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Título: MOTIVANDO A LEITURA POR MEIO DE LENDAS
Autora Analise Bennemann Dresch
Escola de Atuação Escola Estadual Edwino Scherer
Município da Escola Toledo - PR
Núcleo Regional de Educação Toledo – PR
Orientadora Drª. Clarice Lottermann
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus de Marechal Cândido Rondon
Disciplina/Área Língua Portuguesa
Produção Didático-Pedagógica Unidade Didática
Relação Interdisciplinar Ciências e Arte
Público Alvo Alunos da 6ª série
Localização Rua Miguel Dewes Filho, 99
Dois Irmãos – Toledo – PR
Apresentação:
No Brasil, o processo de ensino e aprendizagem tem se apresentado ineficiente, fato comprovado pelos resultados obtidos em programas governamentais avaliativos. Neles, evidenciou-se que a leitura de muitos alunos se restringe tão somente à decodificação dos vocábulos, sem relacionar o lido aos seus conhecimentos de mundo e sobre o assunto. Faz-se necessário ensinar o aluno a ler de forma significativa, para o seu crescimento intelectual e pessoal, investindo no Letramento, que é um processo constante e infindável. Para tal, optou-se trabalhar a leitura com o gênero textual lenda, pois o contato com alunos revela que eles têm muito interesse por histórias que envolvem fantasia, seres mitológicos, vampiros, bruxos, lobisomens, como se pode constatar pelo sucesso de livros e filmes que trazem esses ingredientes. Aproveitando o interesse dos alunos por este tipo de literatura, quer-se desenvolver a leitura significativa, a ampliação dos conhecimentos e oportunizar que esta leitura de mundo lhes possa dar mais autonomia para conviver, trabalhar e relacionar-se socialmente. Metodologicamente, o trabalho será desenvolvido por meio da apresentação de ciclos de lendas fazendo sempre relação com as obras das séries Harry Potter e Crepúsculo, e também outras leituras de sites da internet.
Palavras-chave leitura; letramento; lendas; cultura oral.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DE TOLEDO
ANALISE BENNEMANN DRESCH
MOTIVANDO A LEITURA POR MEIO DE LENDAS
TOLEDO – PARANÁ
2011
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DE TOLEDO
ANALISE BENNEMANN DRESCH
MOTIVANDO A LEITURA POR MEIO DE LENDAS
Unidade Didática apresentada à Secretaria Estadual de Educação do Paraná – SEED, Departamento de Políticas e Programas Educacionais, para cumprir as exigências do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, segundo período do Plano Integrado de Formação Continuada. Orientadora: Profª. Drª. Clarice Lottermann
TOLEDO – PR
2011
SUMÁRIO
DE QUE FORMA CATIVAR O ALUNO PARA A LEITURA? ..................................... 3
PRIMEIRA AULA ........................................................................................................ 4
1º CICLO: .................................................................................................................... 7
Lendas do Primeiro Gaúcho, da Erva-Mate, do Guaraná e do João-de-Barro ............ 7
2º CICLO: .................................................................................................................. 15
Mamá de Cobra e Mãe de Umbigo ........................................................................... 15
3º CICLO ................................................................................................................... 19
Não Faças Bem Sem Saber a Quem, Aventuras do Jabuti Miri ................................ 19
4º CICLO: .................................................................................................................. 24
Vingança do Escravo, O Vaqueiro Voador ................................................................ 24
5º CICLO ................................................................................................................... 29
A Carreta Dourada, O Carneiro de Ouro ................................................................... 29
Cronograma / Recursos .......................................................................................... 32
Avaliação.................................................................................................................. 32
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 33
De que forma cativar o aluno para a leitura?
A questão da leitura está em evidência e ao mesmo tempo em decadência!
Isto se prova pelos resultados alarmantes da Prova Brasil, IDEB, Olimpíadas de
Língua Portuguesa e Matemática, ENEM, e mostra que é necessário reverter este
quadro no qual encontramos pessoas alfabetizadas, mas não suficientemente
letradas. Prova disto são as palavras de Paulo Freire, um dos primeiros educadores
a realçar esse poder revolucionário do letramento, ao afirmar que
A leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele [...] De alguma maneira, porém, podemos ir mais longe e dizer que a leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura do mundo, mas por uma certa forma de escrevê-lo, quer dizer, de transformá-lo através de nossa prática consciente. (FREIRE, 2009, p. 20).
É preciso diferenciar alfabetização de letramento: na alfabetização o aluno
aprende a identificar e utilizar razoavelmente os signos linguísticos. Já o letramento,
é um processo diferenciado e particular de cada indivíduo; é contínuo, permanente,
infindável e pode preceder, ser concomitante ou posterior à alfabetização, pois se dá
independentemente da escolarização. Está diretamente ligado aos estímulos, ou a
falta deles, que a criança recebe antes mesmo de nascer e que a acompanharam
durante o seu desenvolvimento.
Esta Unidade Didática objetiva propor uma forma diferenciada no ensino e
aprendizagem de leitura. Para estimular a leitura e recuperação de mitos/lendas
brasileiras, em primeiro lugar é proposta uma conversa com os alunos sobre as
obras das séries Harry Potter e Crepúsculo, partindo do princípio de que são obras
que os alunos leram ou leem fora da escola, leituras de entretenimento que eles
fazem sem que haja necessidade de “cobrança” por parte da escola e da família.
Desta forma, valorizando o que é do conhecimento deles e partindo de obras com as
quais eles mantêm um vínculo mais próximo, o professor proporá uma pesquisa com
os avós, pais, familiares, sobre histórias que eles conhecem sobre lobisomens,
bruxas, vampiros, “chupa-cabras” ou outras histórias fantásticas que geralmente não
4
têm explicação (comprovação), mas foram transmitidas de geração a geração pela
cultura oral de nossos antepassados e deram origem à literatura oral. No livro
Literatura Oral no Brasil, Luís Câmara Cascudo afirma que “a Literatura oral é
mantida e movimentada pela tradição. É uma força obscura e poderosa, fazendo a
transmissão pela oralidade de geração a geração”. (CASCUDO, 1978, p.168).
Posteriormente, serão encaminhadas leituras variadas sobre lendas brasileiras para
estabelecer relações intertextuais entre os livros lidos e as lendas.
Para se conseguir uma motivação maior para a leitura das lendas, o professor
de início será o “cativador” dos alunos da 6ª série, lendo com boa fluência e
entonação e até mesmo narrando lendas interessantes para despertar o interesse
para a leitura de lendas brasileiras. O papel do professor é fundamental nesse
processo, pois, como nos lembra Isabel Solé,
não devemos esquecer que o interesse também se cria, se suscita e se educa e que em diversas ocasiões ele depende do entusiasmo e da apresentação que o professor faz de uma determinada leitura e das possibilidades que seja capaz de explorar. (SOLÉ, 2008, p.43)
Desta forma, partindo do universo conhecido pelo leitor – obras das séries
destacadas e histórias que os familiares contam – pretende-se levá-lo a ler outras
narrativas, ampliando seu repertório de leituras e sua capacidade de refletir sobre
questões relacionadas ao seu cotidiano e sua cultura.
