TÍTULO: CARACTERIZAÇÃO DE BACTÉRIAS PRESENTES NA SUPERFÍCIE DE TECLADOS E MOUSEDE COMPUTADORES DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR NO BRASILTÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDOCATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRAÁREA:

SUBÁREA: COMPUTAÇÃO E INFORMÁTICASUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERAINSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): LUAN BONVECHIO MARCHI, SUELEN CRISTINA ALBERTINOAUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): HEROS JOSÉ MÁXIMO, ISAC SILVEIRA BATISTA JUNIOR, MARCOS KENJINAGATAORIENTADOR(ES):

COLABORADOR(ES): ELTON CARLOS FRACALOSSI LAVEZZO, FERNANDA PINHEIRO PIZZELLIPINTO, ISAC SILVEIRA BATISTA JUNIOR, LEANDRO SOUZA DO NASCIMENTO, MARCONDESSANTANA DOS SANTOS, MICHELE CLAIRE BRETOM, PRISCILA CRISTINA MANARA SILVA

COLABORADOR(ES):

Caracterização de bactérias presentes na superfície de teclados e mouse de

computadores de uma Instituição de Ensino Superior no Brasil Luan Bonvechio Marchi¹; Suelen Cristina Abertino¹; Isac Silveira Batista Junior²; Marcos Kenji Nagata²; Heros José Máximo².

Discente de Iniciação Científica da Faculdade Anhanguera de Leme, São Paulo, Brasil¹. Docente Orientador de Iniciação Científica da Faculdade Anhanguera de Leme, São Paulo, Brasil².

1. Resumo A contaminação das mãos é o principal fator envolvido na transmissão de doenças e

sua higienização é considerada a ação preventiva mais simples e eficaz para

prevenção da disseminação microbiana nesse ambiente. Neste sentido a presente

pesquisa tem como objetivo identificar a presença de microrganismos na superfície

de teclados e mouse de computadores de uma universidade particular no interior de

São Paulo, Brasil, no sentido de classificar os microrganismos encontrados e avaliar

a susceptibilidade dos mesmos aos antibióticos comerciais e alguns desinfetantes

em diferentes concentrações. Para tal, serão utilizadas técnicas de microbiologia

convencionais. Foram coletadas 192 amostras, sendo 96 provenientes de mouse de

computadores 96 provenientes de teclados de computadores. Todas as amostras

apresentaram presença de microorganismos. Analisou-se 1100 colônias de

bactérias sendo 593 colônias provenientes das amostras de teclado e 507 colônias

derivadas das análises do mouse de computador. Das colônias analisadas, 793

(72,09%) são bactérias Bactérias Bacilos Gram Positivo (BGP), 10 (0,91%) bactérias

Bacilo Gram Negativo (BGN), e 297 (27,00%) bactérias Cocos Gram Positivo (CGP).

Diante do exposto podemos inferir a hipótese que o teclado e mouse de

computadores podem ser fontes de contaminação por bactérias. Algumas das

bactérias testada apresentaram resistência a antibióticos.

Palava-chave: Computadores; Risco a Saúde; Bactérias Patogênicas; Doenças.

2. Introdução A contaminação das mãos é o principal fator envolvido na transmissão de doenças e

sua higienização é considerada a ação preventiva mais simples e eficaz para

prevenção da disseminação microbiana nesse ambiente (Lucet et al 2002, Santos et

al 2010). Bhalla et al 2004 encontraram em seus estudos dados sugestivos da

provável contribuição das mãos como veículo de transmissão de patógenos,

recomendando que as mesmas devam ser higienizadas após o contato com objetos

inanimados contaminados. No entanto, infelizmente, a falta de adesão do hábito de

lavar as mãos ainda é uma realidade (Barboza et al 2003; Bhalla et al 2004; Martins

et al 2005). Este fato decorre da ausência de treinamento icontínuo, pouca

disponibilidade de tempo e intolerância aos sabões (Lucet et al 2002, Santos et al

2010). Os avanços tecnológicos têm permitido o aumento do acesso de alunos

acadêmicos de universidades a terem o acesso facilitado ao uso de computadores.

Alguns estudos têm enfatizado a contaminação de objetos inanimados, fômites em

uso nos ambientes hospitalares, assim como telefones, computadores,

estetoscópios e inclusive aqueles equipamentos presentes nos leitos dos pacientes

(Anderson et al, 2009; Neely et al 2001). Os teclados de computadores, por

exemplo, são utilizados por mãos que podem estar contaminadas, sendo

transformados em possíveis reservatórios de microorganismos. Estes então podem

ser uma fonte potencial de risco para a infecção. A contaminação dos teclados de

computadores por bactérias pode oferecer riscos aos alunos de infecções e doenças

graves.

