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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CURITIBA 2008

TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO - tcconline.utp.br · Mestre (Especialista) em Médico Veterinário no Programa (Curso) de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CURITIBA

2008

Patrícia Moro

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de

Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade

Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para

obtenção do grau de Médico Veterinário.

Professor Orientador: Dr. José Maurício França.

Orientador Profissional: Ana Paula Conink Mafra

Poleto.

CURITIBA

2008

TERMO DE APROVAÇÃO

Patrícia Moro

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Está dissertação (Trabalho de Conclusão de Curso) foi julgada para obtenção do título (grau) de Mestre (Especialista) em Médico Veterinário no Programa (Curso) de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.

Curitiba, 10 de novembro de 2008.

_________________________

Medicina Veterinária

Universidade Tuiuti do Paraná

Professor. Dr. José Maurício França

Universidade Tuiuti do Paraná – Orientador

Prof. Valmir Kowalewski de Souza

Universidade Tuiuti do Paraná – Membro

Prof. Welington Hartmann.

Universidade Tuiuti do Paraná - Membro

DEDICATÓRIA

À minha família pelo apoio, carinho e incentivo, sempre passando exemplo

de caráter, honestidade e perseverança.

Aos meus amigos que estiveram presente, durante a graduação.

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. José Maurício França, meu orientador, por seus ensinamentos e

pelo apoio durante a elaboração deste trabalho.

A equipe da Vigilância Sanitária do Distrito Sanitário do CIC, pelo apoio,

incentivo, e ensinamentos da metodologia dos trabalhos de campo para inspeção de

alimentos.

E a todos que de alguma forma contribuíram para este trabalho.

RESUMO

Este relatório tem como objetivo demonstrar as atividades desenvolvidas

durante o estágio curricular. Realizado na Secretária Municipal da Saúde, regional

CIC. Nos períodos de quatro de agosto a nove de outubro. Totalizando 363 horas.

Sob a orientação de José Maurício França e a orientadora profissional Ana

Paula Conink Mafra Poleto.

Durante este período, houve à oportunidade de acompanhar inspeções em

vários estabelecimentos: mercado, supermercado, hipermercado, açougue,

panificadora, sorveteria, indústrias e armazéns.

Fiscalizando os estabelecimentos de interesse à saúde, verificando a

conformidade dos serviços e produtos ofertados à população, de acordo com a

legislação sanitária, realizando coleta de amostras, orientações técnicas, análise de

projetos arquitetônicos e atendimento às reclamações.

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01- Interditada a área de vendas do mercado..............................61

FIGURA 02 -Interditada a área de vendas do mercado..............................61

FIGURA 03 -Temperatura abaixo do limite de Segurança Alimentar..........67

FIGURA 04 -Balança com fiação exposta na área do açougue..................68

FIGURA 05 -Câmaras mal organizadas......................................................68

FIGURA 06 -Bandeja de frutos do mar com temp. inadequada..................69

FIGURA 07 -Balança com sinais de ferrugem.............................................70

FIGURA 08 -Pizza pronta com temperatura inadequada............................72

FIGURA 09 -Filé de pescado com sinais de descongelamento..................73

FIGURA 10 -Ingredientes para feijoada com temp. inadequada.................73

FIGURA 11 -Lingüiça com temperatura inadequada...................................74

FIGURA 12 -Mercadorias apreendidas........................................................74

FIGURA 13 -Produtos inutilizados no aterro Sanitário.................................75

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 -Casuística do Distrito Sanitário CIC..........................................17

TABELA 2 -Infrações Sanitárias...................................................................31

TABELA 3 -Principais características de produtos adulterados...................55

LISTA DAS SIGLAS

AIFU - Ação integrada de Fiscalização Urbana.

APCC - Análise de Pontos Críticos de Controle.

BPF - Boas práticas de Fabricação.

CAL - Central de denúncias.

DTA - Doenças transmitidas por alimentos.

FAS - Fundação Ação Social.

GMF - Boas práticas de Manufaturas.

HACCP - Análise e Pontos Críticos de Controle.

PCC - Pontos Críticos de Controle.

PPHO - Procedimento Padrão de Higiene Operacional.

SMU - Secretaria Municipal de Urbanismo.

SMF - Secretaria Municipal de Finanças.

SMS - Sistema Municipal da Saúde.

SMAB - Secretaria Municipal de Abastecimento.

SIM - Serviço de Inspeção Municipal.

SIF - Serviço de Inspeção Federal.

SIP - Serviço de Inspeção no Estado do Paraná.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................13

2. ESTATÍSTICAS DO DISTRITO SANITÁRIO DO CIC.......................15

2.1 POPULAÇÃO DO DISTRITO SANITÁRIO DO CIC ..........................15

2.1.1 UMS que compõem o Distrito da Cidade Industrial (CIC) .................15

2.2 PRINCIPAIS RAMOS DE ATIVIDADE: .............................................16

2.3 DADOS REFERENTES ÁS INSPEÇÕES.........................................17

3. VIGILÂNCIA SANITÁRIA ..................................................................19

3.1 ATIVIDADES DE ROTINA ................................................................19

3.2 ATIVIDADES PROGRAMADAS........................................................20

3.3 IMPLEMENTAÇÃO DA INSPEÇÃO SANITÁRIA..............................21

3.4 COMPETÊNCIA................................................................................21

3.5 PRODUTOS RELACIONADOS À SAÚDE........................................22

3.6 INSPEÇÃO SANITÁRIA....................................................................23

3.7 FINALIDADE DA ANVISA.................................................................23

3.8 FISCALIZAÇÃO ................................................................................25

3.8.1 Legislações mais utilizadas:..............................................................25

4. DEFINIÇÃO DE SIM, SIF E SIP........................................................34

4.1 SIM (SERVIÇO DE INSPEÇÃO MUNICIPAL) ..................................34

4.3 SIP (SERVIÇO DE INSPEÇÃO NO ESTADO DO PARANÁ) ...........34

5. SEGURANÇA ALIMENTAR..............................................................36

5.1 DEFINIÇÃO.......................................................................................36

x

11

5.2 ALIMENTOS QUE PODEM SE TORNAR PERIGOSOS ..................36

5.3 PERIGOS POTENCIAIS PARA A SEGURANÇA ALIMENTAR........37

5.4 COMO O ALIMENTO SE TORNA PERIGOSO.................................37

5.4.1 Controle de Tempo e Temperatura ...................................................38

5.4.2 Fatores que resultam em DTA ..........................................................39

5.4.3 Contaminação Cruzada.....................................................................40

5.4.4 Prevenção da Contaminação Cruzada..............................................40

5.4.5 Controle no Armazenamento dos Alimentos .....................................40

5.4.6 Exposição do Alimento Preparado ao Consumo...............................41

5.4.7 Características dos Produtos e Matérias-Primas: .............................41

5.5 PROCEDIMENTOS PARA GARANTIR A SEG. ALIMENTAR..........45

6. HACCP..............................................................................................47

6.1 PROGRAMA PRÉ-REQUISITO: .......................................................49

7. PROCEDIMENTO PADRÃO DE HIGIENE OPERACIONAL ............51

7.1 APLICAÇÃO DO PPHO ....................................................................51

8. FRAUDES EM ALIMENTOS.............................................................54

8.1 TIPOS DE FRAUDES EM ALIMENTOS ...........................................55

8.2 FRAUDES POR ADULTERAÇÃO.....................................................55

8.2.1 Omissão de constituintes da fórmula de reg. de fabricação..............55

8.2.2 Simulação de quantidade de alimento especificada .........................56

8.3 FRAUDES POR FALSIFICAÇÃO......................................................57

8.3.1 Quanto a Qualidade: .........................................................................57

8.3.2 Quanto à apresentação do produto:..................................................58

8.3.3 Quanto à procedência de produto:....................................................58

xi

12

9. RELATO DE CASOS ........................................................................59

9.1 SURTO ALIMENTAR – CASO 1 .......................................................59

9.1.1 Procedimentos para diagnóstico dos surtos de DTAs.......................59

9.1.2 Investigação Epidemiológica.............................................................60

9.1.3 Discussão..........................................................................................63

9.1.4 Recomendações ...............................................................................63

9.2 INSPEÇÃO SIM – CASO 2 ...............................................................64

9.2.1 Roteiro de Inspeção SIM...................................................................65

9.2.2 Discussão..........................................................................................66

9.3 APREENSÃO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS – CASO 3 .............71

9.3.1 Discussão..........................................................................................72

10. CONCLUSÃO ...................................................................................77

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................78

xii

13

1. INTRODUÇÃO

O trabalho de conclusão de Curso tem a finalidade de qualificar o estudante

de Medicina Veterinária para a vida profissional, aliado ao conhecimento das

matérias cursadas durante a graduação.

Tendo como objetivo demonstrar as atividades desenvolvidas durante o

estágio curricular, realizado na Secretária Municipal da Saúde, Regional Cic na área

de Vigilância Sanitária. Nos períodos de quatro de agosto a nove de outubro de

2008. Perfazendo um total de 363 horas. Sob a orientação do professor José

Maurício França e a orientadora profissional Ana Paula Conink Mafra Poleto.

Durante este período, foram acompanhadas inspeções em estabelecimentos

diferenciados. De forma a orientar os proprietários que possuem interesse no Alvará

(inspeção física–estrutura) e na Licença Sanitária (é o ato administrativo unilateral e

vinculado pelo qual a administração faculta àquele que preencha os requisitos legais

ao exercício de uma atividade. Envolve direitos, se caracterizando como ato

vinculado. Cabe a autoridade verificar se foi preenchido os requisitos legais exigidos

para determinada licença. Estando o requerente apto, caberá ao poder público

conceder a respectiva licença, sem possibilidade de recusa, terá direito a concessão

de licença todo estabelecimento que apresente boas condições de funcionamento e

que ofereça o mínimo de risco à saúde coletiva conforme os requisitos legais

específicos segundo a legislação vigente). Possui validade de um ano, sendo

necessária uma nova inspeção no estabelecimento, a partir da data prevista.

