13
TIKVÁ BOLETIM INFORMATIVO DA COMUNIDADE ISRAELITA DE LISBOA Nº 57 | 6º Ano Fevereiro / Março de 2006 Shevat / Adar 5766 O Massacre dos Judeus em Lisboa 500 ANOS 1506 2006

Tikvá nº 57, 6º ano

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Tikvá nº 57, 6º ano

TIKVÁBOLETIM INFORMATIVO DA COMUNIDADE ISRAELITA DE LISBOA N º 5 7 | 6 º A n o

F e v e r e i r o / M a r ç o d e 2 0 0 6S h e v a t / A d a r 5 7 6 6

OO MMaassssaaccrree ddooss JJuuddeeuuss eemm LLiissbbooaa500ANOS1506 2006

Page 2: Tikvá nº 57, 6º ano

Mais um ano do nosso Tikvá commuito o que contar!

Esta edição de nº 57 poderia ter comodestaque o facto de marcar o 6º ani-versário desta publicação, facto que nosenche de muita alegria e orgulho. Porémcom tantos acontecimentos ocorridos nanossa CIL e no mundo neste últimos 2meses e a considerar ser esta uma épocade várias celebrações no nosso calendáriojudaico, ficou-nos até um bocado difícil dedefinir um foco central e que talvez pu-déssemos considerar "mais importante".O resultado disto, esperamos ter sido apublicação de uma edição recheada detemas importantes e interessantes e decerteza quem ganhará com isto são osnossos queridos leitores que aguardamcom ansiedade agora bimestralmente achegada do nosso Boletim Tikvá. No entanto, pelo significado e peso histó-rico na história do judaísmo em Portugal,na Península Ibérica e até no mundo e pormarcar 500 anos do seu trágico aconteci-mento, acreditamos que o MASSACREDOS JUDEUS EM LISBOA DE 1506, se-ja um tema e uma data digna de maior re-gisto nesta edição que traz também a ale-gria das recentes celebrações de TU BISH-VAT e PURIM na CIL, o importante mo-mento da assinatura do protocolo entre aCIL e a AJC (American Jewish Committee)também ocorrido recentemente em Lis-boa e muitos outros a destacar.Traz também o lamentável e covarde as-sassinato do jovem Ilan Halimi em Fran-ça, facto que só nos torna mais preocupa-dos com o crescente recrudescimento doanti-semitismo naquele país e na Europae finalmente esta edição comemorativatraz a todos o nosso compromisso com aspróximas grandes celebrações judaicasque iniciam com a sagrada lembrança dasaída do povo Judeu no Egipto e as outrastambém importantes que se seguirão.

Parabéns Tikvá! Que tenhas uma longa vida!PESSACH SAMEACH UCASHER a todos!

Marcos PristDirector Executivo CIL

E D I T O R I A L

Finanças da ComunidadeRespostas a algumas questõesEstamos próximos da realização de mais uma Assem-bleia Geral da CIL, momento em que finalmente eapós um grande empenho e trabalho realizado aolongo destas 2 últimas gestões, serão aprovadas deforma histórica e inédita as contas do exercício ante-rior de 2005, absolutamente dentro do prazo estatu-tariamente definido. Não menos inédita será a apre-sentação do Orçamento para o exercício de 2006, so-licitação esta de alguns dos nossos correligionários eque teremos agora a satisfação de atender sempre daforma mais clara e transparente possível, forma estapela qual tem sido pautado o nosso trabalho nestaárea financeira e em todas as outras. Entretanto apesar de este facto ser motivo de grandeimportância e satisfação o mesmo não faz com quediminua a nossa constante preocupação no que tocaa actual "saúde financeira" da nossa Comunidade e àsua perspectiva futura, este sim o grande objectivo edesafio que enfrentamos nesta área. Estou convicto que, grande parte dos membros destaComunidade, desconhecem em absoluto as caracterís-ticas dos fundos e da gestão financeira da mesma.Será que as quotas que os sócios pagam são capazesde suportar a vida que hoje temos na Comunidade?As páginas do Tikvá não são propriamente o melhorenquadramento para responder a esta pergunta deforma detalhada.Mas gostaria de aproveitar esta oportunidade, antesda Assembleia Geral, na qual a Direcção esclareceráos presentes de todos os detalhes relativamente aesta questão para, pelo menos, vos esclarecer queactualmente o valor das quotas dos sócios da CIL pa-ga somente uma percentagem (cerca de 26%) dasnossas despesas.Então como sobrevivemos? Pela simples razão de quehá pessoas que valorizaram e valorizam a existênciadesta Comunidade viva, a tal ponto que foram e sãocapazes de deixar parte significativa dos seus bens àmesma, como felizmente e quase que por milagreainda continua a ocorrer. Quanto tempo vamos poder viver este milagre de so-brevivência? Será que a solução é fecharmos a Sedee não termos quaisquer tipo de actividades para po-dermos manter exclusivamente abertos, o Cemitérioe a Sinagoga com os € que os sócios nos pagam?Um dia a Comunidade vai, toda junta, ter de tomaruma decisão.

Ronald BrodheimVice-Presidente da CIL

2 Tikvá 57 • Fevereiro/Março

FICHA TÉCNICA Director Esther Mucznik Chefede Redacção Marcos Prist Colaboradores CamilaWelikson, Diana Ettner, Gabriel Steinhardt,Henrique Ettner, Nuno Martins e Samuel LevyConcepção e produção gráfica Raimundo Santos

C A R T A S R E C E B I D A S

Tikvá 57 • Fevereiro/Março 3

Prezados Leitores e Assinantes lembramos que desde a edição de nº 52, o nosso Boletim Tikvá passou a ser publicado com peridiocidade bimestral

Anuncie no TikváJÁ SÃO MAIS DE 50 EDIÇÕES PUBLICADAS ! MAIS DE 400 FAMILIAS E ENTIDADES

RECEBEM A NOSSA PRINCIPAL PUBLICAÇÃO, QUE ATINGE UM UNIVERSO DE MAIS DE 2 000 LEITORES EM TODO O MUNDO !

TIPO DE ANÚNCIO Nº DE EDIÇÕES TAMANHO COR PREÇO

Contra Capa 6 17 x 25 cm 4X0 (colorido) 1.800,00 €Verso da Capa 6 17 x 25 cm 4X0 (colorido) 1.600,00 €

Verso da Contra Capa 6 17 x 25 cm 4X0 (colorido) 1.400,00 €Página Inteira 6 17 x 25 cm 4X0 (colorido) 1.200,00 €

1/2 Página 6 17 x 10 cm 4X0 (colorido) 600,00 €Anúncio Padrão 6 16 x 4 cm 4X0 (colorido) 400,00 €

VISITE O SITE OFICIAL DA CIL ! JÁ RECEBEMOS QUASE

30.000 VISITAS !Faça o seu registo e dê a sua opinião !

www.cilisboa.org

Page 3: Tikvá nº 57, 6º ano

E S P E C I A L

V ai fazer exactamente 500anos, nos dias 19, 20 e 21

de Abril, que um cataclismo seabateu sobre Lisboa. Durantetrês dias, em nome de um fana-tismo sanguinário, entre 2 a 4mil pessoas - segundo os cro-nistas da época - perderam avida numa matança sem prece-dentes em Portugal.Como vozes que teimam ememergir de entre a poeira daHistória, cronistas como Da-

mião de Góis e Samuel Usquedeixaram relatos detalhadosdos mot ins sangrentos.Contam os testemunhos quetudo terá começado na Baixa,no dia 19 de Abril de 1506, umdomingo, na Igreja de São Do-mingos, quando alguém gritouter visto o rosto do Cristo cru-cificado iluminar-se inexplica-velmente no altar. Em redor,gente que rezava pelo fim daseca prolongada que grassava

pelo país clamou que era mi-lagre. Entre eles, um cristão-novo (judeu convertido à for-ça) terá tentado explicar que aluz que emanava do crucifixoera apenas um reflexo de umraio de sol que entrava poruma fresta. Terão sido as suasúlt imas palavras. Arrastadopara a rua, o marrano e umirmão seu foram espancadosaté à morte. Os seus corposmutilados foram arrastados pa-ra o Rossio e queimados emfrente dos Estaus - onde déca-das depois foi instalada a In-quisição. Eles eram apenas osprimeiros de entre os milharesde mortos - anussim, judeusportugueses, homens, mul-heres e crianças, assassinadosem três dias sangrentos.Incitada por frades dominica-nos, a multidão que entretantose aglomerara decide partir emdirecção da Judiaria, gritando"morte aos judeus" e "morramos hereges". As incompreensí-veis cenas de violência que sederam a seguir fazem parte deum pedaço da história de Por-tugal que a História resolveuesquecer.

