDM como “aperta-dores de botões”. Desde que pararam de arranhar discos, alguma coisa se perdeu.

Quando questionado sobre isso depois do show, Sonny parece não ter outra atitu-de além de não estar nem aí. “Não é nem um pouco polêmico para mim porque estou cagando”, ele diz.

“Os Ramones tocavam três acordes. Não eram só os três acordes. Era toda a energia e o movimento. Então, gosto dessa crítica. É parte do que torna tudo revolu-cionário. Não é essa a forma com a qual as pessoas normalmente fazem música.”

Ele aponta a sua configuração básica para a sua turnê e que qualquer um com um computador pode fazer EDM, ainda assim poucos são bons de verdade.

“Tudo vem da reação que você causa. Se você vê que o público está pirando,

então se vê uma conexão genuína com a música – não se pode forjar nada que esteja ali. Quando você sente essa paixão verdadeira, e eu sinto isso com o meu público, então a coisa anda bem.”

O seu público realmente está bem. Não tem nada de falso naquela vibração das mãos balançando cheias de alegria. Esses são os fãs de Skrillex, milhares alinhados em fila. Tem também alguns esperando nas proximidades, mantidos nos bastidores do palco para conhecer o artista.

Um deles é Paxton Titus, 15 anos, de Howell, Michigan, que segura um retrato de Skrillex, feito por seu irmão de 10 anos, Carver. “Ele faz algo comple-tamente diferente do que você escuta na Sirius XM”, ele diz, referindo-se à rádio temática. “E ele mostra que você pode ser muito artístico e não cair na armadilha da música eletrônica em que 95% dela é a mesma coisa. Vocais femininos, um baixo bem grave e então a batida. É a mes-ma estrutura. Skrillex segue a sua própria estrutura. Ele tem o seu próprio som.”

Outra é Mandee Edwards, 24, que chegou de St. Louis e passou duas horas preparando sua maquiagem, suas botas e o penteado em cascata que ela fez. “Esse som faz as pessoas felizes”, ela diz.

Uma porta abre, e Sonny corre para elas gritando: “Heeeyyy!”. Ele aperta as mãos, abraça, posa para as selfies e assina fotos, crachás, camisetas, uma jaqueta, um pacote de cigarros e vários braços e quadris que ele ouve que virarão tatua-gens. Sonny assina o retrato de Paxton e faz uma foto com ele.

Depois de meia hora, o empresário diz que precisam ir embora. Eles têm dois shows em Toronto, e levar toda a parafer-nália até lá no meio da noite não é fácil. Ele agradece cada um dos fãs, levanta os braços num pedido de desculpas e é levado para cima por dois caras com rádios.

Sonny sempre foi próximo dos fãs. Seja para encontros, Instagram ou para mostrar antes sua música. Isso sempre foi valorizado pelo público, mas é também uma parte integral dele como artista. Ele precisa criar, mas também precisa lançar as coisas. Essa abertura é que é crucial.

“É uma forma rápida de fazer as coisas e obter uma reação. E, se a coisa toda esti-ver perfumada demais, se for um show punk em um lugar com cerveja caríssima, o pessoal não vai curtir. A garotada gosta mesmo do que é real. Tem um vídeo no YouTube de um moleque de 2 anos dan-çando Skrillex. Isso é legal, porque é uma idade em que nada pode te persuadir. Não tem mídia. Não tem cena ou estereó-tipos. Você ouve alguma coisa e isso te faz sentir. Acho que é um bom sinal.”

A luz se apaga, alguém faz uma brincadeira sobre John Hughes e todo mundo ri, menos Sonny. Ele dá uma bicada em um copo vermelho e afasta de perto dele um drinque

enquanto olha bem em frente. A cabine da nova nave, um mamute, as sombras, uma coisa angular feita de um metal escu-ro que parece poder voar. Alguém aperta um botão e logo aparece um jeans lavado.

Ele balança a cabeça. “Que tal isso?” Parece bom. Isso é parte da EDM. Boas vibrações por todos os lados.

“Não temos problemas com a EDM”, diz Caleb Meyer, um segurança de barbicha que fica parado entre o palco e o público. Só alguns minutos antes que Skrillex tenha entrado na nave, Meyer fica murmurando no rádio, tentando fazer com que todos tomem seus assentos. O estampido em vol-ta dele faz lembrar um formigueiro efer-vescente, mas Meyer parece estar numa boa. “Todo mundo está só se divertindo por aqui. A coisa mais difícil de fazer é mantê-los em suas cadeiras.” Boa sorte.

Eles não querem ficar em suas cadeiras. A casa está toda de pé antes que Skrillex tenha aparecido na nave do palco e jogue

Luz, lasers, pirotec-nia: isso é um pouco da experiência visual que é a apresentação do Skrillex

“A GAROTADA GOSTA DO QUE É REAL. O SOM TE FAZ SENTIR.”

