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O MUNDO EM DUAS RODAS - ED 36 JANEIRO/2010 WWW.TOPRIDER.COM.BR CamPEonaTO ama SUPErCrOSS O PILOTO RYAN DUNGEY ESTÁ DOMINANDO A MAIOR CATEGORIA DO SUPERCROSS AMERICANO. ENZO LOPES O piloto Enzo Lopes segue firme em sua campanha e seus resultados continuam consistentes... NICKY HAYDEN Ser um piloto na categoria mais disputa- da do motociclismo mundial não é sempre um mar de rosas. SBK - DUCATI A equipe Ducati Xerox conseguiu finalmente ir para a pista...

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Revista toprider.com.br Ed36 Editorial Entrevista Nicky Hayden AMA Supercross - Anaheim I AMA Supercross - Phoenix AMA Supercross - Anaheim II Equipe Ducati Florida Winter - Enzo Lopes

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O MUNDO EM DUAS RODAS - ED 36 JANEIRO/2010

WWW.TOPRIDER.COM.BR

CamPEonaTOama SUPErCrOSS

O PILOTO RYAN DUNGEY ESTÁ DOMINANDO A MAIOR CATEGORIA DO SUPERCROSS AMERICANO.

ENZO LOPESO piloto Enzo Lopes segue firme em sua campanha e seus resultados continuam consistentes...

NICKY HAYDENSer um piloto na categoria mais disputa-da do motociclismo mundial não é sempre um mar de rosas.

SBK - DUCATIA equipe Ducati Xerox conseguiu finalmente ir para a pista...

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DUCaTiA equipe Ducati Xerox conseguiu finalmente ir para a pista no terceiro e último dia de testes em Portimão.Texto: Rui Filipe

MUN. SUPERBIKE

EnZO lOPEssO Flórida WInter – Amateur Series teve sua 4 etapa realizada na cidade de Lake City na Florida a 230 quilômetros de Orlando. O piloto Enzo Lopes segue firme em sua campanha.Texto: Rui Filipe

FLORIDA WINTER - USA

YamahaDupla de pilotos da Equipe Yamaha terminam testes em alta.Texto: Rui Filipe Foto: Divulgação

MUN. SUPERBIKE

anaheIm INuma prova de tirar o fôlego Ryan Dungey quase que fica com o 1º lu-gar na sua estréia oficial na categoria máxima do Supercross.Texto: Rui Filipe Foto: Divulgação

USA - AMA SUPERCROSS

TOPrIDErO mUnDO Em DUaS rODaSConfira mais detalhes e informações no toprider.com.br

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CONTEÚDO

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PhOEnIXSe os treinos realizados na pista de Chase

Field em Phoenix fossem parâmetro tería-mos James Stewart mais uma vez liderando

os tempos com a volta mais rápida Texto: Rui Filipe Foto: Divulgação

USA - AMA SUPERCROSS

EnTrEVISTaSer um piloto na categoria mais

disputada do motociclismo mundial não é sempre um mar de rosas. Para

cada vencedor...Texto: Derick Almeida Foto: GP

NICKY HAYDEN

anaheIm IIDungey vence mais uma e abre 15

pontos na liderança. Reed fica fora e Stewart faz um terceiro lugar.

Texto: Rui Filipe Foto: Divulgação

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TopRider.com.br - Expediente , Editora DRCA, Rua 37, Nº 20 - Portal de Pirapora - Salto de Pirapora – SP CEP: 18160-000 [email protected] São Paulo, Rua Comprida, 523 cs03 - Vila Mazzei - São Paulo - SP - CEP: 02311-010 Tel:(11) 2206 1214A TopRider.com.br é editada pela Editora DRCA LTDA. ME com distribuição gratuita e dirigida. A reprodução de qualquer matéria ou foto, ainda que parcial, é proibida sem a concordância expressa da direção. Editor - Rui Filipe Quintal - [email protected], Projeto Gráfico/Editoração - Danilo Ribeiro - [email protected], Jornalistas - Derick Almeida e Diego Benine Pontes - Pré-impressão e Impressão - VOX Editora

EXPEDIEnTE

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CONTEÚDO

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De tempos em tempos vemos alguns pilotos indo para os Estados Unidos para participarem de provas na terra do Tio Sam. Alguns como parte de uma viagem a lazer e outros como parte de um projeto mais abrangente como parte de seu desenvolvimento profissional já que ganham a vida através do esporte a motor em duas rodas. Entre os mais conhecidos do último caso estão pilotos como Alexandre Barros e Eric Granado no motovelocidade e Jorge Balbi Jr., Rafael Ramos, Paulo Stedile, Leandro Silva e mais recentemente Enzo Lopes.

Enzo Lopes de todos os mencionados acima é provavelmente o mais novo de todos a ter uma experiência Internacional. partici-pando do Florida Winter AM Series, um campeonato que oferece aos pilotos a oportunidade de participar de um campeonato ama-dor nos moldes de Loretta Lynn’s, Enzo e sua equipe optaram por participar de forma efetiva e completa de três categorias. Inscrito nas categorias 65cc de 10 a 11 anos de idade, 65cc Open e 85cc de 9 a 11 anos de idade, o piloto da cidade de Lajes RS não deixou de participar de uma prova sequer, cumprindo rigorosamente o calendário e itinerário proposto pelo campeonato.

