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TIKVÁ BOLETIM INFORMATIVO DA COMUNIDADE ISRAELITA DE LISBOA Nº 64 – 8º Ano Junho / Julho de 2007 Sivan / Tamuz 5767 Educação judaica na CIL Uma semente para o futuro…. 40 anos de reunificação de Jerusalém Familiares dos soldados raptados, em Portugal Aniversário de Anne Frank

Tikvá nº 64, 8º ano

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TIKVÁBOLETIM INFORMATIVO DA COMUNIDADE ISRAELITA DE LISBOA N º 6 4 – 8 º A n o

J u n h o / J u l h o d e 2 0 0 7S i v a n / T a m u z 5 7 6 7

Educação judaica na CILUma semente para o futuro….

40 anos de reunificaçãode Jerusalém

Familiares dos soldados raptados, em Portugal

Aniversário de Anne Frank

Uma semente para o futuro …Esta “edição de férias” do nº 64 do nosso Bo-letim Tikvá, já no seu 8º ano contínuo de pu-blicação, chega juntamente com a realizaçãoda 6ª edição da Machané Kaitz (Acampa-mento) de Verão do nosso querido Movi-mento Dor Chadash de Lisboa. Pois é… sãojá 6 anos também contínuos de actividades(quase 200 desde a sua fundação em 2002).Mais de uma centena de jovens participa oujá participou desta rica vivência da educaçãojudaica não formal, feita do jovem para o jo-vem e que já conta com a sua 3ª geração delíderes (madrichim). Crianças que aindabebés (2 anos) ingressaram neste movimen-to, hoje terão já a possibilidade de participarna sua primeira e tão sonhada machané!E por falar em educação, com que alegriaque esta edição marca também o final do 1ºano lectivo do nosso recém-criado Departa-mento de Educação Judaica. Um primeiroano de êxito e de grande mobilização emtorno da aprendizagem da nossa língua he-braica, da nossa rica cultura, tradição e va-lores judaicos ensinados com todo carinho ededicação pelo nosso querido More Laércio. É a força da educação judaica na sua ver-tente formal e não formal unidas e dirigi-das às mais distintas faixas etárias (dos 2aos 80 anos) em prol da luta pelo fortale-cimento do judaísmo na nossa CIL. Um for-talecimento que precisa de ser efectivo eque possa realmente estimular e “afectar”várias frentes. Que mobilize a todos social-mente em torno de uma vida judaica acti-va, de uma identidade judaica mais clara erenovada e de uma prática religiosa natu-ral, sincera, espontânea e pluralista. São muitos anos de “vazio” que precisa deser preenchido no que toca ao passado daeducação judaica na nossa Comunidade. Etodo o esforço deste passado ainda recen-te e do presente ainda é pouco paraconseguirmos alcançar tão arrojados de-safios. Mas com certeza, a semente para ofuturo está plantada. Contamos com a suaconfiança, apoio e acima de tudo: a suaefectiva participação na construção destegrande projecto. Boas férias a todos que delas puderem gozar…

Marcos PristDirector Executivo CIL

E D I T O R I A L

Caros amigos,

É com grande alegria que hoje encerramos o 1º ano lec-tivo do Departamento de Ensino Judaico da CIL.É o concretizar de um sonho e de uma necessidade danossa comunidade e sinto-me muito orgulhosa de per-tencer à direcção que proporcionou a vinda do MoreLaércio.Temos a certeza, passado esse 1º ano, que foi o 1º demuitos que virão, que a nossa escolha foi acertada. OMore Laércio deu alma ao nosso projecto e sem o seuprofissionalismo e a sua dedicação nada disso teria sidopossível. Ao Moré Laércio o nosso muito obrigada.Este ano foi o plantar das 1ªs sementes de um processoque vai ser lento, todos nós o sabemos. Não podemosesperar que, depois de mais de 20 anos sem um ensinojudaico de forma regular na nossa comunidade, umamodificação de hábitos e interesses e um maior envolvi-mento na vida religiosa e espiritual se processe de ma-neira automática. É preciso em 1º lugar motivar as pes-soas e desmistificar para que entendam a quão bonita éa nossa história, para compreender melhor a nossa reli-gião e ter o conhecimento básico do hebraico.Faz um ano, poucos iriam acreditar que hoje estaríamosreunidos aqui com quase meia centena de alunos queconcluíram os diferentes cursos e que irão continuar oseu aprendizado. Temos aqui alunos dos 7 aos 80 anosque são a prova que há vontade e interesse em apren-der. Alunos, a quem temos o maior prazer de acolher,não só da nossa comunidade mas de diversos sectoresda nossa sociedade, o que demonstra o grande interes-se hoje existente pelo conhecimento do judaísmo na so-ciedade portuguesa.Para além do seu valor pedagógico, estas aulas tambémrepresentam um motivo para as pessoas se encontrareme dar vida a esta mesma sala em que nos encontramos.Todas as noites temos aulas a funcionar nesta bibliote-ca, o que significa que todas as noites as luzes da sina-goga se acendem para o conhecimento.Não posso deixar de ter uma palavra especial para osalunos que concluíram este 1’ ano lectivo, para vocês omeu mais sincero KOL HA KAVOD! Sem vocês, que vãohoje de férias certamente com vontade de regressar nopróximo ano lectivo, nada disto tem sentido.Conto com que, daqui a um ano, nos encontremos todosoutra vez para esta mesma cerimónia mas esperandoencontrar caras novas. Porque o que pretendemos é quea adesão aos cursos seja cada vez maior. Esta é a nossa expectativa e é para isso que trabalha-mos. Mais uma vez parabéns aos formandos e ao nossoMoré.

Eva Ettner Directora de Juventude e Educação

(Mensagem proferida na cerimónia de final do ano lectivo 2006/2007 do Depar-

tamento de Ensino Judaico da CIL, realizada no passado dia 28 de Junho)

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FICHA TÉCNICA Director Esther Mucznik Chefede Redacção Marcos Prist Colaboradores CamilaWelikson, Diana Ettner, Gabriel Steinhardt,Henrique Ettner, Nuno Martins e Samuel LevyConcepção e produção gráfica Raimundo Santos

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m e n s a g e m d a d i r e c ç ã o

Recebemos umapreciosa colecção delivros que pertence-ram ao Dr. CarlosSeruya, de saudosamemória, doada porseus filhos: Pedro,José Luís, AntónioCarlos e Nuno, emhomenagem a seupai. Trata-se de umabiblioteca compostapor centenas de li-vros sobre história ereligião judaica, romances e ensaiosque constituem uma valiosa contri-buição para a nossa comunidade. Atoda a família e muito especialmentea seus filhos os nossos mais sincerosagradecimentos!

Carlos Seruya era filho de Salomão Seruyae de Sara Abecassis Seruya. Nasceu em1917, em Joanesburgo, na África do Sul,quando seu pai era aí, cônsul de Portugal.Veio para Lisboa aos seis anos com ospais e os dois irmãos, Victor e Yvone.Aqui estudou Ciências Económicas e Fi-nanceiras no ISCEF. Foi colega de algunsprestigiados membros de altos cargospolíticos com quem manteve sempreamizade e convívio muito próximos.Casou aos vinte e cinco anos com MariaFernanda de Lima Rego Machado, católi-ca, de quem teve quatro filhos. Ainda ce-

lebraram, em 2001,ambos de excelentesaúde, os sessentaanos de casamento,com os filhos, noras edoze netos.Geriu uma fábrica demetalomecânica dafamília, uma das pri-meiras a abrir em Por-tugal, e que foi vendi-da após o 25 de Abril.A sua principal paixãoeram as viagens, de

que anotava todos os aspectos rele-vantes. Não havia ano em que não visi-tasse um país estrangeiro, ou uma zonade Portugal onde soubesse que haviaqualquer novo estabelecimento hoteleiro.Levava sempre a sua querida mulher e al-gum dos filhos ou netos.A sua simpatia era sobejamente conheci-da e gostava muito de conversar. Tinhagrande paixão pela leitura e foi coleccio-nando, outro dos seus gostos preferidos,uma “judaica”, com livros, discos e ou-tros elementos que directa ou indirecta-mente se relacionassem com a sua ori-gem judaica que sempre teve gosto emcultivar. Participava sempre com grandeentusiasmo, juntamente com o seu irmãoVítor, em numerosos eventos da CIL e daAssociação de Estudos Judaicos. Faleceuem 2002, estando enterrado no cemitériojudaico de Lisboa.

Generosa doação de livros para a CIL

Carlos Seruya, à direita na fo-to, com o o irmão Vítor

reino da Jordânia. O coração dacidade estava dividido por aramesfarpados e avisos de “Pare fronteiraadiante” decoravam a paisagem.Tudo isso mudou após a Guerra dosSeis Dias. Jerusalém foi reunifica-da, e pela primeira vez após 2000anos, Judeus podiam andar livre-mente em todos os lugares na suacapital reunificada.

A Guerra dos Seis DiasEsta guerra eclodiu seguindo-se aum período de crescente campanhaanti-israelita, em todo o Médio-Oriente, durante os meses de Abril eMaio de 1967. Em 15 de Maio, o pre-sidente egípcio Gamal Abdel Nasserordenou a retirada das Forças de Pazdas Nações Unidas estacionadas noSinai e, logo a seguir, fechou o Es-treito de Tirão à navegação de Israel,desafiando as leis internacionais. Em31 de Maio, o Egipto tinha deslocado100.000 homens, 1.000 tanques e500 peças de artilharia pesada parao Sinai. O Egipto e a Jordânia tinhamassinado um acordo militar de defe-sa e a Síria, a Jordânia e o Iraque tin-ham convocado os seus exércitos. O Kuwait, a Arábia Saudita, o Sudãoe a Argélia tinham enviado tropas earmamentos. Israel viu-se cercadopor um contingente de cerca de250.000 soldados, mais de 2.000tanques e 700 aviões de combate. O

Presidente Aref, doIraque, declarou:"O nosso objectivoé claro: varrer Is-rael do mapa". Em4 de Junho, Israeld e f r o n t a v a - s ecom o inimigo emtrês frentes.Com a declaraçãode neutralidadepor parte dosEUA e a impo-

sição de um embargo de armas naregião, em conjunto com a França –enquanto a URSS armava maciça-mente os árabes –Israel estava ca-da vez mais isolado e a possibilida-de da sua aniquilação não era umaameaça sem fundamento. A divisão militar entre as duas me-tades de Jerusalém era precária. Adistância entre as posições militaresde Jordanos e Israeli-tas era frequente-mente de menos de60 a 80 metros, asquais eram separadaspor uma “terra de nin-guém” em arame far-pado. A fronteira divi-dia ruas, casas, co-munidades e pessoas,criando uma situaçãocomplicada. Os Jorda-nos tinham 36 po-sições fortificadas em oposição às19 Israelitas. Havia frequentes ca-sos de soldados jordanos “loucos”que abriam fogo sobre transeuntes ecasas judaicas ferindo e matando in-ocentes cidadãos. No início da Guer-ra dos Seis Dias Jerusalém tinha190,000 residentes judeus.Na manhã de 5 de Junho, a ForçaAérea de Israel, antecipando-se aqualquer acção do inimigo, destruiupraticamente toda a Força AéreaEgípcia. Os tanques israelitas cru-

zaram o Sinai até à margem orien-tal do Canal de Suez. No mesmodia, a Jordânia atacou Israel.A 7 de Junho, os soldados israelitasderrubaram as muralhas da CidadeVelha de Jerusalém. A correr cega-mente, esses soldados dirigiram-seao Muro das Lamentações, chorandocopiosamente como crianças aoabraçar e tocar as suas pedras ances-trais. Após escalar o Muro, soaram aspalavras electrizantes do Comandan-te Motta Gur: "O Monte do Temploestá nas nossas mãos! O Monte doTemplo está nas nossas mãos!"