THE RED BULLETIN 71

Page 72: The Red Bulletin Agosto de 2014 - BR

A energiA de red Bull em três

novos sABores.

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crAnBerry lime BlueBerry

Page 73: The Red Bulletin Agosto de 2014 - BR

A Ç Ã O ! V I A G E M / E Q U I P A M E N T O / T R E I N O / M Ú S I C A / F E S T A S / C I D A D E S / B A L A D A S

Aonde ir e o que fazer

Lá do alto: a Macau Tower tem

233 metros de altura

Hora do mergulhoE S TÁ C A N S A D O D E S S E S B U N G E E J U M P S Q U E V O C Ê V Ê P O R A Í ? E N TÃ O, C O N H E Ç A O M A I S A LT O D E T O D O S , Q U E F I C A E M M A C A U, N A C H I N AMALAS PRONTAS, pág. 74

Caixa de som e protetor de iPhone:

tudo em um só aparelho (pág. 81)

THE RED BULLETIN 73

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Page 74: The Red Bulletin Agosto de 2014 - BR

Tem que gostar

de altura: você pularia

de cima da Macau

Tower?

AÇÃO!MALAS PRONTAS

Macauuuuuuu!  B U N G E E J U M P   P R EC I S A D E C O R AG E M PA R A P U L A R D E C I M A DA P L ATA F O R M A D E S A LT O S M A I S A LTA DO M U N DO

DICA DE QUEM CONHECECABEÇA ERGUIDA

“Meu conselho é que você não olhe para baixo”, diz Miguel Soares. “De verdade: não. Até que

você chegue lá, os 233 metros são apenas um número. Mexe com a cabeça ver os carros

do tamanho de formigas.”

S I N T A - S E E M C A S A

MACAU FALA PORTUGUÊS E TEM MUITA COISA BOA

A 233 metros de altura, a plataforma de bungee jump da Macau Tower, na China, é a mais alta do mundo. É um salto tão alto que o homem por trás dele, o experiente bungee jumper AJ Hackett, precisou de um outro tipo de cabo. Desde sua abertura, em 2006, aqueles que têm coragem saltam sobre a cidade em uma queda livre de cinco segun-dos que chega a 200 km/h. Henrique Ferreira, um dos gerentes da torre, pulou 17 vezes, mas é ainda considerado um novato se comparado aos mais antigos membros da equipe da Macau Tower, cada um com mais de 900 saltos. “O coração dispara só de ficar na plataforma”, diz Ferreira. “Não importa se for o décimo ou o milésimo salto.” Miguel Soares, 29 anos e engenheiro elétrico de Portugal, demorou três anos para ter coragem para o primeiro salto. “Quando agendei, passei noites em claro”, ele conta. “Aí cheguei na plataforma e fiquei aterrorizado. Tipo: ‘O que você tá fazen-

do?’ E então tem a contagem regressiva e você pula. O primeiro segundo é de puro horror. Depois, o sentimento é a coisa mais incrível que existe. A pri-meira coisa que você pensa ao chegar lá no chão é ‘quero fazer isso de novo’.”

Mas não perca o visual“Faça um esforço para abrir os olhos”, diz Henrique Ferreira. “No meu primeiro salto eu não abri os olhos até começar a ricochetear porque estava surtando, por isso perdi a vista, que é incrível.”

Cada salto custa a partir de US$ 360 (R$ 750). Reserve com antecedência em:ajhackett.com/macau

VELOCIDADENão perca o Grande Prêmio de Macau, uma emocionante

disputa de F3 pelas ruas da cidade com alguns dos melho-res pilotos do mun-

do: Schumacher já venceu aqui.

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MAIS ALTOPegue o teleférico

que sobe o Guia Hill para ver a vista

e depois escale um pouco mais,

na rota conhecida como “A Caminha-da das 33 Curvas”.

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JOGATINAQualquer um que acredita ter sorte por sobreviver ao bungee jump deve visitar algum dos

cassinos pelos quais Macau é famosa, como o Wynn Macau.wynnmacau.com

74 THE RED BULLETIN

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Page 75: The Red Bulletin Agosto de 2014 - BR

L A C E Y V . M U R R O W M E M O R I A L B R I D G E

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AÇÃO!MINHA CIDADE

Ainda que Jamal Crawford chame hoje Los Angeles e os Clippers de sua casa, ele sonha com sua cidade natal, conhecida como Emerald City (“Cidade Es-meralda”). “São as melhores pessoas que conheço”, diz o veterano com 13 anos de NBA. “Assim que você desembarca do avião, sente como o ar é lim-po. É totalmente diferente de tudo a que você está acostumado. É o lugar mais lindo do mundo.” Ele explica também por que Seattle é boa para quem gosta de basquete. “Como chove muito, você fica dentro dos ginásios. Eu ficava treinando sem pa-rar”, ele diz. “Isso realmente me influenciou muito como pessoa e na forma que jogo.”www.nba.com/clippers

Jamal Crawford, do Los Angeles Clippers

Jamal Crawford,

SEATTLE FOUNTAINO lugar para fazer vigílias pelas lendas da música falecidas também tem show das fontes d’água.

