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TJSP - Instituições financeiras condenadas por lançar nome de consumidor em rol de inadimplentes Acórdão da 20ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça ampliou a condenação aplicada em primeira instância a duas instituições financeiras por cobrança indevida de débito e lançamento do nome do autor em cadastro de inadimplentes. De acordo com os autos, J.C.T.R. tentou comprar itens numa loja em São Paulo e descobriu que não poderia fazer financiamento devido a uma dívida referente a um cartão de crédito de um banco. Afirmou, ainda, que nunca manteve relacionamento com a empresa e que, em decorrência de tal equívoco, permaneceu com o nome negativado por quase três meses. Posteriormente a dívida foi repassada a um fundo de investimentos, que cobrou em juízo o débito inexistente. A relatora Maria Lúcia Ribeiro de Castro Pizzotti Mendes entendeu que a conduta das rés foi ilícita e que, por desenvolverem atividade profissional especializada, as empresas têm o dever de se aparelhar para detectar falsificações ou possíveis fraudes. “Diante de tais situações, a única via pela qual se pode ao menos minorar os efeitos do dano é por meio da reparação

TJSP - Instituições financeiras condenadas por lançar ... · dever jurídico de guarda, o que faz surgir para o estabelecimento comercial a obrigação de . ressarcimento, proporcional

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TJSP - Instituições financeiras condenadas por

lançar nome de consumidor em rol de inadimplentes

Acórdão da 20ª Câmara de Direito Privado do

Tribunal de Justiça ampliou a condenação aplicada

em primeira instância a duas instituições

financeiras por cobrança indevida de débito e

lançamento do nome do autor em cadastro de

inadimplentes.

De acordo com os autos, J.C.T.R. tentou comprar

itens numa loja em São Paulo e descobriu que não

poderia fazer financiamento devido a uma dívida

referente a um cartão de crédito de um banco.

Afirmou, ainda, que nunca manteve relacionamento

com a empresa e que, em decorrência de tal

equívoco, permaneceu com o nome negativado por

quase três meses. Posteriormente a dívida foi

repassada a um fundo de investimentos, que cobrou

em juízo o débito inexistente.

A relatora Maria Lúcia Ribeiro de Castro Pizzotti

Mendes entendeu que a conduta das rés foi ilícita

e que, por desenvolverem atividade profissional

especializada, as empresas têm o dever de se

aparelhar para detectar falsificações ou

possíveis fraudes. “Diante de tais situações, a

única via pela qual se pode ao menos minorar os

efeitos do dano é por meio da reparação

pecuniária”, anotou em seu voto a magistrada, que

elevou o montante condenatório de 10 salários

mínimos (equivalentes a R$ 8.325 corrigidos) para

R$ 15 mil.

O julgamento, que teve votação unânime, também

contou com a participação dos desembargadores

Luiz Correia Lima e Luis Carlos de Barros.

Processo: Apelação 0140403-30.2011.8.26.0100

Fonte: Tribunal de Justiça de São Paulo

TJDFT - Supermercado é condenado a pagar despesas

com conserto de veículo de cliente

A juíza do 7º Juizado Especial Cível de Brasília

julgou procedente pedido de cliente para condenar

o C. a pagar as despesas com o conserto de seu

veículo arrombado no estacionamento do

supermercado e os bens furtados.

De acordo com a sentença, a parte autora, um

policial militar, pleiteou a condenação da parte

ré ao pagamento de indenização por danos

materiais, pelos prejuízos sofridos em razão do

arrombamento de seu veículo, que se encontrava no

estacionamento oferecido pelo réu aos seus

clientes. O autor relacionou os bens furtados

(aparelho de som automotivo, algema e porta

algemas, coldre, porta carregador, coturno,

lanterna operacional, boné da PMDF e um frasco de

perfume), tendo anexado orçamentos referentes aos

mencionados bens e comprovou, ainda, as despesas

com o conserto da maçaneta do veículo.

A juíza decidiu que “nessas circunstâncias, uma

vez ocorrido o furto ou a danificação do

automóvel, caracterizada está a falha na

prestação do serviço da ré, pela violação ao

dever jurídico de guarda, o que faz surgir para o

estabelecimento comercial a obrigação de

ressarcimento, proporcional ao prejuízo material

sofrido pelo cliente”.

