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Mariana Balbi Seixas EFEITO DO TREINAMENTO RESISTIDO SOBRE A RESPOSTA PRESSÓRICA EM NORMOTENSOS E HIPERTENSOS ACIMA DE 50 ANOS Juiz de Fora Faculdade de Fisioterapia FACFISIO UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA 2013

Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

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Page 1: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

Mariana Balbi Seixas

EFEITO DO TREINAMENTO RESISTIDO SOBRE A RESPOSTA

PRESSÓRICA EM NORMOTENSOS E HIPERTENSOS ACIMA DE

50 ANOS

Juiz de Fora

Faculdade de Fisioterapia – FACFISIO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

2013

Page 2: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

Mariana Balbi Seixas

EFEITO DO TREINAMENTO RESISTIDO SOBRE A RESPOSTA

PRESSÓRICA EM NORMOTENSOS E HIPERTENSOS ACIMA DE

50 ANOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentada à

Faculdade de Fisioterapia da Universidade

Federal de Juiz de Fora, como requisito para a

obtenção da aprovação na disciplina Trabalho

de Conclusão de Curso II.

Orientadora: Profª. Drª. Lilian Pinto da Silva

Co-orientadora: Msª. Gabriela Alves Trevizani

Juiz de Fora

Faculdade de Fisioterapia – FACFISIO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

2013

Page 3: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

Seixas, Mariana Balbi.

Efeito do treinamento resistido sobre a resposta pressórica em normotensos e hipertensos acima de 50 anos / Mariana Balbi Seixas. – 2013. 57 f. : il.

Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia)—Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2013.

1. Treinamento resistido. 2. Envelhecimento. 3. Resposta

pressórica. 4. Hipertensão arterial.. I. Título.

Page 4: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

Mariana Balbi Seixas

EFEITO DO TREINAMENTO RESISTIDO SOBRE A RESPOSTA

PRESSÓRICA EM NORMOTENSOS E HIPERTENSOS ACIMA DE

50 ANOS

O presente trabalho, apresentado como pré-requisito para aprovação na disciplina

Trabalho de Conclusão de Curso II, da Faculdade de Fisioterapia da UFJF, foi

apresentado em audiência pública a banca examinadora e aprovado no dia 19 de

fevereiro 2013.

BANCA EXAMINADORA:

________________________________________

Lilian Pinto da Silva

________________________________________

Isabelle Magalhães Guedes Freitas

________________________________________

Antônio Paulo André de Castro

Page 5: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

Agradecimentos

Essa é certamente a parte mais importante de meu trabalho! Agradecer

é uma oportunidade de relembrar e retribuir, pelo menos com palavras, às

pessoas que contribuíram para a realização deste sonho. E foram muitas

pessoas...

Primeiramente sou grata à Deus pelo dom da vida, pela força, por ter

colocado tantas pessoas especiais em meu caminho, pela chance de estudar e

por me escolher para desempenhar uma tarefa tão maravilhosa sendo

fisioterapeuta: cuidar das pessoas e promover saúde!

Agradeço aos meus amigos, em especial, Leonardo, que esteve todos

os dias ao meu lado incentivando, “brigando”, dando carinho e apoio em todos

os momentos de desânimo. E claro, aos amigos do Projeto Musculação e

Qualidade de vida: Élder, Victor, Henrique e Larissa. Obrigada pela troca de

conhecimentos e risadas durante o tempo das coletas.

Não posso deixar de agradecer às minhas orientadoras, Gabriela e

Lilian, que foram muito mais que professoras, foram amigas e a cada dia me

fizeram admirá-las mais e mais. Costumo dizer aos mais “chegados” que a

Gabi é uma mãe! Sempre atenciosa, disposta a ajudar, correta e inteligente.

Aprendi a ser comprometida e apaixonada pela pesquisa com você, Gabi!

Muito obrigada! Mas quem despertou esse meu encantamento foi a Professora

Lilian e serei eternamente grata por isso. Agradeço a vocês duas por todos os

ensinamentos, não só aqueles relacionados às variáveis cardiovasculares

transmitidos brilhantemente, mas pelos ensinamentos de conduta ética, muito

mais valiosos!

Aos membros da Banca, Isabelle e Antônio Paulo, primeiramente peço

desculpas pelos transtornos gerados, e agradeço imensamente pelas

contribuições dadas ao nosso trabalho e ao comprometimento com este

projeto.

Mas tudo isso não seria possível sem a presença de nossos voluntários!

Estes se tornaram amigos, compartilhando experiências, angústias, segredos...

Obrigada por fazerem as minhas manhãs de segunda, quarta e sexta mais

felizes e prazerosas.

Page 6: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

Não tenho palavras para retribuir todo o apoio e carinho que recebi de

minha família e aos meus pais, o mínimo que poderia fazer é dedicar essa

vitória! Obrigada mãe por me “aturar” nos momentos de tensão e pelo colo nas

horas de desespero, sem você certamente não chegaria até aqui. Obrigada pai

pelas orações e carinho, pelos conselhos e exemplo.

Enfim, sou grata à todos aqueles, que de forma direta ou indireta,

percorreram ou passam pelo meu caminho durante esses 5 anos de faculdade

e que deixaram suas marcas em minha vida!

Page 7: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

Resumo

O envelhecimento fisiológico acarreta importante redução da massa, força e

resistência musculares. A fim de prevenir ou minimizar estes prejuízos, o

treinamento resistido (TR) é recomendado para a população de meia idade e

idosa. Além disso, alterações morfofuncionais no sistema cardiovascular

podem levar ao surgimento ou agravamento de doenças, como a hipertensão

arterial. O exercício aeróbio é capaz de promover redução dos níveis

pressóricos de forma aguda e crônica, porém, as informações descritas na

literatura com respeito aos efeitos do TR sobre a pressão arterial (PA) ainda

são controversos. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi avaliar e comparar

efeito do TR sobre a resposta pressórica aguda e crônica em indivíduos

normotensos e hipertensos com idade acima de 50 anos. Dezenove

voluntários do sexo masculino foram divididos em 2 grupos experimentais:

normotenso (n = 12; idade média = 58,0 ± 6,7 anos;PAS média = 122,8 ± 8,1

mmHg e PAD média= 81,3 ± 8,3 mmHg) e hipertenso (n = 7; idade média =

59,0 ± 8,2 anos; PAS média = 135,5 ± 6,4 mmHg e PAD média= 92,0 ± 8,5

mmHg). Todos os voluntários foram submetidos a 12 sessões de TR,

realizadas 3x/semana, com intensidade de 50% de uma repetição máxima

(1RM) composto por duas séries de 15 a 20 repetições para os exercícios: leg

press, supino, cadeira extensora, remada, cadeira flexora, tríceps pulley,

panturrilha máquina e rosca scott, sendo o intervalo de recuperação entre as

séries e os exercícios de aproximadamente 2 minutos. A PA sistólica e

diastólica foi medida pelo método oscilométrico (Microlife®, modelo BP 3AC1-

1), no início e ao final da sessão, após repouso de 10 minutos na posição

sentada. A resposta pressórica aguda foi avaliada comparando os valores

iniciais e finais da PA em cada uma das sessões e a crônica comparando a PA

de repouso (inicial) ao longo das 12 sessões do protocolo de TR. Não houve

redução significativa da PA sistólica ou diastólica pós-sessão de exercícios em

ambos os grupos, assim como não ocorreu mudança dos níveis pressóricos de

repouso ao longo do protocolo de TR (PAS: p = 0,5635; PAD: p = 0,8576).

Desta forma, conclui-se que o TR proposto não foi capaz de promover

resposta hipotensora significativa aguda e crônica nos participantes.

Page 8: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

Palavras-chave: Treinamento de Resistência, envelhecimento, pressão

arterial, hipertensão

Page 9: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

Abstract

The physiological aging promotes significant reduction in mass, strength and

muscular endurance. In order to prevent or minimize these losses, resistance

training (TR) is recommended for middle-aged people and elderly. Moreover,

morphological and functional changes in the cardiovascular system may lead to

the emergence or worsening of diseases, such as hypertension. Aerobic

exercise is able to decrease blood pressure levels of acute and chronic,

however, the information described in the literature concerning the effects of

TR on blood pressure (BP) are still controversial. Thus, the objective of this

study was to evaluate and compare the effect of TR on acute and chronic blood

pressure response in normotensive and hypertensive patients aged above 50

years. Nineteen male volunteers were divided into 2 groups: normotensive (n =

12; mean age = 58.0 ± 6.7 years old; mean SBP = 122,8 ± 8,1 mmHg and mean

DBP = 81,3 ± 8,3 mmHg) and hypertensive (n = 7, mean age = 59.0 ± 8.2 years

old mean SBP = 135,5 ± 6,4 mmHg and mean DBP = 92,0 ± 8,5 mmHg). All

subjects underwent 12 sessions of TR, performed 3x/week, with an intensity of

50% of one repetition maximum (1RM) consists of two sets of 15 to 20

repetitions for the exercises: leg press, bench press, leg extension, low rowing,

leg curl, triceps pulley, calf machine and curl scott, and the rest interval

between sets and exercises for about 2 minutes. The systolic and diastolic BP

was measured by oscillometry (Microlife ®, Model BP 3AC1-1) at the beginning

and end of the session after 10 minutes rest in the sitting position. The acute

pressor response was assessed by comparing the initial and final values of BP

in each of the sessions, and the chronic comparing resting BP (initial) over the

12 sessions of the protocol TR. There was no significant reduction in systolic or

diastolic post-workout in both groups, as well as no change in blood pressure

at rest along the TR protocol (SBP: p = 0,5635; DBP: p = 0,8576). Thus, it is

concluded that the proposed TR could not promote significant hypotensive

response to acute or chronic participants.

Key-words: Resistance Training, aging, blood pressure, hypertension

Page 10: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

Sumário

1. INTRODUÇÃO............................................................................................... 9

2. OBJETIVOS................................................................................................. 13

2.1 Geral.............................................................................................. 13

2.2 Específicos..................................................................................... 14

3. MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................ 14

3.1. Aspectos éticos............................................................................ 14

3.2. Caracterização da amostra.......................................................... 14

3.3. Descrição dos procedimentos experimentais...............................15

3.3.1. Avaliação Fisioterapêutica.............................................. 15

3.3.2. Fase de Familiarização ................................................... 16

3.3.3. Avaliação da força Muscular............................................ 16

3.3.4. Treinamento Resistido..................................................... 17

3.4. Análise Estatística........................................................................ 18

4. REFERÊNCIAS.............................................................................................19

5. ANEXOS...................................................................................................... 22

ARTIGO

Introdução.................................................................................... 31

Material e métodos...................................................................... 31

Amostra do estudo........................................................... 31

Aspectos de natureza ética.............................................. 32

Avaliação dos voluntários................................................ 32

Protocolo experimental..................................................... 32

Análise estatística............................................................ 33

Resultados.................................................................................... 34

Discussão..................................................................................... 34

Conclusão..................................................................................... 38

Referências................................................................................... 38

Tabelas......................................................................................... 42

Gráficos......................................................................................... 45

6. NORMAS PARA PUBLICAÇÃO (Arquivos Brasileiros de Cardiologia)........ 48

Page 11: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

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1. Introdução

O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial advindo dos

processos de transição demográfica e epidemiológica (VERAS 2009). A

comparação das pirâmides populacionais do Brasil comprova o processo de

transição demográfica, pois observamos que em 1950 ela apresentava forma

piramidal, com base alargada e ápice pontiagudo e em 2000 o formato se

aproxima, do que se convencionou chamar de “barril”. Isso significa que

passamos de um regime demográfico de alta natalidade e mortalidade, para

outro com baixa natalidade e mortalidade, influenciadas pelo desenvolvimento

socioeconômico do país. Concomitante às mudanças no perfil demográfico,

ocorreram também modificações no comportamento de morbidade e

mortalidade da população, o que chamamos de transição epidemiológica.