Ser Judeu durante a ocupaçãojordanaA Cidade Velha de Jerusalém foiilegalmente anexada à Jordânia em1950, após ter sido ocupada pelaLegião da Jordânia, em 28 de Maiode 1948 – uma anexação reconhe-

cida apenas pela Grã-Bretanha epelo Paquistão. As duas partes dacidade foram divididas com aramefarpado e campos minados, en-quanto os soldados jordanos atira-vam os cidadãos israelitas do altodas antigas muralhas sagradas.Todos os israelitas – judeus,muçulmanos e cristãos – tiveram asua entrada proibida na CidadeVelha, numa flagrante violação doAcordo de Armistício entre Israel eJordânia, assinado em Março de

Éesta memória que manteve oalento dos judeus, em todos os

seus exílios, ao longo dos tempos.Jerusalém foi, desde os primórdiosda história do povo judeu, conside-rada a sua eterna capital e centroespiritual de todo o povo de Israel,e está profundamente enraizada naconsciência do povo, onde quer queesteja. Antes de iniciar a bençãodos alimentos, recita-se o famososalmo: “Se de ti eu te esquecer, Je-rusalém, seja ressequida a minhadextra, pegue-se a minha língua aopalato, se eu não me lembrar de ti,se não colocar Jerusalém acima detodas as minhas alegrias”. Nas três principais orações do dia érecordado o retorno e reconstruçãode Jerusalém para toda a eternida-de. Diversos serviços religiosos im-portantes terminam com a ex-pressão: “LESHANÁ HABÁ BE’YERU-SHALAIM” (Para o ano que vem emJerusalém). Apesar da proclamaçãoda independência de Israel, em1948, depois de longos séculos de

domínio estrangeiro, ainda ficara emmãos de Árabes a parte velha de Je-rusalém, onde se localizam os lu-gares santos, inclusive, o local ondeoutrora se erguia o Templo de Sa-lomão e onde foi construído o se-gundo Templo do qual restou o “KO-

TEL MAARAVI”, conhecido como o“MURO DAS LAMENTAÇÕES” porqueos judeus, exilados por cerca de doismil anos, aí vinham chorar as doresde seu povo, orar pela reconstruçãodo Templo e pelo renascimento doEstado e do povo judeu. Mas, na Guerra dos Seis Dias de

5727 (1967), Jerusalém foipalco das mais encarniçadasbatalhas. A cidade nova, is-raelita, foi bombardeada. Astropas de Israel cercaram acidade velha com ordens dea conquistar sem danificar oslugares santos. A batalha foipor isso, em muitos pontos,corpo a corpo, e com eleva-das baixas. No terceiro dia deluta, todavia, Jerusalém ficouinteiramente em mãos israe-litas, pela primeira vez desdeo ano 70 da E.C.

Por isto, o dia 28 de Yiar (26 deMaio) é o “YOM YERUSHALAIM”,dia da reunificação de Jerusalémque passou a ser a indivisível capi-tal de Israel.Antes da Guerra de Seis Dias, opoeta Haim Guri queixava-se que a

sua geração não tinha memórias daJerusalém do outro lado da frontei-ra da cidade dividida. Hoje, temos asensação de que a geração de hojeque não tem memória da vida emJerusalém pré 1967, não aprecia osignificado da cidade reunificada.Durante 19 anos, de 1948 a 1967,Jerusalém foi muito diferente daque conhecemos hoje. A soberaniasobre a metade oeste da cidadepermaneceu em mãos israelitas,enquanto a parte leste pertencia ao

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40 anos depois …

Se de ti, Jerusalém, eu me esquecer, seja ressequida a minha dextra. ...(Salmos, 137: 5-6)

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Neste mês de Julho estou aniversariando os meus 94anos. Nasci em Lisboa e quero-vos contar certas recordaçõesdo meu passado. Como jovem, numa linda Comunidade fre-quentada por gente eminente de todas as profissões: catedráti-cos, médicos, advogados, intelectuais e, também, gente simples,honesta e trabalhadora que deu prestígio à Comunidade.

Meu Pai, Salomão Levy Júnior, pertenceu ao comité fundadorda Sinagoga Shaarê Tikvá e a minha Avó, sua mãe, DonnaBenoliel de Levy, junto com Esther Abecassis Seruya1, funda-ram a Associação Israelita de Beneficência Somej No-phlim/Hospital Israelita e a Cozinha Económica Israelita.Duas das suas filhas, minhas tias, dirigiram as duas insti-tuições, por dezenas de anos: o Hospital por Miriam Levy, queera enfermeira diplomada2, muito raro no início do século XX;a Cozinha Económica por sua irmã Esther Levy, que organi-zou o apoio das senhoras da Comunidade nesta obra tão ne-cessária: especialmente na época em que, milhares de refugia-dos passaram por Lisboa, fugindo às perseguições nazis.

Nessa altura também se funda a Escola Israelita onde estuda-ram as crianças da minha geração.

Quando eu tinha 5 anos, chegou a Lisboa, o Rav SamuelMucznik, como chefe espiritual da Kehilá. Foi o meu primeiroprofessor. Recordo-me que fez um baralho de cartas pintado acores vivas o alfabeto hebraico. Assim, aos 6 anos me ensinou aler a minha primeira tefilá.

Anos mais tarde, fui aluna do Rebi Abraham Castel, que veio deHebron, na Palestina, onde tinha nascido (a sua casa em He-bron foi reconstruída nestes últimosanos pelo Ministério da Habitação deIsrael, depois de ter sido destruída nosaatques aéreos de 1929. Meu filhoArão que é arquitecto e engenheiro noMinistério, supervisou as obras.

Passaram-se outros anos e, com 16anos, fui chamada pela Direcção daCIL, para trabalhar no Arquivo Na-cional da Torre do Tombo, para veri-ficar os documentos e processos da In-quisição em Portugal e verificar queestes documentos se mantinha bempreservados e em estado perfeito parapossibilitar a pesquisa histórica. Eramuito nova e, nessa ocasião, tomei

contacto, pela primeira vez, com os horrores da Inquisição aídescritos. Li também os livros de Alexandre Herculano3, ba-seados nesse arquivo e compreendi a sua importância.

Mais tarde, chegou de Viena, o Rabino Menahem MendelDiesendruck, meu mestre de Judaísmo na sua filosofia, histó-ria e outros aspectos da religião.

Certo dia, resolveu levar-me à zona de Alfama, perto da es-tação de Santa Apolónia. Entrámos por ruas estreitas, medie-vais, com arcos. Parámos numa porta (no quadro que inseri-mos, essa porta está junta à varina que vende o peixe). Logo àentrada, antes da escada, tem um muro branco onde está escri-to, de alto a baixo, em letra hebraica, “rashi” (escrita sefardi),uma frase de louvor a D’us, seguindo-se uma triste despedida,dolorosa, da casa, de Portugal de onde foram expulsos peloRei. Nessa época, o Tejo quase chegava até à beira do bairroque era conhecido por “Judiaria” (parte baixa de Alfama).

Durante anos acompanhei turistas ingleses, americanos, fran-ceses, etc, a visitar este muro. Certa vez, chegou um grupo dejornalistas americanos que filmaram e fizeram reportagenssobre o assunto.

Anos mais tarde, já casada, fui com o meu marido a uma expo-sição de quadros, na Praça Marquês de Pombal e lá nos de-parámos com um quadro desta viela. Parámos bastante tempofrente ao quadro e o pintor veio falar connosco e disse: tenhovendido bem todos os quadros, mas ninguém se interessou poreste. Contei-lhe o que este local representava para mim. Ele in-sistiu e nós comprámos o quadro. Ele me acompanhou na min-

ha sala em Lisboa, depois, no Rio de Ja-neiro e, finalmente, em Haifa, em Is-rael. É uma bela recordação do queaconteceu aos judeus de Portugal quesaíram de Lisboa e viajaram por todosos continentes e, em parte, chegou aEretz Israel.

Haifa, Julho 2007

1. Avó paterna do Engº Victor Seruya. Mais tarde umasua neta, Esther Vera Seruya (Tété) filha de Fortuna-to e Lice, foi uma dedicada colaboradora de MiriamLevy no Hospital Israelita.2. Graduada de tenente pela Cruz Vermelha Portu-guesa durante a 1ª Guerra Mundial3. “História da origem e ESTABELECIMENTO DAINQUISIÇÃO em Portugal”

R E C O R D A Ç Õ E S D A C I L

Na minha juventude, entre as duas guerras mundiaispor Simy Levy Sequerra

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1949. Os turistas estrangeiros devisita a Jerusalém geralmente tin-ham de apresentar a certidão debaptismo. Durante todos essesanos, todos os vestígios da pre-sença judaica na cidade foram sis-tematicamente abolidos.Construiu-se uma estrada que cor-tava o antigo cemitério judaico noMonte das Oliveiras, usando-sesuas lápides para pavimentar ospisos nos acampamentos militarese nas latrinas. Cinquenta e oito si-nagogas, incluindo a SinagogaHurva, construída na Cidade Velha,700 anos antes, foram praticamen-te violadas e destruídas. Negou-seo acesso a judeus aos seus lugaressagrados, especialmente ao Murodas Lamentações. E os israelitasmuçulmanos também se viram im-pedidos de ter acesso às mesquitas

na Cidade Velha de Jerusalém.Quando Israel libertou Jerusalém,o Governo promulgou a Lei de Pro-tecção dos Lugares Santos, garan-

tindo liberdade de aces-so e culto a locais sagra-dos de todas as fés,além da autonomia in-terna a vários grupos re-ligiosos para administra-rem as suas respectivaspropriedades e locais deculto. O Knesset (Parla-mento Israelita) esten-deu a jurisdição israelitaa Jerusalém Oriental, deforma a unificar a cidadesob o governo de Israele colocando um fim à le-gislação discriminatória.Os israelitas agiram comrapidez para normalizar

os direitos aos muçulmanos deorar no Monte do Templo, apesardeste ser o mais sagrado dos lo-cais para a religião judaica.

