Titulos de Crédito (Edilson Filho)

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Aula sobre titulos de crédito, elaborado como trabalho da disciplina DIREITO EMPRESARIAL II na Faculdade Mauricio de Nassau.

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Letra de CmbioA letra de cmbio uma ordem de pagamento vista ou a prazo e criada atravs de um ato chamado de saque. Diferente dos demais ttulos de crdito, para a existncia e operacionalizao da letra de cmbio so necessrias trs situaes jurdicas distintas, a saber:- o sacador como sendo aquela parte que faz o saque, oportunidade em que fica criada a letra de cmbio como documento. Esta pessoa quem d a ordem de pagamento;- o sacado que representa a parte a quem a ordem data, ou seja, quem deve efetuar o pagamento;- o beneficirio, tambm chamado de tomador, sendo a pessoa que receber o pagamento, sendo assim o beneficirio da ordem.Diante da descrio das situaes jurdicas das partes envolvidas na letra de cmbio, e sendo o sacador a pessoa que d a ordem ao sacado para efetuar o pagamento ao beneficirio, tem-se assim o seguinte exemplo para a redao de uma letra de cmbio:aos trinta dias do ms de outubro de ........, V.Sa.(sacado) pagar por esta nica via de letra de cmbio, a importncia de R$.......(.................) ao Sr. Fulano de Tal (beneficirio). Local........, data..........., assinatura (sacador)............ importante observar que no necessariamente as situaes jurdicas so representadas por trs pessoas ou partes distintas. Podem ocorrer circunstncias em que a mesma pessoa possa est representando duas situaes ao mesmo tempo.O Anexo I da Lei Uniforme (Decreto 57.663/66) no seu artigo 3 estabelece que a letra de cmbio pode ainda ser ordem do prprio sacador, hiptese em que este tambm o tomador ou beneficirio; ou pode tambm ser sacada, sobre o prprio sacador, caso em que ele ocupa tambm a posio de sacado.O ttulo emitido pelo sacador e em seguida entregue ao beneficirio ou tomador, cabendo a este procurar o sacado para que proceda ao aceite. Isto concretizado, na data do vencimento o sacado dever pagar ao beneficirio a quantia estabelecida na letra.Destacamos ainda que possvel que a letra de cmbio seja garantida por aval, isso ocorrendo, o avalista passa a ser responsvel pelo pagamento da mesma forma que o avalizado. Assim, no sendo efetivado o pagamento do ttulo na data de vencimento, poder ser efetuado protesto, possibilitando assim posterior ao de execuo judicial visando o recebimento da dvida.A letra de cmbio um ttulo formal e para que seja emitida deve obedecer aos aspectos legais. Seus requisitos bsicos segundo Fbio Bellote Gomes (2003:172) so:a) a expresso letra de cmbio.b) a quantia que deve ser paga (o ttulo deve conter expressamente o valor a ser pago, sendo que, por fora do princpio da literalidade, tal valor prevalece at a data de vencimento do ttulo, podendo ento o credor acrescentar juros de mora e as despesas que incorrer com a cobrana do ttulo).c) o nome de quem deve pagar (sacado).d) o nome da pessoa a quem ou ordem de quem deve ser paga (beneficirio ou tomador).e) a assinatura de quem emite a letra de cmbio (sacador).Ao par dos requisitos essenciais acima elencados, a Lei Uniforme concedera como requisitos no-essenciais (artigo 20).f) data e lugar de emisso (ou saque) da letra de cmbio (podem ser inseridas pelo beneficirio);g) data de vencimento do ttulo (a sua ausncia implica no seu vencimento vista.h) lugar de pagamento da letra de cmbio. (Quando o ttulo no especificar o lugar de seu pagamento, deve ser considerado como tal o de domicilio do sacado).No Brasil a letra de cmbio um ttulo de pouqussimo uso, haja vista que nas operaes comerciais e prestao de servios o ttulo de crdito que pode ser sacado a duplicata.Regulamentando a matria temos os Decretos n. 2.044 de 31/12/1908, que define a letra de cmbio e a nota promissria e regula as operaes cambiais e o Decreto n. 57.663 de 24/01/1966, que promulga as convenes para adoo de uma lei uniforme em matria de letras de cmbio e notas promissrias.O aceite genericamente pode ser definido como sendo a declarao unilateral do sacado aposta em determinados ttulos de crdito, a exemplo de letra de cmbio e duplicata. atravs do aceite que o sacado se torna efetivamente obrigado cambirio, aceitando expressamente a obrigao representada pelo ttulo e crdito.Em se tratando de letra de cmbio, o aceite no obrigatrio se a letra for vista, sendo porm obrigatrio, nas modalidades de letra de cmbio com vencimento a prazo. Em caso de recusa do aceite por parte do sacado, a letra de cmbio deve ser encaminhada para protesto, tendo o seu vencimento antecipado data de referido protesto.Em caso de necessidade de propositura de ao judicial para cobrana de nota promissria, o credor dever obedecer os seguintes prazos prescricionais:a) em 03 (trs) anos a contar do vencimento do ttulo, para a propositura da competente ao executiva contra o devedor principal e seu avalista.b) em 01 (um) ano a contar do protesto efetuado dentro dos prazos legais, para o exerccio da competente ao executiva contra os endossantes e seus respectivos avalistas, e contra sacador, ou ainda em 01 (um) ano a contar do vencimento no caso de letra de cambio que contenha clusula sem despesas (conforme artigo 46 da Lei Uniforme)c) em 06 (seis) meses, a contar do dia em que o endossante efetuou o pagamento do ttulo ou em que ele prprio foi demandado para o seu pagamento, para a propositura de aes executivas dos endossantes, uns contra os outros, e de endossante contra o sacador.Nos artigos seguintes abordaremos outros ttulos de crdito, os mais utilizados no nosso pas, quais sejam, a duplicata, a nota promissria e o cheque.__________Bibliografia:FORTES, Jos Carlos. Direito Empresarial. Fortaleza: Editora Fortes, 2004.COELHO, Fbio Ulhoa. Manual de Direito Comercial, 13a. ed.,So Paulo: Saraiva, 2002.FIUZA, Ricardo. Novo Cdigo Civil Comentado, 1a. ed., So Paulo: Saraiva, 2002.MARTINS, Fran. Curso de Direito Comercial. 16. Ed. Rio de Janeiro. Forense, 1991.NERY JUNIOR, Nelson. Novo Cdigo Civil e Legislao Extravagantes Anotados, So Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2002.REQUIO, Rubens. Curso de Direito Comercial. 20. Ed. So Paulo. Saraiva, 1991.BULGARELLI, Waldrio. Direito Comercial. 8. Ed. So Paulo. Atlas, 1981.Lei n. 10.406/02 - Cdigo Civil Brasileirowww.classecontabil.com.brwww.redejuridica.com.br