3. Objetivos A presente pesquisa tem como objetivo identificar a presença de microrganismos na

superfície de teclados e mouse de computadores de uma universidade particular no

interior de São Paulo, Brasil, no sentido de classificar os microrganismos

encontrados e avaliar a susceptibilidade dos mesmos aos antibióticos comerciais e

alguns desinfetantes em diferentes concentrações.

4. Metodologia Os microorganismos foram coletados com auxílio de um swab estéril, em seguida

este swab foi submergido em caldo Brain Heart Infusion e levado a estufa de

crescimento microbiano a uma temperatura de 37°C durante 24 horas. A partir do

crescimento microbiano dos tubos contendo caldo Brain Heart Infusion, foi cultivado

em Agar Brain Heart Infusion a partir do método de esgotamento por estrias, no

sentido de obter isolamento de culturas puras. Após o isolamento de culturas puras

foi realizada a caracterização morfológica e tintorial a partir do método de coloração

de Gram. Serão utilizados painéis de identificação bacteriológico, meios de cultura

seletivos e meios de cultura cromogênicos. A avaliação de susceptibilidade desses

microorganismos à antibióticos será feita a partir da técnica de difusão em Agar

Müeller-Hinton.

5. Desenvolvimento As coletas das amostras microbiológicas acorreram no dia 15 de julho de 2014, no

período da manhã às 11:00 horas. Todos os processamentos das amostras e

análises de dados foram feitas nas dependências dos Laboratórios das Ciências da

Saúde e Agrárias da Faculdade Anhanguera de Leme, São Paulo, Brasil, sob a

supervisão do professor orientador Msc. Heros José Máximo.

6. Resultados

Foram coletadas amostras de 192 computadores, sendo 96 provenientes de mouse

e 96 de teclados de computadores. Todas as amostras apresentaram presença de

microorganismos, observando o crescimento de 1100 colônias de bactérias

provenientes das amostras, sendo 593 (53,90%) colônias provenientes das

amostras de teclado, e 507 (46,10%) colônias derivadas das análises do mouse de

computador (Gráfico 1). Esta relação pode estar associada ao fato de que o

componente teclado é manuseado com as duas mão, o que pode favorecer a

presença de uma quantidade maior de microrganismos. Enquanto que o numero

menor de bactérias isoladas do componente mouse pode ser pelo fato de seu uso

ser apenas com uma da mãos dos alunos.

Gráfico 1 – Relação do número de bactérias isoladas a partir dos componentes dos computadores avaliados os

dados foram plotados na ordem teclado a esquerda e mouse a direita.

Das colônias analisadas a partir de amostras de teclados e mouse, 793 (72,09%)

são de Bactérias Bacilos Gram Positivo (BGP), 10 (0,91%) de Bactérias Bacilo Gram

Negativo (BGN) e 297 (27,00%) de Bactérias Cocos Gram Positivo (CGP) (Gráfico

2). O fato de BGP ser o grupo de bactéria mais encontrado na pesquisa está

relacionado com que essas bactérias estão presentes em no solo e suspensos na

atmosfera por ação de fatores climáticos. Enquanto que BGN e CGP estão

relacionados a ambientes contaminados e por atributos de causar doenças.

Gráfico 2 – Freqüência relativa dos grupos de bactérias isoladas a partir de amostras provenientes de teclado e

mouse de computadores de uma Instituição de Ensino Superior (IES); BGP = Bacilo Gram Positivo; BGN =

Bacilo Gram Negativo; CGP = Cocos Gram Positivo.

As análises das amostras do teclado mostrou que dos grupos de microorganismos

encontrados em relação a suas características morfológicas e tintoriais revelou que

das 593 (100%) bactérias isoladas, 423 (71,33%) são bactérias pertencentes ao

grupo de Bacilos Gram Positivos (BGP), 9 (1,51%) Bactérias Bacilos Gram Negativo

(BGN) e 161 (27,15%) bactérias pertencentes ao grupo de Cocos Gram Positivo

(CGP) (Gráfico 3).

Gráfico 3 – Freqüência relativa do grupo de bactérias isoladas do teclado dos computadores de uma Instituição

de Ensino Superior (IES); BGP = Bacilo Gram Positivo; BGN = Bacilo Gram Negativo; CGP = Cocos Gram

Positivo.