PRIMEIRO CONTATO
Primeiramente a professora apresentará o projeto aos alunos e ressaltará a
importância da leitura e do letramento. A seguir, será aplicado o questionário abaixo
(o mesmo será reaplicado ao final do projeto) cujo objetivo principal é diagnosticar o
que pensam e sabem os alunos sobre leitura e sobre lendas, e posteriormente será
objeto de análise e constará no artigo final que a professora escreverá,
considerando os avanços obtidos com a implementação deste Projeto.
5
QUESTIONÁRIO
A professora fará perguntas aos alunos sobre a leitura da série Crepúsculo e
Harry Potter, dirigindo a conversa para aspectos que permitem estabelecer
intertextualidade com elementos presentes em lendas brasileiras. Essa conversa
pode ser norteada por questões tais como:
Que seres mitológicos encontramos na série Crepúsculo e Harry Potter?
Hoje ainda encontramos ou ouvimos histórias com estes seres mitológicos ou
outros? Vocês poderiam citar livros nos quais estão presentes estes seres
mitológicos?
Em que livros constam lendas que são narradas ao redor do fogo pelas
pessoas mais idosas e há uma certa magia na narração destas?
Atualmente há ainda pessoas que narram histórias?
Você acredita na existência das criaturas presentes nestas histórias? Há
possibilidade de elas existirem?
Os alunos farão uma pesquisa sobre os autores e montarão um painel/ mural
com os livros da série Crepúsculo e Harry Potter.
Os alunos poderão acessar sites para obter maiores informações sobre:
vampiros, bruxas, chupa-cabras e lobisomens.
1) O que você gosta de fazer quando está de folga?
2) Você gosta de ler?
3) O que você gosta de ler e quando lê?
4) Você costuma ler na escola? Em que momento?
5) Em sua família, quem lê?
6) Sua família incentiva-o (a) a ler?
7) Costuma visitar a biblioteca com frequência?
8) O que você conhece sobre lendas?
9) Você já ouviu falar de chupa-cabra, lobisomem, bruxa e vampiro? Isto aguça a
sua curiosidade?
10) Seus pais ou avós contam histórias para você?
11) Você já participou de rodas de conversas onde alguém contava histórias e
todos ficavam atentos à história?
12) Que lendas você conhece?
6
VAMPIROS E LOBISOMENS NA ESCOLA
Revista veja edição 2173 de 10/07/2010 no link http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx
http://www.ceticismoaberto.com/ufologia/2224/o-chupacabras-ou-o-
frankenstein-da-mdia
http://www.tribunatp.com.br/modules/news/article.php?storyid=577
5
http://hypescience.com/criaturas-misticas-elas-existem/
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1098237-EI238,00.html
http://g1.globo.com/Noticias/PlanetaBizarro/0,,MUL97683-
6091,00.html
http://noticias.uol.com.br/ultimas-
noticias/internacional/2011/01/06/bruxas-romenas-usam-feiticos-para-
protestar-contra-cobranca-de-impostos.jhtm
http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-
BR&langpair=en|pt&u=http://news.bbc.co.uk/2/hi/7413268.stm
http://www.fernandodannemann.recantodasletras.com.br/
visualizar.php?idt=896239
A professora trará imagens para incentivar os alunos a pesquisarem a origem
dos seres mitológicos encontrados nas obras supracitadas (vampiros, bruxas,
chupa-cabras e lobisomens).
Em outra aula, os alunos apresentarão o que pesquisaram e colocarão no
mural.
Os alunos irão à biblioteca para ver o que encontram sobre lendas e farão a
leitura das mesmas.
A professora indicará fontes (livros e sites da web) para que os alunos
encontrem na internet outras lendas para fazer leitura.
7
PARA AMPLIAR A LEITURA DE LENDAS BRASILEIRAS, A ATIVIDADE DE
IMPLEMENTAÇAO SERÁ DIVIDIDA EM CICLOS, DIVIDIDOS A PARTIR DO
AGRUPAMENTO DE LENDAS QUE MANTENHAM ENTRE SI ALGUMA
PROXIMIDADE, SEJA TEMÁTICA, SEJA POR CIRCULAREM EM
DETERMINADA REGIÃO.
1º CICLO:
LENDAS DO PRIMEIRO GAÚCHO, DA ERVA-MATE, DO
GUARANÁ E DO JOÃO-DE-BARRO
Neste 1º Ciclo de Lendas, os alunos serão divididos em grupos de quatro
indivíduos e cada grupo será responsável por uma lenda. Neste 1º Ciclo, as lendas
escolhidas apresentam a singularidade de proporem explicações sobre a origem do
primeiro gaúcho, da erva-mate, do guaraná e do João-de-Barro.
A professora contará a Lenda do primeiro gaúcho fazendo uso de entonação
de voz e gestos adequados, a fim de chamar a atenção dos alunos para o que
conta.
8
A LENDA DO PRIMEIRO GAÚCHO
[...] O prisioneiro ficou numa cela de taquara, dia e
noite vigiado por uma jovem índia da tribo. Não se falavam,
mas os sorrisos e os olhares logo construíram uma
linguagem mais forte e profunda, a do amor. E a carcereira,
cada dia que passava, ficava mais triste ouvindo as
reuniões dos chefes, determinando a maneira como
deveria morrer o intruso. (AYALA)
Após o contato com o texto, numa conversa com os alunos, serão abordados
pontos importantes, destacando-se a possibilidade de comparar a lenda com
elementos presentes nos livros das séries supracitadas:
A professora pode solicitar aos alunos que imaginem como seriam as suas
vidas caso estivessem presentes no espaço dos índios ou do gaúcho. Os alunos
relatam as suas ideias a respeito do que fariam ou sentiriam.
Na sequência, a professora pedirá aos alunos para se sentarem em forma de
círculo e apresentará um ramo de erva-mate, verificando se eles conhecem esse
Que fatos desta lenda podem ser relacionados com os livros da série
Crepúsculo? Lembram-se dos vários clãs presentes nos livros e os diferentes
grupos de lobisomens e vampiros?
Nos livros de Harry Potter também há quatro grupos que disputam entre si.
Que relação há entre a lenda e os grupos da Escola de Hogwarts?
Em quase todas as histórias, há uma certa conquista afetiva e perdão de algo.
Logo no início desta lenda, o prisioneiro toca um instrumento musical que
encanta seus inimigos e estes o aceitam no grupo. Em que livro da série
Crepúsculo encontramos fato semelhante?
Na lenda aparece a rivalidade entre duas etnias (o gaúcho e os índios). Em
qual dos livros lidos há esta rivalidade?
Fonte: http://portuguesbrasileiro. istockphoto.com/file_closeup.php?id=15340513&refnum=little_bobek
9
ramo verde. A partir daí, conduzirá uma conversa sobre a erva-mate e passará um
vídeo do youtube. Enquanto assistem, pode-se tomar chimarrão ou mate-doce. Em
seguida, a professora lerá a lenda da erva-mate com entonação e fluência para
mostrar aos alunos como a história fica interessante quando bem lida, ela parece até
ser real.
Vídeo disponível no endereço:
http://www.youtube.com/watch?v=2RoDG5yMfMg
A LENDA DA ERVA-MATE
[...] Logo cedo, o velho índio encontrou o homem branco cortando lenha.
Pediu-lhe que parasse, pois era um hóspede, mas o homem respondeu que já
estava bem descansado e
gostaria de ajudar, também.
Terminou de cortar a lenha e
seguiu em direção à floresta.
