130
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE ARQUITETURA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO ESPECIALIZAÇÃO EM ASSISTÊNCIA TÉCNICA PARA HABITAÇÃO E DIREITO À CIDADE RESIDÊNCIA PROFISSIONAL EM ARQUITETURA, URBANISMO E ENGENHARIA Trabalho de Conclusão Residencial Movimento Dois de Julho: habitação verticalizada para MCMV-Entidades, em Pernambués, Salvador - Bahia. RAQUEL RODRIGUES DE CASTRO SALVADOR/BA 2016

Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

  • Upload
    dinhbao

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE ARQUITETURA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

ESPECIALIZAÇÃO EM ASSISTÊNCIA TÉCNICA PARA HABITAÇÃO E DIREITO À CIDADE

RESIDÊNCIA PROFISSIONAL EM ARQUITETURA, URBANISMO E ENGENHARIA

Trabalho de Conclusão

Residencial Movimento Dois de Julho: habitação verticalizada para

MCMV-Entidades, em Pernambués, Salvador - Bahia.

RAQUEL RODRIGUES DE CASTRO

SALVADOR/BA

2016

Page 2: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

2

FACULDADE DE ARQUITETURA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

ESPECIALIZAÇÃO EM ASSISTÊNCIA TÉCNICA PARA HABITAÇÃO E DIREITO À

CIDADE RESIDÊNCIA PROFISSIONAL EM ARQUITETURA, URBANISMO E

ENGENHARIA

Arqta. Raquel Rodrigues de Castro – Profissional Residente

Residencial Movimento Dois de Julho: habitação verticalizada para

MCMV-Entidades, em Pernambués, Salvador - Bahia.

Trabalho apresentado ao Curso de Especialização em Assistência Técnica. Habitação e Direito à Cidade, como requisito para obtenção do título de especialista e implantação do projeto de Residência Profissional em Arquitetura, Urbanismo e Engenharia da Universidade Federal da Bahia, integrado ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, da Faculdade de Arquitetura, com apoio da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia.

Tutora: Arqta. Profa Dra. Angela Gordilho Souza

Co-Tutora: Arqta. Profa Dra. Naia Alban Suarez

SALVADOR/BA

2016

Page 3: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

3

CRÉDITOS DA ELABORAÇÃO DA PROPOSTA

Autoria:

Arqta. Raquel Rodrigues de Castro – Profissional Residente

Arqta. Profa Dra. Angela Gordilho Souza – Tutora

Arqta. Profa Dra. Naia Alban Suarez – Co-Tutora

Colaboração:

Bruna Magalhães, Arquiteta e Urbanista – Residente / Equipe MCMV-ENTIDADES.

Castália Nunes, Arquiteta e Urbanista – Residente / Equipe MCMV-ENTIDADES.

Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS.

Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIJORGE.

Mariana Ferreira - Estudante do 4º de Engenharia Civil da UNIFACS.

Soane Dará - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS.

Consultoria:

Legislação: Paolo Pellegrini, Arquiteto e Urbanista, especialista em Assistência Técnica para

Habitação e Direito a Cidade e funcionário do departamento de aprovação de projetos da

Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (SUCOM).

Estruturas: Jose Luiz Costa Souza, Engenheiro Estruturalista, Doutor em Estruturas pela

COPPE/UFRJ.

Orçamento: Eduardo Machado, Engenheiro Civil, graduado pela UNIT (Universidade

Tiradentes), pré-dimensionamento de orçamento do projeto.

Apoio:

UMP – União por Moradia Popular da Bahia.

SUCOM - Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município.

FAUFBA- Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia.

Page 4: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

4

SESSÃO DE AVALIAÇÂO DO TRABALHO DE CONCLUSAO DO CURSO DE

ESPECIALIZACAO ASSISTENCIA TECNICA, HABITACAO E DIREITO A CIDADE,

DO PROGRAMA DE POS-GRADUACAO EM ARQUITETURA E URBANISMO DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Data:18/11/2016

Local: Sala da Congregação às 8:00hs, FAUFBA, SSA / BA

Residente: Raquel Rodrigues de Castro.

Título: Residencial Movimento Dois de Julho: Habitação Verticalizada Para MCMV-

Entidades, Em Pernambués, Salvador - Bahia.

Membros da Banca:

Tutor(a): Arqta. Profa. Dra. Angela Maria Gordilho Souza (RAUE/UFBA).

Co-Tutor(a): Arqta. Profa. Dra. Naia Alban Suarez Naia Alban Suarez – (RAUE/UFBA).

Membro Interno: Arqta. Profª. Dra. Aparecida Netto Teixeira (RAUE/UFBA).

Membro Externo: Arqto. Prof. Esp. Paolo Pellegrino (SUCOM/PMS).

Representantes da Comunidade:

Marli Aparecida Carrara Verzegnassi, Coordenadora de Formação e Representante legal da

Entidade Organizadora.

Anísio Ferreira, Coordenador da União Por Moradia Popular da Bahia.

Representantes institucionais:

Arqta. Profa. Dra. Angela Maria Gordilho Souza, Coordenadora da Residência AU+E/UFBA.

Page 5: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

5

AGRADECIMENTOS

“São nas situações onde o outro está mais desprotegido e vulnerável que aquele

que projeta mostra sua capacidade de escuta, de interpretação e de imaginação. ”

Eduardo Frank

Embalado pelas belas palavras acima descritas do arquiteto argentino Eduardo Frank

faço aqui os meus agradecimentos primeiramente a Deus por estar finalizando mais este

ciclo do curso de pós-graduação em Assistência Técnica para Habitação e Direito a Cidade

da Universidade federal da Bahia no qual pude aprender a cada dia e exercer a minha

profissão enaltecendo o caráter social da mesma.

Agradecimento especial aos mestres que me orientaram até aqui, especialmente a

minha tutora e có-tutora (respectivamente as professoras arquitetas Angela Gordilho e Naia

Alban), e todos os profissionais que estiveram de meu lado até o presente momento que

foram sensíveis a ponto de entenderem as minhas dúvidas, angustias, sugestões e me

deram o suporte devido para o desenvolvimento deste trabalho. Aos meus familiares que

sempre estiveram de meu lado e me deram todo apoio em minhas escolhas, dentre eles a

minha Vó Izabel que mesmo não estando mais presente foi a pessoa que mais me motivou

no desejo de querer projetar habitações para aqueles que mais precisam, pois ela mesmo

nunca teve o prazer de ter o seu lar e isso me toca profundamente quando imagino a

satisfação que um projeto de arquitetura poderá causar para as futuras famílias que irão

viver nestes metros quadrados de conquista e amor. As amigas que conquistei ao longo

deste mesmo curso e que foram de fundamental importância para mim em todo o processo

(as arquitetas e urbanistas Bruna Magalhães e Castália Nunes) as quais tenho muita estima

e admiração, a equipe de estagiários que sempre estiveram presentes e que trabalharam

conosco com um forte sentimento de equipe e responsabilidade (Soane Dará, Katiucia

Macedo, Mariana Menezes, Leonardo Barros), e a todos os representantes da UMP-BA.

Ser arquiteto vai muito além de passar horas na prancheta fazendo belos projetos ou

idealizar projetos mirabolantes que nunca vão sair do papel, como é feito quase sempre nas

salas de aulas dos cursos de arquitetura em todo o Brasil.

Esse curso, além de ser uma iniciativa pioneira no que tange a visão social de inserção

da parcela de menor renda, em um cenário em que todos têm direito a cidade que vivem,

abre também um leque de atuação no campo profissional (arquitetos, urbanistas,

sociólogos, assistentes sociais, geógrafos, engenheiros etc.). Nesse processo, agrega

valores reais a esses profissionais e lhes permite a possibilidade de atuação em áreas

diversas, onde de fato as demandas existem e necessitam de pessoas capacitadas e ao

mesmo tempo com um olhar diferenciado para o produto final desta interação (profissional,

instituição, comunidade) voltada para a sociedade.

Page 6: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

6

“Se o mercado de trabalho relega parte da população

à pobreza, o mercado imobiliário nega aos pobres a

possibilidade de habitar no mesmo espaço em que

moram os que podem pagar. SURGE UMA DEMANDA

ECONOMICAMENTE INVIÁVEL, MAS SOCIALMENTE

INEGÁVEL. Desta contradição se origina a habitação

social. ”

PAUL SINGER

Page 7: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

7

RESUMO

Este projeto está integrado aos trabalhos de assistência técnica realizados pelo

grupo de residentes que desenvolveu dois projetos relacionados à Habitação de Interesse

Social (HIS) para o Programa Minha Casa Minha Vida - Entidades, como demanda da União

de Moradia da Bahia, localizados em dois importantes bairros da cidade do Salvador:

Cajazeiras XI e Pernambués. Para isso, várias oficinas foram realizadas em conjunto,

resultando, em Cajazeiras, empreendimento Condomínio das Mangueiras cujas unidades

habitacionais já estavam construídas, em estudo preliminar para melhoria das áreas

comuns, com proposta de paisagismo e de um Centro Comunitário, O outro projeto, que

englobou todo o partido conceitual e desenvolvimento do anteprojeto, refere-se a proposta

de edificação verticalizada para novas habitações, denominada Residencial Movimento dois

de julho, localizado no bairro de Pernambués, objeto do trabalho final ora apresentado.

Dessa forma, este projeto foi concebido considerando uma construção coletiva do programa

de atividades para 48 famílias, com materiais simples, mas duráveis, numa perspectiva de

sustentabilidade e inserção urbana de projetos de habitação de interesse social, em

pequenas glebas existentes na malha urbanizada. O lote de 950m², foi cedido pelo

Patrimônio da União para tal finalidade, para atender à demanda, exigiu uma verticalização

de nove pavimentos, numa área total a ser construída de 3.335,00m². De forma a minimizar

os custos de condomínio e manutenção, o projeto prevê uma edificação de uso misto, sendo

o pavimento térreo destinado a uso comercial, para aluguel, com área útil de 273,73m², com

acesso independente das áreas de moradia e dotados de estacionamento. As unidades

habitacionais, com área total de 46,23m², sendo seis por pavimento, são compostas por sala

de estar/jantar, dois quartos, cozinha, área de serviço e jardineira, os corredores de acesso

às unidades funcionam também como área de extensão do apartamento, otimizando assim

o seu uso, como área comum. O salão de uso coletivo, no térreo, traz uma pequena área

para horta e equipamentos que venham a contribuir na consolidação desse processo de

autogestão.

Palavras-chave: Habitação de Interesse Social; Minha Casa Minha Vida - Entidades; União

por Moradia da Bahia; Residencial Movimento dois de julho, Autogestão.

Page 8: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

8

ABSTRACT

This project is part of the technical assistance work carried out by the resident group that

developed two projects related to the Housing of Social Interest (HIS) for the “Minha Casa

Minha Vida – Entidades” Program, as a demand of the Bahia Housing Union, located in two

important Neighborhoods of the city of Salvador: Cajazeiras XI and Pernambués. To this

end, several workshops were carried out jointly, resulting in Cajazeiras, condominium

development of the Mangueiras whose housing units were already built, in a preliminary

study to improve common areas, with a landscaping proposal and a Community Center, The

other project, which Encompassed the entire conceptual party and development of the draft,

refers to the proposed vertical construction for new housing, called Residential Movement

two of July, located in the neighborhood of Pernambués, object of the final work presented

here. Thus, this project was conceived considering a collective construction of the program of

activities for 48 families, with simple but durable materials, in a perspective of sustainability

and urban insertion of social housing projects, in small areas in the urbanized network. The

950sqm lot was ceded by the Union Patrimony for this purpose, to meet the demand,

demanded a verticalization of nine floors, in a total area to be built of 3,335.00sqm. In order

to minimize condominium and maintenance costs, the project includes a mixed-use building,

the ground floor being for commercial use, for rent, with a floor area of 273.73m², with

independent access to the living areas and equipped with parking. The housing units, with a

total area of 46.23sqm, six per floor, are composed of living / dining room, two bedrooms,

kitchen, service area and gardener, the access corridors to the units also function as

extension area of the Apartment, thus optimizing its use as a common area. The collective

use hall, on the ground floor, has a small garden area and equipment that will contribute to

the consolidation of this self-management process.

Key words: Housing Social Interest; “Minha Casa Minha Vida – Entidades”; Union for

Housing of Bahia; Residential Movement July 2, Self-management.

Page 9: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

9

LISTA DE SIGLAS

BDI – Benefícios e Despesas Indiretas

CAO – Comissão de Acompanhamento de Obra

CADÚNICO – Cadastro Único

CRE – Comissão de Representantes

CREA-BA – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado da Bahia

COELBA – Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia

C.U.B - Custo Unitário Básico

CMP – Central dos Movimentos Populares

CONAM – Confederação Nacional das Associações de Moradores

COHAB – Companhia Municipal de Habitação

EVA – Estrada Velha do Aeroporto

FAUFBA – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Federal da Bahia

FDS – Fundo de Desenvolvimento Social

FGV – Fundação Getúlio Vargas

FNHIS – Fundação Nacional de Habitação de Interesse Social

FUCVAM - Federación Uruguaya de Cooperativas de Vivienda

HIS – Habitação de Interesse Social

UFBA – Universidade Federal da Bahia

UNMP – União Nacional por Moradia Popular

UNIFACS – Universidade Salvador

UNIJORGE – Universidade Jorge Amado

UNIT - Universidade Tiradentes

UMP / BA – União por Moradia Popular da Bahia

MCMV – Minha Casa Minha Vida

MNLM – Movimento Nacional de Luta pela Moradia

NBR – denominação de Norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)

OGU – Orçamento Geral da União

PMCMV – Programa Minha Casa Minha Vida

PMCMVE – Programa Minha Casa Minha Vida Entidades

PMS – Prefeitura Municipal de Salvador

PT – Partido dos Trabalhadores

QCI – Quadro de Composição de Investimento

RAUE-UFBA – Residência em Arquitetura, Urbanismo e Engenharia da UFBA

SNHIS – Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social

SINDUSCON /SP – Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo

SUCOM - Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município.

ZEIS – Zona Especial de Interesse Social

Page 10: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

10

LISTA DE FIGURAS

Fig. 01: Mapa de Hierarquia Viária (Sem escala) ................................................................. 37

Fig. 02: Mapa de Uso Real do Solo (Sem escala) ................................................................ 37

Fig. 03: Mapa de Gabarito das Edificações (Sem escala); seguido por Ilustrações 3D do

gabarito das edificações existentes ...................................................................................... 38

Fig. 04: Mapa de Estado de Conservação Geral (Sem escala); .......................................... 38

Fig. 05: Mapa de Estado de Conservação – Edificações em bom estado de conservação

(Sem escala) ......................................................................................................................... 39

Fig. 06: Mapa de Estado de Conservação – edificações em médio estado de conservação

(Sem escala) ......................................................................................................................... 39

Fig. 07: Mapa de Estado de Conservação – edificações em ruim estado de conservação

(Sem escala) ......................................................................................................................... 40

Fig. 08 – Localização de Equipamentos (Sem escala) ......................................................... 40

Fig. 09 – Momento de apresentação com participação da orientadora Heliana Metting

(30.01.2016) ......................................................................................................................... 44

Fig. 10 – Moradores de Pernambués, Coordenadora Ângela, Arquiteta Raquel e o estagiário

Leonardo, (30.01.2016) ........................................................................................................ 44

Fig. 11 – Momento de realização da dinâmica com os gestores, (30.01.2016) ................... 45

Fig. 12– Arquiteta Bruna Magalhães em apresentação, (28.02.2016) ................................. 45

Fig. 13 – Arquiteta Castália Nunes em apresentação, (28.02.2016) .................................... 45

Fig. 14 – Momento da oficina em que os membros presentes exploram as imagens expostas

nos varais, (28.02.2016) ....................................................................................................... 45

Fig. 15 – Equipe do projeto, arquitetas e estagiários, (28.02.2016) ..................................... 46

Fig. 16 – Momento em que a comunidade assiste à apresentação elaborada para oficina 03,

(03.04.2016) ......................................................................................................................... 46

Fig. 17 – Equipe do projeto, professores (Heliana Metting, Luís Edmundo e João Maurício)

residentes (Bruna Magalhães, Castália Nunes e Raquel Castro) e estagiárias (Mariana

Menezes, Katiucia Cardoso e Soane Dará), (03.04.2016) ................................................... 46

Fig. 18 – Residente Raquel Castro auxiliando na montagem da maquete junto com os

futuros moradores do Residencial Movimento dois de julho – Oficina 04, (09.04.2016) ...... 47

Fig. 19 – Slides com os infográficos para entendimento do projeto pelos moradores,

apresentados na oficina 04, (09.04.2016) ............................................................................ 47

Fig. 20 – Momento em que a comunidade assiste à apresentação feita pela arquiteta

Castália Nunes e o Professor Eduardo Carvalho na oficina (05) sobre o Centro Comunitário,

realizada no dia 17.07.2016 ................................................................................................. 48

Fig. 21 – Arquiteta Raquel Castro e estagiárias na estação das sementes, (21.08.2016) ... 48

Fig. 22 – Arquiteta Bruna Magalhães na estação das mudas, (21.08.2016) .........................48

Page 11: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

11

Fig. 23 – Sementes plantadas em caixas de ovos, (21.08.2016) ......................................... 49

Fig. 24 – Sementes plantadas em rolos de papel higiênico, (21.08.2016) ........................... 49

Fig. 25 – Primeira visita técnica monitorada para conhecimento da área de trabalho no

Condomínio das Mangueiras, na foto acima estão: Marli Carrara e o engenheiro da obra

Marcos Leite mostrando a planta do empreendimento para as arquitetas residentes, data

(15.12.2015) ......................................................................................................................... 49

Fig. 26 – Modelo do questionário desenvolvido pela equipe para compreensão do perfil dos

moradores do Residencial Movimento Dois de Julho ........................................................... 51

Fig. 27 – Fachada do projeto que participou do Concurso Habitação para todos – edifícios

de 03 pavimentos ................................................................................................................. 53

Fig. 28 – Fachada do projeto que participou do Concurso Habitação para todos – edifícios

de 03 pavimentos. Passarelas estilo corredor externo, que configuram como grandes

varandas da edificação ......................................................................................................... 53

Fig. 29 – Projeto, cortes, perspectivas e descrição do Residencial Corruíras-SP,

desenvolvido pela arquiteta Raquel Castro para referencias comentadas do seu trabalho

final de graduação pela Universidade Paulista ..................................................................... 54

Fig. 30 – Cortes e perspectivas do Conjunto Residencial Jd. Edite -SP, desenvolvido pela

arquiteta Raquel Castro para referencias comentadas do seu trabalho final de graduação

pela Universidade Paulista – UNIP ....................................................................................... 54

Fig. 31 – Equipe juntamente com a Rita (sindica e moradora) na sala de sua casa, em visita

realizada ao Residencial Luís Inácio Lula da Silva, (07.03.2016) ........................................ 55

Fig. 32 – Fachada do condomínio mostrando passarelas, visita realizada ao Residencial Luís

Inácio Lula da Silva, (07.03.2016) ........................................................................................ 56

Fig. 33 – Passarela, talude e estacionamento, visita realizada ao Residencial Luís Inácio

Lula da Silva, (07.03.2016) ................................................................................................... 56

Fig. 34 – Planta de situação do Residencial Luís Inácio Lula da Silva ................................. 56

Fig. 35 – Planta Baixa do Residencial Luís Inácio Lula da Silva .......................................... 56

Fig. 36: Infográfico com planta de localização e cobertura, mostrando as ruas do entorno e o

acesso principal ao empreendimento sinalizado com uma seta vermelha ........................... 77

Fig. 37: Infográfico com planta do térreo, mostrando onde ficam as vagas de estacionamento

(que circundam as duas vias laterais) bem como os acessos ao edifício e as lojas, ambos

indicados por setas, nas duas extremidades é possível verificar os sanitários .................... 77

Fig. 38: Infográfico com planta do pavimento tipo. As setas laranjas são os acessos para a

circulação vertical (escada/elevadores) e as setas azuis demonstram os acessos a cada

unidade habitacional (06 por andar) ..................................................................................... 78

Fig. 39 – Vista Interna do apartamento, com visão para salas de estar/jantar e acessos aos

dormitórios, varanda e cozinha ............................................................................................. 78

Fig. 40 – Vista Interna do apartamento, com visão para salas de estar/jantar e cozinha .... 78

Page 12: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

12

Fig. 41 – Vista Interna do apartamento, com visão da cozinha para salas de estar, pode-se

perceber a porta de entrada ao apto. e os acessos ao banheiro e quarto de solteiro ......... 79

Fig. 42 – Vista Interna do apartamento, com visão da cozinha para salas de jantar,

mostrando os acessos aos dois quartos .............................................................................. 79

Fig. 43 – Vista Interna do apartamento, visão geral da cozinha/área de serviço ao fundo .. 79

Fig. 44 – Vista Interna do apartamento, visão aérea da cozinha/área de serviço ao fundo . 80

Fig. 45 – Vista Interna do apartamento, visão da mesa posicionada na sala de jantar, ao

fundo percebe-se a sala bem como a cozinha e o sanitário ................................................ 80

Fig. 46 – Vista Interna do apartamento, quarto de solteiro, com beliche. Acervo: Equipe ... 80

Fig. 47 – Vista Interna do apartamento, quarto de solteiro, com beliche. Acervo: Equipe ... 81

Fig. 48 – Vista Interna do apartamento, quarto de casal ...................................................... 81

Fig. 49 – Perspectiva externa do apartamento, Fachada voltada para a rua Fernando de

Araújo Gomes com vagas de estacionamento margeando a edificação .............................. 81

Fig. 50 – Perspectiva externa do apartamento, Acesso principal tanto para as lojas

comerciais no térreo e também para os apartamentos pela circulação central. Fachada

voltada para a rua Numa Pompílio Bittencourt ..................................................................... 82

Fig. 51 – Perspectiva externa do apartamento, Fachada voltada para a rua Numa Pompílio

Bittencourt, os cobogós trazem movimento e personalidade para a fachada ...................... 82

Fig. 52/53: Perspectiva externa do apartamento, Fachada voltada para a rua Fernando de

Araújo Gomes. Acervo: Equipe ............................................................................................ 83

Page 13: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

13

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 – Resultado do questionário sobre quantidade de moradores e número de

crianças por unidade habitacional ........................................................................................ 51

Gráfico 02 – Resultado do questionário sobre quantidade de portadores de necessidades

especiais, grau de escolaridade e número de idosos por unidade habitacional .................. 52

Gráfico 03 – Resultado do questionário sobre a ocupação e formação profissional ........... 52

Page 14: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

14

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Relação de Projetos de habitação empreendidos pela UMP-BA, (2004-2013)

...........................................................................................................................................23/24

Tabela 02 – Síntese das oficinas/reuniões .......................................................................43/44

Tabela 03: Orçamento analítico para o empreendimento .................................................... 84

Tabela 04: Cronograma Previsto para desenvolvimento do projeto .................................... 86

Tabela 05: Profissionais e Recursos necessários ao desenvolvimento do projeto ......... 87/88

Page 15: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

15

SUMÁRIO

1. Introdução ................................................................................................................ 18/20

2. Área, comunidade e termo de cooperação ................................................................ 21

2.1. Nome do bairro e localidade.

2.2. Nome da associação parceira e personalidade jurídica.

2.3. Dados para contato da associação parceira.

2.4. Nome e função do representante legal, e principais lideranças para contato.

3. Descrição da área, problemática e justificativa da proposta coletiva de assistência

técnica ..................................................................................................................... 22/41

3.1. Aproximação do grupo com a comunidade, breve histórico, conquistas da

comunidade e descrição das problemáticas e demandas encontradas.