Sua participação tem sido uma das melhores possíveis e deverá fechar sua participação nas três categorias entre os três primeiros colocados. Um resultado e tanto, provando o que tenho dito a muitos de meus colegas de trabalho e hobby. Nossos pilotos vão muito bem nas categorias de base, por andarem nas mesmas pistas que os adultos acabam tendo que andar bem. O negócio pega da 85cc em diante mesmo, quando nossas pistas passam a ser fracas tecnicamente e oferecem pouco desafio para o desenvolvimento dos pilotos. Exemplo da pobreza de nossas pistas foram as de Foz de Iguaçu – PR e Nova Friburgo – RJ entre outras, construídas nos únicos terrenos planos num raio de 15km. Quem esteve nes-sas pistas sabe das possibilidades que os relevos naturais ofereciam para a construção de verdadeiras pistas de motocross. Temos tudo para sermos um grande seleiro de pilotos, pena que nossos dirigentes pensam muito pouco no desenvolvimento de nossos jovens pilotos e suas possibilidades lá fora, deixando essa tarefa exclusivamente na mão dos pais e familiares.

Brasileiros na terra do Tio Sam

Revista Toprider Edição 36 - Janeirowww.toprider.com.brFoto Capa - DivulgaçãoEditorial - Rui Filipe

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EDITORIAL

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A equipe Ducati Xerox conseguiu finalmente ir para a pista no terceiro e último dia de testes em Portimão, Portugal. As razões por não terem conseguido treinar antes – chuvas torrenciais e o fato de Fabrizio estar gripado.

Com o asfalto totalmente seco por volta do meio dia, os tempos começaram a despencar na pista de Portimão. Tanto Noriyuki Haga quanto Michel Fabrizio, conseguiram fechar um bom número de voltas logo na primeira sessão. Nesse tempo conseguiram fazer os acertos necessários para andar com os três compostos apresentados pela Pirelli. Os pilotos, Haga e Fabrizio, fecharam a primeira sessão respectivamente, com o terceiro e quarto tempos mais rápidos do dia. No final dos treinos de Domingo, Fabrizio terminou em quarto com 1m 43s 137 e Haga com o sétimo tempo com 1m 43s 417.

O tempo continuou ajudando com os treinos da tarde sendo feitos no seco. Noriyuki Haga e Michel Fabrizio continuaram testando compostos

EqUIPE DUCaTIHaga e Fabrizio entusiasmados com resultados.

Texto: Rui Filipe

SBK - EqUIPE Yamaha

Os últimos testes da dupla da Yamaha Sterilgarda, Cal Crutchlow e James Toseland tiveram mais uma oportu-nidade de mostrarem a que vieram.

Superbike - Dupla de pilotos da Equipe Yamaha terminam testes em alta.

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diferenciados na tentativa de conseguir mais aderên-cia. Os compostos mais macios, no entanto, não trouxeram os resultados desejados.

“Hoje conseguimos um bom tempo na pista e o clima ajudou. Pela manhã consegui me sentir bem na moto e andei bem rápido. Já na parte da tarde as coisas não melhoraram. As coisas estavam a favor das motos com quatro cilindros. Os treinos, no entanto foram muito importantes para retornar ao ritmo de corrida. Trabalhos bem em equipe e agora vamos para Valência para darmos continuidade aos trabalhos,” disse Haga

“Não foi fácil, apesar do bom tempo. Não sei bem porquê, mas não consegui achar o acerto certo para a moto. Testamos três compostos diferentes, além da embreagem, mas mesmo assim não consegui sentir melhora alguma na moto. Talvez com um pouco mais de tempo na pista as coisas fossem diferentes. Esperava andar mais rápido, mas estou otimista. Veremos se conseguimos melhorar em Valência,” disse Fabrizio

NOTÍCIAS

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NOTÌCIAS

O Flórida Winter – Amateur Series teve sua 4 etapa realizada na cidade de Lake City na Flórida a 230 quilômetros de Orlando. O piloto Enzo Lopes segue firme em sua campanha e seus resultados continuam consistentes com boas performances.

Na categoria 65cc para pilotos de 10 a11 anos de idade a etapa de Lake City contou com um número reduzido de pilotos, apenas seis. Os pon-teiros, no entanto, não deixaram de comparecer e a dificuldade de pontuar entre os cincos primeiros acaba apresentando quase que a mesma dificul-dade. Enzo, andou bem para fechar a geral em 3º, tendo chegado em terceiro em ambas as baterias. O vencedor da bateria, mais uma vez foi Jake Pinhan-cos com Maxwell Markolf em segundo. Nessa cat-egoria, Enzo já mostrou conseguir superar pilotos fortes do campeonato, como Colton Eigenmann e Jake Beaudoin.

Na categoria 65cc Open, Enzo Lopes fez um 4º na geral, tendo feito um sétimo na primeira bateria e depois um terceiro na segunda bateria.

FlorIDa WInTErEnZO lOPEs

Texto: Rui Filipe

A Open contou com um número bem maior de pilotos, 16 ao todo. Entre os seis primeiros pilotos estavam Jordan Bailey, primeiro na geral, Maxwell Markolf segundo, Colton Eigenmann em terceiro, Enzo Lopes em quarto, Jake Beaudoin em quinto e Jake Pinhancos em sexto.