Texto adaptado

do blogue Rua da Judiaria

A matança que ocorreu lá, emLisboa:

Estando eu fora da cidade, conta-ram-me dias depois ao regressarque os dois não podem ser com-parados, tendo em comum apenasa crueldade e a extrema dor1. Oque me contou um ancião é o quea seguir relato.Na noite de Páscoaos cristãos encontraram marra-nos2 sentados à mesa com pãoázimo e ervas amargas, seguindoos rituais da Páscoa, e trouxeram-nos perante o rei, que ordenouque fossem eles encarcerados naprisão até que a sentença fossedeterminada. Naquela altura ha-via fome e seca pelo reino, e oscristãos juntaram-se e disseram:"Porque faz o Senhor isto a nós eà nossa terra senão por causa daculpa dos judeus?" E as suas pala-vras foram ouvidas pela Ordemdos Pregadores também chama-dos Dominicanos, que se concen-traram em encontrar um ardil comque ajudar os cristãos. Então umdeles levantou-se na sua casa deoração e pregou palavras ásperase amargas contra a semente deIsrael. E eles planearam um artifí-cio e fizeram um crucifixo oco comuma abertura atrás, e vidro nafrente, e por lá passavam uma ve-la, dizendo que a chama emergiado crucifixo, enquanto o povo seprostrava e gritava: "Vede o gran-de milagre! Este é um sinal de queDeus julga pelo fogo toda a se-mente de Israel!"Um marrano foi lá que não ouviraestas palavras e, na sua inocên-cia, disse: "Era melhor que fosseum milagre de água e não de fo-go, pois com a seca é de águaque precisamos!"Os cristãos, cujos desígnios eramfunestos, levantaram-se e disse-ram: "Olhai, que zomba ele denós!" A multidão de imediato o pe-gou e matou. Quando o seu irmãoouviu, veio e disse: "Infortúnio, ai

meu irmão, quem te matou?" Eum de entre a multidão ergueu aespada, cortou-lhe a cabeça e aatirou sobre o corpo do irmão. De-pois disto todos os frades se le-vantaram levando consigo os pausde Jesus Cristo3. Foram eles pelasruas da cidade e proclamaram:"Quem matar algum da sementede Israel terá 100 dias de absolvi-ção no mundo vindouro!" E deentre a multidão surgiram homensarmados de espadas e durantetrês dias mataram quatro mil al-mas. Arrastavam e traziam para arua os corpos para os queimar.Mulheres grávidas foram atiradasdas janelas, os seus corpos recebi-dos pelas pontas das lanças, os fe-tos caindo a muitos pés de distân-cia. E outras crueldades semel-hantes e abominações que nãoquero aqui contar.Aos magistrados de Lisboa não sepode culpar, nem aos seus nobrese líderes, porque tudo isto foi feitoapesar deles. Eles próprios foramtentar salvar judeus, mas porcausa do tamanho da multidãonão o puderam fazer, pois quaselhes puseram as mãos neles tam-bém, e eles tiveram de fugir parasalvar as próprias vidas."

Salomão Ibn Verga

in Sefer Shebet Yehudah, Livro do Ceptro de

Judá, escrito em Portugal pouco depois do

massacre de Lisboa mas publicado apenas

em 1550, em Constantinopla, pelo seu filho,

Yosef Ibn Verga.

1 Salomão Ibn Verga alude aqui aos dois

massacres: o ocorrido dentro de Lisboa e

o subsequente que se alastrou pelas

áreas rurais circundantes.

2 "Anussim" no hebraico original do tex-

to, expressão que literalmente quer dizer

"os forçados". Termo aplicado aos judeus

portugueses forçados a converter-se ao

catolicismo.

3 referência pejorativa aos crucifixos.

(texto traduzido do original hebraico)

Associação Portuguesa de Estudos Judaicos

SESSÃO COMEMORATIVA DO

CENTENÁRIO DA MATANÇA DOS CRISTÃOS NOVOS DE LISBOA

Sábado 29 de Abril, 21h | Hotel Tivoli

Com a participação de:• Prof. Yoseph Kaplan da Universidade Hebraica de Jerusalém

"O Massacre dos Judeus de Lisboa de 1506"

• Prof. Elvira Mea da Universidade do Porto"O Tempo do Engano: 1496-1550"

• Richard Zimler - Escritor"O Pogrom de Lisboa no olhar de um escritor"

O Kaddish de Ravel será interpretado ao violino pelo Maestro Max Rabinovitch

COLOCAÇÃO DE UM MEMORIAL NO LARGO DE S. DOMINGOS

A CIL solicitou ao Sr. Presidente

da Câmara de Lisboa a colocação

de um memorial às vítimas

do massacre de 1506,

no Largo de S. Domingos.

Aguardamos com expectativa

uma resposta positiva.

4 Tikvá 57 • Fevereiro/Março

500 anos 1506-2006

O MASSACRE DE LISBOA

Tikvá 57 • Fevereiro/Março 5

Testemunho deSalomão Ibn Verga Von dem Christeliche/Streyt,

kürtzlich geschehe/jm.M.CCCCC.vj Jar zuLissbona/ein haubt stat inPortigal zwischen en christenund newen chri/sten oder juden , von wegen des gecreutzigisten [sic] got."

Panfleto anónimo, impresso naAlemanha (presumivelmente pou-cos meses depois do massacre deLisboa). O "progrom" de 1506contra os judeus de Lisboa é des-crito em detalhe e as matançascontadas ao pormenor. A gravurado frontispício mostra os corposmutilados e envoltos em chamasde dois judeus portugueses, doisirmãos, os primeiros a morrernum massacre que vitimou maisde 4 mil pessoas.

(Gravura reproduzida aqui a partir de uma

cópia gentilmente cedida pelo Hebrew Union

College. O original, encontra-se na Houghton

Library, Harvard University)

Posted by Nuno Guerreiro arquivado em

História, Anti-semitismo, Judeus Portu-

gueses, Kaddish

Page 4: Tikvá nº 57, 6º ano

6 Tikvá 57 • Fevereiro/Março Tikvá 57 • Fevereiro/Março 7

A C O N T E C E U N A C I L

A Shoah evocada noparlamentoportuguês

P ela primeira vez na suahistória, o parlamento por-

tuguês prestou uma homenagemà memória das vítimas do Holo-causto, no passado dia 27 deJaneiro, data comemorativa dodia em que foi libertado o campode extermínio de Auschwitz,pelas tropas soviéticas, no anode 1945. Este dia foi proclamado,pelas Nações Unidas, dia dememória e de homenagem às ví-timas do Holocausto e a Assem-bleia da República portuguesadecidiu, por proposta da CIL, as-sociar-se a essa comemoraçãomundial. Sob a presidência doDr. Jaime Gama, Presidente daAR, os representantes de todosos grupos parlamentarestomaram a palavra evocando oHolocausto e frisando a necessi-

dade de não esquecer. O mo-mento mais simbólico teve lugarno final da sessão com o hemici-clo todo de pé num minuto desilêncio em homenagem às víti-mas do Holocausto.Antes do início da sessão foi inau-gurada no edifício do parlamento,uma exposição da autoria da di-plomata Manuela Franco, dedica-da à acção de Aristides de SousaMendes, o cônsul português queem 1940 salvou muitas vidas dasgarras de Hitler.

V iena é uma comunidade decerca de 14.000 membros,

com quatro Sinagogas, quatro-centos jovens, quatro escolas, doiscemitérios e vários Rabinos. Foi oEstado Austríaco que financiou a100% a reconstrução da maiorSinagoga de Viena na Seitenstet-tengasse, assim como o museu eoutros memoriais lembrando osterríveis tempos da II GuerraMundial e, também, em home-nagem a Mahler, Jung, Freud etc.Em Erev Shabat, a Sinagoga, quetambém tem duas galerias para assenhoras, estava cheia, mas semjovens. Shabat a mesma coisa.

Curiosidade: a Teba está junto aoEhal que contém 18 Livros Sagra-dos, alguns muito antigos (Idademédia). Sábado à tarde visitámos Vienaantiga, os dois museus Judaicos,um dos quais contém os vestígiosde uma Sinagoga do século XII. Ànoite jantámos na enorme biblio-teca de Viena, um autêntico mu-seu, com livros do século XV atéao século XX todos com folhas depapel em algodão. A Assembleia-geral reuniu representantes de 41comunidades, da Rússia, a maiorparte dos Países da Europa de Les-te e UE. A abertura contou com a

presença da Comissária dos As-suntos Externos, a Sra. Benita Fer-rero Waldner, que falou muito cla-ramente da posição da UE sobre oanti-semitismo, o anti-sionismo, aquestão do Irão e da recente elei-ção do Hamas. Foi votada a próxi-ma eleição de um novo 'Board ofGovernors' em substituição do ac-tual. A EJC (European JewishCongress é um braço europeu doWorld Jewish Congress).A confra-ternização foi grande e inteirámo-nos todos dos problemas respecti-vos das nossas comunidades.