Horas depois, retornou com várias
caças. O velho não sabia o que
dizer.
— Vocês merecem muito
mais! — exclamou o homem.
Trataram-me com toda a
hospitalidade, dando-me tudo que
possuíam!
Depois ele confessou que era
enviado de Tupã.
O deus dos índios estava
preocupado com a sorte dos dois. Fonte: http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/ arquivos/File/imagens/3quimica/6lenda.jpg
10
— Pela bondade de vocês,
disse ele, merecem receber tudo o
que desejarem.
O velho animou-se:
— Posso pedir mesmo?
— Claro! Diga o que deseja!
— Queria ter um amigo que
me fizesse companhia até que
meus dias acabassem. Assim,
Iari poderia alcançar nossa tribo e ser feliz. Fico triste em vê-la aqui sozinha, sem
amigas, sem uma festa, só trabalhando. Se ao menos eu tivesse mais forças!
Poderia ficar sozinho. Ela não quer deixar-me, porque sabe que eu não
sobreviveria.
— Vou arranjar-lhe um amigo, prometeu o mensageiro. Um amigo que lhe
dará alegria e forças para o resto de seus dias.
Mostrou-lhe, então, uma erva estranha:
— Esta é a erva-mate. Plante-a, deixe que ela cresça e faça-a multiplicar-se.
Depois ferva suas folhas e beba o chá. Novamente as forças lhe voltarão e poderá
trabalhar e caçar o quanto quiser. Sua filha, se desejar, poderá ir ao encontro da
tribo.
Iari foi chamada e disse que não, preferia ficar na companhia do pai. Não
poderia ser feliz em sua tribo, se o deixasse só.
O enviado de tupã sorriu emocionado:
— Por ser tão boa filha, você merece uma recompensa. A partir de agora,
você é Caá-Iari, a deusa protetora dos ervais. Cuidará para que o mate jamais
deixe de existir e fará com que os outros o conheçam e bebam, para ficarem fortes
e felizes.
Em seguida, o homem partiu.
Tinha dito a verdade: o velho guerreiro recuperou as forças perdidas e nunca
mais passaram necessidade.
[...] Ele queria que ela tornasse o mate conhecido. Mas como? Estavam tão
longe que ali não aparecia ninguém! Ela não sabia o que fazer. (REGINA, p.13-14)
Fonte: http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos /File/imagens/2010/geografia/imagens/95erva_mate.jpg
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SUGESTÕES
Nos vídeos abaixo são encontrados os dez mandamentos do
chimarrão. O professor pode assistir com os alunos enquanto apreciam um
delicioso chimarrão!
http://www.slideshare.net/thaispb/os-dez-mandamentos-do-chimarro
http://www.youtube.com/watch?v=C8speVOJw2E
A professora mostrará aos alunos a planta ou alguns produtos
provenientes do guaraná, mas não diz o que é, e então passará o vídeo a
respeito da lenda.
http://www.youtube.com/watch?v=AC8VYyfX2KM
Mais informações sobre o guaraná podem ser encontrados nos vídeos
do Globo Rural:
http://www.youtube.com/watch?v=CdX07b9Y50A
http://www.youtube.com/watch?v=9xUaIUYggJg&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=-RE4whzEzV0&feature=related
A seguir será disponibilizada uma cópia da lenda do guaraná aos alunos e
alguns farão a leitura dramatizada. Primeiramente, a professora mostrará aos alunos
como se faz a leitura dramatizada (narrador e personagens) para que os alunos
entendam como é importante ler com boa entonação e fluência.
12
A LENDA DO GUARANÁ
Há muitos anos, vivia na selva um
casal de índios que era muito feliz. Os
dois eram jovens, davam-se bem e
toda a tribo gostava deles. Apenas
uma coisa faltava, para que fossem
completamente felizes: um filho.
Resolveram pedir esta graça a
Tupã, que os premiou com um menino
forte e sadio.
[...] Era um menino muito vivo e
tinha sempre alguma coisa com o que
empregar o tempo. Se não estava ajudando sua mãe a fazer algum serviço, ia
com o seu pai à caça ou à pesca, embora não gostasse de matar nenhum bicho.
Quando não tinha mesmo nada que fazer, visitava os outros índios, com os quais
sempre aprendia alguma coisa, pois era muito inteligente e curioso.
[...] Tanto correu a boa fama do menino, que chegou aos ouvidos de Jurupari.
E, a partir daquele momento, ele começou a observar cuidadosamente a criança.
Como Jurupari podia ficar invisível, ninguém percebia que ele andava por perto.
[...] Jurupari tomou a cor da árvore e enrolou-se nela. O menino estava
descendo, distraído, quando foi atacado pela serpente.
Quando o encontraram, caído, os olhos virados, as frutas jogadas no chão,
foi uma tristeza sem tamanho. Todos choravam, inconformados. Seus pais
gritavam tão alto que estremeciam as nuvens...
— Foi picada de cobra, vejam! — mostrou um índio.
— Não é possível! — exclamou o pai. Ele sabia lidar com as serpentes.
Um dos índios mais velhos, que até ali não dissera uma palavra, falou:
— Foi Jurupari. Era o único segredo da selva que o menino não conhecia.
E ninguém parava de chorar.
De repente, o ruído de um trovão cobriu todos os outros sons. Os índios
ficaram assustados, pois o céu não apresentava nenhuma nuvem.
Somente a mãe do menino compreendeu a mensagem:
Fonte: http://www.diaadia.pr.gov.br//tvpendrive/ arquivos/File/imagens/6ciencias/3guarana.jpg
13
— É a voz de Tupã. Ele quer dar-nos uma compensação. Deseja que
plantemos os olhos do meu filho. Diz que deles brotará uma planta milagrosa,
cujos frutos nos farão felizes!
Os índios atenderam e enterraram os olhos do menino. E deles nasceu o
guaraná. Guará, na língua dos índios, significa “o que tem vida, gente,” e na,
“igual, semelhante”. Assim traduzido, guaraná quer dizer: BAGOS IGUAIS A
OLHOS DE GENTE. (REGINA, p.5-6)
Alguém já viu um pé de guaraná, o olho do guaraná? Quem de vocês já ouviu
falar do pó de guaraná?
Pesquise na internet sobre o guaraná.
Por que na floresta geralmente um índio é o guia?
Nesta lenda há um trecho que diz o seguinte:
“À noite, quando acampávamos, geralmente ficávamos falando sobre os
mistérios da floresta ou sobre as bonitas lendas criadas pelos índios, que
possuem uma imaginação impressionante.
O nosso índio civilizado havia recebido o nome de Antônio. E como era
ele quem conhecia mais histórias das selvas, era sempre quem falava. E
ficávamos horas e horas em volta do fogo, ouvindo o que ele contava.”
(REGINA, p.4).
O que este pequeno trecho tem a ver com os livros da série Crepúsculo?
Você já se sentou em uma roda de conversa, na qual estavam narrando
histórias? Você não acha que parece existir uma certa magia em torno da
história que estava sendo contada? Parece mágico, pois todos estão atentos,
de olhos arregalados e de ouvidos aguçados...
Vocês já viram algum filme em que há cenas assim?
Há um trecho da lenda que diz assim: “[...] Quando não tinha mesmo nada
que fazer visitava os outros índios, com os quais sempre aprendia alguma
coisa, pois era muito inteligente e curioso”. (REGINA, p.5). Quem, na série
Crepúsculo, é esta pessoa curiosa? O que ela faz que a torna diferente
em relação ao comportamento dos demais?