Na 85cc para pilotos de 9 a 11 anos de idade, Enzo andou muito bem para ficar com o 3º na geral tendo feito um segundo e um terceiro entre 13 pilotos. O vencedor foi Tristan Charboneau com Jordan Bailey em segundo, Enzo Lopes em terceiro, Maxwell Markolf em quarto, Jake Beau-doin em quinto e Colton Eigenmann em sexto.

A próxima e penúltima etapa do Florida Win-ter – Amateur Series está prevista para Forest Glen nos dias 30 e 31 de Janeiro de 2010. Criado para eventualmente sediar uma etapa do Campeonato Nacional dos Estados Unidos (AMA Outdoor Nationals) a pista foi desenhada por Jason Baker da Dream Traxx e conta com uma boa variedade de pulos e obstáculos.

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CamPEOnaTOama SUPErCrOSS

Texto: Rui Filipe Foto: Divulgação / Motocross

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AMA SUPERCROSS

A etapa de Anaheim 1 fez jus ao que se espera de uma abertura de campeonato de Supercross Americano, o AMA Monster Energy Supercross Series. Mostrando que Roger de Coster não se en-gana quando vê um talento, Ryan Dungey largou na frente para liderar a prova com competência a exemplo dos mais experientes na categoria máxima. Diante de 43.841 espectadores o piloto da equipe Rockstar/Makita Suzuki liderou James Stewart, Ryan Villopoto, Andrew Short, Kevin Windham e demais pilotos de ponta até a 17º volta quando foi finalmente alcançado por James Stewart depois de ter ficado 4s a frente do atual campeão da Série. O que levou Ryan Dungey a conseguir essa liderança no começo da prova foi também o que levou James Stewart a ficar para trás no começo e depois o que levou à troca de posições no final da prova - a sessão de costelas.

“No começo da prova eu penei um pouco. Errei a sessão de ritmo e costelas em pelo menos quatro voltas seguidas, mas sabia que meu condi-cionamento físico estava a altura e bastava colocar algumas voltas boas para zerar a diferença. Quan-do comecei a acertar a sessão de costelas coloquei por dentro um pouco antes de elas começarem e

mergulhei com tudo fazendo a ultrapassagem,” disse Stewart ao final da prova. “Foi uma boa corrida, diferente da do ano passado quando não terminei. Hoje apesar da larga margem que Dun-gey conseguiu no começo da prova, eu consegui tirar a diferença e vencer.”

Como sabem James Stewart sofreu de compli-cações em Bercy e foi obrigado a cancelar provas agendadas na Itália e Australia.

“Foi a primeira prova já há algum tempo, e a primeira na nova moto. Comecei o ano muito melhor que o ano passado quando não terminei. Não tinha certeza se o meu condicionamento físico me daria condições de aguentar a prova, mas provou estar à altura do esforço físico,” com-plementou Stewart.

Depois de ter perdido a liderança na 17ª volta Dungey não se intimidou e foi para cima de Stewart. O piloto da moto amarela colou na roda traseira de Stewart e tentou tirar proveito de tudo o que Stewart poderia fazer de errado. Em um dos pulos, chegou a colocar a sua moto à frente de Stewart, mas foi logo ultrapassado novamente pelo piloto da San Manuel Bando f Indians Yama-ha. Apesar do segundo lugar, Dungey avaliou sua

ama SuPErCrOSSanahEIm I

Numa prova de tirar o fôlego Ryan Dungey quase que fica com o 1º lugar na sua estréia oficial na categoria máxima do Supercross Americano. Chad Reed é atropelado por Austin Stroupe e fica sem

raios suficientes na roda dianteira para continuar.

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performance como sendo positiva.“Foi um grande passo para mim. A 450 está

muito competitiva este ano, mas me sinto à von-tade nela e sei que este é o meu lugar. Consegui fazer várias voltas limpas, mas acabei perdendo o ritmo no final da prova, o que levou à perda do primeiro lugar. A seção de costelas exigia que viéssemos determinados e atropelando forte sem titubear. O erro que o Stewart cometeu no começo da prova nas costelas eu acabei com-etendo no final. No finalzinho ainda tentei dar o troco, mas...”

A surpresa, se é que realmente é alguma surpresa ficou por conta do piloto da GEICO Powersports Honda, Kevin Windham, que andou entre os cinco primeiros do começo ao fim, ter-minando a prova em terceiro à frente de favoritos como Villopoto e Andrew Short.

“Pela primeira vez na minha vida, eu não estava nervoso antes da largada. Acho que final-mente os 16 anos de carreira estão começando a fazer efeito. Talvez também por estar andando com a mesma moto há mais de um ano e de me sentir muito confortável nela. Mas não foi fácil não. Tive que suar para conseguir esse resultado e foi muito mais difícil correr atrás do resultado do que pular na frente e ir embora,” disse Windham no final da prova.

Andrew Short andou em terceiro uma boa parte da corrida, mas acabou caindo para quarto onde ficou até o final da prova à frente de Vil-lopoto em quinto, Josh Hill companheiro de equipe de Stewart, em sexto e Ivan Tedesco da Valli Motorports Yamaha em sétimo. A prova de Chad Reed terminou uns quinze metros depois da largada quando Austin Stroupe perdeu o controle

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de sua moto e atropelou o piloto Australiano da Monster Energy Kawasaki, quebrando um número de raios suficiente para impedir que o pi-loto das motos verdes continuasse na prova. Chad Reed ainda tentou andar, mas foi obrigado a parar antes de completar a primeira volta.