Assim, percebe-se redução da mortalidade por doenças infecciosas e aumento

das crônico-degenerativas (LEBRÃO 2007; VERAS 2009).

No Brasil, essas modificações ocorrem de forma acelerada, havendo

pouco tempo para o governo programar infraestrutura adequada a fim de

atender às necessidades dessa crescente população (VERAS 2009). A

Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que nosso país levará menos de

20 anos para aumentar sua população com mais de 65 anos de 7% para 14%,

enquanto a França, por exemplo, levou mais de 100 anos (WHO, 2012). O

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que essa

população possa ultrapassar os 30 milhões em 2020. Diante disso, é

fundamental conhecer as mudanças fisiológicas decorrentes do

envelhecimento, suas implicações, sobretudo, ao sistema de saúde e possíveis

estratégias de intervenção para agregar qualidade aos anos adicionais de

vida.

A classificação gerontológica segundo a OMS subdivide as faixas

etárias em: idade adulta jovem ou juvenil (15 a 30 anos), idade madura (31 a

45 anos) idade de mudança ou média (46 a 60 anos), idade do homem mais

velho (61 a 75 anos), idade do homem velho (76 a 90 anos) e idade do

homem muito velho (mais de 90 anos) (CAMPOS, 2000).

Page 12: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

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O envelhecimento fisiológico está relacionado a alterações estruturais e

funcionais em vários sistemas, dentre eles o musculoesquelético e

cardiovascular (NOBREGA ET AL., 1999). Nair (2005) relata, em um trabalho

de revisão bibliográfica, que o envelhecimento leva à sarcopenia e à redução

da potência aeróbia, prejuízos relacionados à diminuição na síntese de

proteínas musculares e à disfunção mitocondrial que acompanham este

processo, já percebidos a partir da quarta década de vida, ou seja, da idade

madura e média. A redução da massa, força e resistência musculares com o

passar dos anos, pode levar à inatividade física que contribui para a redução

do gasto energético total em pessoas mais velhas. Esta redução no gasto de

energia global resulta em um aumento da prevalência da obesidade,

especialmente acúmulo de gordura abdominal. Estas alterações na

composição corporal podem aumentar a resistência à insulina e levar ao

desenvolvimento de uma alta prevalência de diabetes tipo 2, hiperlipidemia e

hipertensão arterial em uma população geneticamente susceptível. O efeito

combinado destas anormalidades metabólicas é o aumento de morbidade e

mortalidade de origem cardiovascular (NAIR, 2005).

Além disso, outras alterações fisiológicas decorrentes do avançar da

idade podem levar ao desenvolvimento de doenças cardíacas e vasculares, ou

ao agravamento daquelas existentes (LAKATTA, 2002). O coração

envelhecido apresenta diminuição de células autoexcitáveis do nodo sinusal,

acúmulo de tecido fibroso no sistema de condução, além de fibrose e

calcificação de estruturas cardíacas. As grandes artérias tornam-se enrijecidas

principalmente em função da diminuição do conteúdo elástico, deposição de

colágeno e calcificação da camada íntima, culminando em redução da luz do

vaso. Além disso, os barorreceptores tornam-se menos sensíveis às variações

pressóricas e há menor disponibilidade de agentes vasodilatadores, como o

óxido nítrico (ARONOW ET AL., 2011; FERRARI ET AL., 2003; NEGRÃO;

BARRETO, 2010). As alterações arteriais e no controle barorreflexo,

contribuem diretamente para o aumento dos níveis pressóricos e, em conjunto,

todas as modificações citadas anteriormente, fazem do envelhecimento um

importante fator de risco para o aumento de morbidade e mortalidade de

origem cardiovascular (BARODKA ET AL., 2011; FERRARI ET AL., 2003;

Page 13: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

12

LAKATTA, 2002). De fato se observa isso por meio de dados recentemente

disponibilizados pelo Ministério da Saúde, que mostram as doenças do

aparelho circulatório como principal causa de morte na população idosa

(37,7%) (BRASIL, 2006; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2005).

Entre os fatores de risco para o desenvolvimento da doença

cardiovascular, a hipertensão arterial (HA) está associada ao aumento da

mortalidade por todas as causas e chega a explicar 40% das mortes por

acidente vascular cerebral e 25% por doença arterial coronariana (LATERZA

ET AL., 2007; PESCATELLO ET AL., 2004). A HA é considerada uma doença

multifatorial e é caracterizada por níveis elevados e sustentados da pressão

arterial (PA), sendo os valores de pressão arterial sistólica (PAS) ≥ 140 mmHg

e/ou de pressão arterial diastólica (PAD) ≥ 90 mmHg os estabelecidos para

diagnóstico dessa doença (PESCATELLO ET AL., 2004; SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). Como consequência, ela pode

promover lesões em órgãos-alvo, importantes alterações metabólicas e,

finalmente, aumento do risco de eventos cardiovasculares não fatais e fatais

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). Por todas as

alterações expostas anteriormente, a chance de desenvolvimento de HA está

aumentada no indivíduo idoso, gerando maior sobrecarga ao sistema

cardiovascular envelhecido. De fato, a prevalência da doença aumenta com a

idade, chegando a 60% nos indivíduos idosos (PESCATELLO ET AL., 2004;

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).

Portanto é fundamental a implementação de medidas preventivas para

controle dos níveis pressóricos dentro da faixa de normalidade a fim de reduzir

os custos públicos no tratamento de agravos à saúde dessa população e,

principalmente, para garantir funcionalidade e qualidade de vida aos idosos.

Entre as medidas preventivas e de controle da doença, mudanças nos hábitos

de vida são recomendadas, sobretudo a prática regular de exercício físico

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).

Como sabemos, os efeitos fisiológicos do exercício físico podem ser

classificados em agudos e crônicos. Os efeitos agudos, também denominados

respostas, são aqueles que acontecem em associação direta com a sessão de

exercício, ocorrendo nos minutos ou horas posteriores à realização da

Page 14: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

13

atividade física. Os efeitos crônicos, também denominados adaptações, são

aqueles que resultam da exposição frequente e regular ao exercício (I

Consenso Nacional de Reabilitação Cardiovascular, 1997).

Vários estudos comprovaram que o treinamento físico aeróbio

(caminhada, ciclismo, natação, entre outros) é capaz de promover, de forma

aguda, significativa redução dos níveis pressóricos tanto em indivíduos

normotensos quanto em hipertensos, sendo a resposta mais pronunciada nos

últimos (KENNY; SEALS, 1993; NEGRÃO; BARRETO, 2010; PESCATELLO

ET AL., 2004). Esse efeito é chamado de hipotensão pós-exercício, definida

como redução da PAS e/ou PAD abaixo dos níveis de repouso pré-exercício

após uma única sessão de treinamento (NEGRÃO; BARRETO, 2010). Além

disso, o treinamento aeróbio a longo prazo também promove uma redução

crônica dos valores pressóricos de repouso (KENNY; SEALS, 1993; LATERZA

ET AL., 2007; PESCATELLO ET AL., 2004). Por tudo isso, este tipo de

exercício físico é recomendado pelas diretrizes e consensos nacionais e

internacionais como forma de tratamento não farmacológico da HA.

No entanto, os efeitos cardiovasculares dos exercícios resistidos ainda

são pouco investigados e controversos. Esse tipo de treinamento físico é

recomendado pelo American College of Sports Medicine e American Heart

Association para a população hipertensa como complementar aos exercícios

aeróbios, visando os efeitos periféricos, ou seja, melhora no funcionamento

dos sistemas musculoesquelético e osteomioarticular, promovendo aumento da

força, da potência e resistência muscular, além de aumentar a densidade

mineral óssea. Tais efeitos geram benefícios que refletem em melhora na

realização das atividades de vida diária e maior independência funcional

desses indivíduos (NEGRÃO; BARRETO, 2010; PESCATELLO ET AL., 2004;

WILLIAMS ET AL., 2007).

Porém, além dos efeitos periféricos, um dos possíveis benefícios

cardiovasculares que o exercício físico resistido pode trazer, assim como o

exercício físico aeróbio, é a hipotensão pós-exercício (ANUNCIAÇÃO;

POLITO, 2011; CORNELISSEN; FAGARD, 2005; POLITO ET AL., 2003;

QUEIROZ ET AL., 2010). Contudo, poucos são os estudos conduzidos com a

população idosa e os resultados são conflitantes, alguns encontrando a

Page 15: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

14

resposta hipotensora (DE SALLES ET AL., 2010; MELO ET AL., 2006; TERRA

ET AL., 2008;) enquanto outros não demonstram tal efeito (ANTON ET AL.,

2006; ROLTSCH ET AL., 2001). Além disso, este tipo de treinamento pode

levar a uma adaptação crônica de redução dos valores da PA de repouso,

resultado do somatório dos efeitos agudos de várias sessões de treinamento

(MORAES ET AL., 2012; TERRA ET AL., 2008). No entanto, as pesquisas não

são conclusivas e as diferentes metodologias utilizadas dificultam a

comparação e a definição da melhor prescrição.

Pequena redução dos níveis pressóricos é benéfica ao indivíduo por

reduzir o trabalho cardíaco. Nesse sentido, pesquisas mostram que a

diminuição de aproximadamente 3 mmHg na PAS é capaz de reduzir a

morbidade decorrente de comprometimentos cardíacos, de acidente vascular

cerebral e todas as causas de mortalidade (BRAITH; STEWART, 2006;

WILLIAMS ET AL., 2007). Diante disso, a comprovação de redução dos níveis

pressóricos em resposta ao exercício físico resistido contribuirá para que este

se estabeleça como uma estratégia não-farmacológica de controle da PA na

população idosa saudável ou hipertensa. Sendo assim, essa investigação

torna-se de extrema relevância.