A nova licença deverá ser requerida 30 (trinta) dias antes do término do

prazo de validade.

14

Análise de projetos arquitetônicos e denúncias através do telefone 156

(CAL).

Orientando sobre os cuidados com os alimentos, higiene e segurança

alimentar. Tratando-se de procedimentos de rotina para a proteção da sua saúde:

• Eliminando, diminuindo, ou prevenindo riscos e agravos à saúde do

indivíduo e da coletividade;

• Intervindo nos problemas sanitários decorrentes da produção,

distribuição, comercialização e uso de bens de capital e consumo, e

da prestação de serviços de interesse da saúde;

• Exercer fiscalização e controle sobre o meio ambiente e os fatores

que interferem na sua qualidade, abrangendo os processos e

ambientes de trabalho, a habitação e o lazer.

15

ESTATÍSTICAS DO DISTRITO SANITÁRIO DA CIDADE INDUSTRIAL (CIC)

1.1 POPULAÇÃO DO DISTRITO SANITÁRIO DA CIDADE INDUSTRIAL (CIC)

A população do Distrito da Cidade Industrial de Curitiba é constituída de

152.937 habitantes.

1.1.1 UMS (Unidade Municipal de Saúde) que compõem o Distrito da Cidade

Industrial (CIC)

FONTE: Decreto Municipal no 665/2005 Elaboração IPPUC – junho/2005

Legenda:

REGIONAL CIC:

• Divisão de bairros: Augusta, Riviera e São Miguel.

16

1.2 PRINCIPAIS RAMOS DE ATIVIDADE:

- Casas de Repouso

- Clínica Médica

- Hospitais

- Ambulatórios

- Fabricação de materiais para uso médico, hospitalares e odontológicos.

- Farmácias

- Motéis

- Escolas

- Pré-escolas

- Creches

- Berçários

- Orfanato

- Posto de coleta

- Supermercados

- Restaurante

- Fabricação de produtos alimentícios

- Açougues

- Panificadoras

- Confeitarias

17

1.3 DADOS REFERENTES ÁS INSPEÇÕES

O Distrito Sanitário da Cidade Industrial de Curitiba (CIC) organiza e informa

as atividades realizadas considerando inspeções na área de alimentos, produtos de

interesse à saúde, saúde do trabalhador, vigilância ambiental, assim como o número

de inspeções conforme a solicitação, alvará, licença sanitária, parecer técnico ou

denúncia.

TABELA 1. Casuística do distrito sanitário da cidade industrial no período de

abril/2008 a agosto/2008.

Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro

Denúncias 4 8 10 4 5 1

Alvará 12 4 2 6 4 9

Lic. Sanit. 12 14 8 13 13 19

Registro 1 14 3 2 1 4

P. do leite 11 11 11 11 11 11

Surto 1 0 0 2 1 1

FONTE: Secretária Municipal da Saúde.

De acordo com a TABELA 1, demonstrada acima, é importante destacar

os pedidos de Alvará, Licença Sanitária, Registro que vem progredindo ano a ano.

Isto significa a conscientização dos proprietários da importância de estar de acordo

com as normas previstas nas legislações vigentes. Para que possam produzir e

comercializar produtos com maior segurança.

18

O número de denúncias vem reduzindo, graça á melhoria da situação dos

estabelecimentos, que tendem a oferecer serviços assegurando a proteção dos

consumidores contra riscos potenciais dos alimentos.

19

2. VIGILÂNCIA SANITÁRIA

Conjunto de medidas que visam à elaboração, a aplicação, o controle e a

fiscalização, respeitada a legislação pertinente, de normas e padrões de interesse

da saúde individual e coletiva, relativa ao ambiente, produtos, serviços e trabalho.

Ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e intervir nos

problemas sanitários decorrentes. (GERMANO, 2003)

A autoridade Sanitária, identificada, terá livre acesso em todos os locais

públicos e privados (edificados ou não), para assegurar o cumprimento da legislação

sanitária vigente.

Base legal:

• RDC 216

• RDC 275

• ISSO 9000

• Legislação Sanitária: Federal, Estadual e Municipal.

• Legislações complementares: Código de defesa do consumidor e

Boas práticas.

(Secretária Municipal da Saúde 2007)

2.1 ATIVIDADES DE ROTINA

Parecer Técnico Sanitário para liberação de Alvará de localização e

funcionamento (parceria SMU e SMF).

Liberação de Licença Sanitária.

20

SIM - Curitiba (Lei 10168/01-Decreto nº. 70/02).

Aprovação de projetos arquitetônicos de estabelecimentos de interesse à

saúde. (TREINAMENTO MINISTRADO ANVISA 2008)

2.2 ATIVIDADES PROGRAMADAS

Inspeção em estabelecimento com ramos de atividades econômicas

priorizadas por grau de risco: baixo, médio e alto;

• AIFU (Estado);

• PARA (ANVISA);

• PASES;

• CEASA;

• Registro de Alimentos;

• Comunicação de Início de Fabricação de produtos dispensados de

Registro;

• Vigilância Nutricional em cantinas: Lei Estadual nº. 14.855/2005;

• Investigação de surtos alimentares;

• Unidade de abastecimento (SMAB);

• Programa Leite das Crianças (Estado);

• Merenda escolar (SME);

• Empório Metropolitano (FAS);

(TREINAMENTO MINISTRADO ANVISA 2008)

21

2.3 IMPLEMENTAÇÃO DA INSPEÇÃO SANITÁRIA

Capacitação profissional;

Política de Fiscalização;

a) Determinação das prioridades locais;

b) Elaboração das condutas e critérios;

c) Divulgação das ações de vigilância;

d) Fiscalização/ inspeção:

Notificação;

Atuação;

Punição (multa e interdição). (ALVES DA SILVA 2005)

2.4 COMPETÊNCIA

Ações sobre o meio ambiente: edificação e parcelamento do solo;

saneamento; saúde ambiental; e, piscinas.

Circulação de bens – produtos relacionados à saúde: medicamentos;

alimento;

Cosméticos; correlatos; saneantes domissanitárioas e agrotóxicos; e águas

minerais e de fontes.

Produção – serviços de saúde: odontológico; clínico-terapêutico; médico-

hospitalar; radiação; e hemoterapia.

Vigilância sanitária do trabalho – análise e risco; orientação e organização

no trabalho; e, conduta de trabalho no serviço público. (GERMANO, 2003)

22

2.5 CIRCULAÇÃO DE BENS - PRODUTOS RELACIONADOS À SAÚDE

Fiscalização das entidades e dos estabelecimentos que os produzem,

comercializam, distribuem, armazenam e ou aplicam.

Licenciamento e cadastramento dos profissionais, estabelecimento e

entidades que os produzem, comercializam e ou aplicam.

Controle, em consonância com a Vigilância Epidemiológica, dos efeitos

desses produtos. (GERMANO, 2003)

Ações e comentários:

Os alimentos são uma das preocupações da vigilância sanitária. Mais do que

nunca é necessário manter a fiscalização sobre os estabelecimentos que

comercializam alimentos industrializados e in natura, bem como aqueles que servem

refeições comerciais ou industriais. Supermercados, açougues, mercearias,

peixarias, avícolas, frutarias e feiras-livres, entre outros, devem obedecer a regras e

padrões previstos em leis e decretos, no âmbito dos três níveis da administração

pública. O mesmo se aplica para refeitórios de indústrias, creches e escolas; ou para

restaurantes, bares, lanchonetes, fast-food, padarias e sorveterias, entre outros. A

adequação, a conservação e a higiene das instalações e dos equipamentos, os

responsáveis técnicos pelos estabelecimentos, a origem e a qualidade das matérias-

primas e o grau de conhecimento e preparo dos manipuladores são imprescindíveis

para garantir a segurança dos alimentos. (GERMANO, 2003)

23

2.6 INSPEÇÃO SANITÁRIA

É o procedimento da fiscalização efetuado pela autoridade sanitária, que

avalia em toda cadeia alimentar as Boas práticas de Produção ou Prestação de

Serviços, verificando cumprimento dos procedimentos estabelecidos em manuais e

em legislações. (TREINAMENTO MINISTRADO PELA ANVISA 2008)

2.7 FINALIDADE DA ANVISA

A ANVISA cumpre o seu papel de instrumentalizar gestores em vigilância

sanitária na prática profissional no âmbito de suas competências, consolidando

sistemas de informação, elaborando indicadores e rotinas de análise para o

monitoramento e avaliação de ações aplicadas ao controle de riscos e agravos

sanitários. Estas tecnologias têm ação direta ou indireta sobre bens de consumo,

que se relacionam com a saúde, compreende todas as etapas e processos da

produção ao consumo, passando pela prestação de serviços. É extremamente

importante dar ênfase a temas de interesse da saúde coletiva, com aprofundamento

técnico das tecnologias de inspeção, controle da qualidade, vetores, sistema de

informações, registros de produtos, sistemas de tratamento de água, resíduos

sólidos, produção de conhecimentos ligados à saúde dos viajantes, transporte de

cargas e passageiros nas fronteiras, ações regulatórias de saneantes, cosméticos,

pesticidas, medicamentos e produtos de interesse para saúde, ainda fundamentar

aspectos epidemiológicos de ações de controle de doenças transmissíveis e

sistemas de informação para o controle destas doenças e abordar ainda aspectos de

geoprocessamento ligados a indicadores de saúde.

24

Através do controle das práticas de produção, determinando normas

técnicas e padrões de produção. Os técnicos que exercem a fiscalização para o

cumprimento dessas normas, para prevenir e evitar o dano no ato do consumo

devem ser qualificados em gestão e garantia da qualidade, também está afeto aos

técnicos da vigilância sanitária o preenchimento de manuais de boas práticas o

controle externo que se caracterizam pela elaboração de normas oficiais,

licenciamento dos estabelecimentos, orientação educativa, fiscalização e aplicação

de medidas de proteção à saúde da população.