“Estava no lugar errado na hora errada,” disse Reed. “A competitividade entre pilotos e máqui-nas é forte, e infelizmente não tive o que fazer. Estava tentando ultrapassar outro piloto e nossos caminhos acabaram se cruzando.”

Na Lites (250cc) lado Oeste nosso piloto Jorge Balbi acabou não conseguindo a clas-sificação. Classificado em 10º na Heat 2 acabou ficando para a “Last Chance” onde terminou em terceiro depois de uma prova fantástica de recuperação. Os tempos do Balbi foram bons, vale a pena esperar. A prova foi vencida por Jake Weimer da Monster Energy Pro Circuit Kawasaki que fez o holeshot e não olhou mais para trás. Josh Hansen, companheiro de equipe de Weimer andou em segundo até sair da pista. Morais da Rockstar Energy/Suzuki/Canidae acabou ficando com o segundo lugar com Trey Canard da GEICO Powersports Honda ficando com o terceiro lugar.

“É muito bom vencer a primeira prova do ano. Andei bem e tranqüilo sem cometer nenhum erro. Daqui para frente é fim de semana após outro sem dar trégua,”disse Weimer.

A competitividade entre pilotos e má-quinas é forte, e infelizmente não tive o que fazer. Estava tentando ultrapas-sar outro piloto e nossos caminhos acabaram se cruzandoChad Reed - Monster Kawasaki

“ “

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Se os treinos realizados na pista de Chase Field em Phoenix fossem parâmetro teríamos James Stewart mais uma vez liderando os tempos com a volta mais rápida em 52s 756, seguido pela sensação do momento, Ryan Dungey com 53s 323 e Chad Reed com 53s 366. Os companheiros de equipe de Stewart e Reed, respectivamente, Josh Hill e Ryan Villopoto faziam 53s 508 e 53s 523. Na Lites (250cc) o mais rápido era Josh Hansen com 54s 169 com Weimer em segundo com 54s 267, Trey Canard ficava com o terceiro melhor tempo com 54s 371.

Na Heat 1, primeira bateria classificatória, Dungey disputou com Josh Hill, Andrew Short, Justin Brayton, Davi Millsaps, Grant Langston e Nicholas Wey para ficar com a primeira posição. Em Phoenix os primeiros nove classificados subi-ram para a final. Dungey piloto Rockstar/Makita Suzuki/Yoshimura venceu a bateria de 8 voltas com uma margem de 5s 363 sobre o segundo colocado Josh Hill e Andrew Short.

Stewart voltava para a pista na Last Chance para vencer a bateria de seis voltas com uma vantagem de 2s484 sobre o segundo e último clas-sificado, Thomas Hahn.

A Heat 2, segunda bateria classificatória e

com os principais concorrentes ao título, foi vencida por Ryan Villopoto com Chad Reed em segundo, Tedesco em terceiro, Austin Stroupe em quarto e Kevin Windham em quinto. Uma queda forte logo no inicio da bateria tirava James Stewart da parada. Stewart voltava para os boxes depois de ter ficado no chão sentindo fortes dores. Villopoto vencia a bateria com uma mar-gem folgada de 10s770.

Na Lites, Jake Weimer confirmava seu po-tencial vencendo Wil Hahn por 1s511, enquanto a segunda bateria era vencida por Josh Hansen sobre Ryan Morais com uma folga de 10s 531. Nosso representante Jorge Balbi terminava em 17º ficando para a Last Chance. Na bateria final para classificação com quatro pilotos subindo para a final, Broc Tickle venceu a parada com 2s653 de vantagem para Trey Canard. Balbi ficava com o sexto lugar chegando com uma desvanta-gem de 20s040 para o primeiro colocado. Balbi mais uma vez ficava de fora por um pouco mais do número de corte.

Na bateria final das 450 quem levou a melhor na largada e fez o holeshot foi Ryan Dungey com seu companheiro de equipe, Austin Stroupe em segundo seguido por Ryan Villopoto. Antes de

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Ryan Dungey vence a Etapa de Phoenix – Stewart faz 15º e Reed fica fora mais uma vez

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terminar a volta Ryan Villopoto já assegura o segundo lugar com Josh Hill em terceiro, Austin Stroupe em quarto e Ivan Tedesco em quinto. Stewart e Reed estão lá atrás em décimo e décimo primeiro. Na busca para subir de posições Stewart e Reed se chocam na entrada de uma curva à direita e ambos vão para o chão. Reed levanta apenas para voltar e abandonar a prova, Stewart demora em seguir seu caminho e logo toma uma volta do líder para ficar em 18º. Dungey na ponta lidera Villopoto em segundo com quase quatro segundos de diferença, Josh Hill anda em terceiro com uma boa folga. Tedesco aparece em quarto com Andrew Short em quinto. Stewart busca uma recuperação, mas não consegue passar do décimo quinto lugar.

