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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Linecker Pierro Schossler Trabalho de Conclusão de Estágio: GESTÃO DE ESTOQUE DA EMPRESA RAFES DECORAÇÕES E REVESTIMENTOS LTDA Administração de Materiais TIJUCAS - SC, 2013

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Linecker Pierro Schossler

Trabalho de Conclusão de Estágio:

GESTÃO DE ESTOQUE DA

EMPRESA RAFES

DECORAÇÕES E

REVESTIMENTOS LTDA

Administração de Materiais

TIJUCAS - SC, 2013

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LINECKER PIERRO SCHOSSLER

Trabalho de Conclusão de Estágio:

GESTÃO DE ESTOQUE DA

EMPRESA RAFES

DECORAÇÕES E

REVESTIMENTOS LTDA

Trabalho de estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão da Universidade do Vale do Itajaí. Orientador: Prof. Ronaldo Telles

TIJUCAS - SC, 2013

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Agradeço primeiramente a Deus, por estar sempre presente em minha vida e sem ele eu nada seria. Em

especial a minha esposa Maiara a quem eu amo, e que esteve ao meu

lado em todos os momentos desde o inicio dessa caminhada, aos meus pais Joceli e Rosanea que sempre me apoiaram e me educaram nos

caminhos corretos com muito amor e carinho e nunca mediram esforços para me ajudar. Também a minha

irmã Aline que teve participação fundamental para que eu

ingressasse na universidade. Ao meu grande amigo Felippi que nos deixou no ano passado, mais que terá sempre um lugar especial em

meu coração. Ao Ronaldo e Elisangela por contribuírem muito

profissionalmente e com a finalidade deste trabalho. Ao meu orientador Prof. Ronaldo Telles, que sempre

esteve à disposição para me ajudar a tornar possível este trabalho. E a

todos os professores que tive ao longo do curso, que compartilharam seus conhecimentos e que tiveram

grande participação no meu crescimento intelectual e

profissional, como a todos os amigos que fiz ao longo da academia.

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‘’Esperei com paciência no SENHOR, e ele se inclinou para mim

e ouviu o meu clamor’’.

Salmos, 40.1

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário Linecker Pierro Schossler b) Área de estágio Administração de Materiais c) Orientador de conteúdo Profº Ronaldo Telles d) Supervisor de campo Ronaldo Soares e) Responsável pelo o estágio Profª. Marisa Pigatto

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão social Rafes Decorações e Revestimentos LTDA ME b) Endereço Rua Tenente Carvalho nº 45 sala 02 – Centro – Tijucas - SC c) Setor de desenvolvimento do estágio Administração de Materiais d) Duração do estágio 240 Hrs e) Nome e cargo do supervisor de campo Ronaldo Soares – Diretor Administrativo / Financeiro f) Carimbo e visto da organização

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RESUMO

Este trabalho de pesquisa vê como finalidade, um estudo na gestão de materiais adotada pela a empresa Rafes Decorações, empresa que esta inserida no ramo de decoração de ambientes onde possui uma loja na cidade de Itapema SC e outra em Tijucas SC, e buscar avaliar a situação que se encontra os estoques e propor melhorias aos problemas encontrados. O objetivo geral é analisar a gestão de materiais da Rafes Decorações. Para a realização deste, foram definidos como objetivos específicos: Realizar a revisão da literatura sobre o tema; verificar o atual controle de estoque; aplicar curva ABC (Gráfico de Paretto) de um grupo de produtos; detectar o ponto de pedido de um grupo de produtos; verificar o atual layout do estoque e identificar problemas existentes.

A metodologia do estudo apresenta características de pesquisa qualitativa e quantitativa e com tipologia considerada como uma avaliação-formativa, com os dados coletados através de fontes primárias e secundárias. Observou-se nos resultados que a Rafes Decorações, utiliza um sistema de informação que por sua vez não é utilizado da maneira correta, como também não satisfaz todas as exigências para um controle eficaz de seus estoques, também se observou que não há o uso de ferramentas que possam informar de forma precisa os níveis de estoques, margens de segurança, ponto de pedido, sendo que todo o processo é feito de forma visual, e há também problemas com layout e aproveitamento de espaços físicos dos estoques. Após a coleta dos dados, foram propostas as seguintes sugestões para a empresa: criação e utilização de ferramentas de controle dos estoques, realização da curva ABC, realização de inventários periódicos e atualização do sistema de informação, criação de layout e organização correta dos produtos de estoque.

Palavras-chave: Estoque. Controle. Curva ABC.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Classificação ABC por valor econômico................................................81

Tabela 2: Classificação ABC por valor econômico em ordem...............................82

Tabela 3: Tabela de fator de segurança................................................................85

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Tabulação de desvio padrão................................................................33

Quadro 2: Modelo para confecção da curva ABC.................................................46

Quadro 3: Classificação ABC em %......................................................................83

Quadro 4: Verificação da gestão de estoques x objetivos especificos..................98

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Grafico dente de serra.... ............................................................................ 27

Figura 2: Gráfico dente de serra com ruptura............................................................ 29

Figura 3: Gráfico dente de serra utilizando o estoque mínimo.. ................................ 34

Figura 4: Gráfico dente de serra comtempo de reposição x ponto de pedido.. ......... 36

Figura 5: Gráfico demostrativo de TR... .................................................................... 37

Figura 6: Comportamento dinâmico do processo de previsão.. ................................ 41

Figura 7: Codificação alfanumérica... ........................................................................ 43

Figura 8: Curva ABC.... ............................................................................................. 46

Figura 9: Diagrama conceitual de almoxarifado... ..................................................... 56

Figura 10: Organograma padrão funcional de um almoxarifado... ............................ 57

Figura 11: Fachada loja de Itapema.... ...................................................................... 62

Figura 12: Fachada matriz Tijucas.... ........................................................................ 63

Figura 13: Escritório área administrativa Tijucas... .................................................... 64

Figura 14: Ambiente decorado 1.... ........................................................................... 66

Figura 15: Ambiente decorado 2.... ........................................................................... 66

Figura 16: Ambiente decorado 3... ............................................................................ 67

Figura 17: Ambiente decorado 4... ............................................................................ 67

Figura 18: Organograma da empresa... .................................................................... 70

Figura 19: Área de recebimento de mercadoria... ..................................................... 72

Figura 20: Estoque 1... .............................................................................................. 73

Figura 21: Estoque 2... .............................................................................................. 74

Figura 22: Estoque 3... .............................................................................................. 74

Figura 23: Estoque 4.. ............................................................................................... 75

Figura 24: Estoque 5.. ............................................................................................... 75

Figura 25: Entrada de nota fiscal no sistema... ......................................................... 76

Figura 26: Gerando relatório de estoque passo 1... .................................................. 77

Figura 27: Gerando relatório de estoque passo 2.. ................................................... 78

Figura 28: Gerando relatório de estoque passo 3.... ................................................. 78

Figura 29: Curva ABC da Rafes.... ............................................................................ 84

Figura 30: Projeto da nova fachada da loja de Tijucas... ........................................... 94

Figura 31: Planta baixa na nova loja de Tijucas... ..................................................... 95

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Figura 32: Planta baixa do espaço do novo estoque... .............................................. 96

Figura 33: Início das obras nos estoques.... .............................................................. 97

Figura 34: Início das obras nos estoques.. ................................................................ 97

Figura 35: Início das obras na fachada... .................................................................. 98

Figura 36: Sugestão de layout para o estoque... ..................................................... 104

Figura 37: Layout superior do estoque... ................................................................. 105

Figura 38: Área de recebimento de mercadoria... ................................................... 106

Figura 39: Área de estocagem... ............................................................................. 106

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 14 1.1 Objetivo geral e específicos.... ..................................................................... 15 1.2 Justificativa da realização do estudo... ........................................................ 16 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.... .................................................................. 17 2.1 Histórico da Administração.... ...................................................................... 17

2.2 Áreas da Administração..... ......................................................................... 18 2.3 Administração de Materiais.... .................................................................... .20 2.4 Gestão de Estoque.... ................................................................................. .24 2.4.1 Curva dente de serra.... ........................................................................... .27 2.4.2 Estoque mínimo ou estoque de segurança.... ......................................... .29 2.4.3 Sistema de duas gavetas.... .................................................................... .34 2.4.4 Ponto de pedido.... .................................................................................. .35 2.4.5 Giro de estoque.... .................................................................................. .38 2.4.6 Cobertura de estoque (ou anti-giro).... .................................................... .39 2.4.7 Previsão.... .............................................................................................. .40 2.4.8 Classificação e codificação de materiais.... ............................................ .42 2.4.9 Classificação ABC.... .............................................................................. .44 2.5 Gestão de Compras.... ............................................................................... .47 2.5.1 Lote econômico de compra (LEC).... ....................................................... 49

2.6 Gestão de Armazenagem.... ....................................................................... .51 2.6.1 Espaço físico e Layout.... ........................................................................ 53

2.7 Almoxarifado.............................................................................................. .54 3 MÉTODO..... ................................................................................................... 58

3.1 Tipologia de Pesquisa.... ............................................................................. 58 3.2 Coleta de Dados... ...................................................................................... 58 3.3 Tratamento e Análise dos Dados................................................................ 60

3.4 Limitações da Pesquisa.... .......................................................................... 60 4 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO..... ................................................ 61

4.1 História da empresa..... .............................................................................. 61 4.2 Produto.... ................................................................................................... 64

4.3 Financeiro.... .............................................................................................. 68

4.4 Recursos Humanos...... .............................................................................. 69

4.5 Organização, sistemas e métodos.... ......................................................... 70 4.6 Compras...... ............................................................................................... 71 4.7 Almoxarifado.............................................................................................. 72 4.8 Estoques..... ............................................................................................... 73 5 RESULTADOS DA PESQUISA..... ................................................................. 79

5.1 Curva ABC........ ........................................................................................ 79 5.2 Tempo de reposição...... ............................................................................ 84 5.3 Estoque de segurança...... ......................................................................... 85 5.4 Ponto de Pedido........ ................................................................................ 87 5.5 Giro de estoque....... .................................................................................. 89

5.6 Layout............. ........................................................................................... 93

5.7 Quadro de verificação da gestão de estoque x objetivos específicos............. ................................................................................................... 98 6 SUGESTÕES PARA A ORGANIZAÇÃO....... ............................................... 101

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6.1 Utilização de ferramentas de controle de estoques........ ........................ 101

6.2 Criaçáo da curva ABC (método de Paretto)............................................ 101 6.3 Realização de inventários periódicos e atualização do sistema ........ .... 102 6.4 Criação de layout e organização correta dos estoques........ .................. 104 6.5 Mudanças ocorridas durante realização do trabalho........ ...................... 104 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS............. ............................................................. 107

REFERÊNCIAS.... ................................................................................................... 110 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS .................................................................... 114

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1 INTRODUÇÃO

Uma realidade para os dias atuais é o conhecimento da Administração como

base para a gestão. Cada vez mais é notória a importância a falta que faz uma base

de conhecimento, por parte dos gestores, referente à organização como um todo,

dado os crescentes avanços tecnológicos, maquinas cada vez mais evoluídas,

software de gestões cada vez mais completos e eficazes, ferramentas de

comunicações mais ágeis. Contudo a demanda de informações e produtos gerada

pela globalização, a diminuição dos parâmetros de tempo e espaço possibilitados

pela internet, onde mais difícil do que chegar ao topo é se manter em alto nível

competitivo. Apenas as empresas mais preparadas, evoluídas e abertas para esta

“evolução” e mudanças no mercado permanecem.

Diante de tudo isto ganhar dinheiro com margens de lucro muito altas tornou-

se inviável, daí surge à necessidade de uma gestão da área de materiais mais

aprofundada, visando redução de custos e conseqüentemente tornando-se cada vez

mais competitivos no mercado. Podemos observar que as áreas de operações não

recebem a importância e atenção necessárias por parte dos empresários, como a

falta de eficiência e o alto custo das operações e recursos. Isso porque muitos

gestores preocupam-se apenas com os resultados finais, se esquecendo da origem

destes, todavia este descaso pode interferir significativamente na saúde da empresa,

reduzindo sua lucratividade ou até levá-la a negatividade.

Uma visão mais estratégica e planejada nas áreas de operações, focando

também nas previsões de demanda e controle de estoque, beneficia toda a

empresa, com base nisso, pode-se refletir sobre a influência de uma excelente

gestão de estoques para o sucesso de uma empresa onde a tarefa é otimizar o

investimento que se tem nesta área, aumentando sua eficiência de planejamento e

controle e conseqüentemente minimizando o capital empregado, capital este que

deverá estar sempre em circulação afim de agilizar os setores produtivos e satisfazer

o setor comercial.

A Empresa Rafes Decorações e Revestimentos, que está no mercado desde

2008, localizada nas cidades de Itapema e Tijucas - SC, onde atua no segmento de

decorações de ambientes e vem a cada ano realizando mais parcerias com

profissionais atuantes na área, núcleo estadual de decorações e com novos

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fornecedores, visando sempre criar um mix de produtos cada vez mais diversificado

e sofisticado sem abrir mão da qualidade e agilidade nos serviços prestados e tendo

como portfólio base artigos como papeis de parede, persianas, cortinas, tapetes.

Com uma equipe de profissionais altamente capacitados nas áreas de vendas,

confecções e instalações, tem na cidade de Tijucas - SC seu departamento

administrativo, de logística e estoques.

Atualmente a empresa Rafes Decorações está enfrentando problemas no

controle de seus estoques, tanto na parte física, relacionada diretamente com a

função de seu almoxarifado onde verificasse problemas na ocupação do espaço de

estocagem, quanto na sua gestão dos níveis de provisionamento refletindo assim na

geração de custos desnecessários como também na apresentação de desperdícios

principalmente referentes a produtos com baixa saída no estoque. Outro problema é

a gestão de compras que não segue as melhores práticas de lote ideal devido o não

controle dos estoques, fazendo sua função sem o uso de controles, sistemas ou

ferramentas auxiliares nem médias de seus históricos de demanda.

1.1 Objetivo geral e objetivos específicos

O objetivo geral deste trabalho é uma Análise descritiva da gestão de

estoques praticada na empresa Rafes Decorações, verificando as necessidades e

adequando-as a empresa.

Richardson (2007, p. 62), define que objetivos específicos são, “etapas que

devem ser cumpridas para alcançar o objetivo geral.” tendo esta base os objetivos

específicos do estudo visam o conhecimento e elaboração de um sistema de gestão

de estoques tradicional verificando as seguintes etapas:

Verificar o atual controle de estoque;

Aplicar curva ABC (Gráfico de Paretto) de um grupo de produtos;

Detectar o ponto de pedido de um grupo de produtos;

Visualizar o atual layout do estoque;

Identificar problemas existentes.

Propor melhorias

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1.2 Justificativa

Este projeto justifica-se pelo fato de que o cenário onde a empresa Rafes

Decorações esta inserida esta em constante evolução, crescimento e

transformações e esta precisa se adequar as necessidades do ambiente e de seu

publico consumidor.

Devido ao interesse da empresa em expandir suas instalações, abrindo novas

lojas, aumentando o seu quadro de funcionários, de serviços e produtos oferecidos

aos seus consumidores, surge a necessidade em definir e implantar a Gestão de

Materiais, através do planejamento, acompanhamento e controle das áreas

relacionadas permitindo um melhor desempenho das áreas de compras,

almoxarifado, estoques, transporte/distribuição, bem como atender as expectativas

da empresa.

Para Roesch (2005, p. 100). “um caminho para justificar a importância do

projeto é recorrer aos objetivos-fins do plano ou programa que se está propondo

implementar ou avaliar”. Com o surgimento de problemas que estão prejudicando o

desenvolvimento da empresa, é necessário, buscar soluções como conceitua

Roesch (2005, p.90), “no contexto de um projeto de pratica profissional, um

problema é uma situação não resolvida, mas também pode ser indicação de

oportunidades até então não percebidas pela instituição.”

Este estudo torna-se viável devido ao fácil acesso de informações que o

acadêmico terá a sua disposição, também a abertura que empresa dará para

realização deste, facilitado pelo o fato do acadêmico estar envolvido diretamente nas

áreas do projeto.

O fato de que nunca ouve nenhuma pesquisa e trabalho sobre o tema

efetuado na empresa caracteriza a originalidade deste projeto.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O estudo das melhorias propostas neste trabalho é direcionado para a

Administração de Materiais da empresa Rafes Decorações e Revestimentos LTDA

ME, iniciando com o conhecimento dos processos da gestão de materiais. Este

projeto por se tratar de um trabalho científico, em sua fundamentação teórica irá

abordar conceitos sobre Administração de Materiais e também Gestão de Estoques,

objetivando assim, aprofundar os conhecimentos e a importância que essas áreas

têm para organização.