As amostras do mouse revelaram que os grupos de microorganismos analisados em

relação a suas características morfológicas e tintoriais mostraram que das 507

(100%) bactérias isoladas, 344 (68,85%) são bactérias pertencentes ao grupo de

Bacilos Gram Positivos (BGP), 9 (1,77%) Bactérias Bacilos Gram Negativo (BGN) e

154 (30,37%) bactérias pertencentes ao grupo de Cocos Gram Positivo (CGP)

(Gráfico 4).

Gráfico 4 – Freqüência relativa do grupo de bactérias isoladas do mouse dos computadores de uma Instituição

de Ensino Superior (IES); BGP = Bacilo Gram Positivo; BGN = Bacilo Gram Negativo; CGP = Cocos Gram

Positivo.

As análise de avaliação da atividade dos antibióticos testados pelo método de

difusão em Agar Muller-Hinton revelou que todos os grupos de microrganismos

BGP, BGN, CGP podem ser sensíveis a alguns antibióticos, mas por outro lado

essas bactérias também apresentaram resistência para alguns antibióticos testados

coforme apresentação do antibiograma na figura 1.

Figura 1- Avaliação da atividade antimicrobiana de antibióticos sobre os bactérias pertencentes ao grupo BGP,

BGN, CGP.

Esses resultados indicam uma possibilidade de risco à saúde dos usuários destes

equipamentos e que estratégias de desinfecção destes equipamentos devem ser

criadas e aplicadas. Um processo de Educação higiênico sanitária dos alunos pode

ser um instrumento efetivo na contexto de evitar o contágio e proliferação destes

grupos de microorganismos. As bactérias isoladas pertencem a grupo de

microorganismos patogênicos e que apresentaram resistência a antibióticos.

7. Fontes Consultadas ANDERSON G.; PALOMBO E.A. Microbial contamination of computer keyboards

in a university setting. Am J Infect Control. 2009; 37:507-9.

BARBOZA D..B.; SOLER Z.A.S.G.S. Afastamentos do trabalho na enfermagem:

ocorrências com trabalhadores de um hospital de ensino. Rev Latinoam Enferm.

2003; 11: 177-83.

BHALLA A.; PULTZ N.J.; GRIES D.M.; RAY AJ.; ECKSTEIN E.C.; ARON D.C.;

DONSKEY C.J. Acquisition of nosocomial pathogens on hands after contact with environmental surfaces near hospitalized patients. Infect Control Hosp

Epidemiol. 2004; 25: 164-7.

JANβEN, T.; SCHWARZ, C.; PREIKSCHAT, P.; VOSS, M.; PHILIPP, H.C.; WIELER,

L.H. Virulence-associated genes in avian pathogenic Escherichia coli (APEC) isolated from internal organs of poultry having died from colibacillosis. International Journal of Medical Microbiology, v.291, p.371-378, 2001.

JOHNSON, J.R.; RUSSO, T.A. Extraintestinal pathogenic Escherichia coli (ExPEC): the “other bad E. coli. Journal of Laboratory and Clinical Medicine, v.139:

p.155-162, 2002.

LUCET J.; RIGAUD M., et al. Hand contamination before and after different hand

hygiene techniques: a randomized clinical trial. J Hosp Infect. 2002; 50: 276-80.

MAINIL, J. Facteurs de virulence et propriétés spécifiques des souches invasives d’Escherichia coli: II) Franchissement des muqueuses et propriétés invasives. Annales de Médecine Vétérinaire, v.147, p.159-171, 2003.

MARTINS P.P.; COSTA C.R.M.; TÓRTORA J.C.O. Contaminação microbiana nas mãos de pessoas com diferentes atividades profissionais. J Bras Med. 2005;

88:10-15.

NEELY N.A.; MALEY M.P. Teclado de computador contaminado e microbiota sobrevivente. Am J Infect Control. 2001; 29:131-2.

PATTON, J.P.; NASH, D.B.; ABRUTYN, E. Urinary tract infection: economic considerations. Medical Clinicsof North America, v.75, p.495-513, 1991. RUSSO, T.A.; JOHNSON, J.R. Medical and economic impact of extraintestinal infections due to Escherichia coli: focus on an increasingly important endemic problem. Microbes and Infection, v.5, p.449–456, 2003.

SANTOS A.A.M. Higienização das mãos no controle das infecções em serviços

de saúde. ANVISA. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br>. Acessado em

03/05/10.