Ryan Dungey conquistou sua primeira vitória nas 450 e de quebra passa a ser o líder do campeonato com 47 pontos, Em segundo Ryan, Villopoto com 38 pontos seguido de Josh Hill e Kevin Windham com Andrew Short em quinto . James Stewart com 31 pontos está em sétimo e Reed um dos favoritos para vencer o título sem um único ponto a seu favor. Se as coisas estavam difíceis para ele saindo de Anaheim 1, agora nem se fala. Para piorar seu confronto agora deixa de ser somente com Dungey e Stewart e passa a ser também com seu companheiro de equipe Ryan Villopoto.

Terminada a corrida Stewart não muito con-tente com a trombada com Reed foi até o boxe da Kawasaki para tirar satisfações. Não satisfeito com o que ouviu derrubou a moto de Reed do cavalete. Reed ao que tudo indica pode ter quebrado um dos ossos da mão. Se confirmado, pode dar adeus ao que parecia ser uma temporada espetacular.

Na Lites a coisa também foi agressiva. Na lar-gada Josh Hanse e Wharton mergulharam juntos na 1ª curva. Wharton forçou e Hansen acabou

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sendo empurrado para fora da pista. Na segunda volta é Wharton em primeiro seguido por Weimer com Canard em terceiro. A disputa é intensa entre os pilotos Wharton, Morais e Weimer quase que lado a lado. Morais leva a melhor trazendo com ele Weimer deixando Wharton em terceiro. Com apenas uma volta para o final Weimer faz a ultrapassagem sobre Morais assumindo a ponta. Weimer vence mais uma com Morais em segundo, Wharton em terceiro, Hahn em quarto e Tickle em quinto. No campeonato, Weimer lidera com 50 pontos, Morais segue em segundo com 42, Wharton em terceiro com 38, Canard em quarto com 36 e Hahn em quinto com 34.

Com a volta a Anaheim esperamos ver nosso representante Jorge Balbi se classificar para a final e ver se finalmente Reed consegue terminar uma prova.

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Depois de uma semana de fortes chuvas e até uma certa dúvida se a etapa de Anaheim II iria acontecer, o Sábado amanheceu ensolarado e o tempo disposto a dar uma mãozinha à galera que participa do campeonato e aos que vão para assistir. Os treinos iniciaram um pouco mais tarde que o normal devido ao trabalho de escoamento da água e preparação do terreno com material especial para ajudar na secagem da pista.

Durante a semana algumas informações da-vam como certo a não participação de Chad Reed devido a cirurgia realizada na mão quebrada na etapa de Phoenix no incidente entre ele e James Stewart. Reed deverá ficar fora do Supercross por pelo menos seis semanas e se a coisa estava difícil para ele, depois de Phoenix ele deu um abraço final ao campeonato. James Stewart por sua vez era uma incógnita. Ainda sentido dores no ombro devido ao tombo com Kyle Partridge na clas-sificatória também em Phoenix, sua participação dependeria de como ele iria se sentir durante os treinos e a classificatória. Outro que está fora desde o inicio é Josh Grant que está sendo sub-stituído por Michael Byrne na Joe Gibb’s Toyota Yamaha Racing.

Em plena forma Ryan Dungey nas 450 e

Jake Weimer nas 250, cada vez mais confiantes esperavam andar bem mais uma vez em Anaheim. Nosso representante, Jorge Balbi se classficou em segundo no seu treino para participar da Classificatória à noite. Com um piso um pouco mais pesado esperava-se uma boa participação do Brasileiro.

A primeira classificatória das 450 viu Austin Stroupe largando bem, mas sendo logo ultra-passado por James Stewart. Duas voltas depois Stroupe conseguiu uma boa linha e passou Stew-art por dentro deixando-o em segundo. Vindo de trás depois de uma péssima largada veio Josh Hill recuperando terreno. Subindo de posição a cada volta Josh Hill assumiu a ponta da classificatória para vencer com Stewart em segundo, Andrew Short em terceiro e Stroupe em quarto. Os demais pilotos classificando-se para a final foram, Tho-mas Hahn, Chris Blose, Kyle Chisholm, Nicholas Wey e Justin Keeney.

Na segunda classificatória o atual líder, Ryan Dungey fez o holeshot com Villopoto em seg-undo, Michael Byrne em terceiro, Ivan Tedesco em quarto com Windham em quinto. As posições foram mantidas praticamente sem alteração até o final com Millsaps se classificando em sexto, Bray-

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Ryan Dungey vence mais uma e abre 15 pontos na liderança. Chad Reed fica fora e Stewart faz um terceiro lugar.

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ton em sétimo, Langston em oitavo e Gomez em nono. A Last Chance viu Izoird subir para a final com Thomaz em segundo.

Chagávamos á final com a dúvida ainda se Stewart alinhava ou não. Ainda sentindo fortes dores, dependia única e exclusivamente dele para decidir a sua participação. Última prova da noite os piloto alinharam e Stewart estava entre eles. Na largada a melhor ficou com Austin Stroupe com Stewart nos calcanhares, assumindo a ponta logo na segunda curva. Ao passar pela mesa de chegada completando a 1ª volta Stewart na ponta com seu companheiro de equipe Josh Hill em segundo, Stroupe em terceiro, Dungey em quarto e Short em quinto. Stewart liderou a corrida até a quinta volta com Josh Hill buscando uma forma

de passar. Na sexta volta Hill achou o caminho e assumiu a ponta com Dungey já em terceiro. Enquanto Hill buscava manter a ponta, Dungey chegava mais perto até assumir a segunda posição de Stewart na 12ª volta. Josh Hill visivelmente cansado perdia a liderança para Dungey na 14ª volta. As posições se manteriam daí para frente até o final da prova com Dungey na ponta, Hill em segundo, Stewart em terceiro, Short em quarto e Windham em quinto. Villopoto segundo no campeonato ao chegar em Anaheim, chegava apenas em sétimo atrás de Brayton.