Observa-se que as organizações buscam cada vez mais satisfazerem os

desejos e necessidades de seus clientes, como uma estratégia para tornarem-se

competitivas, contudo nem sempre na historia foi desta forma, a seguir como forma

introdutória da fundamentação deste trabalho, será apresentado o histórico da

Administração.

2.1 Histórico da Administração

A Teoria da Administração iniciou-se com ênfase na Administração Científica

e Teoria Clássica. A Administração Científica é a primeira escola a se posicionar

sendo conhecida como Escola Mecanicista; trata-se de um método de planejamento

e controle sendo o principal percussor desta teoria Frederick W. Taylor, este

considerava que a falta de eficiência e a baixa produtividade estavam interligadas a

motivação de seus colaboradores. (RIBEIRO, 2006)

Já a Escola Clássica propõe uma maneira correta para formação de uma

estrutura organizacional, estabelecendo as responsabilidades dos administradores,

determinados por meio de uma compreensão sucinta e metódica do trabalho a ser

desenvolvido. Esta abordagem teve inicio com o engenheiro Henri Fayol, o qual

defendia uma concepção anatômica da empresa em termos da organização formal

(CHIAVENATO, 1994)

Segundo Ribeiro (2006) os princípios de Administração para Fayol foram:

divisão do trabalho, autoridade e responsabilidade, disciplina, unidade de comando,

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direção, remuneração do pessoal, centralização, hierarquia, ordem, estabilidade,

subordinação do interesse particular ao geral.

Da mesma forma em que Fayol estuda as estruturas das organizações, Max

Weber estudava as organizações, com o sentido sociológico, denominando assim

burocracia, tendo esta a ênfase na formalização e obediência as normas,

competência dos funcionários (LACOMBE E HEILBORN, 2003).

A Teoria Burocrática pode ser comparada com a Teoria Clássica, esta visava

o ambiente intra-organizacional, identificando desta forma autoridade racional. A

Teoria Burocrática preocupa-se apresentar e exemplificar o comportamento social, já

os clássicos tentavam aumentar a eficiência de uma forma normativa e prescrita, a

burocracia era da forma descritiva e explicativa (LACOMBE E HEILBORN, 2003).

Diante da historia da Administração, percebe-se as modificações que

aconteceram ao longo dos anos, com isso a Administração ampliou suas áreas, e

definiu suas funções, e juntas a completam uma administração eficaz e eficiente.

2.2 Áreas da Administração

A seguir será apresentado um breve conceito de cada área da administração:

Administração de Produção: É considerada umas das áreas da

Administração, que tem sua base no planejamento, organização, direção e controle

de produção de uma empresa (SILVA, 2008)

Contribuindo com o tema Brow (2006), a Administração de Produção trabalha

como as operações produtivas, que têm quatro variáveis:

Volume: grande volume de operações e alto nível de repetições de serviços;

Variedade: comparam-se os produtos padronizados com os flexíveis;

Variabilidade: variação da demanda. Ex: serviços temporários;

Visibilidade: é a exposição de quanto a operação é vista pelo o cliente.

Pozo (2002) descreve que no sistema de produção requer obtenção e

utilização dos recursos produtivos que incluem mão-de-obra, materiais,

equipamentos e capital.

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Administração Financeira: Esta tem como objetivo o tratamento da parte

financeira da empresa, maximização dos recursos financeiros e capitais como

também o correto uso destes e prestação de conta dos resultados (SILVA, 2008)

A Administração Financeira conforme Matias (2007) tem preocupação com os

preços, análise dos fluxos de caixas, fatores de desconto, mudanças

governamentais, relação comercial, alavancagem financeira, as crises. Diante de

fatores como estes são imprescindíveis que a empresa esteja preparada nesta área.

Administração de Recursos Humanos: Ao longo do tempo, as empresas

vêem se preocupando com a complementação dos valores, considerados

fundamentais, onde se observa mudanças de seus recursos estratégicos. Assim o

capital financeiro que ate então era o foco, teve sua atenção dividida com o capital

humano. Diante de uma época cheia de inovações, informações, o conhecimento e

a criatividade ganham destaques, sendo considerados recursos de sobrevivência

das empresas (ASSIS, 2005).

A Administração de Recursos Humanos, busca atrair profissionais do

mercado de trabalho com a finalidade de prepará-los, adaptá-los, desenvolve-los de

forma estável ao esforço produtivo, formando profissionais competentes e

adequados as exigências da empresa (KAWASNICKA, 1995).

Para Dessler (2003) a Administração de Recursos Humanos esta mudando

seu papel de protetora para planejadora e agente de mudanças, investindo cada vez

mais em seus colaboradores, tornando-os mais motivados e comprometidos.

Administração de Marketing: Seu conceito significa trabalhar com potenciais

de mercado, com o propósito de satisfazer necessidades e desejos humanos. É um

processo de planejamento e execução da concepção, preço, promoção e

distribuição de idéias, bens e serviços que satisfaçam metas individuais e

organizacionais (KOTLER, 2000).

O mesmo autor descreve que Marketing é o processo em que as pessoas

adquirem o que almejam com a criação da oferta e livre negociação de produtos e

serviços.

Administração de Materiais: É importante obter o máximo de informações

que competem ao departamento, e estabelecer estratégias de controle para que não

ocorram falhas, que podem ser varias, como o desperdício de materiais, perda pela

falta de estoque que afeta diretamente a produção, que refletira em todos os setores

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da empresa, por isso a área de matérias merece mérito devido sua grande

importância (DIAS, 2012).

Na concepção de Gonçalves (2007), existem três áreas consideradas

importantes na Administração de Materiais, que são:

Gestão de Estoques: tem a função de assegurar o suprimento de materiais,

impedindo faltas para que não haja paralisação e outros problemas;

Gestão de Armazenagem: Tem a função de receber os materiais e efetuar a

guarda destes, também atender as solicitações dos usuários;

Gestão de Compras: Tem como principal função analisar as condições de

compras, e demais aspectos com enfoque na negociação com o fornecedor e a

satisfação do cliente.

Dando continuidade ao projeto, seguem mais informações sobre a

Administração de Materiais, sua gestão, as áreas interligadas e sua abrangência.

2.3 Administração de Materiais

O uso e cuidado para com os materiais iniciaram nas organizações desde os

primórdios da Administração, contudo diante de um mundo cada vez mais

competitivo, novas áreas começaram a surgir, assim como a logística. Diante de

tantas mudanças as empresas viram a necessidade de se adequarem para

ingressarem e manter-se no mercado, com isso a Administração de Materiais

começa a ganhar espaço e importância na visão das empresas.

Arnold (1999) afirma que Administração de Materiais é uma função

coordenadora responsável pelo o planejamento e controle do fluxo de materiais,

tendo dois objetivos:

Maximizar a utilização dos recursos da empresa

Fornecer o nível requerido de serviços ao consumido.

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Deste modo, Viana (2000) afirma que o objetivo fundamental da

Administração de Materiais é determinar quando e quanto adquirir, para repor o

estoque, o que determina que a estratégia do abastecimento sempre é acionada

pelo o usuário, a medida que, como consumidor, ele detona o processo.

Para Gonçalves (2007,p. 02) “ a administração de materiais tem objetivo de

conciliar os interesses entre as necessidades de suprimentos e a otimização dos

recursos financeiros e operacionais da empresa”, com o objetivo de ajudar nas

demais áreas e conseqüentemente contribuindo para o crescimento da empresa.

Corroborando Dias (2006) fala da importante da Administração de Materiais,

em obter o Maximo de informações que competem ao departamento, e estabelecer

estratégias de controle para que não ocorram falhas, que podem ser varias, pode

citar o desperdício de materiais ou mesmo perdas pela a falta de estoque, pois com

falta de produção, a empresa sofrera prejuízos, refletindo em todos os setores da

organização desta forma, a área de materiais merece mérito devido a sua grande

utilidade.

A administração dos recursos materiais engloba a seqüência de operações que tem seu inicio na identificação do fornecedor, na compra do bem, em seu recebimento, transporte interno e acondicionamento, em seu transporte durante o processo produtivo, em sua armazenagem como produto acabado, e finalmente, em sua distribuição ao consumidor final. (MARTINS, 2009, p. 04)

Ainda, cabe destacar a idéia de Gonçalves (2007) onde este ressalta o estudo

da Administração de Materiais sobre a ótica de três áreas igualmente importantes,

quais sejam:

Gestão de compras: analisa as condições de compra, e demais aspectos com

enfoque na negociação com o fornecedor e a satisfação do cliente.

Gestão de estoques: sua função é a de assegurar o suprimento dos materiais,

impedindo assim faltas, paralisações ou ouros problemas.

Gestão de centro de distribuição: Tem a função de receber os materiais e efetuar

a guarda destes, bem como atender a solicitação dos usuários, suprindo as

quantidades solicitadas e no momento correto.

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Buscando uma definição mais recente e reforçando também de acordo com o

autor citado, DIAS (2012) fala que o setor de compras preocupa-se sobremaneira

com o estoque de matéria-prima e de todos os insumos necessários para sua

produção ou comercialização. É da responsabilidade de compras assegurarem que

as matérias primas, material de embalagem e peças exigidas pela a produção

estejam a disposição nas quantidades certas, nos períodos desejados, nas

especificações corretas e com o menos preço.

Já com relação aos estoques, o mesmo autor destaca que é necessário para

que o processo de produção /vendas da empresa opere com um numero mínimo de

preocupações e desníveis. Os materiais em estoque podem ser de três tipos

básicos: matéria-prima, produtos em fabricação e produtos acabados. O setor de

controle de estoque acompanha e controla o nível de estoque e o investimento

envolvido.

Além das áreas mencionadas a cima, a Administração de Materiais, esta

interligada a outras áreas na empresa, tais como: financeira, vendas, produção,

recursos humanos, logística e informática. Contudo é importe que entre estas exista

uma ligação, onde deve existir um bom relacionamento e integração, para que sejam

alcançados os objetivos da empresa. Dias (2010) parece corroborar quando afirma

que a Administração de Materiais é a soma de materiais de várias origens, e a

coordenação das atividades de controle tem a cooperação da soma de esforços de

vários outros setores da empresa, que naturalmente, apresentam visões diferentes.

Seguindo esse molde, Gonçalves (2007, p. 03) afirma que “a Administração

de Materiais tem uma grande interface com os diversos setores da empresa, com:”.

Área financeira, considerando a necessidade de aporte de recursos para a aquisição dos diversos materiais que serão necessários para produção de bens e serviço. A produção propriamente dita, responsável pelo o fornecimento das previsões de utilização dos diversos insumos, matérias-primas e componentes necessários à fabricação dos produtos oferecidos pela a empresa. A área de vendas, por representar esse elemento-chave, para definir o volume de fabricação dos produtos e, conseqüentemente, estabelecer sua correspondência quanto ao suprimento dos diversos itens (insumos, matérias-primas, componentes etc.) que compõem o leque de produtos oferecidos pela empresa ao mercado consumidor. A área de recursos humanos, em face da necessidade de suprir a área de administração de materiais com pessoal devidamente capacitado e treinado ao exercício da função.

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A área de logística de distribuição, objetivando articular processos otimizados para o fornecimento de produtos acabados, de acordo com as necessidades e expectativas dos clientes e consumidores. Área de informática como elemento importantíssimo de apoio e manutenção dos registros e informações necessários aos diversos órgãos da empresa envolvendo as varias etapas do fluxo de suprimentos de bens, tanto destinados a produção quanto ao abastecimento do mercado consumidor. (GONÇALVES, 2007, p.04)

É importante o planejamento da Administração de Materiais nas empresas,

para que as chances do alcance de vantagens competitivas sejam bem maiores,

através da redução de seus custos, ênfase da área de compras, devido ao bom

relacionamento com seus fornecedores, que por sua fez refletira na satisfação dos

clientes consumidores.

Uma empresa altamente orientada para o mercado focalizará o atingimento

ou a superação das expectativas do cliente e as características conquistadoras de

encomendas. Em uma empresa assim, todas as funções devem contribuir para

consecução de uma estratégia vencedora. Desse modo, as operações devem

possuir uma estratégia que lhes permita satisfazer as necessidades do mercado e

realizar entregas rápidas dentro do prazo. (ARNOLD, 1999)

Assim, hoje muitas empresas optam por reduzir seu quadro de fornecedores,

porem primam pela a qualidade destes, baseados na forte parceria, com objetivo de

garantir a qualidade dos produtos, desde o fornecimento, e assegurar que o produto

final atenda as expectativas dos clientes. (MARTINS, 2009)

Todo esse processo de Administração de Materiais tem um grande objetivo

dentro da empresa, reduzir custos, considerando que os investimentos em estoques

forem bem administrados (negociações, aquisições, distribuição), os resultados,

podem representar um ganho significativo para as empresas. (GONÇALVES, 2007)

Considerando o bom desempenho da Administração de Materiais, vários

fatores são de suma importância para o alcance deste, dentre estes se pode

ressaltar a importância da Gestão de Estoques neste processo, sendo responsável

por todo o controle dos itens e, sobretudo, responsável por evitar a falta de

materiais, que suas conseqüências acarretara em sérios problemas no

departamento, dentre outras competências, como apresentado a seguir.

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2.4 Gestão de Estoque

As empresas estão cada vez mais na busca de vantagens competitivas em

relação a seus concorrentes, com isso buscam alternativas para aperfeiçoar seus

métodos, e atender seus clientes, no tempo certo e na quantidade necessária para

satisfazer seus desejos; esta é uma das estratégias empregadas pelas empresas

dentro da Gestão de Estoques. (MARTINS, 2006).

De acordo com Arnold (1999, p.256) “a administração de estoque, é

responsável pelo o planejamento e controle do estoque, desde o estagio da matéria-

prima até o produto acabado entregue aos clientes”, por isso a necessidade de uma

boa gestão do departamento.

Para Dias (2010, p. 15) “a função de Administração de estoques é maximizar

o efeito lubrificante do feedback de vendas e o ajuste do planejamento e

programação da produção”.Ela torna o processo produtivo mais ágil, proporcionando

o aumento da produção, sem a necessidade de esperar pelo o processamento de

novos pedidos ou pelas entregas.

Outra contribuição relevante é a de Gonçalves (2007) que destaca sua função

de gerenciamento de materiais, através do uso de técnicas, como de controle de

estoques, previsão de consumo, a fim de priorizar os níveis de estoque as

necessidades de seus usuários, não deixando de lado a preocupação em diminuir os

custos, sem comprometer o nível de serviço prestado a todos os usuários.

Quanto maior o investimento em estoque, tanto será o comprometimento e a responsabilidade de cada departamento. Para gerência financeira, a minimização dos estoques é uma das metas prioritárias. O objetivo, portanto, é otimizar esse investimento, aumentando o uso eficiente dos meios financeiros, reduzindo as necessidades de capital investido.(DIAS,2010, p.15)

Com isso, percebe-se que vários departamentos na empresa estão integrados

ao departamento de estoques, são eles: departamento de compras, departamento

de produção, departamento de vendas, e departamento financeiro, sendo que todos

devem trabalhar harmonicamente para não interferir e prejudicar o funcionamento do

outro e conseqüentemente da empresa.

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Embora os estoques de materiais, seja indispensável para o processo de

produção, ele tem um custo, sendo este o responsável pelo o surgimento de

conflitos, entre os departamentos, principalmente o financeiro. Toda via pode-se

considerar vantajoso caso estejamos em um ambiente especulativo como o da bolsa

de valores, ou em períodos de forte inflação, sendo conveniente e lucrativo manter

por um período maior de tempo. (GONÇALVES, 2007)

Dias (2012), apresenta uma lista simplificada onde mostra as funções

principais, para a organização de controle de estoques:

Determinar o que deve ficar em estoque, como também a quantidade de itens;

Determinar sua periodicidade, ou seja, quando deverá reabastecer o estoque;

Determinar a quantidade a ser comprada, para atender um período pré-

determinado;

Acionar o setor de compras para a aquisição de estoque,

Receber, armazenar os materiais estocados de acordo com cada necessidade;

Fornecer a posição dos estoques, para que possa ser controlada a quantidade e

valor dos mesmos;

Realização periódica de inventários a fim de avaliar as quantidades e estados

dos materiais estocados;

Identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados.