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AComun i dadeIsrael i ta de

Lisboa e a Em-baixada de Israelem Portugal, reali-zaram no final doMês de Abril, o tra-dicional acto sole-ne em homenagemao Dia da Recor-dação dos Solda-dos Caídos em no-me de Israel e Víti-mas do Terrorismoque infelizmentecontinuam a ocorrer. Vale lembrar que somenteem 2006, mais 44 cidadãos e 119 soldados israe-litas foram mortos em consequência da “2ª Guer-ra do Líbano. Foram já 22.305, as almas lembra-das desde o ano de 1860, quando ocorreu a saídapara fora das muralhas de Jerusalém. O evento foirealizado no pátio da Sinagoga Shaaré Tikvá, queesteve lotado com as cerca de 120 pessoas pre-sentes para assistir a este sempre comovente ac-

to. Para além dos be-los textos e mensa-gens, o programacontou com a apre-sentação do Coro daCIL que interpretou a“ Tfilá Lishlom Hame-diná”. A jovem Vi-vian Bernfeld e Mar-cos Prist interpreta-ram juntos a canção“Choref 73” (Invernode 73) e a cantora is-

raelita – Michal Talia – também emocionou a to-dos com a apresentação das duas belas canções“Tsipor Shniá” (O 2º Pássaro) e “Shirat Haassa-vim” (Canção do Mato). Um grande memorial ela-borado com muito carinho pelo nosso More Laer-cio Pintchovski, com nomes de soldados e dasguerras já ocorridas complementado por florespela luz das velas, também marcou significativa-mente esta homenagem.

V Campanha do Agasalho na CILMuita roupa e cobertores velhos e sem utilidade para deitar fora? Preci-sa de espaço nos armários? Então esta é a hora! Não deite nada fora!Envie roupas, cobertores e agasalhos para a CIL e vamos desde jácontribuir para tornar o próximo Inverno mais quente e humano, pa-ra quem necessita e assim cumprirmos mais uma vez com os nossosmilenares preceitos de Tzedaká (justiça com solidariedade) e TikunOlam (aperfeiçoamento do mundo). A Campanha irá ocorrer de 15 deAgosto a 30 de Setembro. Contamos com a sua colaboração!

Dezenas de pes-soas estiveram

presentes na sede doMaccabi para partici-par na festa do 59ºAniversário do Estadode Israel – o YomHaatzmaut. Juntos,

crianças, jovens e adultos divertiram-se a aprendercom um vídeo especial, o super “Quizz” e o “FutebolCultural” com perguntas, imagens e informações alu-sivas à geografia, história e personalidades de Israel. O evento encerrou com a cerimónia do “Mifkad”, quan-do os presentes prestaram uma homenagem a Israel ejuntos cantaram o hino de Israel “Hatikvá”. Seguiu-sese um delicioso “kibud” (comes e bebes) e um bolo es-pecialmente confeccionado para a ocasião.

Acto Solene deYom Hazikaron5767 na CIL

Festa do 59º Aniversáriodo Estado de Israel

A C O N T E C E U N A C I L

Memorial

Coral da CIL Vivian Bernfeld e Marcos Prist

Michal Talia

Teve lugar, no passado dia 25 de Abril, na Biblio-teca e Espaço Cultural Dr. Elias Baruel a reali-

zação de mais uma Assembleia-Geral da Comunida-de Israelita de Lisboa, conduzida pelo Dr. MoisésAyash – Presidente da Mesa da Assembleia-Geral.Na ocasião foram aprovados os relatórios de contase actividades relativos ao ano de 2006. Seguiu-seentão a eleição da totalidade dos corpos-gerentespara o triénio 2007-2009. Foi reeleita com os votosfavoráveis da esmagadora maioria dos presentes, aúnica lista candidata, encabeçada pelo Dr. José Oul-man Carp e que continua a desenvolver com todoafinco e dedicação o programa que foi apresentadoem Outubro de 2002. De destacar a entrada do jo-

vem Bernardo Abecasis que passa a fazer parte daDirecção eleita que fica assim composta:

DirecçãoPresidente Jose Oulman CarpVice-Presidente Esther MucznikVice-Presidente Ronald BrodheimTesoureiro José Salomão RuahSecretário Eva Ettner Vogal efectivo Clara K. CassutoVogal efectivo Charles ArieVogal efectivo Sonia Bernfeld Vogal efectivo Arnaldo GrossmanVogal Suplente Salomão KolinskiVogal Suplente Bernardo Abecasis

Mesa da Assembleia-geralPresidente Moisés Bendrao AyashVice-Presidente Mordechai Atsmon1º Secretário Nuno Wahnon Martins2º Secretário Diana Ettner

Conselho FiscalPresidente Samuel TuatiVogal Efectivo David Bentes RuahVogal Suplente Guilherme Grossman

Realizou-se no passado dia 20 de Junho uma As-sembleia-geral da CIP, em que foi apresentado

um Relatório de actividades e eleita uma nova di-recção à qual desejamos os maiores sucessos e re-forço de amigável colaboração. Do novo presidenteda direcção, Dale Jeffries, recebemos uma mensa-gem afirmando " a esperança de continuar a culti-var uma comunidade unida e activa, lembrando a ri-ca história judaica do Porto" e dando conta dos no-vos órgãos dirigentes, que são como se segue:

Assembleia Geral Presidente - Alain PicciottoVice presidente - Avraam Sarfati1º Secretario - Michael Rothwell

2º Secretario - Luciano Moura

DirecçãoPresidente - Dale JeffriesVice Presidente - Isabel Ferreira Lopes1º Secretario - Jorge Neves2º Secretario - Marco MedinaTesoureiro - José Amaral Silva 1º Vogal - Júlio Silva Cunha 2º Vogal - Emanuel Fonseca

Conselho Fiscal Presidente - Eliezer BeigelVogal - Dara JeffriesVogal - Luísa F. Cymerman

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A C O N T E C E U N A C I L

ACIL recebeu na Sinagoga no passado dia 27 deJunho a visita do Dr. António Costa, candidato do

Partido Socialista às eleições da Câmara Municipal deLisboa. O candidato veio acompanhado de uma comi-tiva e de vários jornalistas que fizeram a coberturadesta visita. Todos foram recebidos pelo PresidenteJosé Oulman Carp, pela Vice-Presidente - Esther

Mucznik, pelo Ex- Presidente da CIL - Dr. JoshuaRuah e pelo Director Executivo da CIL - Marcos Prist.Após a recepção e visita ao interior da nossa Sinago-ga, durante a qual foram informados de algumaspreocupações da comunidade, o candidato assinou onosso tradicional “Livro de Ouro”, encerrando assimesta importante visita.

Domingo, 3 de Junho de 2007 era um dia quente e sola-rengo em Faro. Cerca de 200 pessoas, algumas vindas

de locais longínquos como Inglaterra e Irlanda, Ilinois e atéJacksonville (EUA) assim como um contingente de Lisboa e,é claro, do Algarve, estavam presentes para testemunhareste evento marcante que honra a memória de Isaac “Ike”Bitton. Um dos pensamentos memoráveis de Ike era que“quem não honra os mortos não pode respeitar os vivos”. ACâmara Municipal de Faro (CMF), tal como em cerimóniasanteriores, providenciou o sistema de som, toldos e cadeirasassim como capas para os monumentos a serem inaugura-dos. A CMF também assentou um pavimento permanenteem calçada portuguesa a partir da Rua Leão Semedo e aolongo dos muros do Cemitério, à volta dos relvados da fren-te, oferecendo ao local um acesso condigno. Isto, emconjunto com uma nova cerca decorativa preservando osbem cuidados relvados em frente aos 18 altos ciprestes, ofe-receu aos visitantes e turistas uma melhor apreciação da be-leza e da serenidade deste local histórico. O Dr. Arnaldo José Guerreiro deu as boas-vindas aos pre-sentes. Em seguida, convidou o Dr. José Oulman Carp, Presi-dente da Comunidade Israelita de Lisboa, a tomar a palavraperante os três novos mastros que ostentam respectivamen-te as bandeiras do Fundo da Restauração do Cemitério de Fa-ro, da Comunidade Israelita de Lisboa e da Comunidade Ju-daica do Algarve. O Dr. Carp exprimiu a sua satisfação emverificar o progresso feito em manter vivo para as geraçõesfuturas, este importante Património Judaico. Registou oapreço da sua comunidade pelo trabalho que está a ser feito.O orador seguinte foi o Vice-Presidente do Fundo de Restau-ração, Eng. Ralf Pinto, que descerrou uma nova placa ondeestão listados o novo museu, os monumentos e todas as ho-menagens prestadas no cemitério. Realçou que todos osacréscimos e desenvolvimentos no local durante os 15 anosdesde a sua restauração o tornaram uma verdadeira atracçãoturística, o que demandou que fosse renomeada apropriada-

mente para “Centro de Património Judaico de Faro”. Em seguida, o Eng. José Saúl Pinto descerrou uma réplica dapedra tumular de José de Tomar, falecido em 1315. Em Por-tugal, esta é uma das apenas sete pedras restantes com ins-crições em hebraico. José exprimiu ainda o seu orgulho emser filho de Ralf Pinto.A cerimónia passou então para o Monumento a Samuel Ga-con oferecido pela Câmara Municipal de Faro e descerradopelo seu Presidente, Dr. José Apolinário. Este, explicou quefoi Gacon quem fez em Portugal a primeira impressão doPentateuco (os 5 Livros de Moisés) em hebraico, em Faro,publicado em 30 de Junho de 1487!. A Biblioteca Britânicapossui a única edição original deste livro na sua secção deHebraico e em 1991, o Governador Civil de Faro providen-ciou uma edição facsimile limitada cuja cópia pode ser vistano Museu. Os netos de Ike Bitton, David e Joseph, tambémdirigentes do FRCF, descerraram uma placa em memória oseu falecido avô com referência à nova fonte para lavagemde mãos, indispensável para as pessoas que saem do ce-mitério. Michael I. Bitton, filho do falecido Ike, cortou a fitaabrindo o acesso ao Museu-Sinagoga Isaac Bitton. Exprimiuos seus agradecimentos por todos os esforços feitos nos úl-timos 15 anos para que o sonho de seu pai, de ver o ce-mitério restaurado, se tornasse realidade. O mobiliário daSinagoga Original da Rua Castilho nº 4, na baixa de Faro, foirestaurado e está agora em segurança na sua nova casa. Asua preservação durante 40 anos desde a demolição da Si-nagoga, deveu-se aos esforços do incansável advogado, ofalecido Semtob Dreiblatt Sequerra, para quem temos umagrande dívida de gratidão. O discurso de encerramento foi proferido pelo Embaixadorde Israel, Exmo. Senhor Aaron Ram, que felicitou todas aspessoas envolvidas, dos patrocinadores aos apoiantes, peloque tinham conseguido.