14
Os alunos assistirão cenas do filme da série Crepúsculo nas quais são
mostradas pessoas mais idosas ou experientes contando histórias em volta do fogo,
cenas que podem ser associadas ao que Luís Câmara Cascudo e Daniel Munduruku
afirmam em seus livros.
Antes de fazer a leitura da Lenda do João-de-Barro, os alunos irão se
informar com os pais e também na internet a respeito do pássaro e da casinha que
fabrica. Na aula seguinte, os alunos relatarão o que os pais sabiam do João-de-
Barro e também o que pesquisaram na internet e colocarão no mural ou no saguão
da escola. A seguir, assistirão a um vídeo sobre a lenda, encontrado no endereço
em destaque. Podem, ainda, ter acesso à própria lenda:
http://www.youtube.com/watch?v=oko8753Zfck (lenda)
http://www.youtube.com/watch?v=sPufwGUvjMQ (informativo)
A LENDA DO JOÃO-DE-BARRO
[...] existia uma tribo do Sul em que o
casamento era coisa muito séria.
Não bastava o amor. Cada pretendente
tinha que se submeter a provas terríveis onde
frequentemente perdiam a vida.
Nesta tribo um jovem filho de caçador se
apaixonou por uma donzela de surpreendente
beleza. [...] Jaebé, o moço, foi pedir a mão ao
pai da moça. Este perguntou:
— Que provas podes dar de tua fortaleza,
para pretender a mão da moça mais formosa desta região?
— As provas do meu amor, respondeu o arrogante jovem.
O velho por um lado gostou da resposta, mas quis abater este jovem tão
insolente. E acrescentou:
— O último pretendente propôs cinco dias de jejum e morreu no quarto dia.
— Eu proponho nove dias de jejum e não morrerei.
Toda a tribo se espantou com a audácia do jovem apaixonado. O velho
ordenou que se desse início à prova. (REGINA)
Fonte: http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpen drive/arquivos/File/imagens/2011/biologia/2joaobarro.jpg
15
Na sequência, será exibida a música O João-de-Barro, de Sérgio Reis e
conduzida uma conversa com os alunos a fim de que eles observem as
semelhanças com a lenda. Disponível no seguinte endereço:
http://www.youtube.com/watch?v=_W4CwG6JPJ4
http://www.youtube.com/watch?v=Dj0_oS_4c-k
Para vivenciar melhor o 1º Ciclo de Lendas, os alunos, em grupos de 4
indivíduos, dramatizarão as lendas fazendo uso de indumentária peculiar.
2º CICLO:
MAMÁ DE COBRA E MÃE DE UMBIGO
Em uma aula anterior, a professora pede aos alunos que verifiquem com os
pais e avós se eles sabem de histórias de cobra ou se já ouviram falar que quando
uma mulher tem nenê aparece cobra na casa ou no terreiro. Se possível, os alunos
gravam as histórias para ver como as pessoas contam que o fato é verídico mesmo.
Na aula seguinte, deixará os alunos relatarem as histórias que ouviram e
apresentará as lendas do 2º Ciclo, que foram escolhidas em função da proximidade
com a realidade dos alunos.
Primeiramente, a professora entregará aos alunos uma cópia impressa da
lenda, observando que ela está escrita conforme o linguajar da pessoa que a narrou
e, mesmo que pareça muito estranha esta forma, devemos respeitar o linguajar de
cada um, pois revela a sua cultura e nível de escolaridade e o que importa para nós
é a lenda em si.
A professora lerá com boa entonação e posteriormente fará a leitura
teatralizada da Lenda Mamá de cobra, integrante do livro Histórias da Roça,
organização de Daniela Rosante Gomes.
Para levar os alunos a relacionarem essa lenda com as histórias contadas
pelos familiares, o professor deverá conduzir a conversa de forma a enfatizar os
elementos comuns entre as diferentes histórias.
16
A LENDA DO MAMÁ DE COBRA
[...] Dipois do armoço ela deitava pra dá de mamá e durmia um sono. Era a
hora que a cobra vinha e punha o rabo den da boca do nenê pra ele ficá
chupano e num chorá. Onde que ela não deitava a cobra ia atrás dela, atraía...
dava sono nela até ela í lá e deitá.
Aí o patrão viu que ela andava meii istranha e foi falá co tio:
— Ocê toma cuidado Benedito, todo dia a Célia sai, num te ajuda, some
das vista... ocê toma cuidado que ela pode tá te traino! Tô falano porque tenho
ocê em consideração...
Aí o tio fico Ca purga atrás da orêia e foi vê que era...
Chegô divagarzim, sem fazê baruio. Oiô num buraquim da parede e viu a
cobra lá na cama, mamano no peito da tia co rabim infiadim na boquinha do
nenê! Pegô um pedaço de pau e chamo baxim, baxim: “Célia, Célia...” (GOMES,
2009, p.36)
QUESTÕES ORAIS
• Você já ouviu histórias semelhantes a essa?
• Em que serviço o casal trabalhava?
• Quem foi o fofoqueiro que foi até o marido para alertá-lo de que havia
algo estranho com sua mulher?
• Qual o horário predileto da cobra aparecer para mamar?
• Quais são os tipos de cobra que costumam mamar?
• Pergunte ao professor de Ciências:
Há alguma veracidade no fato de as cobras mamarem?
Qual é o órgão dos sentidos que as cobras usam para saber que há
leite por perto?
As cobras somente se aproximam do leite humano ou de vacas
também?
17
• De quem a cobra estava tomando leite?
• Depois de ter falado com o professor de Ciências e também ter
pesquisado na internet, aponte, em forma de itens, razões pelas quais
é possível provar que tudo isto não passa de lendas (invenções
fantásticas para dar possíveis explicações ao que aconteceu). Escreva
no mínimo quatro.
• Podemos relacionar o fato de a mulher sumir por um determinado
tempo ou parecer estranha após ter dado de mamar com algum fato
semelhante com os “sintomas de lobisomens”? Bella sempre
observava Jacob e percebia nele um descomunal crescimento e
percebia que ele a olhava com um olhar diferente, não de um amigo e,
sim, alguém que quer algo a mais. O que mais é possível relacionar
com a série Crepúsculo?
• Você ouviu falar da ama de leite ou ama seca e a mãe de umbigo? O
que significa cada uma dessas expressões?
• Qual é a ligação que há entre a mãe de leite e a mãe de umbigo? Se
você não souber, pergunte em casa, pois logo a seguir leremos uma
lenda que nos dará informações a respeito da parteira.
Na aula seguinte, os alunos relatam o que ouviram de seus pais ou avós.
A professora entrega uma cópia da Lenda da Mãe de umbigo a cada aluno.
Faz-se a leitura silenciosa e, em seguida, a professora lê em voz alta e explica os
termos que são estranhos ou desconhecidos aos alunos, pois nesta lenda
encontram-se termos mais regionais como: doença do coração inchado, mãe de
umbigo; léguas. Após, alguns deles farão a dramatização da lenda.
18
A LENDA DA MÃE DE UMBIGO
[...] Uma noite, Dona Elza estava dormindo quando ouviu uma voz lhe
chamando por volta de quatro e meia da madrugada. Era uma jovem muito
afobada e ansiosa que chamava, como de costume, para fazer um parto.