2. Objetivos

2.1) Objetivo geral

Investigar o efeito agudo e crônico do treinamento resistido sobre a

pressão arterial em homens normotensos e hipertensos com idade acima de

50 anos.

2.2) Objetivos específicos

Avaliar e quantificar a resposta pressórica aguda pós exercício resistido em

dois grupos: grupo hipertenso (GH) e grupo normotenso (GN).

Page 16: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

15

Comparar a resposta pressórica aguda pós-exercício resistido entre os dois

grupos experimentais.

Analisar e comparar o efeito crônico do treinamento resistido sobre os valores

de repouso da pressão arterial nos dois grupos de indivíduos ao longo do

treinamento.

Comparar a variação da PA em resposta a cada sessão de treinamento

resistido entre os grupos experimentais.

3. Materiais e métodos

3.1) Aspectos éticos

Participaram desta pesquisa voluntários do Projeto de Extensão

Interface com a Pesquisa “Musculação e Qualidade de Vida” da Faculdade de

Fisioterapia em parceria com a Faculdade de Educação Física e Desportos da

Universidade Federal de Juiz de Fora, aprovado pelo Comitê de ética em

pesquisa desta universidade, sob o parecer 065/2011.

Todos os voluntários receberam esclarecimentos e orientações a

respeito dos procedimentos empregados neste estudo e do caráter não

invasivo dos mesmos. Eles foram familiarizados com o ambiente onde

ocorreram os experimentos, bem como com os pesquisadores envolvidos; e

esclarecidos, ainda, de que poderiam desistir de participar do estudo a

qualquer momento. Após concordarem, assinaram o termo de consentimento

livre e esclarecido (TCLE) elaborado de acordo com a resolução no 196/96 do

Conselho Nacional de Saúde (ANEXO 1).

3.2 ) Caracterização da amostra

Dezenove homens participantes do Projeto de Extensão Interface com a

Pesquisa “Musculação e Qualidade de Vida” foram divididos em dois grupos:

grupo normotenso (GN) com 12 participantes (idade média = 58,0 ± 6,7 anos;

PAS média = 122,8 ± 8,1 mmHg e PAD média= 81,3 ± 8,3 mmHg) e grupo

Page 17: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

16

hipertenso (GH) com 7 sujeitos (idade média = 59,0 ± 8,2 anos; PAS média =

135,5 ± 6,4 mmHg e PAD média= 92,0 ± 8,5 mmHg), sendo ambos submetidos

ao protocolo de treinamento resistido descrito a seguir.

Para participação no estudo, além da assinatura do TCLE, os

voluntários contemplaram os seguintes critérios de inclusão: ausência de

tabagismo há pelo menos um ano e estilo de vida sedentário (não praticar

atividade física regular, menor ou igual a uma vez por semana, há um período

mínimo de seis meses).

Foram excluídos da pesquisa os voluntários que apresentaram

limitações cardiovasculares, articulares ou musculoesqueléticas que

interferissem na execução do programa de treinamento resistido proposto e/ou

arritmias detectadas na monitorização eletrocardiográfica em repouso.

3.3 ) Descrição dos procedimentos experimentais

3.3.1. Avaliação fisioterapêutica

Realizada no primeiro dia da pesquisa, foi composta por anamnese e

exame físico (ANEXO 2). Na anamnese foram investigados os hábitos de vida,

presença de fatores de risco ou doença no sistema cardiovascular e

ocorrência de sinais e sintomas relacionados a alterações deste sistema, além

de ser feito o registro das medicações em uso pelos voluntários. No exame

físico os participantes foram avaliados sobre a presença de dores, redução da

amplitude de movimento ou encurtamento muscular. Foram feitas as medidas

antropométricas (massa corporal, altura, circunferências abdômen, cintura e

quadril e dobras cutâneas triciptal, suprailíaca, subescapular, coxa, peitoral e

abdominal). As frequências cardíaca (FC) e respiratória (FR) foram medidas e

registradas, e foi realizada monitorização eletrocardiográfica nas 12

derivações padrão (DI, DII, DIII, AVR, AVL, AVF, V1 a V6) em repouso na

posição supina, além das auscultas cardíaca e pulmonar. Por fim, a aferição

da PA foi realizada após 10 e 20 minutos de repouso na posição supina pelo

método oscilométrico com o aparelho digital automático Microlife®, modelo

3AC1-1, validado de acordo com os critérios da Associação Britânica de

Cardiologia (CUCKSON ET AL., 2002), posicionando o manguito no braço

Page 18: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

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direito e seguindo as recomendações da VI Diretrizes Brasileiras de

Hipertensão (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). O valor

médio das duas medidas realizadas foi considerado como pressão arterial de

repouso.

3.3.2. Fase de familiarização

Composta por 3 a 5 sessões de treinamento resistido (respeitando a

capacidade de aprendizado de cada participante) com o objetivo de ensinar o

voluntário a executar o movimento em cada aparelho de musculação da forma

correta, bem como a respiração, a fim de evitar a realização da manobra de

Valsalva. Foi realizada apenas uma série de 15 a 20 repetições e cada

exercício foi executado com a carga mínima de cada equipamento. Os

exercícios do programa de treinamento foram: supino, cadeira extensora,

remada, cadeira flexora, tríceps pulley, leg press, rosca scott e panturrilha

máquina.

3.3.3. Avaliação da força muscular

Para avaliação da força muscular máxima dinâmica foi empregado o

teste de uma repetição máxima (1RM), definido como a resistência dinâmica

máxima que pode ser movida na amplitude completa do movimento, uma única

vez, para cada exercício testado em equipamentos com pilhas de pesos (De

LORME; WATKINS, 1948). Foram realizadas, em um mesmo dia, 3 a 5

tentativas com intervalo de 3 a 5 minutos de repouso entre elas. Caso não

fosse encontrada a carga de 1RM, o teste era realizado novamente com

intervalo de, no mínimo, 48 horas. Quando finalizado o teste de 1RM em todos

os equipamentos, este era repetido com intervalo de, no mínimo, 48 horas, a

fim de confirmar a carga (reteste). Diferenças de até 5% entre os valores do

teste e reteste foram consideradas normais, e foi considerada a maior carga

para a prescrição do treinamento.

Page 19: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

18

3.3.4 Treinamento Resistido

Os voluntários foram inseridos em um programa supervisionado de

treinamento resistido com sessões de exercícios executadas três vezes por

semana, em dias não consecutivos, no Ginásio de musculação da Faculdade

de Educação Física e Desportos/UFJF.

O treinamento foi periodizado em microciclos, respeitando a sequência

de adaptação (sessões de acomodação com a intensidade das cargas

estabelecidas a partir dos testes de força), desenvolvimento e estabilização

(sessões de acomodação com a intensidade das cargas ajustadas a partir do

desempenho alcançado no desenvolvimento), totalizando 12 sessões de

treinamento que foram realizadas no tempo médio de 4,63 semanas. Em cada

sessão os voluntários executaram duas séries de 20 repetições para os

exercícios: cadeira extensora, leg press, cadeira flexora, supino e remada e 15

repetições para os exercícios: tríceps pulley, panturrilha máquina e rosca scott,

todos com intensidade de 50% de 1RM. O intervalo entre as séries e os

exercícios foi de aproximadamente 1 a 2 minutos.

A pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) foi medida no início

(pressão arterial sistólica inicial (PASi) e pressão arterial diastólica inicial

(PADi)) e ao final (pressão arterial sistólica final (PASf) e pressão arterial

diastólica final (PADf)) de todas as sessões de treinamento resistido (TR),

após repouso do voluntário por 10 minutos na posição sentada, conforme

ilustrado na figura 1.

Medida da PA

Inicial

Medida da PA

final

Treinamento Resistido

10 min. 40-45 min. 10 min.

Figura 1. Condutas em cada sessão de TR

Fonte: autor

A comparação dos valores pressóricos finais com os iniciais em cada

uma das sessões foi utilizada para verificação da resposta aguda da PA ao

Page 20: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

19

exercício. Além disso, para investigar a resposta crônica da PA de repouso em

resposta ao programa de TR proposto, foi feita comparação dos valores da

PASi em cada uma das sessões, ao longo do programa de treinamento, assim

como para a PADi. Todos esses dados foram registrados na ficha de evolução

dos participantes (ANEXO 3).

3.4) Análise Estatística

Para todos os testes estatísticos foi considerado um nível de

significância ≤ 0,05 e os mesmos foram realizados utilizando-se o programa

Statistica versão 8.0 (StatSoft, EUA)

A normalidade das variáveis demográficas (idade), antropométricas

(massa corporal, altura, circunferências do abdômen, cintura e quadril e

dobras cutâneas triciptal, suprailíaca, subescapular, coxa, peitoral e

abdominal), hemodinâmicas (PAS e PAD de repouso e FC), ventilatórias (FR)

e da força dinâmica máxima (carga alcançada no teste de 1RM para cada

exercício) foi confirmada utilizando o teste de Shapiro-Wilk e, em seguida, foi

realizado test t de Student para amostras independentes, a fim de comparar os

dois grupos experimentais.

Para a análise dos dados relativos à PA, inicialmente, foi realizado o

teste Shapiro-Wilk para confirmar que os mesmos apresentavam distribuição

normal. Posteriormente, utilizou-se o teste ANOVA para medidas repetidas

com três entradas a fim de analisar o comportamento da PA em cada sessão

(PA inicial e final), ao longo do TR (PA inicial) e em cada grupo (GN e GH).

Para comparar a resposta da PA entre GN e GH, foi calculada a

variação da PA em resposta a cada sessão de TR (PAf - PAi) para os dois

grupos, sendo realizado o teste Shapiro-Wilk para confirmar a normalidade dos

mesmos. Posteriormente foi utilizado um test t de Student para amostras

independentes a fim de comparar o delta de variação da PA em cada uma das

sessões entre os grupos experimentais.

Page 21: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

20

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Page 24: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

23

4. Anexos

ANEXO 1

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado(a) como voluntário(a) a participar da pesquisa

“MUSCULAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA”. Neste estudo pretendemos

disponibilizar a comunidade de meia-idade e idosa local o acesso a um

programa de treinamento resistido (musculação) supervisionado e

individualizado e estudar a eficiência da prática desse tipo de atividade física

para a prevenção e o restabelecimento das alterações cardiovasculares

decorrentes do envelhecimento em indivíduos sadios e/ou portadores de

fatores de risco para doença cardiovascular (pressão alta, diabetes,

obesidade, dislipidemias) com idade acima de 50 anos.

O motivo que nos leva a estudar esse assunto é que o envelhecimento é um

fator desencadeante de prejuízo cardiovascular, pois as alterações fisiológicas

decorrentes do avançar da idade podem levar ao desenvolvimento de doenças

cardíacas e vasculares ou ao agravamento daquelas já existentes. Devido ao

fato das doenças cardiovasculares contribuírem significativamente para a

incapacidade física e comprometimento da qualidade de vida entre a

população idosa e, consequentemente, aumentar os custos com a saúde nesta

população, torna-se necessária à implantação de estratégias voltadas a sua

prevenção e controle. Nesse contexto, a prática regular de exercícios físicos

vem sendo apontada como uma intervenção que pode prevenir os efeitos

fisiológicos deletérios do envelhecimento.

