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TJSP - Instituições financeiras condenadas por
lançar nome de consumidor em rol de inadimplentes
Acórdão da 20ª Câmara de Direito Privado do
Tribunal de Justiça ampliou a condenação aplicada
em primeira instância a duas instituições
financeiras por cobrança indevida de débito e
lançamento do nome do autor em cadastro de
inadimplentes.
De acordo com os autos, J.C.T.R. tentou comprar
itens numa loja em São Paulo e descobriu que não
poderia fazer financiamento devido a uma dívida
referente a um cartão de crédito de um banco.
Afirmou, ainda, que nunca manteve relacionamento
com a empresa e que, em decorrência de tal
equívoco, permaneceu com o nome negativado por
quase três meses. Posteriormente a dívida foi
repassada a um fundo de investimentos, que cobrou
em juízo o débito inexistente.
A relatora Maria Lúcia Ribeiro de Castro Pizzotti
Mendes entendeu que a conduta das rés foi ilícita
e que, por desenvolverem atividade profissional
especializada, as empresas têm o dever de se
aparelhar para detectar falsificações ou
possíveis fraudes. “Diante de tais situações, a
única via pela qual se pode ao menos minorar os
efeitos do dano é por meio da reparação
pecuniária”, anotou em seu voto a magistrada, que
elevou o montante condenatório de 10 salários
mínimos (equivalentes a R$ 8.325 corrigidos) para
R$ 15 mil.
O julgamento, que teve votação unânime, também
contou com a participação dos desembargadores
Luiz Correia Lima e Luis Carlos de Barros.
Processo: Apelação 0140403-30.2011.8.26.0100
Fonte: Tribunal de Justiça de São Paulo
TJDFT - Supermercado é condenado a pagar despesas
com conserto de veículo de cliente
A juíza do 7º Juizado Especial Cível de Brasília
julgou procedente pedido de cliente para condenar
o C. a pagar as despesas com o conserto de seu
veículo arrombado no estacionamento do
supermercado e os bens furtados.
De acordo com a sentença, a parte autora, um
policial militar, pleiteou a condenação da parte
ré ao pagamento de indenização por danos
materiais, pelos prejuízos sofridos em razão do
arrombamento de seu veículo, que se encontrava no
estacionamento oferecido pelo réu aos seus
clientes. O autor relacionou os bens furtados
(aparelho de som automotivo, algema e porta
algemas, coldre, porta carregador, coturno,
lanterna operacional, boné da PMDF e um frasco de
perfume), tendo anexado orçamentos referentes aos
mencionados bens e comprovou, ainda, as despesas
com o conserto da maçaneta do veículo.
A juíza decidiu que “nessas circunstâncias, uma
vez ocorrido o furto ou a danificação do
automóvel, caracterizada está a falha na
prestação do serviço da ré, pela violação ao
dever jurídico de guarda, o que faz surgir para o
estabelecimento comercial a obrigação de
ressarcimento, proporcional ao prejuízo material
sofrido pelo cliente”.
Processo: 2013.01.1.150576-9
Fonte: Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
Territórios
TJSC - Montadora indenizará transportador escolar
por micro-ônibus defeituoso
A 4ª Câmara de Direito Civil do TJ deu parcial
provimento ao recurso de uma montadora, condenada
a indenizar um cliente em R$ 30 mil por danos
morais, apenas para promover ajuste quanto à data
de incidência dos juros sobre os valores da
indenização.
Consta dos autos que, vinte dias após o autor
adquirir um micro-ônibus zero-quilômetro, o
veículo começou a apresentar vários defeitos,
como falhas no sistema de exaustão, motor,
bancos, revestimentos e acionamento dos vidros.
Mesmo após 14 visitas à oficina autorizada, os
problemas não foram solucionados.
Em apelação, a empresa sustentou não haver provas
dos defeitos apontados, e ressaltou que os vícios
poderiam decorrer do uso inadequado do coletivo
pelo próprio condutor. A montadora também alegou
não se tratar de relação de consumo, pois o
veículo seria utilizado no exercício de trabalho.