Após Anaheim II Dungey lidera o campe-onato com duas vitórias e 72 pontos ganhos ampliava sua vantagem, 15 a mais que o segundo colocado Josh Hill com 57 pontos e 20 a mais que

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Villopoto o terceiro colocado no campeonato. Short está em quarto, com o mesmo número de pontos que Villopoto, e Stewart em quinto com 51 pontos.

Nas 250 Jorge Balbi se classificou para a pro-va final chegando em sexto na sua classificatória, a mesma de Jake Weimer que chegou em primeiro lugar, com Tickle em segundo, Hahn em terceiro, Anstie em quarto e Jeff Alessi em quinto. A outra classificatória da 250 foi totalmente dominada por Josh Hansen com Seeley em segundo, Canard em terceiro, Baker em quarto, e Gosselaar em quinto. A Last Chance ficou por conta de Wharton e Pau-lin. Nada fraco dado a qualidade dos pilotos.

Na final o holseshot foi de Jake Weimer que largou na ponta e não olhou para trás até o final

da prova. Hansen ficou em segundo até a quarta volta quando foi superado por Hahn que ficou em segundo até o final da prova. Trey Canard as-sumiu a terceira posição na décima volta deixando Hansen em quarto. Quem andando bem foi Pau-lin, mais acostumado com o Supercross assumiu a quinta posição atrás de Seeley. Balbi terminou a prova em 13º. Uma posição boa para quem está sem ritmo de prova. A partir desta etapa devemos ver mais de Balbi que já figura entre os 20 primei-ros no campeonato com os oito pontos ganhos.

Na Lites Jake Weimer lidera com 75 pontos ganhos, Canard é segundo com 56, Hahn terceiro, também com 56 pontos ganhos, Baker é quarto e Gosselaar é quinto.

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EnTrEVISTanICKY haIDEn - DUCaTI

Texto: Derick Almeida e Fotos: Divulgação

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ENTREVISTA

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Ser um piloto na categoria mais disputada do motociclismo mundial não é sempre um mar de rosas. Para cada vencedor, há, no mínimo, dez perdedores e, para cada dez perdedores, há centenas de outros que nunca conseguiram sequer uma chance. Somado a isso, há a pressão de um fabri-cante/patrocinador que investe, não apenas dinheiro, mas tempo em cima de um piloto. Para alguns, isso é coisa forte demais para segurar. O ameri-cano Nicky Hayden sabe muito bem como é estar no topo; o campeonato do MotoGP conquistado em 2006 atesta isso. Mas, ele também sabe o que é estar por baixo, batalhando por um espaço. Em 2009, tivemos a oportuni-dade de conhecer outro lado do “Kentucky Kid”, haja vista as dificuldades que se impuseram em seu caminho.

Após sete anos na equipe de fábrica Honda, Nicky Hayden teve de ceder espaço ao novo talento da época, Andrea Dovizioso. Hayden, even-tualmente, achou uma nova casa ao entrar para a equipe italiana Ducati, junto a outro campeão mundial, o australiano Casey Stoner – conhecido como um dos únicos pilotos capazes de domar a super máquina da escude-ria. O americano, entretanto, não se sentiu intimidado e cogitou correr atrás de seus objetivos. O que não constava nos planos, todavia, era a má sorte e a tamanha dificuldade em se adaptar à motocicleta, algo que o manteve no bolo de trás, pelo menos, até a metade do campeonato. A reviravolta veio no GP de Indianápolis, onde todos puderam ver o esforço de Nicky Hay-den se consolidar em cima do pódio. Um resultado que, com certeza, salvou seu emprego em 2010.

EnTrEVISTa nICKY haIDEn

Texto: Derick Almeida e Fotos: Divulgação

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ENTREVISTA

Como foi o ano de 2009 para você?Você sabe, sinceramente, minhas expecta-

tivas eram muito maiores. Foi um ano difícil. Nós batalhamos e os resultados que obtínhamos não era o que esperávamos. Especialmente no começo. A comunicação dentro da equipe era um problema e começamos o ano com o pé esquerdo com todos os acidentes e assim por diante. Meio que tudo estava indo por água abaixo. Mas, a equipe fez um ótimo trabalho e ficou do meu lado em todas as circunstâncias. Fizemos algumas mudanças ao longo da temporada e as coisas começaram a se acertar.

Houve um momento de virada, decisivo, para você na temporada 2009?

Na terceira etapa, quando a Ducati colocou um novo chefe de equipe. Trazer ele para dentro da equipe possibilitou a superação dos proble-mas de comunicação que nos atordoavam. O maior problema que eu tinha com o antigo chefe

de equipe era entender o inglês dele e ele, por sua vez, entender o que eu falava a respeito da motocicleta, dentre outros. Ele agora ficou como uma espécie de consultor da equipe e as coisas funcionaram muito bem. Ele é um cara bastante inteligente, mas não era a melhor escolha para Casey [Stoner] e eu. Assim que solucionamos isso, a mesa virou.