3.2. Embasamento Teórico.

3.2.1. Banco Nacional de Habitação (BNH).

3.2.2. Novo Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS).

3.2.3. Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV).

3.2.4. Programa Minha Casa Minha Vida Entidades (PMCMVE).

3.2.5. Autogestão.

3.2.6. Sustentabilidade.

3.3. Razões pelas quais a entidade apontou a problemática a ser tratada.

3.4. Diagnósticos, resultados preliminares e contexto para delimitação da proposta.

3.5. Projeto Individual; Residencial Movimento Dois de Julho: habitação verticalizada para

MCMV-Entidades, em Pernambués, Salvador - Bahia.

3.5.1. Estudos preliminares para o terreno e projeto de Pernambués.

3.5.2. Pernambués. Caracterização do bairro.

4. Pesquisas, oficinas, metodologias definidas na proposta coletiva de assistência

técnica ..................................................................................................................... 41/56

4.1. Meios e processos adotados para a proposta coletiva do grupo com a comunidade.

4.2. Ilustração das oficinas realizadas / Visitas técnicas.

4.3. Os resultados obtidos para a definição dos projetos específicos.

4.4. Projetos de referência e indicação do projeto específico no âmbito da proposta

individual.

Page 16: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

16

5. Projetos específicos, abordagem conceitual e indicação dos diagnósticos

complementos, etapas desenvolvidas e oficinas especificas do projeto individual,

para implantação efetiva ....................................................................................... 57/83

5.1. Objetivo geral.

5.2. Objetivos específicos.

5.3. Justificativa do projeto no âmbito da proposta geral coletiva, conceitos adotados,

diagnósticos e oficinas especificas.

5.4. Definições do projeto.

5.4.1 Memorial Descritivo.

5.4.1.1 Disposições gerais.

5.4.1.2 Descrição das atividades a serem desenvolvidas no prédio.

5.4.1.3 Situação e características do terreno.

5.4.1.4 Descrição do projeto.

5.4.1.5 Serviços Preliminares.

5.4.1.6 Estruturas e materiais a serem utilizados.

5.4.1.7 Infraestrutura e Instalações.

5.4.1.8 Paisagismo.

5.4.1.9 Edificações existentes.

5.4.2 Sumário de Materiais.

5.5. Ilustração gráfica do projeto proposto.

5.6. Definição dos principais meios necessários para o desenvolvimento ou implantação

do anteprojeto, como subsidio para efetivação de um Termo de Referência.

6. Viabilidade institucional, econômica e financeira ............................................. 83/85

6.1. Possibilidades de parcerias governamentais, institucionais e privadas.

6.2. Requisitos complementares para implementação.

6.3. Recomendações para o Termo de Referência.

7. Cronograma previsto ................................................................................................. 86

8. Equipe Técnica e Orçamento previsto ................................................................. 87/88

8.1. Composição da equipe técnica, recursos humanos, formação profissional e custo da

equipe técnica, por hora/serviços.

8.2. Serviços complementares e consultorias especializadas.

8.3. Gastos com transporte, aluguel de equipamentos, publicações, capacitação etc.

9. Referências bibliográficas .................................................................................... 89/91

Page 17: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

17

10. Anexos ....................................................................................................................... 92

10.1 Anexo I – Relatórios das oficinas / visita técnica.

10.1.1 Relatório da 1º oficina.

10.1.2 Relatório da 2º oficina.

10.1.3 Relatório da 3º oficina.

10.1.4 Relatório da 4º oficina.

10.1.5 Relatório da 5º oficina.

10.1.6 Relatório da 6º oficina.

10.1.7 Relatório de Visita técnica ao Projeto: Residencial Luiz Inácio Lula da

Silva.

10.2 Anexo II – Lei de Assistência Técnica.

10.3 Anexo III – Parecer de viabilidade técnica do empreendimento.

10.4 Anexo IV– Quadro de composição de investimento (QCI).

10.5 Anexo V – Planilha orçamentária para o empreendimento.

10.6 Anexo VI – Cópia da escritura do terreno para o Residencial Movimento Dois

de Julho.

10.7 Recomendações para o projeto do Condomínio das Mangueiras.

10.8 Peças gráficas do projeto e plantas complementares.

Page 18: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

18

1. Introdução Este trabalho integra o curso de Residência em Assistência Técnica para Habitação

e Direito à Cidade, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), a equipe prestou assessoria a

dois projetos da União de Moradia da Bahia (UMP-BA), o Condomínio das Mangueiras e o

Residencial Movimento Dois de Julho, entretanto, o foco maior será para o Residencial

Movimento Dois de Julho, que é o principal elemento de estudo aqui descrito.

A problemática habitacional no Brasil tem raízes antigas. Atingiu maior amplitude no

início no século XX, com o processo de industrialização, período em que se observou um

acentuado deslocamento da área rural em direção a área urbana. Esse deslocamento,

proveniente do intenso êxodo rural, provocou a mudança de um modelo agrário-exportador

para um modelo urbano-industrial.

Com relação a Salvador não foi diferente. Com base em dados do IBGE entre a

década de 1940 e 1950 há um salto de crescimento de 45,6% da população (SANTOS,

1959), o que transformou a cidade outrora portuária em um grande centro comercial e de

circulação de serviços. A mão de obra residia na capital, mas as indústrias estavam fora do

espaço urbano, com isso, urge a necessidade de transportes e habitações nas proximidades

das unidades produtoras. Sem o incremento de políticas nesse sentido, a população fixa-se

nas cercanias das fábricas, mesmo sem a infraestrutura necessária invadindo terrenos e

aprofundando a exclusão social da força trabalhadora.

O novo processo de expansão urbana para a população pobre se dará, sobretudo

por invasões e parcelamentos informais na periferia, da nova malha viária que se abre para

as indústrias e empreendimentos, como a Avenida Paralela, Avenida Suburbana, BR 324 e

Rodovia CIA - Aeroporto. Nesse momento, com o intuito de alargar vias e tentar dar um

melhor escoamento para bens e serviços, ocorreram também diversas demolições no centro

da cidade (SOUZA, 2008). Observa-se que o Estado perde seu poder de fomentador do

desenvolvimento urbano, pois o centro tinha chegado ao seu limite máximo de adensamento

e potencial construtivo e, com a estrutura imobiliária saturada, ele foi incapaz de administrar

tal acréscimo e consubstanciá-lo em qualidade de vida para os recém-chegados à capital

baiana, o que resultou no crescente processo de periferização urbana.

Com a incapacidade do Estado de criar alternativas para a urbanização das cidades

para as camadas mais pobres, o sonho da moradia digna fica distante, assim, a população

de média e baixa renda adéquam suas necessidades de subsistência com a realidade que

lhes é imposta. O índice de ocupações informais para a busca por um teto aumenta, o

processo de favelização agrava-se, o que fez desses espaços bolsões de pobreza

espalhados pelas principais cidades brasileiras e polos reprodutores das mais perversas

desigualdades sociais e que podemos constatar até os dias de hoje.

Atualmente em Salvador este problema apresenta um quadro de extrema gravidade,

índices apresentados pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado da

Page 19: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

19

Bahia (CREA-BA), 2010 indicam que existem cerca de 700.000 (setecentas mil) unidades

habitacionais em áreas informais. Destas, 60% (sessenta por cento) a 70% (setenta por

cento) estão situadas em áreas de ocupação desordenada, que ocupam áreas irregulares

com infraestrutura e serviços urbanos inexistentes. Além desse déficit qualitativo, para essa

cidade, em 2010 era indicado um déficit quantitativo de aproximadamente 100.000 (cem mil)

unidades de habitações. (Cálculo feito pela Fundação João Pinheiro pelo MCidades, 2011,

com base no Censo 2010.)

Em decorrência disso, diversos movimentos sociais surgiram, dentre eles "os

movimentos de moradia e reforma urbana, que reivindicavam o direito à moradia e à cidade

a partir da perspectiva da participação social e da gestão coletiva dos processos de

construção de moradias e cidades" (FERREIRA, 2014). Estes ganharam força na década de

1980 no Brasil e se basearam na bem-sucedida experiência uruguaia das cooperativas para

produção de habitação social (FUCVAM - Federación Uruguaya de Cooperativas de

Vivienda), que teve início com um pequeno grupo de colaboradores em prol de conseguir

articular um modelo eficiente que possibilitasse acesso as moradias de qualidade.

No cenário brasileiro, a reforma urbana e os movimentos sociais se espalharam por

diversos estados do país formando grupos, dentre eles: a Confederação Nacional das

Associações de Moradores (CONAM), a Central dos Movimentos Populares (CMP), o

Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) e a UNMP (União Nacional por Moradia

Popular). Estas entidades ganham notoriedade e proporcionam, através da autogestão para

as comunidades carentes, favelas, cortiços e pessoas sem teto a garantia constitucional do

direito a cidade e a moradia digna.

A estratégia de utilizar a autogestão, construção sob forma de mutirão, na habitação

popular surgiu como alternativa para esta população construir sua residência, por não ter

renda suficiente de acesso ao mercado imobiliário, possibilitando assim a redução dos

custos com a mão de obra (na sua maioria executada por eles próprios). Com o intuito de

assegurar este direito, é importante a regulamentação da assistência técnica pública e

gratuita para o projeto e construção de habitação de interesse social, como parte integrante

do direito social à moradia, criada em 24 de dezembro de 2008 a lei nº 11.888 (Vide anexo II

– Item 10.2).

Na construção desse processo, na década de 1980 novos personagens entraram em

cena. Dentre eles, os movimentos de moradia e a reforma urbana, que reivindicavam o

direito à moradia e à cidade a partir da perspectiva da participação social e da gestão

coletiva dos processos de construção de moradias e cidades. Influenciadas pela experiência

uruguaia das cooperativas de moradia por ajuda mútua, as experiências de autogestão na

habitação começaram a se proliferar no Brasil na década de1980. A eleição do presidente

Lula, do Partido dos Trabalhadores, em 2002, colocaria em pauta o programa de reforma

urbana que originou o Ministério das Cidades, em 2003 e em 2004, o Conselho das

Page 20: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

20

Cidades. O programa Crédito Solidário – o primeiro programa de habitação de interesse

social voltado para a autogestão - foi então lançado em 2005. Em 2009, com o lançamento

do programa Minha Casa Minha Vida, há uma inflexão na forma de financiamento da política

habitacional e é criada a modalidade MCMV-Entidades, que passa a ser o programa que vai

atender à demanda por autogestão na habitação. Vários estudos buscam discutir em que

medida a política nacional de habitação, formulada a partir de 2003 para a autogestão

viabiliza a produção de habitação de interesse social realizada por cooperativas e

associações comunitárias vinculadas aos movimentos de moradia e reforma urbana,

objetivando identificar que fatores facilitariam e quais bloqueariam a implementação dos

programas. Também, em que medida esta política responde à utopia de apropriação

coletiva do espaço e realização do direito à cidade, conforme concebida na década de 1980

pelo movimento de reforma urbana (FERREIRA, 2014). O estudo indicado permite concluir

que a subordinação destes programas à lógica da produção capitalista da moradia estaria

distanciando esses projetos da perspectiva autogestionária e emancipatória reivindicada na

sua origem pelos movimentos (CORDOSO; PINTO, 2015).

Diante das dificuldades socioeconômicas encontradas pelas comunidades no que diz

respeito ao processo construtivo das unidades habitacionais para uma moradia digna,

incluindo espaços públicos de qualidade é importante agregar a noção de sustentabilidade.

Esta não se limita apenas à preservação e ao uso responsável dos recursos naturais, mas

também, à necessidade de desenvolver projetos de baixo custo de execução e manutenção

adequadas, devidamente inseridos na cidade, com intuito de viabilizar o empreendimento de

interesse social. Sendo assim, entende-se que a autogestão e a sustentabilidade precisam

estar associadas, nos projetos de interesse social implementados, juntamente com a

assistência técnica de arquitetura, urbanismo e engenharia, buscando o bem-estar dos

beneficiados dos programas habitacionais.

Este trabalho, além das oficinas coletivas e proposta apresentada para o projeto

localizado em Pernambués, o Residencial Movimento Dois de Julho, traz também, em

anexo, recomendações técnicas (Anexo 10.7 deste trabalho), como um subproduto

importante no que tange a assistência técnica prestada pela equipe de discentes e

professores para o projeto Condomínio das Mangueiras, localizado na Avenida Aliomar

Baleeiro. Esse, em fase de construção, como observado, demanda melhorias que devem

ser implementadas para um projeto mais sustentável.

Page 21: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

21

2. Dados do projeto: Área, comunidade e termo de cooperação

2.1. Nome do bairro e localidade

Bairro: Pernambués.

Localidade: R. Numa Pompílio Bittencourt, Quadra 2, Lote 8, Jd. Brasília,

Salvador– BA.

2.2. Nome da associação parceira e personalidade jurídica

UMP-BA: União por Moradia Popular da Bahia

C.N.P.J: 07.648.776/0001-61

2.3. Dados para contato da associação parceira

UMP-BA: Avenida Joana Angélica, nº 1.053, Nazaré - Salvador - Bahia

CEP: 40050-001.

Telefone: (071) 3012 - 4821

E-mail: [email protected]

Site: http://ba.unmp.org.br/

2.4. Nome e função do representante legal e principais lideranças para contato

Marli Carrara - Coordenadora de Formação e Representante legal da Entidade

Organizadora.

Anísio Ferreira - Coordenador Geral.

Sérgio Silva Bulcão - Coordenador de Projetos.

Matilde Oliveira dos Santos - Tesoureira da Entidade Organizadora.

Ana Dalva Santos - Gestora do Projeto EVA e coordenadora da União.

Candida Maria Ferreira Sampaio - Assistente Social da Comissão de

Representantes – CRE.

Adla Evangelista Santos de Andrade - Membro da Comissão de Representantes –

CRE.

Page 22: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

22

3. Descrição da área, problemática e justificativa da proposta coletiva de assistência

técnica

3.1. Aproximação do grupo com a comunidade, breve histórico, conquistas da

comunidade e descrição das problemáticas e demandas encontradas.

A Residência Técnica em Arquitetura, Urbanismo e Engenharia da Universidade

Federal da Bahia – AU+E/UFBA tem por objetivo prestar assistência técnica para melhoria

da qualidade de moradia e inclusão social em áreas precárias da cidade.

A aproximação da comunidade com a equipe se deu a partir da demanda

apresentada pela União por Moradia Popular da Bahia (UMP-BA) para a coordenadora

deste curso de especialização, Profa. Angela Maria Gordilho Souza. Esta por sua vez, em

contato com Marli Carrara, representante da entidade organizadora apresentou às

residentes a necessidade de um novo projeto residencial (Residencial Movimento Dois de

Julho) destinado à quarenta e oito famílias e qualificação das áreas comuns do Condomínio

das Mangueiras que já estava em processo de implantação e execução sob o regime de

mutirão. A partir de encontros e oficinas preestabelecidas pelos gestores da obra do

condomínio, foram coletados dados e demandas para elaboração do que foi solicitado,

permitindo assim a atuação do profissional na relação entre o trabalho técnico e social com

a UMP-BA.

A UNMP tem sido fundamental para a articulação de diversas propostas

habitacionais de interesse social na esfera Federal. Os movimentos de moradia que lhes

deram origem, alcançaram conquistas importantes no âmbito do movimento nacional pela

reforma urbana na década de 1980, dentre as quais: garantia do direito Constitucional,

aprovação do Estatuto das Cidades e a realização da Conferência das Cidades,

conseguindo eleger 6 membros titulares e 5 membros suplentes para o Conselho Nacional

das Cidades no triênio 2008-2010. Em 2004, por exemplo, obteve financiamento junto ao

Ministério das Cidades para construção de moradias por autogestão por meio do Programa

Crédito Solidário. Já em 2007, atuou diretamente na luta pelo acesso direto aos recursos do

Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS), concretizado em 2008 através

do Programa Produção Social da Moradia.

A União defende o ideário de obras autogestionárias, desenvolvendo processos de

construção por ajuda mútua (ou mutirão) como estratégia para o fortalecimento do coletivo,

destacando que os cidadãos tenham direito à moradia e à cidade. Tal ação desperta nesses

cidadãos o sentimento de pertencer às cidades que habitam e incentiva a participação dos

mesmos nas políticas públicas.

A articulação da União Nacional por Moradia Popular (UNMP) teve início no ano de

1989, com coletas de assinaturas para um projeto de lei de iniciativa popular que contribuiu

Page 23: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

23

para criar o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS), o Fundo Nacional

de Habitação de Interesse Social (FNHIS), instituindo o Conselho Gestor do FNHIS (Lei

11.124/05). Foi a partir disso que UNMP ganhou notoriedade entre os movimentos sociais e

tornou-se uma das grandes oportunidades para as comunidades carentes, moradores das

favelas, dos cortiços e de pessoas sem teto, de garantirem seu direito constitucional à

moradia digna. Pois desde o ano de sua criação até o presente momento, a UNMP

(conhecida popularmente como União) tem sede em 21 estados brasileiros e estabelece,

assim, uma grande representatividade nacional (Site da União por Moradia).

Na Bahia, a União por Moradia Popular (UMP-BA) foi implantada no ano de 1999

devido à insatisfação de alguns líderes de bairros que se reuniram com o objetivo de

organizar as diferentes comunidades com problemas habitacionais de Salvador. Este

movimento social tornou-se consistente e apoiou as reivindicações dos bairros, melhorando,

desta forma, as condições de vida das pessoas que moravam em locais populares. E foi

após o contato com a UNMP que conseguiu seu apoio e a titulação de Entidade Sem Fins

Lucrativos (Site da União por Moradia).

Desse modo, a União por Moradia busca alternativas para a implantação de políticas

habitacionais para os interesses da população de baixa renda, articula e organiza os

movimentos e entidades em seus diversos níveis, assessorando técnico, jurídico e

administrativamente a implantação de projetos de regularização fundiária, de requalificação

habitacional e de construção de moradia digna, sob forma de cooperativas habitacionais.

O quadro abaixo, foi desenvolvido pela equipe que atuou neste trabalho de

assistência técnica AU+E/UFBA, nos últimos 10 meses, e traz informações sobre as

conquistas recentes de projetos habitacionais obtidos pela UMP-BA.