José Oulman Carp

Jantar inter-religioso no Rotary Clube de Lisboa

No passado dia 1 de Março, tevelugar um jantar do Rotary, no Ho-tel Meridien, no qual estiveram re-presentadas as diferentes comu-nidades religiosas em Portugal, -bahai, budista, evangélica, hindu,islâmica, israelita, assim como aigreja católica. Um representantede cada confissão religiosa usouda palavra, num ambiente geralde agradável confraternização.

Visita de Solidariedade

No passado dia18 de Feverei-ro a CIL rece-beu na sua Si-nagoga a visitado Dr. José Ri-beiro e Castro -Presidente doCDS/PP (Cen-tro Democrático Social - PartidoPopular) em sinal de repúdio pelasrecentes declarações negacionis-tas do Embaixador do Irão emPortugal sobre o Holocausto e emsolidariedade com a ComunidadeJudaica Portuguesa.

Presidente da CIL na Assembleia Geral do

Congresso Judaico Europeu

Mais uma vez, conforme tam-bém ocorreu no ano passa-

do, a tarde de Inverno foi abençoa-da com um sol maravilhoso e umatemperatura muito agradável quesempre combinam muito bem como belíssimo espaço do nosso Mac-cabi Country Club. Também umespírito jovial de participação e deintegração das pessoas das distin-tas faixas etárias, marcaram maisuma vez o passado dia 12 de Feve-reiro, quando dezenas de pessoasestiveram reunidas para momen-tos muito divertidos e de grandeconfraternização para a comemo-ração de mais um TU BISHVAT daCIL. O programa teve como atrac-ção principal uma grande "Gincana

de bases", com várias actividadessimultâneas, coordenadas pelosmadrichim do Dor Chadash, ondeadultos, jovens e crianças juntos edistribuídos em vários grupos tive-ram de "enfrentar" os desafios dasvárias tarefas distintas alusivas àdata e outras de diversão e entre-tenimento. Todos os grupos parti-ciparam com muito empenho ecumpriram com espírito de muitaunião e desportividade todas as ta-refas. Seguiu-se então o tradicio-nal momento da plantação quandoo nosso Maccabi ganhou duas no-vas árvores e várias outras belasplantinhas semeadas pelas nos-sas crianças. Antes do deliciosolanche característico desta data,

houve tempo ainda para a entre-ga do prémio ao melhor grupo datarde e para o vencedor doConcurso de Cestas de Frutas queneste ano foi a nossa querida Es-ther (Teté) Ruah. Para fechar atarde uma grande harkadá - rodade danças folclóricas de Israel, di-rigida pela Lilian Prist.

Mais fotos desta festa podem ser vis-

tas em http://www.cilisboa.org/ac-

tivities.htm

Grupo NDS de Israel em Lisboa

Em cada um dos dias 21, 22 e 23 de Março reali-zaram-se, na nossa Sinagoga ofícios de Shaharitcom a participação de cerca 40 pessoas. Tratava-se de pessoas que participavam na reunião dogrupo inglês de alta tecnologia NDS (telecomuni-cações por satélite) que se realizou em Lisboanesses dias. O grupo emprega cerca de 3.000 pes-soas, das quais 800 em Israel e organiza estasreuniões cada 2 anos em cidades diferentes (o

ano passado em Barcelona). De cada vez vêm10% dos efectivos de cada delegação. Portanto, deIsrael, vieram 80 pessoas. Afim de providencia-rem refeições casher aos delegados, contrataramuma empresa de catering israelita que, trouxe tu-do (equipamento de cozinha em contentores comum mês de antecedência e ainda os cozinheiros) ea supervisão de casherut foi feita pela D. Sara Pa-sh que veio propositadamente para o efeito. Todosos delegados puderam, assim, ter as suas refei-ções casher no Hotel Meridien de Lisboa.Samuel Levy

Tu Bishvat na CIL

Page 5: Tikvá nº 57, 6º ano

A C O N T E C E U N A C I L

8 Tikvá 57 • Fevereiro/Março Tikvá 57 • Fevereiro/Março 9

N os dias 10 e 11 de Março, es-teve em Portugal uma dele-

gação de alto nível do AmericanJewish Committee (AJC), conduzi-da pelo seu Director Executivo, Mr.David Harris e pelo Director paraos Assuntos Internacionais, Mr. Ja-son Isaacson, com vista a assinarum protocolo de cooperação com aComunidade Judaica Portuguesa.A assinatura do Acordo teve lugarnum jantar organizado pela CIL,no restaurante Tágide, em Lisboa,na presença de cerca de sessentacorreligionários e da delegaçãoque integrou também a mulher deDavid Harris, Giulietta e MartaMucznik, do Gabinete de Bruxelas.Depois da intervenção inicial deboas vindas de José Oulman Carp,

Presidente da CIL, tomou a palavrao Director Executivo do AJC, queapresentou a organização america-na e explicou os termos do acordo,enfatizando a importância da uni-dade do mundo judaico. Em signifi-cativa e comovente nota pessoal,David Harris lembrou que a suamãe, originária da Alemanha, foi

uma das muitas refugiadas quenos anos 40 passaram por Portu-gal, a caminho dos EUA, tinhaentão 18 anos. Ao saber que o seufilho vinha a Portugal, ela pediu-lheque, em seu nome, agradecesse aopovo português a hospitalidadeque lhe salvou a vida. O AJC aproveitou a ocasião parase avistar com altas individuali-dades do Estado e do Governoportuguês, nomeadamente com oPrimeiro-ministro, José Sócratesque o recebeu, em conjunto comos representantes da CIL, duranteperto de uma hora. Foi tambémrecebido pelo Embaixador de Is-rael, Aron Ram e pela Ministra-Conselheira da Embaixada ameri-cana, Adrienne O'Neal. Realizou-se igualmente um encontro comcerca de 20 intelectuais, académi-cos e jornalistas portugueses parauma troca de impressões sobrequestões da actual situação inter-nacional, que hoje estão na ordemdo dia das relações transatlânti-cas, nomeadamente, o perigocausado pelas ambições nuclearesdo Irão e os novos desenvolvi-mentos no Médio-Oriente, emparticular no processo de paz is-raelo-palestiniano.

Acordo de Cooperaçãoentre a CIL e o American Jewish Committee

Quem é o AmericanJewish CommitteO American Jewish Committee(AJC) foi criado em 1906 por umpequeno grupo de judeus ameri-canos, preocupados com a situa-ção das populações judaicas daRússia, vítimas de pogroms e per-seguições de todo o tipo. Logonessa época, esse grupo chegou àconclusão de que para proteger osjudeus não só na Rússia, comoem todo o mundo, a melhor formaseria de contribuir para um mun-do no qual todos os povos teriamdireito ao respeito e à dignidade.Cem anos depois, essa missãofundadora continua a guiar os es-forços do AJC para promover so-ciedades democráticas e pluralis-

tas, onde todas as minorias se-jam respeitadas. Para além dasua sede em Nova Iorque e emWashington, esta última mais vi-rada para os assuntos internacio-nais, o AJC tem 33 delegaçõesnos E.U.A e 18 espalhados pelomundo. A sua acção centra-se es-sencialmente em torno dos se-guintes objectivos:• Combate ao anti-semitismo e atodas formas de fanatismo• Promoção do pluralismo e dosvalores cívicos• Protecção dos direitos humanose combate à sua violação• Defesa do direito de Israel a vi-ver em paz e segurança com osseus vizinhos• Salvaguardar e reforçar a vidajudaica

C erca de 120 pessoas, esti-veram reunidas na sede

do nosso Maccab i CountryClub, no passado dia 12 deMarço para comemorar a tradi-cional Festa de Purim do DorChadash. O dia muito agradá-vel e ensolarado, que já anun-ciava a chegada da Primavera,teve início no campo de futebolcom a apresentação da peçateatral alusiva a Purim encena-da pelas crianças do movimen-to juvenil. A seguir o Grupo deDanças Hamaccabi, sob a co-reografia de Lilian Prist, apre-sentou 3 belas danças. Se-guiu-se, de forma muita alegree intensa, o tradicional baile econcurso de máscaras, no qualconcorreram cerca de 40 can-d idatos , com prémios en-tregues para várias categorias.Para fechar o dia um grandelanche com dire i to a OzneiAman e outras delícias prepa-

radas com carinho pela queri-da Bekinha Assor. No dia se-guinte, à noite, após o Taanit(jejum) de Esther, teve lugarna nossa Sinagoga a Leitura daMeguilat Esther que contoutambém com a presença dedezenas de pessoas que vie-ram mais uma vez testemun-har o relato de Purim e repu-gnar o nome do maquiavélicoministro da Pérsia que tentouaniquilar o nosso povo.