Em qualquer empresa, a preocupação da gestão de estoques está em manter o equilíbrio entre as diversas variáveis componentes do sistema, tais como: custos de aquisição, de estocagem e de distribuição; nível de atendimento das necessidades dos usuários consumidores etc.(VIANA,2000, p.118)

Gonçalves (2007) considera imprescindível para o funcionamento da empresa

uma boa gestão de estoques.

Ainda de acordo com esse autor, no processo de produção, é essencial a

existência de estoque de matérias-primas, e dos componentes para fabricação de

produto. Mesmo com o surgimento de inúmeras técnicas avançadas de produção, é

indispensável manter o mínimo que seja de estoque, pelo menos para suprir as

necessidades do momento.

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O estoque é fundamental na empresa, esse tem função de elevar ao máximo

o atendimento ao cliente, protegendo-a das inseguranças. Arnold (1999) diz que se

fosse possível prever o que e quando os clientes querem, seria feito um plano para

satisfazer as incertezas.

Contudo, Gonçalves (2007, p. 115) destaca que “a complexidade do fluxo de

matérias que é composto por diferentes atividades gera incertezas,” sendo que o

entendimento deste possibilitará garantir os níveis de serviços desejados às

necessidades da empresa.

Toda gestão de estoques esta pautada na previsão do consumo do material. A previsão de consumo ou da demanda estabelece estimativas futuras dos produtos acabados comercializados e vendidos. Estima-se, portanto, quais produtos, quanto destes produtos e quando serão comprados pelos clientes. (DIAS, 2012, p.16)

Outra contribuição relevante é a de Viana (2000) que distingui três tipos de

demandas, relacionadas a seguir:

Demanda perfeitamente conhecida: comuns em montagens, obras e

similares. Podemos ter demandas constantes no tempo, com comportamento

regular de consumo;

Demanda aleatória: material foi estocado por um período de tempo suficiente

para acumular registros de consumo. Sendo assim a demanda aleatória, por

meio do comportamento irregular é conhecida a distribuição de

probabilidades, onde os consumos são irregulares em relação ao tempo;

Demanda sob incerteza: Demanda sob-riscos, onde não se sabe as

probabilidades dos vários níveis de demanda futura.

Satisfazer ao cliente é fundamental com isso as empresas buscam acertar na

hora e na quantidade correta. Com isso é possível ter agilidade e eficiência na

distribuição das mercadorias, e assim adquirirem um papel mais significativo na

busca pelas vantagens competitivas. (MARTINS, 2009)

Para a execução da Gestão de Estoques, é fundamental o conhecimento e

aplicação de alguns conceitos. A seguir serão apresentados alguns destes pontos.

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2.4.1 Curva dente de Serra

A curva dente de serra, é um dos fundamentos da área de matérias que

possibilita o domínio de entrada e saída de um determinado material, considerando

fatores como tempo e quantidade (ARNOLD, 1999).

Independente dos motivadores que contribuem para diminuição dos níveis de

estoques, e das mudanças constantes no ambiente de negocio dos últimos anos, a

dinâmica do consumo de produtos em um determinado estagio da cadeia de

suprimentos pode ser representada por gráficos do tipo dente de serra. (WANKE,

2008)

Constitui a curva a movimentação (entrada e saída) de um determinado item

dentro de um período de tempo e pode ser analisada através do gráfico,

considerando a quantidade (Q) e o tempo decorrido. Para o consumo, geralmente

calculado em meses, segue classificadas pelas as quantidades em unidades de

determinada peça em estoque, isso no intervalo do tempo. Esta apresentação é

chamada de dente de serra. (DIAS, 2012)

Figura 1 – Gráfico dente de serra

Fonte: Dias (2012)

Conforme Dias (2012) mostra na figura a cima, o estoque teve inicio com 140

unidades, estas consumidas no intervalo de tempo, entre janeiro a junho ate chegar

a “zero”. Imediatamente ao chegar a zero, deu entrada no almoxarifado uma

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quantidade de 140 unidades, fazendo com que o estoque voltasse a posição

anterior.

Ainda de acordo com esse autor esses ciclo será sempre repetitivo e

constante se:

não existir mudança no consumo durante o tempo T;

não ocorrer erros administrativos fazendo com que a solicitação de compras

atrase;

o fornecedor do material nunca atrase sua entrega;

nenhuma entrega do fornecedor seja rejeitada pelo o controle de qualidade.

Porem em muitas empresa, é difícil seguir essas regras devido aparecerem

imprevistos em uma ou mais fases do processo, que pode variar desde o atraso na

entrega das mercadoria ou mesmo por não haver um controle definido das

operações.

Todavia Pozo (2002) ressalta a importância do uso dessa ferramenta, que nos

possibilita uma melhor manutenção dos níveis de estoques estabelecidos, onde se

configure um sistema automático de suprimentos da manutenção de estoques, onde

novas ordens são emitidas, devido variações nos níveis de estoque. Assim sempre

que haver redução no nível de estoque uma requisição de compra para o material

especifico deverá ser emitida.

Contudo, sabemos que na pratica o não funcionamento de algumas etapas

desse processo tornando às vezes freqüente essas “falhas” reforçado essa idéia

Dias (2012) diz que os consumos de matéria-prima são em sua maioria variáveis, e

os prazos dos fornecedores nem sempre são cumpridos devido falhas de operação,

sem falar dos riscos de remessas de mercadorias rejeitadas parcialmente ou

totalmente alterando assim o ciclo. Se tudo isso é normal então se deve criar um

sistema que absorva essas eventualidades, diminuindo assim o risco do estoque

ficar zerado durante algum período. A figura 2 trás esse exemplo, podendo ser

chamada de Dente de serra com ruptura, veja:

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Figura 2 – Gráfico dente de serra com ruptura

Fonte: Dias (2012)

Na figura a cima Dias (2012) mostra nas linhas pontilhadas que entre os

meses de junho a setembro o estoque esteve zerado, fazendo com que não fosse

atendida uma quantidade de 80 peças, que seriam consumidas neste período.

Para isso Dias (2012, p.44) salienta a importância de “um sistema de gestão

de estoque ter como objetivo impedir essa ocorrência com a solução mais

econômica possível”. Para tal a empresa deverá se proteger considerando todas

essas variáveis, para isso o próximo item irá mostrar a importância dessa proteção,

mantendo um estoque mínimo para que não prejudique o processo produtivo da

empresa.

2.4.2 Estoque mínimo ou estoque de segurança

Ter um estoque de segurança é manter um estoque extra, com objetivo de

suprir a falta de materiais caso falte estes nos processos produtivos, disponibilizando

assim uma quantidade mínima com intuito de não interromper a produção.

Esse tipo de estoque é feito para cobrir flutuações aleatórias e imprevisíveis do suprimento, da demanda ou do lead time. Se a demanda ou lead time são maiores que o esperado, haverá um esvaziamento do estoque. O estoque de segurança é mantido para proteger a empresa dessa possibilidade. Sua finalidade é prevenir perturbações na produção ou no atendimento aos clientes. (ARNOLD, 1999, p.269)

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Seguindo a mesma lógica Pozo (2002) define este com um estoque de

reserva, onde se tem uma quantidade mínima de peças no estoque com a função de

suprir as possíveis variações do sistema, podendo ser eventuais atrasos do tempo

de fornecimento (TR) pelo o fornecedor, rejeição do lote de compra ou aumento de

demanda.

Aprofundando mais o assunto Wanke (2008) nos fala que para cálculo de

estoque de segurança é determinado à probabilidade de não faltar o produto. Com

base nessas probabilidades calcula-se o estoque de segurança e adiciona ao ponto

de pedido.

Quando se adota um estoque de segurança, a empresa tem pela frente um

aumento nos custos de estoque, para que este seja compatível com a realidade da

empresa, ela deverá otimizar seus recursos e minimizar seus custos, para que se

tenha um estoque de segurança que atenda os fatos previsíveis. Para isso Pozo

(2002) aborda três métodos matemáticos que veremos a seguir:

Método do Grau de Risco (MGR): modelo simples, que usa um fator de risco

dado uma porcentagem, esta definida pelo o administrador em decorrência de

informações colhidas junto a vendas, suprimentos e sensibilidade de

mercado.

ES =C x k

Onde:

ES = Estoque de Segurança

C = Consumo médio no período

k = Coeficiente de grau de atendimento

Exemplo, segundo Pozo (2002, p. 62):Uma empresa necessita definir o

Estoque de Segurança de determinado produto que tem uma demanda media

mensal de 600 unidades e, para tanto, o gerente de logística definiu um grau de

risco de 35%. Neste caso, qual seria o estoque de segurança?

ES = C x k

ES = 600 x 0, 35

ES = 210 unidades

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Método com Variação de consumo e/ou Tempo de Reposição (MVC):

Modelo apenas usado quando as variações de demanda e/ou tempo de

reposição forem maiores que os dados definidos (atrasos na entrega ou

aumento nas venda).

ES = (Cm – Cn) + Cm x Ptr

Onde:

ES = Estoque de Segurança

Cn = Consumo normal do produto

Cm =Consumo maior previsto do produto

Ptr = Porcentagem de atraso no tempo de reposição.

Exemplo, segundo Pozo (2002, p. 63): Uma empresa necessita definir o

Estoque de Segurança de determinado produto que tem uma demanda média

mensal de 600 unidades e o gerente de logística esta prevendo um aumento na

demanda de 25% e recebeu informações de seu fornecedor que haverá um atraso

de 10 dias na entrega do pedido, cujo prazo normalmente é de um mês. Qual será o

estoque de segurança?

ES = (Cm – Cn) + Cm x Ptr

Cm = (600 x 1,25) = 750

TR = 1mês = 30 dias

Ptr = 10 dias / 30 dias = 33,3%

ES = (Cm – Cn) + Cm x Ptr

ES = [ 750 – 600 ] + ( 750 x 0,333)

ES = 150 + 250

ES = 400 unidades

Método com Grau de Atendimento Definido (MGAD): modelo visa o

consumo médio do produto durante certo período e um atendimento da

demanda não em sua totalidade, mas em determinado grau de atendimento.

Para efetuar esse calculo é necessário utilizar três etapas: calculo consumo

médio, calculo desvio-padrão e calculo de estoque de segurança.

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Cmd = (∑ C) : n

ʝ =

ES = ʝ x k

Onde:

Cmd = Consumo médio mensal

C = Consumo mensal

n = Números de períodos

ʝ = Desvio-padrão

k = Coeficiente de risco

Exemplo, segundo Pozo (2002, p. 64): A empresa Fabricadora de Peças

S.A.,obteve neste ano o seguinte volume de vendas para seu produto “ bomba

Injetora YZ”: janeiro, 2.500; fevereiro, 2.200; março, 2.650; abril, 2.800; maio, 2.850;

junho, 2.900; e julho, 3.000. Calcule o estoque de segurança com grau de

atendimento de 90%.

Para calcular-se o estoque de segurança, deve-se seguir as três etapas,

sendo:

1 - calcular o consumo médio

Cmd = (∑ C) : n

Cmd = (2.500 + 2.200 + 2.650 + 2.800 + 2.850 + 2.900 + 3.000) : 7

Cmd = (18.900) : 7

Cmd = 2.700 unidades

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2 - calcular o desvio padrão

Para esse calculo é preciso Tabular os dados, conforme o quadro 1:

Quadro 1 – Tabulação de Desvio Padrão

Fonte: Pozo (2002)

3 – calcular o estoque de segurança

ES = ʝ x k

ES = 228,35 x 1,282

ES = 293 unidades

Voltando-se a observar a figura 1 ( dente de serra) determinando assim um

ponto e deixando um a quantidade de reserva para suprir as “falhas” e variações de

consumo, a probabilidade de falta de material será bem menor. Podemos então

visualizar esse ponto a figura 3 que vem a seguir:

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Figura 3 – Gráfico dente de serra utilizando o estoque mínimo.

Fonte: Dias (2012)

Nesse gráfico Dias (2012) mostra que o estoque iniciaria com140 unidades,

sendo que ao consumir 120, chegando ao nível de 20 unidades, seria reposto mais

120 unidades voltando assim à quantidade inicial. Essa quantidade de 20 peças

seria uma segurança para eventualidades durante o prazo de entrega.

Desta forma Martins (2009) contribui dizendo que os estoques de segurança,

diminuem os riscos de não atender os clientes, estes são determinados para receber

ampliação da demanda, fazendo com que o ponto de pedido (PP), emita um novo

pedido de compra.

2.4.3 Sistema duas Gavetas

Este método pode ser considerado o mais simples para o controle de

estoques. Dias (2012) recomenda que devido à simplicidade deste método, devem-

se utilizar os itens da classe C. O mesmo autor trás o exemplo a seguir para melhor

ilustrar o método:

Imaginemos duas caixas ou gavetas A e B, o estoque que inicia o processo é

armazenado nessas duas caixas ou gavetas. A caixa A tem uma quantidade de

material suficiente para atender o consumo durante o tempo de reposição, mais o

estoque de segurança, ou seja:

Q = (C x TR) + E x Mn

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A caixa B possui um estoque equivalente ao consumo previsto no período. As

requisições do material que chegam ao almoxarifado são atendidas pelo o estoque

da caixa B; quando este estoque chega a 0 (zero) (caixa vazia), isso indica que

deverá ser providenciada uma reposição do material, pedido de compra. Contudo

para que não haja interrompimento no ciclo de atendimento, passa-se a atender as

requisições pelo estoque da caixa ou gaveta A.

2.4.4 Ponto de pedido

Com o objetivo de identificar e controlar a quantidade de produto e matéria-

prima no estoque, o ponto de pedido indica o exato momento de realizar a reposição

dos materiais de estoque. Desta forma Arnold (1999, p. 319) explica que “quando a

quantidade de um item cai para um nível pré-determinado, denominado ponto de

pedido, emite-se um pedido”.

Aprofundando o estudo deste assunto, Pozo (2002) define ponto de pedido

como a quantidade de peças que se tem no estoque, garantindo a continuidade da

produção, enquanto se aguarda a chegada do lote de compra, durante o tempo de

reposição. Reforçando assim a importância de quando um item atinge seu ponto de

pedido, deve-se fazer o ressuprimento deste emitindo um pedido de compra.

Com esse método é possível identificar a quantidades de itens existentes no

estoque, esta por sua vez atingida, gera como ação um pedido de compra.

Diante disso Dias (2012) ressalta a importância de se considerar o tempo de

reposição, aquele que vai desde a identificação do item a ser reposto, ate sua

chegada no almoxarifado da empresa. Para esse mesmo autor o tempo de

reposição poderá ser dividido em três partes:

a) Emissão do pedido: é o tempo que leva desde a emissão do pedido de

compra até ele chegar ao fornecedor;

b) Preparação do pedido: é o tempo que o fornecedor leva para fabricar os

produtos, separar, faturar e deixá-los em condições de despacho;

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c) Transporte: é o tempo que leva da saída do fornecedor até a chegada a

empresa que os solicitou.

Figura 4 – Gráfico dente de serra com tempo de reposição x ponto de pedido

FONTE: DIAS (2012)

Ainda Dias (2012) destaca que o ponto de pedido é representado pelo o saldo

do item no estoque podendo ser determinado pela a seguinte formula:

PP = C x TR + E.Mn

Onde:

PP = Ponto de Pedido

TR = Tempo de Reposição

C = Consumo Médio Mensal

E.Mn = Estoque Mínimo

Exemplo, segundo Pozo (2002, p. 60): Determinada peça é consumida em

2.500 unidades mensalmente e sabemos que seu tempo de reposição é de 45 dias.

Então qual é seu Ponto de Pedido (PP), uma vez que seu estoque de segurança é

de 400 unidades?

PP = (C x TR) + E.Mn

C = 2.500 unidades por mês

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TR = 45 dias = 1,5 mês

E.Mn = 400 unidades

PP = ( 2.500 x 1,5) + 400

PP = 3.750 + 400

PP = 4.150 unidades

Para Dias (2012) no calculo de estoque disponível, deve-se considerar:

Estoque existente (físico);

Os fornecimentos em atraso;

Os fornecimentos não entregues, mas ainda dentro do prazo.

O mesmo autor escreve que o estoque disponível normalmente é chamado de

estoque virtual, sendo:

Estoque Virtual = Estoque Físico + Saldo de Fornecimento

Já as empresas que possuem controle de qualidade de recebimento, incluem

o estoque de inspeção no estoque virtual, sendo:

Estoque Virtual = Estoque Físico + Saldo de Fornecimento + Estoque

inspeção.