EL CORAZÓNConhecido como “Off Ramp”, aqui foi onde o Pearl Jam tocou pela primeira vez. Salve o grunge!

EMP MUSEUMCom design estranho, o lugar tem a única mostra sobre o Nirvana que você precisa ver na vida.

Faça chuva ou sol  S E AT T L E   A C I D A D E N Ã O T E M O S O N I C S H Á S E I S A N O S , M A S U M A G R A N D E E S T R E L A D O C L I P P E R S T E M A “ C I D A D E E S M E R A L D A” E M S E U C O R A Ç Ã O

T O P C I N C OOS XODÓS DE JAMAL

SEWARD PARK 5895 Lake Washington

Blvd. S“No Lago Washington, você pode dar umas voltas e ver a belíssima paisagem e as árvores. A água é limpa e fresca. Dá para ver o Monte Rainier também.”

DICK’S DRIVE-IN115 Broadway E

“Este é um clássico. Mackle-more parou toda a linha do ônibus na Broadway e filmou no alto do Dick’s. É único. Os milkshakes são sensacionais. As batatas fritas também. Até o Bill Gates frequenta.”

SEATTLE PRO-AM BASKETBALL

Seattle Pacific UniversityAcontece de 5 de julho a 30 de agosto. “Temos muitos caras já engajados para essa temporada. Rajon Rondo disse que vem. Gerald Wallace também.”

E T E M M A I S

NA PEGADA DA CIDADE

1 PIKE’S PLACE MARKET86 Pike St.

“Meu avô morava lá no alto. Em todas as fotos que vejo do Pike Place Market, posso ver o apartamento do vovô. Nunca consegui pegar um peixe do mercado, mas algum dia vou conseguir.”

3 5KEY ARENA 305 Harrison St.

“A Key Arena é muito boa por-que tem uma configuração muito legal. Eles conseguem deixar tudo muito, muito es-curo, então todas as atenções se voltam para o palco. Eu vi Sade e Kendrick Lamar lá.”

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Pronto para batalhaNa parte traseira fica o equipamen-to de segurança que garante pro-teção em caso de acidentes.

AÇÃO!MEU EQUIPO

T U D O P R O N T OO QUE VOCÊ PRE-CISA NO DESERTO

No ano passado, Derek Murray e seu irmão Jason venceram a série BITD, na Vegas to Reno – a maior corrida off-road dos EUA, com 870 quilômetros. E eles fizeram isso com um utility vehicle desen-volvido pela própria dupla. Para a empreitada, eles modificaram um Can-Am Maverick Max 1000R

acoplando um motor de dois cilin-dros resfriado à base d’água com 101 CV – o mais potente da cate-goria. “Uma das vantagens dele é a versatilidade”, diz Murray. “Em comparação com a concorrência, passamos por poucos problemas. Desde que a gente não cometa erros, ele cumpre todas as expectativas.”

Máquina na areia  O F F- R O A D   T O D A A E X P E R I Ê N C I A D E D E R E K M U R R AY A O C R U Z A R O S D E S E R T O S A M E R I C A N O S

Derek Murray, 34, dirige um Can-Am

Maverick Max 1000R

AlongadosOs eixos longos (214 cm) garan-tem o controle em alta velocida-de nos terrenos irregulares.

Sem apertoA direção funciona com um circuito eletrônico e tem bom espaço para as pernas, afinal as corridas podem durar até 12 horas.

AmortecimentoA suspensão

independente com reservatórios

externos aguenta buracos de até

35 cm de profundidade.

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diâmetros de 35, 60 e 75 mm. Ilumi-nação garantida.www.trailtech.net

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Sem apertoA direção funciona com um circuito eletrônico e tem bom espaço para as pernas, afinal as corridas podem durar até 12 horas.