5766 na CILFesta de Purim no Dor Chadash

Page 6: Tikvá nº 57, 6º ano

Terça-feira, 14 de Fevereiro de 2006

O uvi a triste notícia na rádio,quando ia a caminho da She-

hunat Hatikva, um dos últimos re-dutos da vivência iemenita castiça,na cidade, onde esta manhã eu tin-ha um encontro.Todos a conheciam como cantora na-cional, com sua inconfundível voz dealto, com a sua pronúncia impecávelda língua hebraica, que os profes-sores, incapazes de a imitar, aponta-vam aos alunos como a verdadeirapronúncia da nossa língua. Eram osseus "ayin" guturais, os "het" pala-tais, segundo os especialistas, os ver-dadeiros sons desses fonemas, naprimitiva língua hebraica. Shoshananasceu em 1923, na cidade de Da-mar, no Iémen. Daí lhe vinha tam-bém o nome de família.Tinha apenas um ano de idade quan-do a família teve que fugir das perse-guições dos árabes para o então ter-ritório do Mandato Britânico na Pales-tina. Contava a Shoshana que só porum milagre ela chegou viva a EretsIsrael. Durante a longa e atribuladacaminhada de Damar para Aden, elaadoeceu gravemente. A mãe dela,que tinha muitos filhos, dificilmentepodia tratar dela. Sem médicos, semmedicamentos, a não ser as famosase tradicionais curas caseiras das mul-heres iemenitas, todas pensavamque iria morrer durante a viagem. Foiisso que as outras aconselhavam àmãe dela. "Para que a levas?. Preci-sas de todas as tuas forças para tra-tar das outras crianças. Esta só temum ano. Não vai resistir. Deixa-a ficaraqui." A mãe não teve coragem paraa abandonar em Aden. Trouxe-a jun-tamente com os irmãos, cuidou delacomo pode, e Shoshana viveu ainda82 anos. Foi premiada com o "Prémiode Israel", o mais alto galardão deum país que não tem ainda condeco-rações, em reconhecimento do muitoque fez pela Pátria dos judeus.Ainda

em garota cantava com a mãe emcasamentos e outras festas. Depoisestudou canto e arte dramática. Masnão foi só na música que ela contri-buiu para o esforço comum dos fun-dadores do Estado de Israel.Um dia o poeta Moshe Wilenski es-creveu para ela uma canção sobreas papoilas - "Calaniot".Para essa canção, na voz de ShoshanaDamari, estava reservado um papelimportante na história da independên-cia de Israel. Ela cantava num localnocturno, nas traseiras do qual a Ha-ganá - a milícia armada da resistênciajudaica contra as tropas mandatárias -tinha um esconderijo secreto.Os soldados ingleses tinham comomissão localizar todos os esconde-rijos secretos da resistência e pren-der os conspiradores. Os soldadosusavam então boinas vermelhas,da cor das papoilas.Quando eles entravam no local ondeShoshana cantava, ela terminava ra-pidamente a canção que estava a

cantar e mudava logo para a mais fa-mosa, "Calaniot", com todo o volumeque a sua potente voz lhe permitia.Essa era a senha para os conspira-dores esconderem rapidamente tudoquanto os pudesse denunciar, antesque os "boinas vermelhas" se lem-brassem de fazer uma busca por de-trás dos bastidores. Para os israelitasde então, "Calaniot" e a ShoshanaDamari foram um símbolo da resis-tência, que se transmitiu para as ge-rações seguintes. Esta manhã, era acanção mais ouvida em todas as es-tações de rádio. Que sua alma ditosagoze da vida eterna.P.S: Milhares de pessoas desfilaramperante o féretro da diva exposto noátrio, profusamente decorado compapoilas, do teatro HaCamery, emTelavive. Shoshana foi sepultada noCemitério Velho da Rua Trumpel-dor, em pleno centro desta cidade,fundada há apenas 97 anos.

Inácio Steinhardt

I S R A E L E M F O C O

Muito se criticaram os serviçossecretos de Israel por não te-

rem previsto atempadamente avitória eleitoral do Hamas nas elei-ções do passado mês de Janeiro.Quanto a mim, nada mais injusto.Pelo contrário, quer-me parecerque o próprio Hamas não previunem desejou vir a ter maioria noParlamento e muito menos formaro novo governo da Autoridade Pa-lestiniana. Por estranho que pare-ça, esta situação é-lhe extrema-mente incómoda: afinal, na oposi-ção, era mais fácil criticar o Fatahpor ser corrupto e ineficaz, vanglo-riando-se orgulhosamente dos"heróis do suicídio" e da violênciaverbal sem contenção. Ainda ten-tou uma coligação mas, entre serminoria governamental e poder cri-ticar livremente de fora, o Fatahoptou aparentemente pela segun-da hipótese. O Hamas vê-se assimna difícil posição de ter de assumirposições responsáveis e oficiais emnome do povo da Palestina. Osárabes cristão e os muçulmanos li-berais temem que a região se "fun-damentalize" numa segundaTeerão. A União Europeia e, princi-palmente, os Americanos, pressio-nam com o corte dos fundos, indis-pensáveis para a continuação doapoio popular, se o Hamas não seretratar de algumas acções e posi-ções mais extremistas. E o governoprovisório de Israel faz a única coi-sa que pode fazer, por muito queprovavelmente o lamente: cortatambém os fundos monetários deapoio (uma forma óbvia de exercer

pressão) e declara que, enquanto oHamas não reconhecer o Estado deIsrael e não alterar na sua Carta asdeclarações bélicas que preconi-zam a sua destruição... não há par-ceiro para negociações de paz. Eno Hamas começam a aparecer osprimeiríssimos sinais de cisão. Unsque não vão mudar nunca a suaposição radical; outros que vão di-zendo que, afinal, Israel é mesmoum facto inegável - e por isso ostextos da Carta acabam por não fa-zer sentido - e a alguns judeus atéserá permitido ficar em Israel.Seja como for, fica-se com a de-sagradável impressão que entrea vitória do Hamas e o desapare-cimento de Ariel Sharon (por oraapenas da cena política) a luz aofundo do túnel da paz parece ca-da vez mais ténue. É com pena que observamos que agrande oportunidade que pareceter sido criada com a fundação dopartido sharonista Kadima, e a

eminente eleição neste mês deMarço de Ehud Olmert para o cargode primeiro-ministro, possa não vira ser tão bem aproveitada quantoseria de esperar se se mantivesseo status quo israelo-palestiniano.Tudo leva a crer que o Kadima, ho-je liderado por Olmart - considera-do moderado e competente masbem menos carismático do queSharon - ganhe as eleições comuma maioria relativa mas confortá-vel. Os eventuais parceiros de coli-gação poderão vir a ser o PartidoTrabalhista e outro pequeno parti-do de esquerda, mantendo assimde fora do centro de decisão ospartidos religiosos, os ultranacio-nalistas e o Likud de Benjamim Ne-thaniahu. O slogan eleitoral desteúltimo, "Forte contra o Hamas",que só pode ser interpretado comoum bater de porta, até pode estarcerto, mas certamente que não le-vará a negociações de paz nospróximos quatro anos. Vamos prever que os fundos Eu-

ropeus, americanos e outros vãoacabar por chegar, de uma formaou de outra, às mãos do Hamas.Vamos prever que o Hamas iráevitar nos próximos tempos que oseu nome seja associado a actosde sangue e terror. Infelizmente, éprovável que o Fatah volte a assu-mir esse papel, e caso contrário,não vai faltar quem o faça. Vamosprever que, mais tarde ou mais ce-do, com mais ou menos segredo,alguém em Israel se vai sentar nu-ma mesa de negociações com al-guém do Hamas. Mas para quepossamos comer os frutos que nofinal de 2005 pareciam estar a fi-car maduros, teremos antes maisde rezar com fervor e optimismo,cada um ao seu Deus claro, poruma reviravolta na mentalidade doHamas e porque os resultados daseleições de um lado sejam tão po-sitivos como os resultados daseleições do outro.