As ações de vigilância sanitária, aliadas aos variados graus de

complexidade, faz-se necessário o uso de diversas tecnologias de intervenção que

visem o controle, diminuição ou a eliminação dos riscos de doenças e agravos e

melhora da qualidade de vida assegurando a qualidade e o acesso a produtos,

serviços e ambientes de interesse da saúde, a discutição, avaliação sobre a

sistematização dos fundamentos, teórico-conceituais e metodológicos das principais

tecnologias empregadas no controle sanitário. Abrir espaço para a realização de

uma reflexão crítica e demonstrar a necessidade da realização de ações integradas,

articuladas com outros órgãos que possuem interfaces com os objetos da vigilância

sanitária é fundamental no processo de evolução das práticas sanitárias.

Devemos nos ater a seguinte questão conjuntural do papel da ANVISA: Num

mundo que se torna cada vez mais globalizado e competitivo os mecanismos de

ações regulatórias aliados às novas tecnologias e rapidez nas informações nos

remetem de forma inexorável à uniformização de novas tecnologias no campo da

saúde coletiva. (BRANDÃO, 2007)

25

2.8 FISCALIZAÇÃO

A inspeção e a vigilância sanitária são exercidas em diferentes etapas do

processamento dos produtos de origem animal, considerando-se as matérias-primas

e os alimentos industrializados.

É de competência exclusiva dos médicos veterinários, enquanto que a

vigilância pode ser exercida por profissionais cuja formação contempla disciplinas da

área de alimentos.

Nos estabelecimentos de comércio varejista e de consumo, entre eles:

bares, lanchonetes, restaurantes, fast-foods, padarias, açougues, mercearias,

supermercados e feiras-livres, a fiscalização deve ser exercida por órgãos da

municipalidade.

As equipes de fiscalização têm a finalidade primordial, de avaliar as

condições higiênico-sanitárias dos estabelecimentos e dos produtos alimentícios por

eles comercializados.

A partir do momento em que as matérias-primas de origem animal são

processadas, a competência da fiscalização, a fim de assegurar a inocuidade e a

qualidade das condições higiênico-sanitária dos produtos (TREINAMENTO

MINISTRADO PELA ANVISA 2008).

2.8.1 Legislações mais utilizadas:

RDC 216

26

Objetivo:

Estabelecer procedimentos de Boas Práticas para serviço de alimentação a

fim de garantir as condições higiênico-sanitárias do alimento preparado.

Aplicam-se aos serviços de alimentação que realizam algumas das

atividades: manipulação, preparação fracionamento, armazenamento, distribuição,

transporte, exposição à venda e entrega de alimentos preparados ao consumo, tais

como: cantinas, bufês, comissarias, confeitarias, cozinhas industriais, cozinhas

institucionais, delicatéssens, lanchonetes, padarias, pastelarias, restaurantes,

rotisserias e congêneres.

RDC 275

Objetivo:

Estabelecer Procedimentos Operacionais Padronizados que contribuam para

a garantia das condições higiênico-sanitárias necessárias ao

processamento/industrialização de alimentos, complementando as Boas Práticas de

Fabricação.

Aplicam-se aos estabelecimentos processadores/industrializadores nos

quais sejam realizadas algumas das seguintes atividades: produção/industrialização,

fracionamento, armazenamento e transporte de alimentos industrializados.

Roteiro de inspeção para indústrias:

• Edificação e instalação (área externa-acesso), (área interna, piso,

teto, paredes e divisórias, portas, janelas e outras aberturas)

escadas, elevadores de serviço, montacargas e estruturas auxiliares,

instalações sanitárias e vestiários para os manipuladores, instalação.

27

• Sanitária para visitantes e outro (instaladas totalmente

independentes da área de produção e higienizados), lavatório na

área de produção, iluminação e instalação elétrica, ventilação e

climatização, higienização das instalações, controle integrado de

vetores e pragas urbanas, abastecimento de água, manejo dos

resíduos, equipamentos, móveis e utensílios, equipamentos, móveis

(mesas, bancadas, vitrines, e estantes), utensílios, higienização dos

equipamentos e maquinários, e dos móveis e utensílios,

manipuladores e vestuários, hábitos higiênicos, estado de saúde,

programa de controle de saúde, equipamentos e proteção individual,

programa de capacitação dos manipuladores e supervisão, produção

e transporte do alimento, matéria-prima, ingredientes e embalagens,

rotulagem e armazenamento do produto final, controle e qualidade

do produto final, transporte do produto final, documentação (manual

de boas práticas de fabricação) e POP (procedimentos operacionais

padronizados) (RDC 275, 2002).

Lei nº. 9000 de 27 de dezembro 1996

Objetivo:

O presente Código de Saúde de Curitiba estabelece normas para a

promoção, fiscalização e controle das ações e serviços de saúde no âmbito de

competência do Município de Curitiba.

28

Vigilância e inspeção de serviços, substâncias e produtos de interesse à

saúde; controle epidemiológico, atividades de saúde direcionadas a grupos

específicos.

Aplicam-se em estabelecimentos de interesse da saúde, profissionais da

saúde e cidadãos para o desenvolvimento de ações e medidas de controle

necessárias à proteção e promoção da saúde pública.

O Gestor do Sistema Municipal de Saúde deverá manter um serviço de

atendimento a informações, reclamações e denúncias, informando, no prazo de 30

dias, sobre as soluções adotadas. (Decreto n° 70, 2 002)

Saneamento das zonas agrícolas e criação de animais:

Toda edificação situada em zona agrícola será construída e mantida de

forma a evitar condições favoráveis à criação e proliferação de animais

sinantrópicos, obedecendo às exigências mínimas legais e regulamentares

pertinentes às condições sanitárias e terá suprimento de água potável, tratamento e

disposição adequados de esgotos sanitários e resíduos sólidos. Toda instalação

destinada à criação, manutenção e reprodução de animais deverá adequar-se às

condições sanitárias estabelecidas em normas técnicas e segundo os critérios

estabelecidos em regulamento próprio. (Decreto n° 7 0, 2002)

Nenhuma construção reforma ampliação ou adaptação de edificação poderá

ser iniciada ou autorizada, sem que o projeto e especificações atendam às

exigências desta lei, bem como outras disposições previstas na legislação Federal,

Estadual e Municipal.

Todos os locais onde se desenvolvam atividades de interesse à saúde e/ou

onde haja consumo, manipulação ou armazenamento de produtos de interesse à

saúde, deverão possuir ventilação em conformidade com as normas técnicas.

29

A Segurança no trabalho e a Saúde Ocupacional do trabalhador deverão ser

resguardadas nas relações sociais que se estabelecem no processo de produção,

pressuposta a garantia da integridade do trabalho e da sua higidez física e mental,

cabendo ao gestor do Sistema Municipal de Saúde, em conformidade com a

legislação vigente, a normatização, a fiscalização e controle das condições de: a)

produção, extração, armazenamento, transporte, distribuição, comercialização e

destinação final de resíduos; b) manuseio de substâncias e produtos, de máquinas e

equipamentos no processo de trabalho. (Decreto n° 7 0, 2002)

Do licenciamento:

Para funcionar no Município todos os estabelecimentos de interesse à saúde

deverão possuir: I - alvará de localização e/ou construção, obedecida à legislação

pertinente; II - licença sanitária, na forma da lei; III - autorização de funcionamento

e/ou especial, quando for o caso, expedida por órgão federal ou estadual; IV -

responsável legal; V - responsável técnico, quando for o caso. Todos os

estabelecimentos de interesse à saúde, bem como os veículos de transporte

relativos a substâncias e produtos de interesse à saúde deverão obter anualmente

licença sanitária junto à vigilância sanitária municipal. - A licença sanitária deverá ser

afixada em local visível ao público e terá validade de um ano, a partir da data de

expedição. (Decreto n° 70, 2002)

Instalações, equipamentos e utensílios:

Os estabelecimentos de interesse à saúde deverão possuir instalações,

aparelhos e equipamentos limpos e adequados para conservação e manutenção das

especificações ou padrões de identidade e qualidade estabelecidas para

substâncias, produtos e serviços prestados. (Decreto n° 70, 2002)

30

Os produtos de interesse a Saúde, só poderão ser expostos à venda,

utilizados, entregues ao consumo, acondicionados e/ou mantidos em estoque, em

bom estado de conservação dentro do prazo de validade, sem adulteração e/ou

contaminação, com identificação de validade, número de lote e número de registro

no órgão competente. Todos os estabelecimentos industriais de substâncias e

produtos de interesse à saúde são responsáveis pela manutenção dos padrões de

identidade, qualidade, segurança e eficácia de seus produtos. Quando verificado

que um produto não atende as condições higiênico sanitárias e/ou é prejudicial à

saúde, ficam obrigados os detentores a efetuar o recolhimento do produto e

comunicar a vigilância sanitária. (Decreto n° 70, 2 002)

Os estabelecimentos de interesse à saúde deverão executar métodos de

controle de qualidade, manter registros atualizados referentes à utilização de

matéria-prima, produtos intermediários, graneis e produtos finais por eles fabricados,

assim como do material de envase, etiquetagem e embalagem. (Decreto n° 70,

2002)

Infrações e penalidades: considera-se infração sanitária, a desobediência às

regras de conduta estabelecidas na presente lei, nos regulamentos, normas técnicas

e outras que se destinem à promoção, preservação e recuperação da saúde.

Compete aos profissionais da área de vigilância sanitária e epidemiológica,

fazer cumprir a legislação sanitária expedindo informações, transcrevendo

intimações e/ou autos de infração e impondo penalidades, quando for o caso,

visando à prevenção e a repressão de tudo que possa comprometer a saúde.