Conclui-se, então que o ponto de pedido é um indicador, e , quando o estoque virtual alcançá-lo, deverá ser reposto o material, sendo que a quantidade de saldo em estoque suportaria o consumo durante o tempo de reposição (C x TR). (DIAS, 2012, p. 47)

Figura 5 – Gráfico demonstrativo do TR.

FONTE: DIAS (2012)

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Com relação à mobilidade dos estoques, um conceito fundamental na Gestão

de Estoque é o seu giro, que será visto a seguir:

2.4.5 Giro de estoque

A avaliação do capital investido em estoque comparado com o custo das

vendas no ano, ou da quantidade média de materiais em estoque dividido pelo o

custo anual das vendas é chamado de giro de estoques, esta é expressada por meio

da quantidade que o valor de estoque gira ao ano (POZO, 2002).

O giro de estoques ou rotatividade tem o objetivo de medir quantas vezes, por

unidade de tempo, o estoque se renovou ou girou (MARTINS, 2009). Podendo ser

calculado pela seguinte formula:

Giro de estoques = valor consumido no período______

valor do estoque médio no período

Exemplo, segundo Pozo (2002, p. 43): uma empresa tem vendas anuais de

seu produto “X” em 5.250 unidades e o estoque dessa peça é de 1.250 unidades,

qual é a rotatividade de seu estoque?

R = 5.250 : 1.250

R = 5.250 – (peças vendidas no ano)

1.250 – (peças em estoque)

R =4,2 – o estoque gira 4,2 vezes ao ano.

De acordo com Jacobsen ( 2006) em princípio, o giro de estoque indica maior

circulação de capital, imobilizando o mínimo de recursos, entretanto, se o giro for

muito baixo poderá indicar imobilizações demasiadas em estoque e

conseqüentemente grande imobilização de capital.

Para Dias (2012) o grande mérito do índice de rotatividade de estoque, é que

ele representa um parâmetro fácil para comparação de estoques, entre empresas do

mesmo ramo de atividade e entre classes de material em estoque, e obter o

conhecimento de quanto tempo o estoque existente permite a operação, é uma

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informação importante e possível ser determinada através do conceito da cobertura

de estoque.

2.4.6 Cobertura de estoque (ou anti-giro)

Outro índice bastante útil para a analise de estoque, é o anti-giro ou taxa de

cobertura, este indica quantos meses de consumo equivalem ao estoque real ou ao

estoque médio (DIAS, 2012). Conforme formulação a seguir:

Antigiro = estoque médio

consumo

Exemplo, segundo Dias (2012, p. 66): Um item que tem um estoque de 3.000

unidades é consumido a uma taxa de 2.000 unidades por mês. Quantos meses o

estoque cobre a taxa de consumo?

Antigiro = 3.000 = 1,5 meses

2.000

Ainda de acordo com esse mesmo autor, é importante salientar que:

a disponibilidade de capital para investir em estoque é que vai determinar a

taxa de rotatividade-padrão;

não se deve utilizar taxas iguais em materiais de preços diferentes

baseado na política da empresa, programas de produção e previsão de

vendas, determine a rotatividade que atenda os menores custos total;

deverá ter periodicidade para comparação entre a rotatividade padrão e a

rotatividade real.

Seguindo a mesma lógica, Martins (2009) diz que a cobertura de estoque

indica o numero por unidade de tempo, por exemplo, dias, que o estoque médio será

suficiente para cobrir a demanda média. Para tanto é indispensável fazer a previsão

desta demanda antes de ser realizada.

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2.4.7 Previsão

Um prelúdio do planejamento, onde é fundamental antes de fazer planos,

estimar condições que existirão dentro de um período no futuro, pois a previsão é

inevitável no desenvolvimento de planos para satisfazer a demandas futuras

(ARNOLD, 1999).

A previsão deve levar sempre em consideração os fatores que mais afetam o

ambiente em que tendem a mobilizar os clientes. Informações básicas e confiáveis

de toda a dinâmica de mercado deverão ser utilizadas para decidirmos quais as

quantidades e prazos a serem estabelecidos. (POZO, 2002, p.46)

Toda a gestão de estoques está pautada na previsão do consumo de

material. Deste modo Gonçalves (2007) destaca três características das previsões:

1 - Nenhuma previsão é perfeita – Os valores previstos são fixados dentro de certos

limites de tolerância como, por exemplo, estimar as vendas de um determinado

produto em 1.000 unidades para o próximo mês com uma variação de mais ou

menos 200 unidades. Isso significa que as vendas poderão oscilar entre 800 a 1200

unidades no próximo mês.

2 – Quanto maior o horizonte planejamento, mais imprecisas são as estimativas.

Assim prever as necessidades da próxima semana tem muito maior confiabilidade

do que estimar as necessidades do próximo ano.

3 – Fazer previsões para família de produtos leva a maior chance de acerto do que

fazer previsão individuais de cada produto. Por exemplo: para uma fabrica estimar o

volume de produção de tintas para parede é muito mais simples do que estimar o

volume de cada cor de tinta e respectivas embalagens de vendas.

Em geral, as previsões baseiam-se em dados históricos que são manipulados de alguma maneira, com a utilização de júris de especialistas ou de alguma técnica estatística. Assim a previsão só pode ter a qualidade dos dados em que se baseia. (ARNOLD, 1999, p.235)

Fazer previsão permite analisar e estabelecer quais produtos bem como que

quantidades serão compradas pelos clientes; também disponibiliza informações que

permite decidir quais serão as dimensões e a distribuição no tempo na demanda dos

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produtos acabados, podendo ser classificadas em duas categorias:quantitativas e

qualitativas. (DIAS, 2012)

Quantitativas referem-se a evolução de vendas do passado, variáveis de fácil

previsão relativamente ligadas as vendas , influencia da propaganda, variáveis de

criação ou inovação de produtos ligados a venda entre outros.

Qualitativa esta relacionada a opinião dos gerentes, dos vendedores, dos

compradores, pesquisas de mercado e outros meios afim.

A figura a seguir mostra de forma esquemática o comportamento dinâmico do

processo de previsão:

Figura 6 – Comportamento dinâmico do processo de previsão.

FONTE: DIAS (2012)

Ainda de acordo com Dias (2012) as técnicas de previsão de consumo podem

ser classificadas em três grupos, que são:

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Projeção – admitem que o futuro será repetição do passado, ou as vendas

evoluirão no tempo, este grupo de técnica é de natureza quantitativa.

Explicação – procura explicar as vendas do passado mediante modelos

relacionando-as com outras variáveis cuja evolução é previsível.

Predileção – funcionários mais experientes e conhecedores de fatores

influentes nas vendas e no mercado estabelecem a evolução das vendas

futuras.

Na previsão é necessário ter conhecimento do produto ou serviço, neste

processo utiliza-se a classificação e codificação de matérias, que contribuem para

eficiência do processo, veja a seguir.

2.4.8 Classificação e codificação de materiais

Para que se tenha um almoxarifado eficiente, processos de armazenamento

definidos, estoques controlados, é preciso um sistema de classificação e codificação

de materiais elaborados.

O objetivo da classificação e codificação de materiais e bens é simplificar, especificar e padronizar com uma numeração todos os bens da empresa, tanto os materiais como os patrimoniais. Com a codificação do bem, passamos ater um registro que nos ira informar todo o seu histórico, tais como: data de aquisição, preço inicial, localização, vida útil esperada, valor depreciado, valor residual, manutenção realizada e previsão de sua substituição. (POZO, 2002, P.183)

Neste contexto, Russo (2009) afirma que classificar um material consiste em

agrupá-lo segundo sua forma, dimensão, peso, tipo e uso, ordenando-os segundo

critérios adotados.

Em função de uma boa classificação de material, poderemos partir para a codificação do mesmo, ou seja, representar todas as informações necessárias suficientes e desejadas por meio de números e/ ou letras com base em toda a classificação obtida do material. (DIAS, 2012, p.170)

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Aprofundando o estudo deste assunto Gonçalves (2007) destaca três

sistemas de codificação de materiais mais utilizados, que são:

Sistema alfabético: Constituído unicamente por um conjunto de letras,

estruturadas de forma mnemônica mediante associação das letras que permite

identificar cada material

Sistema alfanumérico: método de codificação que mescla números e letras

para representar cada material. Sistema muito usado em indústrias de

autopeças.

Sistema numérico: consiste em atribuir uma composição lógica de números

para identificar cada material, que teve origem na Classificação Decimal

Universal, criada por Melwille Louis Komoth Dewey, aplicada inicialmente na

organização de bibliotecas.

A codificação tem o objetivo de identificar com facilidade o produto ou material

desejado, por meio de códigos determinados por sistemas, e escolhido pela a

empresa, com a finalidade de melhor manuseio por parte de seus usuários. Várias

são as possibilidade de implantar um sistema de codificação, sendo que as mais

utilizadas são através do alfabeto, ou alfanumérico, ou ainda numérico também

chamado de decimal. (DIAS, 2012)

A seguir na figura 7, Pozo (2002) mostra um exemplo de codificação

alfanumérico (letras e números) mostrando a possibilidade de classificação.

Figura 7 – Codificação alfanumérica.

FONTE: POZO (2002)

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A empresa poderá adaptar conforme suas necessidades a classificação e

codificação de seus materiais e produtos em estoque ou mesmo que estejam em

falta, a fim de agilizar os processos e contribuir com o andamento dos demais

setores, com isso será mostrado a seguir a classificação ABC que ajudará na

classificação e identificação dos itens de acordo com sua importância auxiliando

assim a gestão de estoques.

2.4.9 Classificação ABC

O principio da Curva ABC, teve inicio em 1987 na Itália por Vilfredo Pareto,

onde elaborou em um estudo de distribuição de renda e riqueza local. No estudo

Pareto notou que grande porcentagem da renda total concentrava-se nas mãos de

uma pequena parcela da população, tendo uma proporção de 80% e 20%

respectivamente, ou seja, que 80% da riqueza local estavam concentradas com 20%

da população. Contudo com o passar dos anos esse principio foi difundido para

outras áreas e passou a ser muito importante para os administradores sobre tudo na

Gestão de Estoques. (POZO, 2002)

O principal objetivo da analise ABC é identificar os itens de maior valor de demanda e sobre eles exercer uma gestão bem mais refinada, especialmente porque representam altos valores de investimentos e seu controle mais apurado vai permitir grandes reduções nos custos dos estoques. (GONÇALVES, 2007, p.168)

Este método é aplicável em quaisquer situação onde seja possível

estabelecer prioridades, sendo uma tarefa ou obrigação mais importante que outra

contudo ambas terão que ser realizadas, de modo que a soma de algumas partes

dessas tarefas ou obrigações de importância elevada representa provavelmente uma

grande parcela das obrigações totais. (VIANA, 2000)

Ainda de acordo com esse autor as classes da curva ABC podem ser

definidas da seguinte forma:

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Classe A: grupo de itens mais importante, que devem ser tratados com atenção

especial;

Classe B: grupo de itens em situação intermediaria entre as classes A e C;

Classe C: grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção.

Exemplo, segundo Dias (2012, p. 74): O departamento de Produção

apresentava um consumo anual de 9.000 materiais diferentes. Precisa-se fazer um

estudo para redefinir a sua política de estoques. Devido ao elevado investimento em

estoques, convém identificar os grupos de materiais que deverão ter controles mais

rígidos (classe A), intermediários (classe B) e mais simples (classe C).

A curva ABC fornece a ordenação dos materiais pelos os respectivos valores

de consumo anual. Pelas as analises, verifica-se que uma pequena porcentagem de

itens da classe A é responsável por grande porcentagem do valor global

(investimento anual grande).

Ao contrário, na classe C, poderá haver grande porcentagem de itens

responsáveis apenas por pequena porcentagem do valor global (investimento anual

pequeno). A classe B estará em situação intermediaria.

Dessa maneira, do caso do exemplo resultou:

Classe A: 8% dos itens (720) corresponderão a 70% do valor anual do consumo;

Classe B: 20% dos itens (1.800) corresponderão a 20% do valor anual do consumo;

Classe C: 72% dos itens (6.480) corresponderão a 10% do valor anual do consumo.

Portanto, verifica-se que, para controlar 90% do valor de consumo, basta

estabelecer controles sobre 28% dos itens, ou seja,sobre os 2.520 primeiros itens

(classes A e B) da curva ABC. A classe C, que se compõe dos 6.480 itens restantes,

corresponde a apenas 10% do valor do consumo.

A construção da curva ABC como mostrado na figura 8, é bem simples; basta

ter os consumos de itens de estoque e os respectivos preços de aquisição ou preços

médios corrigidos para uma mesma data. Sua elaboração segue alguns passos

simples que poderão ser efetuados utilizando-se de planilhas eletrônicas.

Atualmente, qualquer sistema de gestão de matérias tem em seu bojo, dispositivos

básicos que permite a construção da curva ABC. (GONÇALVES, 2007)

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Figura 8 – Curva ABC.

FONTE: GONÇALVES (2007)

Corroborando, Dias (2012) mostra no quadro 2 um diagrama de bloco, que

pretende facilitar a construção da curva ABC, ao mesmo tempo em que todos os

aspectos sejam devidamente considerados.

Quadro 2 – Modelo para confecção da curva ABC.

FONTE: DIAS (2012)

Desta forma, para concluir todos os passos da curva ABC, faz-se necessário

o apoio e colaboração de profissionais treinados e preparados para atuar, ordenar.

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Com isso no próximo item apresenta-se a contribuição da Gestão de Compras para

o sucesso da Gestão de Estoques.

2.5 Gestão de Compras

Muitas pessoas supõem que o “processo de compra” é responsabilidade

exclusiva do departamento de compras. Contudo trata-se de uma função muito mais

ampla, que se realizada com eficiência envolve todos os departamentos da empresa.

Obter o material certo, nas quantidades certas, com tempo, lugar e fonte correta, co

preço certo são todas as funções de compras. (ARNOLD, 1999)

No entanto a compra é vista pelas empresas nos dias atuais com uma

atividade de considerável importância estratégica, contudo nem todas as empresas

vêem as compras como função melhor desempenhada por um departamento

especifico, vendo mais apropriadamente quando está próxima ao ponto de pedido.

(BAILY, 2000)

Embora todos saibam comprar, em função do cotidiano de nossas vidas, é imprescindível a conceituação da atividade, que significa procurar e providenciar a entrega de materiais, na qualidade especificada e no prazo necessário, a um preço justo,para o funcionamento, a manutenção ou a ampliação da empresa. (VIANA, 2000, p.172)

Diante disto cabe ao administrador de suprimentos atenderem essas

necessidades, sempre fundamentado em seu conhecimento do processo

operacional, interno e externo, garantindo a empresa a plena satisfação de suas

exigências de materiais e produtos necessários para sua operacionalidade, devendo

ser todos negociados e adquiridos aos mais baixos custos, atendendo aos padrões

de qualidade e tendo seus fornecedores como parceiros. (POZO, 2002)

Para garantir todas as exigências descritas a cima, Gonçalves (2007) destaca

os principais objetivos de um departamento de compras, que são:

Comprar de forma eficiente, maximizando o ganho para empresa dentro dos

padrões éticos;

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Garantir o suprimento dos materiais exigidos pelos usuários nos prazos e

quantidades estabelecidos;

Criar e desenvolver um cadastro de fontes de suprimentos, com intuito de

garantir os fluxos de abastecimentos nas empresas;

Manter boa articulação internamente quanto ao mercado em geral,

especialmente com o mercado fornecedor dos insumos e produtos exigidos

pelas as empresas;

Criar rotinas e procedimentos dentro dos processos de aquisição ágeis que

permita um efetivo controle de todo o processo.

Outra contribuição relevante é a de Dias (2012) que lista as principais

atividades que deve ser controladas pelo o responsável de compras de modo que

estas sejam também analisadas com intuito de medir a desempenho do

departamento, sendo estas:

1. Pedidos de compra;

2. Colocação do pedido (tempo de compra);

3. Pedidos de compra em aberto;

4. Valor total das compras;

5. Volume de compras a dinheiro;

6. Índice de qualidade do fornecedor;

7. Cadastro de fornecedores – eficácia;

8. Numero de coleta de preços;

9. Tempo de compra através de concorrência;

10. Media de propostas por coleta de preços;

11. Controle de poupanças obtidas;

12. Analise geral da eficácia.

Ainda de acordo com o autor a cima, pode-se dividir o gerenciamento da

Administração de Compras nos seguintes grupos:

Quanto ao pedido de compras;

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Quanto ao valor de compras;

Quanto ao fornecedor;

Quanto à coleta de preços

Quanto à eficácia geral.