Andaram por volta de duas léguas para chegar na casa onde se encontrava a
moça em trabalho de parto. Quando chegaram, Dona Elza viu que não seria nada
fácil, pois a moça estava febril e vomitava muito.
Vendo-a daquele jeito, iniciou rapidamente as rezas, ferveu a água, limpou a
tesoura, pegou algumas toalhas, bacias e fez toda a preparação para iniciar o
parto. Tomou como ajudante a jovem que tinha trazido ela até ali, pedindo-lhe
toalhas quentes. Então colocou o braço entre o seio e a curva da barriga da
mulher e começou a empurrar o bebê. Também fazia o toque para saber como e
onde estava o bebê, sempre muito cuidadosa para não machucá-lo. (GOMES,
2009, p.34)
Os alunos, para emitirem mais particularmente os seus conhecimentos a
respeito desta lenda, irão responder por escrito as questões a seguir.
QUESTÕES ESCRITAS
• Em que estado é ambientada a lenda Mãe de umbigo?
• O que é Mãe de umbigo e atualmente ainda existe?
• Assistindo televisão, você já viu ou ouviu história semelhante?
• Pergunte para sua avó como foi que sua mãe nasceu.
• Aqui em nossa região o termo utilizado, ao invés de mãe de umbigo, era
“parteira”. Esta “cultura ou profissão” era transmitida como?
• Em regiões mais carentes, ainda existem as mães de umbigo, mas
muitas vão à escola ou fazem cursos para se atualizarem. Você já viu e
ouviu algo parecido?
• Em qual livro da série Crepúsculo acontece um parto? Havia médico ou
parteira? Todas as pessoas presentes eram experientes? E que fato
inusitado aconteceu?
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Para finalizar as atividades com as lendas do 2º Ciclo, os alunos irão
entrevistar pais ou avós sobre fatos ou histórias semelhantes à lenda Mamá de
cobra e Mãe de umbigo. Após a entrevista, irão narrar oralmente o que ouviram ou,
se possível, ouviremos as gravações feitas.
3º CICLO
NÃO FAÇAS BEM SEM SABER A QUEM
AVENTURAS DO JABUTI MIRI
Nesta etapa do projeto serão apresentadas lendas que são semelhantes a
fábulas. É importante levar os alunos a perceberem que muitas características das
lendas estão presentes nas fábulas.
Observe as diferenças que alguns estudiosos apontam entre LENDA,
FÁBULA E MITO.
LENDA: “história transmitida de tempos remotos e popularmente
aceita como verdadeira. Originariamente era uma história acerca de um santo, mas hoje o termo emprega-se a qualquer história de imaginação relativa a uma pessoa, um lugar ou um acontecimento verdadeiro. Geralmente, uma lenda tem menos a ver com o sobrenatural do que um mito, mas os dois termos estão relacionados um com o outro”. (SHAW, 1982, p.275).
FÁBULA: “história curta e simples, com personagens animais e tem
como objetivo ensinar uma verdade (moral). [...] Os primeiros fabulistas foram Fedro (romano) e Esopo (grego). [...] O termo fábula pode também designar, na generalidade, as lendas e mitos da Antiguidade Clássica ou ainda quaisquer histórias acerca de entidades sobrenaturais ou relatos de acontecimentos extraordinários e até meras falsidades.” (SHAW, 1982, p.201).
MITO: “uma história tradicional ou lendária, que diz respeito, em
geral, as entidades sobre-humanas, lida com eventos que não têm uma explicação natural. Outra acepção é que é uma convicção não provada que é aceita sem espírito crítico. Um mito, geralmente, procura explicar um fenômeno ou uma ocorrência estranha, sem atender a razões científicas ou mesmo ao chamado senso comum. O mito apela mais para a emoção do que para a razão e data de
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tempos muito antigos, em que as explicações racionais não eram ainda possíveis, nem, aparentemente, desejadas. Um mito é menos histórico do que uma lenda e preocupa-se menos com didatismos do que uma fábula, mas todas estas três formas são narrativas impregnadas de imaginação, muitas das quais se conservaram à mercê da tradição oral.” (SHAW, 1982, p.302).
Apresentação da lenda Não faças bem sem saber a quem. A professora
organizará os alunos para que façam a leitura silenciosa e, posteriormente, fará com
os alunos a marcação no texto com N para narrador, R para raposa, O para onça e
H para homem. Em seguida, vários grupos de alunos farão a leitura teatralizada ou
dramatizada para melhor entendimento.
NÃO FAÇAS BEM SEM SABER A QUEM
[...] Chegou-se, desconfiada, e viu
dentro desse buraco uma onça que a
olhava com ares suplicantes.
— Que é isso, comadre? — disse a
raposa. — Que faz você dentro dessa
cova que não vem para fora apreciar o
lindo dia?
A onça abaixou a cabeça e
respondeu:
— Ah, comadre raposa! Eu fui gerada dentro desse buraco, cresci, engordei, e
agora não posso mais sair. Você me ajuda a
tirar a pedra que estreita a saída?
A raposa, que estava satisfeita da sua vida,
ajudou a onça a sair e perguntou-lhe depois:
— O que me paga por esse serviço,
comadre?
Mas a onça, que estava com muita fome,
só respondeu:
— O que te pago é que agora vou te comer...
E agarrando a raposa com as unhas inquiriu:
— Com o que é que se paga um bem? Diz, anda... (DOLORES, 2006, p.45-46).
Fonte: http://br.fotolia.com/id/12235048?&utm _source=affiliation&utm_medium=affiliation&utm_content=54083
Fonte: http://www.publicdomainpictures. net/view-image.php?image=8015& picture=jaguar-selvagem
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Para melhor compreensão e informação a respeito das personagens, os alunos
farão uma pesquisa sobre:
A professora entregará aos alunos uma cópia da lenda: Aventuras do jabuti
miri. Os alunos farão leitura silenciosa e a marcação dos parágrafos com N para
narrador, O para onça, A para anta, R para rastro, M para macaco, J para jabuti, OO
para outra onça e RA para raposa.
A seguir, alguns alunos farão leitura teatralizada.
A raposa e o gambá.
A raposa tem hábitos diurnos ou noturnos?
Aqui no Brasil, temos raposa?
Quais são os países considerados hábitat natural da raposa?
Após a pesquisa lembre-se de diferenciar bem o que é um e outro, pois em
nossa região há o costume de se usar raposa, mas no vocabulário correto é
GAMBÁ.
Na fábula, quem estava precisando de ajuda?
É normal um animal maior precisar de ajuda de um animal menor?
Se forem inimigos na cadeia alimentar, é possível esta ajuda? Quem come
quem nesta cadeia alimentar?
Mesmo a raposa sendo menor e inimiga da onça, ela a ajuda. O que recebe
em troca?
A quem a raposa e a onça recorreram para resolver o impasse?
Como foi resolvido o impasse?
Interprete este dizer: Não faças bem sem saber a quem.
Este dizer pode ser relacionado à história dos vampiros, lobisomens e bruxas
dos livros lidos?
Vampiros e lobisomens eram inimigos no livro Crepúsculo, tinham,
inclusive, delimitação de território. O que fez com que eles se aliassem?