Ralf Pinto

António Costa visita a nossa Sinagoga

Cerimónia de Inauguração do Museu Isaac Bittonno Cemitério Histórico Judaico de Faro

Cil elege nova Direcção

Eleita Nova Direcção da Comunidade Israelita do Porto

12 Tikvá 64 • Junho/Julho

No passado dia 11 de Julho, a Faculdade de Le-tras de Lisboa, foi palco de um acontecimento

histórico. O Rabino Isaac Sassoon de nacionalidadeinglesa, mas a viver em Nova Iorque defendeu a suatese de doutoramento “The Status of Women in Je-wish Tradition” em inglês numa faculdade portugue-sa, perante um júri composto pelos Profs. Drs. PeterStilwell e José Tolentino da Universidade Católica,pelos Profs. Drs. José Ramos, Miguel Tamen, AntónioFeijó e António Alexandre todos da Universidade deLisboa, e por mim própria. Este acontecimento sem precedentes deve-se emprimeiro lugar à iniciativa corajosa do Prof. AntónioFeijó, do Departamento de Teoria da Literatura daFaculdade que decidiu admitir para a prova de dou-toramento uma obra e um autor que não se enqua-dram nos parâmetros académicos tradicionais. Comefeito a sólida formação do Rav. Isaac Sassoon é es-sencialmente religiosa e não académica e a sua te-se, exemplo brilhante do pensamento rabínico,também não obedece às normas habituais. Maisuma razão para saudar a decisão do júri de aprovara tese com distinção e louvor, reconhecendo assima riqueza e a originalidade da mesma. A questão inicial posta pelo Rabino Sassoon é a se-guinte: como conciliar a observância judaica, assen-te na herança rabínica, com o sentido de justiça mo-derno, ou seja com a igual dignidade do homem e

da mulher? Nesse sentido, o autor dedica-se a in-vestigar a relação entre o texto bíblico, a interpre-tação rabínica e o elemento subjectivo pessoal e(ou) social no trabalho de exegese. Aliás, uma dasideias mais interessantes da sua tese – detalhada-mente demonstrada – é que não se pode ignorar asubjectividade, o “impulso humano” na formação dareligião revelada, nomeadamente na parte que tra-ta dos comportamentos – a Halachá. Essa subjecti-vidade exprime-se nas diferentes interpretações dotexto bíblico em relação à mulher. Outra ideia central, é que os próprios textos não sãounívocos. Quer a Bíblia, quer o Talmud apresentamvisões e atitudes diferentes. No próprio Génesis há lo-go no início duas versões diferentes da criação do ho-mem e da mulher. Para além do conhecimento do tex-to é interessante reflectir sobre o motivo que determi-nou a adopção pelos rabinos de uma e não de outradessas versões. Assim o autor rejeita a ideia de quepara ser de inspiração divina, a Torá tem de unívoca;rejeita o conformismo como sinónimo de virtude epropõe uma outra visão: a de tomar a diversidade eaté a contradição como um estímulo para o pensa-mento e para a procura incessante daquilo que é afi-nal a mensagem essencial da Torá – a igual dignidadetodos os seres humanos, homens ou mulheres.

Esther Mucznik

Nos passados dias5 e 6 de Julho,

por ocasião do inícioda presidência portu-guesa da União Euro-peia, esteve em Por-tugal uma delegaçãodo American JewishCommittee, condu-zida pelo seu direc-tor executivo, David Harris.Acompanhada pelo presidente epela vice-presidente da CIL, a de-

legação foi recebidapelo secretário de Es-tado dos Assuntos Eu-ropeus, pelo assessordiplomático do Presi-dente da República,pelo Alto-Comissáriodas Nações Unidaspara a Aliança das Ci-vilizações, entre ou-

tras entidades. Almoçou tambémcom o senhor Embaixador de Is-rael. A visita a Portugal da dele-

gação do AJC destinou-se a de-bater com representantes da pre-sidência portuguesa questões re-lativas ao Médio-Oriente, em par-ticular a grave ameaça do Irão ea situação do conflito israelo-pa-lestiniano. As reuniões forammuito positivas, tendo a dele-gação ficado sensibilizada pelapreocupação demonstrada peladiplomacia portuguesa relativa-mente às ameaças à estabilidadena região.

Tese de doutoramento sobre a mulher no judaísmo

aprovada com distinção e louvor

American Jewish Committee em Portugal

Tikvá 64 • Junho/Julho 13

No quadro de uma campanhade sensibilização pela Europa,

estiveram em Portugal, familiaresdos soldados raptados há um ano,Guilad Shalit em Gaza pelo Ha-mas, Ehud Goldwasser e Eldad Re-guev pelo Hezbollah no Líbano,Para além de encontros de alto ní-vel com responsáveis portuguesese com a imprensa escrita e audio-visual, os familiares participaramnuma sessão pública no Hotel RealPalácio onde apelaram à solidarie-dade e apoio à libertação dos seusfilhos. Esta sessão organizada pelo

Grupo de Amizade ParlamentarPortugal-Israel, pela Embaixadade Israel e pela Comunidade Is-raelita de Lisboa, contou igual-mente com a presença do repre-sentante do Patriarcado da IgrejaCatólica, Padre Peter Stilwell, doDirector Executivo do AmericanJewish Committee, David Harris ede representantes da AliançaEvangélica e Comunidade Bachai,assim como de numeroso público. Na sessão solene e comovente osfamiliares apelaram ao esforço detodos: “Por favor, suplicou Miki

Goldwasser, mãe de Eldad, “le-vantem as vossas vozes, façam ovosso Governo agir, fazer algo,exigir um sinal de vida”. “É a espe-rança que nos mantém firmes”,disse por sua vez, Noam Shalit, paide Gilad Shalit, “mas há já um anoque o nosso filho está ausente. Umlongo ano. Um ano muito longo.Para nós é um pesadelo constante.Temos esperança de que Gilad es-teja bem e que volte depressa ebem para casa, é isto que nos per-mite desenvolver esforços paraacelerar a sua libertação.”

Esta carta emocionante dos pais de GuiladShalit para o seu filho, detido por gruposarmados em Gaza, segue-se à mensagemgravada, difundida em 25 de Junho, ondese ouve a voz abafada de Guilad. Esta co-municava notícias muito alarmantes: o seuestado de saúde estaria muito degradado enecessitaria de uma longa hospitalização.

Carta de Noam e Aviva Shalit ao seu fillho Guilad, raptado e detido em Gaza

Querido filho GuiladÉ da nossa casa, em Mitzpé Hilla, naGalileia Ocidental, que te escrevoesta carta. Tenho à minha frente astuas últimas fotografias, tiradas noVerão passado e escuto como ruídode fundo a tua voz quebrada e hesi-tante proveniente da cassete quenos mandaste na semana passada.É tudo o que temos de ti até estemomento, depois deste longo anode silêncio, este ano que parece in-terminável tanto para nós como pa-ra ti, estou certo.Como deves imaginar, a tua mãe e oteu pai, a tua irmã Hadas, o teuirmão Yoel e os outros membros dafamília que te amam tanto, estão

todos terrivelmente ansiosos. De-pois de uma ausência tão prolonga-da fazes-nos tanta falta! Não imagi-nas até que ponto estamos inquie-tos por ti e como temos saudades!Estou certo que sabes o calvário emque vivemos, toda a família tem so-frido durante este longo ano e es-tou certo que sabes que fazemostudo o que nos é possível para tetrazer de volta a casa. Muitas pes-soas em Israel, no Egipto, emFrança e no mundo inteiro, não pa-ram de trabalhar pela tua libertaçãoem troca de outros prisioneiros pa-lestinianos, que desejam igualmen-te voltar para as suas famílias. Nãobaixaremos os braços enquantonão tivermos a alegria de te abraçaraqui em nossa casa. Quero que sai-bas que o Estado de Israel está em-penhado na tua libertação e estádisposto a libertar centenas de pri-sioneiros palestinianos para que tuvoltes para casa são e salvo.É penoso para nós não ter quaisquernotícias, não saber co-mo te sentes, como estáa tua saúde. Qual a gra-vidade do teu ferimento,como atravessas esteperíodo difícil e como éstratado pelas organi-zações que te detêm.Estas organizações de-claram que és um pri-sioneiro de guerra, mas

lamento profundamente que nãoapliquem as convenções e os direi-tos dos prisioneiros de guerra deacordo com as leis internacionais ea religião islâmica, religião que or-dena tratar os prisioneiros de guer-ra de forma digna e humana, outor-gando-lhes todos os direitos quelhes assistem e provendo às suasnecessidades. Os mesmos direitosque o Estado de Israel concede aqualquer prisioneiro palestiniano,seja qual for a razão da sua prisão.Apesar da tua jovem idade, queridoGuilad, sê forte e aguenta-te bem.Sei que é um período de provação,mas não quebres e não te vergues,até à tua libertação. Fazemos tudo oque é possível para que esta sejamuito em breve. Esperamos que asorganizações sejam suficientemen-te caridosas para te fazer chegaresta carta, que vem dos teus pais,sem demora. Tal como todos os pri-sioneiros palestinianos detidos emIsrael, que têm a alegria e o conso-

lo de receber e enviar ascartas dos seus pais eirmãos. Querido Guilad,que estejamos em brevereunidos em casa. Comos nossos beijos e onosso amor.