O desembargador Luiz Fernando Boller, relator do
recurso, afirmou existir, sim, uma relação de
consumo. Já a empresa não conseguiu provar que os
problemas eram consequência do uso inadequado do
veículo pelo condutor.
“[...] a situação vivenciada ultrapassou o limite
do mero aborrecimento cotidiano decorrente da
vida em sociedade, mostrando-se escorreita a
condenação da montadora ao pagamento de
indenização pelo prejuízo moral infligido ao
cliente”, anotou o magistrado. Além de indenizar
o cliente por danos morais e materiais, estes
avaliados em R$ 1 mil, a empresa foi condenada a
substituir o veículo defeituoso por um novo. A
decisão foi unânime.
Apelação Cível 2012.090423-1
Fonte: Tribunal de Justiça de Santa Catarina
TJDFT - Empresa de ônibus é condenada por defeito
e atraso na chegada ao destino
A juíza do 3º Juizado Especial Cível de Ceilândia
condenou a V. I. S/A a pagar a passageira
indenização por danos morais devido a defeito de
ônibus e atraso na chegada ao destino.
A passageira relatou que adquiriu bilhete de
passagem para a cidade de Ibatiba/MG. No entanto,
após cerca de 400 quilômetros, o ônibus
apresentou defeito mecânico, evidenciado pela
entrada de fumaça no interior do veículo, o que
fez com que os passageiros descessem
imediatamente, diante do iminente perigo de
incêndio. Disse que permaneceu ao relento por
cerca de cinco horas, período em que não recebeu
qualquer assistência da requerida. Segundo ela,
ingressou em outro veículo da empresa, que estava
lotado, o que fez com que viajasse em pé, até a
Cidade de Três Marias/MG. Nessa última cidade
teve que aguardar até as 5h do dia 13/11/2013 e
somente chegou ao destino por volta das 13h30 do
dia 13/11/2013, ou seja, mais de 11 horas após o
horário estabelecido.
Foi realizada audiência de conciliação, instrução
e julgamento, tendo a ela comparecido as partes,
mas a tentativa de acordo foi infrutífera.
A V. I. disse, em sua defesa, que a requerente
não comprovou a alegação de atraso de 11 horas no
trajeto contratado, bem como a suposta
negligência da parte ré. A empresa alegou que o
trecho mencionado pela requerente é realizado, em
média, em 17h30 e que, se a autora embarcou às
12h do dia 12/11/2013, deveria chegar ao destino
por volta das 6h30 do dia 13/11/2013, considerado
o tempo da viagem e mais uma hora na troca de
ônibus entre os trechos.
“O descumprimento da obrigação contratual
atinente ao transporte da consumidora (fato do
serviço), relegando à passageira a permanência em
ambiente inóspito, no período noturno, sem
qualquer assistência da concessionária, enquanto
o ônibus é consertado ou se aguarda a chegada de
outro veículo, gera a obrigação extrapatrimonial
de indenizar. (...) Nesse diapasão, o pedido de
dano moral em razão da quebra do ônibus e da
ausência de ação afirmativa por parte da empresa
ré, capaz de minorar os transtornos causados aos
passageiros, merece ser acolhido” decidiu a
juíza.
Processo: 2013.03.1.036872-5
TJMG - Mulher deve indenizar ex-marido por omitir
que filho era de outro homem
Uma mulher residente em Ubá foi condenada pela
10ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas
Gerais (TJMG) a indenizar seu ex-marido em R$ 30
mil, por danos morais, porque omitiu que o filho
mais novo do casal era de outro homem.
A ação foi movida por A.R.V. contra a ex-mulher,
M.C.V., e o pai da criança, S.D.M.P. Na inicial,
A. narra que se casou com M. em julho de 1994 e
que da união nasceram a primeira filha em
fevereiro de 2000 e o segundo filho em junho de
2009.
A. afirma que depois do nascimento do filho mais
novo, a convivência com M. foi-se tornando
insuportável, até que em outubro de 2009 se
separaram. Ele afirma que ao procurar documentos
em sua casa, para sua surpresa encontrou um exame
de DNA de seu filho mais novo, comprovando que na
verdade era filho de S., um de seus melhores
amigos. Disse também que veio a saber que o
relacionamento entre M. e S. ocorria há mais de
dois anos, culminando com o nascimento da
criança.
