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TPUBLICA DAS - fpcub.pt · go a uma experiente população. Depois tem um presidente de câmara completa- ... culpafoi do ciclista, ... A volta à Murtosa em bicicleta,

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TPUBLICA DAS

ïexto de FILIPA MOROSO Fotolrafias de SARA MATOS

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i3 pr*si*i*nt* daCâmara Municipalda Murtosa (emcima) faz 17 qui ló-metros diários embicicleta; na hora dadespedida o pesca-dor junto à r ia deAveiro

Marta responde com a naturalidade pró-pria de quem faz deste meio de transporteuma rotina. Serve-Ihe para tudo. para ir àscompras, para ir buscar os filhos à escola.para dar as suas voltinhas. (Aqui, todosandâÍn de bicicleta. É nonnab.

Anormal, por aquelas bandas, é assistir--se a um engarrafamento de trânsito. Ahora de ponta acontece quando o toque desaÍda soa na escola padre António Moraisda Fonseca, que congrega o ensino básicocom o secundário. A avalanche de ciclistasé grande e os números voltam a surpreen-der. <<Diria que ente os quase 4ü) alunos,mais de 90% utilizam bicicleta na desloca-gão casa-escolo, diz o presidente SousaSantos. O parque de estacionamento no in-terior da escola não desmente taÌ adesãomaciça. Está recheado de bicicletas paratodos os gostos e feitios.

Kayla Ponte, aluna do 10.o ano, montadanuma velha 'amiga' de duas rodas, ajuda adescrevê-lo: <<Parece uma oficina de bicletasr.Já André Pereira, um rapaz ruivo de sardas,a quem os coÌegas chamam Harry potte4, dizque fïnalmente ganhou a sua autonomia.<rAgora já posso tazer a minha bieicleta, amirúa mãe finalmente ganhou confiança na

mirúa condução. Os miúdos que ainda nãoconquistaram tal conÍiança vão à boleia dospais, muitos deles em bicicleta.

MuÉosa ciclávelMas o que é que a Murtosa tem para ser oreino deste veículo não motorizado? pri-meiro, tem uma geografia abençoada, qua-se toda ela plana. Há uma única subida naterra, na Ponte Varela, e mesmo assim nãoé muito acentuada, incapaz de tirar o fôÌe-go a uma experiente população. Depoistem um presidente de câmara completa-mente rendido às benesses deste saudávelmeio de transporte. <<Eu próprio faço L7quilómefos por dia, faço-os por gosto e porEraz,er. O ca:ro [um BMW série 5] só sai dagaragem em dias demuita chuva ou quan-do deslocações maiores a isso obrigam>,diz o presidente eleito pelo pSD desd.e 1998,e que cumpre o seu ultimo mandato.

Viaja numa pasteleira antiga de marcaRaleigh, <<comparada a um czuïo clássi-co>, e saúda a toque de campainha quempassa. Numa média de 20km/hfaz o per-curso entre a freguesia do Bunheiro, ondevive, e a praça do município. Em 2002, emconjunto com a Agência portuguesa doAmbiente e com a Universidade de Aveiro

,ti *'1rriâ da escolaPadre António Mo-rais da Fonseca; eos alunos de regres-s o a c a s a : a ú n i c ahora de ponta naMurtosa

parceiras no Projecto Mobilidade Sus-ntável - criou o Murtosa CicIáveI, <<um:ojecto que promove auttltzaçáo da bici-eta nas deslocações do dia-a-dia, comoeio de transporte suave, amigo da saú->, do ambiente e da carteira. E tambémrmo meio de descoberta do patrimóniortural e cultural locab. Para este últimoêito, nasceu também o NaturRia, um)rcurso visitável da natureza, com visi-s guiadas ao longo da frente ribeirinhaÌra quem chega de fora e que faz parter estratégia de ecoturismo.Concelho rural e humilde, de recursos;rícolas e piscatórios, o município daurtosa é dividido em dois pelo braço nor-da ria de Aveiro. Com uma longa tradi-

Lo no uso das bicicletas, a região, com74rilómetros quadrados, tem cerca de 20rilómetros de ciclovias construídas, alémr corredores bike friendly no interior doicleo urbano. Ali, há respeito entre o au-mobilista e o ciclista. No que toca à par-lha do asfalto, é o último que leva largamtagem.<<Ponho toda a população a andar de bi-cleto, diz orgulhoso Sousa Santos. Aci-rntes? <d)e grande gravidade, há a regis-r apenas um que deu em morte. Mas a

culpafoi do ciclista, que ia distaído e nãorespeitou a sinalização. Acabou debaixode um carro>.

Na calha está ainda outro projecto, o Ci-cloRia, um sistema de bicicletas públicaspartilhadas entre a Murtosa e os municí-pios vizinhos de Estarreja e Ovar. A ideia éir, por exemplo, da Murto-sa a Estarreja - onde hácaminhos de ferro - de bi-ci.cleta e deixar a dita naestação de comboios paraseguir viagem para ou-tros destinos. As bicicle-tas têm um sistema deGPS integrado que permi-te saber sempre onde es-tão, evitando assim o seuroubo. O projecto, <<quejuntou o saber da Univer-sidade de Aveiro aofazer

(Eu PRoPR|o FAço*

;{Ë-ï FF ir "ttu,.

O CARRO SÓ SN DA

cicloturÍstico do emigrante em Agostotêm posto a região no mapa entre osamantes do ciclismo.

Em 2009, no ano em que a FederaçãoPortuguesa de Cicloturismo e Utilizado-res de Bicicleta atribuiu ao municÍpio oprémio nacional Mobilidade em Bicicle-

ta, o Presidente da Repú-blica. Cavaco Silva. numavisita à Murtosa no âmbi-to do programa comunida-des locais inovadoras, des-tacou-a como exemplo aseguir. Em 2010, a regiãoaderiu à rede portuguesa

de cidades móveis, comomunicÍpio fundador. Epara o futuro, jâ em 2012,recebe o congresso ibéricode bicicletas.

Na despedida passamos

GARAGEM QUANDOAS-DESL0CAç0ESSA0 MA|ORESI,

DIZ O PRESIDENTEDA CÂMARA

camarário>, já está em andamento e temum custo previsto de um milhão de euros.<<IVIas o retorno já se começa a sentir com oplano esfatégico de eco-turismo>, afiançaSousa Santos.

A volta à Murtosa em bicicleta, a Pri-mavera ciclável, os sucessivos bike pa-pers que se fazem pela terra ou o passeio

de carro por um pescador junto à ria,com um balde que acusa o proveito dapesca. Sentimo-nos desfasadas daquelarealidade saudável e sem pressas. So-mos tão diferentes dos murtoseiros, quejá nascem a saber andar de bicicleta...As grandes cidades ainda têm um longocaminho a trilhar.

ubrr13/05/Í

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