Mãe e Pai

Julho de 2007

A C O N T E C E U E M P O R T U G A L

Familiares dos soldados raptados, em Portugal

Éincrível. Às vezes parece que es-tamos a falar do centro do mun-

do, como o apelidou precisamente omeu amigo (Zé) Henrique Cymer-man no seu livro (“Entrevistas noCentro do Mundo”, Prime, 2004).Israel é um país que, não obstanteas suas pequenas dimensões,constitui uma inesgotável fontequase diária de notícias para osmeios de comunicação. E mais:consegue até que jornalistas se tor-nem eles próprios notícia, ao seremraptados, feridos, etc. Outra coisa é que no meio desteturbilhão de informação, das bom-bas, dos mísseis, das balas, das de-clarações, das negociações, etc, seconsiga “separar o trigo do joio” ou,pior ainda, que se saiba o que é otrigo e o que é o joio. Pensando no macro, tem ou não temimportância lembramo-nos (e quemse lembra já?) de que Arik Sharon,um guerreiro que se converteu numaesperança de paz, se encontra aindaalgures em Israel, em coma profun-do, ligado a uma máquina, numquarto dum hospital? Tem ou nãotem importância que Shimon Perestenha sido finalmente eleito Presi-dente do Estado de Israel, vendo as-sim recompensada a sua longa car-reira política (e pondo fim a uma se-quência infeliz de presidentesmedíocres)? Tem ou não tem im-portância que o Irão ameace a tudo etodos, desde Israel à Andaluzia, e osseus generais se tenham reunido emDamasco com os seus colegas síriospara preparar “acções comuns”? E pensando no “micro”, a quem im-porta que os soldados sequestradospelo Hisbollah no Líbano, e que pa-ra os libertar se desencadeou umaguerra em que morreram centenasde pessoas, ainda não tenham sidolibertados? Quem pensa na morteinjusta de Oshri Oz, um técnico decomputadores de 36 anos que ia fa-zer uma reparação em Sderot, quefoi atingido por um dos milhares demísseis Kassam que se disparam,ao perfeito acaso, desde a Faixa deGaza? Tem ou não tem importânciaque seis soldados espanhóis, inte-grados num contingente de paz daO.N.U. e enviados para o Líbano apedido do governo deste país, ten-ham sido mortos? Pois, não obstan-te o que os analistas e os comenta-ristas considerem importante, háfamílias que perderam entes queri-

dos e, para elas, não há nada queseja mais importante. Mas, antesque a retórica, a tristeza ou a indife-rença nos afectem por completo oraciocínio lógico, há dois aconteci-mentos que convém destacar. Por um lado a injustificada euforia mun-dial em torno do novo governo de AbbuMazen. Para simplificar os factos, o Ha-mas foi eleito democraticamente masnão soube aproveitar a oportunidade dese moderar e envolveu-se numa guerril-ha com o Fatah. Encurralado por este,promoveu a Faixa de Gaza a um encla-ve islâmico fundamentalista e extremis-ta. Abu Mazen demitiu o primeiro-minis-tro Ismail Hanieh e nomeou temporaria-mente um novo governo, com o júbilo eo apoio de quase todo o mundo ociden-tal e até dos governantes de Israel. Ab-

bas (Mazen) solicitou de Israel, quase deimediato, como prova de boa vontade,uma série de benesses (fundos, liber-tação de prisioneiros, etc.). Mas, segun-do os analistas, engana-se quem pensaque o Hamas foi definitivamente afasta-do. Os ministros nomeados são ilustresdesconhecidos, na sua maioria, e Abbasnão conseguirá governar a longo prazosem o Hamas. Em breve tentará recon-ciliá-lo num novo governo de “unidade”nacional. “Unidade”, esclareça-se, emtorno do acesso a dinheiro fácil, descon-sideração pela população palestinianafamélica de pão e de paz e do recônditodesejo de eliminar Israel do mapa...Por outro lado, a população de Is-rael perdeu quase todas as espe-ranças que inicialmente depositaranas mudanças que o governo dopartido Kadima, liderado por EhudOlmert, prometeu levar a cabo. Per-iclitante, sobretudo após o desastreda guerra no Líbano, Olmert pareceestar mais ocupado em conseguiraguentar os embates do que emmostrar uma estratégia clara econsistente de governação. Após aseleições no partido trabalhista,Ehud Barak substituirá a Amir Per-etz na pasta da Defesa, o que seráuma mudança significativa. Mas asrestantes remodelações pessoaisque o primeiro-ministro prepara noseu governo, envolvido em váriosescândalos, parecem ser mais joiodo que trigo.

Gabriel Steinhardt

Tikvá 64 • Junho/Julho 15

I S R A E L E M F O C O

O trigo e o joio

Escritor israelita Amos Oz recebe PrémioPríncipe das Astúrias de Letras

Oescritor israelita Amos Oz foi distinguido com o Prémio Prín-cipe das Astúrias na categoria de Letras, anunciou hoje o

júri do galardão em Oviedo.Tido como um dos escritores israeli-tas mais empenhados numa saída pacífica para o conflito israe-lo-palestiniano, Oz dedicou grande parte da sua obra (no ro-mance e no ensaio) à luta dos dois povos vizinhos.Chegaram àsúltimas rondas de votações a romancista canadiana MargaretAtwood, o poeta sul-coreano Ko Un e o escrito italiano Antonio

Tabucchi. Entre as candidaturas iniciais constavam ainda Haruki Murakami, Mar-tin Amis, António Gamoneda, Germán Belli de la Torre, Fernando del Paso, CeesNooteboom, Edward Albee e Arturo Pérez Reverte.Com esta distinção, Amos Ozrecebe 50 mil euros e uma estátua desenhada por Joan Miró. Este é o quarto Pré-mio Príncipe das Astúrias anunciado este ano, depois das distinções de Al Gore(Cooperação Internacional), Bob Dylan (Artes), Ginés Morata e Peter Lawrence(Investigação Científica e Técnica). O norte-americano Paul Auster foi o últimoescritor a receber o Prémio Príncipe das Astúrias na categoria de Letras.Fonte: Público - Espanha – 2007-06-27

A C O N T E C E U E M P O R T U G A L

Um centro de educação judaico-árabe recebeu o Prémio Inter-

nacional Calouste Gulbenkian, queé atribuído pela primeira vez. Oprojecto Hand in Hand Center forJewish-Arab Education foi distin-guido pelo seu empenho na comu-nicação intercultural, ao juntarcrianças árabes e judias paraaprenderem a viver juntas. O projecto bilingue, instalado em Is-

rael em 1997 pelas mãos de Lee Gor-don e Amin Khalaf, parecia a muitos,na altura, ter os dias contados. Hoje,conta com três escolas, incluindouma em Jerusalém, prepara-se paraabrir a quarta e quer criar mais seis.Em dez anos, passou de 50 para 750alunos, o que, para o actual directorAmin Khalaf, é uma "prova de suces-so, apesar da situação em Israel. É

uma prova de que é possível viverem conjunto em igualdade e de quese pode ganhar com isso". Israel, tem hoje 16 por cento deárabes e 84 por cento de judeus, se-gundo os últimos dados, referidos.As aulas (com especial ênfase nahistória do conflito israelo-palesti-niano) são dadas por um professorde cada origem e metade dos alunosvem de comunidades judaicas e aoutra metade de populações árabes. Esta união na educação, diz Khalaf,pretende servir de exemplo paraáreas como a política e para outrospaíses. "É possível sermos iguais seadoptarmos algo parecido com oque desenvolvemos no nosso mo-delo", explica. "Os líderes do futurovirão das nossas escolas", acres-centa. No seu cinquentenário, aFundação Gulbenkian decidiu criarcinco novos prémios - Artes, Bene-ficência, Ciência, Educação e Inter-nacional. O prémio ao Hand inHand, de 100 mil euros, será en-tregue dia 20 de Julho.

Centro de educação judaico-árabe vence Prémio Internacional Calouste Gulbenkian

Mário Soares vai presidir à Comissão de Liberdade Religiosa

OConselho de Ministros desi-gnou hoje o ex-Presidente

da República Mário Soares parapresidir à Comissão de LiberdadeReligiosa, substituindo neste car-go o social-democrata MeneresPimentel.Na conferência de imprensa, oministro da Justiça, Alberto Cos-ta, saudou o trabalho desempen-hado pelo presidente cessante,Meneres Pimentel, como presi-dente da Comissão de LiberdadeReligiosa desde 2004. “MárioSoares, trata-se de uma perso-nalidade cujo contributo para ademocracia e para a liberdadereligiosa, assim como para o diá-logo inter-religioso, é conhecidade todos os portugueses”, decla-rou o ministro da Justiça.

Fonte: Lusa 2007-06-28

Tikvá 59 • Junho/Julho 1316 Tikvá 64 • Junho/Julho

Opassaporte falso utilizado pe-lo criminoso de guerra nazi

Adolf Eichmann para fugir da Eu-ropa e refugiar-se na Argentina a14 de Julho de 1950, foi encontra-do nos arquivos do Palácio da Jus-tiça de Buenos Aires. “Trata-se deum documento histórico”, revelouem 28 de Maio a juíza Servini deCubria, que o encontrou quandouma estudante solicitou acessoaos arquivos do tribunal. A magis-trada decidiu confiar o documentoao Museu do Holocausto, inaugu-rado em Buenos Aires em 1999.O falso passaporte estava emiti-do em nome de Riccardo Kle-ment, nascido a 23 de Maio emBozano, Norte de Itália, e tinhasido entregue pela Cruz Vermel-ha Internacional (CICR), em Ge-nebra, a 1 de Junho de 1950. An-tigo director dos assuntos judai-cos sob o regime de Hitler, AdolfEichmann foi um dos principaisresponsáveis pela execução da“solução final” que conduziu aoextermínio de seis milhões de ju-deus. Viveu calmamente na Ar-gentina durante 10 anos, antesde ser apanhado nos arredoresde Buenos Aires pelos serviçossecretos israelitas, em 11 deMaio de 1960. Conduzido clan-destinamente a Israel, foi julgadoe enforcado dois anos mais tarde,a 31 de Maio de 1962.Após o fim da segunda guerramundial, milhares de nazis e ou-tros criminosos de guerra encon-traram refúgio na Argentina,graças à benevolência do GeneralJuan Peron e da Igreja Católica.Entre eles, Klaus Bardie (chefe daGestapo em Lyon), Joseph Men-gele (o ”anjo da morte”), Walter

Kuschmann (um dos chefes daGestapo na Polónia), Ante Pavelic(chefe do regime oustachi naCroácia) e ainda Eduard Rosch-mann (o "carniceiro de Riga").Em Genebra, a CICR confirmou terentregue o falso passaporte deAdolf Eichmann, afirmando teremsido enganados: “A seguir à Se-

gunda Guerra Mundial, massas depopulação em movimento benefi-ciaram de títulos de viagem. O CI-CR não dispunha de um sistemade inquérito para verificar as suasidentidades”, lamentou o seu por-ta-voz, Vincent Lusser.

Christine Legrand

A C O N T E C E U N O M U N D O

Congresso Judaico Mundial

tem novo presidente

Ronald Lauder foi eleito presidente do Congresso JudaicoMundial. Lauder formou uma aliança com Matthew Bronf-man (filho de Edgar) para disputar a presidência contra o

magnata do aço sul-africano MendelKaplan. No currículo de Lauder está otrabalho nas relações exterioresamericanas como embaixador naÁustria, presidente da Conferência dePresidentes das Organizações Judai-cas Americanas e presidente do Mu-seu de Arte Moderna de Nova Iorque,onde vive. O seu actual mandato

será de apenas 18 meses, para completar o tempo de Ed-gar Bronfman que se retirou da presidência há poucomais de um mês. Fonte: FIERJ DIGITAL

Seguranças do Pan usarão

técnica israelita de combate

No passado dia 8 de Junho, o Mestre Kobi Lichten-stein treinou, no Rio de Janeiro, 120 peritos da uni-dade anti bomba da Policia Federal para a segurançados jogos Pan Americanos. O objectivo foi capacitá-los, através do Krav magá, para actuar contra possí-veis ataques terroristas e homens-bomba. MestreKobi que é especialista em segurança nacional e ter-ror explica que o krav magá é a única técnica nomundo específica para o combate ao terrorismo. É amelhor maneira de controlar ameaças ou situaçõesde reféns, com a imobilização de quem ataca, comtécnicas simples, rápidas e objectivas.O Krav magá éutilizado internacionalmente para ajudar na segu-rança de eventos de grande porte.