Ele afirma na inicial que sentiu uma dor
incalculável ao saber que não era o pai de seu
“tão amado e esperado filho”, do que não tinha a
menor desconfiança devido à ótima convivência que
existia entre ele e S. Requereu danos morais pela
“infração do sagrado dever conjugal da
fidelidade” e por ter sido enganado e levado a
acreditar que o filho fosse seu. Pediu também
indenização por danos materiais, pelos gastos que
teve com o sustento da criança, desde seu
nascimento.
M. contestou, alegando que o convívio conjugal
com A. sempre foi “extremamente difícil”. Ela
afirma que em setembro de 2008 se separou dele,
alugou um apartamento e, logo após, conheceu S.,
com quem se relacionou por aproximadamente um
mês. Segundo ela, A. tinha conhecimento disso.
Ela afirma ainda que, por insistência de A.,
retomou o casamento com ele e, quando o filho
nasceu, A. buscou registrá-lo em seu nome o mais
rápido possível, mesmo sabendo que ela havia tido
um outro relacionamento. M. afirma que, ao
contrário do que diz seu ex-marido, S. não era um
de seus melhores amigos e sim apenas conhecido.
S. também contestou, afirmando que era apenas um
simples conhecido de A., com quem nunca teve um
relacionamento de amizade. Confirmou que se
relacionou com M. apenas durante a época em que
ela estava separada de A. Ao ficar sabendo da
segunda separação do casal, ele afirma que
procurou M. para saber se havia possibilidade de
o filho ser seu, manifestando o desejo de fazer o
teste de DNA.
A juíza da 1ª Vara Cível de Ubá julgou
improcedentes os pedidos de A., entendendo que
não houve prova de infidelidade, já que M. estava
separada de fato de A. na época em que ocorreu a
concepção. A juíza afirmou também que A. “não
demonstrou que houve grave humilhação ou
exposição pública da situação para que se pudesse
acolher a pretensão por indenização por dano
moral”. Quanto aos danos materiais, a magistrada
considerou que A. não apresentou prova de
despesas com o menor.
Recurso
A. recorreu ao Tribunal de Justiça. Ao julgar o
caso, o desembargador Veiga de Oliveira, relator,
entendeu que M. causou danos morais ao ex-marido,
que sofreu abalo emocional “pela traição de sua
então esposa com um de seus melhores amigos, se
cientificando de que não é o genitor da criança
gerada durante a relação matrimonial, dano
efetivo que justifica a reparação civil”.
“Não há dúvidas de que, no caso vertente, A. teve
o dever de fidelidade violado, tanto no aspecto
físico, com as relações sexuais adulterinas,
quanto no aspecto moral, constante da deslealdade
manifestada por M. ao esconder a paternidade de
seu filho, experimentando profundo abalo
psicológico e sofrimento moral”, continua o
relator.
Ele fixou o valor da indenização em R$ 30 mil,
com correção a partir da data da citação.
Quanto a S., o relator entendeu que não é
solidariamente responsável a indenizar o marido
traído, “pois tal fato não configura ilícito
penal ou civil, não sendo o terceiro estranho à
relação obrigado a zelar pela incolumidade do
casamento alheio”.
A desembargadora Mariângela Meyer acompanhou o
relator quanto à indenização e seu valor, mas
determinou que a correção monetária fosse
calculada a partir da publicação do acórdão,
ficando vencida nesse ponto. O desembargador
Paulo Roberto Pereira da Silva acompanhou na
íntegra o voto do relator.
Fonte: Tribunal de Justiça de Minas Gerais
TJSP - Apresentador de TV e emissora são
condenados por danos morais
A 7ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de
Justiça de São Paulo manteve decisão que condenou
apresentador de TV e emissora a pagarem
indenização por danos morais no valor de R$
41.500 por denegrirem a imagem de uma mulher no
programa “J. da M.”.