Gabriel Steinhardt

10 Tikvá 57 • Fevereiro/Março Tikvá 57 • Fevereiro/Março 11

TecnologiaIsraelitaNo dia 20 de Fevereiro às 20h, o'Jornal da Noite' da SIC foi para oar num novo estúdio, emolduradopor paredes de croma e câmarascom sensores de infravermelhos,de forma a permitir a criação decenários virtuais. Assim, onde àvista desarmada parece existiruma parede verde, em casa o es-

pectador vêo globo ter-restre a 3dimensões,uma mega-r e d a c ç ã o

de 2000 m2 ou, em resumo, oque os produtores quiserem queas pessoas vejam. Note-se que narealidade o estúdio tem 165 m2 etoda esta tecnologia é Israelita.

Fonte: Newsletter da Embaixada de Israel

DAS ELEIÇÕESDE UM LADOE DO OUTROArtigo escrito em Fevereiro

A Dama das Papoilas

Shoshana Damari faleceu hoje em Tel Aviv.Essa que fez de mim Judeu ErranteDo espírito, a torrente caudalosa,Dos vendavais irmã tempestuosa,- Trago-a em mim vermelha, triunfante!No meu sangue rubis correm dispersos:- Chamas subindo ao alto nos meus versos,Papoilas nos meus lábios e florir!

Florbela Espanca, "Mocidade"

Page 7: Tikvá nº 57, 6º ano

A C O N T E C E U N O M U N D O

Programa Belga de indemnização

"Solidarité 3000"

Pagamento global pela Bélgica para sobreviventes da Shoah

No âmbito do programa belga de indemnização "Solidarité 3000",requerimentos até EUR 3.000, se o requerente tiver sido persegui-do por causa de sua descendência judaica e puder comprovar queresidiu na Bélgica em algum momento entre o 1° de Maio de 1940até o fim da ocupação nacional-socialista, e não tiver recebido pa-gamentos de indemnização da Bélgica e/ou por causa da Lei daRestituição da República da Alemanha, ou tiver recebido apenaspagamentos de menos de EUR 3.000, - através destes programas.O pagamento será no máximo de EUR 3.000 - dependendo, sehouver indemnizações anteriores da Bélgica e/ou da Alemanha.Formulários em francês e holandês, assim como demais informa-ções poderão ser obtidos na:Fondation du Judaïsme de Belgique - Avenue Drucpétiaux 68B-1060 Bruxelles (Tel. +32-2-538 45 00/Fax: +32-2-534 30 32)Os formulários de requerimento, com ajuda de tradução paraalemão e inglês, podem ser encontrados também na página elec-trónica da Anlaufstelle der Israelitischen Kultusgemeinde Wien -www.restitution.or.at

Os Judeus no mundoDe acordo com novos dados publicados pelo Professor Sérgiode la Pérgola, da Universidade Hebraica de Jerusalém, o nú-mero de judeus a viver em Israel e no resto do mundo atingeos 13 milhões. Eram 12.645 milhões em 1970. Actualmentevivem 7.755 milhões de judeus fora de Israel, este númeroera de 10 millhões en 1970.

Fonte - Universidade Hebraica de Jerusalém - Professor Sérgio de la Pérgola. - Fevereiro 2006

A 26 de Fevereiro, 200 mil pes-soas respondendo ao apelo

de várias organizações judaicas eanti-racistas, manifestaram-se pe-las ruas de Paris em homenagem aIlan Halimi, um jovem de religiãojudaica de 23 anos, torturado du-rante mais de três semanas e as-sassinado por motivos raciais.Muitos políticos de destaque emFrança participaram na manifesta-ção, incluindo o ministro do inter-ior Nicolas Sarkozy, Simone Veil,ex-ministra da saúde, Lionel Jos-pin, ex-primeiro ministro, líderes

de grupos de direitos humanos,sindicatos, associações de estu-dantes, associações judaicas emuçulmanas. Ilan Halimi, vendedor numa lojade telemóveis em Paris, foi rapta-do por um "gang" auto denomina-do "Gang dos Bárbaros", chefiadopor Yusuf Fofana. Durante mais

de três semanas, Ilan foi mortal-mente torturado e humilhado, en-quanto o "gang" exigia à suafamília um resgate de 450 mil eu-ros, sob o pretexto de que "todosos judeus são ricos, e caso não osejam, a comunidade judaicaune-se para ajudar". Raptado àsaída do seu trabalho no dia 29 de

França sob o choque de crime anti-semita

12 Tikvá 57 • Fevereiro/Março Tikvá 57 • Fevereiro/Março 13

Janeiro, Ilan Halimi foi encontra-do no dia 13 de Fevereiro agoni-zante, nu, algemado e com sinaisde queimaduras e golpes, numaestação de comboios da periferiada capital gaulesa. Segundo o ministro francês do In-terior, Nicolas Sarkozy, o crimepraticado contra o jovem judeufoi um "acto claramente racista eanti-semita", revelando que nolocal utilizado pelos sequestra-dores foram encontrados váriosdocumentos de carácter "islamis-ta e propaganda salafista". Detido

e torturado, durante todo o tem-po, na cave de um prédio social,todos os residentes do bairro,maioritariamente magrebinos,afirmaram à polícia que não sus-peitaram de nada. No entanto, apolícia deteve mais de 13 pes-soas, entre os quais o porteiro doprédio, todos acusados de cum-plicidade no rapto. Yusuf Fofana, estratega do rapto,refugiou-se na Costa do Marfim,mas foi localizado pela políciafrancesa, que entretanto emitiuum mandato de captura interna-cional, e aguarda a extradição.Poucos meses após os motinsque incendiaram a região pari-siense, consequência da morteacidental de dois assaltantes ma-grebinos que se refugiaram numposto de alta tensão, a comuni-dade muçulmana de França temeque seja intensificada a amálga-ma já bem patente na sociedadefrancesa, onde o islão, segundareligião de França, é frequente-mente associado a criminalidade,vandalismo e violência.PNN Portuguese News Network

País 1970 2005 %EUA 5,4 milhões 5,280 milhões -2%Israel 2,582 milhões 5,235 milhões + 103 %Rússia 808.000 235.000 - 71 %França 530.000 494.000 - 7 %GB 390.000 298.000 - 24%Canadá 286.000 372.000 + 30 %Alemanha 30.000 115.000 + 283 %Argentina 282.000 185.000 - 34 %Uzbequistão 103.000 5000 - 95 %Irão 72.000 11.000-20.000 - 85 %Ucrânia 777.000 84.000 - 89 %África do Sul 118.000 73.000 - 38 %Austrália 65.000 102.000 + 57 %

Ilan Halimi Z´L

No último sábado de Fevereirofoi dita uma ascabá em memó-ria do jovem Ilan Halimi. O Pre-sidente Chirac e o Primeiro-mi-nistro Villepin assistiram a umacerimónia que se realizou emsua memória na Sinagoga daRue de la Victoire, em Paris.

Page 8: Tikvá nº 57, 6º ano

14 Tikvá 57 • Fevereiro/Março Tikvá 57 • Fevereiro/Março 15

OS ASSASSINOSDA MEMÓRIAAbraham Lopes Cardozo Z´L: Mizmor le-David

C O N T A N D O A N O S S A H I S T Ó R I A

O rabino Abraham Lopes Car-dozo, hazzan emérito da Si-

nagoga Portuguesa de NovaIorque e reconhecido pelos seusesforços na preservação da músi-ca tradicional dos judeus portu-gueses da Diáspora, morreu napassada terça-feira, dia 21 de Fe-vereiro, aos 91 anos de idade.Lopes Cardozo faleceu num hos-pital de Manhattan, em NovaIorque. Abraham Lopes Cardoso

foi responsável pela conduçãomusical dos serviços litúrgicos dasinagoga portuguesa de Manhat-tan, Shearith Israel - a mais anti-ga sinagoga dos Estados Unidos,fundada em 1654 - entre 1946 e1984, altura em que se reformou.Nascido a 27 de Setembro de1914, o rabino Abraham LopesCardozo era descendente de umalonga linha de rabinos e músicosda comunidade de judeus portu-

gueses de Amsterdão. O seu bis-avô, o lendário rabino DavidLopes Cardozo (1808-1890), foi oúltimo líder espiritual da comuni-dade de Amsterdão a fazer ossermões de Shabbat integralmen-te em português. O pai do rabinoAbraham, Joseph Lopes Cardozo -morto no campo de concentraçãode Sobibor em 1943 -, era músi-co, foi maestro do coro de ra-pazes da Sinagoga Portuguesa de