Considerando a grande importância da Gestão de Compras, e os vários

processos que contribuem para eficácia desta conforme visto a cima, ressalta

também o Lote Econômico de Compra, próximo item de abordado, este com a

intenção de propor uma melhor gestão de materiais em estoque, no que se refere à

aquisição de materiais e a quantidade necessária a ser comprada, contribuindo

ainda na redução dos custos e gestão dos estoques.

2.5.1 Lote econômico de compra (LEC)

Quando se trabalha com estoque-reserva, e aumentada a quantidade a se

comprada, logo o estoque médio da empresa aumenta, propiciando também o

aumento nos custos de manutenção de armazenagem, juros, obsolescências entre

outros. Já se aumentado as quantidades do lote de compra, diminui-se custos de

pedido de compra, por unidade comprada, de mão-de-obra e manuseio. (POZO,

2002)

Para equacionar os conflitos oriundos dos ideais níveis de estoque utiliza-se a

técnica do Lote Econômico de Compra, que tem como finalidade determinar a

quantidade a ser comprada, tendo como objetivo a minimização dos custos totais

que atingem os estoques. ( GONÇALVES, 2007)

Para calcular o Lote Econômico de compra (LEC) e o custo total anual (CT),

Jacobsen ( 2009) mostra as seguintes formula:

LEC = 2 x Cp x D

Ca

CT = Pc x D + Cp x D + Ca x LEC

LEC 2

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Sendo:

Cp =custo de um pedido;

D = demanda do período T;

Ca = custo unitário de armazenamento de uma unidade do item no período T;

Pc = preço unitário de compra

OBS: Quando o custo de armazenagem (Ca) é indicado em percentual (ao invés de

valor monetário), a fórmula do lote econômico passa a ser a seguinte:

LEC = 2 x Cp x D

Ca x Pc

Exemplo, segundo Jacobsen (2009 p. 160): Para demonstrar como se calcula

o LEC e o CT de um item, está se considerando uma demanda anual de 3.600

unidades. O custo do pedido é de $ 5,10 e o custo unitário de armazenagem de uma

unidade de item durante um ano é de $ 1,80. O preço unitário de compra é de $

2,00.

LEC = 2 x 5,10 x 3.600

1,80

LEC = 36.720

1,80

LEC = 20.400

LEC = 142,82 (arredonda) 143 unidades por pedido

OBS: A demanda (D) e o custo unitário de armazenagem (Ca) precisam ser de

períodos iguais (anual, mensal, semestral ou diário), para não distorcer o resultado.

Sugere-se transformar todas as variáveis para o período anual.

CT = 2,00 x 3.600 + 5,10 x 3.600 + 1,80 x 142,82

142,82 2

CT = 7.200 + 128,55 + 128,54

CT = $ 7.457,00 por ano.

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Considerando a importância de todos os processos para obter maior

segurança nos itens em estoque, o próximo assunto abordará a importância da

Gestão de Armazenagem para garantir ainda mais a eficiência na Gestão de

Estoques.

2.6 Gestão de Armazenagem

Armazenagem e manuseio de mercadorias são atividades essenciais na

Gestão de Estoque e seus custos podem absorver de 10% a 40% das despesas

logísticas de uma empresa. Pois diferente do sistema de transporte que ocorrer em

tempo e locais diferentes, a armazenagem de materiais na maioria da vezes ocorre

em localidades fixas, fazendo com que o custos dessas atividades estejam ligadas

intimamente na seleção destes locais. (POZO, 2002)

De acordo com Viana (2002), o objetivo primordial do armazenamento é

utilizar o espaço nas três dimensões, da maneira mais eficiente possível. As

instalações do armazém devem proporcionar a movimentação rápida e fácil de

suprimentos desde o recebimento até a expedição. Assim, ainda segundo Viana

(2002, p. 308 – 309), alguns cuidados essenciais devem ser observados:

Determinação local, em recinto aberto ou não;

Definição adequada do layout;

Definição de uma política de preservação, com embalagens plenamente

convenientes aos materiais;

Ordens, arrumação e limpeza, de forma constante;

Segurança patrimonial, contra furtos, incêndio etc.

Ao se otimizar a armazenagem, obtém-se:

Maximizar utilização do espaço;

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Efetiva utilização dos recursos disponíveis (mão-de-obra e equipamentos);

Pronto acesso a todos os itens (seletividade);

Maximiza proteção aos itens estocados;

Boa organização;

Satisfação das necessidades dos clientes.

Russo (2009) descreve a importância da redução do armazenamento,

estocando com menor freqüência, em menores volumes, mais objetivamente e

menos centralizada, faz com que aumente a eficiência do processo e reduz os

custos. Para isso é importante controlar a quantidade estocada, conservar a

qualidade dos materiais, manter a clara identificação dos materiais, sistematizar

informações sobre materiais estocados de forma rápida e eficaz.

A realização de uma operação eficiente e efetiva de armazenagem depende

muito da existência de um bom layout, que determina, tipicamente, o grau de acesso

ao material, os modelos de fluxo de material, os locais de área obstruídas, a

eficiência da mão-de-obra e a segurança do pessoal e do armazém. (VIANA, 2002,

p.309)

Para isso o autor a cima destaca a seguir os principais objetivos do layout de

um armazém:

Assegurar a utilização máxima do espaço;

Propiciar uma eficiente movimentação de materiais;

Propiciar a estocagem mais econômica, em relação às despesas com

equipamentos, espaços, danos de material e mão-de-obra do armazém;

Fazer do armazém um modelo de boa organização.

O mesmo autor destaca cinco passos para projetar um espaço em um

armazém, que são:

A. Definir a localização de todos os obstáculos;

B. Localizar as áreas de recebimento e expedição;

C. Localizar as áreas primárias, secundárias, de separação de pedidos e de

estocagem;

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D. Definir o sistema de localização de estoque;

E. Avaliar as alternativas de layout do armazém.

Dentro da Gestão de Armazenagem, o espaço físico torna-se um elo neste

processo, possibilitando maior controle e agilidade na gestão de estoque.

2.6.1 Espaço físico e Layout

Como as demandas de produtos dificilmente são previstas precisamente, as

empresas usam estoques para melhorar a coordenação entre oferta e demanda e

diminuir os custos totais. Com isso gera a necessidade do espaço físico e da

movimentação interna dos materiais. (BALLOU,1993)

Para isso Pozo (2002) nos mostra quatro razoes básicas que reduz os custos

de armazenagem quando se tem espaço físico para esta finalidade, que são:

Reduzir custo de transporte e produção: estocar produtos em diversas

localidades reduz custos de transporte pela compensação nos custos de

produção e estocagem. Por conseguinte, os custos totais de fornecimento e

distribuição dos produtos podem ser diminuídos.

Coordenação de suprimento e demanda: Empresas com produção sazonal

com demanda constante enfrentam o problema de coordenar seu suprimento

com a necessidade de produtos. Indústrias alimentícias são forçadas a

armazenar produção, de modo a atender o mercado durante a entressafra,

pois sempre que ocorra dificuldade para coordenar suprimento e demanda de

forma precisa, são necessários estoques.

Auxiliar o processo de produção: determinados processos de produção

necessitam de espaço físico para armazenagem. Depósitos servem não

apenas para guardar o produto durante processos de manufatura, mas

também no caso de produtos taxados, a armazenagem pode ser usada para

segurar a mercadoria ate a sua venda. Sendo assim empresas podem evitar o

pagamento de impostos até o momento da venda.

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Auxiliar marketing: Para o marque é importante ter o produto disponível para

o mercado, sendo assim a armazenagem é utilizada para agregar esse tipo

valor. Com isso é possível entregas mais ágeis e com isso melhoria no nível

de serviço e entrega, podendo ter efeito positivo nas vendas.

Falando-se de espaço físico, Russo (2009) ressalta os cuidados que se deve

ter com os layout, maximizando a utilização dos espaços, ter eficiência nos recursos

disponíveis e rápido acesso aos materiais. É preciso considerar ainda as

necessidades atuais de estocagem e suas possíveis flutuações de médio e longo

prazo.

Ainda de acordo com esse autor, ao planejar o espaço, é necessário dispor

dos seguintes dados:

Estoque Maximo;

Estoque médio;

Política de reposição de estoques;

Unidade de estocagem;

Volume recebido e expedido por unidade de tempo;

Características dos equipamentos de movimentação existentes como

dimensões, capacidade, raio de giro, propulsão etc.

É imprescindível para empresa controlar e localizar os materiais

armazenados, para isso é preciso ter um método que permita detecta a localização

do material desejado, com isso a classificação e codificação de materiais, contribui

no processo agilizando o trabalho, garantindo maior produção e atendendo as

expectativas de seus clientes.

2.7 Almoxarifado

O almoxarifado pode ser definido como o local onde é destinado a guarda e

conservação dos materiais, em espaço coberto ou não, adequado a sua natureza,

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tendo a função de destinar espaços onde cada item permanecerá aguardando seu

uso. (VIANA, 2000)

Buscando um uma definição mais recente Jacobsen (2009) descreve

almoxarifado como o local onde os materiais de diversos setores são recebidos,

conferido, estocados, conservados, distribuídos e controlados, aguardando o o

momento de serem consumidos.

Ainda de acordo com esse autor as principais atividades do almoxarifado são:

Receber e conferir materiais;

Fazer inspeções de qualidade;

Estocar os materiais em locais adequados, zelando pela guarda e proteção

destes;

Atender as requisições internas;

Registrar as movimentações físicas e financeiras do estoque;

Solicitar as compras dos materiais;

Arquivar os documentos que devem ficar no setor;

Acompanhar os inventários.

Viana (2000) ilustra na figura 9 o envolvimento e as responsabilidades das

atividades do almoxarifado, conforme a seguir:

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Figura 9– Diagrama conceitual de almoxarifado.

FONTE: VIANA (2000)

O mesmo autor defende que a eficiência do almoxarifado depende

fundamentalmente da redução das circunstâncias internas percorridas pela a carga e

do aumento das viagens de ida e volta, do aumento do tamanho médio das unidades

armazenadas e da melhor utilização de sua capacidade volumétrica. A seguir o

organograma padrão funcional de um almoxarifado:

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Figura 10 – Organograma padrão funcional de um almoxarifado.

FONTE: VIANA (2000)

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3 MÉTODO

Este capítulo apresenta o método a ser aplicado para a viabilização deste

trabalho. Segundo Andrade (1994; pág. 103) “metodologia é um conjunto de

métodos ou caminhos percorridos na busca do conhecimento”.

Corroborando, Roesch (2012) comenta que a metodologia descreve como o

trabalho será realizado, partindo dos objetivos para definir que tipo de projeto é mais

apropriado.

Deste modo, essa parte do trabalho faz referencia à metodologia utilizada

nesta pesquisa, objetivando-se a apresentação das diretrizes que foram utilizadas

para o desenvolvimento e analise dos dados coletados.

3.1 Tipologia de Pesquisa

O presente trabalho consiste em uma avaliação formativa, que segundo

Roesch (2012) é caracterizada por um diagnóstico do sistema atual da empresa e

sugestões para sua reformulação, sendo que neste tipo de projeto o propósito é

melhorar ou aperfeiçoar os sistemas ou processos atuais.

Para a realização do estudo será utilizado predominantemente o método

qualitativo, que para Richardson (1999, p.38), “a abordagem qualitativa de um

problema, além de ser uma opção do investigador, justifica-se, sobretudo, por ser

uma forma adequada para entender a natureza de um fenômeno social”. Também,

cabe destacar as idéias de Roesch (2012) que descreve o método qualitativo como

abordagem apropriada para a avaliação formativa quando se trata de melhorar a

efetividade de um programa, selecionar as metas e construir uma intervenção;

porém será necessário o uso de alguns dados quantitativos para a elaboração de

um diagnóstico.

Já quanto ao método quantitativo Richardson (1999) o caracteriza pelo o

emprego de quantificação tanto nas modalidades de coletas de informações, quanto

no tratamento dessas através de técnicas estatísticas, desde as mais simples até as

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mais complexas. Corroborando Roesch (2012), o modelo quantitativo é um método

de pesquisa que proporciona o melhor meio de controle ao delineamento de uma

pesquisa, garantindo assim uma boa interpretação dos resultados, objetivando medir

relações entre associações ou causa-efeito, avaliando o resultado de algum projeto

ou sistema. A pesquisa quantitativa apresenta como propósito para o estudo a

obtenção de informações sobre determinada população, de modo que busca medir

alguma coisa de forma objetiva, onde quantitativo sendo observável pode ser

mensurável, ou seja, quantificar dados em forma de coleta de informações.

3.2 Coleta dos Dados

Os dados foram coletados por meio de fontes primárias e secundárias.

Os dados secundários foram coletados através de relatórios gerados pelo

sistema e também documentos e manuais existentes na empresa. Para Roesch

(2005) fontes secundárias são informações já existentes na empresa, sendo os

dados que já existiam na empresa e que estão à disposição para consultas,

podendo ser eles por meio de relatórios, banco de dados, índices, arquivos e ainda

outras informações vindas de determinada área.

Quanto aos dados primários, de acordo com Mattar (1996), são eles

coletados com o único objetivo de satisfazer a pesquisa quanto suas

necessidades, e que não estão disponíveis para consulta.

Para este trabalho os dados primários foram coletados também, por meio

da observação do acadêmico. Que para Minayo (1999), a observação participante,

é realizada através do pesquisador com seu contato direto ao fenômeno observado

com o intuito de obter informações sobre o contexto e seus atores sociais. Essa

técnica tem como principal função capturar uma variedade de situações ou

fenômenos que não seriam possíveis de ser obtido através de perguntas, tendo em

vista que ao observar diretamente a própria realidade, transmitem o que há de

mais relevante na vida real.

A observação participante foi realizada pelo o acadêmico, que por sua vez

trabalha diretamente na área de estudo da empresa, onde foi considerado seu

conhecimento adquirido no dia a dia na área de atuação, como também por meio

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de programações de estudos fora jornada de trabalho, onde o acadêmico

semanalmente escolhia um dia estratégico para estar analisando mais

profundamente os dados que iam sendo coletados.

3.3 Tratamento e Análise dos Dados

Esta parte da pesquisa diz respeito a utilização e apresentação dos dados

que foram coletados ao longo da pesquisa, que para Rudio (2002), afirma que o

pesquisador deve utilizar uma série de técnicas para a realização da análise do

material que já fora obtido. A interpretação dessas informações é apresentada em

termos dos propósitos do estudo a que está se dedicando.

Depois de coletados, os dados foram processados e analisados em forma de

quadros, e a partir deles, foram elaborados relatórios contendo a explicação. Para

Marconi e Lakatos (2003), o relatório visa expor toda a pesquisa, do planejamento

às conclusões, incluindo os processos metodológicos empregados. Tendo como

base de desenvolvimento a lógica e a precisão, expressas em linguagem simples,

com clareza, objetividade, e coerência.

3.4 Limitações da Pesquisa

Para elaboração da pesquisa, a empresa forneceu todas as informações

necessárias, o fato do acadêmico trabalhar e ser responsável pela área de pesquisa

na empresa colaborou para melhor entender os processos e levantar os dados

necessários para essa pesquisa.

A pesquisa também dispôs uma ampla bibliografia referente a área de Administração

de Materiais, aspecto este que tornou o projeto viável, excluindo quaisquer

limitações.

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4 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

Este capítulo tem como objetivo apresentar as informações coletadas durante

a realização do trabalho, sendo que os dados e informações que foram coletados

informaram sobre a situação atual da empresa, permitindo uma análise sobre seus

processos de controle de estoques e auxiliando na formulação de eventuais

propostas para melhor aproveitar a estrutura existente e sanar as deficiências

identificadas na empresa.

4.1 História da empresa

A empresa Rafes Decorações e Revestimentos LTDA ME, nasceu na cidade

de Tijucas Santa Catarina, no final do ano de 2008. Saindo do ramo de calçados o

casal de empreendedores Ronaldo Soares e Elisangela do Santos Soares

percebendo o momento eufórico de desenvolvimento do país na área de construção

civil e de carona com este o designer de interiores e o grande potencial da região

litorânea no ramos de decorações de ambientes, após um estudo aprofundado e

contatos, mais o fato dos pais da sócia Elisangela trabalharem no ramo de

decorações por volta de 30 anos, resolveram inaugurar sua loja própria no início do

ano de 2009 na cidade de Itapema Santa Catarina, tendo o nome de Dnobri

Decorações.