Consta dos autos que o apresentador, ao se
referir à autora, vítima do crime de cárcere
privado praticado pelo marido, deixou a impressão
que ela estaria mantendo relações, por sua
própria vontade, com o cônjuge, enquanto todo o
aparato policial se esforçava para livrá-la da
situação de violência.
Em recurso, a emissora e o apresentador alegaram
que não causaram nenhum prejuízo moral à autora,
além do direito à informação e crítica.
O relator do recurso, desembargador Ramon Mateo
Júnior, afirmou em seu voto que as expressões
utilizadas no programa televisivo não tiveram
conotação informativa, mas sim depreciativa.
“Utilizando-se de expressões como “tchaca tchaca
na butchaca” e “tapa na barata”, o apresentador
sugeriu, em rede nacional, que a mulher gostava
de ser maltratada, aproveitando-se daquela
situação repugnante para obter prazer sexual. Era
mesmo o caso de condenar os réus ao ressarcimento
de cunho moral”.
Os desembargadores Miguel Brandi e Luiz Antonio
Costa também participaram do julgamento, que teve
votação unânime.
Fonte: Tribunal de Justiça de São Paulo
TJSP - Por "overbooking", empresa aérea deve
indenizar passageiros
Uma companhia aérea foi condenada a pagar
indenização a dois passageiros pela prática
de "overbooking". Os autores viajariam de Miami
para São Paulo e não embarcaram, sendo obrigados
a permanecer mais um dia nos Estados Unidos. A
bagagem, no entanto, seguiu no voo para o Brasil
e foi apreendida na alfândega. Cada um receberá
R$ 2,6 mil.
A empresa alegou que recebeu requisição para
transportar pessoas deportadas, o que
inviabilizou o embarque dos autores. No entanto,
a 2ª Câmara Extraordinária de Direito Privado do
Tribunal de Justiça de São Paulo negou provimento
ao recurso e manteve o pagamento de indenização
fixado em primeiro grau.
O relator, desembargador Heraldo de Oliveira,
disse que “ao não permitir o embarque, cabia à
requerida providenciar novo voo. Caso não fosse
possível o embarque imediato, deveria
providenciar acomodação aos passageiros em hotel
e alimentação, assim como deveria ter mantido sob
sua guarda a bagagem, que já havia sido
despachada, e somente com a chegada dos
proprietários das malas é que poderia ter sido
feita sua liberação”.
Do julgamento participaram os desembargadores
Francisco Giaquinto e José Tarciso Beraldo. A
votação foi unânime.
Processo: Apelação nº 9228959-63.2008.8.26.0000
Fonte: Tribunal de Justiça de São Paulo
TJDFT - Árbitro de futebol será indenizado por
ofensas proferidas contra ele
A 5ª Turma Cível do TJDFT deu provimento parcial
a recurso adesivo da vítima, S. M. R., juiz de
futebol, para elevar valor de indenização por
danos morais imposta a ex-presidente de clube de
futebol e atual Senador da República Jose Perrela
de Oliveira Costa (PDT-MG) devido a ofensas
proferidas ao árbitro. A decisão foi unânime.
O autor da ação, árbitro de futebol, conta que o
réu, então presidente do C. E. C., após partida
realizada entre esta equipe e a do C., teria
proferido à sua pessoa - responsável por apitar o
referido jogo - palavras ofensivas, veiculadas em
várias reportagens, repercutindo nacionalmente.
Afirma que as acusações do réu causaram-lhe dor
moral e constrangimentos, tendo sido, inclusive,
alvo de diversos e-mails ofensivos, alguns até
mesmo com ameaça de morte.
Ao analisar o feito, o juiz originário registra
que o emprego de expressões como "filho da p...",
"picareta desonesto", "safado", "incompetente",
bem como a alegação de que o requerente teria
sido "comprado" acarreta, sem dúvida alguma,
sensação humilhante em qualquer pessoa, quer seja
pela sua personalidade, quer seja pela sua
atuação profissional. "Ainda mais quando o réu
dispunha de outros termos menos agressivos e
difamatórios para definir eventual atuação
profissional não condizente com as suas
expectativas, mesmo que a profissão objeto de
crítica seja, de forma reiterada, alvo de ataques
ofensivos", acrescenta.