Para este estudo adotaremos os seguintes procedimentos: avaliação

fisioterapêutica constando de entrevista, exame físico e monitorização

eletrocardiográfica em repouso. O objetivo desta avaliação é detectar

possíveis alterações cardiovasculares e ou limitações osteomioarticulares que

contra-indiquem sua participação na pesquisa. Posteriormente haverá

avaliação antropométrica, na qual serão coletadas algumas medidas de

circunferências corporais e dobras cutâneas. A partir dos resultados da

avaliação da sua força muscular, obtida por um teste com levantamento de

pesos, você receberá as orientações pertinentes. Também será submetido a

um período mínimo de quinze minutos de monitorização do sinal da frequência

cardíaca para posterior avaliação da variabilidade da frequência cardíaca.

Para participar deste estudo você não terá nenhum custo, nem receberá

qualquer vantagem financeira. Você será esclarecido(a) sobre o estudo em

qualquer aspecto que desejar e estará livre para participar ou recusar-se a

participar. Poderá retirar seu consentimento ou interromper a participação a

qualquer momento. A sua participação é voluntária e a recusa em participar

não acarretará qualquer penalidade ou modificação na forma em que é

atendido(a) pelo pesquisador. O pesquisador irá tratar a sua identidade com

padrões profissionais de sigilo. Você não será identificado em nenhuma

publicação que possa resultar deste estudo. Este estudo apresenta risco

mínimo, isto é, o mesmo risco existente em atividades rotineiras como

conversar, tomar banho, ler, etc. Apesar disso, você tem assegurado o direito

Page 25: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

24

a ressarcimento ou indenização no caso de quaisquer danos eventualmente

produzidos pela pesquisa.

Os resultados da pesquisa estarão à sua disposição quando finalizada.

Seu nome ou o material que indique sua participação não será liberado sem a

sua permissão. Os dados e instrumentos utilizados na pesquisa ficarão

arquivados com o pesquisador responsável por um período de 5 anos, e após

esse tempo serão destruídos. Este termo de consentimento encontra-se

impresso em duas vias, sendo que uma cópia será arquivada pelo pesquisador

responsável, e a outra será fornecida a você.

Eu, __________________________________________________, portador(a)

do documento de Identidade ____________________, fui informado(a) dos

objetivos do presente estudo de maneira clara e detalhada e esclareci minhas

dúvidas. Sei que a qualquer momento poderei solicitar novas informações e

modificar minha decisão de participar se assim o desejar. Declaro que

concordo em participar desse estudo. Recebi uma cópia deste termo de

consentimento livre e esclarecido e me foi dada a oportunidade de ler e

esclarecer as minhas dúvidas.

Juiz de Fora, ____ de ______________ de 20____.

_________________________________________

Assinatura do(a) participante

_________________________________________

Assinatura do(a) pesquisador(a)

Page 26: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

25

ANEXO 2

FICHA DE AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

FICHA DE AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA - ANAMNESE E EXAME FÍSICO

Data: ____/____/____

1) Identificação

Nome: ___________________________________________ Idade: ______ anos

Endereço: ___________________________________________________________

Bairro: _______________________ Telefone(s): ____________________________

Profissão: ______________________________ Grupo: _____________________

2) Hábitos de Vida

Sono: ( ) Reparador ( ) Não Reparador

( ) Não fumante ( ) Ex – fumante: há quanto tempo parou de fumar? ________

Etilista: ( ) Sim ( ) Não Qual(is) bebida(s) faz uso: _____________________

Quantidade: __________________ Frequência: ______________________

Bebe café ou chá: ____________ /dia Já foi atleta? Sim ( ) Não ( )

Há quanto tempo: ___________________ Modalidade: _______________________

Há quanto tempo não pratica atividade física de forma regular? _________________

3) Fatores de Risco para Doença Aterosclerótica Coronariana

HAS: Sim ( ) Não ( ) Há quanto tempo foi diagnosticado? _________________

Diabetes: Sim ( ) Não ( ) Tipo 1 ( ) Tipo 2 ( )

Obesidade: massa corporal: ____kg estatura: _______m IMC: _____ Kg/m2

Dislipidemia:

Sim ( ) Não ( ) Possui exame? ( ) Sim ( ) Não Data: _____/____/____

Resultados: CT: _____mg/dl HDL: ____mg/dl LDL: ____mg/dl TG: ____mg/dl

Estresse: Sim ( ) Não ( )

4) Sinais e Sintomas Relacionados com Alterações do Sistema Cardiovascular

Lipotímia: ( ) Sim ( ) Não Há quanto tempo: ________________

Síncope: ( ) Sim ( ) Não Há quanto tempo: ________________

Palpitação: ( ) Sim ( ) Não Há quanto tempo: ________________

Dor Precordial: ( ) Sim ( ) Não Há quanto tempo: _______________

Dispnéia: ( ) Sim ( ) Não Há quanto tempo: _______________

Page 27: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

26

5) Alguma Doença do Sistema Cardiovascular: ( ) Sim ( ) Não

Qual (is) ___________________________________________________________

6) História patológica pregressa:__________________________________________

___________________________________________________________________

7) Medicações em uso

Nome Concentração Posologia Classe funcional

8) Exame Físico

( ) Dor Localização: ________________________________________________

( ) ADM diminuída Articulação: _____________________________________

( ) Encurtamento muscular Musculatura: ______________________________

Ausculta pulmonar: __________________Ausculta cardíaca: __________________

Dobras cutâneas:

TR (dobra cutânea do tríceps): ________ SI (dobra cutânea supra-ilíaca): _________

AB (dobra cutânea abdominal): ________ CX (dobra cutânea da coxa):___________

SB (dobra cutânea subescapular): _______

9) Sinais Vitais (supino): FC: _____ bpm FR:_______irpm PA: _____ / _____ mmHg

10) Monitorização Eletrocardiográfica (supino)

DI: _________________________ DII:____________________________________

DIII: _______________________ AVR: ___________________________________

AVL: ________________________ AVF: _________________________________

V1: _________________________ V2: ___________________________________

V3: _________________________ V4: ___________________________________

V5: _________________________ V6: ___________________________________

Qualidade do traçado: ( ) ótima ( ) boa ( ) regular ( ) ruim

Considerações:______________________________________________________

11) O voluntário está apto para participar do estudo? ( ) Sim ( ) Não

Justificativa:________________________________________________________

Page 28: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

27

ANEXO 3

FICHA DE EVOLUÇÃO

FICHA DE EVOLUÇÃO - PROGRAMA DE TREINAMENTO RESISTIDO

"Musculação e qualidade de vida"

Nome: _____________________________________ Idade: __________

Início do treinamento resistido: _____/____/_____ Grupo: _________

Tels.: ______________________

Exercícios Séries Rpts Carga Exercícios Séries Rpts Carga

Cadeira extensora Cadeira extensora

Supino Supino

Leg Press Leg Press

Remada Remada

Cadeira flexora Cadeira flexora

Tríceps Tríceps

Panturrilha Panturrilha

Bíceps Bíceps

Exercícios Séries Rpts Carga Exercícios Séries Rpts Carga

Cadeira extensora Cadeira extensora

Supino Supino

Leg Press Leg Press

Remada Remada

Cadeira flexora Cadeira flexora

Tríceps Tríceps

Panturrilha Panturrilha

Bíceps Bíceps

Exercícios Séries Rpts Carga Exercícios Séries Rpts Carga

Cadeira extensora Cadeira extensora

Supino Supino

Leg Press Leg Press

Remada Remada

Cadeira flexora Cadeira flexora

Tríceps Tríceps

Panturrilha Panturrilha

Bíceps Bíceps

Page 29: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

28

Sessões de treinamento

Data Auscultatório Oscilométrico

Pai PAf Pai PAf

Sessões de treinamento

Data Auscultatório Oscilométrico

PAi PAf Pai PAf

PA = pressão arterial; i = inicial; f = final

Page 30: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

29

A versão referente ao Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) será

apresentada em formato de artigo científico, na próxima sessão, e nela

constarão os resultados e discussão dos achados. O artigo será enviado para

publicação nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, portanto, encontra-se de

acordo com as normas exigidas por esta revista apresentadas ao final do

trabalho.

Page 31: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

30

Título: Efeito do treinamento resistido sobre a resposta pressórica em normotensos e

hipertensos acima de 50 anos

Effect of resistance training on the blood pressure response in normotensive and

hypertensive subjects over 50 years

Título resumido: Treinamento resistido e resposta pressórica

Resistance Training and blood pressure response

Descritores: Treinamento de Resistência, envelhecimento, pressão arterial, hipertensão

Key-words: Resistance Training, aging, blood pressure, hypertension

Page 32: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

31

Resumo:

Fundamento: o envelhecimento gera redução da massa, força e resistência musculares,

sendo o treinamento resistido (TR) recomendado à população de meia idade e idosa para

prevenir ou minimizar esses prejuízos. Este processo ainda promove alterações

morfofuncionais no sistema cardiovascular que podem levar ao surgimento ou

agravamento de doenças, como a hipertensão arterial. O exercício aeróbio promove

redução dos níveis pressóricos de forma aguda e crônica, porém, os efeitos do TR sobre

a pressão arterial (PA) ainda são controversos.

Objetivo: avaliar e comparar o efeito do TR sobre a resposta pressórica aguda e crônica

em normotensos e hipertensos com idade acima de 50 anos.

Métodos: o grupo normotenso (GN) foi composto por 12 e o grupo hipertenso (GH)

por 7 voluntários, submetidos a 12 sessões de TR, realizadas 3x/semana, com

intensidade de 50% de uma repetição máxima (1RM) composto por duas séries de 15 a

20 repetições em 8 exercícios. A PA foi medida pelo método oscilométrico (Microlife®,

modelo BP3AC1-1) no início e ao final das sessões após 10 minutos de repouso na

posição sentada. A resposta pressórica aguda foi avaliada comparando os valores da PA

inicial e final em cada uma das sessões, e, a crônica comparando a PA de repouso

(inicial) ao longo do protocolo.

Resultados: não houve redução significativa da PA sistólica (p = 0,56) ou diastólica (p =

0,86) pós-sessão de exercício em ambos os grupos, assim como não ocorreu mudança

dos níveis pressóricos de repouso ao longo do protocolo de TR.

Conclusão: TR proposto não foi capaz de promover resposta hipotensora significativa

aguda ou crônica nos participantes.