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76 THE RED BULLETIN

Page 77: The Red Bulletin Agosto de 2014 - BR

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SEU MOMENTO.ALÉM DO COMUM©

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LIKEWHAT YOU

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Page 78: The Red Bulletin Agosto de 2014 - BR

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“Escolhi a posição mais difícil do críquete, o fast bowler”, diz o capitão da Inglaterra Stuart Broad, 28 anos, enquanto seu país se prepara para enfrentar a Índia em cinco jogos testes e outros seis regulares nesta temporada. “Nós recebemos dez vezes o peso dos nossos joelhos e tornozelos cada vez que jogamos a bola. Eu tenho 85 kg, então faz as contas. Durante o dia da partida de teste, nós usamos um GPS e corremos, em média, 18 km por partida. Então, as pernas recebem muito peso no final das contas. Tem um alto nível de lesão entre os que jogam. Nós sofremos uma série de fraturas de desgaste, seja nos pés ou nas costas, onde os ossos estão o tempo todo sob pressão. É preciso refor-çar essas partes do corpo. Mas a gente joga até 250 dias por ano, então não se pode fazer nenhum treino forte demais: precisa estar sempre pronto para o jogo.”stuart-broad.com

Bela tacada  C R Í Q U E T E   O C R A Q U E C O N TA C O M O S O B R E V I V E À M A I S D I F Í C I L P O S I Ç Ã O D O E S P O R T E P O U C O C O N H E C I D O N O B R A S I L

Stuart Broad é uma das estrelas do time de críquete da Inglaterra

Stuart Broad é uma das estrelas do time de críquete da Inglaterra

Paulada na bola: Broad joga com a

esquerda e a direita em suas posições

AÇÃO!EM FORMA

E S T I L O C A C H O R R ONÃO FAÇA ISSO EM CASA

BOLADA FORTE“Nós treinamos com esses atiradores de bola para cachorro”, diz Broad. “Revestimos com uma camada de fita de fibra de carbono e jogamos uns nos outros. Consigo lançar uma a 120 km/h, e isso é o mais rápido possível, é mais intenso que no jogo.”

P A R A F A Z E R E M C A S A“As pessoas acreditam que a força para bater na bola está nos ombros”, diz Broad. “Mas na verdade

está nas pernas, então é preciso trabalhar coxas, glúteos e os tendões das pernas.”

Com os pés paralelos, segure um peso em cada mão. “Deve estar confortável e oferecer desafio.”

Dê um passo para a frente, flexionando o joelho. Levante o

braço oposto na direção do teto.

Flexione as pernas da frente e de trás em ângulo de 90° (sem tocar

o joelho no chão) e levante o braço.

pode fazer nenhum treino forte demais:

E S T I L O C A C H O R R OE S T I L O C A C H O R R ONÃO FAÇA ISSO EM CASA

“Nós treinamos com esses atiradores de bola para cachorro”, diz Broad. “Revestimos com uma camada de fita de fibra de carbono e jogamos uns nos outros. Consigo lançar uma a 120 km/h, e isso é o mais rápido possível, é mais intenso que no jogo.”

Com os pés paralelos, segure um Dê um passo para a frente, Flexione as pernas da frente e de

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Page 79: The Red Bulletin Agosto de 2014 - BR

Relógios de pulso à prova d’água? Para mergulhar? Isso não tem futu-ro. Era o que em geral pensavam os fabricantes de relógio suíços no começo dos anos 1950. Mas um homem pensava diferente: o mer-gulhador Jean-Jacques Fiechter. Ele era diretor da Blancpain e tramava a invenção do primeiro relógio de pulso à prova d’água.

Mais ou menos na mesma época, o capitão Robert “Bob” Maloubier fundou a École des Nageurs de Combat, uma escola de nado para combate do exército francês. Robert Maloubier procurava por relógios de pulso que seus homens pudes-sem levar em seus mergulhos.

Fiechter e Maloubier encon-traram juntos uma solução. O capitão queria um reló-gio de pulso que pudesse funcionar a até 100 metros de profundidade, resistente, com um painel rotativo (que funcionasse com um anel externo). O mostrador e o painel deveriam ser pretos, os ponteiros e os números deveriam ser bem claros e grandes, de modo que fosse pos-sível ver no escuro.

Fiechter desenvolveu um siste-ma de vedação duplo, um jeito de prender o painel com parafusos e um funcionamento automático, permitindo a rotação por meio de uma presilha interna de ferro com campos magnéticos. Ele colocou no mostrador, perto do número cor-respondente ao horário de 6 horas, um indicador de umidade que mu-dava de cor dentro d’água.

Logo depois, Fiechter revolu-cionou o painel: ele era contra a rotação em sentido horário.

Se você girasse sem querer, a marcação do início do mergulho mudava sempre para “mais cedo”, nunca para “mais tarde”. Com essa mudança, os mergulhadores não tinham mais o problema de “pro-

longar” o mergulho (e ter que pedir mais ar) sem querer.

Maloubier começou en-tão a usar o Fifty Fathoms (“fathom” significa “braça” – 50 braças correspondiam a 91,44 metros de profun-didade), o primeiro relógio de pulso moderno para mergulhadores que ganhou o mundo quando o mergu-

lhador francês Jacques Cousteau usou o Fifth Fathoms em seu premiado filme rodado embaixo d’água, O Mundo Silencioso.