Tabela 01 – Relação de Projetos de habitação empreendidos pela UMP-BA, (2004-2013)

Nome do Projeto

Data de Início

Estado Atual do Projeto/Obra

Quantidade de Unidades

Habitacionais Cidade/Estado

Parceiro / Proponente

Condomínio das

Mangabeiras 2013

Famílias já estão morando no

empreendimento 300 unidades

Feira de Santana/BA

UMP-BA / MCMV-E

Loteamento Monte Alegre II

2013 Famílias já estão

morando no empreendimento

150 unidades Bonfim/BA UMP-BA / MCMV-E

Loteamento Vitória da

União 2013

90% executado (falta apenas a

pavimentação) 70 unidades Itiúba/BA

UMP-BA / MCMV-E

Page 24: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

24

Condomínio Mar Azul

2012

Parado (motivo: invasão e falta de compatibilização

financeira)

236 unidades Paripe/BA UMP-BA / MCMV-E

Residencial Movimento

Dois de julho 2012

Deu entrada na Caixa para

Contratação de Compra antecipada

de Projeto / assistência técnica /

legalização.

48 unidades Pernambués – Salvador/BA

UMP-BA / MCMV-E

Condomínio das

Mangueiras 2004

Medições Caixa – Etapa Final!

312 unidades Estrada Velha do Aeroporto – Salvador/BA

UMP-BA / MCMV-E

Zulmira Barros 2004 Projeto e assistência

técnica 300 unidades

Estrada Velha do Aeroporto – Salvador/BA

UMP-BA / MCMV-E

Fonte: UMP-BA, elaborado pela equipe de assistência técnica RAUE/UFBA, 2016.

3.2. Embasamento Teórico

3.2.1 Banco Nacional de Habitação (BNH)

No Brasil já aconteceram diversas tentativas para estabelecer políticas públicas no

intuito de diminuir o déficit habitacional, em especial no período de urbanização mais intensa

(que ocorreu entre os anos de 1960-1980), onde surgiu uma nova Política de financiamento

para habitação e saneamento no país, que foi o Banco Nacional de Habitação (BNH), que

se baseou na Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964.

Em 1967, o BNH passou a assumir os recursos do Fundo de Garantia por Tempo de

Serviço (FGTS), como uma tentativa de resposta a forte “Crise de Moradia”, portanto, torna-

se a principal instituição federal de desenvolvimento urbano da história brasileira, na

qualidade de gestor do FGTS e da formulação e implementação do Sistema Financeiro da

Habitação (SFH) e do Sistema Financeiro do Saneamento (SFS).

A atuação do BNH era basicamente a disponibilização de crédito com juros

subsidiados para projetos que estivessem relacionados à saneamento básico, habitação e

Page 25: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

25

produção de casas e apartamentos para o mercado consumidor de classes média e alta. No

entanto, os “macros projetos habitacionais” já realizados, sempre tiveram uma influência

direta na urbanização das cidades, pois esses planos gerais de edificações raras vezes

adequavam se ao modelo urbano previamente adotado caracterizando-se, assim, como

rupturas com modelos anteriores implantados.

Os projetos habitacionais oriundos do BNH eram de prédios facilmente identificáveis

em qualquer cidade brasileira, o que comprova que não foram respeitadas as características

de cada comunidade, em benefício de um modelo padrão. Tanto o BNH quanto a

Companhia Municipal de Habitação (COHAB) necessitavam de terrenos com dimensões

extensas para se tornarem viáveis, que só seria possível em sítios mais distantes aos

centros em função do caráter especulativo criado pela presença de densos investimentos.

Na visão de Bonduki (1998, p.135), o BNH pretendeu "um suposto racionalismo formal

desprovido de conteúdo, consubstanciado em projetos de péssima qualidade, monótona,

repetitivos, desvinculados do contexto urbano e do meio físico e, principalmente,

desarticulados de um projeto social".

Maricato (1990, p.3) ainda comenta sobre o mesmo tema:

A política dos conjuntos habitacionais promovidos pelo Sistema BNH/COHAB não evitou as consequências negativas da ocupação informal, apesar dos recursos técnicos e financeiros investidos. Acumulou erros na escolha da localização, nos projetos urbanísticos, nas tipologias das edificações e no controle tecnológico das construções. (Maricato, 1990, p.3).

Todo processo de intervenção nas cidades deve ser antecedido de um estudo físico,

social e econômico. Físico para adequar-se aos sítios disponíveis (como as características

geomorfológicas do solo e análise de impacto ambiental); o social leva-se em conta a

parcela da população que será atendida com esse incremento urbano (perfil dos moradores

com relação a renda, grau de escolaridade, sexo, idade, condições físicas, entre outros); e o

aspecto econômico que analisa o desempenho econômico-financeiro dos municípios.

Ainda que o BNH tenha sido um dos maiores projetos do Governo para produção de

habitação popular e o primeiro projeto representativo que objetivou solucionar a questão do

déficit habitacional no Brasil, hoje, ele é entendido como um programa que acabou por

beneficiar apenas o mercado imobiliário e expulsar as comunidades carentes das áreas

centrais, movendo-as para as periferias. Este modelo, mesmo sendo malsucedido do ponto

de vista urbanístico, social e cultural, influenciou uma série de outras intervenções vistas,

até hoje, como a produção de conjuntos habitacionais nas periferias da cidade.

Alguns críticos afirmam que a falência do BNH, que ocorreu em 1986, se deu muito

em função da grande maioria de suas unidades habitacionais terem sido destinadas ao

mercado de classe média. Mas foram muitas as razões que levaram ao seu fim, dentre elas:

inadimplência, inflação intensa versus prestações fixas, corrupção e, sobretudo, fragilidade

Page 26: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

26

em relação a flutuações macroeconômicas do seu período de vigência. Além disso, o

Sistema Financeiro da Habitação não foi capaz de atingir a principal demanda do déficit de

habitação do país – aqueles com renda inferior a 3 (três) salários mínimos - atendeu

basicamente a renda superior a isso, atingindo 4,3 milhões de unidades habitacionais

construídas sobretudo nas grandes cidades brasileiras.

3.2.2 Novo Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS).

O Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS), como o próprio nome

já induz é um sistema de interesse social instituído pela Lei Federal nº 11.124 de 16 de

junho de 2005 com a finalidade de promover e implementar medidas de acesso à moradia

digna, destinado para a população de baixa renda, tendo em vista que a mesma compõe

boa parte ou quase a totalidade do déficit habitacional do país.

O Sistema é uma centralização de todos os programas e projetos destinados à

habitação de interesse social e pode ser integrado por diferentes órgãos e entidades

governamentais, como: Ministério das Cidades, Conselho Gestor do Fundo Nacional de

Habitação de Interesse Social, Caixa Econômica Federal, Conselho das Cidades,

Conselhos, Órgãos e Instituições da Administração Pública Estatais, Municipais e do Distrito

Federal, entidades privadas e agentes financeiros (autorizados pelo Conselho Monetário

Nacional).

Após o cumprimento dos requisitos exigidos pelo artigo 12 da Lei 11.124/05, sendo

eles: assinar o termo de adesão, constituir Fundo Habitacional de Interesse Social, criar

Conselho Gestor do Fundo, elaborar Plano Local Habitacional de Interesse Social e criar

relatório de gestão; o ente federativo pode então acessar os recursos do FHNIS, um fundo

contábil de Habitação de Interesse Social, composto por diversas receitas de diferentes

fontes. Estas são vinculadas ao mesmo e repassadas pela Caixa Econômica Federal aos

Estados, Distrito Federal e municípios com destinação especifica, para apoiar a execução

de Programas habitacionais para a população de baixa renda, mediante a assinatura do

Contrato de Repasse.

Vale salientar que todas as propostas são analisadas e selecionadas pelo Ministério

das Cidades, que levam em consideração critérios definidos e divulgados pelo Conselho

Gestor que também é encarregado de rever e definir as linhas programáticas e suas

modalidades integrantes a cada ano; além disso, é considerado o limite orçamentário e

financeiro do Fundo Nacional.

Page 27: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

27

3.2.3 Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV).

De acordo com informações coletadas no site da Caixa Econômica Federal¹, o

Programa foi lançado pelo governo brasileiro em abril de 2009, com intuito principal de dar

acesso a casa própria para famílias de baixa renda que, até então, não tinham sido

atendidas por nenhum outro programa do governo.

A meta inicial do PMCMV era de construir um milhão de habitações para a

população com renda de até 10 (dez) salários mínimos, priorizando aqueles com renda

inferior a 3 (três) salários, pois a falta de moradias chega a 4,4 milhões de habitações, ou

80% do déficit habitacional em 2008, segundo estudo da FGV realizado para o SindusCon-

SP.

O programa MCMV, cuja Lei nº 11.977, de 07 de julho de 2001, subsidia a aquisição

da casa/apartamento própria para famílias com renda de até R$1.600,00 1,6 mil (um mil e

seiscentos reais) e facilita as condições de acesso ao imóvel para famílias com renda de até

R$ 5 mil (cinco mil reais).

A classificação das faixas de renda para as famílias conseguirem participar do

programa são as especificadas abaixo:

Faixa 1 - Famílias com renda mensal bruta de até R$ 1.600,00.

Faixa 2 - Famílias com renda mensal bruta de até R$ 3.275,00.

Faixa 3 - Famílias com renda mensal bruta acima de R$ 3.275,00 até R$ 5 mil.

Os empreendimentos do PMCMV possuem as seguintes características principais: o

número total das unidades habitacionais por empreendimento é estabelecido em relação

direta com a área do projeto e os empreendimentos na forma de condomínio devem ser

segmentados em número máximo de 300 (trezentas) unidades por condomínio.

De acordo com a segunda fase do Programa MCMV2, as unidades habitacionais

apresentam 2 (duas) tipologias, podendo ser casas térreas ou apartamentos. Tipologias

mínimas apresentadas para casas térreas são: 02 quartos, sala, cozinha, banheiro e área de

serviço; Transição: área útil mínima de 32,0 m² (não conta área de serviço); Acessibilidade:

área útil mínima de 36,0 m² (não conta área de serviço). Tipologias mínimas apresentadas

para apartamentos: 02 quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço; Transição: área

útil mínima de 37,0 m²; Acessibilidade: área útil mínima de 39,0 m².

O Programa sofreu algumas críticas desde que foi implantado, em especial pelas

suas tipologias serem sempre muito parecidas, a qualidade das edificações e sobre a

1 Dispõe sobre o Programa Minha Casa, Minha Vida – PMCMV e a regularização fundiária de assentamentos

localizados em áreas urbanas; altera o Decreto-Lei no 3.365, de 21 de junho de 1941, as Leis nos 4.380, de 21

de agosto de 1964, 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 10.257, de 10 de julho de 2001, e a Medida Provisória no 2.197-43, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências 2 Sito em: http://www.caixa.gov.br/voce/habitacao/minha-casa-minha-vida/Paginas/default.aspx

Page 28: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

28

localização. Com relação a esse aspecto, a localização da maioria dos conjuntos

habitacionais construídos pelo PMCMV, estão situados em terrenos afastados e distantes do

centro da cidade, potencializando a segregação e desigualdade nas cidades brasileiras. A

escolha dos terrenos em geral acontece pelo fato do valor da terra ser mais barato nos

locais mais afastados, onde quase nunca tem infraestrutura instalada.

No último dia 30 de março de 2016, foi lançado pelo Governo Federal a terceira fase

do programa MCMV, onde está prevista a contratação de 2 milhões de novas moradias até

o fim do ano de 2018. Para alcançar este índice, o país precisará investir, segundo dados

disponibilizados pelo Ministério das Cidades em sua página oficial na internet, um valor

equivalente a R$ 210,6 bilhões (Duzentos e dez virgula seis bilhões de reais), dos quais R$

41,2 bilhões (Quarenta e um virgula dois bilhões de reais) são do Orçamento Geral da União

(OGU).

Em nota publicada pelo site da Agencia Brasil, dente as principais mudanças, pode-

se citar: o teto de cada faixa de renda aumentou e foi criada uma faixa de renda

intermediaria (Faixa 1,5) que atenderá famílias com renda de até R$ 2.350 (Dois mil

trezentos e cinquenta reais) com juros de 5,0% ao ano, além disso, essa nova fase do

Programa também trará mudanças com relação ao tratamento das áreas comuns dos

empreendimentos, bem como um aumento de 2,0m² de área para as unidades habitacionais

(passando para 41,60m² para casas e 47,50m² para apartamentos).

Segue abaixo as novas faixas de renda para financiamentos pelo Programa Minha

Casa, Minha Vida – Terceira fase:

Faixa 1: o limite de renda passa de R$ 1,6 mil para R$ 1,8 mil.

Faixa 1,5: para famílias com renda até R$ 2.350,00.

Faixa 2: o limite de renda passa de R$ 3.275,00 para R$ 3,6 mil.

Faixa 3: o limite de renda passa de R$ 5 mil para R$ 6,5 mil.

De acordo com o governo, os valores máximos dos imóveis também serão alterados

a partir de agora, assim como o subsídio:

Faixa 1: passa de R$76 mil para R$96 mil, com subsídio de até R$86,4 mil.

Faixa 1,5: prevê o valor máximo do imóvel de R$135 mil, com subsídio de até

R$45 mil.

Faixa 2: passa de R$190 mil para R$225 mil, com subsídio de até R$27,5 mil.

Faixa 3: passa de R$190 mil para R$225 mil, sem subsídio.

Page 29: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

29

3.2.4 Programa Minha Casa Minha Vida Entidades (PMCMVE).

O Programa Minha Casa Minha Vida Entidades (PMCMVE) é um seguimento do

PMCMV e foi criado a partir da publicação da Lei no 11.977 de 07 de julho de 2009, através

do incentivo do governo para atender a população de baixa renda em áreas urbanas.

O PMCMVE concede financiamento diretamente aos beneficiários (pessoa física e

ou jurídica) ou a entidade organizadora e os reúne utilizando os recursos do Orçamento

Geral da União (OGU) depositados no Fundo de Desenvolvimento Social (FDS).

O objetivo é atender famílias com renda bruta mensal de até R$ 1.800,00. Todos os

interessados em participar desse programa devem obrigatoriamente estar cadastrados no

Cadastro Único (CADÚNICO), instituído pelo Decreto nº 6.135, de 26 de junho de 2007.

Dentre as responsabilidades da entidade organizadora, especificada na Cartilha do

Minha Casa, Minha Vida – Entidades, elaborada pela Caixa Econômica Federal e disponível

na internet, destacam-se:

• desenvolver e apresentar à CAIXA a proposta/projeto de

intervenção habitacional de acordo com as condições e exigências

do Programa para análise jurídica, social e de engenharia;

• orientar os seus associados quanto ao cadastramento ou a sua

atualização no CADÚNICO;

• promover a seleção dos associados, que devem ser enquadrados

nas condições do programa;

• auxiliar os associados na preparação da documentação necessária

para apresentação à CAIXA;

• organizar todos os envolvidos na execução do projeto, de forma a

assegurar sincronismo e harmonia na implementação do

empreendimento.

• fiscalizar e acompanhar a obra;

• apresentar a documentação necessária à liberação do recurso;

• providenciar a legalização do empreendimento perante os órgãos

públicos.

Um dos grandes diferenciais do PMCMVE está no regime de construção das

habitações, que deve ocorrer por autogestão (que será explicado no item seguinte),

mutirão, administração direta e cogestão pela empreitada global.

Além disso, existe um cuidado para definição de projetos com mais qualidade e

áreas para equipamentos públicos diferentemente das primeiras edições do

programa. Estas podem estar destinadas à assistência social, segurança, entre outros,

contanto que sigam os critérios da Secretaria Nacional de Habitação. A edificação desses

Page 30: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

30

equipamentos complementares à habitação observará as políticas setoriais federais,

estaduais, distritais ou municipais e seus valores máximos são limitados pela instância

federal. Vale ressaltar que, a contratação de equipamentos públicos, é realizada pela Caixa,

a partir de indicação do terreno pelo Poder Público e, ao término da construção, o

equipamento é repassado ao mesmo, que se compromete a equipá-lo e colocá-lo em

funcionamento.

3.2.5 Autogestão

A autogestão tem por objetivo possibilitar a execução de habitação de interesse

social realizada por cooperativas e associações comunitárias vinculadas aos movimentos de

moradia e reforma urbana, buscando identificar que fatores facilitariam e quais bloqueariam

a implementação dos programas e discutir em que medida esta política responde à utopia

de apropriação coletiva do espaço e realização do direito à cidade, conforme concebida na

década de 1980 pelo movimento de reforma urbana.

As iniciativas para construções por mutirão e autogestão se fortaleceram nos últimos

anos e vem responder a uma demanda da década de 90. No artigo intitulado de

“Movimentos de moradia, autogestão e política habitacional no Brasil: do acesso à moradia

ao direito à cidade” de autoria da Arquiteta e Urbanista Regina Fátima Cordeiro Fonseca

Ferreira, ela afirma que: A autogestão na produção social da habitação é resultado de um

processo histórico de organização social a partir de uma demanda material concreta: a

moradia. A luta que começa pela moradia digna, uma necessidade básica e um direito

fundamental, se amplia para a luta pelo acesso à educação, à saúde, à cultura, ao lazer, à

cidade, constituindo-se numa luta emancipatória da população como sujeito de direitos.

A produção autogestionária de habitação de interesse social envolve o potencial de

inovação e transformação de vidas e de sociedade que cada experiência pode agregar ao

indivíduo e, sobretudo, ao coletivo. Isso tornou perceptível no Brasil na década de 90,

quando a construção de espaços de participação social na gestão das cidades e estes

deram voz a todos, antes invisíveis nas cidades e nas políticas. Foi a partir de então, que se

mapeou os “empreendimentos” contratados pelos programas nacionais (Crédito Solidário,

Ação de Apoio à Produção Social da Moradia e Programa Minha Casa Minha Vida

Entidades), identificando sua vinculação com movimentos de moradia e reforma urbana

organizados nacionalmente. Antes rejeitados pelos mesmos gestores que hoje os divulgam

como exemplo de parceria com os movimentos sociais.

Os programas voltados para a autogestão têm a mesma lógica de mercado de um

financiamento para um empreendimento imobiliário qualquer, desde as exigências em

termos de documentação legal quanto aos projetos elaborados e aos procedimentos para

contratação, às dificuldades e à inviabilização do acesso dos grupos populares ao fundo

Page 31: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

31

público. Porém ainda é precária a articulação com as políticas urbanas, fundiária,

saneamento ambiental, mobilidade urbana, e muito menos se integram a outras políticas

públicas, como por exemplo, de geração de trabalho e renda.

Algumas conquistas ainda precisam ser alcançadas dentro da produção social da

moradia, uma delas é a incorporação das modalidades como provisão habitacional inserida

dentro da política nacional de habitação, de forma a incentivar o associativismo comunitário

e o cooperativismo. Tendo em vista, que os programas autogestionárias na habitação estão

ligados à crítica da mercantilização da moradia e da cidade e à capacidade da população se

organizar e construir soluções, apropriando-se do espaço urbano. É necessário retomar a

política de habitação de interesse social relacionada à política fundiária e às políticas

urbanas, compreendendo a produção social da moradia através da autogestão como um

componente estratégico da política habitacional, e também como uma nova forma de se

fazer a cidade, a partir da lógica daqueles que a habitam.

3.2.6 Sustentabilidade.

O termo sustentabilidade, segundo Leonardo Boff (1999), está ligado a capacidade

de um indivíduo ou um grupo de indivíduos de estarem inseridos num meio sem gerar

impactos negativos no mesmo, satisfazendo suas necessidades sem comprometer o capital

natural e sem danificar o direito das gerações futuras de satisfazer as suas próprias

necessidade. Além disso, diminui as desigualdades sociais, amplia os direitos e garante

acesso aos serviços básicos, como educação e saúde, proporcionando às pessoas acesso

pleno à cidadania.

O conceito amplo de sustentabilidade possui oito dimensões, elas são:

a) Educação – Troca de aprendizados e experiências vividas que tragam

crescimento pessoal e coletivo. Todos são considerados alunos e professores.

b) Saúde – Assegurar a saúde e o bem-estar com uma dieta balanceada, exercício

físicos diários, momentos de lazer e diversão, contato com as artes e a natureza.

c) Economia – Incentivo ao desenvolvimento de projetos que gerem renda aos

membros da comunidade ou que seja um sistema alternativo de moeda ou de troca de

serviços. Optando sempre por serviços que não gerem poluição ao ambiente.

d) Política – Praticar a democracia e os direitos humanos. Para isso todos da

comunidade devem ser ouvidos, reconhecer a importância do trabalho em grupo,

estabelecer a inclusão social e a tomada da decisão de forma consensual.

e) Comunicação – Desenvolver a habilidade da comunicação em suas diferentes

escalas: comunicação interna, interpessoal, intergrupal, interinstitucional - entre comunidade

e organizações como a Organização das Nações Unidas (ONU).

Page 32: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

32

f) Cultura – Ensinamentos passados entre as gerações e flexibilidade para a

adaptação às mudanças internas. A cultura de uma comunidade só é conservada no tempo

com o apoio de todos e promoção de atividades artísticas (pintura, música, teatro, dança,

tecelagem, artesanato), celebrações e encontros.

g) Religiosidade – Respeito e apoio às pessoas para que cada uma possa praticar

suas atividades espirituais dentro e fora da comunidade.

h) Ecologia – Preservação dos recursos renováveis e não renováveis; auto-

produção e distribuição de comida; bioconstrução; reciclagem, redução e reutilização do lixo;

economia de água; tratamento ecológico de esgotos e sistemas integrados de energia

renovável.