Eichmann conseguiu fugir graças ao Comité Internacional da Cruz Vermelha

Líder canadiano caricaturado como judeuMario Dumont, líder da Acção De-mocrática do Quebec (ADQ) foi ca-ricaturado pelo jornal La Presse,de língua francesa, como um judeuhassídico de olhos esbugalhados:"Mario Dumont cortejado pela co-munidade Judaica", diz a legenda.Frank Dimant, presidente executivo da B'nai Brith doCanadá protestou contra o cartoon e disse que a cari-catura é "cheia de ódio" mostrando um "judeu diabóli-co" e despertando os piores sentimentos anti-semitas.O motivo deste ataque foi um encontro do líder da ADQcom a comunidade judaica alguns dias antes.

Protocolos dos livreiros da IrlandaA empresa Booksunlimited.ie está a comercializar o o os“Protocolos dos Sábios de Sião” para a Irlanda e outrospaíses, pela Internet, mesmo depois da maior rede localde supermercados, a Tesco, ter retirado o livro de vendano final do ano passado. Até o principal clérigo muçul-mano na Irlanda considera o livro "vil e repulsivo". O por-ta-voz da Booksunlimited recusa comentar o assunto.

Templo B'nei Israel atacadoA sinagoga localizada na cidade deVitoria, EUA, foi “pichada” comsuásticas e mensagens ofensivasaos judeus. É o primeiro caso re-gistado na cidade.

Judeus atacados na rua na RússiaDois skinheads russos de 21 anos foram presos e acu-sados pelo espancamento de Ervin Kirshtein e de um ca-nadiano apenas referido como Rabi Zvi, líder da asso-ciação judaica de Ivanovo, cidade a 300 km de Mosco-vo. As vítimas usavam roupas judaicas tradicionais.Fonte: Fierj Digital

Persiste na Europa o velho antisemitismoSegundo uma sondagem da organização americana,The Anti-Defamation League, (ADL), 50% dos euro-peus de seis países consideram que os judeus sãomais fiéis em relação a Israel, do que ao seu própriopaís, 34% afirmam que os judeus têm demasiada in-fluência no campo financeiro e 43% consideram queestes falam demasiado na Shoah.A sondagem, efectuada na Áustria, Bélgica, Hungria,Inglaterra, Holanda e Suíça a três mil pessoas, mostraque há aumento de atitudes antisemitas, mastambém uma mudança positiva da visão em relação aIsrael. No que respeita ao boicote contra Israel porparte de diversas organizações inglesas, 43% dosbritânicos opõe-se contra 34% a favor.“Milhões de europeus continuam a perfilhar um vastoleque de estereótipos e teorias de conspiração antise-mita, incluindo a acusação segundo a qual os judeussão mais fiéis a Israel do que ao seu próprio país deorigem”, afirma Abraham Foxman, director da ADL.“Apesar dos governos e da União Europeia teremcondenado o antisemitismo e adoptarem meios para ocontrariar, as atitudes conservadoras incitam e legiti-mam os actos anti-semitas, inclusive violentos.” Fonte: Haartz/ CRIF

Documento de viagem que permitiu ao criminoso de guerra naziAdolf Eichmann de fugir da Europa para a Argentina, encontrado nosarquivos de um tribunal argentino. Publicado no jornal Le Fígaro de31 de Maio 2007.

18 Tikvá 64 • Junho/Julho Tikvá 64 • Junho/Julho 19

Hoje com 97 anos, esta antiga enfermeira, IrenaSendlerowa, que vive actualmente num lar da

terceira idade na Polónia, salvou duas vezes mais ju-deus dos horrores do Holocausto do que OskarSchindler, mesmo sem o aparelho industrial ou o po-der financeiro do protagonista do premiado filme.Graças a ela, cerca de 2500 crianças foram liberta-das do Gueto de Varsóvia e de uma morte quase cer-ta nos campos de concentração. Irena tirava de lábebés e crianças dentro de sa-cos, através de esgotos e atémesmo escondidos debaixo demacas em ambulâncias. Comidentidades falsas, eles eramentregues a famílias adoptivasnão-judias, que as ensinavam afalar polaco e a balbuciarorações cristãs para poderemenganar os oficiais da Gestapo.Indicada para o “Prémio Nobelda Paz”, Irena diz que não foiuma heroína, mas as centenasde crianças judias que tiveram asorte de crescer graças a ela não concordam. “Paramim, as suas acções foram de puro heroísmo. Seique ela não gosta e diz modestamente que se limi-tou a fazer o que qualquer ser humano teria feito,mas não há outra palavra para isso”, diz Elzbieta Fi-cowska, uma das crianças salvas.Com a guerra a alastrar pela Europa, Elzbieta e qua-se 400.000 outros judeus polacos foram levados pa-ra uma área do tamanho do Central Park de NewYork. Era Novembro de 1940, e assim nascia o Gue-to de Varsóvia. Os pais passaram os meses se-guintes a ver os filhos brincar por detrás de muroscom mais de 3 metros de altura e com cacos de vi-dros no seu topo, enquanto eles próprios tentavamsobreviver com rações mínimas e proteger as famí-lias dos surtos de febre tifóide e tuberculose quegrassavam naqueles espaços superpovoados.A pena de morte para quem ajudasse judeus naPolónia ocupada pelos nazis não deteve a enfer-meira, cuja profissão lhe permitia a possibilidade

de entrar no gueto. Católica, Irena decidiu mos-trar a sua solidariedade com o povo judeu usandoa faixa obrigatória com a estrela de David quandoentrava no gueto. “Fui educada acreditando queuma pessoa deve ser ajudada, independentemen-te da religião ou da nacionalidade”. Em pleno tur-bilhão da guerra, Irena teve presença de espíritopara guardar registos minuciosos dos que salva-va. Em Outubro de 1943, um pelotão nazi chegou

certa madrugada, revirou todaa casa e levou Irena para oquartel da Gestapo. Foi tortu-rada, na tentativa de lhe ar-rancarem informações. Parti-ram-lhe ossos das pernas edos pés, mas a sua boca nãose abriu. Sobreviveu graças àinterferência de colegas seus ede um punhado de dólares.“Indescritível o que se sente acaminho da própria execuçãopara só no derradeiro momen-to ser resgatado”. No dia se-

guinte, as autoridades alemãs, ainda ignorantesda sua fuga, afixavam cartazes por toda Varsóviaanunciando que ela tinha sido fuzilada. Depoisdisto, Irena passou a levar uma vida clandestina,com identidades falsas, sem poder voltar a casa.Quando a mãe morreu, pouco depois dela escapardo pelotão de fuzilamento, apareceram agentesda Gestapo no funeral interrogando os parentessobre a filha da morta. Há pouco tempo, o parla-mento da Polónia homenageou Irena com a "Me-dalha da Ordem do Sorriso", qualificando-a como“heroína nacional” e apoiou a sua indicação para o“Prémio Nobel da Paz”. Muito fraca para assistir àcerimónia, Irena enviou uma carta muito simples.“Cada criança salva com a minha ajuda e a de to-dos os admiráveis mensageiros clandestinos quejá não vivem justifica a minha existência na Terrae não qualquer título de glória”.

Publicado no jornal britânico The Independent.

Enfermeira homenageadapor ter salvo 2.500 judeus

durante o Holocausto

A C O N T E C E U N O M U N D O

No dia 12 de Junho de 1942 Anne Frank recebeu um diário como presente pelo seu décimo terceiro aniversá-rio. Escondida com a sua família durante dois anos em quartos secretos num prédio holandês, a menina es-

creveu os seus mais íntimos pensamentos e o Diário de Anne Frank tornou-se o mais lido testemunho de vida du-rante o Holocausto. A família Frank mudou-se da Alemanha para Amsterdão quando Hitler chegou ao poder, masficou presa no país quando a ocupação nazi se estabeleceu em 1942. Após dois anos de clandestinidade, o grupofoi traído e preso, sendo levado para o campo de concentração de Bergen-Belsen onde Anne morreu de tifo pou-co antes do fim da guerra. Dos 110.000 judeus holandeses deportados durante a ocupação nazi, apenas 5.000 so-breviveram. O pai de Anne, Otto, foi um deles. Voltando a Amsterdão depois da guerra, conseguiu encontrar o diá-rio e publicou-o. Hoje, o prédio onde a família Frank se escondeu é a “Casa de Anne Frank”, visitada por cerca de1 milhão de pessoas todos os anos em Amesterdão. Se estivesse viva, Anne Frank faria 77 anos.

Pode estar mais próxima do que se imagina acriação de uma TV Judaica Mundial para se

contrapor à Al-Jazeera. Vladimir Sloutsker é umsenador russo, banqueiro milionário e disse acre-ditar “na necessidade de um canal internacional detelevisão judaica. A comunidade judaica no mundointeiro defronta-se com grandes desafios que ten-dem a aumentar num futuro próximo”. Segundoestimativas, para fazer um canal internacionalcom boa qualidade é necessária uma verba anualde 50 a 80 milhões de dólares (220 mil dólares pordia). O canal France 24 lançado em Dezembro de2006, financiado pelo governo francês tem umorçamento anual de 115 milhões de dólares e onovo canal FOX Business declarou uma verba de100 milhões de dólares por ano. A maioria dos ca-nais 24 de notícias é deficitário. Um dos grandesexemplos é a Sky News que opera no vermelhodesde o lançamento da BBC News, financiada pelo

governo inglês, em 1997. A opinião do sector éque um canal judaico é um bom nicho mas não vaiatrair anunciantes que cubram seu custo. Mas lí-deres políticos e empresários valorizam canais sóde notícias como formadores de opinião. A Al-Ja-zeera é olhada bem de perto desde sua criação em1996 quando passou a dar uma poderosa voz aomundo árabe e muçulmano. Ela é financiada peloEmir do Qatar e perdeu quase todos os anun-ciantes depois de se posicionar contra o governoda Arábia Saudita. Actualmente o apresentadoramericano Phil Blazer lançou seu próprio canal, oJewish Life, baseado no seu show que apresentoudurante 30 anos na Califórnia. Phil espera fecharcontratos para o Jewish Life ser apresentado naEuropa até ao fim deste ano.