Processo: 2013.01.1.150576-9

Fonte: Tribunal de Justiça do Distrito Federal e

Territórios

TJSC - Montadora indenizará transportador escolar

por micro-ônibus defeituoso

A 4ª Câmara de Direito Civil do TJ deu parcial

provimento ao recurso de uma montadora, condenada

a indenizar um cliente em R$ 30 mil por danos

morais, apenas para promover ajuste quanto à data

de incidência dos juros sobre os valores da

indenização.

Consta dos autos que, vinte dias após o autor

adquirir um micro-ônibus zero-quilômetro, o

veículo começou a apresentar vários defeitos,

como falhas no sistema de exaustão, motor,

bancos, revestimentos e acionamento dos vidros.

Mesmo após 14 visitas à oficina autorizada, os

problemas não foram solucionados.

Em apelação, a empresa sustentou não haver provas

dos defeitos apontados, e ressaltou que os vícios

poderiam decorrer do uso inadequado do coletivo

pelo próprio condutor. A montadora também alegou

não se tratar de relação de consumo, pois o

veículo seria utilizado no exercício de trabalho.

O desembargador Luiz Fernando Boller, relator do

recurso, afirmou existir, sim, uma relação de

consumo. Já a empresa não conseguiu provar que os

problemas eram consequência do uso inadequado do

veículo pelo condutor.

“[...] a situação vivenciada ultrapassou o limite

do mero aborrecimento cotidiano decorrente da

vida em sociedade, mostrando-se escorreita a

condenação da montadora ao pagamento de

indenização pelo prejuízo moral infligido ao

cliente”, anotou o magistrado. Além de indenizar

o cliente por danos morais e materiais, estes

avaliados em R$ 1 mil, a empresa foi condenada a

substituir o veículo defeituoso por um novo. A

decisão foi unânime.

Apelação Cível 2012.090423-1

Fonte: Tribunal de Justiça de Santa Catarina

TJDFT - Empresa de ônibus é condenada por defeito

e atraso na chegada ao destino

A juíza do 3º Juizado Especial Cível de Ceilândia

condenou a V. I. S/A a pagar a passageira

indenização por danos morais devido a defeito de

ônibus e atraso na chegada ao destino.

A passageira relatou que adquiriu bilhete de

passagem para a cidade de Ibatiba/MG. No entanto,

após cerca de 400 quilômetros, o ônibus

apresentou defeito mecânico, evidenciado pela

entrada de fumaça no interior do veículo, o que

fez com que os passageiros descessem

imediatamente, diante do iminente perigo de

incêndio. Disse que permaneceu ao relento por

cerca de cinco horas, período em que não recebeu

qualquer assistência da requerida. Segundo ela,

ingressou em outro veículo da empresa, que estava

lotado, o que fez com que viajasse em pé, até a

Cidade de Três Marias/MG. Nessa última cidade

teve que aguardar até as 5h do dia 13/11/2013 e

somente chegou ao destino por volta das 13h30 do

dia 13/11/2013, ou seja, mais de 11 horas após o

horário estabelecido.

Foi realizada audiência de conciliação, instrução

e julgamento, tendo a ela comparecido as partes,

mas a tentativa de acordo foi infrutífera.

A V. I. disse, em sua defesa, que a requerente

não comprovou a alegação de atraso de 11 horas no

trajeto contratado, bem como a suposta

negligência da parte ré. A empresa alegou que o

trecho mencionado pela requerente é realizado, em

média, em 17h30 e que, se a autora embarcou às

12h do dia 12/11/2013, deveria chegar ao destino

por volta das 6h30 do dia 13/11/2013, considerado

o tempo da viagem e mais uma hora na troca de

ônibus entre os trechos.

“O descumprimento da obrigação contratual

atinente ao transporte da consumidora (fato do

serviço), relegando à passageira a permanência em

ambiente inóspito, no período noturno, sem

qualquer assistência da concessionária, enquanto

o ônibus é consertado ou se aguarda a chegada de

outro veículo, gera a obrigação extrapatrimonial

de indenizar. (...) Nesse diapasão, o pedido de

dano moral em razão da quebra do ônibus e da

ausência de ação afirmativa por parte da empresa

ré, capaz de minorar os transtornos causados aos

passageiros, merece ser acolhido” decidiu a

juíza.

Processo: 2013.03.1.036872-5

TJMG - Mulher deve indenizar ex-marido por omitir

que filho era de outro homem

Uma mulher residente em Ubá foi condenada pela

10ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas

Gerais (TJMG) a indenizar seu ex-marido em R$ 30

mil, por danos morais, porque omitiu que o filho

mais novo do casal era de outro homem.