Logo, uma comunidade sustentável é aquela que devolve ao meio ambiente todo ou

parte dos recursos que utilizou e gera bem-estar econômico e social. E isto pode ser feito

através de mudanças comportamentais, mas nunca esquecendo de valorizar as pessoas,

seus costumes e saberes. Ações, mesmo que simples e de pouco impacto, tornarão a

sustentabilidade uma realidade palpável, garantindo a qualidade de vida por muito mais

tempo.

3.3. Razões pelas quais a entidade apontou a problemática a ser tratada.

Tendo conhecimento sobre os problemas citados anteriormente, reconhecendo as

conquistas históricas e lentas obtidas pelos movimentos sociais e percebendo que ainda há

muito a ser feito neste cenário, a equipe RAUE/UFBA (2015/16) que atuou junto a UNMP-

BA (constituída por três arquitetas urbanistas) teve a iniciativa de atuar em projetos de

assistência técnica, em duas localidades distintas de Salvador: Cajazeiras XI e Pernambués,

conforme indicado no início deste trabalho.

Hoje, um dos principais problemas no modo que é desenvolvida a autogestão nesses

projetos é a falta de assistência técnica junto aos gestores, mesmo que esse tipo de serviço

seja assegurado pela LEI Nº 11.888, DE 24 DE DEZEMBRO DE 2008 que define : “o direito

das famílias de baixa renda à assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a

construção de habitação de interesse social, como parte integrante do direito social à

moradia”, de tal forma que somados a outros problemas tais como: grandes

empreendimentos, terrenos extensos; projetos complexos (que precisariam de grandes

empresas para o desenvolvimento); problemas de gerenciamento de obra, de pessoas e

financeiro (apesar de todo o esforço das associações); aliados com a dificuldade da

autogestão de se consolidar no cenário da construção civil pelo fato de ter que competir

indiretamente com as grandes empresas do setor, resulta em uma organização interna frágil

agravando problemas posteriores para a obra e para esse sistema de auto gestão.

Page 33: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

33

A equipe, juntamente com os gestores, definiu como objeto deste trabalho, portanto,

o desenvolvimento de oficinas com as famílias selecionadas e coordenadores para definição

de projetos complementares ainda não contemplados pelas empresas contratadas,

relacionados à sustentabilidade da Habitação de Interesse Social (HIS).

Foram indicados para esses projetos de assistência técnica o Condomínio das

Mangueiras, que está localizado no Bairro de Cajazeiras XI, na Avenida Aliomar Baleeiro,

conhecida como Estrada Velha do Aeroporto (EVA), que é proponente do Programa Minha

Casa Minha Vida Entidades (PMCMVE). Esse empreendimento, com 312 (trezentas e doze)

unidades habitacionais, em uma área total de 37.150,62m² (trinta e sete mil, cento e

cinquenta virgula sessenta e dois metros quadrados), já está em construção, porém

questões como microacessibilidade, equipamentos, espaços comuns, macrodrenagem,

contenção e inserção urbana não constam no projeto original o que mostra que os projetos

complementares não foram prioritários no financiamento. Estes são aprovados apenas com

a implantação das unidades habitacionais, a posteriori ou sequer são implantados, com o

esgotamento dos financiamentos.

O condomínio de Mangueiras serve assim como exemplo para avançarmos com as

possibilidades da assistência técnica para a conquista da sua sustentabilidade. Sendo um

serviço gratuito, prestado por meia da Universidade Pública na implantação de residência

profissional, foi necessário contar com os levantamentos existentes na elaboração das

propostas. Nesse sentido, não foi realizado ainda nenhum estudo com relação a topografia

após à grande movimentação de terra realizada para implantação das casas, o que traz

limitações para se trabalhar com as áreas abertas, além de gerar uma grande preocupação

com relação a estabilidade da encosta com terra solta, reafirmando-se a necessidade desse

estudo para conclusão das obras, conforme recomendações que a equipe desenvolveu

conjuntamente e pode ser lido no anexo 10.7, produto preliminar dos trabalhos dessa

equipe. Com esse entendimento, duas arquitetas da equipe (Bruna Magalhães e Castália

Nunes) ficaram responsáveis por assessorar o Condomínio das Mangueiras onde

privilegiou-se trabalhar com um estudo preliminar do agenciamento dos equipamentos,

urbanização e paisagismo do acesso principal, uma proposta para a horta comunitária e

para o centro comunitário, esse já na forma de anteprojeto, pelas condições favoráveis do

terreno escolhido.

O outro projeto indicado para essa equipe foi a elaboração de um anteprojeto para o

Residencial Movimento Dois de Julho, (em que a arquiteta Raquel Castro se designou a

projetar) destinado a 48 famílias, também previamente selecionadas, em terreno de 950m²

(novecentos e cinquenta metros quadrados), localizado no Bairro de Pernambués, na Rua

Numa Pompílio Bittencourt. Apesar de já ter sido objeto de dois projetos destinados à área

doada pelo Patrimônio da União, nessa última década, nenhum deles foi adiante por

questões diversas.

Page 34: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

34

Portanto, o desafio maior desse projeto foi compatibilizar verticalização com

elevadores e a legislação edílica com um projeto de habitação de interesse social, para

famílias de baixa renda. Aliado a isso, defender a ideia de que terrenos pequenos e situados

em áreas já urbanizadas da cidade têm um enorme potencial para o desenvolvimento de

projetos de auto-gestão, podendo atingir menores custos e melhor qualidade arquitetônica

para uma habitação digna de interesse social, incorporando mais facilmente a assistência

técnica gratuita e maiores facilidades para os gestores das entidades organizadoras.

3.4. Diagnósticos, resultados preliminares e contexto para delimitação da proposta.

Após concluirmos a parte teórica do curso de Assistência Técnica para Habitação e

Direito a Cidade da UFBA, que se deu no período de três meses (setembro/dezembro,

2015). Nesse embasamento – sobre as políticas, técnicas, projetos e metodologias de

participação - foi estudado as possibilidades e os avanços que o pais obteve, em especial

nos últimos anos, com o fortalecimento institucional das políticas urbanas, a criação do

Ministério das Cidades e o retorno de investimentos públicos para habitação e infraestrutura,

assim como o reconhecimento do direito constitucional a moradia digna e a cidade, que

impulsionou a aprovação da Lei de Assistência Técnica. Com a escolhas das áreas a serem

trabalhadas, a equipe dos projetos em tela partiu para a parte pratica da RAUE/UFBA, de

assistência técnica onde existe a troca de conhecimentos e saberes entre técnicos e

movimento social.

O grupo teve então oportunidade de conhecer e conviver de forma mais próxima da

luta constante que os movimentos sociais realizam ao longo de anos para a conquista de

seus direitos de moradia, em especial a União por Moradia Popular da Bahia. Com isso foi

possível realizar diversas oficinas junto com as famílias inscritas, envolvidas nos dois

projetos (Condomínio das Mangueiras e Residencial Movimento Dois de julho) resultando no

embasamento teórico-conceitual e da prática possível para desenvolvimento de uma análise

propositiva preliminar para ambos os projetos.

Neste trabalho será apresentada a análise técnica, seguida da proposta realizada até

o momento para o Residencial Movimento Dois de julho, fruto da etapa de diagnósticos que

ocorreu durante 2016, estudos preliminares, nos meses de janeiro a maio, de oficinas e

definição da proposta, entre maio a setembro, e finalmente anteprojeto, de outubro a

novembro, resultando no trabalho ora apresentado.

3.5 Projeto Individual; Residencial Movimento Dois de Julho: habitação

verticalizada para MCMV-Entidades, em Pernambués, Salvador - Bahia.

3.5.1 Estudos preliminares para o terreno e projeto de Pernambués.

Page 35: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

35

O terreno do projeto conta com uma área de 950m² (novecentos e cinquenta metros

quadrados), localizado à Rua Numa Pompílio Bittencourt, em Pernambués, Salvador, Bahia.

Foi doado pelo Patrimônio da União, em 2006/7 para fins de habitação de interesse social, à

União por Moradia Popular Bahia, para construção do Residencial Movimento Dois de Julho.

Para este mesmo terreno, já houve uma primeira tentativa de elaboração de um projeto

compatível com o financiamento disponibilizado e o número de famílias cadastradas para tal

empreendimento, à época, com proposta limitada para 20 apartamentos, não chegou a ser

aprovado por motivos que serão explicados no item seguinte, o que levou a União por

Moradia Popular a buscar um novo projeto, com outras possibilidades e também

impulsionado pelo fato de que a demanda para o novo projeto deveria contemplar 48

famílias cadastradas.

Este novo projeto, ora apresentado, foi apresentado previamente aos setores

competentes de aprovação técnica da Prefeitura Municipal de Salvador (PMS), estando de

acordo com os pré-requisitos estabelecidos pela legislação do município, bem como e

atendendo aos critérios do programa Minha Casa Minha Vida, na modalidade Entidades,

para o qual já tem inscrição aprovada, indicada a seguir, devendo-se agora submetê-lo para

análise final junto à Caixa Econômica Federal.

Tecnicamente o projeto corresponde às exigências do MCMV-Entidades, da

Legislação de Salvador e também as necessidades dos moradores e gestores que irão

morar no empreendimento (nos itens que seguem será explicitado quais foram as demandas

indicadas nas oficinas realizadas, para montagem do programa de atividades e para a

concepção do anteprojeto alcançado. É importante salientar que o projeto já se enquadra

nas especificações para a fase 03 do PMCMV-Entidades que teve aprovação recente,

inclusive no que diz respeito as alterações de faixa de renda e de subsídio para cada

unidade habitacional, podendo alcançar até R$96,00 mil (Noventa e seis mil reais) por

unidade habitacional, com subsidio de até 90%, o que faz com que o valor por unidade

habitacional chegue em R$86,4 mil (Oitenta e seis mil e quatrocentos reais) conforme

descrito acima no item 3.2.3.

Em relação à aprovação preliminar, no dia 02.05.2016, em reunião para

apresentação e considerações acerca do projeto preliminar, estiveram presentes

representantes da União por Moradia Popular e representantes da Superintendência da

Caixa Econômica Federal, também esteve presente a residente Raquel Castro (arquiteta e

urbanista responsável pelo projeto) representando a atuação do curso de Assistência

Técnica da Universidade Federal da Bahia. Nesta reunião foi apresentado um parecer de

viabilidade técnica (Vide anexo 10.3), a cópia do projeto em formato A-1, as licenças

necessárias e um Quadro de Composição de Investimento (QCI) - (Vide anexo 10.4), com o

objetivo de dar entrada na compra antecipada de projeto, legalização e assistência técnica

Page 36: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

36

que é a primeira etapa para garantir verba que irá viabilizar a execução da obra em etapa

posterior.

Diante do atual cenário político brasileiro de indefinições de novos investimentos

sociais , a situação de aprovação do empreendimento em questão encontra-se da seguinte

forma: No dia 12 de maio de 2016, houve uma votação no plenário do Senado Federal e

como consequência a aprovação, quando ficou definido o afastamento provisório da

Presidente Dilma Rousseff do governo brasileiro por um período de 180 dias, segundo ao

seu afastamento definitivos no processo de impeachment votado em 13 de setembro de

2016. Como principal programa do governo da presidente afastada, o (MCMV-E) que irá

viabilizar essa obra passa por uma fase de inconstâncias, uma vez que não se tem certeza

se o novo Presidente – Michel Temer – irá ou não suspender ou vetar este e outros

programas que estavam em vigor no governo vigente.

Antes de seu afastamento, a Presidenta Dilma Rousseff assinou, no dia 06.05.2016

(sexta-feira), contratos para a contratação de 25 (vinte e cinco) mil novas unidades

habitacionais, na época a ministra das Cidades do governo PT, Inês Magalhães, afirmou

que “Os recursos já estão no orçamento. Nós não estamos inventando uma coisa nova,

estamos fazendo o que já estava dentro da programação [do orçamento]” esta assinatura

iria atender especificamente a modalidade Entidades, com projetos urbanos e rurais,

abrangendo assim públicos específicos, tais como: os movimentos sociais, os quilombolas,

indígenas, agricultores familiares e os trabalhadores urbanos sem moradia. Nesta leva de

contratos, constava o projeto do Residencial Movimento Dois de Julho, justamente por conta

da rápida contratação enquanto a presidenta ainda estava em exercício é que aconteceu a

reunião junto à Caixa Econômica citada acima para obter as informações necessárias à

tempo de garantir o financiamento.

3.5.2 Pernambués. Caracterização do bairro.

O bairro de Pernambués localiza-se em uma região estratégica da cidade, próximo

ao terminal rodoviário e da BR 324, que é um importante acesso para quem deseja entrar e

sair da cidade e tem ligação com a Rua Tomaz Gonzaga, uma das principais vias de acesso

ao terreno, que se conecta na outra extremidade com a Avenida Antônio Carlos Magalhães.

Os bairros mais próximos são: Resgate, Cabula, Horto Bela Vista, Caminho das Árvores e

Stiep.

O seu surgimento, assim como outros bairros de Salvador, se deu a partir do terreno

de uma fazenda onde os moradores que ali viviam, sobreviviam de vender frutas no

Pelourinho e em outros locais da cidade.

Conforme estudamos na disciplina de “Produção do Espaço, Políticas Urbanas e

Direito a Cidade”, do curso de especialização, essa região cresceu quando foi implantado o

Page 37: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

37

Shopping Iguatemi (atual Shopping da Bahia) e o terminal Rodoviário de Salvador.

Consequentemente, ocorreu uma mudança de vetores de crescimento da cidade,

promovendo também a expansão, consolidação e desenvolvimento da infraestrutura do

bairro de Pernambués e redondeza. (Gordilho-Souza, 2008).

O projeto está inserido em um bairro consolidado, adensado, com infraestrutura e

saneamento básico. Possui as seguintes características físicas: o uso do solo da região é

basicamente de edificações residenciais, com tipologia de casas e edificações até 10 a 12

pavimentos e nos eixos viários principais existe a presença do uso misto (residência e

comércio, ou residência e serviço, ou serviço e comércio). As edificações têm gabarito

predominantemente baixo de 5 pavimentos), com estado de conservação entre médio/bom

(considerando a “aparência” do imóvel, se este estava degradado ou não, e a conservação

com relação a revestimento, pintura, acabamento).

Fig. 01: Mapa de Hierarquia Viária (Sem escala); Desenvolvimento: Equipe.

Page 38: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

38

Fig. 02: Mapa de Uso Real do Solo (Sem escala); Desenvolvimento: Equipe.

Fig. 03: Mapa de Gabarito das Edificações (Sem escala); seguido por Ilustrações 3D do

gabarito das edificações existentes. Desenvolvimento: Equipe.

Page 39: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

39

Fig. 04: Mapa de Estado de Conservação Geral (Sem escala); Desenvolvimento: Equipe.

Fig. 05: Mapa de Estado de Conservação – Edificações em bom estado de conservação (Sem

escala); Desenvolvimento: Equipe / Imagens: Google Earth.

Fig. 06: Mapa de Estado de Conservação – edificações em médio estado de conservação (Sem

escala); Desenvolvimento: Equipe / Imagens: Google Earth.

Page 40: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

40

Fig. 07: Mapa de Estado de Conservação – edificações em ruim estado de conservação (Sem

escala); Desenvolvimento: Equipe / Imagens: Google Earth.

De acordo com o livro Caminho das Águas (2010), o bairro é constituído, na sua

maioria, por famílias de classe média baixa, “possui uma população de 58.542 habitantes, o

que corresponde a 2,40% da população de Salvador. Concentra 2,42% dos domicílios da

cidade, estando 24,17% dos seus chefes de família situados na faixa de renda mensal de 1

a 2 salários mínimos, no que se refere à escolaridade, constata-se que 30% dos seus

chefes de família têm de 4 a 7 anos de estudo”. Com relação aos equipamentos públicos, os

principais são o Centro Social Urbano, a Escola Municipal Hildete Bahia de Souza e o

Colégio Estadual Ministro Aliomar Baleeiro.

Fig. 08: Localização de Equipamentos (Sem escala); Desenvolvimento: Equipe / Imagens:

Google Earth.

Page 41: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

41

A conquista do terreno em tela se deu após longos anos de luta da União por

Moradia Popular da Bahia que, dessa forma, conseguiu fazer com que um dos terrenos

ociosos da cidade se transformasse em um lugar com potencial para habitação social. A

concessão dada ao terreno pelo Patrimônio da União Nacional por Moradia do Brasil tem

como objetivo viabilizar a execução de projetos de interesse social, visando a construção de

um edifício residencial para a alocação inicial de 20 famílias de baixa renda e que,

posteriormente ampliada para uma demanda de 48 famílias.

Por estar localizado em uma área valorizada da cidade, o terreno é objeto de grande

especulação imobiliária. A indicação de adotar o partido da verticalização, mesmo sendo um

desafio para projetos de Habitação de Interesse Social (HIS), se torna mais viável como

opção arquitetônica. É possível, portanto, assentar um maior número de famílias em local

consolidado e valorizado, indo de encontro ao que comumente acontece (áreas escolhidas

distantes do centro, das oportunidades de emprego, sem infraestrutura e com dificuldade de

acesso), o que influencia na qualidade de vida da população.

O fato desse terreno ser pequeno (950,00 m²) para a quantidade de famílias que irá

morar no local torna-se uma vantagem de adensamento, pois trabalhar com projetos em

escala menor permite que os próprios moradores desenvolvam um processo mais plausível

de autogestão e autoconstrução, assessorados por uma equipe de assistência técnica, com

uma melhor qualidade. Isso traz benefícios tanto para as famílias quanto para o projeto e

para a cidade, dentre eles: maior qualidade construtiva, conclusão da obra em menor prazo,

responsabilidades técnicas menores (tanto para os gestores quanto para os profissionais

que estarão desenvolvendo/acompanhando o projeto e ocupação de vazios urbanos para

famílias de menor renda), o resultado disso é uma produção quantitativa mais efetiva (em

números de projetos) e qualitativamente melhor na conquista de habitação digna.

4. Pesquisas, oficinas, metodologias definidas na proposta coletiva de assistência

técnica.

4.1 Meios e processos adotados para a proposta coletiva do grupo com a

comunidade.

A proposta coletiva deste trabalho visou desde o início atender as demandas dos

projetos e as necessidades dos moradores envolvidos em ambos os projetos (Condomínio

das Mangueiras e Residencial Movimento Dois de Julho), trabalhando sempre que possível

no âmbito das possibilidades reais mesmo que fosse preciso (em alguns casos) mudar a

trajetória que a equipe havia idealizado em prol das circunstâncias existentes, para garantir

não apenas a exequibilidade como a sustentabilidade pretendida.

Page 42: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

42

A equipe buscou trabalhar respeitando o cronograma de atividades e de reuniões já

estabelecidas pela entidade organizadora - a União por Moradia Popular da Bahia (UMP-

BA) -, que considerou o fato de que quando nós (residentes) ingressamos para desenvolver

esta parceria da residência profissional em Assistência Técnica pela Universidade Federal

da Bahia seria preciso adequar os calendários de atividades de ambos para coincidir o

tempo de duração do curso e suas possibilidades reais, com a expectativa de doação

posterior do produto final a ser alcançado por este trabalho participativo com as famílias

envolvidas.

As oficinas técnicas-participativas para ambos os projetos (Condomínio das

Mangueiras e Residencial Movimento Dois de Julho) aconteceram durante os meses de

janeiro a junho de 2016 e seguiram as datas já pré-fixadas pela UMP, sendo que, um

domingo no mês era destinado a reunião com os gestores, e as demais reuniões com a

população aconteciam em intervalos de 15 dias, sempre aos sábados. Toda a metodologia

utilizada, bem como as temáticas de cada uma das oficinas ficava a critério da equipe e

visava atender a premissa de fortalecimento da autogestão e o empoderamento dos

moradores pelo local fortalecendo o conceito de sustentabilidade pelo direito a cidade e a

moradia digna.

Diferentemente de outras equipes que precisariam usar o tempo das oficinas para

levantar possíveis demandas, com esta equipe foi um caminho inverso, as demandas já

estavam bem definidas desde o primeiro contato com a Entidade, o que aconteceu no dia

15.12.2016, quando as profissionais residentes se reuniram com representantes da UMP no

próprio local da obra (na Estrada Velha do Aeroporto), conheceram o empreendimento e

demonstraram interesse na realização deste trabalho.

As demandas iniciais foram:

Desenvolvimento de um anteprojeto arquitetônico, para um

condomínio residencial em terreno de 950m² no bairro de

Pernambués, que deverá atender a 48 unidades habitacionais

(Responsável: Arqtª Residente Raquel Castro).

Projeto de sustentabilidade para o Condomínio das

Mangueiras, que deveria abranger em especial as áreas

verdes/livres, uma guarita de acesso ao empreendimento, o

projeto de um centro comunitário à ser implantado dentro do

condomínio em terreno plano com área de 47.879,45m², e um

relatório com as recomendações técnicas para o

empreendimento. (quarenta e sete mil, oitocentos e setenta e

nove, quarenta e cinco metros quadrados) (Responsáveis:

Arqtª Residente Bruna Magalhães e Arqtª Residente Castália

Nunes).