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Figura 11 – Fachada loja de Itapema.

FONTE: Fornecida pela empresa.

Atualmente a loja destaca-se na região pelo o seu estilo e bom gosto de seus

ambientes. Luxo, requinte, sofisticação e qualidade são as principais características

de seus trabalhos, uma empresa que tem no seu publico alvo as pessoas das

classes A e B, que buscam conforto e qualidade na hora de desfrutar de seus

imóveis. Pois cada vez mais a correria da vida moderna coloca as pessoas em

contínua tensão, e nada melhor voltar para casa após um dia cansativo e encontrar

um ambiente lindo e aconchegante e que tem a cara do cliente. Pois é neste que ele

irá relaxar, reencontrar familiares e amigos e repor as energias para mais um dia que

virá.

Tendo tudo isso em sua filosofia, a Rafes Decorações acredita que é

fundamental a escolha de produtos de qualidade e fornecedores de confiança, para

evitar do de cabeça. Por isso a empresa vem a cada dia buscando melhor atender

seus clientes, investindo cada vez mais na qualidade de seus serviços prestados,

pois para Rafes a compra de um imóvel, a decoração de um quarto, a reforma de um

ambiente são eventos para tornar ainda mais felizes os dias de seus clientes.

Reforçando a idéia a empresa trás como missão, visão e valores o seguinte:

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Missão – Oferecer a nossos clientes soluções na decoração de ambientes, com

novas tendências, design próprio e um excelente atendimento.

Visão – Ser referencia no mercado regional de decorações de ambientes,

unindo qualidade, bom gosto e inovação.

Valores – Temor a Deus, Comprometimento, Ética nos sérvios prestados,

Respeito, Disciplina, Satisfação.

A empresa Rafes Decorações tem na cidade de Tijucas sua matriz, setores

administrativos e estoques físicos, já na cidade de Itapema tem a filial que trás o

nome de Dnobri Decorações. A seguir serão apresentados os produtos que empresa

oferece a seus clientes.

Figura 12 – Fachada matriz Tijucas.

FONTE: Fornecida pela empresa.

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Figura 13 – Escritório área administrativa Tijucas.

FONTE: Fornecida pela empresa.

4.2 Produto

Com base na afirmação de Gurgel (2001) de que desenvolver produtos de

alta qualidade, a um preço competitivo, e prestar um ótimo serviço ao cliente, é o

mais significativo conjunto de atividade que gera valor para o cliente, vai de encontro

com o objetivo e filosofia que a Rafes Decorações procura oferecer a seus clientes.

Buscando cada dia mais aperfeiçoar seus produtos, com qualidade superior e

estilos próprios a empresa oferece um grande mix de produtos a seus clientes tendo

em sua loja um show room onde trás ambientes já decorados que buscam produzir o

aconchego de um quarto, solução para um escritório, praticidade para uma sala,

como também produtos vistos em expositores próprios, ou em books e catálogos,

onde a idéia é tentar passar ao cliente a imagem mais próxima de como o produto

adquirido ficará em sua casa.

Levando em consideração as infinitas opções de produtos e combinações que

a empresa dispõe por trabalhar grande parte com produtos personalizados ou sobre

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encomenda, a empresa Rafes Decorações oferece seus produtos dividindo nas

seguintes áreas:

Acessórios – (Colchas, saias Box, Travesseiros, portas-travesseiro, baguetes,

futons, rolos de decoração, forração e pingentes);

Cortinas;

Papeis de parede;

Persianas;

Tapetes

Os produtos finais comercializados pela empresa dificilmente tem no estoque

da mesma, contudo contando cada vez mais com grandes parcerias de fornecedores

comprometidos e que vão de encontro com a filosofia da Rafes, como também

equipe de colaboradores e servidores terceirizados comprometidos com os ideais da

empresa, os prazos de entrega e instalação de produtos é consideravelmente

reduzido, se comparado com o ramo de atividade e com os concorrentes diretos que

a Rafes possui. Em média os prazos de entrega ou instalação obedecem aos

seguintes dias:

Acessórios – 5 a 10 dias;

Cortinas – 8 a 15 dias;

Papeis de parede – 3 a 15 dias;

Persianas – 10 a 15 dias;

Tapetes – 15 a 25 dias;

Todavia dependendo da escolha do cliente, para produção de muitos

produtos, são necessárias matérias primas que dependem de importação por parte

dos fornecedores, o que poderá acrescer de 25 a 40 dias a entrega do produto e

instalação nos clientes.

A seguir algumas fotos de trabalhos realizados e produtos oferecidos pela a

Rafes Decorações e Revestimentos LTDA ME.

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Figura 14 – Ambiente decorado 1

FONTE: Fornecido pela a empresa.

Figura 15 – Ambiente Decorado 2.

FONTE: Fornecido pela a empresa.

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Figura 16 – Ambiente Decorado 3.

FONTE: Fornecido pela a empresa.

Figura 17 – Ambiente Decorado 4.

FONTE: Fornecido pela a empresa.

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4.3 Financeiro

O setor financeiro da Rafes Decorações possui uma colaborada responsável

por seu andamento adequando, juntamente com um auxiliar financeiro, onde são

divididas as atividades: conciliação de pagamentos e recebimentos diários, contas a

receber, contas a pagar, cobranças, emissão de boletos, notas fiscais, relatórios,

entre outras atividades. Para auxiliar na administração correta da empresa, é

utilizado uma contabilidade externa que da todo o suporte para assuntos financeiros

e contábeis, de recursos humanos, trabalhistas e quaisquer duvida que venha ter a

empresa ou intervenção necessária que a contabilidade vier exercer baseada nas

leis que regem o sistema empresarial.

Na efetivação de pedidos de venda por parte da empresa para novos clientes,

esta tem como política o recebimento obrigatório de um valor monetário na

efetivação da compra por parte do cliente simbolizando a entrada, sendo este valor

determinado após levando-se em conta valor do pedido, condições e formas de

pagamentos utilizadas pelo o cliente. Para clientes que já fazem parte da carteira da

empresa, na forma de pagamento nem sempre é exigida a entrada, podendo o

primeiro pagamento ser em até 30 dias da efetivação da compra.

Como forma de pagamento a receber a empresa trabalha com as seguintes

formas: pagamento em cheque, boleto ou depósito bancário. Tendo em vista que em

uma compra o cliente poderá fazer o pagamento utilizando uma ou mais formas

citadas anteriormente. Para o pagamento de fornecedores, a empresa tem para

cada fornecedor uma forma de proceder, podendo ser estes ser em boletos,

depósitos antecipado ou em datas programas, cheque próprios ou de terceiros.

Sendo a escolha feita após o responsável pelo o setor de compras juntamente com

a autorização do diretor administrativo levarem em conta os seguintes aspectos:

descontos concedidos, prazos, volume de compras.

O pagamento dos colaboradores da empresa é feito em forma de deposito em

conta salário, sendo de responsabilidade do responsável financeiro o envio de todos

os dados necessários para a contabilidade confeccionar as folhas de pagamento.

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4.4 Recursos Humanos

Devido à quantidade de funcionário que a empresa possui, não se tem um

departamento formalizado. Ficando a cargo da responsável do setor financeiro a

organização dos cadastros dos funcionários ativos e inativos, assim como a

confecção de pastas individuais devidamente organizadas onde constam todas

informações individuas de cada colaborador.

Em caso de novas admissão é de total responsabilidade dos proprietários,

estes selecionam os novos colaboradores após entrevistas informais, sendo a fonte

de capitação utilizada a divulgação de novas vagas de trabalho em universidades,

como por exemplo o “banco de talentos” da UNIVALI, como a divulgação no SINE

das cidades de Itapema e Tijucas ou por intermédio de indicações pelos próprios

funcionários ativos da empresa ou externa de pessoas conhecidas dos proprietários.

Por se tratar de uma empresa de porte pequeno, os colaboradores tem total

acesso aos proprietários, contudo instrui-se que se possível quaisquer duvidas,

sugestões e reclamações que os colaboradores possam ter, que procurem de

preferência os supervisores administrativo ou comercial para que os mesmos

possam tentar solucionar mais rapidamente o que for necessário.

A empresa disponibiliza como forma de benefícios vale alimentação para

instaladores, vale transporte para funcionários que dependerem de transporte

publico plano odontológico e convenio com clinicas medicas a fim de disponibilizar

descontos em consultas médicas.

A Rafes Decorações não dispõem de plano de carreira definido,

disponibilizando assim os seguintes cargos: auxiliar de vendas, consultor de vendas,

orçamentista, secretaria, supervisor comercial, supervisor administrativo, analista

financeiro, auxiliar administrativo e instalador, apresentando hoje o seguinte

organograma:

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Figura 18 – Organograma da empresa.

FONTE: Dados fornecidos pela a empresa.

4.5 Organização, Sistemas e Métodos

Para Oliveira (2005) Organização, Sistema e Método (OSM), tem como

objetivo o aprimoramento de processos já existentes na empresa, ou ate mesmo a

criação caso necessário, visando sempre a agilidade, com isso percebe-se que a

Rafes Decorações, mesmo não tendo profissionais especializados na área, nem

conhecimento especifico, busca seguir esse conceito.

A empresa esta sempre em busca de melhorias, que possibilitem o

crescimento dela e de seus colaboradores. Com o auxilio de alguns colaboradores

que estão em fase de capacitação acadêmica e de consultorias externas como por

exemplo do SEBRAE, muito esta sendo feito, como criação de manuais de

integração de funcionários, descritivos de atividades, manuais de utilização do

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sistema interno da empresa dividido por funções, fluxograma de processos e tem-se

como objetivo até o final do ano de 2013 a organização de um setor de Recursos

Humanos adequado e compatível com a necessidade da empresa.

4.6 Compras

O setor de Compras é de responsabilidade do supervisor administrativo, que

tem total autonomia de fazer as compras de quaisquer produtos que a empresa

esteja necessitando. Também de sua responsabilidade esta a verificação dos níveis

de estoque, que atualmente é feita de forma visual, pois o sistema implantado esta

em fase de modificação e atualização e no momento não informa de forma clara e

objetiva as informações necessária para uma compra de itens de estoque.

Dentre as compras realizadas, a grande maioria se da com base na venda

dos produtos através de books e álbuns como nos casos de papeis de parede,

através de mostruários como persianas e tapetes, e pastas ou bandeiras para os

tecidos. Com isso vem do setor comercial todas as informações quanto códigos,

modelos, cores e tamanhos destes produtos escolhidos pelo o cliente para o setor

de compras realizar as compras junto aos fornecedores.

É de responsabilidade do comprador após passar o pedido a um determinado

fornecedor, abrir uma pasta de compra, onde esta estará na situação “pendente” até

que a mercadoria chegue conforme solicitado, após isso o comprador estará

arquivando esse pedido e finalizando essa pendência. Para ajudar no auxilio e

controle da função, é utilizadas pelo o comprador planilhas eletrônicas (Excel) para

controle de chegadas, tabelas de preços de cada fornecedor em formatos digitais e

arquivadas no computador, pastas físicas para separação e arquivamento de

pedidos, como também catálogos de endereços eletrônico, para o envio dos pedidos

por e-mail para o respectivo fornecedor. Todo o produto comprado pela empresa que

ainda não possui cadastro no sistema ISA, é cadastrado pelo o comprador.

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4.7 Almoxarifado

Devido à empresa ser de pequeno porte e seu quadro de funcionários ser

bem enxuto, a responsabilidade pelo o almoxarifado também é do supervisor

administrativo, sendo que este tem a tarefa de receber as mercadorias compradas,

conferi-las e fazer a separação e guarda adequada nos estoques da empresa. Tem

como auxiliar um colaborador de instalação, que quando não esta fazendo a

instalações externas, tem como tarefa ajudar na organização dos estoques,

separação de mercadorias, limpeza dos espaços físicos e verificação dos níveis de

estoques de determinados produtos de utilização exclusiva de instaladores e passar

ao setor de compras quando a solicitação de reabastecimento.

Como a empresa esta em fase de modificações em suas instalações, no

momento o espaço destinado para recebimento e conferencia de mercadorias antes

de sua guarda é o mostrado na foto a baixo:

Figura 19 – Área de recebimento de mercadoria.

FONTE: Dados fornecidos pela a empresa.

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4.8 Estoque

Atualmente a empresa possui cinco áreas destinadas à estocagem, sendo

estas todas localizadas na matriz de Tijucas, onde no piso térreo esta a estocagem

dos tapetes (estoque 5), e no piso superior encontra-se o restante dos estoques, a

atual disposição do estoque da empresa pode ser dividido da seguinte forma:

Estoque 1 – Acessórios para cortinas e persianas;

Estoque 2 – Sobras de tecidos;

Estoque 3 - Tecidos de estoques, Pingentes para cortinas, caixas com

materiais prontos para entrega e instalação divididas por clientes;

Estoque 4 – Cortinas, persianas, trilhos, varões, almofadas, papeis de parede

e demais produtos que vierem surgir.

Estoque 5 – Estocagem de tapetes.

A seguir as imagens de cada um dos cinco estoques:

Figura 20– Estoque 1

FONTE: Dados fornecidos pela a empresa

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Figura 21 – Estoque 2

FONTE: Dados fornecidos pela a empresa

Figura 22 – Estoque 3

FONTE: Dados fornecidos pela a empresa

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Figura 23 – Estoque 4

FONTE: Dados fornecidos pela a empresa

Figura 24 – Estoque 5

FONTE: Dados fornecidos pela a empresa

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A entrada de qualquer produto no estoque é feita primeiramente no sistema

ISA, onde o auxiliar administrativo após receber as notas fiscais conferidas do

responsável pelo almoxarifado, insere no sistema a entrada destas notas e

automaticamente é atualizado o estoque com os produtos contidos em cada nota,

conforme na figura 25.

Cadastrados no sistema da empresa atualmente tem-se mais de 4100 itens,

sendo que é trabalhado em média com cerca de 300 itens de estoques. Isso se da

porque muitos produtos são vendidos por catálogos com por exemplo papeis de

paredes, ou feitos sob. medidas como no casos de persianas, ou até mesmo

personalizado, como no caso de acessórios para cama, onde o cliente escolhe

desde o tecido que será usado, o tamanho, até o modelo, isso caso ele queira algo

totalmente exclusivo.

Figura 25 – Entrada de Nota Fiscal no sistema.

FONTE: Dados fornecidos pela a empresa

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Conforme citado anteriormente neste trabalho, a empresa não possui um

controle efetivo de seus estoques, onde a pessoa responsável pelas compras da

empresa faz estas mediante a baixa que ele julgar significativa, podendo até mesmo

ocorrer a falta de algum item no estoque caso haja algum descuido por parte do

comprador. Já o sistema da empresa disponibiliza o relatório de saldo de estoque

conforme será mostrado nas figuras a seguir e explicados na seqüência.

Primeiro passo (1) deve-se ir à guia estoque, em seguida no campo relatórios

e posteriormente selecionar a opção “saldo de estoque em um período”. Feito isso

(2) aparecerá uma nova tela, onde poderá ser escolhida a data que será feita a

leitura do estoque, buscar por grupos de produtos, formato que será emitida a

planilha e também a busca total, apenas quantidade positiva, ou negativa caso

houver. Por ultimo (3) o sistema ira gerar a planilha conforme será mostrados nas

figuras a seguir:

Figura 26 – Gerando relatório de estoque passo 1.

FONTE: Dados fornecidos pela a empresa

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Figura 27 – Gerando relatório de estoque passo 2.

FONTE: Dados fornecidos pela a empresa

Figura 28 – Gerando relatório de estoque passo 3.

FONTE: Dados fornecidos pela a empresa.

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5 RESULTADOS DA PESQUISA

Nesta parte da pesquisa serão apresentados os cálculos realizados pelo o

acadêmico com relação aos problemas que o mesmo detectou na gestão de estoque

da empresa estudada.

5.1 Curva ABC

Tendo em vista o mix de produto amplo da empresa Rafes Decorações, e seu

banco de dados constarem mais de 4.000 produtos cadastrados, sendo que a

maioria destes não serem produtos que a empresa mantém como de estoque. Para

a realização da curva ABC foram utilizados os produtos de acessórios cromados

para vendas de cortinas, linha esta que a empresa tem grande dificuldade de

controlar e suas compras são feitas com base no acompanhamento visual de baixa

do nível de acessórios no estoque.