A autoridade sanitária terá livre ingresso mediante identificação e uso das

formalidades legais, em todas as habitações particulares ou coletivas, prédios ou

estabelecimentos de qualquer espécie, terrenos, lugares e logradouros públicos ou

31

outros, neles fazendo observar o cumprimento da Legislação Sanitária. No caso de

oposição à inspeção, a autoridade de vigilância sanitária descreverá auto de infração

e solicitará novamente ao proprietário, locador ou locatário, morador, usuário,

representante ou outros. (Decreto n°70, 2002)

Ocupantes, a qualquer título, para facilitar o ingresso imediato da

fiscalização, fato este que deverá constar no corpo do respectivo auto.

Persistindo o embaraço, a autoridade sanitária poderá solicitar a intervenção

da autoridade policial ou judicial esgotada as medidas de conciliação, sem prejuízo

das penalidades cabíveis. Em caso de motivo relevante, devidamente justificado

pelo opositor, poderá a autoridade de vigilância sanitária, conforme a urgência,

conceder prazo para realizar a inspeção, lavando-se o respectivo termo de

intimação, nele fazendo constar o motivo relevante. Sem prejuízo das sanções de

natureza civil ou penal cabíveis, as infrações sanitárias serão punidas, alternativa ou

cumulativamente com penalidade de: I – advertência escrita; II – multa; III –

apreensão do produto; inutilização do produto; V – interdição parcial ou total,

temporária ou definitiva, do estabelecimento, do produto e/ou de instrumento

utilizados no processo produtivo; VI – suspensão de vendas, distribuição e/ou

fabricação do produto; VII – proibição de propaganda do produto e/ou da empresa;

VIII – cassação da Licença Sanitária; IX – cancelamento do alvará de funcionamento

do estabelecimento. A autoridade de vigilância sanitária poderá impor uma ou mais

penalidades previstas neste artigo, conforme o caso. As penalidades serão

imputadas a quem causou a infração sanitária, para ela concorreu ou dela

beneficiou-se direta ou indiretamente. Considera-se causa a ação ou omissão sem à

qual a infração não teria ocorrido. Não é considerada infração a causa decorrente de

força maior, eventos naturais ou circunstâncias imprevisíveis. Que vier a determinar

32

avaria deterioração ou alteração de produtos, substâncias, insumos, bens ou outros

de interesse da saúde pública. (Decreto n°70, 2002)

AS INFRAÇÕES SANITÁRIAS CLASSIFICAM-SE EM:

I-LEVE: Quando o infrator for beneficiado com uma circunstância atenuante;

II-GRAVE: Quando apresentar uma circunstância agravante;

III-GRAVÍSSIMA: Quando existe duas ou mais circunstâncias agravantes, o

infrator cometer reincidência específica e quando a infração tiver conseqüência

danosa à saúde pública. (Decreto n°70, 2002)

Para a imposição da pena e sua graduação, a autoridade sanitária levará em

conta: Circunstâncias atenuantes e agravantes; a gravidade do fato, tendo em vista

as suas conseqüências para a saúde pública; os antecedentes do infrator quando as

infrigências à Legislação Sanitária. (Decreto n° 70 , 2002)

TABELA: 02 INFRAÇÕES SANITÁRIAS

CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES

I-Ser o infrator primário;

II-Ser a infração cometida de natureza

leve s/ conseqüência danosas p/ a

saúde pública;

III-Ter o infrator corrigido imediatamente,

as irregularidades constatadas pela

autoridade de Vigilância Sanitária;

I-Ser o infrator reincidente;

II-Ter o infrator cometido à infração p/

obter vantagem pecuniária, decorrente

do uso ou consumo pelo público de

produto, substâncias, insumos ou outros

de interesse à saúde, e/ou por prestação

de serviço contrariando ao disposto na

Legislação Sanitária;

III-Quando a infração oferecer risco em

potencial à saúde pública;

IV-Ter o infrator agido com dolo;

V-Fraude ou má fé;

33

Obs.Considera-se reincidência de infração Sanitária pela mesma pessoa

física ou jurídica. Quando o processo anterior já tiver sido julgado e recebido decisão

condenatória irrecorrível. Havendo concurso de circunstância atenuantes e

agravantes, a infração será classificada em razão das que sejam preponderantes.

Em não havendo preponderância de circunstâncias atenuantes ou agravantes a

infração será classificada de forma menos para o infrator. (Decreto n° 70, 2002)

34

3. DEFINIÇÃO DE SIM, SIF E SIP

3.1 SIM (SERVIÇO DE INSPEÇÃO MUNICIPAL)

Contempla a comercialização de carnes somente dentro limites do município

sede do abatedouro;

Alternativa para pequenos e/ou produtores locais;

Vínculo aos poderes políticos locais e associação com práticas clandestinas

de abate;

3.2 SIF (SERVIÇO DE INSPEÇÃO FEDERAL)

Autoriza a comercialização de carnes para o mercado externo e todo o

território nacional;

Maior credibilidade no mercado interno (grandes redes varejistas dão

preferência ao SIF em relação aos Sistemas Estaduais);

Maiores custos de implantação e burocracia;

3.3 SIP (SERVIÇO DE INSPEÇÃO NO ESTADO DO PARANÁ)

Permite a comercialização de carnes apenas dentro dos limites de cada

Estado;

Menores custos de implantação se comparados ao SIF e crescentemente

ganha credibilidade – no caso do SISP

35

Impossibilidade de exploração do mercado externo e de outros Estados

descréditos frente a alguns segmentos de mercado.

O serviço de inspeção Municipal, Federal e no Estado do Paraná assegura

uma maior qualidade ao produto final. Tirando do mercado possíveis abates

Clandestinos (ilegal e, portanto, não circunscrito às fronteiras político-

administrativas) e (diversos problemas de ordem econômica e social, não existem

padronização qualidade do produto).

36

4. SEGURANÇA ALIMENTAR

4.1 DEFINIÇÃO

Programa de Segurança Alimentar Análise de Perigos de Pontos Críticos de

Controle - APPCC.

É um sistema de fácil entendimento e permite aos responsáveis técnicos

monitorar seus serviços de alimentação de forma continuada, reduzindo o risco de

ocorrência de doenças de origem alimentar.

Enfatiza como o alimento flui através do estabelecimento desde o

recebimento até o reaquecimento e finalmente o consumo.

A identificação dos pontos dentro da operação nos quais possa o correr a

contaminação ou o crescimento de microrganismos: procedimento de controle

podem então ser implantados com base nos perigos identificados naqueles pontos.

(FRANÇA 2007)

4.2 ALIMENTOS COM MAIOR PROBABILIDADE DE SE TORNAREM

PERIGOSOS

• Leite e produtos lácteos;

• Tofu (queijo);

• Carnes: (suínos, bovinos, ovinos e caprinos);

• Peixes;

• Mariscos e Crustáceos;

• Aves domésticas;

37

• Ovos in natura;

• Brotos ou sementes cruas;

• Batatas assadas ou cozidas;

• Arroz cozido, feijão ou outros alimentos de plantas aquecidas;

• Alimentos a base de soja;

• Mistura de óleos e alhos;

• Frutas, verduras e legumes; (FRANÇA 2007)

4.3 PERIGOS POTENCIAIS PARA A SEGURANÇA ALIMENTAR

Perigos Biológicos: bactérias, vírus, fungos, toxinas microbianas, como

também determinadas plantas, cogumelos e peixes que acarretam toxinas

prejudiciais.

Perigos Químicos: agrotóxicos, antibióticos, promotores de crescimento,

lubrificantes, tintas, metais tóxicos e metais pesados que são extraídos de utensílios

e equipamentos de cozinha impropriamente construídos.

Perigos Físicos: fragmentos de vidro, metal, madeira, cabelo, rebarbas de

abertura de latas ou outros objetos que possam causar dano físico ao consumidor

como: feridas na boca, dentes quebrados ou outro tipo de lesão. (FRANÇA 2007)

4.4 COMO O ALIMENTO SE TORNA PERIGOSO DO PONTO DE VISTA DOS

PERIGOS BIOLÓGICOS

Quando o alimento fica exposto com tempo e temperatura não ideais,

favorecendo o crescimento de microrganismo.

38

As temperaturas das câmaras, freezers e geladeiras devem ser controladas

diariamente.

Manter os alimentos cozidos em temperaturas abaixo de 10º C ou acima de

60º C.

O tratamento térmico deve garantir que todas as partes do alimento atinjam

a temperatura de no mínimo 70º C.

Os óleos e gorduras usados não devem ser submetidos à temperatura

superior a 180º C sendo substituídos sempre que houver formação de espuma e

fumaça, alteração de aroma e sabor. (Manual do manipulador de Alimentos - SMS

2006)

4.4.1 Controle de Tempo e Temperatura

Resfriamento: quando se tratar de alimento preparado, a temperatura deverá

ser reduzida de 60º C a 10º C em até duas horas e conservado em refrigeração em

temperatura inferior a 5º C.

Congelamento: quando em congelamento, os alimentos devem permanecer

em temperatura igual ou inferior a -18º C.

Descongelamento: deve ser feito sempre sob refrigeração em temperatura

inferior a 5º C, ou em forno de microondas quando o alimento for submetido

imediatamente à cocção.

Conservação a quente: os alimentos preparados, depois de submetidos à

cocção, deverão ser mantidos em temperaturas superiores a 60º C por no máximo 6

horas. (MANUAL DO MANIPULADOR DE ALIMENTOS - SMS 2006)

39

4.4.2 Fatores que resultam em DTA (doenças transmitidas por alimentos)

Deficiência nas temperaturas exigidas na manutenção ou armazenamento

de alimentos;

Deficiência no cozimento ou reaquecimento de alimentos em temperaturas

que mantêm os microrganismos;

Deficiência no resfriamento correto dos alimentos;

O acréscimo de ingredientes crus, contaminados, alimentos que não passam

por novo cozimento, como no preparo de salpicão ou maionese de legumes.