Page 33: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

32

Introdução:

O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial 1 e este processo está

fisiologicamente relacionado a alterações morfofuncionais em vários sistemas, dentre eles

o musculoesquelético e cardiovascular. A partir da terceira década de vida é possível

observar perda de força e resistência musculares, que podem comprometer a

funcionalidade e a qualidade de vida com o aumento da idade 2-4

. No sistema

cardiovascular as alterações fisiológicas podem levar ao desenvolvimento ou

agravamento de doenças 5. O aumento da rigidez arterial e comprometimento do

controle barorreflexo, estão associados a um aumento da pressão arterial (PA) e,

consequentemente, a maior incidência de hipertensão arterial nessa população. Desta

forma, o envelhecimento é considerado um importante fator de risco para o aumento de

morbidade e mortalidade de origem cardiovascular 5-7

. De acordo com o Ministério da

Saúde as doenças do aparelho circulatório são a principal causa de morte na população

idosa (37,7%) 8, 9

.

A prática regular de exercícios físicos é considerada uma intervenção que pode

prevenir ou retardar os efeitos fisiológicos deletérios do envelhecimento 5. No que se

refere ao seu efeito sobre a PA, estudos comprovaram que o treinamento aeróbio gera,

de forma aguda, significativa redução dos níveis pressóricos, o que é denominado de

hipotensão pós-exercício 10-12

além de promover a longo prazo uma redução crônica da

PA de repouso 10, 11, 13

.

O treinamento resistido (TR) é recomendado como complementar aos exercícios

aeróbios, visando os efeitos periféricos, como o aumento da força, potência e resistência

musculares 12

. Algumas pesquisas mostraram que o TR pode também promover

benefícios cardiovasculares 14-17

. Contudo, poucos são os estudos conduzidos com a

população idosa e hipertensa e os resultados são conflitantes, alguns encontrando

resposta hipotensora 18-20

enquanto outros não mostram tal efeito 21, 22

. Além disso, o TR

pode levar a uma adaptação crônica de redução dos valores da PA de repouso 19, 23

. No

entanto, as pesquisas são ainda inconclusivas e as diferentes metodologias utilizadas

como prescrição dificultam a comparação e a comprovação dos benefícios sobre a

resposta pressórica.

Diante disso o objetivo da presente investigação foi avaliar e comparar o efeito

do TR sobre a resposta pressórica aguda e crônica em indivíduos normotensos e

hipertensos com idade acima de 50 anos.

Métodos

Amostra do estudo

Participaram deste estudo 19 voluntários do sexo masculino, divididos em dois

grupos: grupo normotenso (GN), composto por 12 sujeitos (idade média = 58,0 ± 6,7

anos; PAS média = 122,8 ± 8,1 mmHg e PAD média= 81,3 ± 8,3 mmHg) e grupo

hipertenso (GH) com 7 sujeitos (idade média = 59,0 ± 8,2 anos; PAS média = 135,5 ±

Page 34: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

33

6,4 mmHg e PAD média= 92,0 ± 8,5 mmHg), sendo ambos submetidos ao protocolo de

treinamento resistido descrito adiante.

Os participantes do GH apresentavam diagnóstico clínico prévio de hipertensão

arterial e faziam uso regular de medicação anti-hipertensiva para tratamento da doença

(tabela 1).

Para participação no estudo os voluntários contemplaram os seguintes critérios

de inclusão: ausência de tabagismo há pelo menos um ano e estilo de vida sedentário

(não praticar atividade física regular, maior ou igual a uma vez por semana, há um

período mínimo de seis meses).

Foram excluídos da pesquisa os voluntários que apresentaram limitações

cardiovasculares, articulares ou musculoesqueléticas que interferissem na execução do

programa de treinamento resistido proposto e/ou arritmias detectadas na monitorização

eletrocardiográfica em repouso.

Aspectos de natureza ética

O protocolo experimental foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Federal de Juiz de Fora. Todos os voluntários foram esclarecidos e

orientados a respeito da participação no estudo e assinaram o termo de consentimento

livre e esclarecido.

Avaliação dos voluntários

Os voluntários de ambos os grupos passaram inicialmente por uma avaliação

composta por: anamnese, avaliação osteomioarticular global, medidas antropométricas

(massa corporal, altura, circunferências abdômen, cintura e quadril e dobras cutâneas

triciptal, suprailíaca, subescapular, coxa, peitoral e abdominal e cálculo do percentural de

gordura), medida da frequência cardíaca (FC) e respiratória (FR), monitorização

eletrocardiográfica nas 12 derivações padrão (DI, DII, DIII, AVR, AVL, AVF, V1 a

V6) em repouso na posição supina, auscultas cardíaca e pulmonar. Por fim, era realizada

a aferição da PA após 10 e 20 minutos de repouso na posição supina pelo método

oscilométrico com o aparelho digital automático Microlife®, modelo BP 3AC1-1,

validado de acordo com os critérios da Associação Britânica de Cardiologia 25

,

posicionando o manguito no braço direito e seguindo as recomendações da IV Diretrizes

Brasileiras de Hipertensão 26

. O valor médio das duas medidas realizadas foi considerado

como sendo a pressão arterial de repouso.

Protocolo experimental

Após a avaliação inicial, os voluntários realizaram 3 a 5 sessões de familiarização

(respeitando a capacidade de aprendizado de cada participante) com o objetivo de

ensina-los a executar o movimento em cada aparelho com pilhas de peso da forma

correta, bem como a respiração, a fim de evitar a realização da manobra de Valsalva.

Posteriormente, todos os participantes foram submetidos ao teste de uma

repetição máxima (1RM), definido como a resistência máxima dinâmica que pode ser

movida na amplitude completa do movimento uma única vez, para cada exercício testado

Page 35: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

34

em equipamentos com pilhas de pesos 26

. Foram realizadas, em um mesmo dia, 3 a 5

tentativas com intervalo de 3 a 5 minutos de repouso entre elas. Caso não fosse

encontrada a carga de 1RM o teste era realizado novamente com intervalo de, no

mínimo, 48 horas. Quando finalizado o teste de 1RM em todos os equipamentos, este

era repetido com intervalo de, no mínimo, 48 horas, a fim de confirmar a carga (reteste).

Diferenças de até 5% entre os valores do teste e reteste foram consideradas normais, e

foi considerada a maior carga para a prescrição do treinamento.

Finalizados o teste e reteste, os sujeitos foram inseridos em um programa

supervisionado de TR com duração total de quatro semanas (12 sessões), executadas

três vezes por semana, em dias não consecutivos, no Ginásio de musculação da

Faculdade de Educação Física e Desportos/UFJF.

Em cada sessão os voluntários executaram duas séries de 20 repetições para os

exercícios: cadeira extensora, leg press, cadeira flexora, supino e remada e 15 repetições

para os exercícios: tríceps pulley, panturrilha máquina e rosca scott, todos com

intensidade de 50% de 1RM. O intervalo entre as séries e os exercícios foi de

aproximadamente 2 minutos.

A pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) foi medida no início

(pressão arterial sistólica inicial (PASi) e pressão arterial diastólica inicial (PADi)) e ao

final (pressão arterial sistólica final (PASf) e pressão arterial diastólica final (PADf)) de

todas as sessões de treinamento resistido, após repouso do voluntário por 10 minutos na

posição sentada pelo método oscilométrico (Microlife®, modelo BP 3AC1-1). A

comparação dos valores pressóricos iniciais com os finais em cada uma das sessões foi

utilizada para verificação da resposta aguda da PA ao exercício. Além disso, para

investigar a resposta crônica da PA de repouso em resposta ao programa de TR

proposto, foi feita comparação dos valores da PASi em cada uma das sessões, ao longo

do programa de treinamento, assim como para a PADi.

Análise estatística

Para todos os testes estatísticos foi considerado um nível de significância ≤ 0,05 e

os mesmos foram realizados utilizando-se o programa Statistica versão 8.0 (StatSoft,

EUA)

A normalidade das variáveis demográficas (idade), antropométricas (massa

corporal, altura, circunferências do abdômen, cintura e quadril e dobras cutâneas

triciptal, suprailíaca, subescapular, coxa, peitoral e abdominal), hemodinâmicas (PAS e

PAD de repouso e FC), ventilatórias (FR) e da força dinâmica máxima (carga alcançada

no teste de 1RM para cada exercício) foi confirmada utilizando o teste de Shapiro-Wilk

e, em seguida, foi realizado test t de Student para amostras independentes, a fim de

comparar os dois grupos experimentais.

Para a análise dos dados relativos à PA, inicialmente, foi realizado o teste

Shapiro-Wilk para confirmar que os mesmos apresentavam distribuição normal.

Posteriormente, utilizou-se o teste ANOVA para medidas repetidas com três entradas a

fim de analisar o comportamento da PA em cada sessão (PA inicial e final), ao longo do

TR (PA inicial) e em cada grupo (GN e GH).

Page 36: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

35

Para comparar a resposta da PA entre GN e GH, foi calculada a variação da PA

em resposta a cada sessão de TR (PAf -PAi) para os dois grupos, sendo realizado o teste

Shapiro-Wilk para confirmar a normalidade dos mesmos. Posteriormente foi utilizado

um test t de Student para amostras independentes a fim de comparar o delta de variação

da PA em cada uma das sessões entre os grupos experimentais.

Resultados

A Tabela 2 mostra a caracterização da amostra em relação às variáveis:

demográficas (idade), antropométricas (massa corporal, altura, IMC, circunferências da

cintura, abdômen e quadril, dobras cutâneas do tríceps, suprailíaca, subescapular, coxa,

peitoral e abdominal e o percentual de gordura corporal), hemodinâmicas (PAS, PAD e

FC de repouso), ventilatória (FR de repouso) e força dinâmica máxima (carga alcançada

no teste de 1RM). Não houve diferença estatisticamente significativa para as variáveis

analisadas entre GN e GH, exceto para a dobra cutânea abdominal que se mostrou

significativamente maior no GH.

O resultado da análise da PA mostrou que não houve queda estatisticamente

significativa da PAS e PAD em nenhuma das sessões de treinamento tanto para o GN

quanto para o GH e que para os valores iniciais da PAS e PAD nas 12 sessões

subsequentes de treinamento resistido (resposta crônica), não foi identificada redução

significativa dos valores em ambos os grupos conforme ilustrado nos Gráficos 1 ao 4.

Além disso, não houve diferenças estatisticamente significativas, tanto para a

resposta pressórica aguda quanto para crônica, entre os grupos avaliados, não

evidenciando hipotensão sistólica ou diastólica pós-exercício em nenhum dos grupos

experimentais (Gráficos 1, 2, 3 e 4).

Quando comparamos a resposta da PAS entre os dois grupos experimentais por

meio do delta (PAf - PAi), observamos que apenas na 11º sessão de TR a queda dessa

variável foi significativamente maior no GH quando comparado ao GN (Gráfico 5). Para

a PAD, os deltas não se mostraram estatisticamente diferentes entre os grupos nas 12

sessões experimentais (Gráfico 6).