Page 43: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

43

O objetivo maior das oficinas foi de reafirmar as demandas e, juntamente com a

participação dos moradores, identificar as potencialidades e fragilidades do local pelo olhar

de quem de fato irá morar nos projetos, assim como realizar uma troca de saberes que seria

imprescindível para as etapas posteriores.

Abaixo temos uma tabela com o quadro síntese das oficinas e cronologia das

mesmas, através disso, foi possível darmos continuidade a etapa de diagnósticos.

Tabela 02 – Síntese das oficinas/reuniões

Nº da

Oficina Data Local Temática Participantes

Quantidade

de

presentes

Responsáveis

pela oficina

01 30.01.2016

Refeitório da

obra –

Mangueiras

(Estrada Velha

do Aeroporto)

Sustentabilidade

e especificações

do Programa

MCMV.

Gestores de

Mangueiras e

Pernambués.

25 Pessoas Equipe técnica

FAUFBA

02 28.02.2016

Refeitório da

obra –

Mangueiras

(Estrada Velha

do Aeroporto)

Áreas Comuns,

conceitos e

desejos.

Famílias de

Mangueiras.

169 Pessoas Equipe técnica

FAUFBA

03 03.04.2016

Refeitório da

obra –

Mangueiras

(Estrada Velha

do Aeroporto)

Conceito geral de

sustentabilidade

aplicado em

Projetos de

Interesse Social

Famílias de

Mangueiras.

88 Pessoas

Equipe técnica

FAUFBA

04 09.04.2016

Sede da União

de Moradia -

(Avenida Joana

Angélica –

Salvador / BA)

Autogestão

Aplicadas em

Projetos MCMVE

e apresentação

de anteprojeto

Famílias e

Gestores de

Pernambués.

27 Pessoas Equipe técnica

FAUFBA

05 22.05.2016 NÃO ACONTECEU, DEVIDO A MOTIVOS PARTICULARES DA UNIÃO DE MORADIA.

06 17.07.2016

Refeitório da

obra –

Mangueiras

(Estrada Velha

do Aeroporto)

O Centro

Comunitário e

uma Alternativa

Sustentável.

Famílias de

Mangueiras.

82 Pessoas Equipe técnica

FAUFBA

07 21.08.2016

Refeitório da

obra –

Mangueiras

(Estrada Velha

do Aeroporto)

Hortas urbanas

– Nossa Horta

Comunitária

Famílias de

Mangueiras.

150

Pessoas

Equipe técnica

FAUFBA

Page 44: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

44

08 24.10.2016

(Avenida Joana

Angélica –

Salvador / BA)

Reunião para

apresentar os

resultados/

projeto final

Famílias e

Gestores de

Pernambués.

15 Pessoas

Equipe técnica

FAUFBA

09 29.10.2016

Refeitório da

obra –

Mangueiras

(Estrada Velha

do Aeroporto)

Reunião para

apresentar os

resultados/

projeto final

Famílias de

Mangueiras.

15

Pessoas

Equipe técnica

FAUFBA

Fonte: UMP-BA, elaborado pela equipe de assistência técnica RAUE/UFBA, 2016.

4.2. Ilustração das oficinas realizadas / Visitas técnicas.

Fig. 09 – Momento de apresentação com participação da orientadora Heliana Metting (30.01.2016)

Acervo: Equipe.

Fig. 10 – Moradores de Pernambués, Coordenadora Ângela, Arquiteta Raquel e o estagiário

Leonardo, (30.01.2016) Acervo: Equipe.

Page 45: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

45

Fig. 11 – Momento de realização da dinâmica com os gestores, (30.01.2016) Acervo: Equipe.

Fig. 12 – Arquiteta Bruna Magalhães em apresentação, (28.02.2016) Acervo: Equipe.

Fig. 13 – Arquiteta Castália Nunes em apresentação, (28.02.2016) Acervo: Equipe.

Fig. 14 – Momento da oficina em que os membros presentes exploram as imagens expostas nos

varais, (28.02.2016) Acervo: Equipe.

Page 46: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

46

Fig. 15 – Equipe do projeto, arquitetas e estagiários, (28.02.2016) Acervo: Equipe.

Fig. 16 – Momento em que a comunidade assiste à apresentação elaborada para oficina 03,

(03.04.2016) Acervo: Equipe.

Fig. 17 – Equipe do projeto, professores (Heliana Metting, Luís Edmundo e João Maurício) residentes

(Bruna Magalhães, Castália Nunes e Raquel Castro) e estagiárias (Mariana Menezes, Katiucia

Cardoso e Soane Dará), (03.04.2016) Acervo: Equipe.

Page 47: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

47

Fig. 18 – Residente Raquel Castro auxiliando na montagem da maquete junto com os futuros

moradores do Residencial Movimento dois de julho – Oficina 04, (09.04.2016) Acervo: Equipe.

Fig. 19 – Slides com os infográficos para entendimento do projeto pelos moradores, apresentados na

oficina 04, (09.04.2016) Acervo: Equipe.

Page 48: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

48

Fig. 20 – Momento em que a comunidade assiste à apresentação feita pela arquiteta Castália Nunes

e o Professor Eduardo Carvalho na oficina (05) sobre o Centro Comunitário, realizada no dia

17.07.2016, Acervo: Equipe.

Fig. 21 – Arquiteta Raquel Castro e estagiárias na estação das sementes, (21.08.2016) Acervo:

Equipe.

Fig. 22 – Arquiteta Bruna Magalhães na estação das mudas, (21.08.2016) Acervo: Equipe.

Page 49: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

49

Fig. 23 – Sementes plantadas em caixas de ovos, (21.08.2016) Acervo: Equipe.

Fig. 24 – Sementes plantadas em rolos de papel higiênico, (21.08.2016) Acervo: Equipe.

Fig. 25 – Primeira visita técnica monitorada para conhecimento da área de trabalho no Condomínio

das Mangueiras, na foto acima estão: Marli Carrara e o engenheiro da obra Marcos Leite mostrando a

planta do empreendimento para as arquitetas residentes, data (15.12.2015) Acervo: Equipe.

Page 50: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

50

4.3. Os resultados obtidos para a definição dos projetos específicos.

O terreno de Pernambués já teve dois projetos anteriores a este que não tiveram

continuidade, como já foi dito anteriormente, e por conta disso, quando informados que

estaríamos trabalhando com este terreno uma das preocupações que recorreu sobre a

equipe foi o fato de que tais famílias que iriam morar no residencial já estavam um tanto

quanto saturadas de fazerem reuniões e ouvirem propostas que não saiam do papel. Uma

das solicitações que a UMP nos fez, foi de que tivéssemos os primeiros contatos

diretamente com os gestores para levantar o programa de necessidades, e as possíveis

demandas, e só então quando tivéssemos algo mais palpável no que tange ao projeto

seriam marcadas as reuniões com os futuros moradores.

Entendendo perfeitamente esta angustia por aqueles que já esperam a muitos anos

por seu lar, assim o fizemos, demos início ao trabalho exatamente com uma reunião onde

apenas os gestores participaram e nos participaram as demandas e suas necessidades de

uma forma lúdica e distinta, em uma oficina ao qual chamamos de “caixa dos desejos” na

qual foram distribuídas folhas de papéis e canetas para que os gestores do Residencial

Movimento Dois de Julho escrevessem ou desenhassem as suas expectativas e desejos

para o novo projeto, nos dado assim maior suporte para definir os projetos específicos para

aquele espaço.

Desta reunião, extraímos informações importantes que deram base ao programa de

necessidades tais como: os gestores presentes na reunião, apontaram para a necessidade

de áreas no térreo destinadas ao comercio local de pequeno porte, um espaço que pudesse

se caracterizar como uma área de lazer, onde as crianças do edifício pudessem brincar ou

que eventualmente os moradores se reúnam para fazer comemorações, estacionamento

para os veículos dos moradores, dentre outros desejos que foram cuidadosamente

analisados pela equipe, e que na medida do possível o que tinha condições foi incorporado

ao projeto.

No encontro seguinte, com a presença das famílias e gestores, queríamos conhecer

o perfil destas pessoas que iriam morar no projeto ao qual estávamos desenvolvendo e

saber se de fato o que estávamos propondo era compatível com essa população, para isso

distribuímos questionários com perguntas simples que possibilitassem traçar o perfil dos

futuros moradores e servissem de base para o desenvolvimento do trabalho.

Após a leitura dos questionários, foram desenvolvidos gráficos que que

possibilitaram o diagnóstico da quantidade de moradores, número de crianças, idosos e

portadores de necessidades especiais por unidade habitacional. Nessa oficina, participaram

27 (vinte e sete) pessoas, sendo assim, de acordo com os gráficos abaixo, pode-se concluir

que a maioria das unidades, terão três moradores, este índice corresponde a

aproximadamente 13% (treze por cento); crianças ocuparam 19% (dezenove por cento) das

Page 51: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

51

unidades habitacionais; 5% (cinco por cento) são portadores de necessidades especiais;

16% (dezesseis por cento) idosos; 5% (cinco por cento) são empregadas domésticas, 3%

(três por cento) trabalham na área da construção civil, 2% (dois por cento) trabalham como

manicure ou cabeleireira, dentre outras profissões que também foram citados. Importante

salientar que os índices foram baseados na quantidade de pessoas presentes nesta reunião

e não no total geral de moradores do Residencial (que serão de 48 famílias) pois nem todos

puderam comparecer.

Fig. 26 - Modelo do questionário desenvolvido pela equipe para compreensão do perfil dos

moradores do Residencial Movimento Dois de Julho.

Gráfico 01 - Resultado do questionário sobre quantidade de moradores e número de crianças por

unidade habitacional – Elaborado pela equipe.

Page 52: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

52

Gráfico 02 - Resultado do questionário sobre quantidade de portadores de necessidades especiais,

grau de escolaridade e número de idosos por unidade habitacional – Elaborado pela equipe.

Gráfico 03 - Resultado do questionário sobre a ocupação e formação profissional – Elaborado pela

equipe.

Page 53: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

53

4.4. Projetos de referência e indicação do projeto específico no âmbito da

proposta individual.

Foi desenvolvida uma pesquisa sobre projetos de verticalização com elevadores para

habitação de interesse social no Brasil, com poucos resultados nessa busca, uma vez que

não existem muito exemplares de prédios altos para rendas até 3 salários mínimos.

Algumas poucas experiências foram desenvolvidas, com destaque para o Residencial

Corruíras e o Conjunto Residencial Jd. Edite ambos em São Paulo, que serviram de

referências projetuais para este trabalho e também o projeto desenvolvido para o concurso

Habitação para todos – edifícios de 03 pavimentos, todos continham aspectos interessantes,

e que de uma forma ou de outra foram fontes inspiradoras.

Fig. 27: Fachada do projeto que participou do Concurso Habitação para todos – edifícios de 03

pavimentos. Fonte:https://concursosdeprojeto.org/2010/11/07/habitacao-para-todos-edf-03-pav-mh08/

Page 54: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

54

Fig. 28: Fachada do projeto que participou do Concurso Habitação para todos – edifícios de 03

pavimentos. Passarelas estilo corredor externo, que configuram como grandes varandas da

edificação. Fonte:https://concursosdeprojeto.org/2010/11/07/habitacao-para-todos-edf-03-pav-mh08/

Fig. 29: Projeto, cortes, perspectivas e descrição do Residencial Corruíras-SP, desenvolvido pela

arquiteta Raquel Castro para referencias comentadas do seu trabalho final de graduação pela

Universidade Paulista – UNIP. Fonte: TFG Raquel Castro, 2014.

Fig. 30: Cortes e perspectivas do Conjunto Residencial Jd. Edite -SP, desenvolvido pela arquiteta

Raquel Castro para referencias comentadas do seu trabalho final de graduação pela Universidade

Paulista – UNIP. Fonte: TFG Raquel Castro, 2014.

Page 55: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

55

Para esta proposta, uma referência importante foi o projeto Vila Perseverança, em

Salvador, elaborado pela PMS em 2007, sob a coordenação da Profa. Angela Gordilho,

quando a mesma foi Secretaria de Habitação (2005-2008), sendo desenvolvido pela

SEHAB/SEPLAM em 2007 e, posteriormente construído pela Conder-Ba, em 2011, para

abrigar as famílias dos movimentos sem-teto que ocupavam o antigo Clube Português,

tendo recebido o nome do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na sua inauguração em

2013. Tal projeto, conforme ilustrado a seguir, está inserido em um pequeno vazio de cerca

de 3mil m², no Loteamento Perseverança, no mesmo bairro de Pernambués. Para as suas

60 unidades de apartamentos de dois quartos, distribuídas em dois blocos longitudinais.

Traz uma concepção de pequenos blocos de 5 andares, com halls-varandas e outros

atributos inovadores, que trouxe para os moradores uma grande satisfação de moradia

digna, conforme relatado em vista ao empreendimento, realizada pela equipe em março de

2016.

Fig. 31 – Equipe juntamente com a Rita (sindica e moradora) na sala de sua casa, em visita realizada

ao Residencial Luís Inácio Lula da Silva, (07.03.2016) Acervo: Equipe.

Page 56: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

56

Fig. 32 – Fachada do condomínio mostrando passarelas, visita realizada ao Residencial Luís Inácio

Lula da Silva, (07.03.2016) Acervo: Equipe.

Fig. 33 – Passarela, talude e estacionamento, visita realizada ao Residencial Luís Inácio Lula da

Silva, (07.03.2016) Acervo: Equipe.

Fig. 34 – Planta de situação do Residencial Luís Inácio Lula da Silva, (Data do projeto: Março, 2005).

Fig. 35 – Planta Baixa do Residencial Luís Inácio Lula da Silva, (Data do projeto: Março, 2005).

Page 57: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

57

5. Projetos específicos, abordagem conceitual e indicação dos diagnósticos,

complementos, etapas desenvolvidas e oficinas especificas do projeto individual,

para implantação efetiva.

5.1 O objetivo geral da equipe para ambos os projetos (Condomínio das

Mangueiras e Residencial Movimento Dois de julho)

Elaborar de forma participativa um projeto sustentável, para autogestão em áreas de

interesse social, em específico para o núcleo do Condomínio das Mangueiras e para o

Residencial Movimento Dois de Julho, contribuindo não só para o fortalecimento da garantia

do direito constitucional à habitação digna (infraestrutura, mobilidade, transporte coletivo,

equipamentos urbanos e sociais e saneamento ambiental) bem como no atendimento às

famílias associadas à União Nacional por Moradia Popular da Bahia, como referência no

âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida.

5.2 Objetivos específicos (Residencial Movimento Dois de Julho)

Projetar edifício de apartamentos para o Residencial Movimento Dois de julho (prédio

com até 48 unidades/famílias) em Pernambués, de acordo com os parâmetros do

programa Minha Casa Minha Vida Entidades;

Colaborar com todas as etapas da intervenção arquitetônica, urbanística e

paisagística com a participação da comunidade beneficiada, atendendo ao máximo às

necessidades dos futuros moradores do Residencial Movimento Dois de julho e

Condomínio das Mangueiras;

Incentivar a produção habitacional coletiva de interesse social em terrenos pequenos

da cidade, indicando o enorme potencial para projetos de HIS de auto-gestão, por meio

de programas como o MCMV-Entidades;

Desenvolver oficinas participativas com as famílias, juntamente com os arquitetos e

as comissões - CAO (Comissão de Acompanhamento de Obras) e CRE (Comissão de

Representantes) para troca de conhecimentos, informações e de todas as questões que

se apresentem durante o processo de definição dos projetos;

Implantar ações que propiciem às famílias beneficiadas a participação em todas as

etapas dos projetos físico e social, garantindo um espaço democrático para que possam

acompanhar e participar das decisões, comprometendo-se com toda etapa de

intervenção;

Inovar nas tipologias habitacionais, em projetos de urbanização e paisagismo, bem

como na tecnologia de construção, para sustentabilidade e capacitação profissional na

gestão e produção de HIS;

Page 58: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

58

5.3 Justificativa do projeto no âmbito da proposta geral coletiva, conceitos

adotados, diagnósticos e oficinas especificas.

O projeto para o Residencial Movimento Dois de Julho nasce da espera ansiosa de

diversas famílias que durante muito tempo, sem perder as esperanças, aguardaram pela

oportunidade de ter as chaves de suas casas próprias. Dois projetos anteriores para o

mesmo terreno foram desenvolvidos e não tiveram continuidade por motivos dispares, foi

então que a demanda para que o novo projeto fosse desenvolvido durante o curso da

residência profissional da FAUFBA se consolidou e a equipe depois de conversar com

membros da UMP-BA se comprometeu a projetar um edifício que correspondesse as

expectativas dos moradores e que ao mesmo tempo estivesse em consonância com as

regras do MCMV-Entidades, programa ao qual o projeto é proponente.

O projeto desenvolveu-se levando em conta aspectos importantes levantados pelos

gestores e moradores, aliado à compatibilização dos índices de legislação da cidade de

Salvador e as exigências estabelecidas na 3º fase do MCMV-Entidades realizada pela Caixa

Econômica Federal para os projetos habitacionais pertencentes a faixa de renda de até 3

salários mínimos. Um dos maiores desafios deste projeto foi de trabalhar com o potencial de

um terreno relativamente pequeno, porém muito bem localizado na cidade, que vem

sofrendo especulação imobiliária constante, evidenciando assim a notória necessidade de

se investir cada vez mais em projetos deste porte nos vazios urbanos das cidades

brasileiras, quase sempre estes terrenos são espaços inutilizados ou subutilizados que sem

projeto se tornam terras cada vez mais ociosas.

Outro conceito expressivo na concepção do projeto foi a necessidade da

verticalização e a incorporação de espaços destinados para comércio local de pequeno

porte no térreo da edificação, estes boxes comerciais podem ser alugados futuramente e o

valor revertido para a manutenção do próprio condomínio (com isso ajudar, por exemplo,

para a manutenção do elevador), caracterizando um uso consciente e sustentável. Este

tema (Sustentabilidade) por sua vez foi muitas vezes discutido nas reuniões, pois o intuito

da equipe no âmbito da proposta coletiva era que os moradores de ambos os projetos,

Pernambués e Mangueiras, entendessem acima de tudo que a sustentabilidade é um

conceito que vai além do que estamos acostumados a conhecer. Algumas questões

voltadas para a sustentabilidade no edifício se consolidaram na escolha de materiais

ecologicamente corretos como por exemplo o uso da Isotelha colonial PUR e a previsão

posterior de coleta de águas pluviais que deverá ser detalhada na etapa de projeto

executivo, mas que já está devidamente indicada como premissa de projeto.

Durante o período da residência foram realizadas várias oficinas com metodologias

pensadas para que as famílias se sentissem inseridas num processo técnico-participativo

necessário para o desenvolvimento dos projetos, onde buscamos abordar temas distintos

Page 59: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

59

(verificar Tabela 2 – Síntese das oficinas/reuniões) e trocar conhecimentos, assim a

participação de todos era fundamental para a resolução dos questionamentos em voga e a

construção de um aprendizado baseado na Assistência Técnica.

5.4 Definições do projeto

Esse memorial tem por objetivo descrever e especificar de forma clara os serviços a

serem executados na construção do Residencial Movimento Dois de Julho, situado na Zona

Urbana no Município de Salvador-BA. A edificação será executada de acordo com a NBR

15575 – Edificações Habitacionais – Desempenho, publicada pela ABNT e os parâmetros

exigidos nas Leis/Decretos Municipais, Estaduais e Federais. Os tipos de materiais e

serviços deverão ser aplicados com a melhor qualidade e sempre de acordo com as

especificações, projetos e orçamentos, atendendo também às indicações do Programa

Minha Casa Minha Vida, na modalidade Entidades, do qual já obteve aprovação prévia em

2016, por iniciativa da: União por Moradia Popular da Bahia (UMP-BA), responsável por tal

empreendimento.

5.4.1 Memorial Descritivo

5.4.1.1 Disposições gerais

5.4.1.1.1 O presente memorial descritivo tem por objetivo descrever o

empreendimento, suas especificações técnicas e orientar o

desenvolvimento da construção do Residencial Movimento 2 de

Julho, assim como regrar a aplicação e o uso dos materiais nas

etapas de construção do projeto apresentado.

5.4.1.1.2 A especificação técnica, juntamente com a implantação, projeto

arquitetônico e complementares aprovado e atualizado, alvará,

orçamentos, e cronogramas serão mantidos no canteiro de

obra.

5.4.1.1.3 Todos os materiais devem seguir rigorosamente o que for

especificado no presente Memorial Descritivo e Especificação

Técnica. A não ser quando especificados em contrário, os

materiais a empregar serão todos de qualidade recomendada e

obedecerão às condições da ABNT. Na ocorrência de

comprovada impossibilidade de adquirir o material especificado,

deverá ser solicitada substituição por escrito, com a aprovação

dos autores/fiscalização do projeto de reforma/construção.

5.4.1.1.4 Deverá também ser instalada na área a ser executado o projeto

uma placa conforme modelo fornecido pela fiscalização.

Page 60: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

60

5.4.1.1.5 O presente projeto atende às normas vigentes da ABNT para

edificações, Leis/Decretos Municipais, Estaduais e Federais.