Amsterdão e cantor du-rante o Santo Serviço(o nome ainda hoje da-do pelos judeus sefar-ditas holandeses à li-turgia de Shabbat).Abraham Lopes Cardo-zo prosseguiu a longatradição rabínica e mu-sical familiar, primeirona Sinagoga Portugue-sa de Amsterdão e pos-teriormente na Neder-landsch Portugeesch Is-

raelietsch Gemeente Zedek Ve-Shalom, a congregação de judeusportugueses de Paramaribo, Suri-name, nas Antilhas Holandesas, eem Nova Iorque, onde acabou porse fixar em 1946. Grande parte dasua família pereceu no Shoá. Em1940, quando o exército nazi in-vadiu a Holanda, Abraham LopesCardozo estava já no Suriname. Oseu irmão Arie Lopes Cardozo foicapturado em 1941, pouco tempo

antes dos seus pais e do seuirmão mais novo, Ies, deportadono dia do seu casamento, a 26 deMaio de 1943. Nenhum deles so-breviveu aos campos de extermí-nio. Reformado oficialmente des-de 1984 das suas funções de haz-zan da Sinagoga Portuguesa deNova Iorque, o rabino AbrahamLopes Cardoso continuou até aofim da sua vida empenhado emperpetuar a tradição musical dosjudeus sefarditas portugueses,compilando várias colecções deedição restrita. Em 2000 foicondecorado pela coroa holandesacom o título de Cavaleiro da Or-dem de Oranje Nassau, pelo seutrabalho de preservação cultural.A mesma condecoração tinha sidoem tempos conferida ao seu avô.Em 2004, Abraham Lopes Cardo-zo gravou em Israel aquele que éconsiderado o maior registo datradição musical dos judeus por-tugueses, num CD intitulado"The Western Sephardi LiturgicalTradition as Sung by AbrahamLopes Cardozo", editado peloCentro de Estudos de Música Ju-daica da Universidade Hebraicade Jerusalém. Abraham LopesCardozo foi enterrado ontem, dia22 de Fevereiro, no cemitério dacomunidade de judeus portu-gueses, em Manhattan.

Extraído do Blog A Rua da Judiaria

Uma menininha entrou no seuquarto e foi buscar o mealhei-

ro, um velho frasco de geleia, ao lo-cal onde o escondia, no armário.Deitou o conteúdo no chão econtou-o cuidadosamente. Contou-o três vezes, o total tinha que serexacto, não havia margem para er-ros. Voltou a colocar as moedascuidadosamente no frasco e enros-cou a tampa. Saiu pela porta dastraseiras e andou os 6 quarteirõesaté à farmácia.Aguardou pacientemente que o far-macêutico lhe dispensasse algumaatenção mas ele estava demasiadoocupado. Arrastou os pés para fazeruma chiadeira. Nada. Aclarou a gar-ganta com o som mais horrível queconseguiu. Nada! Finalmente tirouuma moeda do frasco e atirou-a pa-ra cima do balcão. Resultou!"O que é que queres?", perguntou ofarmacêutico num tom aborrecido."Estou a conversar com o meuirmão que vive noutra cidade, nãoo vejo há anos", disse sem esperarpela resposta."Bem, eu quero falar consigo porcausa do meu irmão", respondeu amenininha no mesmo tom aborreci-do. "Ele está muito, muito doente eeu quero comprar-lhe um milagre!""Como?", disse o farmacêutico."Ele chama-se André e tem algumacoisa má a crescer dentro da cabe-ça. O meu pai diz que só um mi-lagre o pode salvar agora. Portan-to, quanto custa um milagre?""Nós não vendemos milagres aqui,menininha. Lamento mas não teposso ajudar", disse o farmacêuticonuma voz mais suave."Ouça, eu tenho dinheiro para pa-gar. E se não for suficiente arranjoo resto. Diga-me só quanto custa".O irmão do farmacêutico era umhomem elegante e bem vestido.Olhou para a menina e perguntou-lhe: "De que tipo de milagre precisa oteu irmão?""Eu não sei", respondeu-lhe com osolhos cheios de lágrimas. "Só sei

que ele está muito doente e queprecisa de ser operado. Mas o meupai não tem dinheiro, por isso euquero usar o meu"."Quanto tens?" perguntou o irmãodo farmacêutico."Um euro e quinze cêntimos", re-spondeu a menininha numa vozquase inaudível."Bem, que coincidência" disse o ho-mem. "Um euro e quinze centos éexactamente o que custa um mi-lagre para irmãozinhos.Ele pegou no dinheiro com umamão e com a outra coçou a testa edisse: "Leva-me a tua casa. Euquero ver o teu irmão e falar comos teus pais. Veremos se tenho omilagre que precisas".Aquele homem bem vestido era oDr. Carlon Armstrong, um famosoneurocirurgião. Realizou a opera-ção de graça e passado pouco tem-po o André estava de volta a casa,com saúde.

A mãe e o pai estavam felizes aconversar sobre a sequência deacontecimentos que os tinha levadoaté ali. "Aquela cirurgia" disse amãe, "foi um verdadeiro milagre.Pergunto-me quanto teria custado".A menininha sorriu. Sabia exacta-mente quanto custava um milagre.Um Euro e quinze cêntimos… maisa fé de uma criança. Nas nossas vi-das, nunca sabemos de quantosmilagres necessitaremos.Um milagre não é a suspensão daordem natural, mas a acção deuma ordem superior. E é isto!Uma bola é uma esfera, sem princí-pio, sem fim. Mantêm-nos juntoscomo o nosso círculo de amigos.Mas o tesouro que ela esconde é otesouro da amizade. Sabemos quemanterá a bola a rolar.

Texto original em inglês:

The Miracle sugerido por Vera Korn

e traduzido por Henrique Ettner

M O M E N T O D E R E F L E X Ã O

O MILAGRE

Page 9: Tikvá nº 57, 6º ano

Tikvá 57 • Fevereiro/Março 1716 Tikvá 57 • Fevereiro/Março

ANTI-SEMITISMO CRIOULO

As eleições presidenciais cabo-verdianas do passa-do mês de Fevereiro trouxeram à cena política de

Cabo Verde a velha questão do anti-semitismo. Naque-la antiga colónia portuguesa não existe uma Comuni-dade Judaica, existem sim cabo-verdianos descen-dentes de cripto-Judeus e de Judeus marroquinos e gi-braltinos que desembarcaram nas ilhas crioulas emmeados do século XIX. Benoliel, Cohen, Wahnon, Levy,Benrós, Anahory, entre outros, são nomes comunsentre a população cabo-verdiana. Um dos candidatos às eleições, o antigo primeiro-mi-nistro Carlos Wahnon Veiga, é neto de James LevyBentubo Wahnon, um comerciante de nacionalidadebritânica, mas natural de Cabo Verde, filho e neto deJudeus Lisboetas e Gibraltinos. Alguns órgãos de co-

municação social ligadosao PAICV, o partido queestá actualmente no po-der e que apoiou o candidato Pedro Pires, solicitaramao Povo para que não votasse em Carlos Veiga, por es-te ser Judeu....Esta atitude foi claramente condenada por membros daIgreja Católica, nomeadamente pelo órgão cristão deformação e informação Terra Nova, que prontamente,quer através do seu editorial, quer através de artigosde opinião, denunciou os ataques anti-semitas comosendo um atentado à democracia cabo-verdiana. OTikvá publica excertos de dois artigos publicados na-quele jornal no passado mês de Fevereiro.Nuno Wahnon

O anti-semitismo tornou-se mais agressivo depois das eleiçõesAntónio Barbosa da Silva*

Tanto durante as duas campanhas eleitorais, como depoisdas eleições de Janeiro e Fevereiro, circularam algumas car-tas electrónicas na Internet de conteúdo fascista e anti-semítico. Parece que a intenção dos autores dessas cartasé, em primeiro lugar, a de denegrir a pessoa e a integrida-de moral do Sr. Dr. Carlos W. Veiga, chamando-o, entre ou-tros nomes, de judeu porco, de explorador económico dopovo cabo-verdiano, etc., negando-lhe tanto o direito de sercabo-verdiano como o de ser nosso presidente, incitando,ao mesmo tempo, os cabo-verdianos a desprezá-lo e aodiá-lo, baseado nos argumentos seguintes: - Os seus antepassados vieram como emigrantes para Ca-bo Verde, e portanto não são autóctones. - Os pais dele e ele são judeus e todos os judeus são amal-diçoados por terem crucificado o nosso senhor Jesus Cristo. - Os judeus são terroristas e responsáveis por todo o malque os palestinos árabes estão a sofrer hoje, etc. Estes falsos e hediondos argumentos servem para pôr emcausa a candidatura do Sr. Dr. Carlos Veiga. Por isso, que-ro perguntar: é isto uma sementeira do fascismo consuma-do entre nós? Independentemente de como cada um re-sponder a esta pergunta pertinente, o conteúdo das referi-das cartas propagandas e fascistas serve para prejudicar oSr. Dr. Carlos Veiga, quer como pessoa, quer como cidadãocabo-verdiano e político. Este estratagema é racista, fascis-ta e diabólico. (...)Devemos, portanto, estar sempre vigilantes para que nin-guém use o seu direito à liberdade de expressão para negara outros os seus inalienáveis direitos humanos, por exem-plo, o de ser respeitado na sua dignidade humana e usu-fruir da segurança pessoal e protecção contra difamação,como o caso em questão ilustra.