Superfícies de contato com alimentos (como equipamentos e utensílios) que

não são limpas e sanitizadas antes de entrar em contato com alimentos cozidos ou

prontos para o consumo.

Deixar que o alimento cru toque ou solte fluidos em alimento cozido ou

pronto para o consumo.

Preparação de alimentos um dia ou mais antes de serem servidos.

Mãos que tocam os alimentos contaminados que não são limpos e

sanitizados antes de serem servidos.

Mãos que tocam os alimentos contaminados (em geral cru) e em seguida,

tocam alimentos cozido pronto para o consumo.

Panos de limpeza contaminados que não são limpos e sanitizados antes de

serem usados em outras superfícies que entram em contato com o alimento.

Higienização inadequada de equipamentos e utensílios que entram em

contato com o alimento.

Manipuladores que deixam de lavar suas mãos adequadamente após ir ao

banheiro, ou sempre que necessário.

Manipuladores que tossem ou espirram atingindo o alimento.

40

Manipuladores que tocam ou coçam feridas, cortes, ou erupções cutâneas e,

seguida, tocam o alimento que preparam ou servem.

Manipuladores portadores de doença em serviço. (FRANÇA 2007)

4.4.3 Contaminação Cruzada

Ocorre quando os microrganismos patogênicos são transferidos de uma

superfície ao alimento para outro alimento. (FRANÇA 2007)

4.4.4 Prevenção da Contaminação Cruzada

Alimentos crus devem ser mantidos separados dos alimentos prontos, isto é,

preparados para consumo. Portanto os utensílios usados em sua manipulação

devem ser muito bem higienizados, para não contaminar alimentos cozidos ou

aqueles que já passaram pela desinfecção e não sofrerão tratamento térmico para

serem consumidos.

Produtos armazenados de preferência em diferentes câmaras ou geladeiras,

classificados de acordo com a sua origem e espécie, a fim de evitar contaminação

cruzada. (MANUAL DO MANIPULADOR DE ALIMENTOS - SMS 2006)

4.4.5 Controle no Armazenamento dos Alimentos (câmaras frias,

refrigeradores e prateleiras)

O alimento quer seja matéria-prima ou produto acabado, deve estar

embalado e identificado com indicação do prazo de validade e protegido.

A disposição dos alimentos terá de respeitar um afastamento mínimo, para

circulação adequada do frio.

41

Alimentos sempre dispostos em contentores sobre estrados e nunca

diretamente sobre o chão. (MANUAL DO MANIPULADOR DE ALIMENTOS - SMS

2006)

4.4.6 Exposição do Alimento Preparado ao Consumo

A temperatura dos equipamentos de conservação de alimentos expostos ao

consumo deverá ser regularmente monitorada.

O alimento preparado e conservado quente deverá permanecer em

temperaturas superior a 60º C, por no máximo seis horas.

Os equipamentos expositores (buffets) deverão dispor de barreiras de

proteção que previnam a contaminação dos alimentos, devido à proximidade do

consumidor ou outras fontes contaminantes. (MANUAL DO MANIPULADOR DE

ALIMENTOS - SM 2006)

4.4.7 Características dos Produtos e Matérias-Primas:

a) Verduras e legumes:

• Frescos;

• Cor, aroma e sabor próprios das variedades e espécies;

• Livres de insetos;

• Íntegros (sem partes estragadas);

• Estar livres da maior parte possível de terra aderente.

b) Frutas:

• Frescas;

• Cor e aroma e sabor próprios das variedades e espécies;

42

• Íntegras (sem partes estragadas ou qualquer lesão que afete sua

aparência).

c) Cereais e derivados (farinhas):

• Coloração característica de cada espécie;

• Isentos de mofos e parasitas;

• Livre de umidade;

• Isento de matéria terrosa e fragmentos estranhos;

• As farinhas não podem estar empedradas, fermentadas e rançosas;

d) Carne bovina:

• Odor, aspecto e coloração próprios;

• Textura firme;

• Ausência de viscosidade, manchas escuras, esverdeadas ou

acinzentadas, odores desagradáveis e pegajosas.

e) Carne Suína:

• Aspecto firme, não amolecido e nem pegajoso;

• Cor própria, sem escurecimento ou manchas esverdeadas;

• Odor característico da espécie.

f) Aves:

•Aspecto firme, não amolecido e nem pegajoso;

•Cor própria, sem escurecimento ou manchas esverdeadas;

•Odor característico da espécie.

43

g) Peixes:

• Aspecto firme, não amolecido.

• Olhos brilhantes, transparentes e salientes;

• Guelras róseas e vermelhas, úmidas e brilhantes;

• (Manual do manipulador de Alimentos - SMS 2006)

• Escamas aderidas à pele;

• Ventre firme, não deixando impressão duradoura dos dedos ao

apalpá-lo;

• Odor característico da espécie, não amoniacal.

h) Crustáceos (camarão e lagosta):

• Carapaça bem aderida ao corpo;

• Coloração própria, sem qualquer pigmentação estranha;

• Olhos destacados;

• Cheiro próprio e suave.

i) Polvo e Lulas:

• Pele lisa e úmida;

• Olhos transparentes, vivos e salientes;

• Cor rosácea;

• Odor característico da espécie.

j) Mariscos, Mexilhões e Ostras:

• Aspecto gelatinoso e elástico;

• Carne aderente à concha e úmida;

44

• Valvas fechadas e com retenção de água límpida no interior da

concha;

• Cor da carne: amarelada nos mariscos e mexilhões, cinza-claro nas

ostras;

l) Ovos:

• Devem estar limpos (sem manchas de sangue ou fezes), íntegros e

com a casca lisa;

• Apresentar gema translúcida, firme, consistente;

• Clara transparente e não liquefeita;

• Armazenados em local fresco.

m) Embutidos (lingüiça, salsicha e salame):

• Não podem apresentar:

◦ Superfície úmida, pegajosa, liberando líquidos;

◦ Gordura rançosa;

◦ Massa com manchas esverdeadas ou pardacentas;

◦ Sabor e odor estranhos;

◦ Verificar se as embalagens a vácuo não estão rompidas, com

produtos soltos;

• Obs. Produtos soltos dentro da embalagem a vácuo significa entrada

de ar por este motivo podem estar deteriorados.

n) Alimentos Envasados (lata, vidro, embalagem longa vida):

• Embalagens não podem estar estufadas;

45

• Tampas não podem estar abauladas;

• Latas e tampas sem indícios de ferrugem;

• Embalagens não amassadas;

• Líquidos sem turvação (conservas);

o) Alimentos Congelados:

• Temperatura igual ou inferior a -18º C;

• Observar a orientação do fabricante quanto à temperatura ideal para

conservação do produto;

• Não devem apresentar sinais de descongelamento como:

◦ Formação de cristais de gelo.

◦ Amolecimento do produto;

◦ Presença de umidade;

◦ Deformação de embalagem de papel pela ação da umidade;

(MANUAL DO MANIPULADOR DE ALIMENTOS - 2006)

4.5 PROCEDIMENTOS IMPORTANTES PARA GARANTIR A SEGURANÇA

ALIMENTAR

Controlando o Tempo e a Temperatura: Os microrganismos não sobrevivem

nem se reproduzem fora de determinados limites de temperatura.

a) Recebimento: receber e armazenar o alimento rapidamente.

b) Armazenamento: armazenar o alimento nas temperaturas recomendadas.

c) Preparação: minimizar o tempo gasto na zona de temperatura perigosa de

5º C a 60º C.

46

d) Cozimento: cozinhar o alimento na temperatura interna mínima de

segurança pelo espaço de tempo adequado.

e) Conservação e Manutenção: conservar os alimentos quentes na

temperatura superior a 60º C. (FRANÇA 2007)

47

5. ANÁLISE DE PERIGOS E PONTOS CRÍTICOS DE CONTROLE (HACCP)

Definição:

Avaliação e aplicação de sistemática, racional, lógica, simplificada e

contínua das etapas do processo produtivo. Fundamentado na identificação e

reconhecimento dos perigos à segurança alimentar do alimento, bem como nas

medidas necessárias para controlar as condições que geram estes perigos.

Objetivos:

• Caracterizar enfoque dinâmico e preventivo na cadeia produtiva;

• Garantir a segurança e a qualidade dos produtos;

• Incrementar a produtividade e a competitividade;

• Atender às exigências dos mercados internacionais e à Legislação

Brasileira;

• Reduzir custos e aumentar a lucratividade, já que minimizar perdas e

retrabalho, além de tornar o processo de controle transparente e

confiável;

• Adequação pela empresa de um sistema de controle que possui

equivalência internacional;

• Proporciona aos técnicos da empresa fundamentação teórica sobre

assuntos que estão envolvidos no processo de elaboração e

implantação do sistema, a saber;

Elementos de Microbiologia – aplicado à Ecologia Microbiana, na elaboração

do plano APPCC, no efeito dos processos de conservação sobre os microrganismos,

deteriorarão microbiana, os perigos microbiológicos e seus controles; (SILVA 2005)

48

• Conhecimento dos perigos físicos e químicos que podem ocorrer

numa indústria de alimentos, suas características e as medidas

preventivas usualmente empregadas para controlá-las;

• Fundamentação de critérios de comprovação metrológica para

atribuir credibilidade ao domínio dos produtos críticos de controle;

• Conhecimento dos planos de amostragem para análise

microbiológicas, de modo fornecer resultados confiáveis à situações

em que tal se faça necessário (lotes de exportação, onde as

matérias-primas ou mesmo os produtos são considerados como

pontos críticos de controle); (SILVA 2005)

Utilização:

Eficaz na estratégia do controle da qualidade do processo industrial.