É radioativo? Adorado especial-mente pelos colecionadores, o antigo Fifty Fathoms vinha com um aviso de “sem radiação” no mostrador. Motivo: o “Mil-Spec 1”. Tinha uma exigência do exército americano de que as horas fossem visíveis aos soldados mesmo no escuro. Por isso, alguns modelos do “Mil-Spec 1” tinham substân-cias radioativas que permitiam a iluminação. Então, na parte de

CLÁSSICOO Fifty de hoje re-siste a até 300 m de profundidade

OURO MACIÇOA versão em metal nobre do clássico

Blancpain

trás desses relógios usados pelos soldados americanos foi gravado “Perigo. Se você encontrar isso devolva na sede militar mais pró-xima”. Para diferenciar suas cria-ções dos militares, a Blancpain colocou no lugar do indicador de umidade um sinal [no detalhe], escrito embaixo “Sem radiação”. Nascia uma lenda.

Mergulhocom precisão  F I F T Y FAT H O M S   U M I N V E N T O R V I S I O N Á R I O E U M N A D A D O R D E C O M B AT E D E S E N V O LV E R A M O P R I M E I R O R E L Ó G I O D E P U L S O M O D E R N O PA R A M E R G U L H O

O Fifty Fathomsde 1953

AVISO DE “SEM RADIAÇÃO”

Num Fiftyde 1968

Robert “Bob” Maloubier hoje (ao lado) e em 1955 (abaixo) voltando das profundezas com seu relógio de pulso Fifty

OS FI FTI ES DE HOJ EVERSÕES ATUAIS

DA LENDA

500 FATHOMSEdição limitada

(500 peças). Resis-tente a até 914 m

AÇÃO!RELÓGIO

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Page 80: The Red Bulletin Agosto de 2014 - BR

LA SANTANERACalle 12, Mza. 30 Loc. 2Playa del Carmen, Q Roo, México 77710www.lasantanera.com

P A R A A C O R D A R

B E MO MEZCAL TE

PEGOU DE JEITO? AQUI VÃO TRÊS

REMÉDIOS MEXICANOS PARA

A RESSACA

AÇÃO!BALADA

Um drinque no inferno   P L AYA D E L C A R M E N   A B A L A D A M A I S A G I TA D A D A R E G I Ã O L E M B R A U M F I L M E D O D I R E T O R R O B E R T R O D R I G U E Z

Todas as noites o La Santanera faz a temperatura subir

FA Ç A A C O I S A C E R TA

É SUA PRIMEIRA VEZ? AQUI VÃO OS CONSELHOS PARA APROVEITAR TUDO

O QUE BEBEREm vez de coquetéis,

Gámez recomenda um shot da legítima aguardente mexi-cana: “Você precisa provar o Mezcal Papadiablo. E, depois

dele, tomar uma cerveja”.

O QUE VESTIR“Alguns frequentadores se arrumam muito. Mas esta não é a nossa pilha.” O que

Gámez quer dizer: “Seja ape-nas você mesmo. É o melhor

jeito de atrair os olhares”.

HORA DA PAQUERAChegar com um “De onde você é?” funciona bem no La Santanera, diz Gámez.

“O público é internacional, a Playa del Carmen é

uma mistura de culturas do mundo inteiro.”

Antes, o calçadão na beira da Playa del Carmen era uma região ruim para quem procurava boa música, como Alejandro Gámez. “A maioria dos clubs tocava pop”, ele lembra. “E nas festas na beira da praia tocava psy-trance. Era terrível.” Há dez anos, Gámez resolveu esse problema – ele abriu o La Santanera, a melhor balada de Playa del Carmen e uma das melhores do país. O club conta com os DJs mais antenados de tecno e house do mundo, dois andares, um terraço gigante e uma decoração extravagante: detalhes em néon, grandes bolas luminosas estilo retrô, lustres direto do mercado de pulgas e na pista de dança um excêntrico santuário kitsch (como não poderia deixar de ser) para o padroeiro dos traficantes de dro-gas do local, Jesús Malverde. Sem dúvida, o interior da balada lembra o bar Titty Twister de Robert Rodriguez no filme Um Drink no Inferno. “Queríamos ser diferentes dos nossos vizinhos de praia”, conta Gámez. “E deu nisso!”

Ambiente electrokitsch

tropical: parece interessante!

CHILAQUILESGorduroso, sal-gado, delicioso: tortillas fritas

com queijo, molho de pimenta e

proteínas – ovo ou carne de frango – para fortalecer

o corpo com muitos minerais.

MENUDOO tradicional

mocotó mexicano não é para todo mundo. Mas o

pesado e picante caldo de vitela com miúdos e

tortillas cai como um milagre pela manhã.