22
AVENTURAS DO JABUTI MIRI
Era uma vez um jabuti manso e
pacato, que não fazia mal a ninguém
neste mundo e só tratava de comer
bem, passear e dormir.
Estava ele um dia embaixo de
sombroso e copado pé de taperebá,
juntando sua comida para jantar,
quando apareceu uma anta que vinha
lá do mato e lhe disse:
— Sai daí, jabuti miri, que estou
com muita fome e não tenho tempo de procurar comida...
O jabuti era bom, mas ficou encolerizado diante de tamanha sem-cerimônia
e gritou:
— O quê? Você está doida, anta? Pois eu tive o trabalho de juntar meu
jantar, e você é que há de comê-lo? Ora, não falta mais nada! Passe seu
caminho, que esta fruta é minha!
A anta não respondeu mais nada: saltou em cima do jabuti, furiosa, e pôs-se
a pisá-lo com tanta força que em breve o pobre animal caiu para o lado e não se
mexeu mais.
Então a anta cobriu-lhe o corpo com terra, comeu o jantar que estava
debaixo do taperebá e foi-se embora.
Não contava ela, porém, com as grandes chuvas que sobrevieram semanas
mais tarde — chuvas tão copiosas
que arrastaram toda a terra que
sepultava o corpo do jabuti e o
deixaram descoberto, recebendo em
cima toda a água que caía do céu.
Assim refrescado e lavado, o
jabuti voltou a si, recordou-se de tudo
quanto sucedera e jurou vingar-se da
malvada anta.
Fonte: http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/ arquivos/File/imagens/2011/biologia/2Jabuti.jpg
Fonte: http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/ arquivos/File/imagens/4ciencias/7_anta.jpg
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[...]
— Meus parentes! Meus parentes! Venham ver! Matei a anta que me tinha
matado para comer meu jantar!
A onça, que ia passando, ouviu
aquele berreiro e chegou-se
curiosamente, para saber o que era
aquilo. Viu a anta estendida, morta, e
logo se dirigiu toda risonha e amável
para o vencedor, propondo-lhe partirem
a caça pelo meio: uma banda para ele e
outra para ela.
O jabuti não ficou lá muito
contente com a proposta, mas olhou
para as formidáveis garras da onça e não ousou resistir-lhes. Disse que sim.
A onça, então, ordenou-lhe que fosse ao mato buscar lenha para assarem a
anta, que ela não podia mais andar de cansada; e prometeu-lhe que não sairia
dali, a vigiar o bicho morto, até a sua volta.
Apenas porém o jabuti sumiu buscando lenha, ela carregou a anta nos
dentes e fugiu, de modo que o outro nada mais achou quando voltou vergando
sob os galhos secos apanhados no chão.
O seu desespero foi tão forte que disparou a chorar; depois exclamou:
— Deixa estar, onça, que eu ainda me
encontrarei com você...
[...] Quando ele saiu do buraco, avistou
ao lado uma raposa, que assistira à cena e
o cumprimentava, olhando-o com admiração
e assombro.
— Oh! Senhor jabuti! Que coragem!
E com que talento toca essa flauta! Como
ela é bonita! Deixe-me vê-la, sim?
Empreste-me um bocadinho, eu lhe peço...
[...] A raposa entrou a tocar, a dançar, e de repente, quando ele menos
esperava, ela disparou a correr, levando-lhe a flauta. (DOLORES, 2006, p.7-13)
Fonte: http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/ arquivos/File/imagens/4ciencias/7oncaparda.jpg
Fonte: http://portuguesbrasileiro.istockphoto. com/file_closeup.php?id=15948197&refnum= little_bobek
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A professora pedirá aos alunos para que relatem histórias semelhantes, onde
alguém que é menor e lento sempre é explorado.
Os alunos procurarão na lenda as características físicas e psicológicas do
jabuti, da anta e da raposa e logo após farão comparações entre as qualidades e os
defeitos de cada um. Em seguida, os alunos reescreverão uma dentre as duas
lendas trabalhadas neste ciclo, escrevendo um final diferente.
4º CICLO:
VINGANÇA DO ESCRAVO
O VAQUEIRO VOADOR
Neste bloco, a professora fará uma pequena explanação sobre o tema a ser
trabalhado: o espírito vingativo que, desde os primórdios tempos, é um sentimento
que marca o ser humano. A professora entregará a cada aluno uma cópia da lenda
A vingança do escravo e todos farão leitura silenciosa da mesma.
A VINGANÇA DO ESCRAVO
Passou a noite inteira naquela ansiedade. Mal começou a amanhecer, ele e
alguns homens da fazenda montaram a cavalo e saíram à procura de José.
No caminho, deram com o pobre escravo sentado no chão, alheio a tudo. O
barão pulou do cavalo ainda em movimento e começou a sacudir o escravo e a
gritar:
— O que você está fazendo aqui? O que aconteceu? Onde está o meu
ouro? Diga logo, ou morre aqui mesmo!
Começando a tremer e a suar outra vez, José contou o que havia
acontecido. Não foi fácil compreender o que ele dizia, pois gaguejava de pavor. O
barão não acreditou numa só palavra:
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— Mentiroso! Roubou o meu ouro e ainda vem com essa conversa! Diga a
verdade! Vamos! Diga onde ele está escondido!
— Sinhozinho, acredite em mim! Não fiz nada de mal! Não tive culpa! Eu era
um só e eles eram em muitos!
O barão não se conformou e disse aos outros homens:
—Vejam a coragem desse traidor! Confiei nele e olhem o que ganhei! Mas
vai ver só! Na certa, escondeu o ouro em algum lugar da mata e inventou essa
história, pensando que me tapeava. Enganou-se! Vai contar, já, já!
Como José insistisse na mesma história, levou logo uns safanões e algumas
chicotadas do barão. Os outros homens só esperavam isto. Caíram em cima do
infeliz aos socos e pontapés. Foi preciso que o barão disse:
— Parem, senão o bandido morre sem confessar onde escondeu o ouro.
Primeiro vai ter de falar!
Mandou que amarrassem o escravo e ordenou:
— Agora joguem esse danado em cima do cavalo e vamos embora.
Assim foi feito. Com a cabeça caindo de um lado e os pés de outro, José foi
trazido para a fazenda. Sofreu novo interrogatório. Continuou a dizer a verdade e
levou outra surra. O barão, cheio de ódio, já não sabia mais o que fazer.
— Fale, desgraçado, fale! — uivava ele.
— Falar o quê, patrãozinho? Eu já disse tudo o que sabia! — gemia o
escravo.
Não adiantou. Lá foi ele para uma
prisão escura, onde passou uma
semana. Novamente, o barão fez as
mesmas perguntas e novamente José
deu as mesmas respostas.
[...] O cruel senhor mandou
prender correntes nos pés do escravo,
para que não escapasse, e disse-lhe
que ia ter de cortar lenha desde o
amanhecer até que ficasse escuro. Só podia parar cinco minutos por dia, para
comer um pedaço de pão e tomar um pouco de água. Para completar, cada vez
que parasse, levaria umas chicotadas. (REGINA, p.6-8)
Fonte: http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/ arquivos/File/imagens/2010/lingua_portuguesa/Negrostronco.jpg
26
A professora comentará algo sobre a lenda A vingança do escravo como
motivação para que os alunos a leiam em voz alta e com muita atenção, para que
façam, posteriormente, relação com fatos atuais ou ocorridos em sua vida ou de
outras pessoas que conhecem.