Tais requisitos deverão ser atendidos pelo seu executor, que

também deverá atender ao que está explicitamente indicado

nos projetos, devendo o serviço obedecer às especificações do

presente Caderno de Especificações.

5.4.1.1.6 Em caso de dúvida ou omissões, será atribuição da

Fiscalização, fixar o que julgar indicado, tudo sempre em

rigorosa obediência ao que preceituam as normas e

regulamentos para as edificações, ditadas pela ABNT e pela

legislação vigente.

5.4.1.1.7 As obras deverão ser executadas por profissionais

devidamente habilitados, abrangendo todos os serviços, desde

as instalações iniciais até a limpeza e entrega da obra, com

todas as instalações em perfeito e completo funcionamento.

5.4.1.1.8 A empresa executora deverá providenciar equipamentos de

proteção individual, EPI, necessários e adequados ao

desenvolvimento de cada etapa dos serviços, bem como os

demais dispositivos de segurança.

5.4.1.1.9 A mão de obra será especializada e adequada à execução dos

serviços, os quais obedecerão às normas brasileira e ofereçam

garantia da qualidade para os serviços prestados

5.4.1.1.10 O Contratante deverá sempre, ter acesso ao trabalho durante a

execução dos serviços, e deverá receber todas as facilidades

razoáveis para determinar se os materiais e mão de obra

empregados estão de acordo com os projetos e especificações.

5.4.1.1.11 A mão de obra Contratada deverá providenciar instalações

adequadas, para depósito de materiais, preparo de formas e

armações, bem como, para operação de equipamentos

necessários à execução dos serviços. Deverá também, durante

todo tempo, proporcionar supervisão adequada a seus

auxiliares e solicitar os materiais e equipamentos suficientes,

para executar os serviços até à sua conclusão, dentro dos

prazos combinado com o proprietário.

5.4.1.1.12 A mão de obra será especializada e habilitada à execução dos

serviços, os quais obedecerão às normas brasileira e ofereçam

garantia da qualidade para os serviços prestados.

Page 61: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

61

5.4.1.1.13 Os serviços acima citados deverão ser executados de maneira

que, causem o mínimo incômodo possível às propriedades

vizinhas do terreno, onde serão executados os serviços.

5.4.1.1.14 A Contratada deverá manter na obra um diário de obra, no qual

serão anotadas todas as decisões tomadas que venham a

alterar o projeto bem como acidentes de trabalho, dias de

chuva e demais ocorrências relativas à obra. Este diário deverá

permanecer na obra e ser preenchido diariamente e fará parte

da documentação necessária junto à medição, para liberação

da fatura.

5.4.1.1.15 A mão de obra Contratada deverá manter o canteiro de obras

constantemente limpo, livre de entulhos ou refugos que

deverão ser retirados em períodos regulares.

5.4.1.2 Descrição das atividades a serem desenvolvidas na edificação

proposta:

As atividades previstas para essa edificação têm como objeto a moradia de interesse

social, para atender às famílias cadastradas no Programa Minha Casa Minha Vida -

Entidades, em prédio de uso misto, com oito pavimentos, dotado de elevadores, previsto

para apartamentos nos andares superiores de uso exclusivo para moradia e o térreo para

áreas comerciais de pequeno porte e serviços compatíveis como bairros residenciais do seu

entorno. Essa utilização está prevista na nova LOOUS de Salvador LEI Nº 8.167/12,

aprovada em 29 de dezembro de 2011.

5.4.1.3 Situação e características do terreno:

Área total de 950,00m², conforme escritura apresentada, localizada na Rua Numa

Pompílio Bittencourt, Quadra 2, Lote 8 – Jd. Brasília, Pernambués, com acesso também

para a Rua Fernando de Araújo Gomes, Salvador – BA.

O terreno apresenta um pequeno desnível de aproximadamente 1m, sendo, portanto,

a sua área praticamente plana, e não tem arborização significativa, conforme levantamento

topográfico. Atualmente está cercado com muro de alvenaria, entretanto em determinado

trecho o muro se desfez e terá que ser erguido novamente para proteção, evitando usos

indevidos. A sondagem do terreno realizada pela empresa JC Sondagens, no ano de 2012,

indicou que o terreno possuí uma composição de solo basicamente constituída de silte

argiloso com areia fina e média de consistência muito fofa ou mole, a uma profundidade

média de 3,00m, e a partir disso apresenta também a presença de pedregulhos, até os

10,00m.

Page 62: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

62

O terreno, conforme indicado na Planta de Localização, situa-se em zona residencial,

conforme definida no PDDU/2008, (ZR-15), limitando-se as ruas Numa Pompílio Bittencourt

e Fernando de Araújo Gomes. Os índices incidentes são: T.O = 0,5 ou 50% / Índice de

Aproveitamento: CAB =1,50 e CAM=2,50, sem indicação de restrição com relação ao

gabarito das edificações.

O seu entorno se caracteriza pela presença intensiva de prédios de apartamento,

com predominância de gabarito baixo de até 3 pavimentos de uso similar ao projeto

proposto.

4.4.1.4 Descrição do projeto:

Projeto destinado a uso misto, com predominância de habitação, com nove

pavimentos, sendo o térreo, previsto para aluguel de uso de comercio/serviço, de

propriedade do condomínio, visando o custeio de taxas do consumo coletivo e de

manutenção dos equipamentos e instalações da edificação nas suas áreas comuns. A área

destinada a habitação terá seus acessos isolados e independentes, bem como a área

destinada ao uso de comercio/serviços. A área total construída é de 3.335,00m², sendo a

área útil de 2.471,00 m², essa correspondendo a 2.219,00m², de área útil de apartamentos e

273,73m² de área total destinado ao uso de equipamento comunitário. As áreas comuns

(halls, escadarias e playground), somam um total de 829,57m². No total são 48

apartamentos e 11 unidades de lojas para aluguel. Cada pavimento superior tem 6

apartamentos por piso, sendo cada unidade com 46,23m² de área construída e 44,00m² de

área útil.

Composição dos apartamentos: Sala de Estar/Jantar (13,51m²), Jardineira (3,88m²),

Cozinha (5,66m²), Área de Serviço (1,62m²), Sanitário (4,60m²), 2 Dormitórios, sendo um de

7,41m² e outro com 7,35m².

As áreas comuns são do tipo:

1. Halls / Passarela Corredor - Área construída total de 561,42m².

2. Escadarias - Área construída total de 129,60m².

3. Playground - Área construída total de 88,37m² e área útil idem.

5.4.1.5 Serviços preliminares

Os serviços preliminares a serem executados nesta obra estão definidos conforme

segue.

5.4.1.5.1 Limpeza do terreno

Page 63: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

63

Compreenderão os serviços de carpina, limpa roçado, destocamento, queima e

remoção de modo a permitir que a área fique livre de raízes, tocos de arvore. Deverá ser

executada dentro da mais perfeita técnica, manual ou mecanicamente e conforme as

normas NBR-7678/1983 e NB-252/1982, tomando os cuidados de forma a evitar danos a

terceiros. Toda a matéria vegetal resultante, bem como todo entulho depositado no terreno

terá de ser removido do canteiro de obras. O corte da vegetação de porte arbóreo fica

subordinado às exigências e providencias referentes à obtenção de licença ambiental, ainda

que atualmente inexistente nesse terreno.

5.4.1.5.2 Ligação provisória

5.4.1.5.2.1 Água e esgoto-Os reservatórios serão em fibra de vidro,

com capacidade para atender a todos os pontos previstos

no canteiro de obras. A instalação sanitária deve ser

constituída de lavatório, vaso sanitário na proporção de um

conjunto para cada grupo de 20 trabalhadores.

5.4.1.5.2.2 Luz e força - Obedecerão às recomendações e prescrições

da Concessionária local de energia elétrica. A fiação aérea,

em locais descobertos será instalada a uma altura mínima

de três metros, suspensa por postes dela isolados. Cada

máquina ou equipamento, além da chave própria no QGD,

será protegido por uma chave eletromagnética. A rede de

distribuição nos barracões será, de preferência, protegida

por eletro dutos de PVC em circuitos de no máximo doze

pontos de luz e tomadas. As estruturas e carcaças de

equipamentos elétricos têm de ser eletricamente aterradas.

Máquinas e equipamentos elétricos móveis, só podem ser

ligados por intermédio de conjunto de tomada.

5.4.1.5.3 Tapumes

Será executado em chapa de madeira compensado (mínimo 8 mm) ou chapas de

zinco, fixados em barrotes de madeira agreste distanciados 1,10m um do outro, de forma a

proteger a obra e as pessoas que transitem no seu entorno.

5.4.1.5.4 Instalação do canteiro de obras

Caberá a Fiscalização (da obra) determinar os locais onde serão colocadas as

placas dos responsáveis legais pelos serviços, ou outras. A Contratada deverá efetuar os

registros da obra exigidos pelos órgãos, na forma da Lei. Todas as despesas com

instalações e mobilizações deverão ter seus custos diluídos nos preços do contrato.

Page 64: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

64

5.4.1.5.5 Barracão de Obra

5.4.1.5.5.1 Será executado em chapa de madeira compensada 06 mm,

fixadas e travadas em peças de madeira sendo cobertas

com telhas de fibrocimento. O solo será nivelado e receberá

uma camada de 04 cm de argamassa de cimento e areia no

Traço 1:4.

5.4.1.5.5.2 Deverá ser dimensionado considerando-se o número

provável de funcionários, área para depósito de materiais,

sala de engenharia / fiscalização, sanitários / vestiários

além de atender as recordações da NR-18.

5.4.1.5.6 Movimentos de terra

Todos os serviços topográficos complementares, que venham a ser necessários à

implantação da obra correrão por conta do Construtor devendo seu custo ser diluído nos

preços do contrato, ressalvados os casos em que as especificações ou outro documento de

contrato indicar outra modalidade de pagamento. Na definição dos cortes e aterros, a obra

deverá ser cuidadosamente implantada de forma a não promover alterações profundas na

conformação natural do solo.

Caberá a Fiscalização o acompanhamento da locação de tal forma que no caso de

eventuais alterações seja efetivada a comunicação com a Construtora, com o máximo de

antecedência possível.

5.4.1.5.7 Locação da obra

A locação deverá ser global, sobre quadros de madeira, agreste fixada ao solo de

maneira a não permitir oscilações, deslocamentos, perfeitamente alinhadas e aprumadas.

Estes devem ser perfeitamente nivelados e em esquadro.

A locação deverá obedecer fielmente às dimensões (cotas, angulo e nível)

estabelecidas em projeto, em perfeito esquadro e prumo. Deverá ser providenciada

instalações de água, luz e esgoto de forma a atender as necessidades de todo o canteiro de

obras.

Será efetuada verificação das demarcações no terreno no início da obra e, caso se

verifique a ausência ou o deslocamento de piquetes e marcas, far-se-á necessária nova

demarcação, para que ocorra sua reconstituição parcial ou total.

5.4.1.6 Estruturas e materiais a serem utilizados:

Page 65: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

65

A estrutura da edificação será construída em concreto armado (vigas e pilares pré

dimensionados, podendo ser consultado nas plantas anexo) a vedação será feita com

paredes de alvenaria de bloco cerâmico e de cimento. As fundações serão do tipo sapata

(Será necessário fazer uma análise estrutural posterior do impacto que causará nas

edificações vizinhas e assim definir melhor o dimensionamento das fundações).

O piso térreo será em concreto. Os pisos dos halls de circulação, das passarelas

corredores, escadarias, a área destinada aos futuros empreendimentos comunitários, salas

de estar/jantar, varanda e dormitórios serão em piso cimentado alisado com intuito de

diminuir custos e viabilizar o empreendimento. Na área destinada ao estacionamento dos

veículos o piso será de lastro de brita graduada.

Para cobertura, será utilizada telha Isotelha Colonial PUR com inclinação de 27%,

fixada em estrutura de madeira, conforme indicação nas plantas.

As alvenarias dessas edificações serão concebidas em bloco cerâmico e de cimento,

com revestimento e pintura do tipo: Paredes Internas devem receber tinta PVA, paredes das

áreas molhadas devem receber tinta acrílica, as paredes externas tinta acrílica ou textura

impermeável. As paredes da cozinha, área de serviço e sanitários serão revestidas de

azulejos até altura de 1,50m.

As esquadrias (janelas, vitrôs e portas externas ou de acesso a unidade) serão de

alumínio em composição com vidro, portas de madeira serão utilizadas internamente para

acesso aos dormitórios e banheiro, maçanetas de alavanca a 1,00m do piso, as esquadrias

devem receber o seguinte cuidado com relação a pintura das mesmas, em esquadrias de

aço, esmalte sobre fundo preparador, em esquadrias de madeira, esmalte ou verniz.

Serão utilizados cobogós nas vedações dos corredores/passarelas e halls.

5.4.1.6.1 Paredes, divisórias e lajes

5.4.1.6.1.1 Alvenaria de bloco cerâmico

Deverá ser executada conforme as recomendações da ABNT, UBR

8041 e UBR 8545.

As alvenarias serão executadas com blocos cerâmicos de 06 furos,

devendo ser assentados com juntas amarradas e argamassa de

cimento, areia e arenoso no traço 1:2:6. Deverão ser executadas

com as dimensões e alinhamentos determinados no projeto

arquitetônico.

As espessuras indicadas referem-se às paredes depois de

revestidas, permitindo-se uma variação de, no máximo 2mm com

relação à espessura projetada.

As fiadas serão perfeitamente alinhadas, niveladas e aprumadas.

Page 66: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

66

Será observada a “amarração” das paredes com outras paredes e

com os elementos estruturais, para que sejam evitadas trincas e

rachaduras. A amarração entre paredes e pilares se fará através de

ferros deixados nos mesmos quando da sua concretagem. A

amarração entre paredes e vigas ou lajes se dará através de

cunhas pré-moldadas de concreto ou tijolos cerâmicos assentados

obliquamente. Estas amarrações só poderão ser executadas após

oito dias da conclusão de cada pano de parede.

Na água de preparo da argamassa de assentamento das quatro

primeiras fiadas será adicionado impermeabilizante.

5.4.1.6.1.2 Vergas e contravergas

Todos os vãos das esquadrias, que não coincidam com a estrutura

na sua parte superior, deverão receber verga armada de concreto,

de maneira que esta ultrapasse em, pelo menos 0,15m às

extremidades dos vãos.

Na execução seguir os procedimentos recomendados no item -

concreto.

5.4.1.6.1.3 Laje

As lajes pré-moldadas serão dispostas uniformemente com

dimensões, espaçamentos e posições adequadas.

Serão escoradas de modo a não permitir que apareçam trincas pela

simples circulação sobre as mesmas.

A concretagem dar-se-á após as peças terem sido molhadas até a

saturação e deverá atender as determinações para concreto.

Quando do adensamento, o mesmo será executado

cuidadosamente evitando-se o deslocamento das peças, entre

outros cuidados.

Sobre as faces inferiores destas lajes serão aplicados chapisco,

reboco, pintura látex, na cor branca.

O cálculo estrutural da laje e sua respectiva ART será de

responsabilidade do fabricante da mesma.

5.4.1.6.1.4 Esquadrias e ferragens

5.4.1.6.1.4.1 Portas

As portas internas serão semi-ocas pintadas com tinta esmalte

acetinado branco gelo, esmalte ou verniz.

Page 67: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

67

As aduelas e o alizares serão em madeira pintadas com tinta

esmalte acetinado branco gelo, esmalte ou verniz.

A folha da porta será fixada com máximo cuidado a fim de evitar

folgas ou empenos.

As portas de acesso externo serão de alumínio em composição

com vidro liso incolor 4mm.

5.4.1.6.1.4.2 Ferragens

As ferragens deverão ser colocadas por profissionais

especializados sendo os entalhes feitos com precisão, de forma a

não permitir folgas e desalinhos.

As ferragens serão inteiramente novas e em perfeito estado de

funcionamento. Não serão toleradas folgas que exijam emendas,

taliscas de madeiras, reforços, etc.

Ferragens e fechaduras deverão seguir o mesmo padrão, sendo

tanto internas quanto externas em latão cromado.

Para o assentamento serão empregados parafusos de 1ª

qualidade, com acabamento e dimensões compatíveis com as

peças que fixarem.

5.4.1.6.1.4.3 Esquadrias de alumínio

Serão utilizadas esquadrias em alumínio com vidro liso incolor 4mm

com perfil retangular e comportamento estrutural em acordo com a

NBR1083 e NB1220.

As esquadrias e suas partes devem ser suficientemente rígidas de

forma a suportar os esforços, principalmente as pressões do vento.

As esquadrias devem estar absolutamente no prumo e niveladas.

Os conjuntos devem funcionar perfeitamente encaixados e

alinhados com as partes fixas, de forma a manter o nível de

estanqueidade à água e permeabilidade ao ar, conforme o

estabelecido na norma da ABNT, NBR.

Os vidros devem ser dimensionados em função do tamanho, sendo

fixados com guarnições de borracha.

Os acessórios, tais como roldana, fechos, escovas de vedação, etc.

deverão ser de primeira qualidade, de maneira a proporcionar

funcionamentos precisos, suaves e silenciosos ao conjunto.

5.4.1.6.1.5 Revestimentos

Page 68: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

68

Deve-se verificar, antes do início de quaisquer serviços de revestimentos das

superfícies, se as canalizações de água e eletroduto estão perfeitamente embutidas e

protegidas. Os revestimentos deverão ser perfeitamente desempenados, aprumados,

alinhados e nivelados, com as arestas chanfradas.

5.4.1.6.1.5.1 Chapisco

A argamassa de chapisco deverá ter consistência fluida, constituída

de cimento e areia no Traço 1:3 e deverá apresentar espessura

máxima de 05 mm.

O procedimento de execução do chapisco deverá obedecer ao

previsto na NBR 7200. Revestimentos de parede e tetos com

argamassas. Para aplicação do chapisco a base deverá estar

limpa, livre de pó, graxas, óleos, e florescência, materiais soltos os

quaisquer produtos que venham prejudicar a aderência.

A aplicação do chapisco deverá ser realizada através de aspersão

vigorosa da argamassa sobre toda área da base que se pretende

revestir.

5.4.1.6.1.5.2 Massa única

A argamassa será constituída de cimento, areia fina e arenoso no

Traço 1:2.

O procedimento de execução de emboço deverá obedecer ao

previsto na NBR-7200 e será iniciado somente depois da conclusão

dos serviços a seguir indicados: a) 24 horas após a aplicação

chapisco b) 14 dias de idade das estruturas de concreto excluído o

chapisco.

A espessura máxima admitida será 20 mm com o acabamento

camurçado. A superfície deverá estar perfeitamente nivelada e

aprumada.

5.4.1.6.1.5.3 Emboço

Serão iniciados após pega do chapisco, e depois de embutidas as

tubulações nas paredes. Os acabamentos deverão ser ásperos e

desempenados para facilitar aderência do reboco. Esse

revestimento deverá ser executado em todas as superfícies

internas e externas, exceto com locais com forro falso.

5.4.1.6.1.5.4 Reboco

Page 69: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

69

Será feito reboco com argamassa de cal em pasta, com

acabamento alisado e será executado em todas as superfícies

internas com exceção das que receberão revestimentos cerâmicos

e do forro falso dos banheiros.

Deverá ser adicionado às argamassas de revestimentos externo

impermeabilizante líquido, nas proporções indicadas pelo

fabricante.

5.4.1.6.1.5.5 Cerâmico

A superfície da base não deve apresentar desvios de prumo e

planeza superiores ao previsto pela NBR 13749, devendo estar

firme, seca, curvada e absolutamente limpa sem pó, óleo, tinta e

outros resíduos que impeçam a aderência da argamassa colante.

Comprovar se as retrações próprias à base e possíveis fissuras

estejam estabilizadas.

Deverá ser assentada com argamassa colante rígida, definida por

cada tipo de aplicação e atendendo as especificações da NBR

14081.

Antes do assentamento das peças cerâmicas, verificar se todas as

instalações elétricas e hidráulicas foram testadas.

O processo de assentamento deverá obedecer rigorosamente às

normas NBR 13753-1375413755/1996.

De forma a manter a regularidade das juntas de assentamento será

utilizado espaçadores flexíveis.

Os revestimentos presentes nas paredes da cozinha, área de

serviço e sanitários serão revestidas de azulejos até altura de

1,50m (meia parede), tipo a esmaltado acetinado, 30x60cm na cor

branco pei:4.

O preenchimento das juntas de assentamento só será iniciado três

dias depois de concluído o assentamento das peças, utilizando

argamassa industrializada.

O assentamento será primoroso, para que não surjam ondulações

ou reentrâncias, ficando as juntas perfeitamente horizontais e

verticais.

5.4.1.6.1.6 Pintura

5.4.1.6.1.6.1 Massa acrílica

Page 70: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

70

Deverá ser aplicado considerando o prazo de 30 dias de secagem e

cura do reboco.

A parede deverá ser limpa, raspando-a para remoção das partes

soltas para então aplicar fundo preparador de paredes.

Aplicar duas demãos de massa acrílica com desempenadeira de

ação em camadas finas, e com intervalo de 5 horas.

5.4.1.6.1.6.2 Tinta acrílica ou textura impermeável

Deverá ser aplicada por profissional especializado e obedecendo

rigorosamente todas as recomendações do fabricante.