A ação foi movida por A.R.V. contra a ex-mulher,

M.C.V., e o pai da criança, S.D.M.P. Na inicial,

A. narra que se casou com M. em julho de 1994 e

que da união nasceram a primeira filha em

fevereiro de 2000 e o segundo filho em junho de

2009.

A. afirma que depois do nascimento do filho mais

novo, a convivência com M. foi-se tornando

insuportável, até que em outubro de 2009 se

separaram. Ele afirma que ao procurar documentos

em sua casa, para sua surpresa encontrou um exame

de DNA de seu filho mais novo, comprovando que na

verdade era filho de S., um de seus melhores

amigos. Disse também que veio a saber que o

relacionamento entre M. e S. ocorria há mais de

dois anos, culminando com o nascimento da

criança.

Ele afirma na inicial que sentiu uma dor

incalculável ao saber que não era o pai de seu

“tão amado e esperado filho”, do que não tinha a

menor desconfiança devido à ótima convivência que

existia entre ele e S. Requereu danos morais pela

“infração do sagrado dever conjugal da

fidelidade” e por ter sido enganado e levado a

acreditar que o filho fosse seu. Pediu também

indenização por danos materiais, pelos gastos que

teve com o sustento da criança, desde seu

nascimento.

M. contestou, alegando que o convívio conjugal

com A. sempre foi “extremamente difícil”. Ela

afirma que em setembro de 2008 se separou dele,

alugou um apartamento e, logo após, conheceu S.,

com quem se relacionou por aproximadamente um

mês. Segundo ela, A. tinha conhecimento disso.

Ela afirma ainda que, por insistência de A.,

retomou o casamento com ele e, quando o filho

nasceu, A. buscou registrá-lo em seu nome o mais

rápido possível, mesmo sabendo que ela havia tido

um outro relacionamento. M. afirma que, ao

contrário do que diz seu ex-marido, S. não era um

de seus melhores amigos e sim apenas conhecido.

S. também contestou, afirmando que era apenas um

simples conhecido de A., com quem nunca teve um

relacionamento de amizade. Confirmou que se

relacionou com M. apenas durante a época em que

ela estava separada de A. Ao ficar sabendo da

segunda separação do casal, ele afirma que

procurou M. para saber se havia possibilidade de

o filho ser seu, manifestando o desejo de fazer o

teste de DNA.

A juíza da 1ª Vara Cível de Ubá julgou

improcedentes os pedidos de A., entendendo que

não houve prova de infidelidade, já que M. estava

separada de fato de A. na época em que ocorreu a

concepção. A juíza afirmou também que A. “não

demonstrou que houve grave humilhação ou

exposição pública da situação para que se pudesse

acolher a pretensão por indenização por dano

moral”. Quanto aos danos materiais, a magistrada

considerou que A. não apresentou prova de

despesas com o menor.

Recurso

A. recorreu ao Tribunal de Justiça. Ao julgar o

caso, o desembargador Veiga de Oliveira, relator,

entendeu que M. causou danos morais ao ex-marido,

que sofreu abalo emocional “pela traição de sua

então esposa com um de seus melhores amigos, se

cientificando de que não é o genitor da criança

gerada durante a relação matrimonial, dano

efetivo que justifica a reparação civil”.

“Não há dúvidas de que, no caso vertente, A. teve

o dever de fidelidade violado, tanto no aspecto

físico, com as relações sexuais adulterinas,

quanto no aspecto moral, constante da deslealdade

manifestada por M. ao esconder a paternidade de

seu filho, experimentando profundo abalo

psicológico e sofrimento moral”, continua o

relator.

Ele fixou o valor da indenização em R$ 30 mil,

com correção a partir da data da citação.

Quanto a S., o relator entendeu que não é

solidariamente responsável a indenizar o marido

traído, “pois tal fato não configura ilícito

penal ou civil, não sendo o terceiro estranho à

relação obrigado a zelar pela incolumidade do

casamento alheio”.

A desembargadora Mariângela Meyer acompanhou o

relator quanto à indenização e seu valor, mas

determinou que a correção monetária fosse

calculada a partir da publicação do acórdão,

ficando vencida nesse ponto. O desembargador

Paulo Roberto Pereira da Silva acompanhou na

íntegra o voto do relator.