Por ser dinâmico ao acompanhar a fabricação do produto durante a

produção. Preventivo ao corrigir o possível desvio do processo industrial no

momento que este acontece, e finalmente por ser sistêmico ao ser aplicável a toda

cadeia produtiva, em todas as etapas. (SILVA 2005)

Aplicação:

Aplica-se na Agricultura básica, na preparação e processamento industrial

dos alimentos, distribuição e comercialização.

Serviços de alimentação coletiva (restaurantes, catering), elaboração de

alimentos artesanais e utilização pelo consumidor. (SILVA 2005)

49

Os sete princípios do HACCP:

• Efetuar uma análise dos perigos e identificar as respectivas medidas

preventivas;

• Identificar os pontos críticos de controle.

• Estabelecer limites críticos para as medidas preventivas associadas

com cada PCC.

• Controlar e monitorar cada PCC.

• Estabelecer ações corretivas para o caso de desvio dos limites

críticos.

• Estabelecer um sistema para registro de todos os controles.

• Estabelecer procedimento de verificação. (SILVA 2005)

5.1 PROGRAMA PRÉ-REQUISITO:

Definição:

Programa pré-requisito são as etapas ou procedimentos necessários ao

controle das condições que permitem a produção de alimentos inócuos. Ex: higiene

e desinfecção de instalações e equipamentos, treinamento dos operários,

manutenção preventiva, identificação e codificação dos produtos.

Boas práticas de manufatura (GMP):

As boas práticas de manufaturas cobrem os aspectos relacionados com

higiene e condição de saúde do pessoal, áreas adjacentes ao edifício, construção,

desenho e manutenção de edifícios e equipamentos, funcionamento de instrumentos

50

e de medição e controle, instalações sanitárias, utilização de ingredientes e

materiais de limpeza e desinfecção.

A aplicação das GMPs é um requisito para implantação do sistema APPCC.

(SILVA 2005)

Boas Práticas de Fabricação (BPF):

Treinamento periódico para os funcionários, iniciando-se com a integração à

empresa, tornando-os responsáveis e comprometidos com a qualidade dos serviços.

As chefias devem estar sempre reforçando o treinamento e orientando os

colaboradores.

Sendo necessário alguns documentos: registro de dados (evidência que os

procedimentos estão sendo cumpridos), instruções (controle de temperatura,

limpeza de tanque), procedimentos (descrição das tarefas e seus responsáveis) e

Manual BPF (descrição macro do sistema de qualidade de alimentos). (SILVA 2005)

51

6. PROCEDIMENTO PADRÃO DE HIGIENE OPERACIONAL (PPHO )

Específico para operação de Limpeza e Sanitização na área de produção.

Ênfase em superfícies de contato com o alimento, descrição clara e detalhada =

Manual.

O PPHO é dividido em:

a) Pré-operacional: procedimento de limpeza e sanitização que

ocorrem antes das operações. Deve ocorrer com antecedência

suficiente antes do início da produção (tempo para execução das

ações corretivas e para reinspeção do local).

b) Operacional: procedimento de limpeza e sanitização que ocorrem

durante as operações, intervalos para descanso e almoço.

Programas separados, datados e assinados. Especificar o

responsável pelas operações (nome/função).

(SILVA 2005)

6.1 APLICAÇÃO DO PPHO

Procedimentos de limpeza, monitoria, ações corretivas, medidas preventivas

e registros.

a) Limpeza e Desinfecção: descrição detalhada, desmontagem/montagem

dos equipamentos. Técnicas de limpeza e aplicação de sanitizante, produtos

químicos e freqüência.

b) Monitoria: avaliar a eficiência dos procedimentos de limpeza e

sanitização. Através dos métodos: organolépticos, químicos (água e enxágüe)

52

microbiológicos e freqüência. Registros (Ckeck List), separar itens da monitoria Pré-

operacional e Operacional, os itens verificados devem estar claramente classificados

como aceitáveis ou não aceitáveis. Descrição detalhada e identificação correta.

c) Ações corretivas: detecção de não-conformidades, registro detalhado,

planilha Chek List e destino dos produtos potencialmente contaminados.

Reinspeção do local (com rubrica).

d) Medidas Preventivas: não conformidades repetitivas ou graves,

registros e planilha ações corretivas.

e) Registros: prova de execução dos procedimentos, horários (constar

na planilha) e freqüência. Períodos de validade avaliados durante

auditorias.

f) Responsabilidade do SIF: Check List diário do SIF (liberação início das

atividades) e revisão rubrica eventual dos registros da empresa.

Os PPHO deveram ser específicos para cada operação de limpeza e

sanitização. Dar ênfase em superfície de contato de equipamentos e mesas.

As boas BPFs devem descrever os demais procedimentos, de forma

separada do PPHO. Programas separados datados e assinados. Especificar o

responsável pelas operações.

As incorreções detectadas no Check-List devem estar claramente

classificadas como ACEITÁVEIS ou NÃO ACEITÁVEIS. (SILVA 2005)

As ações corretivas adotadas devem ser descritas de forma detalhada,

constando na mesma planilha onde são registradas a não-conformidades.

Prever operações de limpeza nos intervalos para descanso e almoço,

devidamente registradas e monitoradas. Registros, identificação do problema (com

53

descrição do tipo de sujidade) e ação corretiva (reinspeção do local rubricada pelo

responsável). Medidas preventivas (deficiência repetida ou grave).

Pré-Operacional deve ocorrer com antecedência suficiente antes do início da

produção (tempo para execução das ações corretivas e para reinspeção do local).

Operacional procedimento de limpeza que ocorrem durante as operações.

(SILVA, 2005)

54

7. FRAUDES EM ALIMENTOS

As fraudes em alimentos se verificam através de várias operações, que

procuram ocultar ou mascarar as más condições estruturais e sanitárias dos

produtos, e atribuir-lhes requisitos que não possuem. Sempre conferindo maiores

lucros.

Comprometendo características organoléticas e às vezes o valor nutritivo

dos alimentos, práticas sempre prejudiciais aos interesses dos consumidores.

A venda de produtos misturados está sujeita as sanções penais,

infelizmente, porém, as infrações dessas disposições são muito mais freqüentes de

que se julga deficiente fiscalização dos órgãos competentes.

De modo geral, as fraudes de alimentos são levadas a efeito dos seguintes

modos:

• Disfarçar as características organoléticas (modificação de cor, sabor

e consistência), alteração ou simulação de componentes do

alimento:

• Subtração dos constituintes dos alimentos;

• Adição de elementos estranhos não permitidos ou não;

• Adição durante a elaboração do produto;

• Subtração e substituição de constituintes normais, por outros

estranhos;

• Simulação de produto original, substituído por outros de

características parecidas;

• Simulação de produto original, por produto elaborado artificialmente;

• Diminuição de peso do alimento;

55

• Simulação de quantidade de alimento;

• Apregoação ilícita de produto; (EVANGELISTA 2001)

7.1 TIPOS DE FRAUDES EM ALIMENTOS

a) Utilização de pesos viciados;

b) Adulteração do leite por adição de água;

c) Fraude na pesagem, por compressão manual do braço da balança;

d) Exposição de alimentos em melhores condições na frente dos tabuleiros e

sua substituição no ato da compra, por produtos inferiores, colocados na parte

traseira.

e) Atração de freguês por simulação de menor custo e maior quantidade de

mercadorias. (EVANGELISTA 2001)

7.2 FRAUDES POR ADULTERAÇÃO

Alimento adulterado é aquele que foi privado em forma parcial ou total, de

seus elementos úteis ou característicos, substituídos ou não por inertes ou

estranhos, que tenha sido adicionado aditivos não autorizados ou submetidos a

tratamento de qualquer natureza, para dissimular ou ocultar alterações, deficiente

qualidade de matéria-prima ou defeitos de elaboração. (EVANGELISTA 2001)

7.2.1 Omissão de constituintes constantes da fórmula de registro de

fabricação:

56

Está adulteração existe quando falto no produto um ou mais componentes

da fórmula registrada.

7.2.2 Simulação de quantidade de alimento especificada:

Simula a quantidade de alimento existente em desacordo com a

especificação impressa no rótulo. Realizada principalmente para efeito de ser o

produto vendido mais barato de que seus competidores, à custa de menor dispêndio

de matéria-prima. Exemplo desta modalidade de fraude: produtos enlatados ou

acondicionados em envoltórios plásticos, que não se apresentam coma a quantidade

especificada na rotulagem. Macarrão embalado em pacotes, com menor quantidade

da que se encontra em produtos concorrentes.

Conservas com seu conteúdo diminuído, em favor do líquido de cobertura,

presente em maior porcentagem de que a estabelecida pelas normas

regulamentares. Doces em pastas, especialmente goiabadas (acrescidas de

vegetais – banana, chuchu e abóbora). (EVANGELISTA 2001)

Recuperação fraudulenta de alimentos:

Outra modalidade de fraude por adulteração, é a recuperação de alimentos

desfigurados em suas qualidades organoléticas e às vezes sanitariamente.

57

TABELA 3 - Principais Características de produtos adulterados

Produtos adulterados Causas de Fraudes

Carne suína e bacalhau As carnes são lavadas, para eliminar as manchas vermelhas (Serratia marcensis).

Frutas não sazonais Recebem coloração por substâncias pigmentadas.

Produtos Cárneos

Carnes em más condições organoléticas adicionadas de SO2, para disfarçar seu mau odor que posteriormente são descoradas e tingidas por corantes.

Produtos com mau odor Recuperados através do emprego de aromatizantes.

Fonte: EVANGELISTA 2001.

7.3 FRAUDES POR FALSIFICAÇÃO

É a modalidade de fraude levada a efeito na ocasião da venda do produto e

consiste no expediente de enganar o consumidor, induzindo-o a adquirir o alimento

de nível inferior, julgando-o de categoria superior.