Você diria que esta foi a temporada mais complicada da sua carreira?

Cara, diria que sim. De um jeito ou de outro, creio que este teria de ser o ano mais difícil. Digo, já tive algumas outras temporadas bem complica-das, mas nesta sempre estive no limite. Com todos machucados, provas perdidas, problemas para dominar a motocicleta e a equipe. Sim...diria que esta foi, provavelmente, a mais difícil.

Seu irmão, Tommy, sempre foi uma espécie de mentor para você. Ter ele por perto serviu de ajuda extra para encarar as dificul-dades da temporada?

Sim, claro. Tommy basicamente me ensinou a competir desde o começo e ele representa uma grande parte das conquistas da minha carreira. Em 2009, ele foi ao Qatar e Valencia, como tam-bém nos testes. É bom ter ele por perto. Eu con-verso com ele quase todos os finais de semana. É bom, pois preciso de alguém que me diga como estou andando, de maneira direta, sem enrolação. Há muitas pessoas que dirão coisas boas a mim, mas precisamos de alguém que nos coloque a par da realidade. É para isso que servem os irmãos. Tommy sempre estará aqui para me dizer como as coisas estão.

Você se feriu bastante em 2009. O quanto isso te afetou?

Muito. Posso começar por Qatar. Tive de passar a noite anterior à corrida no hospital. Foi complicado, a sensação era a de ter levado uma surra. Eu definitivamente precisava tomar injeções

Você sabe, sinceramente, minhas expectativas eram muito maiores.“ “

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para aliviar a dor. Japão foi outro lugar bastante difícil. Após ter sido tirado da pista por Taka-hashi, eu bati a cabeça e tive de ir direto para Jerez na outra semana, algo que não me ajudou muito. Eu não aprendi nada andando em Jerez e aquele fim de semana foi um sufoco. Eu provavelmente deveria ter deixado essa passar.

Parece que se você teve alguma coisa na temporada 2009 foi azar, especialmente, em Misano, onde De Angelis tirou você e outros competidores da corrida.

Cara, com certeza. Misano foi um lugar difícil. Nós tinhamos ido à outra pista italiana, Mugello, e fomos muito mal, mas em Misano, nós mandamos muito bem. Eu me classifiquei com uma ótima posição no treino e estávamos rápidos o final de semana inteiro, aspirando a um lugar no pódio, já que Dani Pedrosa não estava com a bola toda. Depois de tudo isso, acontecer o que aconteceu... Foi difícil me controlar para não me-ter a mão no cara. Não fiquei surpreso por ele ter feito aquilo. Ele não é um cara muito esperto. Se você conhecesse ele, com certeza me entenderia. Acredite em mim.

Diriamos que Indianápolis foi o ponto mais alto da sua temporada, correto?

Com certeza, Indianápolis. Voltar para “casa”, conquistar um pódio e, basicamente, salvar meu emprego apenas a algumas horas da minha cidade natal, foi algo muito especial. Não vou mentir. Pedrosa e Rossi podem ter caído, mas senti que trabalhamos muito naquele final de semana e que ficamos na frente de caras muito talentosos.

Arrisca alguma resposta a respeito da “doença” de Casey Stoner em 2009? Isso afetou você de alguma maneira?

Isso foi algo estranho. Foi complicado para equipe, com certeza. E um pouco confuso. Ninguém sabia muito bem o que se passava com ele. Estivesse ele doente ou não, ficar três corridas

de fora mostrou ser a coisa certa a se fazer. Casey voltou às pistas com um ritmo muito forte, gan-hando corridas, e aparentemente saudável. Entao, creio que isso tenha funcionado.

Como esta pré-temporada tem sido para você?

Boa. O teste no final de 2009 em Valência foi bacana. Nós ficamos entre os cinco primeiros que, para um campeão mundial não é nenhum resultado para se gabar, mas fizemos um bom progresso e isso nos encorajou muito. Testamos algumas coisas lá que pareceram já ter melhorado. Nós teremos um longo período de recesso, mais ainda do que o normal, então tenho treinado e passado um tempo em casa também. Estive na Europa e na Índia com a Ducati para tratar de

Voltar para casa, conquistar um pódio e, basicamente, salvar meu emprego a algumas horas da minha cidade natal foi algo muito especial.

“ “

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algumas questões relacionadas a patrocínio. Agora estou em casa curtindo o “feriado” e isso muito legal. Fizemos, também, alguns testes no túnel de vento na Itália para conseguirmos tornar a moto-cicleta mais rápida nas retas. Sou mais alto que o Casey Stoner, mas a diferença de velocidade nas retas entre ele e eu tem sido muito grande, por isso vamos trabalhar em cima disso.

O que você acha do cronograma de testes mais apertado este ano?

Eu sou um que, progride muito com os testes. Eu gosto de me dedicar nestas situações e conseguir tudo o que posso para mim e minha motocicleta. Então, será que eu gostaria de mais tempo para fazer isso? Com certeza, mas o atual cenário econômico tem dificultado as coisas e isso é compreensível. As coisas não são mais como antigamente com rios de dinheiro correndo por aí e uma tonelada de testes para fazer. As pessoas têm seus “budgets” e os grandes patrocinadores

dificilmente aparecem. As equipes não possuem mais a carteira recheada de dinheiro que tinham antes e isso torna esta situação compreensível.