Fonte: Tribunal de Justiça de Minas Gerais

TJSP - Apresentador de TV e emissora são

condenados por danos morais

A 7ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de

Justiça de São Paulo manteve decisão que condenou

apresentador de TV e emissora a pagarem

indenização por danos morais no valor de R$

41.500 por denegrirem a imagem de uma mulher no

programa “J. da M.”.

Consta dos autos que o apresentador, ao se

referir à autora, vítima do crime de cárcere

privado praticado pelo marido, deixou a impressão

que ela estaria mantendo relações, por sua

própria vontade, com o cônjuge, enquanto todo o

aparato policial se esforçava para livrá-la da

situação de violência.

Em recurso, a emissora e o apresentador alegaram

que não causaram nenhum prejuízo moral à autora,

além do direito à informação e crítica.

O relator do recurso, desembargador Ramon Mateo

Júnior, afirmou em seu voto que as expressões

utilizadas no programa televisivo não tiveram

conotação informativa, mas sim depreciativa.

“Utilizando-se de expressões como “tchaca tchaca

na butchaca” e “tapa na barata”, o apresentador

sugeriu, em rede nacional, que a mulher gostava

de ser maltratada, aproveitando-se daquela

situação repugnante para obter prazer sexual. Era

mesmo o caso de condenar os réus ao ressarcimento

de cunho moral”.

Os desembargadores Miguel Brandi e Luiz Antonio

Costa também participaram do julgamento, que teve

votação unânime.

Fonte: Tribunal de Justiça de São Paulo

TJSP - Por "overbooking", empresa aérea deve

indenizar passageiros

Uma companhia aérea foi condenada a pagar

indenização a dois passageiros pela prática

de "overbooking". Os autores viajariam de Miami

para São Paulo e não embarcaram, sendo obrigados

a permanecer mais um dia nos Estados Unidos. A

bagagem, no entanto, seguiu no voo para o Brasil

e foi apreendida na alfândega. Cada um receberá

R$ 2,6 mil.

A empresa alegou que recebeu requisição para

transportar pessoas deportadas, o que

inviabilizou o embarque dos autores. No entanto,

a 2ª Câmara Extraordinária de Direito Privado do

Tribunal de Justiça de São Paulo negou provimento

ao recurso e manteve o pagamento de indenização

fixado em primeiro grau.

O relator, desembargador Heraldo de Oliveira,

disse que “ao não permitir o embarque, cabia à

requerida providenciar novo voo. Caso não fosse

possível o embarque imediato, deveria

providenciar acomodação aos passageiros em hotel

e alimentação, assim como deveria ter mantido sob

sua guarda a bagagem, que já havia sido

despachada, e somente com a chegada dos

proprietários das malas é que poderia ter sido

feita sua liberação”.

Do julgamento participaram os desembargadores

Francisco Giaquinto e José Tarciso Beraldo. A

votação foi unânime.

Processo: Apelação nº 9228959-63.2008.8.26.0000

Fonte: Tribunal de Justiça de São Paulo

TJDFT - Árbitro de futebol será indenizado por

ofensas proferidas contra ele

A 5ª Turma Cível do TJDFT deu provimento parcial

a recurso adesivo da vítima, S. M. R., juiz de

futebol, para elevar valor de indenização por

danos morais imposta a ex-presidente de clube de

futebol e atual Senador da República Jose Perrela

de Oliveira Costa (PDT-MG) devido a ofensas

proferidas ao árbitro. A decisão foi unânime.

O autor da ação, árbitro de futebol, conta que o

réu, então presidente do C. E. C., após partida

realizada entre esta equipe e a do C., teria

proferido à sua pessoa - responsável por apitar o

referido jogo - palavras ofensivas, veiculadas em

várias reportagens, repercutindo nacionalmente.

Afirma que as acusações do réu causaram-lhe dor

moral e constrangimentos, tendo sido, inclusive,

alvo de diversos e-mails ofensivos, alguns até

mesmo com ameaça de morte.

Ao analisar o feito, o juiz originário registra

que o emprego de expressões como "filho da p...",

"picareta desonesto", "safado", "incompetente",

bem como a alegação de que o requerente teria

sido "comprado" acarreta, sem dúvida alguma,

sensação humilhante em qualquer pessoa, quer seja

pela sua personalidade, quer seja pela sua

atuação profissional. "Ainda mais quando o réu

dispunha de outros termos menos agressivos e

difamatórios para definir eventual atuação

profissional não condizente com as suas

expectativas, mesmo que a profissão objeto de

crítica seja, de forma reiterada, alvo de ataques

ofensivos", acrescenta.