POZOLEO ensopado de

páprica com milho, carne de porco,

orégano e rabanete é herança dos Maias. Hoje é

conhecido como “mata-ressaca”.

Precisa dizer mais alguma coisa?

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Page 81: The Red Bulletin Agosto de 2014 - BR

E S C U T A E S S A !GADGET DO MÊS

PARA TODA HORAEsta caixa de som cabe na palma da mão, toca músicas de iPhone (por 30 horas com uma bateria sem fio) e é para ser usada ao ar livre. Ela é à prova de poeira,

água, resiste à profundidade de 5 metros e aguenta quedas de até 10 metros. Item obrigatório

para os aventurei-ros que gostam de música.

N A PA LM A D A M Ã OTRÊS APPS QUE

TODO AMANTE DE MÚSICA DEVE TER

Curtis Jackson era um traficante de 24 anos quando quase morreu num tiroteio em Nova York, em 2000. O acidente transformou radicalmente sua vida: Jack-son mudou seu nome para 50 Cent e se concentrou na carreira de rapper. Em 2003, ele lançou seu álbum de estreia ao lado de Dr. Dre – Get Rich or Die Tryin’ se tornou o quarto disco mais bem-sucedido da histó-

ria do hip hop. Em meio a tudo isso, 50 Cent fez um filme, escreveu um livro e desenvolveu um novo tipo de fone de ouvido. Ainda deu tempo de se dedicar à música? “Claro que sim. Mas as coisas boas levam tempo para serem feitas”, ele diz, orgulhoso de seu novo álbum depois de cinco anos: Animal Ambition. Ele nos conta aqui sobre as cinco músicas que mais o inspiraram.50cent.com

1Em 1970, a maioria das canções de soul falava de amor – até Marvin Gaye quebrar essa tradição. Ele escrevia músi-

cas sobre injustiças sociais. Como, por exemplo, “Inner City Blues”. Apesar disso, a música é tão leve que dá para cantar até no banho. Gaye não era um pregador, era um observador. E por isso eu amo e respeito demais esse cara.

4 5Uma música da melhor trilha sonora de todos os tempos. “Pusherman” reflete muito bem a atmos-fera de Super-

fly, um dos filmes de gângster mais legais dos anos 1970. A música de Mayfield se encaixa perfeitamente na trilha sonora – parece até que ele assistiu ao filme antes de escrevê-la. Foi uma grande ins-piração para o meu Animal Ambition.

2O melhor hino de maconhei-ros, composto pelo cara mais cool do mundo. Rick James é o pai de todos os adolescen-tes malvadi-

nhos. Tem uma entrevista dele falando de seus excessos egocêntricos no rock’n’roll no YouTube. É muito boa. Esse cara é um mestre. A entrevista foi concedida ao comediante americano Dave Chappelle. É obrigatório assistir!

Com este álbum, Prince superou a si mesmo. A música-título é atemporal – o que para mim é o maior elogio que uma

música pode receber. Como se compõe uma música atemporal? Eu não sei. Um artista tenta fazer uma obra-prima sempre que cria uma canção, mas não existe uma receita para isso. Mas, se existisse, o modelo seria “Purple Rain”.

3O álbum Thriller fez do cara o he-rói da minha juventude. Mas essa música de 1992 é para mim a melhor

dele de todos os tempos. Principalmente por causa do videoclipe, que se passa no Egito Antigo. Até hoje é inigualável. O único artista vivo que atualmente pode-ria chegar aos pés de Michael Jackson é Justin Bieber. Estou falando sério!

“Bieber é o novo rei do pop”  P L AY L I S T   H I N O D E M A C O N H E I R O S , C R Í T I C A À S O U L M U S I C E A L G U N S C L Á S S I C O S : O G I G A N T E D O R A P N O S A P R E S E N TA S E U M U N D O M U S I C A L

Marvin Gaye “Inner City Blues”

Curtis Mayfi eld“Pusherman”

Rick James “Mary Jane”

Prince“Purple Rain”

Michael Jackson “Remember the Time”

Curtis Jackson, ou 50 Cent, tem 38 anos e é rapper e empresário

BEATGUIDEO aplicativo

informa sobre as festas de

até 15 cidades próximas de

você e oferece amostras dos sets dos DJs.

WHOSAMPLEDQual o clássico

do soul que Jay-Z usou

no sample de seu novo hit?

Esse app analisa suas músicas e

mostra a origem dos hits.

PHONOPAPERTransforme

seu smartphone em um sintetiza-dor que mostra

as gravações grafi camente. Dá para ler e

desenvolver em forma de música.