* Professor de Ética e Filosofia de Ciências

na Universidade Stavanger, Norge (Norway).

EditorialFrei António Fidalgo de Barros

Anti-semitismo? Sim, e com todas as letras. Em CaboVerde? Sim, em Cabo Verde, neste nosso país que des-de sempre, foi tido como um maravilhoso "laboratório"onde povos de vária proveniência se encontraram e seharmonizaram, fazendo esquecer origens e proveniên-cias, quer do norte quer do sul, quer do este quer dooeste. Foi preciso que viessem as presidenciais de 2006para nos desenganarmos e assistirmos, espantados, aataques imbecis contra cabo-verdianos de origem judai-ca, como se estivéssemos em plena era nazi, com novosHimmlers, novos Eichmanns e outros próximos colabo-radores do Fuhrer, prontos a organizar a prisão dos quenão sejam do grupo dos "melhores filho", e são, porexemplo de origem judaica (!!!), e mandá-los definharem campos de concentração. (...)

Pois bem, na mesma altura em que o mundo livre edemocrático faz a memória do 60º aniversario do holo-causto, no qual 6 milhões de judeus, foram dizimados,pelos homens de Hitler, eis que alguém que nos últi-mos anos esteve à frente de um importante departa-mento de ensino e espera agora sentar-se numa cadei-ras do Parlamento cabo-verdiano, escreve artigos emjornais on line (a liberdade de expressão não tem li-mites mas é só para os novos "Donatários" destas il-has), hostilizando, desprezando e insultando cabo-ver-dianos de origem judia.Conclusão: tudo leva a crer que se instalou no poder umpartido de natureza perversa e ameaçadora, cujos desí-gnios estão ainda por desvendar. Contra os seus propó-sitos, há que cerrar fileiras e lutar até ao fim. Até que obarco da democracia volte de novo a singrar com segu-rança os mares destas ilhas.

P.S. Que bom pensar que Jesus Cristo era judeu, bem comosua mãe, seu pai adoptivo, seus apóstolos e todos os seusprimeiros discípulos!

E S P A Ç O A B E R T OA G E N D A

ASSEMBLEIAGERALDOMINGO

9 DE ABRIL 2006, 15h00

Espaço Cultural e Biblioteca Dr. Elias Baruel

na Sinagoga de LisboaRua Alexandre Herculano, 59

Page 10: Tikvá nº 57, 6º ano

L i v r o s

A Conspiração contra a AméricaPhilip RothDom Quixote, 2005O que teria acontecido nos EUA e no mun-do se o célebre aviador anti-semita,Charles Lindbergh, se tivesse apresentadoàs eleições em 1940 e tivesse derrotadoFranklin Roosevelt? Partindo deste cená-rio hipotético, Philip Roth, um dos mais

premiados escritoresamericanos, conta oque foi para a suafamíl ia e para ummilhão de famílias ju-dias em todo o país, avida durante os anosameaçadores da presi-dência de Lindbergh.

O Fantasma de Hannah MendesNaomi RagenEditora Replicação, 2005

As fascinantes memóriasde Hannah Mendes - a"Senöra", a indómitamulher de negócios doRenascimento, fugida àInquisição - são desco-bertas pelas suas des-cendentes actuais, duasjovens de Manhattan.Através da sua versão fic-cionada, a autora conduz-nos ao ambiente do séc.

XVI na Europa, e dá-nos conhecimento doterror da Inquisição, primeiro em Espanha,com os Reis Católicos e mais tarde em Por-tugal.

Les debuts du Bne Akiba en Europe.L'action | Paul RoitmanDocumentos reunidos por sua filha Betty Roitman.O livro inclui um capítulo sobre Portugal.O livro pode ser encomendado pela

Internet no endereço comercial do jornalACTUALITÈ JUIVE , www.actujboutique.frInformações gerais s/ a Actualité Juive no si-te www.actuj.net ou tel: 00 331 43 60 20 20

Dulce lo vivas | Ana BensadónColecção MR Cocina - Grupo PlanetaPrólogos de Juan Mari Arzak e Rabino Benito Garzon .

Ana Bensadón tem estado arealizar uma viagem às suasorigens para seleccionar osmelhores legados gastronómi-cos, de uma riqueza incalculá-vel. Mulheres de países dis-

tantes como Canadá, Venezuela, França,Marrocos também partilharam as suas re-ceitas e as dos seus antepassados paracriar assim, pela primeira vez, esta com-pleta e cuidada compilação, reveladora deuma herança cultural fascinante.

Grandes Mentiras - Demolindo os mitos da Propaganda de GuerraContra Israel | David Meir Levi

Director do IsraelPeace Iniciative Introdução de David Horowitz Via Occidentalis Editora Lda Av. Do Brasil, 88 - 4º Esq. Tel: 91 974 [email protected]

R E L I G I Ã O

18 Tikvá 57 • Fevereiro/Março

A S N O S S A S S U G E S T Õ E S

A CIL NA TVRTP 2

3 de Abril - 2ª Feira - 18h30

Fé dos Homens

O Massacre dos Judeus de Lisboa de 1506Eventual mudança no horário da emissão

é de total responsabilidade da emissora.

Participe nos Serviços Religiosos da nossa Comunidade A partir de 1 Abril - novo horário ! 6ªs feiras às 20h00 Sábados às 9h00Venha e traga toda a sua família !

Quer estudar Talmud ou saber mais sobre esta obra fundamental da nossa Torá?

Venha saber mais sobre ciclo mundial DAF YOMI De 2ª a 5ª feira - às 08h30 na nossa Sinagoga.

Grupo de Estudos sobre a Parashá da semanaTodas as 6ªs feiras na Sinagoga. Aberto a todos.A partir de 1 de Abril - novo Horário - às 19 horasCoordenação: Alain Hayat

PRODUTOS CASHER LE PESSACH 5766Caro Correligionário

É com imensa satisfação que comunicamos a todos que a Loja Corte Inglês em Lisboaterá este ano novamente a disposição a partir do início do mês de Abril um Stand completocom produtos CASHER LE PESSACH, inclusive carne.

* A CIL não se responsabiliza pela comercialização, distribuição e qualidade destes produtos que são da inteira responsabilidade do seu distribuidor.

Tefilá da véspera - 4ª F - 12 Abril às 8h30 seguida de siyum massehet para os be-

horot (primogénitos)

• 1ª Noite - 4ª F - 12 Abril às 20 hs

• 1º Dia - 5ª F -13 de Abril - Tefilá às 9hs - Minchá às 20 hs

• 2ª Noite - 13 de Abril às 20h30

• 2º Dia - 6º F - 14 Abril - Tefilá às 9h - Minchá às 19h30

Cabalat Shabat (chol ha moed) - 14 Abril às 20 hs

Chabat chol hamoed 15 de Abril Tefilá às 9 hs - Minchá às 20 hs - saída às 20h58

• Véspera 7º dia - 3ª F - 18 de Abril às 20 hs

• 7º Dia - 4ªF - 19 de Abril Tefilá às 9hs - Minchá às 20 hs

• 8º Dia - 19 de Abril - Arbit às 20h30

• 8º Dia - 5ª F - 20 de Abril Tefilá às 9hs - Minchá às 20:00 - Saída às 21h05

Tikvá 57 • Fevereiro/Março 19

Page 11: Tikvá nº 57, 6º ano

Actividades Sociais e Culturais

Movimento Juvenil Dor Chadash de Lisboa - Ano VA cada semana um novo participante! Mais de 80 jovens já participam. Agora só falta você !

Actividades todos os domingos, das 15h30 às 19h00 no Maccabi Country ClubJovens e crianças a partir dos 3 anos | Participação: 5 € por semanaDescontos especiais na compra de senhas antecipadas

Coral Etz Chaim - Ano IV Coral Musical representativo da CILPara adultos entre os 20 e os 60 anosEncontros semanais - às 3 ª e 5ª feiras, das 19h30 às 20h30 - Monte Olivete

UPEJ - União Portuguesa de Estudantes JudeusSuper actividades mensais para jovens entre os 18 e 30 anos

LEHAKAT HAMACCABI GRUPO DE DANÇA ISRAELINÃO PERCAM! TODOS OS DOMINGOS DAS 12h00 ÀS 13h30 - NO MACCABI

J O V E N S D O S 1 2 A O S 2 5 A N O S

Mais informações e inscrições através da nossa secretaria.Participe nas actividades e eventos da nossa Comunidade, pois a nossa Comunidade é você.