Esse grupo é composto por 30 itens que a empresa opta por ter sempre em

seus estoques, devido sua importância quanto utilização para instalação de cortinas,

como também pelo fato que a linha cromada é a que representa 80% da demanda

de acessórios de cortinas. Contudo a empresa disponibiliza uma linha completa com

outras cores de acessórios, como aço escovado, branco, imbuia, dourado,ouro

velho, porem todos estes não são itens de estoques, a empresa disponibiliza a seus

clientes através da venda por catálogos com um tempo de reposição (TR) de 16

dias.

Com isso o motivo da escolha dessa linha para os cálculos de estoque se

justifica, pois a venda de cortinas representa grande fatia no faturamento da

empresa, e para que estas sejam feitas e instaladas corretamente e dentro dos

prazos, em nenhum momento poderá faltar algum tipo de acessório, pois um item

deste poderá comprometer toda a instalação ocasionando atrasos, custos e

principalmente o descontentamento do cliente.

Para calcular a curva ABC, foi realizada uma pesquisa a partir das

informações encontradas no sistema da empresa, onde o acadêmico analisou o

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consumo médio dos produtos no período de 01.09.2012 a 31.12.2012, sendo este

período justificado devido uma escolha pessoal do acadêmico, devido à

disponibilidade de tempo deste e uma melhor organização da empresa neste

período ocasionada por reformulações no quadro funcional. Quanto à importância do

período no que diz respeito a resultados finais, o acadêmico verificou a demanda

média anual e constatou que houve uma constante, concluído que o período

pesquisado não influenciaria nos dados finais da pesquisa.

Com isso a seguir será apresentado à tabela 1 e 2 criada pelo o acadêmico,

onde trás o consumo médio dos produtos da linha estuda em quantidades

consumidas, o custo unitário de cada um destes, o valor total do custo unitário

multiplicado pela quantidade demandada, o consumo total acumulado, o grau de

importância crescente numerados de 1 a 30 com base no valor de consumo

acumulado, também a porcentagem que o valor consumido individual representa

perante a somo do total de consumo e por fim a classificação ABC (método de

Paretto) com base seu grau de importância.

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Tabela 1 – Classificação ABC por valor econômico

FONTE: Elaborado pelo o acadêmico (2013)

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Tabela 2 – Classificação ABC por valor econômico em ordem de importância

de valor de consumo.

FONTE: Elaborado pelo o acadêmico (2013)

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De acordo com o quadro 3 pode-se estabelecer o seguinte critério quanto aos

materiais da empresa:

CLASSE % DE ITENS % DE INVESTIMENTO QUANTIDADE DE GRUPO

A 20 66,52 5

B 30 28,29 10

C 50 5,19 15

Quadro 3 – Classificação ABC em %

FONTE: Elaborado pelo o acadêmico (2013)

Observa-se que 20% dos produtos da parte de acessórios cromados para

cortinas que a empresa Rafes Decorações possui em seu estoque, fazem parte da

classificação A, absorvendo 66,52% do investimento, fazendo com que se tenha

uma atenção especial por parte do gestor quanto à aplicação de políticas de

estoque. Estes 20% de produtos pertencentes à classificação A, representam

quantitativamente 5 produtos.

Já na classificação B, encontra-se 30% dos produtos, estes absorvem 28,29%

do capital investido na área de acessórios cromados para cortinas, sendo que

quantitativamente é representando por 10 produtos.

Na classificação C, 50% dos itens representam 5,19% do investimento e

representam 15 produtos. Esse grupo de produtos assim como os contidos na

classificação A deve ter a mesma atenção por parte da gestão da empresa quanto

ao valor investido nestes em estoque. Pois por terem uma menor demanda muitas

vezes o investimento superior ao tolerável acarretará em prejuízo para empresa

devido ao capital que ficará “parado” em estoque e que poderia ser revertido em

investimento para produtos que tenham maior importância e demanda para

empresa.

Para que haja redução substancial do processo burocrático de controle e

reposição de muitos produtos de classe C, sugere-se em alguns casos utilização do

“método de controle de estoque de duas gavetas”.

Assim pode-se determinar a curva ABC da seguinte forma:

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Figura 29 – Gráfico curva ABC econômico/financeiro

FONTE: Elaborado pelo o acadêmico (2013)

Os 15 produtos que representam 50% do estudo e fazem parte da

classificação C, necessitam de atenção por parte do gestor na hora de investir, pois

estes têm uma menor demanda.

Já aos produtos de classificação A, que englobam 66,52% do investimento

nesta área, terão maior ênfase, visto que possui alta demanda. Para isso a empresa

devera utilizar políticas de compras e ferramentas que possibilitem a compra destes

produtos no momento certo e nas quantidades adequadas para que não haja falta e

interferência na hora de atender seus clientes.

5.2 Tempo de reposição

O tempo de reposição (TR) da linha de acessórios é o mesmo para todos os

itens. Neste caso após verificação por parte do comprador do nível baixo do produto,

leva-se um dia para preencher o formulário de pedido e enviar o mesmo via e-mail

ao fornecedor (1), com isso o fornecedor tem até dois dias para confirmar o pedido e

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enviar espelho com a confirmação da compra (2), depois de confirmado o fornecedor

leva 10 dias para liberar e fazer o despacho dos produtos via transportadora (3) e

por fim a transportadora tem até 3 dias para fazer a entrega da mercadoria (4).

Com isso o Tempo de reposição para acessórios de cortinas cromados se dá

conforme equação a baixo:

TR = 1 + 2 + 3 + 4

TR = 1 + 2 + 10 + 3

TR = 16 dias = 0,53 mês

5.3 Estoque de segurança

Como a empresa Rafes Decorações não possui nenhum método para calculo

de estoque mínimo, sendo este feito mediante apenas com base na verificação

visual do comprador no estoque, ou quando devido uma demanda não esperada

acaba faltando. Então iremos utilizar para os próximos cálculos, a tabela que Viana

(2000) sugere, para que haja uma correção nas distorções que ocorrem nos

estoques devido imprevisto no fornecimento, demandas superiores ao esperado,

entre outros. Segue a baixo a tabela do autor:

Tabela 3 – Tabela de fator de segurança

FONTE: VIANA (2000)

Com base na tabela de fator de segurança de Viana, iremos fazer os cálculos

considerando a importância Operacional Z, devido serem produtos vitais para a

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empresa, sendo que será apresentado dois calculo pra cada produto escolhido

aleatoriamente da classificação ABC. Seguindo a formula de Método de Grau de

Risco (MGR) de Pozo (2002), serão apresentados os seguintes cálculos:

Tubo Grande Cromado (Classificação A)

C = 110 (consume mensal)

K = 0,5

ES = C x K

ES = 110 x 0,5

ES = 55 peças

Argola Grande Cromada (Classificação A)

C = 614 (consume mensal)

K = 0,5

ES = C x K

ES = 614 x 0,5

ES = 307 peças

Suporte Grande de Parede Cromado 7cm (Classificação B)

C = 19 (consume mensal)

K = 0,7

ES = C x K

ES = 19 x 0,7

ES = 14 peças

Ponteira Grande Tampão Cromado (Classificação B)

C = 34 (consume mensal)

K = 0,7

ES = C x K

ES = 34 x 0,7

ES = 24 peças

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Suporte Articulado Duplo (Classificação C)

C = 1 (consume mensal)

K = 0,9

ES = C x K

ES = 1 x 0,9

ES = 1 peça

Suporte Grande Parede 15cm Cromado (Classificação C)

C = 3 (consume mensal)

K = 0,9

ES = C x K

ES = 3 x 0,9

ES = 3 peças

5.4 Ponto de Pedido

O ponto de pedido é a quantidade em estoque que uma vez atingida, inicia-se

o processo de compra para a reposição do mesmo. Para calcular o ponto de pedido,

é preciso multiplicar o consumo mensal da matéria-prima (C) pelo tempo de

reposição (TR) somado com o estoque de segurança, conforme a formula a baixo:

PP = (C x TR) + ES

Para mantermos o mesmo padrão, será apresentando os cálculos de Ponto

de Pedido, dos mesmos produtos calculados anteriormente, sendo que todos os

valores serão arredondados para mais, por se tratar de peças unitárias, não sendo

possível fracionar.

Tubo Grande Cromado

PP = (110 x 0,53) + 55

PP = 114 Peças

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Argola Grande Cromada

PP = (614 x 0,53) + 307

PP = 633 Peças

Suporte Grande de Parede Cromado 7cm

PP = (19 x 0,53) + 14

PP = 24 Peças

Ponteira Grande Tampão Cromada

PP = (34 x 0,53) + 24

PP = 43 Peças

Suporte Duplo Articulado

PP = (1 x 0,53) + 1

PP = 2 Peças

Suporte Grande Parede 15cm Cromado

PP = (3 x 0,53) + 3

PP = 5 Peças

Quando alcançado o Ponto de Pedido, a empresa terá um limite de dias para

suportar a demanda com o estoque, levando-se em conta a rotatividade de cada

produto. A importância disto é que em muitos momentos não é viável a compra de

produtos por questão de preço, então o gestor terá a seu favor a possibilidade de

saber em até qual momento consegue esperar para adquirir uma nova remessa de

produtos, e com saber a melhor oportunidade de compra.

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5.5 Giro de estoque

O giro de estoque mostra quantas vezes o estoque gira ou se renova em um

ano. Para isso de acordo com Pozo (2002) é preciso dividir a quantidade do produto

vendido em um ano, pela a quantidade deste no estoque. Para isso será mostrado a

seguir o calculo de Giro de estoque para os mesmos itens anteriores, conforme a

seguir:

Tubo Grande Cromado

R = 1.045 : 120

R = 1.045 – (peças vendidas no ano)

120 – (peças em estoque)

R =8,70 – o estoque gira 8,7 vezes ao ano.

Argola Grande Cromada

R = 6.930 : 685

R = 6.930 – (peças vendidas no ano)

685 – (peças em estoque)

R =10,12 – o estoque gira 10,1 vezes ao ano.

Suporte Grande de Parede Cromado 7cm

R = 199 : 27

R = 199 – (peças vendidas no ano)

27 – (peças em estoque)

R =7,37 – o estoque gira 7,3 vezes ao ano.

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Ponteira Grande Tampão Cromada

R = 394 : 42

R = 394 – (peças vendidas no ano)

42 – (peças em estoque)

R =9,38 – o estoque gira 9,3 vezes ao ano.

Suporte Duplo Articulado

R = 13 : 3

R = 13 – (peças vendidas no ano)

3 – (peças em estoque)

R =4,33 – o estoque gira 4,3 vezes ao ano

Suporte Grande Parede 15cm Cromado

R = 93 : 5

R = 93 – (peças vendidas no ano)

5– (peças em estoque)

R =18,60 – o estoque gira 18,6 vezes ao ano.

Sabendo a rotatividade dos estoques, determinaremos a seguir, o período em

que esses estoques suportam, ou seja, o estoque que a empresa possui atende uma

demanda de “tantos dias, semanas ou meses”. Para calcular a demanda em meses

(Tm), é preciso dividir 12 meses pelo valor da rotatividade. Para calcular em

semanas (Ts), é necessário dividir 52 (números de semanas em um ano) pelo valor

da rotatividade. E para calcular a demanda em dias (Td), poderá utilizar 365 ou 240

(dias úteis) e dividir pelo valor da rotatividade. (POZO, 2002)

Tubo Grande Cromado

R = 8,7

Tm = 12 : 8,7

Tm = 1,38

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O tempo que suportaria o estoque é de aproximadamente 1 mês e 12 dias

Ts = 52 : 8,7

Ts = 5,98

O tempo que suportaria o estoque é de aproximadamente 5 semanas e 6

dias.

Td = 365 : 8,7

Td = 41,95

O tempo que suportaria o estoque é de aproximadamente 42 dias.

Argola Grande Cromada

R = 10,1

Tm = 12 : 10,1

Tm = 1,19

O tempo que suportaria o estoque é de aproximadamente 1 mês e 5 dias.

Ts = 52 : 10,1

Ts = 5,15

O Tempo que o estoque suportaria é de aproximadamente 5 semanas e 1 dia.

Td = 365 : 10,1

Td = 36,14

O tempo que o estoque suportaria é de aproximadamente 36 dias.

Suporte Grande de Parede Cromado 7cm

R = 7,3

Tm = 12 : 7,3

Tm = 1,64

O Tempo que o estoque suportaria é de aproximadamente 1 mês e 19 dias.

Ts = 52 : 7,3

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Ts = 7,12

O tempo que o estoque suportaria é de aproximadamente 7 semanas e 1 dia.

Td = 365 : 7,3

Td = 26,65

O tempo que o estoque suportaria é de aproximadamente 27 dias.

Ponteira Grande Tampão Cromada

R = 9,3

Tm = 12 : 9,3

Tm = 1,29

O tempo que o estoque suportaria é de aproximadamente 1 mês e 8 dias

Ts = 52 : 9,3

Ts = 5,59

O tempo que o estoque suportaria é de aproximadamente 5 semanas e 4

dias.

Td = 365 : 9,3

Td = 39,25

O tempo que o estoque suportaria é de aproximadamente 39 dias.

Suporte Duplo Articulado

R = 4,3

Tm = 12 : 4,3

Tm = 2, 79

O tempo que o estoque suportaria é de aproximadamente 2 meses e 23 dias.

Ts = 52 : 4,3

Ts = 12, 09

O tempo que o estoque suportaria é de aproximadamente 12 semanas e 1

dia.

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Td = 365 : 4,3

Td = 84,88

O Tempo que o estoque suportaria é de aproximadamente 84 dias.

Suporte Grande Parede 15cm Cromado

R = 18,6

Tm = 12 : 18,6

Tm = 0,65

O Tempo que o estoque suportaria, seria menos que 1 mês.

Ts = 52 : 18,6

Ts = 2,80

O tempo que o estoque suportaria é de aproximadamente 2 semanas e 5

dias.

Td = 365 : 18,6

Td = O tempo que o estoque suportaria é de aproximadamente 19 dias.

5.6 Layout

Após a apresentação das imagens dos estoques da empresa, verifica-se que,

não existe um layout definido. Tem-se apenas um amontoado de produtos, a ponto

de provocar a inutilização de espaços que poderiam ser mais bem aproveitados por

outras funções, prejudicando na locomoção e manuseio de materiais, localização

dos produtos e também sua má conservação e riscos de danificação de materiais

devido a estocagem inadequada. As fotos apresentadas anteriormente dos estoques

foram tiradas no período de janeiro a abril de 2013, contudo no inicio do mês de

maio de 2013, deu-se inicio a obra de reforma das estruturas físicas da loja de

Tijucas e seus estoques.

Para isso a empresa Rafes Decorações contratou uma empresa de

Arquitetura e Planejamento para fazer a reforma em toda a Loja e na estrutura dos

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estoques, contudo a parte do layout no interior dos estoques, como também a

organização destes ficará a cargo do acadêmico que poderá por em pratica os

conhecimentos adquiridos na academia, tendo este total autonomia para sugerir as

mudanças que forem necessárias para a realidade da empresa.

Desta forma foi aprovado pelo o proprietário da empresa e desenvolvido pela

a empresa de arquitetura a nova fachada da empresa, como também a planta baixa

da nova loja e dos estoques que permaneceram no piso superior.

Figura 30 – Projeto da nova fachada da loja de Tijucas

FONTE: Dados fornecidos pela a empresa.

A planta baixa da figura 31, representa a nova loja da empresa Rafes

Decorações, sendo que onde ficava o estoque 5 da empresa, passará a ser parte do

espaço da loja, conforme mostrado na planta baixa e representado como “ Área 03”.

Na planta da figura 32 mostra como ficará as antigas áreas de estoques 1, 2, 3 e 4,

que passará a não ter mais repartições onde seu layout será todo modificado, de

forma que possa ser melhorado, melhor aproveitado os espaços e a organização

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dos produtos, de modo que facilite a entrada, separação e saída de produtos, como

também a guarda adequada de cada item de estoque.

Figura 31 – Planta baixa da nova loja de Tijucas.

FONTE: Dados fornecidos pela a empresa.

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Figura 32 – Planta baixa do espaço do novo estoque.

FONTE: Dados fornecidos pela a empresa.

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As fotos das figuras 33,34 e 35 mostram como foi o inicio das obras na

empresa Rafes Decorações.

Figura 33 – Início das obras nos estoques.

FONTE: Dados fornecidos pela a empresa.

Figura 34 – Início das obras nos estoques.

FONTE: Dados fornecidos pela a empresa.

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Figura 35 – Início das obras na fachada.

FONTE: Dados fornecidos pela a empresa.

5.7 Quadro de verificação da gestão de estoque em relação aos objetivos

específicos.