É bem verdade, anota ainda o juiz, que a CF/88
protege a liberdade de expressão, como bem
lembrado pelo réu. "No caso em tela, contudo,
houve clara extrapolação dos limites da
tolerância, capaz, indubitavelmente, de violar o
direito de personalidade do autor, o qual,
portanto, deverá ser indenizado a título de danos
morais, nos termos dos arts. 187 e 927
do CC/2002", afirma.
Em sede recursal, o desembargador relator
acrescenta que as declarações feitas pelo ofensor
foram gravadas em vídeo e disponibilizadas em
sítio de amplo acesso na internet, com o título
'Presidente do C. diz que juiz levou dinheiro do
C.'. O desembargador também ressalta que, apesar
de a liberdade de expressão estar tutelada pela
nossa Constituição, "todo direito está sujeito a
restrições, pois nenhum é absoluto e o seu
exercício encontra limite na ausência de abuso".
Em relação à fixação do valor indenizatório, o
magistrado afirma que esta não é tarefa fácil e
deve ser realizada pelo julgador, a seu prudente
critério, de modo que não deva ser muito elevado,
a fim de proporcionar o enriquecimento sem causa,
tampouco tão baixo a ponto de não ser sentida no
patrimônio do responsável pelo dano. "A
indenização deve ser fixada com ponderação, não
se justificando exageros, devendo ser
proporcional ao grau de culpa e à capacidade
econômica de ambos os litigantes, atentando-se à
realidade do país e às peculiaridades de cada
caso", diz ele.
"No caso, levando-se em consideração as condições
econômicas do réu, que à época dos fatos era
presidente de clube de futebol e atualmente é
Senador da República, bem como o teor das
ofensas, diante da falsa imputação ao autor da
prática de crime (calúnia), mostra-se apropriada
a majoração do valor fixado a título de danos
morais na r. sentença", concordou a Turma. Assim,
em vista do potencial sócio-econômico do ofensor
e da gravidade das ofensas, o Colegiado entendeu
que o quantum indenizatório deve ser majorado
para R$ 60.000,00, quantia razoável e
proporcional às circunstâncias do caso.
Processo: 2011 01 1 225760-4APC. Fonte: Tribunal
de Justiça do Distrito Federal e Territórios
TJSP - Prefeitura de Osasco deve indenizar
paciente que recebeu atestado médico rasurado
A 1ª Câmara de Direito Público do Tribunal de
Justiça de São Paulo determinou que a Prefeitura
de Osasco indenize uma paciente que recebeu
atestado médico adulterado após atendimento no
hospital público. Em razão do fato, a autora foi
demitida.
De acordo com o processo, a mulher, que estava
grávida, passou mal e foi atendida por uma médica
que emitiu atestado rasurado. A empresa em que
trabalhava desconfiou da procedência do documento
e procurou o hospital, mas a médica não informou
que ela mesma tinha alterado o atestado. Em razão
do fato, a empresa demitiu a funcionária por
justa causa, além de registrar boletim de
ocorrência. Apenas em depoimento a médica
reconheceu a responsabilidade pela adulteração.
O juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública de Osasco,
José Tadeu Picolo Zanoni, concedeu a indenização
por dano moral no valor de R$ 20 mil.
Inconformada, a Prefeitura apelou sob o argumento
de inexistência do nexo de causalidade.
Para o relator do recurso, desembargador Castilho
Barbosa, houve um ato que causou dano e merece
ser reparado. “Não se descaracterizou nos autos a
ocorrência do nexo de causalidade. Bem fixado,
ademais, o valor indenizatório (danos morais),
pois pautado pela razoabilidade, não havendo
motivo para qualquer alteração.” O desembargador
ressaltou que, de acordo com o artigo 37,
parágrafo 6º da Constituição Federal, as pessoas
jurídicas de direito público e as de direito
privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros.
Os desembargadores Aliende Ribeiro e Danilo
Panizza também participaram do julgamento e
acompanharam o voto do relator.
Processo: Apelação 0026680-25.2010.8.26.0405
Fonte: Tribunal de Justiça de São Paulo