Discussão:

A hipotensão pós-exercício resistido não foi observada nos participantes dos

grupos experimentais do presente estudo em nenhuma das 12 sessões de treinamento,

assim como não foi verificada redução crônica dos níveis pressóricos de repouso em

resposta ao protocolo empregado. Além disso, a comparação dos dois grupos

comprovou que, em apenas uma sessão, a variação da PAS em resposta à sessão de TR

mostrou-se significativamente maior para o GH em relação ao GN.

A resposta aguda ao treinamento resistido vem sendo amplamente investigada, no

entanto, a maior parte dos estudos que verificam a hipotensão pós-exercício foram

Page 37: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

36

realizados com indivíduos jovens e saudáveis, sendo a população de meia idade e idosa,

tanto saudável como portadora de hipertensão arterial, ainda pouco estuda 27-30

.

A não ocorrência de hipotensão pós-exercício no GN pode ser justificada pelos

níveis pressóricos de repouso dos participantes serem mais baixos que a média

populacional nessa faixa etária 31

. A queda tanto da PAS quanto da PAD parece não ser

frequente em indivíduos normotensos com níveis tensionais de repouso similares aos

encontrados no presente trabalho 32,33

. A literatura sugere que a redução da PA após o

esforço relaciona-se diretamente com os valores pré-exercício, assim, quanto maiores os

valores iniciais, maior a queda da PA 19,34

. Por essa razão, hipertensos apresentariam uma

maior redução absoluta dos valores pressóricos que normotensos após o exercício 35, 36

.

De fato, o GH apresentou maior queda absoluta nos valores pressóricos do que o GN

quando analisamos a variação da PA em resposta a cada sessão de TR, mesmo não

havendo diferença estatística entre os grupos.

Uma recente publicação encontrou resultados semelhantes aos apresentados

nesse trabalho ao submeter idosos normotensos treinados de ambos os sexos a duas

sessões experimentais: controle e de exercício resistido com intensidade de 8RM

(aproximadamente 60 - 70% de 1RM). Os autores monitoraram a PA durante 24 horas

após as intervenções e não observaram queda significativa da PA em relação aos valores

de repouso na sessão exercício, embora, verificaram aumento dos níveis pressóricos

sistólicos após a sessão controle. Assim, acreditam que o exercício resistido, mesmo não

causando hipotensão, foi capaz de “bloquear” o aumento da PAS transitoriamente após o

exercício, mas esta resposta parece não ter implicações clínicas relevantes 33

.

Por outro lado, o estudo de De Salles et al. 20

, com população semelhante ao GN

desse trabalho e ao citado anteriormente (homens de meia idade e idosos normotensos),

verificou queda da PAS e PAD após o exercício. Porém, os resultados controversos

podem ser explicados por diferenças encontradas entre os estudos. Uma delas são os

valores pressóricos médios dos participantes que foram ligeiramente mais elevados no

estudo de De Salles et al. 20

, (122,9 ± 4,9 mmHg e 81,2 ± 4,7 mmHg, para PAS e PAD,

respectivamente) comparado com os do presente estudo (118,3 ± 10,6 mmHg e 74,2 ±

8,1 mmHg) e ao estudo de Queiroz et al. 33

(113 ± 1 mmHg e 71 ± 1 mmHg). Além

disso, o treinamento foi realizado com intensidade mais elevada (70% de 1RM) que o

protocolo adotado no presente trabalho e a idade média dos participantes é maior que a

dos indivíduos de nossa amostra (67.6 ± 2.2 vs. 58 ± 6,7 anos ).

No presente trabalho o TR proposto não foi capaz de promover hipotensão

aguda no GH, o que seria esperado de acordo com os achados de outros autores 18,40

.

Esta resposta pode ser, em parte explicada, pelos menores valores pressóricos médios de

nossos participantes hipertensos comparado com de outros estudos. Melo et al. 18

encontraram valores médios sistólicos e diastólicos da amostra hipertensa de 134 ± 6

mmHg e 89 ± 3 mmHg, respectivamente, enquanto os valores da nossa amostra foram

127,5 ± 10,3mmHg e 80 ± 8,8 mmHg. Além disso, a intensidade do treinamento

adotada no estudo de Melo et al .18

foi maior (10RM, aproximadamente 60% de 1RM) e

todos os participantes faziam uso da mesma medicação, captopril. Por outro lado, o

trabalho de Scher et al. 40

encontrou resposta hipotensora aguda em hipertensos

Page 38: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

37

controlados com medicação adotando baixa intensidade de treinamento (40% de 1RM),

no entanto, a formato da sessão foi circuito e esta modalidade TR tem característica

dinâmica que se aproxima do exercício aeróbio, sendo utilizado para gerar também

melhora do condicionamento cardiovascular. Vale ressaltar que, assim como em nosso

trabalho, no estudo de Scher et al. 40

, os indivíduos faziam uso de medicação anti-

hipertensiva de diversas classes farmacológicas, o que pode influenciar a resposta da

variável analisada ao TR.

Nesse sentido, outras investigações também verificaram hipotensão pós-exercício

resistido com diferentes intensidades em jovens com níveis pressóricos normais, o que

nos permite inferir que a população idosa, embora normotensa, apresente uma resposta

diferenciada ao exercício pelas alterações cardiovasculares decorrentes do

envelhecimento fisiológico 28, 29, 30, 37

. Dentre essas modificações é destaque o

enrijecimento das grandes artérias, menor disponibilidade de agentes vasodilatadores e

redução da sensibilidade barorreflexa com o passar dos anos 12, 38

. Em conjunto essas

alterações contribuem para o aumento dos níveis pressóricos nesta população, pelo

aumento da resistência vascular periférica e prejuízo nas respostas centrais às variações

da PA. Com o avançar da idade o indivíduo tem dificuldade em manter a homeostasia.

Ainda não há consenso na literatura sobre a real influência de cada uma das

variáveis que compõem o treinamento resistido sobre as respostas da PA pós-exercício.

Com relação à intensidade do treinamento, o estudo de Simão et al. 27

com jovens

saudáveis, observou que a intensidade do exercício pode influenciar na duração, mas não

na magnitude da resposta hipotensora, ou seja, quanto maior a intensidade, mais

prolongada é a queda da PA. O trabalho conduzido por Anunciação, Casonatto e

Polito30

comparou três intensidades de exercício (40, 60 e 80% de 1RM) e os autores

não encontraram diferenças na resposta hipotensora diastólica entre as 3 sessões, além de

não ter observado hipotensão sistólica. Por outro lado, Rezk et al. 28

ao comparar duas

intensidades (40 e 80% de 1RM) verificaram que a menor intensidade foi capaz de

promover queda da PAS e PAD enquanto a maior intensidade só causou hipotensão

sistólica. Esses estudos foram conduzidos em jovens, o que dificulta a extensão dos

resultados à população de meia idade e idosa, que pode ter uma resposta diferenciada

quando submetida ao TR de intensidades variadas. É importante destacar ainda que

outras variáveis do treinamento resistido (volume, massa muscular envolvida e tempo de

recuperação, por exemplo) podem influenciar as respostas cardiovasculares pós-

exercício e não há investigações conclusivas neste sentido direcionada para essa

população.

Outro fator que pode ter interferido nos resultados apresentados é o curto tempo

de acompanhamento da PA após a sessão de TR (10 minutos). A maior parte dos

estudos com esta temática fazem medições dessa variável por mais tempo (60 minutos

ou por 24 horas) e alguns só observam quedas significativas após 10 minutos de repouso

pós-sessão 23, 29

. Alguns autores acreditam que períodos demasiadamente curtos de

acompanhamento podem fornecer resultados diferentes daqueles obtidos em um período

relativamente maior 39

. Mas ainda não há consenso sobre o período ideal de

monitorização da PA para verificar a hipotensão pós-exercício.

Page 39: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

38

Apesar dos resultados referentes a resposta hipotensora aguda serem

contraditórios a outros estudos citados anteriormente, os achados comprovam o que a

literatura afirma com relação à maior queda absoluta dos níveis pressóricos em

hipertensos comparada a normotensos. A análise da variação da PA em resposta a cada

sessão de TR entre o GN e o GH, evidencia que o último grupo, na maioria das sessões,

apresenta uma redução média maior que o primeiro, embora apenas na 11a sessão essa

variação da PAS em resposta à sessão de exercícios resistidos se mostre

significativamente maior para os hipertensos.

A redução crônica da PA de repouso em resposta ao treinamento resistido foi

verificada em indivíduos hipertensos por outros autores 19, 23

, mas não foi encontrado na

literatura trabalhos conclusivos que apresentem como objetivo principal investigar esta

resposta na população de meia idade e idosa normotensa.

O efeito crônico de redução dos níveis pressóricos de repouso em resposta a um

programa de treinamento resistido foi mostrado em duas meta-análises 10, 14

. No entanto,

é importante salientar que esses trabalhos reúnem diversos estudos com metodologias

(protocolo de treinamento e população de estudo) bastante diferentes o que

comprometem a comparação dos resultados e a conclusão dos achados. Outros dois

trabalhos mais recentes também observaram tal resposta. Terra et al. 19

verificaram o

efeito crônico de redução da PAS de idosas hipertensas submetidas à 12 semanas de

treinamento de intensidade periodizada (60, 70 e 80% de 1RM) e Moraes et al. 23

obtiveram resultado semelhante ao estudar hipertensos estágio 1 de meia idade que

treinaram por 12 semanas, 3 vezes por semana, com intensidade de 60% de 1RM. Neste

último, os autores comprovaram atenuação da hipotensão pós-exercício em resposta ao

treinamento, em função da queda da PA de repouso. A justificativa dada para esses

achados de redução dos valores pressóricos de repouso foi o somatório dos efeitos

agudos de várias sessões de exercícios resistidos.

Nossos achados contradizem os resultados dos estudos citados, já que não

evidencia efeito crônico de redução dos níveis pressóricos de repouso dos participantes

de ambos os grupos experimentais. No entanto, podemos verificar importantes

diferenças metodológicas que podem, parcialmente, explicar essas controvérsias. O

tempo de treinamento utilizado em nosso trabalho pode ter sido insuficiente para

promover as adaptações crônicas ao treinamento resistido, visto que o protocolo

adotado foi de apenas 4 semanas, além disso a intensidade de treinamento adotada em

nosso estudo foi menor (50% de 1RM).

É importante destacar que, embora o protocolo de TR proposto não tenha sido

capaz de promover reduções nos níveis pressóricos dos indivíduos, também não levou à

aumentos significativos desses valores. É sabido que à medida que as repetições se

sucedem ao longo de uma série de exercício resistido, a frequência cardíaca e a PAS e

PAD aumentam progressivamente, incrementando a carga cardiovascular 12

. Desta

forma, a não elevação da PA após o TR mostra-se positiva e contribui para assegurar a

prática deste tipo de exercício, sobretudo por idosos e hipertensos.