QUESTÕES ORAIS
• Não havia outra forma de descobrir se o escravo estava mentindo?
• Por que sempre os mais pobres e simples “pagam o pato,” são
responsabilizados por tudo?
• Depois de cometido o ato de castigar tanto o escravo, o fazendeiro
repensa sua atitude ou não?
• O que acontece a ele que não o deixa em paz, principalmente à noite?
• Quem é o personagem na série Crepúsculo que pode ser comparado a
este escravo? Ele sempre é prejudicado em benefício de outrem. Ele se
contenta com as migalhas e até pensa em vingança, mas não a coloca em
prática.
• Nos livros de Harry Potter, também há personagens vingativos? Quem?
Os alunos criarão um novo desfecho para a lenda, colocando-se no lugar do
fazendeiro ou do escravo. Após a produção, colocarão o texto criado em balões. Os
balões serão misturados. Cada um estoura um balão e lê o texto do balão que
estourou.
Na sequência, conheceremos o vaqueiro, o personagem da próxima lenda e
para conhecê-lo melhor, os alunos assistirão vídeos disponíveis no youtube
http://www.youtube.com/watch?v=gbtMj6CvRtQ (informativo)
http://www.youtube.com/watch?v=yTULBsUPs-s&feature=related (música)
Após as informações recebidas sobre o vaqueiro será feita a leitura da lenda.
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A LENDA DO VAQUEIRO VOADOR
[...] Deodato não conseguiu livrar-se da ideia e foi a pé na direção do belo
animal, que relinchou três vezes. Queria vê-lo mais de perto, apenas. Não
levou o laço. Foi-se aproximando, até pôr a mão no cavalo. Este nem se
mexeu. Aí, Deodato teve novamente a mesma visão: apareceu-lhe o velho
vaqueiro, envolto por uma suave luz azul, que lhe disse, apontando o cavalo:
— É esse, ele é seu.
O cavalo acompanhou o moço docilmente. Chegaram onde estavam os
outros. Deodato colocou os arreios no animal e montou nele. Os companheiros
olhavam, espantados. O cavalo partiu, mas sabem como? Voando! Ele andava
no ar! Os vaqueiros pensaram que fosse um sonho! Não podia ser verdade!
Daquele dia em diante, Deodato ficou conhecido como o Vaqueiro Voador.
Alguns de seus companheiros haviam tentado montar no cavalo mágico, porém
ele não saía do lugar. Somente voava se fosse montado por Deodato.
Enquanto isto acontecia, a cidade era atacada por um bando de
cangaceiros, chefiados por um moço destemido, conhecido por Ventania. E era
mesmo um pé de vento: fazia a cidade tremer. Passaram a saqueá-la no
mínimo uma vez por semana. Os homens tinham medo de reagir e provocar
um tiroteio, que pudesse causar a morte de muitos moradores. Tentaram várias
vezes atacar o bando em seu próprio esconderijo, na caatinga, mas as
sentinelas não deixavam ninguém se aproximar.
[...] Quando Deodato voltou à cidade, causou o maior espanto com o seu
cavalo. Uns riam, outros choravam; uns
corriam, outros não conseguiam correr.
[...] Enquanto ele permanecia na
cidade, deu-se novo ataque do bando
de Ventania.
[...]
— Você será a nossa salvação,
meu filho! (REGINA, p.8-9).
Fonte: http://i.istockimg.com/file_thumbview_ approve/15026005/2/15026005-15026005-cowboy.jpg
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QUESTÕES ORAIS
• Você concorda com a esperteza do fazendeiro em fazer aquela
emboscada?
• Se você fosse pai, você tomaria a mesma atitude que o pai tomou ao
entregar um dos gêmeos?
• Teria outra solução ao invés de entregar um dos filhos?
• Se fosse a mãe a ter que tomar uma decisão, ela teria tomado a mesma
decisão que o pai?
• Será que a mãe foi consultada na hora da decisão? Esta lenda passa-se
há muitos anos e percebe-se, nas entrelinhas do texto, que naquela
época o pai era o mandão. Se fosse acontecer atualmente, a história não
teria tomado outro rumo? Um provérbio diz: “Onde duas cabeças
pensam, pensa-se melhor, pois há a opinião em conjunto. Pondera-se
mais”. Comente o provérbio.
• Somente o fazendeiro era vingativo? Quem mais o era?
• Que características psicológicas dos cangaceiros você percebe no texto e
em filmes que você assistiu?
• É correto os pais quererem uma profissão para os filhos sem que estes o
aprovem? Por quê?
• Nós muitas vezes relutamos com coisas ou fatos que nos acontecem,
pois temos pouca idade e experiência para fazermos relação com nossa
vida. Que fato ocorreu com Deodato e este relutava em acreditar, em
confiar? Descreva-o.
• Nas lendas acontecem coisas ou fatos inexplicáveis aos olhos dos mais
sábios. Que fato é este quando Deodato e Ventania se encontram?
• Nos livros lidos (Harry Potter e série Crepúsculo) quem eram as pessoas
que tinham ideias vingativas e às vezes as punham em prática?
Os alunos procurarão, na internet, provérbios que podem ser relacionados
com as lendas e farão a apresentação e explicação aos colegas.
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A professora solicitará aos alunos para que se descrevam num futuro bem
distante, aproximadamente com uns 30 anos. Na sequência, em duplas, um aluno
representa um cigano, lendo a mão do colega ao mesmo tempo em que lê o texto
dele para ver se os seus sonhos serão realizados no futuro.
5º CICLO
A CARRETA DOURADA
O CARNEIRO DE OURO
Para motivar mais os alunos a lerem a primeira lenda do 5º ciclo, a professora
contará uma parte da história, pois este ciclo de lendas refere-se à magia e os
alunos têm certo fascínio por este fenômeno. Assim, a professora usará de “sua
magia” para cativar aos alunos para que queiram saber o restante da história.
A professora entregará uma cópia a cada aluno para que façam a leitura
silenciosa da lenda A carreta dourada, retirada do livro Histórias e lendas do Brasil.
A LENDA DA CARRETA DOURADA
Viajando sempre sozinho, para comprar e vender objetos, o velho tinha
apenas o ranger da carreta para quebrar a solidão e responder aos seus lamentos:
— Ó vida longa de sofrimentos, dizia ele, quando sentia faltar-lhe o ânimo. É
mais longa do que os caminhos que percorro e tem menos alegrias do que essas
planícies têm árvores... — E fitava uma por uma as poucas árvores recortadas
contra o horizonte.
Aí, ouvia claramente a voz da carreta dizer-lhe palavras de coragem e de
consolo:
— Não desanime! Você ainda ficará bem!
— Mas quando? E de que modo? — perguntava ele.
— Espere e verá! — pedia a carreta.
Por fim, ele se habituara tanto à voz da carreta, que evitava ficar parado por
muito tempo, pois, claro, só podia ouvi-la quando o veículo rodava.
Os bois, exaustos de tanto andar, resolveram fugir. (REGINA, p.4)
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QUESTÕES ORAIS
• Quem conhece o seu instrumento de trabalho ou de convivência o
conhece bem, mas às vezes não dá a devida atenção. O que aconteceu
para que o dono não desse ouvidos à carreta?