Confira e assista ao vivo em http://www.jewishlifetv.com

Fonte: FIERJ Digital

Aniversário de Anne Frank

Jewish TV network

Tikvá 64 • Junho/Julho 2120 Tikvá 64 • Junho/Julho

Terminado o ano lectivo de 2006/2007, o DEJ fazsua pausa para as férias de verão já a “pleno va-

por” para o próximo ano lectivo. As incrições estãoabertas e alguns alunos não perderam tempo em en-viar as suas pré-inscrições, o que demonstra um graude satisfação muito grande por parte daqueles queusufruiram dos cursos durante este ano. Com o desafio lançado, e sem sabermos ao certo até aoúltimo momento quantas e quais seriam as pessoasque iriam aderir ao projecto e participar efectivamentecomo alunos, os cursos foram abertos há um ano atrás,apostando-se na vontade dos membros da comunida-de em aprofundar os seus conhecimentos no que diz re-speito à História, língua e tradições do nosso Povo. Como em qualquer escola de línguas ou cursos, é sabidoe totalmente natural a ocorrência de algumas desistên-cias duarante o curso. Para nossa satisfação, todas asdesistências ocorridas e justificadas estavam associadasas situações de foro estritamente particular e pessoal enunca efectivamente por insatisfação ou desinteressepara com o respectivo curso. Para o recém criado Departamento de Ensino Judaicoda CIL (DEJ), foi este realmente um grande incentivo eum importante sinal de que o trabalho que está a seraplicado é justificado e satisfatório. Neste término do ano lectivo, foi distribuída aos alunosuma ficha de avaliação e novamente para nossa alegria esatisfação, a quase totalidade dos alunos manifestaram-se com gratidão e carinho, dando sugestões construtivaspara a melhoria do serviço prestado através do DEJ. O melhor feed-back que poderiamos ter é a consta-tação de que, antes mesmo do início das inscrições pa-ra o próximo ano lectivo, quatro turmas actuais auto-

maticamente continuarão a existir num segundo ano deestudos, para além das novas prováveis turmas queserão abertas no próximo mês de Setembro. É este cer-tamente o melhor e mais satisfatório dos resultados.Como desafio para o próximo ano lectivo, o Departa-mento de Ensino quer encontrar soluções e estraté-gias para uma maior participação e envolvimento dejovens e crianças da nossa comunidade nos cursosoferecidos. Para isso buscar-se-ão idéias, propostas esoluções em conjunto com os pais destes potenciaisalunos que viabilizem e tornem possivel que sejamultrapassadas as actuais e eventuais dificuldades departicipação destes jovens.Terminamos o ano lectivo de 2006/2007 com o impor-tante balanço de 57 alunos que frequentam semanal-mente as aulas dos 9 cursos actualmente oferecidos eque ocorrem sistemática e diariamente nos espaçosque foram estruturados com todo o carinho nas sede doMonte Olivete e na Biblioteca Elias Baruel na Sinagoga.Esperamos que a nossa comunidade tenha cada vezmais clara a percepção de que a educação, o ensino eo estudo do Judaismo são os maiores investimentos ea garantia de continuidade e fortalecimento da vida eda prática do judaísmo em Portugal durante varias no-vas e futuras gerações. Agradecemos sinceramente e continuamos a contarcom a fundamental manifestação de apoio e confiançano trabalho que está ser a realizado pelo Departamen-to de Ensino Judaico da CIL. Desejamos a todos excelentes férias !

Moré Laercio Pintchovski Coordenador do DEJ

Muita emoção e alegria marcou a realizaçãoda cerimónia de entrega dos certificados departicipação e/ou conclusão, aos 42 alunos

que terminaram este ano lectivo a frequentar os vá-rios cursos do Departamento de Ensino Judaico daCIL.Para além da entrega dos certificados, cada tur-ma, das mais variadas faixas etárias tiveram a opor-tunidade de se manifestarem através de mensagense apresentações previamente preparadas durante ocurso. Também a Directora do Departamento deEducação e Juventude da CIL – Eva Ettner - proferiua sua mensagem em nome da Direcção da Comuni-

dade. Outros momentos também marcantes e emo-cionantes ocorreram durante a apresentação de umvídeo especial com imagens das turmas em activi-dade e a bela “ Cerimónia do Todra” – da tradiçãomarroquina, quando os pais dos nossos alunos maispequeninos “coroaram” os seus filhos enquantoestes se “lambuzavam de mel” com as letras do nos-so alfabeto hebraico, simbolizando a doçura das pa-lavras da nossa Thorá. Houve ainda tempo parauma grande homenagem dos alunos ao nosso MoreLaercio Pintchovski , responsável maior pela coor-denação do recém criado Departamento de EnsinoJudaico da CIl. O nosso kol hakavod a todos !

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INÍCIO DAS AULAS• DIA 10/9/07 – INÍCIO DAS TURMAS DE 2ª FEIRA • DIA 11/9/07 – INÍCIO DAS TURMAS DE 3ª FEIRA • DIA 10/10/07 – INÍCIO DAS TURMAS DE 4ª FEIRA • DIA 11/10/07 – INÍCIO DAS TURMAS DE 5ª FEIRA

Cerimónia de Encerramento do 1º ano lectivo 2006/2007 do DEJ

A educação é o maior investimento da CIL

Colabore com a CAMPANHA DE RESTAURO DOS OBJECTOS RELIGIOSOSda nossa Sinagoga Shaare TikváFavor enviar a sua generosa contribuição para:Comunidade Israelita de Lisboa Rua do Monte Olivete, 16R/C - 1200-280 - Lisboa - Portugal

Se preferir, pode enviar a sua contribuição através de transferência bancária para:BANCO BES - NIB: 0007 0006 0000 5570009 02Em ambos os casos, favor especificar: Fundo SinagogaPara mais informações contacte:Secretaria: [email protected] - Telf + 351 21 393 1130/ Fax: 21 3931139

Uma História de Amor e TrevasAmos OzASA Editores, Março 2007Traduzido do hebraico por Lúcia Liba Mucznik

Nascido em Jerusalém, em 1939, AMOS OZ éo mais conceituado dos romancistas israelitascontemporâneos, estando a sua obra traduzi-da em praticamente todo o mundo. Em 1991,foi eleito membro da Academia de Língua he-

braica, em 1992, recebeuo Prémio da Paz da feirado livro de Frankfurt. Foigalardoado ainda com oPrémio Internacional daCatalunha em 2004 e oPrémio Goethe de Litera-tura em 2005.Uma história de Amor eTrevas é o relato escritona primeira pessoa porum homem que teste-munhou o nascimentodo seu pais e que viveuna integra a sua turbu-

lenta história. Celebridades históricas comoDavid Ben Gurion fundador do Estado, ou olendário líder das organizações clandestinas eprimeiro-ministro Menahem Begin, passandopelo gigante da poesia hebraica modernaSaul Tchernikhovsky, ou o Nobel de Literatu-ra S.Y. Agnon, atravessam este retrato feitode dor, história e humanidade. “Os aconteci-mentos históricos, políticos e sociais que Ozdescreve no seu novo romance convertem-no, se tal género existe, numa autobiografianacional”, escreve o Haaretz. A não perder!

A Chave de CasaTatiana Salem LevyLivros Cotovia –Lisboa Maio 2007

A autora é sobrinha neta de Sam Levy e, nu-ma entrevista na RTP 2, disse que se inspi-rou na história que o tio contava de ter trazi-do a chave de Esmirna, a chave da casa quea família tinha em Lisboa antes da Inqui-sição. Só que, neste livro a chave é a da ca-sa que o seu avô deixou em Esmirna (e jánão existe). Tatiana nasceu em 1979, em

Lisboa, onde os seuspais estavam comoexilados políticos doBrasil, e partiu para oBrasil com 9 meses. É doutorada em Le-tras. A sua escritaconsegue transmitirestados de alma comum realismo muitogrande. Por entrenarrativas ficcionais ememorialísticas, a fi-gura maternal, a mãeque se ama, a mãe

que já morreu mas que se quer ressuscitar,a mãe de que se precisa. Éscritora fluente,é transversal a vivência no Rio, em Lisboa,em Istambul e em Esmirna, na busca deum passado. Preço: 14 €

R E L I G I Ã O

22 Tikvá 64 • Junho/Julho

A CIL NA TVRTP 2

8 de Julho – Domingo, 9h00Programa Caminhos: Coimbra Judaica

27 de Agosto – 2ª Feira, 18h30Programa Fé dos Homens:Familiares de soldadosraptados, em Portugal

Eventual mudança no horário da emissão é de total responsabilidade da emissora.

Quer estudar Talmud ou saber mais sobre esta obra fundamental da nossa Torá? Venha saber mais sobre ciclo mundial DAF YOMI De 2ª a 5ª feira - às 08h30 na nossa Sinagoga.

Grupo de Estudos sobre a Parashá da semanaTodas as 6ªs feiras às 19h00 na Sinagoga. Aberto a todos.Coordenação: Alain Hayat

Tikvá 64 • Junho/Julho 23

Participe nos Serviços Religiosos da nossa Comunidade 6ªs feiras às 20h00 Sábados às 9h00Venha e traga toda a sua família !

Livros Judaicos em Portugal

A S N O S S A S S U G E S T Õ E S

Projecto MemorialCom muito esforço e dedicação o nosso ce-mitério tem sido mantido até hoje com todaa dignidade e respeito que lhe é devido. Preste a sua homenagem aos seus entes sau-dosos através da colocação de placas de már-more no memorial que está a ser desenvovidono nosso cemitério e

Contribua com este projecto ! Ajude a manter o nosso cemitério !

Mais informações podem ser obtidas atravésda nossa secretaria.

EuroEnigma, LdaSr. Ricardo Afonso (Moreno)(351) 965324201 | [email protected]

Blog da Comunidade Israelita do Portohttp://www.comunidadeisraelitadoporto.blogspot.com/

Blog da Comunidade Judaica de Belmontehttp://www.comunidadejudaicadebelmonte.blogspot.com

CALENDÁRIO 5768DA CIL

EM BREVE NA SUA CASA. AGUARDE…

Colónia de Férias Desportivas do MCCDurante todo o mês de Julho, o Maccabi realizou mais uma edição da Colónia de FériasDesportivas para crianças a partir dos 4 anos. O evento é aberto ao público em geral eé de fundamental importância a fim de potenciar o uso da sede durante as férias econtribuir na arrecadação e manutenção do clube.

3º Open de Tênis

Foi realizado com grande sucesso num agradável final de semana , a 3ª edição do Opende Ténis do Maccabi. O evento contou com a participação de 18 competidores . No do-mingo ocorreu o tradicional almoço de confraternização com a presença de 50 pessoasentre as quais os “atletas” competidores, familiares e amigos.