A S N O S S A S A C T I V I D A D E S

20 Tikvá 57 • Fevereiro/Março

Grupo Guil Hazaav - Ano IV (Idade de Ouro) Não perca mais tempo ! Venha participar connosco ! Actividades Especiais Permanente (música, ginástica, palestras, passeios ...)Para adultos a partir dos 60 anos | Encontros semanais às 4ªs feiras, das 15h30 às 17h00 Sede no Monte Olivete | Participação: 5,00 €

Tikvá 57 • Fevereiro/Março 21

MACCABI COUNTRY CLUB3ª a 6ª Feira - Das 9h00 às 17h00Tel: 21 9111188 - Tratar com Rosina | [email protected]

Page 12: Tikvá nº 57, 6º ano

H O M E N A G E N S

Participe nestas homenagens. Actualize os seus registos junto da nossa secretaria através do tel. 21 393 1130 de 2ª a 5ª feira - das 14h00 às 17h00 | [email protected]

22 Tikvá 57 • Fevereiro/Março

ANIVERSÁRIOS

MARÇOEster Ruah 1Zeev Grozovinski 2Sheley Anne Porton 2Clara Ruah 2Sonia Huli Bernfeld 4Isaac Chazan 4Manuel Joaquim de Jesus 4Micael Schartzman Steinhardt 4Rosy Rosenthal 12Vivian Bernfeld 13Elie Alain Hayat 14Pedro Banon de Jesus 14Tommy Lederer 16Daniela Schliesser 17Sara Mucznik 18Lívia Cohen Catran 19Rafael Arié 19Erich Brodheim 21Lucia Cohen Catran 22Lici Botbol 23Daniel Bento 25Issac Bitton 31Miriam Brodheim 31

ABRILJohn Kahn 4Estrella Assayag 8Maya Koshét 12Noy Koshét 12Lucia Amram 16Ruth Kahana Geyer 17Diana Kolinski 17Tal Yarkoni 17Moritz Abolnik 24Ruth Arons 26Joana Sequerra Amram 27

MAIORalph George Bernfeld 4Mª Teresa Pereira Alves Dias 5Diana Ettner 5David Kolinski 6Nella Maissa 7Abraham Guerra 15

Amália Garcia Stieglitz 15Howard Tenenbaum 15Ronald Brodheim 18Robert Sternberg 18Ana Sofia Joanes 21Saghi Koshét 26Miguel Benoliel Kadosch 27Tatiana Prist 27Ben Atzmon 29Ana Regina Alexandre 30Paula Holly

NASCIMENTO / BRIT MILÁ Alexandre Grossman - nasceu no Dia 3 de Fevereiro, 5 de Shevat. Filho de Marina e Guilherme Grossman Brit Milá - Dia 12 de Fevereiro - 14 de Shevat

Mazal Tov !! Os nossos parabéns e os votos de muitas felicidades a todos!

NOTA DE FALECIMENTOÉ com profundo pesar que comunicamos o falecimentos de:

Amélia Ezaguy Coimbra Z´L (Q.D.T)23 de Janeiro de 2006 / 23 de Tevet de 5766.

Myriam Mayper Z´L (Q.D.T)29 de Janeiro de 2006 / 29 de Tevet de 5766 na Califórnia. Foi enterrada no Hebron Cemetery - Queens, New York

Malgorzata Kaczor Wirth Z´L (Q.D.T)13 de Fevereiro de 2006 /15 de Shevat de 5766

Sophia Buzaglo de Paiva Rapozo Z´L (Q.D.T)26 de Março de 2006 / 26 de Adar de 5766

Apresentamos as nossas sentidas condolências às Famílias enlutadas

Desejamos muito sucesso ao amigo e colaborador João Carlos SouzaPaula que seguiu para Israel no mês de Janeiro para um KIBUTZGUIUR onde poderá concluir a sua tão sonhada conversão.Be atslachá Rabá !

N A H A L O T

Sábado 18/03 Moisés Benazra 18Maks Azriel 18Erich Neumann Efraim Bar Isaac 18 Isaac Joshua Levy 19 VEADAREsther Marques 20Haim Lev Ben Michael 22Abraham Levy 22Isaac Hayat 23António Azancot 23Paul Beldock 23Krysla Broder 23 VEADAR

Sábado 25/03 David Querub 25Alexander Krausz 25 VEADARLydia Segre Basola 26Jacob Assor 27Marcos Levy Ayash 28Rafael Marques 28Simy Wartenberg 28Luna Esaguy 28 VEADAR

Sábado 25/03 Ursel August 1 NISSANLuna Cardona Sta Ana Leite 2

Sábado 01/04 Hannah Sequerra 3Jaime Issan Bendrao 3Salomão Benoliel 4Szayndla Burtin 4Samuel Liebermann 5Leonardo Araújo 5Jacob Wainsteim 5Jaime Sabat Azancot 6Isaac Assor 6Leon Sorin 7Golda Katzan 8Haim Levy 8Pacifico Esaguy 8Asha Marques 9Deborah Mª de Lurdes Ayash 9Mercedes Benodis 9

Sábado 08/04 Isaac Holly 10Elias Azancot 11Salomé Blumberg 11 Rev. Abraham Castel 12David Kolinski 13Isaac José Benoliel 13Judah Leão Pimenta 14Samuel Tiano 14

Esther S.Sequerra 14Josef Friman 16Alfred Feist 16Mazaltob Assor 16Rebeca Benoliel 16

Sábado 15/04 Henry Karro 18Ellen Nachmann 19Leonor Benoliel 20Fritz Loewenthal 20Siegfried Weinberg 20Simy Bensusan Castel 20Leonor Benoliel 20Salomão Alves Levy 22José Bentes Ruah 23

Sábado 22/04 Samuel Dreiblatt Sequerra 24Carlota Arons 24Simy Cohen Kadosh 24Rachela Lakeland 24Ester Droznik Bensimon 24Liba Goldrajch 25Mery Azancot 27Lice Buzaglo Seruya 28Raquel Ruah 30Abrahão Sorin 30

Sábado 29/04 Max Korn 1 IYARRosica Davidof 2Jacob José Levy 4Joana Edith Singer 4Maria Matilde Del Negro Feis 4Moisés Aron Nojmark 5Louis Aberlé 5Haim Bendelac 7

Sábado 06/05 Rabi Menahem Diesendruck Bar Abraham 8Salvador Sabah Azancot 8Ruben Esaguy 8Esther L. Adrahi 8Dário Azancot 8Shemtob Ruah 9David L. Adrahi 11Simantob Fresco 12Sapese Noymark 14Arão Benarus 14Ledicia Assayag Drozdzinski 14Abraham Helazar 14

Mazal Tov !! Os nossos parabéns e os votos de muitas felicidades a todos !

Page 13: Tikvá nº 57, 6º ano

TIKVÁEnvie os seus textos e sugestões para TIKVÁ até ao dia 30 de cada mês.Rua do Monte Olivete, 16 r/c. esq. 1200-280 Lisboa | e-mail:tikvá@cilisboa.org

A quem se dirigirHorário de funcionamento da SecretariaSegunda a Quinta-feira, das 9h00 às 17h30Sexta-feira e vésperas de festas judaicas, das 9h00 às 13h00Horário de almoçodas 13h00 às 14h00

Atendimento ao públicoSegunda a Quinta-feira, das 13h00 às 17h30Os espaços para reuniões devem ser agendadoscom aviso prévio, mínimo de 48 horas

TesourariaMaria João [email protected]. 213 931 134Atendimento de Segunda a Quinta-feira, das 10h00 às 13h00Telf. 213 931 130 | Fax 213 931 139

Director ExecutivoMarcos [email protected]

Movimento Juvenil Dor [email protected]

SecretáriaEstrella [email protected]

Visite o nosso site: www.cilisboa.org

DirecçãoPresidente Jose Oulman CarpVice-Presidente Esther MucznikVice-Presidente Ronald BrodheimTesoureiro José Salomão RuahSecretário Eva Ettner Vogal efectivo Clara K. CassutoVogal efectivo Charles ArieVogal efectivo Sonia Hulli Bernfeld Vogal efectivo Arnaldo GrossmanVogal Suplente Salomão KolinskiVogal Suplente Vera G. Ferreira

Assembleia GeralPresidente Moisés Bendrao AyashVice-Presidente Mordechai Atsmon1º Secretário Nuno Wahnon Martins2º Secretário Diana Ettner

Conselho FiscalPresidente Samuel TuatiVogal Efectivo David Bentes RuahVogal Suplente Guilherme Grossman

Presidente HonorárioDr. Samuel Ruah