A falsificação de alimentos se processa de várias maneiras: quanto à

qualidade, peso, apresentação, procedência e propaganda. (EVANGELISTA 2001)

7.3.1 Quanto a Qualidade:

Está relacionada com a categoria do produto, apregoado como se fora de

alta qualidade, quando na verdade e de classe inferior. A fraude por falsificação, em

que há diminuição do peso do alimento, ocorre no momento de sua comercialização,

durante as manobras de pesagem: Exemplos: pesagens de produtos em balanças

não aferidas convenientemente, pesagens reduzidas de alimentos envoltos em

papel grosso, carnes pesadas com a junção de pelancas, de cartilagens, sebo ou

58

carnes de qualidades inferiores e carnes com maior volume de sal, com alto teor de

umidade. (EVANGELISTA 2001)

7.3.2 Quanto à apresentação do produto:

Valendo-se de marcas de prestígio e de tradição comercial de produtos

consagrados, o falsificador procura confundi-los com novos produtos, através de

nomes colidentes e de embalagens parecidas na forma, na cor, nos símbolos, nos

dizeres e nas letras e outros caracteres. (EVANGELISTA 2001)

7.3.3 Quanto à procedência de produto:

Muitos alimentos são preferencialmente consumidos pela fama que lhes dão

as regiões onde são produzidos. Citando como exemplo: bebidas (nacionais

vendidas como estrangeiras), café (café africano, como brasileiro ou colombiano) e

queijos (venda de queijos nacionais como estrangeiros). (EVANGELISTA 2001)

59

8. RELATO DE CASOS

Os alimentos destinados ao consumo humano são produzidos, manipulados

e consumidos em um meio ambiente contaminado com uma grande variedade e

quantidade de microrganismos e parasitas.

Em conseqüência situação, o homem ingere diariamente muitos

microrganismos e, às vezes, parasitas, juntamente com o alimento.

O alimento, após seu preparo, deverá estar bom, ou seja, com as

propriedades sensórias (cor, odor, aspecto e sabor), sem alteração. (SILVA 2005)

8.1 SURTO ALIMENTAR – CASO 1

Definição de surto alimentar:

Episódio no quais duas ou mais pessoas apresentam enfermidades

semelhantes, depois de ingerir alimentos/ água da mesma origem. (TREINAMENTO

ANVISA 2008)

8.1.1 Procedimentos para diagnóstico dos surtos de DTAs

• Diagnóstico dos fatores que levam ao surto;

• Técnica de preparação utilizada para cada alimento;

• Armazenamento (tempo e temperatura de refrigeração);

• Distribuição tempo e temperatura “Pass Through’’ e balcão térmico;

• Condições ambientais (análise microbiológica de utensílios e

equipamentos);

• Diagnóstico do agente Etiológico;

60

• Coleta de amostras (análise microbiológica);

• Quadro Clínico (freqüência de sintomas);

• Período de incubação e duração da doença;

• Cardápio dos alimentos envolvidos;

• Taxa de ataque (para cada alimento);

• Coprocultura – Surto de infecções intestinais (portadores); (ALVES

DA SILVA 2005)

8.1.2 Investigação Epidemiológica

Ocorreu um surto alimentar num estabelecimento (mercado), situado no

Distrito do CIC no dia quatorze de setembro de dois mil e oito. No qual onze pessoas

passaram mal, com sintomas variando entre: náuseas, vômito, cólica, diarréia,

tonturas e calafrios.

O alimento que proporcionou esta intoxicação alimentar foi arroz à grega,

sendo a principal toxina Stapylococcus aureus, o mesmo foi encontrado na área de

vendas do estabelecimento em temperatura ambiente, sem as condições higiênicas

cabíveis, gerando risco à saúde dos seus clientes e funcionários.

A partir desta data, a equipe de epidemiologia do Distrito Sanitário CIC, fez

uma investigação epidemiológica, entrevistando todos os funcionários e seus

respectivos clientes.

Onde obtiveram os seguintes dados:

• Número de Doentes Entrevistados: onze.

• Número total de hospitalizados: zero.

61

• Número de óbitos: zero.

• Faixa etária: entre nove a cinqüenta e um anos.

• Sexo masculino: sete pessoas.

• Sexo feminino: quatro pessoas.

• Sintomas: náuseas (oito pessoas), vômito (onze pessoas), cólica

(onze pessoas), diarréia (dez pessoas), febre (zero), tonturas (uma

pessoa) e calafrios (uma pessoa).

• Período de incubação mínimo (dias): 1.

• Período de incubação máximo (dias): 3,5.

• Mediana do período de incubação (dias): 1.

• Agente etiológico: Stapylococcus aureus (toxina).

• Alimento causador do surto: arroz de forno à grega.

• Arroz à grega (ingredientes): arroz, bacon, calabresa, milho verde,

“sazon”, pimentão, ervilha e cheiro verde.

Obs. Os ingredientes foram retirados da área de vendas e do açougue do

próprio mercado, no momento da inspeção sem irregularidades nas áreas.

Arroz cozinho mais ou menos entre oito horas do dia quatorze do mês de

agosto, no ano de dois mil e oito, sendo após acrescido dos demais ingredientes,

ficando pronto às dez horas. Após, foi embalado em badejas de isopor com plástico

filme e exposto na área de vendas em temperatura ambiente, sendo comprado por

clientes e por funcionários do mercado.

62

Figura 01: (Interditada área de vendas do mercado)

Figura 02: (Interditada área de vendas do mercado)

63

8.1.3 Discussão

Auto termo de infração/ Auto tremo de interdição:

Através do 156 foi notificada uma denúncia (CAL) em um mercado, situado

no bairro CIC. O qual estava servindo aos finais de semana para seus clientes,

carne assada: (bovino, suíno e aves), maionese, arroz a grega, lasanha congelada.

Sem condições adequadas para manipular e servir alimentos, colocando em

risco a saúde de seus clientes e funcionários.

O proprietário já havia sido orientado em outras inspeções, pois não possuía

espaço e condições higiênicas para manipular estes produtos.

O estabelecimento foi infracionado pelo fato de preparar refeições sem

adotar procedimentos de boas práticas e sem possuir estrutura física compatível, e

os ramos de atividade de carne assada e de fornecimento de alimentos preparados

foram interditados.

8.1.4 Recomendações:

o Utilizar sempre que possível substitutos do ovo fresco na

preparação de alimentos frios (fundamental na prevenção de

Salmoneloses), preferir a maionese industrial;

o Após a cocção manter os alimentos em temperatura segura,

60º C ou -18º C, evitando assim uma possível multiplicação de

microrganismos nocivos à saúde pública;

o Jamais deixar alimentos à temperatura ambiente por um longo

período de tempo;

64

8.2 INSPEÇÃO SIM – CASO 2

Definição:

O serviço de inspeção Municipal de Produtos de origem Animal de Curitiba -

SIM, vinculado ao Centro de Saúde Ambiental da Secretária Municipal da Saúde de

Curitiba foi instituído em 24/05/2001 através da lei Municipal nº. 10.168/2001.

Desenvolvendo atividades que visam o controle de qualidade e dos serviços

relacionados a produtos de origem animal dentro do Município de Curitiba.

O objetivo deste serviço é a redução da produção e do comércio de produtos

clandestinos, os quais podem trazer a disseminação de doenças como: Teníase,

Brucelose, Listeriose, e Salmonelose entre outras.

Todo estabelecimento que recebe o registro no SIM - Curitiba deve ter no

rótulo dos seus produtos a Chancela do SIM - Curitiba.

Por tanto desenvolve as seguintes ações:

• Fiscaliza as condições higiênico-sanitárias e tecnológicas de

produção, manipulação, beneficiamento e armazenamento,

transporte, e comercialização de produtos de origem animal.

• Concede o Alvará de registro dos estabelecimentos e o Certificado

de Registro dos produtos de Origem Animal, produzidos ou

reembalados para comercialização exclusiva ao Município de

Curitiba.

65

8.2.1 Roteiro de Inspeção SIM

a) Recebimento - Condições higiênicas satisfatória, rotulagem dos produtos

em acordo, registro da temperatura no recebimento, temperatura de acordo com o

produto e carnes recebidas e embaladas.

b) Estocagem câmara fria - Condições higiênicas, conservação satisfatória,

controle de estoque e validade, controle de produtos por data (PEP S e PVPS),

produtos estocados sob estrados ou em prateleiras, produtos “in natura”

acondicionados em caixas fechadas ou em gancheira (com identificação), registro de

temperatura na estocagem, estoque de produtos de maneira que haja uma boa

circulação do frio, agasalhos de frio em número suficiente e sendo utilizado ao

adentrar as câmaras e produto fracionado embalado e devidamente identificado.

c) Laboratórios - Condições higiênicas satisfatórias, lava-bota ou tapete

sanitário higienizados e em bom estado e sendo usados, temperatura ambiente 16º

C, lavatório de mãos com papel toalha e sabonete líquido em uso, esterilizador de

facas em funcionamento (85º C), com água até a grelha e higienizados, embalagens

mantidas exclusivamente dentro dos armários suspensos e fechados, lâmpadas

acessas e com proteção, higienização dos equipamentos, utensílios e pisos (em

horário diferente de manipulação dos produtos) observando-se tem rotina por

escrito, uniforme dos funcionários completos, brando e limpo.

d) Manipuladores de alimentos - Lavagens de mãos com técnica e uso de

luvas, boa higiene pessoal sem lesões de pele ou outras doenças, registro de

afastamento por doença, sem adornos e de unhas curtas (sem esmalte e limpas),

manipulação apropriada (horários diferenciados, evitando a contaminação cruzada /

capacidade, nº. manipuladores proporcional ao tamanho da área).