AÇÃO!MÚSICA

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Page 82: The Red Bulletin Agosto de 2014 - BR

Mirando o sucesso: US$ 500 milhões serão gastos para

fazer e divulgar Destiny

Faz 13 anos desde que o inovador Halo apareceu. O game foi um lançamento para Xbox, motivo que bastava para adquirir o console e, desde então, o Xbox 360 foi superado pelo Xbox One. Halo ainda está rolando, mas o seu criador, Bungie, não está mais envolvido com ele – atualmente, ele trabalha para o diretor JJ Abrams nos novos filmes da saga Star Wars.

Porém, desde seu último jogo, Halo: Reach, de 2010, Bungie tem trabalhado em Destiny, que deve sair em setem-bro e que neste mês estará disponível na versão beta para jogadores cadastrados.

Até agora, o que foi visto é ao mesmo tempo previsível e animador: é um jogo de tiro de ficção científica, bem na pegada do Halo, com gráficos alucinantes. Quanto à parte inovadora, o destaque é a tentativa de fazer um “mundo compartilhado do tiro”, para combinar o jogo em primeira pessoa com os

elementos de games para múltiplos jogadores, como World of Warcraft.

Não são apenas os fãs que têm a expectativa alta: US$ 500 milhões (mais de R$ 1,1 bilhão) serão gastos na realização e no marketing de Destiny – uma soma ligeiramente maior do que a gasta para fazer o novo Star Wars. Qual dos dois terá mais sucesso?destinythegame.com

Tiros e estratégia  D E S T I N Y   S E R Á Q U E O S C R I A D O R E S D O H A L O C O N S E G U I R Ã O A C E R TA R N O VA M E N T E C O M S E U N O V O J O G O D E T I R O ?

Alvos verdesPLANTS VS. ZOMBIES VOLTOUO Plants vs. Zombies origi-nal provou que os games simples, especialmente no celular, podem ser tão cheios de ação quanto os jogos de console mais rebuscados. Em agosto,

a nova versão faz sua estreia no PS3 e no PS4 (você já pode adquiri-la para Windows e em ambos os Xboxes). No videogame tem mais ação que no celular.popcap.com

V E M A Í . . .

P E Q U E N O S E B O N SLANÇAMENTOS PARA TABLETS E CELULARES

DARKLINGSA segunda tempo-

rada do jogo de aventura sem fim. Sua elegante me-cânica de jogo faz com que você de-

senhe símbolos na tela para vencer.

mildmania.com

OC-TANELembra o jogo de corrida do futuro Wipeout – e são

boas semelhanças – com uma sen-sação de Tron e capacidade para

até oito jogadores. Para Android e iOS. syncinteractive.co.uk

80 DAYSComo no clássico A volta ao mundo em 80 dias: um

desafio que é parte jogo e parte narra-tiva de aventura,

tomando 150 cida-des e toda a sua intriga e perigo.

Só para iOS. inklestudios.com

Hora do confronto!SÓ FICA MELHOR: MADDEN FAZ 15 ANOSSe tem um jogo de esporte mais perfeito que Madden, e provavelmente não existe, é porque se trata de um simulador de esportes que chega muito perto da ação real. A sensação é de que você está imerso em um jogo de futebol america-no ao vivo pela TV, e não um game. A mais recente versão, que sai em agosto, promete ser a maior e me-lhor até agora (exatamente como foram as anteriores).

easports.com/madden-nfl

AÇÃO!GAMES

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GRAB YOURPIECE OF

THE ACTION

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15/8, no Rio de Janeiro

Sete vidasPitty lança o disco Sete Vidas no palco do Circo Voador, no bairro da Lapa, no Rio. O disco é o primeiro material inédito lançado pela roqueira baiana em quatro anos, desde o single “Comum de Dois” (2010), que está no álbum ao vivo A Trupe Delirante no Circo Voador. O último disco completo de inéditas da Pitty é Chiaroscuro. www.circovoador.com.br

23/8, em Belo Horizonte

Trike Strike O Red Bull Trike Strike vem para quebrar o paradigma de que triciclo é coisa de criança. A modalidade consiste em uma corrida de carros com a frente de BMX e a traseira de rodas de kart em ladeiras íngremes. Na pista Morro do Ralado, em Macacos, a 20 km de Belo Horizonte, os compe-tidores poderão atingir velocidades de até 80 km/h. Atletas, adultos, crianças e curiosos estão convidados a conferir a primeira edição do evento, que contará com a participação dos pilotos da Stock Car Daniel Serra e Felipe Fraga.www.redbull.com.br

AÇÃO!NA AGENDA

Você ainda acha que velocípede é coisa de criança?