Toda superfície a ser pintada deverá estar limpa, livre de pó,

calcinação, graxa, cera, mofo, umidade e etc.

5.4.1.6.1.7 Cobertura

Serão utilizadas telhas Isotelha colonial PUR (Poliuretano),

Revestimento superior Aço pré-pintado, largura útil: 1.000mm,

Inclinação Mínima: 27%, Peso Próprio: 11,32Kgm². Instaladas com

parafusos de fixação e parafusos de costura. Vão máximo entre as

terças:1,75m.

Prevê-se a colocação de calhas impermeabilizada como indicada

do projeto.

5.4.1.6.1.8 Instalações sanitárias

As instalações do sanitário dos deficientes físicos deverão ser

colocadas em alturas compatíveis com os aparelhos, que serão em

tamanhos próprios para o uso previsto, conforme a NBR

9050/1994, inclusive as barras de aço.

5.4.1.6.1.9 Diversos

Lastro de brita graduada nas áreas de estacionamento.

5.4.1.6.1.10 Limpeza

A obra deverá ser entregue completamente limpa. Os vidros, pisos

e louças sanitárias serão lavados, retirando vestígios de massa e

tinta. Os metais (maçanetas e cubas) deverão estar polidos, sem

arranhões ou defeitos. Os procedimentos indicados acima deverão

Page 71: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

71

se estender à área externa, implicando na limpeza de eventuais

jardins, calçamentos, gradis e etc.

5.4.1.7 Infraestrutura e Instalações

5.4.1.7.1 Escavação

Os serviços de escavações serão feitos manualmente, obedecendo aos critérios de

segurança.

As escavações das valas e das cavas para as fundações serão executadas em

seções compatíveis com o projeto estrutural, obedecendo, indicações do projeto

arquitetônico. Deverá se observar no início das escavações as características do solo e

eventuais distorções que venham a comprometer o projeto estrutural. A profundidade deverá

ser estabelecida em função da camada de solo com resistência solicitada no cálculo

estrutural, isento de pedras soltas, detritos orgânicos, etc., e apresentar-se perfeitamente

plano e horizontal.

O fundo das valas deverá ser abundantemente molhado com finalidade de localizar

possíveis elementos estranhos tais como formigueiros, raízes, etc. (não aflorados), que

serão localizados por percolação da água. Logo após esta verificação o fundo das valas

deverá ser fortemente apiloado.

5.4.1.7.2 Concreto armado para infraestrutura e supra estrutura

Para fabricação do concreto deverão ser atendidas as condições estabelecidas na

NBR 12654, NBR 12655, NBR 8953 e NBR 6118.

O traço do concreto a se adotar terá como base a resistência especificada no projeto

estrutural. Deverão ser realizados ensaios e consistência do concreto de acordo com a NBR

7223. Para controle da resistência deverão ser moldados corpos de prova com concreto

recém produzido, de acordo com o que prevê a NBR 12655 e NBR 5738.

O cálculo da dosagem do concreto deve ser refeito cada vez que for prevista uma

mudança de marca, tipo ou classe de cimento, assim como, na procedência e qualidade dos

agregados e demais materiais.

O concreto produzido deverá ser utilizado antes do início da pega.

5.4.1.7.3 Fôrmas e escoramentos

Deverão ser executadas em chapas de madeira compensada, tipo resinada e = 12

mm, ser resistentes as cargas, alinhadas e aprumadas de forma a reproduzir fielmente as

dimensões das peças estruturais, estabelecidas no projeto estrutural e obedecer às

recomendações contidas no mesmo.

As chapas deverão ser retiradas obedecendo sempre à ordem e os prazos mínimos

estabelecidos na NB06118 – Projeto e execução de obras de concreto armado.

Page 72: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

72

5.4.1.7.4 Armadura

Durante a execução das armaduras verificar-se-á com atenção se o dobramento das

barras confere com o desenho de cálculo; se o número de barras, suas bitolas e suas

posições estão corretos; se as amarrações e os recobrimentos são os recomendados.

Não será permitido alterar o número de barras, o diâmetro das bitolas ou o tipo de

aço. Toda a ferragem da armadura deverá estar limpa e isenta de quaisquer detritos ou

excesso de oxidação, antes de ser colocada na forma para consequente concretagem.

Não serão admitidas emendas de barras, não previstas no projeto estrutural, salvo

em casos especiais e com a prévia autorização da Fiscalização.

Os ferros deverão ser estendidos, estirados e alinhados. Em seguida, serão cortados

e dobrados a frio, obedecendo fielmente os desenhos do projeto estrutural. Não será

permitida a utilização de barras com processo de oxidação iniciado.

Cuidado especial deverá ser tomado ao se colocar as armaduras nas fôrmas de

modo que estas fiquem completamente recobertas pelo concreto.

5.4.1.7.5 Lançamento de concreto

Seu preparo e lançamento obedecerão ao disposto nas Normas da ABNT, como

também às especificações para o concreto estrutural.

A concretagem será iniciada após liberação da fiscalização. No lançamento deverá

ser respeitada a altura de 2m.

O lançamento do concreto deverá obedecer ao plano de concretagem, não sendo

toleradas juntas, além das previamente estabelecidas, e será executado na mesma

sequência da confecção das formas.

Não deverá ultrapassar de 30 minutos o intervalo entre a adição da água e o

lançamento do concreto, sendo vedado o uso do concreto ré-misturado.

O adensamento será feito de forma tal que o concreto envolva completamente a

armadura e atinja todos os pontos da forma; não serão admitidos, nas peças, ninhos, falhas

ou traços de desagregação do concreto.

Será motivo para não aceitação total da peça ou parte dela, a critério da

Fiscalização, a existência de falhas de concretagem com extensão que comprometa a

resistência da peça.

Deverá ser submetido à Fiscalização, o processo a ser usado para correção das

falhas, cabendo-lhe ainda estabelecer a extensão da parte rejeitada da estrutura a ser

demolida para reconstrução.

5.4.1.7.6 Retirada das fôrmas e escoramento

Page 73: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

73

A retirada das fôrmas e do escoramento só poderá ser feita quando o concreto

estiver suficientemente endurecido para resistir às cargas que sobre ele atuam.

A retirada do escoramento deverá ser efetuada sem choques e obedecerá a um

programa elaborado de acordo com o tipo de estrutura.

5.4.1.8 Instalações elétricas e hidro sanitárias:

5.4.1.8.1 Instalação de água fria

As tubulações serão em resina de PVC rígido (cloreto de polivinila) fabricado de

acordo com a norma NBR-5648. Os tubos e conexões usados deverão atender a 20º C, uma

pressão de 75mca (0.75MPa).

Os acessórios, válvula, sifão, rabicho serão os especificados nas listas de materiais

dos projetos de acordo com a NBR – 10281/88;

Todos os metais e acessórios necessários a montagem dos equipamentos

hidráulicos serão em metal com acabamento cromado.

5.4.1.9 Esgoto sanitário

As tubulações serão em PVC com emenda colada, e deverão permitir um rápido

escoamento dos despejos, fácil desobstrução, não vazar e não permitir o escapamento de

gases, formação de depósitos no interior das tubulações, vedar a passagem de animais

para o interior da casa e impedir a contaminação da água potável;

Os vasos sanitários serão em louça branca, fabricados de acordo com a NBR

6498/83 2 NBR 9338/86;

5.4.1.10 Instalações elétricas

O Projeto foi desenvolvido para atender a alimentação de todos os pontos de

consumo indicados. A execução das instalações elétricas deverá obedecer rigorosamente

às normas técnicas da ABNTNBR-5410, estar de acordo com os preceitos da

concessionária local de energia.

Será de responsabilidade da Contratante a elaboração dos procedimentos e

aprovação junto às concessionárias locais, os pedidos de ligações elétricas provisória para o

período de obras e a ligação definitiva.

A execução dos serviços deverá ser feita por profissionais competentes e

qualificados. Salvo indicação na planilha ou projeto, as alturas das caixas, em relação ao

piso acabado e referida ao eixo horizontal das mesmas, serão as seguintes:

1 – Interruptores __________________________________________________1,30 m

2 – Tomadas ____________________________________________________ 0,40 m

3 – Tomadas médias ______________________________________________ 1,30 m

4 – Caixas de passagem ___________________________________________ 0,40 m

Page 74: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

74

A colocação dos aparelhos e espelhos de interruptores e tomadas, só serão

realizadas depois do término da pintura do prédio.

Serão executadas instalações elétricas, com tubulação embutida, dimensionadas de

acordo com as normas técnicas brasileiras da ABNT e com a demanda das atividades

previstas para cada ambiente, conforme descrito anteriormente. Estão previstas instalações

de proteção contra incêndio nos halls comuns. Opcionalmente poderá ser utilizado

aproveitamento de energia solar para aquecimento de água para cozinha e sanitários. Nos

apartamentos e lojas estão previstos pontos de ar condicionado.

Quanto às instalações hidráulicas, estão previstos 3 locais estratégicos para

instalação de reservatórios superiores com tubulações embutidas ligados a quatro

reservatórios superiores, na laje de cobertura, cada um com capacidade total para 6.500mil

litros, sendo três destes reservatórios com capacidade para 2.000 mil litros e um apenas

com capacidade para 500 litros, correspondendo a prumada dos apartamentos, e um grande

reservatório subterrâneo, com capacidade para aproximadamente 30mil litros de

armazenamento de água, a ser alimentado diretamente pelo sistema de rede de água

existente no loteamento, que também consta de rede elétrica e de esgoto. O cálculo do

consumo diário de água foi desenvolvido levando em consideração a reserva de incêndio.

Para ventilação dos ambientes estão previstas aberturas estratégicas, além das

janelas que fazem a ventilação cruzada nos apartamentos, também tem as paredes tipo

cobogó devidamente distribuídos, conforme indicação nas plantas anexas.

Instalação de gás será previsto em etapa posterior.

Estacionamento: Conforme legislação 50% de vagas para veículos, estas somam um total

de 24 vagas que margeiam o limite da edificação, sendo: 65% destas vagas medindo

2,30mX4,30m / 30% das vagas medindo 2,5mX5,00m / 5% vagas para PNE medindo

3,70mX5,50m.

5.4.1.11 Paisagismo:

No projeto de implantação da edificação proposta prevê-se o plantio de arbustos

delimitando o acesso principal ao edifício e plantas floridas que estão indicadas ao longo do

pavimento térreo, na área externa logo abaixo das janelas dos boxes comerciais que

deverão ser instalados como canteiros rasos. Propõe-se também o plantio de arborização

complementar de porte médio na parte da frente do terreno, com vegetação que venha a

contribuir para sombreamento, e na parte do fundo onde se localiza o playground, com

Page 75: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

75

possibilidade dos futuros moradores poderem plantar e cultivar uma pequena horta

comunitária.

5.4.1.12 Edificações existentes:

Atualmente no terreno existe uma pequena edificação, que se caracteriza por ser

apenas um cômodo simples, onde reside uma senhora e seu filho e onde também funciona

um pequeno lava-jato improvisado. Essa edificação deverá ser demolida para a construção

da edificação prevista. Segundo informações dos gestores da UMP-BA os atuais ocupantes

serão relocados durante o período da obra e retornarão ao edifício quando o mesmo já

estiver finalizado para morarem.

Quanto ao destino e uso do entulho dessa demolição, o mesmo poderá ser utilizado

como sub-base do gravilhão especificado para as vias de acesso, a serem implantadas no

entorno da nova construção, de acordo com o projeto apresentado.

5.1.2 Sumário de Materiais

A seguir descrição sumária dos materiais a serem utilizados no projeto proposto: Fundações e pisos

Sapatas de concreto armado.

Piso térreo cimentado.

Piso de andares superiores em laje pré-moldada cimentada.

Piso cerâmico em toda área interna do apartamento.

Lastro de brita graduada nas áreas de estacionamento Estruturas

Estruturas de concreto armado

Estruturas de madeira para o telhado Cobertura

Isotelha colonial PUR (Poliuretano), Revestimento superior Aço pré-pintado, largura útil: 1.000mm, Inclinação Mínima: 27%, Peso Próprio: 11,32Kgm². Instaladas com parafusos de fixação e parafusos de costura. Vão máximo entre as terças:1,75m.

Vedação

Blocos cerâmicos nas vedações e paredes internas.

Blocos de cimento nas paredes estruturais.

Cobogó (0,20X0,20cm) Pintura

Page 76: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

76

Para as estruturas metálicas: esmalte sobre fundo preparador, em esquadrias de madeira, esmalte ou verniz.

Para as paredes Internas tinta PVA.

Paredes das áreas molhadas tinta acrílica.

Paredes externas tinta acrílica ou textura impermeável. Revestimentos

As paredes da cozinha, área de serviço e sanitários serão revestidas de azulejos até altura de 1,50m: revestimento cerâmico.

Instalações e equipamentos

Tubulações de instalações elétricas embutidas; o Número de pontos de tomadas elétricas: 2 na sala, 4 na cozinha, 2 na área

de serviço, 2 em cada dormitório, 1 tomada no banheiro e mais 1 tomada para chuveiro elétrico (Circuito independente para chuveiro elétrico dimensionado para a potência usual do mercado local, tomadas e iluminação).

o Número de pontos diversos: 1 ponto de telefone, 1 de campainha, 1 ponto de antena e 1 ponto de interfone.

Elevadores do tipo sem uso de casa de máquinas com 02 Cabines, cada uma com capacidade para 8 pessoas ou 600Kg – Atlas Schindler.

Instalação de gás será previsto em etapa posterior.

Instalação de água: Dois reservatórios, sendo: Reservatório Inferior com capacidade de 30.000 litros (considerando a reserva de incêndio) acesso se dá por escada marinheiro na área do playground. Reservatório Superior (tipo ETERNIT) será subdividido em 3 pontos de armazenamento, cada um deles terá capacidade para 6.500,00 litros (divididos em 3 reservatórios de 2.000l e um de 500l).

Instalação para coleta de lixo será previsto em etapa posterior.

Page 77: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

77

5.5 Ilustração gráfica do projeto proposto.

Fig. 36: Infográfico com planta de localização e cobertura, mostrando as ruas do entorno e o

acesso principal ao empreendimento sinalizado com uma seta vermelha. Acervo: Equipe.

Fig. 37: Infográfico com planta do térreo, mostrando onde ficam as vagas de estacionamento

(que circundam as duas vias laterais) bem como os acessos ao edifício e as lojas, ambos

indicados por setas, nas duas extremidades é possível verificar os sanitários. Acervo:

Equipe.

Page 78: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

78

Fig. 38: Infográfico com planta do pavimento tipo. As setas laranjas são os acessos para a

circulação vertical (escada/elevadores) e as setas azuis demonstram os acessos a cada

unidade habitacional (06 por andar). Acervo: Equipe.

Fig. 39: Vista Interna do apartamento, com visão para salas de estar/jantar e acessos aos

dormitórios, varanda e cozinha. Acervo: Equipe.

Fig. 40: Vista Interna do apartamento, com visão para salas de estar/jantar e cozinha.

Acervo: Equipe.

Page 79: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

79

Fig. 41: Vista Interna do apartamento, com visão da cozinha para salas de estar, pode-se

perceber a porta de entrada ao apto. e os acessos ao banheiro e quarto de solteiro. Acervo:

Equipe.

Fig. 42: Vista Interna do apartamento, com visão da cozinha para salas de jantar, mostrando

os acessos aos dois quartos. Acervo: Equipe.

Fig. 43: Vista Interna do apartamento, visão geral da cozinha/área de serviço ao fundo.

Acervo: Equipe.

Page 80: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

80

Fig. 44: Vista Interna do apartamento, visão aérea da cozinha/área de serviço ao fundo.

Acervo: Equipe.

Fig. 45: Vista Interna do apartamento, visão da mesa posicionada na sala de jantar, ao fundo

percebe-se a sala bem como a cozinha e o sanitário. Acervo: Equipe.

Fig. 46: Vista Interna do apartamento, quarto de solteiro, com beliche. Acervo: Equipe.

Page 81: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

81

Fig. 47: Vista Interna do apartamento, quarto de solteiro, com beliche. Acervo: Equipe.

Fig. 48: Vista Interna do apartamento, quarto de casal. Acervo: Equipe.

Fig. 49: Perspectiva externa do apartamento, Fachada voltada para a rua Fernando de

Araújo Gomes com vagas de estacionamento margeando a edificação. Acervo: Equipe.

Page 82: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

82

Fig. 50: Perspectiva externa do apartamento, Acesso principal tanto para as lojas comerciais

no térreo e também para os apartamentos pela circulação central. Fachada voltada para a

rua Numa Pompílio Bittencourt. Acervo: Equipe.

Fig. 51: Perspectiva externa do apartamento, Fachada voltada para a rua Numa Pompílio

Bittencourt, os cobogós trazem movimento e personalidade para a fachada. Acervo: Equipe.

Page 83: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

83

Fig. 52/53: Perspectiva externa do apartamento, Fachada voltada para a rua Fernando de

Araújo Gomes. Acervo: Equipe.

5.6 Definição dos principais meios necessários para o desenvolvimento ou

implantação do projeto/anteprojeto, como subsidio para efetivação de um

Termo de Referência.

Nas oficinas realizadas pela equipe foram desenvolvidas diversas atividades com as

famílias, com o propósito de definir as necessidades e entender as particularidades

envolvendo as demandas de cada um dos projetos, num segundo momento foram

realizados alguns estudos que resultaram em gráficos, mapas e relatórios (todos

apresentados ao longo deste mesmo trabalho) que serviram de base para a compreensão

do espaço que estávamos trabalhando e dessa forma nós permitiu chegar a um resultado de

projeto mais próximo daquele almejado pela União de moradia.

Para efetivação deste termo de referência, com base no anteprojeto em tela, foram

estudadas também as normas de financiamento do programa MCMV-Entidades.

6. Viabilidade institucional, econômica e financeira.

Como já indicado no item 3.5.1, a viabilidade desse projeto está atrelada à sua

aprovação no Programa Minha Casa Minha Vida Entidades, nas definições constantes na

sua 3ª. fase, com financiamento previsto subsidiado de R$ 86,4 (Oitenta e seis mil e

quatrocentos reais) mil por unidade, portanto um total de financiamento previsto para as 48

unidades de R$ 4.147.200,00 (Quatro milhões cento e quarenta e sete mil e duzentos reais).

Page 84: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

84

Conforme orçamento preliminar viabilizado por esta proposta, apresentado em

anexo indicando, os custos estimados a partir das especificações de projeto e de materiais,

na forma do anteprojeto ora apresentado, o custo Direto da obra foi estimado em R$

2.834.276,66 (Dois milhões oitocentos e trinta e quatro mil duzentos e setenta e seis reais e

sessenta e seis centavos), portanto, abaixo do limite de financiamento previsto e sendo

então compatíveis com o recurso a ser disponibilizado, entretanto, é importante salientar

que este valor refere-se ao custo direto da obra com base na tabela Sinduscon do mês de

setembro de 2016, sendo assim, ao passo que for executar a obra, deverá ser revisto este

orçamento e considerar o valor do B.D.I (Benefício e Despesas Indiretas), que gira em torno

de 30% à 40% que pode alterar um pouco o valor do empreendimento dependendo de

quanto estará o C.U.B/m² na época da construção.

Segue abaixo, quadro resumo do Orçamento Analítico e Estimativas de Custos.

Tabela 03: Orçamento Analítico para o empreendimento.

Fonte: Elaborado pelo engenheiro Eduardo Machado.

O Custo Unitário Básico da Construção Civil representa o custo da construção por m², de

cada um dos padrões de imóvel estabelecidos.

A partir da elaboração do projeto executivo, com recursos previsto da ordem de 1,8%

do total de financiamento, de acordo com as normas do PMCMV-Entidades, será designado

para o trabalho de Assistência técnica. Esse orçamento deverá ser revisto de forma mais

detalhada, para as adequações que se façam necessárias e para o planejamento da

construção desse empreendimento de auto-gestão. A seguir segue estimativa dos custos de

contratação do Projeto Executivo, compatíveis com os recursos previstos para tal finalidade.

6.1. Possibilidades de parcerias governamentais, institucionais e privadas.

Caixa econômica Federal, MCMV-ENTIDADES, Sucom, Prefeitura Municipal de

Salvador e FAUFBA.

Page 85: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

85

6.2. Requisitos complementares para implementação.

Para execução e implantação deste projeto será necessária a realização de um novo

levantamento topográfico "in loco". É importante também um mapeamento dos furos de

sondagem e posterior indicação completa (em planta baixa e seções) das áreas e suas

características. E por fim, a execução dos projetos complementares será de

responsabilidade dos encarregados da obra do Residencial Movimento Dois de Julho.

6.3. Recomendações para o Termo de Referência.

Para dar continuidade a este trabalho, é indicado a contratação de empresa

especializada para fazer os serviços de sondagem do solo, assim como a contratação de

profissionais qualificados para desenvolvimento de projetos complementares necessários,

tais como: Elétrica, hidráulica, estrutura (Para o projeto estrutural contamos inicialmente com

o auxílio do engenheiro estruturalista Jose Luiz Costa Souza, que voluntariamente indicou a

análise inicial da estrutura do projeto). Vale ressaltar a parceria para elaboração das

planilhas orçamentárias deste projeto que também conseguimos de forma voluntária com o

engenheiro civil Eduardo Machado. Na possibilidade deste projeto ser executado seria

interessante a contratação destes mesmos profissionais que contribuíram conosco até o

momento de forma gentil e despretensiosa.