Page 40: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

39

Conclusão:

O protocolo de TR proposto não foi capaz de promover resposta hipotensora

sistólica ou diastólica aguda em ambos os grupos experimentais, assim como não foi

observada resposta crônica desta variável.

Ao compararmos a resposta da PA entre os grupos, verificamos que

apresentaram comportamento semelhante, embora em termos absolutos o GH mostre

deltas de variação maiores que o GN na maioria das sessões de TR.

Para o nosso conhecimento, este foi o primeiro trabalho que analisou e comparou

a resposta pressórica aguda e crônica de normotensos e hipertensos submetidos a um

programa de TR.

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Page 44: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

43

Tabela 1. Medicações Anti-hipertensivas

Classe Farmacológica Número de voluntários Porcentagem (%)

1.Monoterapia 4 57,1

Diurético 1 14,3

Bloqueadores dos canais de cálcio 1 14,3

Antagonistas dos receptores de angiotensina 2 28,5

2.Combinação de terapias 3 42,9

Antagonista dos receptores de angiotensina e diurético 1 14,3

Antagonista dos receptores de angiotensina e

bloqueador dos canais de cálcio 1 14,3

Antagonista dos receptores de angiotensina,

bloqueador dos canais de cálcio e diurético 1 14,3

Page 45: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

44

Tabela 2. Caracterização da amostra. Variáveis demográficas, antropométricas, hemodinâmicas, ventilatórias e força dinâmica

máxima, descritas como média ± desvio padrão.

Normotensos Hipertensos p valor

1.Variável Demográfica

Idade (anos) 58,00 ± 6,70 59,00 ± 8,17 0,85

2. Variáveis Antropométricas

Massa corporal (Kg) 77,98 ± 13,70 85,40 ± 17,15 0,31

Altura (m) 1,75 ± 0,07 1,73 ± 0,07 0,52

Índice de massa corporal (Kg/m²) 25,32 ± 3,77 28,34 ± 4,15 0,12

2.1. Circunferência

Cintura (cm) 89,09 ± 10,13 96,47 ± 9,95 0,14

Abdominal (cm) 93,03 ± 11,14 102,29 ± 11,65 0,10

Quadril (cm) 100,34 ± 7,08 102,96 ± 10,06 0,51

2.2. Dobras cutâneas

Triciptal (mm) 14,93 ± 4,05 17,53 ± 6,70 0,30

Suprailíaca (mm) 18,86 ± 6,69 23,74 ± 11,26 0,25

Subescapular (mm) 19,05 ± 6,34 24,74 ± 7,11 0,09

Coxa (mm) 19,68 ± 8,46 26,57 ± 9,63 0,12

Peitoral (mm) 15,43 ± 5,74 17,79 ± 9,22 0,49

Abdominal (mm) 31,94 ± 8,60 46,43 ± 17,19 * 0,02

2.3. Gordura corporal (%) 23,40 ± 6,22 25,94 ± 6,24 0,40

3. Variáveis Hemodinâmicas

PAS repouso (mmHg) 122, 75 ± 8,09 135,50 ± 6,40 0,08

PAD repouso (mmHg) 81,25 ± 8,25 92,00 ± 8,46 0,08

FC repouso (bpm) 67,00 ± 8,54 65,50 ± 12,96 0,54

4. Variável ventilatória

FR repouso (irpm)

15,00 ± 2,82

16,00 ± 1,12

0,67

5. Variável Força dinâmica máxima (teste de 1RM)

Cadeira Extensora (Kg)

Supino (Kg)

Leg Press (Kg)

Remada (Kg)

Cadeira Flexora (Kg)

Tríceps Pulley (Kg)

Panturrilha Máquina (Kg)

Rosca Scott (Kg)

129,00 ± 38,06

59,00 ± 16,63

150,42 ± 49,07

100,25 ± 18,11

98,50 ± 33,44

53,42 ± 9,61

36,42 ± 6,57

53,50 ± 9,54

114,43 ± 36,81

47,29 ± 10,11

126,86 ± 39,49

95,43 ± 14,25

72,43 ± 29,98

47,00 ± 10,60

31,57 ± 10,37

46,29 ± 5,47

0,43

0,11

0,29

0,55

0,09

0,23

0,23

0,09

PAS - pressão arterial sistólica, PAD - pressão arterial diastólica, FC - frequência cardíaca, FR - frequência respiratória;

(*) Diferença estatística em relação ao grupo normotenso (p ≤ 0,05).

Page 46: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

45

De acordo com as normas de envio de trabalhos para a Revista Arquivos

Brasileiros de Cardiologia, as figuras e ilustrações devem ser anexados em arquivos

separados, na área apropriada do sistema. Para facilitar a organização deste Trabalho de

Conclusão de Curso apresentado em formato de artigo, aqui serão anexadas as figuras

relativas aos gráficos com os resultados desta investigação.

Page 47: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

46

Page 48: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

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48

Page 50: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

49

ANEXO 6

ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA

NORMAS PARA PUBLICAÇÃO

1. Os Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Arq Bras Cardiol) são uma publicação mensal

da Sociedade Brasileira de Cardiologia, indexada no Cumulated Index Medicus da

National Library of Medicine e nos bancos de dados do MEDLINE, EMBASE,

LILACS, Scopus e da SciELO com citação no PubMed (United States National Library

of Medicine) em inglês e português.

2. Ao submeter o manuscrito, os autores assumem a responsabilidade de o trabalho não

ter sido previamente publicado e nem estar sendo analisado por outra revista. Todas as

contribuições científicas são revisadas pelo Editor-Chefe, pelo Supervisor Editorial,

Editores Associados e pelos Membros do Conselho Editorial. Só são encaminhados aos

revisores os artigos que estejam rigorosamente de acordo com as normas especificadas.

Os trabalhos também são submetidos à revisão estatística, sempre que necessário. A

aceitação será feita na originalidade, significância e contribuição científica para o

conhecimento da área.

3. Seções

3.1. Editorial: todos os editoriais dos Arquivos são feitos através de convite. Não serão

aceitos editoriais enviados espontaneamente.

3.2. Carta ao Editor: correspondências de conteúdo científico relacionadas a artigos

publicados na revista nos dois meses anteriores serão avaliadas para publicação. Os

autores do artigo original citado serão convidados a responder.

3.3. Artigo Original: Os Arquivos aceitam todos os tipos de pesquisa original na área

cardiovascular, incluindo pesquisas em seres humanos e pesquisa experimental.

3.4. Revisões: os editores formulam convites para a maioria das revisões. No entanto,

trabalhos de alto nível, realizados por autores ou grupos com histórico de publicações na

área serão bem-vindos. Não serão aceitos, nessa seção, trabalhos cujo autor principal

não tenha vasto currículo acadêmico ou de publicações, verificado através do sistema

Lattes (CNPQ), Pubmed ou SciELO.

Eventualmente, revisões submetidas espontaneamente poderão ser re-classificadas como

“Atualização Clínica” e publicadas nas páginas eletrônicas, na internet (ver adiante).

Page 51: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

50

3.5. Comunicação Breve: experiências originais, cuja relevância para o conhecimento do

tema justifique a apresentação de dados iniciais de pequenas séries, ou dados parciais de

ensaios clínicos, serão aceitos para avaliação.

3.6. Correlação Anátomo-Clínica: apresentação de um caso clínico e discussão de

aspectos de interesse relacionados aos conteúdos clínico, laboratorial e anátomo-

patológico.

3.7. Correlação Clínico-Radiográfica: apresentação de um caso de cardiopatia congênita,

salientando a importância dos elementos radiográficos e/ou clínicos para a consequente

correlação com os outros exames, que comprovam o diagnóstico. Ultima-se daí a

conduta adotada.

3.8. Atualização Clínica: Essa seção busca focar temas de interesse clínico, porém com

potencial de impacto mais restrito. Trabalhos de alto nível, realizados por autores ou

grupos com histórico de publicações na área serão aceitos para revisão.

3.9. Relato de Caso: casos que incluam descrições originais de observações clínicas, ou

que representem originalidade de um diagnóstico ou tratamento, ou que ilustrem

situações pouco frequentes na prática clínica e que mereçam uma maior compreensão e

atenção por parte dos cardiologistas serão aceitos para avaliação.

3.10. Imagem Cardiovascular: imagens clínicas ou de pesquisa básica, ou de exames

complementares que ilustrem aspectos interessantes de métodos de imagem, que

esclareçam mecanismos de doenças cardiovasculares, que ressaltem pontos relevantes da

fisiopatologia, diagnóstico ou tratamento serão consideradas para publicação.

3.11. Ponto de Vista: apresenta uma posição ou opinião dos autores a respeito de um

tema científico específico. Esta posição ou opinião deve estar adequadamente

fundamentada na literatura ou em sua experiência pessoal, aspectos que irão ser a base

do parecer a ser emitido.

4. Processo de submissão: os manuscritos deverão ser enviados via internet, seguindo as

instruções disponíveis no endereço: http://www.arquivosonline.com.br do portal da

SBC.

5. Todos os manuscritos são avaliados para publicação no menor prazo possível, porém,

trabalhos que mereçam avaliação especial para publicação acelerada (“fast-track”) devem

ser indicados na carta ao editor.

Page 52: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

51

6. Os textos e as tabelas devem ser editados em word e as figuras e ilustrações devem ser

anexados em arquivos separados, na área apropriada do sistema. Figuras devem ter

extensão JPEG e resolução mínima de 300 DPI. As Normas para Formatação de

Tabelas, Figuras e Gráficos encontram-se em

http://www.arquivosonline.com.br/publicacao/informacoes_autores.asp .

7. Todos os artigos devem vir acompanhados por uma carta de submissão ao editor,

indicando a seção em que o artigo deva ser incluído (vide lista acima), declaração do

autor de que todos os coautores estão de acordo com o conteúdo expresso no trabalho,

explicitando ou não conflitos de interesse* e a inexistência de problemas éticos

relacionados.

8. Conflito de interesses: Quando existe alguma relação entre os autores e qualquer

entidade pública ou privada que pode derivar algum conflito de interesse, essa

possibilidade deve ser comunicada e será informada no final do artigo.

9. Formulário de contribuição do autor: Todos os autores e colaboradores devem enviar

om formulário

(http://www.arquivosonline.com.br/publicacao/normas/pdf/contribution_form_abc_portu

gues.pdf) especificando a função exercida no estudo/artigo. Os artigos aceitos não serão

publicados até que os formulários assinados por todos os autores sejam recebidos.

10. Ética

10.1. Os autores devem informar, no texto, se a pesquisa foi aprovada pela Comissão de

Ética em Pesquisa de sua instituição em consoante à Declaração de Helsinki.

10.2. Nos trabalhos experimentais envolvendo animais, as normas estabelecidas no

“Guide for the Care and Use of Laboratory Animals” (Institute of Laboratory Animal

Resources, National Academy of Sciences, Washington, D. C. 1996) e os Princípios

Éticos na Experimentação Animal do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal

(COBEA) devem ser respeitados.