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20 a 30/8, em Goiás

Rally dos SertõesO rally de maior tradição no país liga os motores no dia 20 de agosto, em Goiânia, para uma aventura repleta de velocidade em dez dias de corrida numa das paisagens mais secas e inóspitas do Brasil. São motos, carros e caminhões desafiando o clima hostil da região em busca de muita adre-nalina e consagração no coração do Brasil. A chegada do rally será em Belo Horizonte. www.sertoes.com

30/8, em Belém

Puro ritmo Depois das finais nacionais, que aconteceram em 12 países, o Red Bull BC One, a competição mais relevante da cena internacional de break dance, selecionará o melhor b-boy da América Latina para a final mundial, que este ano acontecerá em Paris. O campeão brasileiro, Ratin, é um dos nomes que vão brigar por uma vaga para representar o país na Europa. Ao todo, 16 b-boys se enfrentam em batalhas homem a homem.www.redbull.com.br

8 a 16/8, em Gramado

Olha o KikitoO Festival de Gramado, no Rio Grande do Sul, é um dos grandes chamarizes do merca-do cinematográfico brasileiro. A 42ª edição do festival que premia longas-metragens e documentários nacionais e estrangeiros conta também com a Mostra Novo Olhar, Mostra Especial Gaúcha, e Mostra Não Competitiva.www.festivaldegramado.net

30 e 31/8, em São Paulo

Cinema de açãoO festival Rocky Spirit reúne os me lhores filmes de ação e aventura do mundo! Com uma curadoria para lá de afiada, o evento acontece em duas noites frias do in-verno paulistano no Parque do Ibirapuera. Leve uma canga, um cobertor e uma térmica com bebida quente: o programa é imperdível.gooutside.uol.com.br/spirit

12 a 16/8, no Rio

Som no metrôPela primeira vez, o Metrô do Rio será invadido pela música do Red Bull Sounderground, o Festival Internacional de Músicos de Metrô. O evento contará com apresentações de músicos de diversos esti-los e cantos do mundo. Além das atrações internacionais, o festival também vai sele-cionar talentos brasileiros. www.redbull.com.br

9 e 10/8, em Mangaratiba

XTerra TourTriatlo, mountain bike, corri-das noturnas de 7 km e 21 km, ultramaratonas de 50 km e 80 km. É mais ou menos isso o que você encontra nas eta-pas do XTerra Brazil Tour, que passa este mês pelas praias de Mangaratiba, no Rio. O cir-cuito conta com dez etapas ao longo do ano, em lugares como Paraty e Ilhabela.www.xterrabrasil.com.br

22/8, em São Paulo

Criolo e Milton Após antigas parcerias de sucesso, Milton Nascimento convida Criolo para seu mais novo projeto, o Linha de Frente, que une os grandes sucessos dos cantores em um novo formato. Além das canções já conhecidas pelos fãs, a dupla apresentará pela primeira vez a música “Dez Anjos”, cuja letra é de autoria dos dois. Participações como a do cantor Daniel Ganjaman, da Banda 5, e de Júlia Vargas também podem ser aguardadas pelo público. O show será no HSBC Brasil, com ingressos a partir de R$ 40.hsbcbrasil.com.br

Blindtext fürDominic Thiem

A G O S T O T Á A Í

TRÊS PEDIDAS PARA ESQUENTAR O MÊS

PUNKCJ Ramone, um

dos remanescen-tes dos Ramones, faz turnê no Bra-

sil até dia 7 de setembro. É mais uma oportunida-de para os loucos

por punk rock cantarem clás-

sicos como “Pet Sematary”.

cjramone.com

26TERÇA

CUBANAA cantora Omara Portuondo apre-

senta a turnê com músicas de seu primeiro disco,

Magia Negra, de 1959. A cantora

também é conhe-cida pelo filme

Buena Vista Social Club.

teatrobradesco.com.br

30SÁBADO

PARA LEREntre 22 e 31 de agosto, amantes da literatura vão debulhar em São Paulo. A 23ª Bie-nal Internacional do Livro aconte-cerá no pavilhão

de exposições do Anhembi com 480 expositores.

bienaldolivrosp.com.br

22SEXTA

também podem ser aguardadas pelo público. O show será no HSBC Brasil, com ingressos a partir de R$ 40.hsbcbrasil.com.br

Blindtext fürDominic Thiem

THE RED BULLETIN 85

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Um pouco de areiaé sempre bomO torneio de golfe King of the Greens conta com atletas de outros esportes. Ano passado, em Londres, as estrelas da disputa foram o snowboarder Ben Kilner (da Escócia) e o es-quiador de estilo livre PK Hunder (da Noruega), que na foto está dando uma bela tacada cha-mada “bunker” – captada com perfeição pelo fotógrafo Lorenz Holder.

A tacada bunker é muito simples: você não pode acertar a bola.Antiga sabedoria do golfe

A PRÓXIMA EDIÇÃO DO RED BULLETIN SAI NO DIA 13 DE AGOSTO

MOMENTO MÁGICO

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