66

e) Balcão e expositores - Condições higiênicas satisfatórias, temperatura do

produto de acordo com o rótulo, produto exposto de maneira que não prejudique a

circulação do frio, produtos expostos perfeitamente identificados de acordo com a

legislação vigente (indicando o modo de conservação e a temperatura adequada,

contendo a inscrição” VENDA EXCLUSIVA DENTRO DO MUNICÍPIO DE

CURITIBA” e a chancela do SIM).

f) Vestiários e banheiros - Condições higiênicas satisfatórias (organizados e

equipados com sabão líquido e papel toalha), armários em bom estado de

conservação, local para lavagem de caixas utilizadas para este fim, documentação

comprobatória da limpeza da caixa da água, documentação comprobatória de

desinsetização e desratização por empresa licenciada (a cada seis meses).

g) Transporte - Veículos adequados e limpos, controle da temperatura do

alimento, Containeres e embalagens adequados e limpos.

h) Limpeza e Sanitização - Possuir procedimentos operacional padrão,

depósito de material de limpeza e equipamentos organizados, equipamentos e filtros

para climatização devem estar conservados. A limpeza e a troca de filtros

programada (periódica e registrada), calibração dos instrumentos ou equipamentos

de medição, mantendo registro da realização dessas operações. (SECRETARIA

MUNICIPAL DA SAÚDE 2008)

8.2.2 Discussão

Foi realizada uma inspeção, em um Hipermercado, no bairro do Pinheirinho,

no dia dez de agosto de dois mil e oito. Atualmente o Distrito Sanitário do CIC, não

fiscaliza nenhum estabelecimento, por falta de técnicos.

67

Sendo observadas algumas irregularidades, conforme a lei vigente:

• Carne de frango com temperatura inadequada (2.3º C), a orientação

da margem de segurança é de 0 a -5º C (por dez dias), -10º a -18º

C (por trinta dias).

• Peças de carne bovina envoltas por plástico, sem a devida proteção

(com sinais de descongelanto);

• Carne de peixe com sinais de recongelamento (formação de cristais

de gelo);

• Bandejas de camarões e casquinha de siri com temperatura

inadequada (resfriada), sendo recomendado pelo fabricante

armazenar o produto congelado à -18º C;

• Caldo de tilápia em temperatura inadequada

• Câmaras lotadas, não permitindo a circulação de ar adequada,

• Câmaras com sinais de ferrugem no teto;

• Câmaras mal organizadas havendo uma grande variedade de

produtos;

• Balança com fiação exposta, sem a devida proteção na área do

açougue;

• Balança com sinais de ferrugem;

• Termômetro da câmera mal calibrado (-104º C);

• Termômetros dos técnicos mal calibrados, havendo diferença de

temperatura, durante a aferição;

• Utensílios de limpeza apoiados na porta da câmera;

• Confeitaria do estabelecimento teve um conceito ruim, durante a

auditoria de segurança alimentar;

68

• Os funcionários estavam limpando o laboratório, durante a

manipulação de frios;

• O lixo do estabelecimento estava no pátio, onde o mesmo recebe as

mercadorias;

Ocorrida à inspeção, a técnica informou aos responsáveis pelo

estabelecimento as possíveis irregularidades, dando prazo para ser cumprida. Onde

será feita uma nova inspeção, caso contrário o estabelecimento corre o risco de

perder o serviço de inspeção Municipal SIM.

Obs. O mesmo estabelecimento já havia sido interditado o ano passado, por

não possuir condições higiênicas sanitárias.

Figura 03: (Temperatura acima do limite de segurança alimentar)

69

Figura 04: (Balança com fiação exposta na área do açougue)

Figura 05: (Câmaras mal organizadas)

70

Figura 06: (Bandeja de camarão e casquinha de siri, com temperaturas

inadequadas).

71

Figura 07: (Balança com sinais de ferrugem)

8.3 APREENSÃO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS ARMAZENADOS DE FORMA

INCORRETA PROPORCIONANDO RISCO À SAÚDE DA POPULAÇÃO – CASO 3

Através do telefone 156 (CAL) o Distrito de Saúde CIC, foi informado que um

estabelecimento situado na Regional CIC estava expondo produtos alimentícios

perecíveis com prazo de validade expirado e em mau estado de conservação.

Após está notificação a equipe de Inspeção Sanitária de alimentos, foi

averiguar as condições higiênicas sanitárias deste estabelecimento.

Onde foram encontradas as seguintes irregularidades:

• Salsichas em temperatura ambiente (18,4º C), sendo a orientação

do fabricante manter em 0º C a 4º C;

• Ingrediente para feijoada em temperatura entre 13º C a 76º C, sendo

a orientação do fabricante manter até 5º C;

72

• Pizza pronta e apresuntado em temperatura entre 15º C a 16º C,

sendo a orientação do fabricante manter em 1º C a 10º C;

• Lingüiça Toscana em temperatura entre 3.6º C a 4.8º C, sendo a

orientação do fabricante -18º C;

• Cortes de frango (peito) congelado em temperatura entre 0º C a -2º

C, sendo a orientação do fabricante manter em -12º C;

• Bandejas de filé de Tilápia congeladas, com sinais de

descongelamento;

• Bandejas de posta de cação congeladas, com sinais de

descongelamento;

• Bandejas de pescadinho espalmada congeladas, com sinais de

descongelamento;

• Bandejas de Cascudinho cobrinha congeladas, com sinais de

descongelamento;

• Achocolatado com vencimento expirado;

• Sobremesa Láctea com vencimento expirado;

• Danoninho com vencimento expirado;

• Espinhaço de suíno congelado com temperatura entre 4º C, sendo a

orientação do fabricante manter em -12º C;

8.3.1 Discussão

Auto Termo/Termo de Inutilização

Foram aprendidos 92 pacotes de salsicha, 12 pacotes de ingredientes para

feijoada, 7 unidades de pizza pronta, 8 pacotes de lingüiça toscana, uma caixa com

73

18,5 kg cortes de frango congelado, 4 bandejas de filé de Tilápia, 2 bandejas de

posta de cação, 2 bandejas de pescadinha espalmada, 2 bandejas de cascudinho

cobrinha, 45 caixas de achocolatado, 8 unidades de sobremesa Láctea, 14

danoninhos e 4 pacotes de espinhaço de suíno.

O estabelecimento foi infracionado, as mercadorias foram apreendidas e

levadas até o aterro sanitário de Curitiba (caximba). O proprietário foi convidado a

acompanhar a inutilização dos produtos (os mesmos foram inutilizados para fins de

proteção a Saúde Publica).

Figura 08 - (Pizza pronta em temperatura inadequada 15.9º C)

74

Figura 09: (Filé de pescada com sinais de descongelamento)

Figura 10: (Ingredientes para feijoada com temperatura inadequada 15.3º C)

75

Figura 11: (Lingüiça Toscana com temperatura inadequada 7.1º C)

Figura 12: (Mercadorias apreendidas)

76

Figura 13: (Produtos inutilizados, no Aterro Sanitário)

77

9. CONCLUSÃO

Com o crescimento dos serviços de consumo alimentar e extra-domiciliar, os

alimentos ficaram mais expostos a uma série de perigos representados pelas

possibilidades de contaminação microbiana, associadas às práticas incorretas de

manipulação e processamento.

Mesmo diante de todas as políticas públicas, com o objetivo de melhorar a

vigilância alimentar, ainda faltam programas mais abrangentes e efetivos,

especialmente em níveis municipais. A detecção e a rápida correção das falhas no

processamento dos alimentos, bem como a adoção de medidas preventivas, são as

principais estratégias para o controle de qualidades desses produtos. O controle

higiênico sanitário é, portanto, um desafio constante para proteger os consumidores

e garantir a qualidade de produtos e serviços.

O principal foco da Vigilância Sanitária é a conscientização dos responsáveis

pelos estabelecimentos que comercializam alimentos, complementadas com as

ações da equipe técnica e as legislações. Evitando assim as toxifecções alimentares

e outros agravantes.

Através de campanhas à população, pode-se melhorar a qualidade dos

produtos alimentícios. Alertando sobre diversos temas como: surto alimentar,

intoxicação alimentar e doenças transmitidas por alimentos.

78

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ALVES DA SILVA, E.A. Manual de Controle Higiênico-Sanitário em

Serviço de Alimentação. 6. ed. São Paulo: Varela, 2005.

2. Apontamentos mistrados em aula do professor José Maurício França.

3. BRANDÃO. C.A, 2007

Disponível em:

http://www.boaspraticasfarmaceuticas.com.br/finalidadedaanvisa.asp

Acesso em: outubro de 2008.

4. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução n° 216, de

15 de setembro de 2004. Dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para

Serviço de Alimentação. Diário Oficial da União, 16 de setembro de 2004.

Disponível em: http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=125

46. Acesso em: outubro de 2008.

5. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução n°275, de

21 de outubro de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Procedimentos

Operacionais Padronizados aplicados aos Estabelecimentos Produtores/

Industrializadores de Alimentos e a Lista de Verificação das Boas Práticas de

Fabricação em Estabelecimentos Produtores/ Industrializadores de Alimentos. Diário

Oficial da União, 06 de novembro de 2002.

Disponível em: http//e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=81

34. Acesso em setembro de 2008.

79

6. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em:

http://www.anvisa.gov.bv. Acesso em: outubro de 2008.

7. Curso ministrado pela ANVISA, 2007.

8. DUCCI. L. Manual do Manipulador-SMS, 2006.

9. EVANGELISTA, José. Tecnologia de Alimentos. São Paulo ed. Atheneu,

2000.

10. GERMANO, P.M.L e GERMANO, M.I.S Higiene e Vigilância Sanitária de

Alimentos. 2. ed. São Paulo: Varela, 2003.

11. Secretária Municipal de Saúde de Curitiba: Vigilância de Alimentos.

Disponível em: http://www.curitiba.pr.gov.br/saude/servico/index.htm.

Acesso em: outubro de 2008.

12. Secretária Municipal da Saúde de Curitiba: Vigilância Sanitária de

Alimentos. Legislação Municipal 9000 – Decreto n° 7 0 SIM, quinze de fevereiro de

2002.

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