11. Citações bibliográficas: Os Arquivos adotam as Normas de Vancouver – Uniform

Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journal (www.icmje.org).

12. Idioma: os artigos devem ser redigidos em português (com a ortografia vigente) e/ou

inglês.

Page 53: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

52

12.1. Para os trabalhos que não possuírem versão em inglês ou que essa seja julgada

inadequada pelo Conselho Editorial, a revista providenciará a tradução sem ônus para

o(s) autor(es).

12.2 Caso já exista a versão em inglês, tal versão deve ser enviada para agilizar a

publicação.

12.3. As versões inglês e português serão disponibilizadas na íntegra no endereço

eletrônico da SBC (http://www.arquivosonline.com.br) e da SciElO (www.scielo.br),

permanecendo à disposição da comunidade internacional.

13. Avaliação pelos Pares (peer review): Todos os trabalhos enviados aos ABC serão

submetidos à avaliação inicial dos editores, que decidirão, ou não, pelo envio para

revisão por pares (peer review), todos eles pesquisadores com publicação regular em

revistas indexadas e cardiologistas com alta qualificação (Corpo de Revisores dos ABC

http://www.arquivosonline.com.br/conselhoderevisores/).

13.1. Os autores podem indicar até cinco membros do Conselho de Revisores que

gostariam que analisassem o artigo, assim como podem indicar até cinco revisores que

não gostariam que participassem do processo.

13.2. Os revisores farão comentários gerais sobre o trabalho e decidirão se ele deve ser

publicado, corrigido segundo as recomendações ou rejeitado.

13.3. Os editores, de posse dos comentários dos revisores, tomarão a decisão final. Em

caso de discrepâncias entre os revisores, poderá ser solicitada uma nova opinião para

melhor julgamento.

13.4. Quando forem sugeridas modificações, essas serão encaminhadas ao autor principal

para resposta e, em seguida, aos revisores para que verificarem se as exigências foram

satisfeitas.

13.5. Em casos excepcionais, quando o assunto do manuscrito assim o exigir, o Editor

poderá solicitar a colaboração de um profissional que não conste do Corpo de Revisores.

13.6. Os autores têm o prazo de trinta para proceder às modificações solicitadas pelos

revisores e submeter novamente o artigo. A inobservância desse prazo implicará na

retirada do artigo do processo de revisão.

13.7. Sendo aceitos para revisão, os pareceres dos revisores deverão ser produzidos no

prazo de 30 dias.

13.8. As decisões serão comunicadas por correio eletrônico.

Page 54: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

53

13.9. Os editores não discutirão as decisões por telefone, nem pessoalmente. Todas as

réplicas deverão sem submetidas por escrito para a revista.

13.10. Direitos Autorais: Os autores dos artigos aprovados deverão encaminhar para os

Arquivos previamente à publicação, a declaração de transferência de direitos autorais,

assinada por todos os coautores (imprimir e preencher a carta no link:

http://www.arquivosonline.com.br/publicacao/normas/pdf/Transferencia-de-Direitos-

Autorais-v1.pdf .

13.11. Limites de texto: A contagem eletrônica de palavras deve incluir a página inicial,

resumo, texto, referências e legenda de figuras.

Artigo

Original

Editoral Artigo de

Revisão

Atualização

Clínica

Relato

de

Caso

Comunicação

Breve

Ponto

de Vista

Carta ao

Editor

Imagem Correlações

Número de

autores

10 2 4 6 8 8 3 2 4

Título

(Caracteres

incluindo

espaços)

100 80 100 80 80 80 80 80 80

Título reduzido

(Caracteres

incluindo

espaços)

50 50 50 50 50 50 50 50 50

Resumo (nº

máximo de

palavras)

250 -- 250 -- 250 -- -- -- --

Nº máximo de

palavras

(incluindo

referências)

5000 1000 6500 1500 1500 1500 100 100 800

Nº máximo de

referências

40 10 80 10 10 10 5 -- 10

Nº máximo de

tabelas e

figuras

8 2 8 2 2 2 1 1 1

Page 55: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

54

14. Os artigos deverão seguir a seguinte ordem:

14.1. Página de título;

14.2. Texto

14.3. Agradecimentos

14.4. Legendas de figuras

14.5. Tabelas

14.6. Figuras

14.7. Referências

14.8. Primeira Página:

- Deve conter o título completo do trabalho de maneira concisa e descritiva, em

português e inglês, assim como um título resumido (inferior a 50 caracteres, incluindo

espaços) para ser utilizado no cabeçalho das demais páginas do artigo;

- Devem ser incluídos de três a cinco descritores (palavras-chave), assim como a

respectiva tradução para as key words (descriptors). Os descritores devem ser

consultados nos sites: http://decs.bvs.br/, que contém termos em português, espanhol e

inglês ou www.nlm.nih.gov/mesh, para termos somente em inglês;

14.9. Segunda Página:

- Resumo: O resumo deve ser estruturado em cinco seções, evitando abreviações e

observando o número máximo de palavras.

O Relatos de Casos não devem apresentar resumo. Não cite referências no resumo:

• Fundamento (racional para o estudo);

• Objetivos;

• Métodos (breve descrição da metodologia empregada);

• Resultados (apenas os principais e mais significativos);

• Conclusões (frase(s) sucinta(s) com a interpretação dos dados).

14.10. Texto: Deve ser dividido em introdução, métodos, resultados, discussão e

conclusões.

14.10.1. Introdução:

- Não ultrapassar mais que 350 palavras.

- Faça uma descrição dos fundamentos e do racional do estudo, justificando com base na

literatura.

Page 56: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

55

14.10.2. Métodos: Descreva detalhadamente como foram selecionados os sujeitos da

pesquisa observacional ou experimental (pacientes ou animais de experimentação,

incluindo o grupo controle, quando houver), incluindo idade e sexo.

- A definição de raças só deve ser utilizada quando for possível de ser feita com clareza e

quando for relevante para o tema explorado.

- Identifique os equipamentos e reagentes utilizados (incluindo nome do fabricante,

modelo e país de fabricação) e dê detalhes dos procedimentos e técnicas utilizadas de

modo a permitir que outros investigadores possam reproduzir os seus dados.

- Justifique o emprego dos seus métodos e avalie possíveis limitações.

- Descreva todas as drogas e fármacos utilizados, doses e vias de administração.

- Descreva o protocolo utilizado (intervenções, desfechos, métodos de alocação,

mascaramento e análise estatística).

- Em caso de estudos em seres humanos indique se o trabalho foi aprovado por um

Comitê de Ética em Pesquisa e se os pacientes assinaram termo de consentimento livre e

esclarecido.

- Ao final da sessão de métodos, indicar as fontes de financiamento do estudo.

14.10.3. Resultados: sempre que possível, subdivididos em itens para maior clareza de

exposição e apoiados em número não excessivo de gráficos, tabelas, quadros e figuras.

Orienta-se evitar superposição dos dados como texto e tabela.

14.10.4. Discussão: relacionada diretamente ao tema a luz da literatura, salientando os

aspectos novos e importantes do estudo, suas implicações e limitações. O último período

deve expressar conclusões ou, se pertinentes, recomendações e implicações clínicas.

14.10.5. Conclusões

15. Agradecimentos: devem vir após o texto. Nesta seção é possível agradecer a todas as

fontes de apoio ao projeto de pesquisa, assim como contribuições individuais.

15.1. Cada pessoa citada na seção de agradecimentos deve enviar uma carta autorizando

a inclusão do seu nome, uma vez que pode implicar em endosso dos dados e conclusões.

15.2. Não é necessário consentimento por escrito de membros da equipe de trabalho, ou

colaboradores externos, desde que o papel de cada um esteja descrito nos

agradecimentos.

16. Referências: Os Arquivos seguem as Normas de Vancouver.

16.1. As referências devem ser citadas numericamente, por ordem de aparecimento no

texto, formatadas sobrescritas.

Page 57: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

56

16.2. Se forem citadas mais de duas referências em seqüência, apenas a primeira e a

última devem ser digitadas, sendo separadas por um traço (Exemplo: 5-8).

16.3. Em caso de citação alternada, todas as referências devem ser digitadas, separadas

por vírgula (Exemplo: 12, 19, 23). As abreviações devem ser definidas na primeira

aparição no texto.

16.5. As referências não podem ter o parágrafo justificado e sim alinhado à esquerda.

16.6. Comunicações pessoais e dados não publicados não devem ser incluídos na lista de

referências, mas apenas mencionados no texto e em nota de rodapé na página em que é

mencionado.

16.7. Citar os autores da obra se forem seis ou menos ou apenas os seis primeiros

seguidos de et al, se forem mais de seis.

16.8. As abreviações das revistas devem estar em conformidade com o Index

Medicus/Medline – na publicação List of Journals Indexed in Index Medicus ou através

do site http://www.nlm.nih.gov/pubs/libprog.html at http://locatorplus.gov.

16.9. Só serão aceitas citações de revistas indexadas, ou, em caso de livros, que possuam

registro ISBN (International Standard Book Number).

16.10. Resumos apresentados em congressos (abstracts) só serão aceitos até dois anos

após a apresentação e devem conter na referência o termo “resumo de congresso” ou

“abstract”.

17. Política de valorização: Os editores estimulam a citação de artigos publicados nos

Arquivos.

18. Tabelas: devem ser apresentadas quando necessárias para a efetiva compreensão do

trabalho, não contendo informações redundantes já citadas no texto e numeradas por

ordem de aparecimento. Indicar os marcadores de rodapé na seguinte ordem: *,

†, ‡, §, //,¶, #, **, ††, etc. O Manual de Formatação de Tabelas, Figuras e Gráficos para

Envio de Artigos à Revista ABC está no endereço:

http://www.arquivosonline.com.br/publicacao/normas/pdf/manual_de_formatacao_abc.p

df .

19. Figuras: para a submissão, as figuras devem ter boa resolução para serem avaliadas

pelos revisores. As legendas das figuras devem ser formatadas em espaço duplo, estar

em páginas numeradas e separadas, ordenadas após as Referências. As abreviações

usadas nas ilustrações devem ser explicitadas nas legendas. O Manual de Formatação de

Tabelas, Figuras e Gráficos para Envio de Artigos à Revista ABC está no endereço:

Page 58: Título: Efeitos da Idade e da Aptidão Aeróbica no Controle

57

http://www.arquivosonline.com.br/publicacao/normas/pdf/Manualde-Formatacao-

ABC.pdf

20. Imagens (online): Para os artigos aprovados que contenham exames (exemplo:

ecocardiograma e filmes de cinecoronariografia) devem ser enviados como imagens em

movimento no formato AVI ou MPEG para serem disponibilizados no site

http://www.arquivosonline.com.br.