Actividades Sociais e Culturais

Movimento Juvenil Dor Chadash de Lisboa - Ano VA cada semana um novo participante! Mais de 80 jovens já participam. Agora só falta você !

Actividades todos os domingos, das 15h00 às 18h00 no Maccabi Country ClubJovens e crianças a partir dos 3 anos | Participação: 5 € por semanaDescontos especiais na compra de senhas antecipadas

Coral Etz Chaim - Ano IV Coral Musical representativo da CILPara adultos entre os 20 e os 60 anosEncontros semanais - às 3 ª e 5ª feiras, das 19h00 às 20h30 - Monte Olivete

UPEJ - União Portuguesa de Estudantes JudeusSuper actividades mensais para jovens entre os 18 e 30 anos

DANÇA ISRAELITA NO MACCABI Sempre com novas danças e coreografias do folclore israelita!

TODOS OS DOMINGOS NO MACCABIDAS 12H30 ÀS 13H30 - HARKADÁCURSO LIVRE DE DANÇA FOLCLÓRICA ISRAELITA PARA TODAS AS IDADES A PARTIR DOS 7 ANOS

DAS 18H30 ÁS 19H30 - LEHAKAT HAMACCABI | GRUPO DE DANÇAS - COREOGRAFIASPARA JOVENS DOS 12 AOS 25 ANOS

DIRECÇÃO: LILIAN PRIST

ATENÇÃO ! NÃO SÓCIOS DO CLUBE PAGAM UMA TAXA ESPECIAL DE PARTICIPAÇÃO !

Mais informações e inscrições através da nossa secretaria.

Participe nas actividades e eventos da nossa Comunidade, pois a nossa Comunidade é você.

A S N O S S A S A C T I V I D A D E S

24 Tikvá 64 • Junho/Julho

Grupo Guil Hazaav - Ano IV (Idade de Ouro) Não perca mais tempo ! Venha participar connosco ! Actividades Especiais Permanentes (música, ginástica, palestras, passeios ...)Para adultos a partir dos 60 anos | Encontros semanais às 4ªs feiras, das 15h30 às 17h00 Sede no Monte Olivete | Participação: 5,00 €

MACCABI COUNTRY CLUB3ª a 6ª Feira - Das 9h00 às 17h00Tel: 21 9111188 - Tratar com Rosina | [email protected] com Rosina

Tikvá 64 • Junho/Julho 25

TODAS AS NOSSAS ACTIVIDADES REINCIARÃO A PARTIR DE SETEMBRO, APÓS AS FÉRIAS DE VERÃO.

Informações: 21 911 11 88

O Maccabi é a sua casa!

H O M E N A G E N S

Participe nestas homenagens. Actualize os seus registos junto da nossa secretaria através do tel. 21 393 1130 de 2ª a 5ª feira - das 14h00 às 17h00 | [email protected]

26 Tikvá 64 • Junho/Julho

07 JULHO Regina Plocker 21 Esther Benoliel 21Rita Ambar 22 Messody Pacifico Valdez dos Santos 23Dr. Elias Baruel 25António Levy Mendes 26Esther Assor 26Roudolph Arié 26Elias Maissa 27Miriam Assor 27Sara Parienté 27

14 JULHO Esther Querub 28Maximo Plocker 29

AVLucia Romano 1 Chaim Wirth 1Isabel Lewis 1Joshua Halevy Bar Shlomo 1Jaime Cohen Kadosh 3Dinah Israel 4Alicia Salomea Goldreich Amram 4

21 JULHO Isaac Israel 8 Erich Brodheim 8 Daniel Azavey Azancot 8 Rahma Cohen 9Reva Rough 9Alexandre Aron Lotjer 12

28 JULHO Salomão Querub 13 Raquel Sain 13 Rachel Hayat Bar Alegrina 14David Salvado 14Elisababeth Bensimon Cardona 14Simy Tangi 16 Shalom Israel 16 Abraham B. Ayash 18José Jacob Benoliel 19Raquel Dukasky 19

04 AGOSTO Daniel Benoliel de Carvalho Vera-Cruz 20 Deborah Levy Schlesinger 20Donna Benady 21Michel Resnikoff 22

Jaime Kadosch 26

11 AGOSTO Moisés Jaime Tuati 27 Jacob Querub 28Abraham Araújo Abudarham 30

ELULMania Loyter Joanes 1 Isaac Amzalak Levy 1 Alexander Reinhardt 1Hipolito Blaufuks 2

18 AGOSTO Estrela Levy Stem 4 Luna Bendrão Lourenço 4Donna Levy 5 Margarete Triwaks 5 Raquel Abuaf 5 Sam Levy 5 Ivone Meyer Nasseur 6Moisés Obadia 6 Regina Abudarham 7 Jacob Drozdzinski 7 Alberto Anahory Silva 7Anthony Leonard Pruim 9 Samuel R. Pariente 10Charlotte Abolnik 10

25 AGOSTO Esther Mendes Levy 11Josef Mayer Ben Shimon 12Raquel Tuati Guerra 13Eduardo José De Campos Pereira Manaças 15 Simão Kadosch 16 Alberto R. Blumenfeld 17

01 SETEMBRO Regina Israel 18 Hans H. Golschmidt 19 Alexandre Joanes 19 Anna Korn 21

08 SETEMBRO Júlia Seruya 26Arnold B. Gomperts 27 Maximiliano Azancot 28

TISHRIMark Seruya 1 Isaac Harsan 2

Mazal Tov !! Os nossos parabéns e os votos de muitas felicidades a todos !

ANIVERSÁRIOS

JULHOCarolina Teruskin 01Harry Langer 02Ana Tuati 04Lilian Levin Prist 04Samuel Levy 07Fabio Grossman 09Marina Grossman 09Ghorghe Burstan 09Laura Cesana 10Lauren Wojtila 12David Sampson 13David D. Ruah 14Esther Buzaglo Zagury 15Leslie Koshét 19José Alberto Pontes B. Carvalho 21Miguel Bekerman 23Raquel D.Ruah 27Ronaldo Grossman 27Marco Gabriel Joanes 28

AGOSTOAmram Botbol 06Nuno Wahnon Martins 08Guili Pintchovski 09Itamar Hans Geyer 15Victor Seruya 17Samuel J. Levy 20André Maissa 21Ana Maissa 21Sofia Mirella Levy 22Arnaldo Grossman 24

SETEMBROVictor Blumenfeld 04Bernardo Abecasis 04Maurice May per 06Valerie Brodheim 06Michel Kopejka 08Joshua Gabriel Ruah 08Gal Yarkoni 09Daniel Beckerman 09Josée Bollack 11Emilia Ettner 11Charles Sammartano 13Tómas Ayash 20

Charles Arié 20David Katz 22Eduardo Ruah 25David Yarkoni 27Jens Classen 28Samuel Ruah 29Gabriel Pihas 30Alexandre Arié 30

No próximo dia 23 Agosto completará 80 anos a nossa amiga DrªEllen Levy Kahn, que nasceu e estudou Medicina , em Lisboa enco-rajada pelo Prof. Wohlwill que criou em Portugal a cadeira de Anato-mia Patológica, antes da 2ª Guerra Mundial. Ellen Levy Kahn fez umabrilhante carreira universitária nos EUA, precisamente no domíniodaquela disciplina. Nos seus tempos de juventude foi um membromuito activo nos grupos judaicos e sionistas desta Comunidade,nomeadamente no Macabi Hatsair. Os amigos que a quiserem contac-tar nesse dia podem utilizar o endereço [email protected].

É irmã do Sr. Ernst Levy que viveu e trabalhou em Lisboa, largosanos na nossa Comunidade na assistência aos refugiados e agora re-side na Suiça.

NASCIMENTOSBenjamim Miranda – nasceu no Dia 21 de Maio de 2007, 4 de Sivan de 5767. Filha de Lusa e Isaiah Miranda

FALECIMENTOSÉ com profundo pesar que comunicamos o falecimentos de:

Zew Blaufuks Z´L (Q.D.T)24 de Abril de 2007 – 6 Iyar 5767

Eng. Henrique João Luis Lewin Marques Pereira (Q.D.T)Faleceu no Dia 18 de Junho de 2007. Casado com a Sra. Victoire Marques Pereira e pai de Vera Curiel, nossas correligionárias.

Apresentamos as nossas sentidas condolências às Famílias enlutadas

N A H A L O T

Yerushalaim40 anos de reunificação 1967-2007

Junto aos rios da BabilóniaEstávamos sentámos e chorávamos

Lembrando-nos de Sião.Ali, sobre os salgueiros

Suspendemos as nossas harpas.Se de ti, Jerusalém, eu me esquecerSeja ressequida a a minha dextra,Pegue-se a minha língua ao paloto,

Se me não lembrar de ti,Se não colocar Jerusalém

Acima de todas as minhas alegrias.

Salmo 137

TIKVÁEnvie os seus textos e sugestões para TIKVÁ até ao dia 30 de cada mês.Rua do Monte Olivete, 16 r/c. esq. 1200-280 Lisboa | e-mail:tikvá@cilisboa.org

A quem se dirigirHorário de funcionamento da SecretariaSegunda a Quinta-feira, das 9h00 às 17h30Sexta-feira e vésperas de festas judaicas, das 9h00 às 13h00Horário de almoçodas 13h00 às 14h00

Atendimento ao públicoSegunda a Quinta-feira, das 13h00 às 17h30Os espaços para reuniões devem ser agendadoscom aviso prévio, mínimo de 48 horas

TesourariaJoana [email protected]. 213 931 134Atendimento de Segunda a Quinta-feira, das 10h00 às 13h00Telf. 213 931 130 | Fax 213 931 139

Director ExecutivoMarcos [email protected]

Departamento de Ensino JudaicoMoré Laercio Hillel [email protected]

Movimento Juvenil Dor [email protected]

SecretáriaEstrella [email protected]

Visite o nosso site: www.cilisboa.org

DirecçãoPresidente Jose Oulman CarpVice-Presidente Esther MucznikVice-Presidente Ronald BrodheimTesoureiro José Salomão RuahSecretário Eva Ettner Vogal efectivo Clara K. CassutoVogal efectivo Charles AriéVogal efectivo Sonia Bernfeld Vogal efectivo Arnaldo GrossmanVogal Suplente Salomão KolinskiVogal Suplente Bernardo Abecasis

Mesa da Assembleia GeralPresidente Moisés Bendrao AyashVice-Presidente Mordechai Atsmon1º Secretário Nuno Wahnon Martins2º Secretário Diana Ettner

Conselho FiscalPresidente Samuel TuatiVogal Efectivo David Bentes RuahVogal Suplente Guilherme Grossman

Presidente Honorário Dr. Samuel Ruah