• Explique o que este dizer tem a ver com a lenda: “O dinheiro subiu à
cabeça”.
• Na lenda, há uma carreta dourada que recebe carinho e atenção
especial. Nos livros lidos (Harry Potter e série Crepúsculo) você encontra
algo parecido em que alguém dedica atenção especial a alguma coisa?
Relate o que é e quem é o dono.
Os alunos escreverão uma característica física (sua) num pedaço de papel e
num outro papel uma característica psicológica; depositarão, separadamente, em
duas caixas. Após, cada um retira uma característica e tenta adivinhar a quem ela
pertence. Dentre todas as características apresentadas, há alguma que pode ser do
dono da carreta dourada? Os alunos colocam em ordem de importância as
características que um amigo deve ter, partindo das características da personagem
da lenda.
Nesta lenda, há personagens que têm desejos ou aspirações. Dependendo
de quem encontramos ao longo da vida ou das situações que vivemos, nossa vida
pode tomar outro rumo; tudo depende da nossa atitude. Considerando que a lenda
fala sobre desejos, a professora fará com os alunos o Jogo dos desejos. Cada um
joga dois dados: um sorteia a idade futura (20 a 45 anos), o outro sorteia situações
também futuras para serem completadas, como: você estará formado em
_____________, você estará morando em _________________, você vai ser
_______________.
A lenda O carneiro de ouro tem muitas semelhanças com o conto A bela
adormecida. Percebe-se que muitos textos dialogam entre si.
31
A LENDA DO CARNEIRO DE OURO
Havia uma feiticeira muito feia, que tinha muita inveja da Princesa,
sobretudo porque ela era linda e delicada.
Para se vingar, resolveu transformá-la em uma serpente.
Só que, para fazer este feitiço, precisava conseguir o copo onde a Princesa
bebia. Depois, iria enchê-lo de terra e plantaria um guizo de cascavel. Dele
nasceria uma planta e a jovem se transformaria em cascavel. Mais tarde,
quando as raízes ficassem fortes, elas partiriam o copo e a Princesa morreria.
Para salvá-la, alguém precisaria encontrar o copo, tirar a planta, sem
quebrar o vidro, e fazer a planta secar três dias ao sol.
A feiticeira arranjou um emprego no castelo e conseguiu obter o copo onde
a Princesa bebia.
Dias depois, quando a Princesa conversava com o Rei, seu pai, este
percebeu que ela estava ficando com uma cor esquisita e que sua pele se
cobria de escamas. Era a transformação. De nada adiantaram todos os
remédios que os médicos recomendaram; ela transformava-se lentamente em
cascavel.
O Rei, então, ofereceu uma fortuna em ouro a quem desencantasse sua
filha.
Quando a Feiticeira soube da notícia, viu um modo de completar sua
vingança e se ofereceu para salvar a Princesa. Apresentou-se ao Rei e pediu
para ver o ouro.
Olhando o monte de moedas de ouro, deu uma risada e disse ao Rei:
— Pensa que pode comprar tudo com o seu dinheiro? Pois vou mostrar-lhe
que não. Pode ficar com ele. Ou melhor, sua filha ficará com ele. Assim que ela
se transformar completamente em cobra, ninguém quererá ficar com ela. Não
terá mais um amigo. Vou transformar esse ouro em carneiro. Jamais ele sairá
de perto dela, para que a Princesa não se esqueça que já foi rica e poderosa.
O Rei implorou, fez promessas, mas a Feiticeira estava decidida. Então, o
Rei chamou os guardas. A Feiticeira deu uma gargalhada e desapareceu
numa nuvem de fumaça. O monte de ouro transformou-se num carneiro, que
correu para junto da Princesa e não mais a deixou. (REGINA, p.12)
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A professora conversará com os alunos sobre possíveis semelhanças com o
conto A Bela Adormecida e se a lenda tem alguma relação com as bruxas da Escola
de Hogwarts. Esta lenda também tem crendices e simpatias e pode-se pedir aos
alunos que relatem as simpatias/crendices que conhecem.
Como os alunos gostam muito de histórias em quadrinhos, eles receberão
gibis da Turma da Mônica onde são narradas lendas brasileiras. Após a leitura, cada
aluno confeccionará uma história em quadrinhos referente a alguma lenda que lhe
tenha impressionado. Os alunos farão as histórias em quadrinhos com orientações
da professora de Língua Portuguesa e da professora de Arte, pois os conteúdos são
interdisciplinares.
Após a confecção, os gibis serão expostos no saguão da escola para
apreciação e posteriormente serão colocados na biblioteca para futuros empréstimos
para leitura.
Cronograma / Recursos
A implementação das atividades dar-se-á em aproximadamente 25/30 aulas,
de preferência intercaladas para que os alunos tenham mais tempo para as leituras,
a entrevista, os ensaios para as dramatizações e também para pesquisar. O projeto
será desenvolvido durante o segundo semestre.
Ao final do projeto, serão feitas apresentações de algumas atividades
realizadas para toda a comunidade escolar. Os recursos a serem utilizados são: TV
pendrive, fotocópias de textos, quadro-negro, aulas expositivas, DVD, livros,
filmadora, máquina fotográfica.
Avaliação
A avaliação dos alunos será feita através das dramatizações, da participação
nas atividades, das pesquisas, leituras em sala de aula, das respostas às questões
orais e escritas, das produções de textos, da produção da história em quadrinhos e
da autoavaliação que farão durante a aplicação do projeto.
33
REFERÊNCIAS
AYALA, Valmir. A lenda do primeiro gaúcho. Belo Horizonte: Villa Rica, s.d. (Lendas do Sul, 13). _____. O João-de-Barro. Belo Horizonte: Villa Rica, s.d. (Lendas do Sul, 2). CASCUDO, Luís Câmara. Literatura oral no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1978. DOLORES, Carmem. Aventuras do jabuti miri. In: _____. Lendas brasileiras. 2.ed. Rio de Janeiro: Sá, 2006. _____. Não faças bem sem saber a quem. In: _____. Lendas brasileiras. 2.ed. Rio de Janeiro: Sá, 2006. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 50. ed. São Paulo: Cortez, 2009. GOMES, Daniela Rosante.(org). Mãe de umbigo. In: _____. Histórias da roça. Uberlândia: EDUFU, 2009. _____. Mamá de cobra. In: _____. Histórias da roça. Uberlândia: EDUFU, 2009. MUNDURUKU, Daniel. Coisas de índio. São Paulo: Callis, 2000. REGINA, Tia. A carreta dourada. In: _____. Histórias e lendas do Brasil: contos gaúchos. São Paulo: APEL, s.d. _____. A erva-mate. In: _____. Histórias e lendas do Brasil: contos gaúchos. São Paulo: APEL, s.d. ______. A vingança do escravo. In: _____. Histórias e lendas do Brasil: contos sertanejos. São Paulo: APEL, s.d. _____. O carneiro de ouro. In: _____. Histórias e lendas do Brasil: contos nordestinos. São Paulo: APEL, s.d. _____. O guaraná. In: _____. Histórias e lendas do Brasil: contos da Amazônia. São Paulo: APEL, s.d. _____. O vaqueiro voador. In: _____. Histórias e lendas do Brasil: contos nordestinos. São Paulo: APEL, s.d. SHAW, Harry. Dicionário de termos literários. 2.ed. Lisboa. Dom Quixote, 1982. SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.