É bem verdade, anota ainda o juiz, que a CF/88

protege a liberdade de expressão, como bem

lembrado pelo réu. "No caso em tela, contudo,

houve clara extrapolação dos limites da

tolerância, capaz, indubitavelmente, de violar o

direito de personalidade do autor, o qual,

portanto, deverá ser indenizado a título de danos

morais, nos termos dos arts. 187 e 927

do CC/2002", afirma.

Em sede recursal, o desembargador relator

acrescenta que as declarações feitas pelo ofensor

foram gravadas em vídeo e disponibilizadas em

sítio de amplo acesso na internet, com o título

'Presidente do C. diz que juiz levou dinheiro do

C.'. O desembargador também ressalta que, apesar

de a liberdade de expressão estar tutelada pela

nossa Constituição, "todo direito está sujeito a

restrições, pois nenhum é absoluto e o seu

exercício encontra limite na ausência de abuso".

Em relação à fixação do valor indenizatório, o

magistrado afirma que esta não é tarefa fácil e

deve ser realizada pelo julgador, a seu prudente

critério, de modo que não deva ser muito elevado,

a fim de proporcionar o enriquecimento sem causa,

tampouco tão baixo a ponto de não ser sentida no

patrimônio do responsável pelo dano. "A

indenização deve ser fixada com ponderação, não

se justificando exageros, devendo ser

proporcional ao grau de culpa e à capacidade

econômica de ambos os litigantes, atentando-se à

realidade do país e às peculiaridades de cada

caso", diz ele.

"No caso, levando-se em consideração as condições

econômicas do réu, que à época dos fatos era

presidente de clube de futebol e atualmente é

Senador da República, bem como o teor das

ofensas, diante da falsa imputação ao autor da

prática de crime (calúnia), mostra-se apropriada

a majoração do valor fixado a título de danos

morais na r. sentença", concordou a Turma. Assim,

em vista do potencial sócio-econômico do ofensor

e da gravidade das ofensas, o Colegiado entendeu

que o quantum indenizatório deve ser majorado

para R$ 60.000,00, quantia razoável e

proporcional às circunstâncias do caso.

Processo: 2011 01 1 225760-4APC. Fonte: Tribunal

de Justiça do Distrito Federal e Territórios

TJSP - Prefeitura de Osasco deve indenizar

paciente que recebeu atestado médico rasurado

A 1ª Câmara de Direito Público do Tribunal de

Justiça de São Paulo determinou que a Prefeitura

de Osasco indenize uma paciente que recebeu

atestado médico adulterado após atendimento no

hospital público. Em razão do fato, a autora foi

demitida.

De acordo com o processo, a mulher, que estava

grávida, passou mal e foi atendida por uma médica

que emitiu atestado rasurado. A empresa em que

trabalhava desconfiou da procedência do documento

e procurou o hospital, mas a médica não informou

que ela mesma tinha alterado o atestado. Em razão

do fato, a empresa demitiu a funcionária por

justa causa, além de registrar boletim de

ocorrência. Apenas em depoimento a médica

reconheceu a responsabilidade pela adulteração.

O juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública de Osasco,

José Tadeu Picolo Zanoni, concedeu a indenização

por dano moral no valor de R$ 20 mil.

Inconformada, a Prefeitura apelou sob o argumento

de inexistência do nexo de causalidade.

Para o relator do recurso, desembargador Castilho

Barbosa, houve um ato que causou dano e merece

ser reparado. “Não se descaracterizou nos autos a

ocorrência do nexo de causalidade. Bem fixado,

ademais, o valor indenizatório (danos morais),

pois pautado pela razoabilidade, não havendo

motivo para qualquer alteração.” O desembargador

ressaltou que, de acordo com o artigo 37,

parágrafo 6º da Constituição Federal, as pessoas

jurídicas de direito público e as de direito

privado prestadoras de serviços públicos

responderão pelos danos que seus agentes, nessa

qualidade, causarem a terceiros.

Os desembargadores Aliende Ribeiro e Danilo

Panizza também participaram do julgamento e

acompanharam o voto do relator.

Processo: Apelação 0026680-25.2010.8.26.0405

Fonte: Tribunal de Justiça de São Paulo