Tratando-se de novas regras, o que você acha das motocicletas 1000cc entrarem na competição em 2012?

Eu gostei! Nós precisávamos voltar às 1000cc. As motocicletas precisam de maior potência. Isso é o que o MotoGP deveria ser. Eu sempre achei que a categoria devia manter as 990cc. A primeira coisa a se fazer, digo isso por mim, é ter certeza de que estarei em uma equipe de fábrica em 2012 para que eu possa usufruir desta nova regra. No âmbito das competições 2 anos representa um longo caminho, visto isso, irei me concentrar e ter certeza que estarei por perto quando isso acontecer.

Olhando para a temporada 2010, o que será preciso fazer para andar junto dos caras que estão dominando a categoria (Rossi, Lorenzo, Stoner e Pedrosa)?

Estes caras, hoje, estão muito melhores do que o resto. No meu caso, muitas coisas deverão ser feitas, não apenas uma. Eu preciso trabal-har algumas coisas e a equipe tem modificado a motocicleta para atender as necessidades. É uma multiplicidade de diferentes coisas. Sendo meu segundo ano no time e conhecendo melhor vários aspectos da motocicleta em cada tipo de pista, as coisas serão muito mais simples. Eu espero que consigamos estabelecer um bom acerto na moto-cicleta, algo que, infelizmente, não aconteceu em 2009 e que poderia nos dar uma confiança extra. Geralmente levamos os três dias de competição – sexta-feira, sábado e domingo – para entrar no ritmo dos demais. O que temos de fazer desta vez é focar em conseguir um bom conjunto de acertos logo de cara, para que não tenhamos de ficar correndo atrás do prejuízo.

Casey Stoner fez um comentário um

No meu caso, muitas coisas deverão ser feitas, não apenas uma.“ “

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tanto estranho sobre a queda que sofreu no warm-up em Valência. Ele disse que havia algo relacionado à motocicleta. Algo que poderia ter acontecido a qualquer momento no campeonato e, que, finalmente o pegou. Há, realmente, a necessidade de se fazer algo especial ou diferente com a Ducati antes de uma corrida?

Mais ou menos. Na volta de apresentação temos de colocar a motocicleta em um modo de operação – que afeta diretamente o sistema alimentação da motocicleta - que nos impede de acelerar muito. Isso quer dizer que conseguimos poupar um pouco de combustível, mas também, significa que não conseguimos esquentar muito os pneus naquela volta. Por isso, quando vamos para o warm-up, temos de tomar cuidado com o que fazemos. O Stoner apenas pressionou a motocicleta um pouco mais naquela volta sem os devidos cuidados com o a temperatura dos pneus.

A fotografia da Ducati 2010 feita para o MotoGP que você tirou no seu celular e colocou no seu website tem gerado grande rebuliço. Você entrou em alguma encrenca por ter feito isso?

[risos] Sim. Sim, entrei numa encrenca. É que eu estava tão animado quando estávamos lá resolvendo algumas coisas com os patrocinadores e, como o pessoal já havia visto a motocicleta nos testes em Valência, pensei que não seria prob-lemático tirar uma foto dela. Eu cometi um erro e não deveria ter colocado ela na web, mas cara, ela ainda não estava com os logos e todos já haviam visto ela. Ok, eu entrei numa fria por esta atitude e estou arrependido. Mas também não foi de todo mal, eu não sai espalhando fotos dos projetos dos nossos motores por aí, sabe.

Você irá para sua oitava temporada no MotoGP em 2010 e gostaríamos de saber se ainda bate aquela mesma adrenalina de anos

anteriores quando você pensa nos GP’s?Quer saber de uma coisa? Eu ainda sinto. Eu

estava em uma motocicleta treinando em um dia desses de inverno e pensava comigo mesmo “Será que eu realmente fico animado com isso ou só estou falando por falar?” A verdade é que estou mais animado agora, para a temporada 2010, do que quando cheguei à categoria. Faço questão de manter esta motivação.

Quais são os seus objetivos para 2010?Olha, vou ser bastante realista. Não vou sair

dizendo que vamos ganhar corridas todos os finais de semana. Será um ano complicado, mas tenho de figurar entre os quatro primeiros colo-cados e estar no pódio constantemente. Qualquer coisa menor do que isso e eu ficarei decepciona-do. Fizemos um bom progresso neste último teste em Valência e acho que agora, em nosso segundo ano de parceria, se conseguirmos chegar à boas alternativas de acerto para motocicleta, estaremos entre os primeiros. Nós precisamos estar.

Olha, vou ser bastante realista...“ “

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Valeu Nicky. Quer acrescentar alguma coisa?

Eu quero muito dizer que tenho orgulho da minha equipe e agradeço bastante o fato de terem ficado do meu lado nos piores momentos. Foi bastante difícil, mas considerando tudo o que aconteceu, eu realmente acho que saímos de lugar nenhum e chegamos a um patamar mediano. Agora, em 2010, precisamos ir além. Também, gostaria de agradecer aos meus fãs. Eles sempre ficaram ao meu lado e é ótimo ver isso. Agradeço-os bastante por tudo.

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