Verificar o atual controle de estoque

O atual controle de estoques da empresa Rafes Decorações é feito “no olho”, por ser uma empresa pequena e seu nível de itens de estoque ser baixo e serem de fácil visualização. A empresa não apresenta nenhum sistema formalizado de controle de estoques.

Aplicar curva ABC (Gráfico de Paretto) de um grupo de produtos

Devido ao amplo mix de produtos que a empresa oferece e por ter uma grande variedade de itens de estoque, divididos em diversos grupos e categorias, o acadêmico sendo funcionário e responsável pelo o setor estudado na empresa, identificou um grupo de produtos de extrema importância que é a linha de acessórios cromados para cortinas e realizou com estes a curva ABC.

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Visualizar o atual layout do estoque

A empresa atualmente não tem um layout padrão para guarda de seus produtos, os espaços destinados a estocagem são mal distribuídos ocasionando a dificuldade na hora de guardar, separar e retirar os produtos do estoque.

Detectar o ponto de pedido de um grupo de produtos

Para realização deste o acadêmico precisou identificar qual o tempo de reposição do grupo de produtos selecionado, mais o calculo de estoque mínimo, como também o conhecimento da demanda destes. Os cálculos foram feitos, com base na classificação ABC, onde foi pego 2 itens de cada classificação escolhidos aleatoriamente e posteriormente realizado os cálculos.

Identificar problemas existentes

Um dos problemas identificados pelo o acadêmico é referente o espaço físico e distribuição dos estoques, pois os estoques têm inúmeras repartições que minimizam e dificultam as áreas de estocagens. Quanto à organização dos estoques não foi identificado nenhum layout padrão para a separação e visualização adequada dos produtos, ocasionando muitas vezes a impressão de estar tudo “jogado” nos cantos. Muitos produtos estocados são feitos sem nenhuma técnica de armazenagem, onde produtos que precisão de cuidados especiais estão próximos ou juntos a produtos mais brutos. A empresa não possui nem controle formal de seus estoques, o controle deste é feito “no olho”, onde o comprador identificando a baixa visual de algum produto faz as compras destes. Não é utilizado nenhuma ferramenta de controle, por isso não é possível saber precisamente o nível de ideal de cada produto, o estoque mínimo, quais itens merecem uma maior importância. O inventario físico dos produtos não são feitos periodicamente, o que ocasiona informações totalmente equivocadas quanto ao lançamento dos produtos no sistema ISA, fazendo com que seja impossível saber quanto a empresa possui de estoque em quantidades e valores monetários, impossibilitando o gerenciamento e analises financeiras por parte dos gestores, pois como foi fundamentado neste trabalho os estoques de uma empresa tem estrema importância na saúde financeira desta.

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Propor melhorias

Este objetivo especifico foi alcançado e exposto separadamente no capitulo 6 deste trabalho.

Quadro 4: Relação entre os objetivos específicos e a pesquisa. FONTE: Elaborado pelo o acadêmico (2013).

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6 SUGESTÕES PARA A ORGANIZAÇÃO

Neste capitulo serão apresentadas sugestões e melhorias para empresa

Rafes Decorações, tendo como objetivo melhorar a gestão de materiais da empresa

e dar ênfase no controle de estoques desta.

6.1 Utilização de ferramentas de controle.

A primeira sugestão seria a utilização de ferramentas que possam facilitar o

controle dos estoques da empresa, como por exemplo a identificação dos estoques

mínimos de cada produto, seguindo com o controle, seria ideal identificar por meio

de ferramentas já apresentadas neste trabalho a criação de um ponto de pedido

para os produtos, pois isto iria facilitar a gestão de compras da empresa, como

também a redução de custos devido a falta que poderão ocorrer de produtos ou ate

mesmo o não giro de alguns produtos que não possuem grande saída

6.2 Criação da curva ABC (Método de Paretto).

Como segunda sugestão, vem à implementação da curva ABC (método de

Paretto), onde com esta o gestor da empresa poderá visualizar as quantidades de

determinado item no estoque, como também seu grau de importância comparando

com os demais produtos, fazendo com que seja de fácil visualização e identificação

o valor investido que a empresa possui aplicada em estoques. Esta ferramenta

proporcionará ao gestor a visualização de quais itens deverão demandar mais

atenção na hora de investir em estoque, dividindo-os em classes de importância.

Tendo com base esta ferramenta, também será possível a visualização de itens que

não demandarão tanta importância quanto ao seu controle, podendo então o gestor

utilizar de ferramentas menos complexas como, por exemplo, “o controle de duas

gavetas”.

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6.3 Realização de inventários periódicos e atualização do sistema de

informação existente.

A terceira sugestão para empresa seria um melhor controle quanto ao

cadastramento dos produtos que dão entrada no estoque da empresa como também

o acompanhamento destes quanto à baixa de saída e realização de inventários

periódicos, pois Dias (2012) reforça que uma empresa que deseja ser organizada

nos moldes modernos com sua Administração de Materiais claramente definidas, é

preciso ter precisão em seus registros de estoques sendo registradas todas as

movimentações ocorridas com os produtos, para isso o autor também alerta para

que seja feito contagens físicas dos produtos do estoque e verificar as seguintes

questões:

Discrepâncias (em $) entre o estoque físico e o contábil;

Divergências entre as quantidades de registro contábeis e as quantidades

reais nas prateleiras;

Apuração do valor total do estoque (contábil) para efeitos de balanços ou

balancetes, neste caso realiza-se próximo do encerramento do ano fiscal;

Complementando a sugestão de cadastramento correto e realização de

inventários periódicos, seria a verificação junto à empresa responsável pelo o

sistema de informações que a Rafes Decorações utiliza, de inserir no sistema avisos

(alertas) para quando atingindo o estoque de segurança, pois com isso o

responsável por fazer as compras não precisaria verificar item por item diariamente,

o que lhe geraria redução de tempo para esta função.

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6.4 Criação de Layout e organização correta dos estoques.

E por fim como quarta sugestão a empresa deverá reformular seus layouts de

estoque, aproveitando melhor os novos espaços que ficarão destinados a estoque,

tendo em vista que a reforma na estrutura física que esta ocorrendo na empresa e já

mencionando neste trabalho terá previsão de termino até agosto de 2013, o

acadêmico seguindo a metodologia de layouts de Viana (2000) sugere a verificação

de alguns passos antes de projetar o novo layout dos estoques da empresa Rafes

Decorações, que são:

Definir a localização de todos os obstáculos;

Localizar as áreas de recebimento e expedição;

Localizar as áreas primárias, secundárias, de separação de pedidos e de

estocagem;

Definir o sistema de localização de estoque;

Avaliar as alternativas de layout do armazém.

Levando-se em consideração as técnicas aprendidas no decorrer deste

trabalho, o acadêmico propõe um modelo de layout de disposição, onde este

sabendo como ficará o novo espaço do estoque, sugere a disposição para áreas de

estocagens, recebimento e separação. Contudo neste layout, não será definido

quais produtos ficarão em cada posição, pois será feito antes uma reavaliação

juntamente com o proprietário da empresa da atualização dos tipos de produtos que

serão de estoque, também será feito os cálculos para que aja precisão nos níveis de

estoque, e conseqüentemente o espaço que estes ocuparão.

A seguir modelo citado anteriormente e sugerido pelo o acadêmico:

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Figura 36: Sugestão de Layout para o estoque. FONTE: Elaborado pelo o acadêmico (2013).

6.5 Mudanças ocorridas durante realização do trabalho.

Iniciando o mês de maio de 2013, algumas mudanças começaram a ocorrer

na empresa Rafes Decorações com relação à organização, aperfeiçoamento e

melhorias dos processos existentes e anteriormente citados neste trabalho. A

empresa contratou um consultor externo que terá como meta a reorganização do

setor administrativo como um todo, dando uma maior ênfase na área financeira, e

conseqüentemente “desafogando” o responsável pela área de materiais da empresa

de alguns processos que lhe demandava retrabalhos. Com isso a área de matérias

terá mais um colaborador no escritório para dividir as funções e outra vaga será

aberta para o controle efetivo do almoxarifado e estoque. Novas áreas terão mais

atenção como a criação de um setor de RH efetivo, e controle de produção

terceirizada.

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Outra sugestão sugerida neste trabalho, e que teve aprovação pela diretoria

da empresa, é quanto à mudança do sistema de informação da empresa. No

trabalho é sugerido atualização deste sistema e adequação quanto às necessidades

identificadas, contudo com a consultoria em andamento viu-se que o sistema atual

da empresa não atenderia as reais necessidades desta, com isso ficou a cargo do

consultor o contato com novas empresas na área, e juntamente com os diretores da

empresa e o acadêmico autor deste trabalho a escolha do novo sistema de

informação que a empresa passará a usar.

Por fim os diretores da empresa neste mesmo mês aprovaram as mudanças

quanto à nova organização física e layout dos estoques que a empresa passará a ter

juntamente com o termino da reestruturação da loja de Tijucas. A seguir será

apresentado o projeto montado pelas arquitetas que estão responsáveis pela

reestruturação da nova loja, juntamente com participação do diretor administrativo e

proprietário da empresa, e o acadêmico autor deste trabalho.

Figura 37: Layout superior do estoque. FONTE: Fornecido pela a empresa.

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Figura 38: Área de recebimento de mercadoria. FONTE: Fornecido pela a empresa.

Figura 39: Área de estocagem. FONTE: Fornecido pela a empresa.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

É indiscutível a importância do papel que a área de Gestão de Materiais

exerce em uma empresa, pois nela esta contido diversos setores que influenciam

diretamente no bom andamento e saúde de uma empresa. Como podemos ver neste

trabalho de estagio, os estoques de uma empresa têm grande parcela no

investimento desta, para isso este deve estar devidamente estruturado, organizado e

que seja controlado de forma correta.

Para uma empresa ser competitiva não basta apenas atender seus clientes

bem, oferecer produtos de qualidade a preços condizentes e acessíveis; ela precisa

cada vez mais diminuir seus custos, ter poder de barganha com seus fornecedores,

ter seu setor de compras bem estruturado a fim de adquirir matéria-prima de

qualidade a custos baixos e nas quantidades corretas e condizentes a demanda da

empresa. Tem que ter sintonia entre os setores, como também um controle total dos

processos de modo que haja coerência, onde identificar o ponto de pedido de um

produto, efetuar a compra deste, recebê-lo e estocá-lo corretamente, seja um ciclo

feito naturalmente e corretamente pela a empresa.

No ramo de decorações de ambientes onde a empresa Rafes Decorações

esta inserida, que segue em grande crescimento impulsionado pelo crescimento do

setor da construção civil, em contrapartida enfrenta grande concorrência por parte de

inúmeras lojas que vem surgindo, cada detalhe é fundamental para ganhar cliente, e

mais ainda para fazer a manutenção deste cliente tendo este em sua carteira. Para

isso a empresa precisa estar devidamente estruturada e uma Gestão de Materiais

correta, fará grande diferença na competitividade da empresa.

A empresa Rafes Decorações atualmente não possui uma Gestão de

Materiais definida, contudo por se tratar de uma empresa pequena, os gestores até

o momento junto de seus colaboradores, conseguem ter uma visualização ampla

dos processos. Contudo falta o uso de técnicas corretas para uma melhor

administração da empresa nesta área, ponto este que ganha maior importância e

preocupação após a confirmação da reestruturação e aumento do porte da loja

situada na cidade de Tijucas, onde a demanda esperada tende a crescer

consideravelmente após o ultimo trimestre de 2013.

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A partir deste trabalho de estagio, a Empresa Rafes Decorações, pode

visualizar que todos os objetivos propostos foram analisados. Para elaboração deste

trabalho, o acadêmico fez a revisão da literatura do assunto estudado, onde foi

levantados temas pertinentes como Administração de Materiais, Tipos de estoque,

Armazenamento, Gestão de estoques, Curva ABC, Níveis de estoque, Estoque de

segurança, Custo de estoque, Distribuição física, Layout, Inventário, Controle de

Estoque, visando o conhecimento e compreensão como também o desenvolvimento

das mesmas.

Com relação ao primeiro objetivo específico, foi verificar o atual controle de

estoques da empresa, e observou-se que a empresa não possui um controle de

estoques definido, tudo é feito “no olho”, sem nenhum critério e organização, o que

ocasiona vários problemas para a empresa.

O segundo objetivo específico foi aplicar a curva ABC (Método de Paretto), de

um grupo de produtos. Devido o grande mix de produtos que a empresa trabalha, e

a grande complexidade deste, foi escolhido pelo o acadêmico o grupo de produtos

de acessórios cromados para instalação de cortinas, a justificação da escolha

consiste na experiência do acadêmico que é colaborador da empresa estudada, e

que ao longo do período que trabalha nesta, identificou grande importância nesse

grupo.

Como terceiro objetivo específico houve a visualização do layout atual dos

estoques da empresa, que por sua vez identificou-se a não utilização de

padronização para guarda de produtos, também foi observado grande

desorganização e má utilização dos espaços físicos destinados a estoques.

O quarto objetivo específico teve a apresentação do ponto de pedido do

mesmo grupo de produtos que foi realizado a curva ABC, contudo neste caso o

acadêmico escolheu aleatoriamente dos itens de cada classe ABC. Neste calculo

pode-se observar a hora que se deve iniciar o processo de compra de novos

produtos, após o estoque chegar a um nível específico.

Já o quinto objetivo específico, foi à identificação dos problemas existentes na

empresa na área estuda. Conforme relatado anteriormente a empresa tem vários

problemas direcionado na área de materiais, mais precisamente na parte de seus

estoques, onde não há um controle formal, nem o uso de nenhuma ferramenta que

possibilite uma melhor gestão do setor, não são efetuados inventários periódicos de

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seus estoques, como também é notória a desorganização e falta de layout e lugares

específicos para a estocagem dos produtos.

Finalizando, o sexto e ultimo objetivo específico tem como intenção a

proposição de melhorias, que foi apresentado no capitulo 6 deste trabalho, onde o

acadêmico propôs o uso de ferramentas de controle de estoque, como também a

adequação do sistema de informação que a empresa utiliza para melhor atende a

área de materiais, a utilização da curva ABC para os produtos de estoques, a

realização de inventários periódicos dos estoques, como também uma atenção

especial quanto a organização, técnicas de estocagem e o próprio layout dos

estoques, visando o melhor uso e controle dos mesmos para empresa.

Com isso para auxiliar na implementação da gestão de estoques na empresa,

o presente trabalho trouxe o tempo de reposição de um grupo de produtos, o

estoque de segurança, o ponto de pedido, giro do estoque e a curva ABC, esta com

o intuito de identificar os produtos que possuem maior valor em estoque para

empresa, e verificar os itens de maior importância com relação a demanda media.

Este trabalho de estagio trouxe ao acadêmico, a oportunidade de adquirir

maior conhecimento na área de Gestão de Materiais, mais precisamente no controle

de estoques, como também maneiras de poder aplicar tais conhecimentos na

empresa. Por trabalhar diretamente na área na empresa estuda, o acadêmico não

encontrou dificuldade em realizar o estagio, pelo contrário, pode melhor

compreender os conhecimentos adquiridos na academia e por estes em pratica,

tendo sempre como objetivo o crescimento e evolução da empresa e pessoal.

Tendo cumprido os objetivos, e adquirido grandes conhecimentos, espera-se

que esse trabalho tenha continuidade na empresa, como também a abertura por

parte da empresa para novos trabalhos que visem o crescimento desta organização,

sugere-se ainda a realização de trabalhos futuros, voltados ao controle e

aproveitamento de sobra de acessórios, como também dos tecidos utilizados nos

ateliês de costuras.

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DECLARAÇÃO DO TRABALHO NA ORGANIZAÇÃO

TIJUCAS, 27 de MAIO de 2013.

A empresa RAFES DECORAÇÕES E REVESTIMENTO LTDA declara, para os

devidos fins, que o estagiário LINECKER PIERRO SCHOSSLER, aluno do Curso de

Administração do Centro de Educação de Ciências Sociais Aplicadas, da Universidade do

Vale do Itajaí - UNIVALI, cumpriu a carga horária de estágio prevista para o período de

01/03/2012 a 27/05/2013, seguiu o cronograma de trabalho estipulado no Projeto de Estágio e

respeitou nossas normas internas.

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Ronaldo Soares

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Nome do estagiário Linecker Pierro Schossler

Orientador de conteúdo Prof. Ronaldo Telles

Supervisor de campo Ronaldo Soares

Responsável pelo Estágio Profª. Marisa Pigatto