Page 86: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

86

7. Cronograma previsto.

Tabela 04: Cronograma Previsto para desenvolvimento do projeto.

PRODUTOS/

ETAPA MESES 1 2 3 4 5 6

ETAPA 1

1- Plano de Trabalho e

Metodologia de Participação

Social

Prazo em

dias

0 30

60 90

ETAPA 2

2-Levantamentos cadastrais

e topográfico

Prazo em

dias

0 30

60

ETAPA 3

3- Adequações à Legislação

Edilícia e Urbanística

Específica

Prazo em

dias

60 90 120 150 180

4- Complementação de

informações e avaliações de

especificações

Prazo em

dias

60 90 120 150 180

5- Consultorias

complementares.

Estruturas e instalações

Prazo em

dias

60 90 120 150 180

6- Elaboração de projeto

executivo

Prazo em

dias

60 90 120 150 180

Fonte: RAUE-UFBA, com alterações feitas pela equipe.

Page 87: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

87

8. Equipe Técnica e Orçamento previsto.

8.1. Composição da equipe técnica, recursos humanos, formação

profissional e custo da equipe técnica, por hora/serviços.

Tabela 05: Profissionais e Recursos necessários ao desenvolvimento do projeto.

Formação/

Função

Nível Experiência Exigida

Tempo

Mínimo de

Formação

Tempo

Trabalho

Valor

Total previsto

Arquiteto e

Urbanista

Coordenador

Planejamento

Sênior Coordenação de estudos. Planos e

projetos multidisciplinares, englobando

especialmente as áreas descritas nas

atividades objeto do contrato – a exemplo

de elaboração de planejamento global,

projetos de arquitetura e urbanismo,

adequação de planos. Projetos e politicas

relacionados à habitação de interesse

social e ao projeto.

>10 (dez)

anos

240 h 43.200,00

Arquiteto e

Urbanista

Coordenador

Executivo

Pleno Coordenação e compatibilização das

atividades prevista para o projeto,

desenvolvimento do projeto executivo de

arquitetura e urbanismo, do projeto,

relacionado à habitação de interesse

social.

> 5 (cinco)

anos.

600 h 60.000,00

Consultoria de

Arquiteto com

experiência

em legislação

Sênior Indicações e adequações da legislação

edilícia e urbanística

> 10 (dez)

anos.

60 h 7.980,00

Assistente

Social

Pleno Participação de planos ou projetos

envolvendo mobilização e participação

comunitária

> 5 (cinco)

anos.

100 h R$ 5.000,00

Engenheiro

Hidráulico

Sênior Elaboração de projeto hidráulico completo

para o edifício.

> 10 (dez)

anos.

100 h R$ 10.000,00

Engenheiro

Elétrico

Sênior Elaboração de projeto elétrico completo

para o empreendimento, levando em

consideração o fato do projeto ser

proponente do MCMV-Entidades e a

preocupação com o meio ambiente.

> 10 (dez)

anos.

120 h R$ 12.000,00

Engenheiro

Estruturalista

Sênior Elaboração de projetos de estrutura de

elevação, cobertura e fundação para o

edifício.

> 10 (dez)

anos.

440 h R$ 15.600,00

Equipe técnica

de Engenharia

e de

orçamento

Pleno Realização de levantamentos detalhados

para efeito de orçamento do projeto

executivo

> 5 (cinco)

anos.

60 h R$ 4.800,00

Realização de levantamentos de campo e

Page 88: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

88

Fonte: RAUE-UFBA, com alterações feitas pela equipe.

Os requisitos da equipe chave deverão ser comprovados mediante a apresentação

dos documentos de comprovação profissional.

8.2. Serviços complementares e consultorias especializadas.

Para execução futura deste projeto, é imprescindível que sejam realizadas novas

sondagens de solo para verificação se houve ou não alguma modificação na composição do

solo do terreno ao longo dos anos, uma vez que, para o desenvolvimento deste trabalho

utilizamos como referência a sondagem realizada no ano de 2012 pela empresa JC

Sondagens e que nos foi fornecida pela União de Moradia, será necessário também a

contratação de consultorias especificas e projetos de estruturas, elétrica e hidráulica e de

legislação.

8.3. Gastos com transporte, aluguel de equipamentos, publicações,

capacitação etc.

Para desenvolvimento deste projeto haverá custos complementares de transporte e

publicações assim como capacitação incluídos na contratação do projeto executivo, os

serviços executivos ficam por conta das empresas contratadas, sendo o acompanhamento

da implantação por conta do autor do projeto, se assim desejarem, depois da doação do

anteprojeto.

A previsão de custos para o desenvolvimento deste trabalho, na forma de projeto

executivo é de R$162.180,00, (Devendo ser revisto estes valores à época da execução e

contratação dos profissionais indicados)

Equipe de

estagiários de

Arquitetura e

Urbanismo

Do 5º

ao 10º

períod

o

(Cursa

ndo)

auxílio em atividades como: Auxiliar nos

desenhos do projeto;

levantar dados;

Realizar levantamentos de áreas e

materiais construtivos e de

acabamento; Diagramar e compor as

pranchas de apresentação; Criar e aplicar

legendas às pranchas; Realizar

levantamentos em edificações que serão

objeto de trabalho; Montar planilhas de

quantidades e custos; Contatar

fornecedores; Obter especificações

técnicas; Consultar normas; Consultar

legislação;

- 360 h R$ 3.600,00

Page 89: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

89

9. Referências bibliográficas

BOFF, Leonardo. Saber Cuidar: ética do humano - compaixão pela terra. 12. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999. Brasil, Ministério das Cidades, Déficit habitacional / Fundação João Pinheiro, 2011. BRASIL, Governo Federal. LEI Nº 10.257, DE 10 DE JULHO DE 2001. [Estatuto da Cidade]

BRASIL, Governo Federal. LEI N° 10.683, DE 28 DE MAIO DE 2003. [Criação do Ministério das Cidades]

BRASIL, Governo Federal. LEI Nº 11.888, DE 24 DE DEZEMBRO DE 2008. [Assistência Técnica à Habitação] BRASIL, Governo Federal. Programa Minha Casa Minha Vida. Brasília, 2010. GORDILHO-SOUZA, Angela. Limites do Habitar. Segregação e exclusão na configuração urbana contemporânea de Salvador e perspectivas no final do século XX. Salvador: EDUFBA, 2ª. edição 2008 (original 2000) GORDILHO-SOUZA, Angela. Habitar contemporâneo: “Novas questões no Brasil dos anos 90”. Editora Cadct, 1997. FERREIRA, Regina F. C. F. Autogestão e Habitação: entre a utopia e o mercado. 2014. 219f. Tese (Doutorado em Planejamento Urbano e Regional) – Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014. DA COSTA CARDOSO, Isabel Cristina, e Marina Barbosa Pinto. "A produção capitalista do espaço urbano e o trabalho do assistente social na habitação." 2015, São Luis - Maranhão, Universidade Federal do Maranhão. SANTOS, Milton. A urbanização Brasileira. São Paulo: Hucitec, 1993.

MARICATO, Erminia. Brasil, cidades. Alternativas para a crise urbana. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001. MARICATO, Erminia. O “Minha Casa” é um avanço, mas segregação fica intocada. São Paulo: USP. Maio, 2009. NUNES, Castália. Trabalho Final de Graduação - Outro conceito de bairro em área popular. Salvador: Unifacs. Julho, 2009. PINTO, Ana Julia – “A participação cidadã no processo de planejamento municipal em Portugal” Artigo sobre a participação dos cidadãos no planejamento do território. ROLNIK, Raquel – “Moradia adequada é um direito! ” Artigo sobre o direito que todos têm de morar em habitações dignas, texto disponível em: <https://raquelrolnik.wordpress.com/2009/10/19/moradia-adequada-e-um-direito/> VILLAÇA, Flavio – “O que todo cidadão precisa saber sobre Habitação” Global Editora, São

Paulo-SP, 1986.

Page 90: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

90

HOLZ, Sheila y MONTEIRO, Tatiana Villela de Andrade. Política de habitação social e o

direito à moradia no Brasil. Diez años de cambios en el Mundo, en la Geografía y en las

Ciencias Sociales, 1999-2008. Actas del X Coloquio Internacional deGeocrítica, Universidad

de Barcelona, 26-30 de Maio de 2008. Disponível em: <http://www.ub.es/geocrit/-

xcol/158.htm>

CAIXA ECONOMICA FEDERAL – Downloads com informações acerca do programa MCMV Entidades. Disponível em: <http://www.caixa.gov.br/Downloads/habitacao-minha-casa-minha vida/MANUAL_MCMV_ENTIDADES.pdf> Acesso em 06.01.2016. CAIXA ECONOMICA FEDERAL – Informações sobre o programa de habitação desenvolvido pelo Governo Federal (MCMV). Disponível em: <http://www.caixa.gov.br/poder-publico/programas-uniao/habitacao/minha-casa-minha-vida/Paginas/default.aspx/index.asp> Acesso em 06.01.2016. CRONOLOGIA DO URBANISMO – Linha do tempo com informações relevantes separadas por períodos sobre o urbanismo no Brasil. Disponível em: <http://www.cronologiadourbanismo.ufba.br/apresentacao.php?idVerbete=1400> Acesso em 06.01.2016. CAJAZEIRAS TEM HISTÓRIA – Informações importantes sobre o bairro de Cajazeiras, Salvador/BA. Disponível em: <http://cajazeirastemhistoria.blogspot.com.br/> Acesso em 10.01.2016. FALA MANGUINHOS – Informações sobre o projeto do condomínio DUSP “o primeiro condomínio residencial de moradia popular do complexo de Manguinhos. Disponível em: < https://falamanguinhos.wordpress.com/conheca-o-complexo-de-manguinhos/condominio-dsup-o-primeiro-condominio-residencial-de-moradia-popular-do-complexo-de-manguinhos/> Acesso em 14.01.2016. GBC BRASIL – Site com informações importantes sobre sustentabilidade, certificações e iniciativas sustentáveis. Disponível em: <http://www.gbcbrasil.org.br/Acesso em 13.01.2016. INFRAESTRUTURA URBANA – Informações sobre o conceito de Urbanização Integrada. Disponível em: < http://www.infraestruturaurbana.pini.com.br/solucoes-tecnicas/27/artigo288428-1.aspx> Acesso em 08.01.2016. OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLIS – Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia, informações sobre as ocupações urbanas. Disponível em: <http://www.observatoriodasmetropoles.net/> Acesso em 08.01.2016. PROJETAR MANGUINHOS –Informações do projeto de Manguinhos. Disponível em: < https://projetarmanguinhosunisuam.wordpress.com/2013/04/13/pac/> Acesso em 11.01.2016. PREFEITURA DE PELOTAS – Informações do Residencial Haragano. Disponível em: <http://www.pelotas.rs.gov.br/noticias/detalhe.php?controle=MjAxNC0wMy0xMA==&codnoticia=36286> Acesso em 11.01.2016. SUCOM – Site oficial da Secretaria Municipal de Urbanismo de Salvador. Disponível em: < http://www.sucom.ba.gov.br/> Acesso em 08.01.2016 BRASIL. Estatuto da cidade. Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2001;

Page 91: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

91

SUAPESQUISA. Sustentabilidade Social. 2004. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/religiaosociais/sustentabilidade_social.htm>. Acesso em: 02 ago. 2016. TECVERDE – Site muito interessante que traz questões de sustentabilidade, soluções inovadoras para as construções. Disponível em: <http://www.tecverde.com.br/> Acesso em 13.01.2016. UNMP – Site oficial da União Nacional por Moradia, traz informações sobre o que é a UNMP, dados importantes, organizações filiadas, notícias. Disponível em: <http://www.unmp.org.br/> Acesso em 18.12.2016. UNMP / BA – Informações sobre a UNMP do estado da Bahia. Disponível em: <http://ba.unmp.org.br/> Acesso em 18.12.2016. UNIÃO DOS MOVIMENTO DE MORADIA DE SP– Site oficial do Mov. De Moradia do estado de São Paulo, com referências dos projetos José Maria Amaral e Florestan Fernandes. Disponível em: <http://sp.unmp.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=536:projetos-e-fotos-dos-mutiroes-jose-maria-amaral-e-florestan-fernandes-leste-1&catid=1:noticias-recentes&Itemid=93> Acesso em 10.01.2016. FERREIRA, Regina Fátima Cordeiro Fonseca – “Movimentos de moradia, autogestão e política habitacional no Brasil: do acesso à moradia ao direito à cidade” Artigo que aborda questões ligadas a autoconstrução na moradia popular. Disponível através do link: <http://www.observatoriodasmetropoles.net/download/artigo_reginaferreira_isa.pdf>

Page 92: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

92

10. Anexos

10.1 ANEXO I – RELATÓRIOS DAS OFICINAS / VISITA TÉCNICA

Segue abaixo os relatórios das oficinas realizadas, para melhor entendimento das

atividades e da metodologia adotada em cada uma delas para o fortalecimento das relações

da equipe de assistência técnica com a União de Moradia.

10.1.1. Relatório da 1º oficina:

No dia 30 de janeiro de 2016 no período das 10:00 às 12:30 foi realizada a primeira

oficina com o tema: "MCMV Especificações Da Etapa II E Mudanças Previstas Para Etapa III

E Conceito Geral De Sustentabilidade Aplicado Em Projetos De Interesse Social" no bairro

de Cajazeiras XI, na Avenida Aliomar Baleeiro, conhecida como Estrada Velha do Aeroporto

(EVA), local onde está em andamento a construções das unidades habitacionais do futuro

Condomínio das Mangueiras. Esteve presente em oficina a Coordenadora Ângela Gordilho e

a orientadora Heliana Metting.

A oficina do dia citado foi destinada aos gestores do Condomínio das Mangueiras

(Cajazeiras XI) e ao Residencial Movimento Dois de julho (Pernambués). O primeiro contato

ao chegar foi a apresentação de todos da equipe (residentes/estagiários), exceto Bruna

Magalhães que não estava presente. Juntamente participou da apresentação a

coordenadora Ângela, onde apresentou o objetivo geral do curso da Residência Profissional

em Arquitetura, Urbanismo e Engenharia. A oficina seguiu ministrada pela arquiteta Raquel,

onde citou as diferenças que ocorreram no Projeto Minha Casa Minha Vida I, II e III.

Evidenciando o aumento da renda da fase I para fase II. E melhorias na infraestrutura,

acréscimo de metros quadrados em residências e tecnologias inovadoras na fase III.

Foi realizada uma dinâmica com o tema principal “Sustentabilidade” onde os

gestores relacionavam as dimensões da sustentabilidade (saúde, comunicação, ecologia,

economia, religiosidade, política, cultura e educação), com as imagens selecionadas. Em

seguida a residente Giulia explicava brevemente sobre a dimensão escolhida, fazendo-os

entender e perceber a importância deste eixo para as suas vidas e sua convivência futura no

condomínio. A dinâmica ministrada tinha como objetivo mostrar o que se encontra ao nosso

redor está relacionado a Sustentabilidade. Em seguida foram partilhadas folhas de papeis e

canetas para que os gestores escrevessem as suas expectativas sobre o condomínio onde

residirão, colocando suas percepções de desejos.

Este foi um encontro importante pois foi um momento de aproximação inicial com os

gestores de ambos os projetos, um momento rico em troca de aprendizado e saberes, e

para toda equipe foi uma base importante para o entendimento do que todas aquelas

Page 93: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

93

pessoas desejavam e qual suas expectativas com a nossa ida para atuação profissional

enquanto assistentes técnicos.

10.1.2. Relatório da 2º oficina:

No dia 28 de fevereiro de 2016, no período das 9:00h às 13:00h, foi realizada a

segunda oficina com o tema: Áreas Comuns, conhecendo os conceitos e identificando os

desejos no barracão de obra do Condomínio das Mangueiras, localizado na Avenida Aliomar

Baleeiro, no bairro de Cajazeiras - Fazenda Grande IV. Foi adotado o tema referente às

áreas comuns que irão complementar o projeto arquitetônico das unidades habitacionais já

em execução na poligonal em estudo.

Inicialmente foi explicitado pela equipe de residentes qual seria sua atuação na

referida área para que todos compreendessem o projeto a ser desenvolvido ao longo de

todo ano de trabalho junto à União de Moradia Popular. Além disso, também foi apresentado

definições, conceitos, aplicação dos diversos itens que compõem um conjunto habitacional

fechado e identificação de desejos das famílias que residirão no Condomínio das

Mangueiras.

A segunda oficina desenvolvida foi destinada aos futuros moradores, tendo um

número de pessoas consideravelmente maior do que o primeiro encontro. Inicialmente foi

apresentada toda a equipe, em seguida uma explicação de como ocorreria a dinâmica.

Então, foram distribuídos questionários (conforme modelo anexo abaixo) a serem

preenchidos pelas famílias presentes na reunião, com o objetivo de traçar o perfil dos

moradores do Condomínio, de acordo com as respostas para os seguintes itens: nomes,

profissão, bairro atual, futuro bairro (Cajazeiras ou Pernambués), quantidade de pessoas

que residem na moradia, se possuem crianças e/ou idosos em casa – indicando quantidade

–, se algum residente é portador de necessidades especiais e o grau de escolaridade.

Na exposição sobre áreas comuns foram apresentadas modelos de guaritas,

estacionamento, praças, parques, quadra de esportes, centro comunitário, playground,

circulação/acessibilidade dos pedestres e horta comunitária/orquidário. Após a explanação e

compreensão de todos foram elaborados dois "varais" com imagens referentes as áreas

comuns do condomínio, com o objetivo de identificarem quais imagens lhes agradavam

mais. Com o término da exposição foram distribuídos papeis e canetas para que as

expectativas e desejos das famílias fossem compartilhadas com desenhos ou escrita. Com

intuito de incentivar cada vez mais a participação de todos os presentes, a oficina foi

finalizada com a explicação das ideias e desejos de alguns integrantes para os demais.

Page 94: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

94

10.1.3. Relatório da 3º oficina:

No dia 03 de abril de 2016, no período das 9:00h às 12:00h, foi realizada a

terceira oficina com o tema: Sustentabilidade e Autogestão Aplicadas em Projetos Minha

Casa Minha Vida Entidades no barracão de obras do Condomínio das Mangueiras,

localizado na Avenida Aliomar Baleeiro, no bairro de Cajazeiras - Fazenda Grande IV. Neste

encontro esteve presente um número reduzido de moradores, sendo quase metade dos

participantes anteriormente, pois a frota de ônibus da cidade estava reduzida pela manhã, o

que inviabilizou o deslocamento de alguns até o local da reunião.

A professora Heliana Meeting apresentou a equipe presente e passou a palavra para

as residentes darem início à exibição dos slides. As arquitetas explicaram o conceito de

sustentabilidade e suas oito dimensões, cultura, Religiosidade, Ecologia, Política, Educação,

Comunicação, Economia, Saúde, fazendo duas perguntas para cada dimensão. As

perguntas foram respondidas durante a exibição pelos participantes da oficina.

Em seguida, iniciou à apresentação sobre a assistência técnica na autoconstrução,

mostrou também os resultados das oficinas anteriores e os itens importantes que devem ser

estudados e analisados durante toda a execução de um empreendimento, como por

exemplo: fundação, alvenaria, revestimentos, esquadrias, dentre outros.

Os moradores foram divididos em 8 (oito) grupos, tendo em média 11(onze)

integrantes e uma dimensão da sustentabilidade cada, recebendo orientação dos

professores, estagiários e residentes. Os moradores discutiram sobre o eixo escolhido e as

situações observadas dentro do Condomínio das Mangueiras e sugeriram medidas a serem

implantadas no projeto para melhoria do desenvolvimento do projeto.

Com o fim dos debates nos grupos foi eleito um representante de cada equipe para

expor as ideias discutidas para os demais participantes das oficinas. Para finalizar o

encontro as residentes disponibilizaram o endereço eletrônico do “Facebook” criado para

facilitar a troca de informações entre todos os envolvidos no desenvolvimento do projeto.

10.1.4. Relatório da 4º oficina:

No dia 09 de abril de 2016, no período das 15:00h às 17:00h, foi realizada, na sede

da União por Moradia Popular - situada na Avenida Joana Angélica, a quarta oficina com o

tema: Autogestão Aplicadas em Projetos Minha Casa Minha Vida Entidades. Esta reunião foi

o primeiro contato com os futuros moradores do Residencial Movimento Dois de julho, em

Pernambués.

A oficina iniciou com uma pequena apresentação sobre a equipe e explicação da

função da assistência técnica para o desenvolvimento e acompanhamento do projeto. A

primeira dinâmica foi um questionário, foram distribuídos papeis e canetas a serem

Page 95: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

95

preenchidos pelos participantes da reunião, com o objetivo de traçar o perfil dos moradores

do Condomínio, de acordo com as respostas para os seguintes itens: nomes, profissão,

bairro atual, quantidade de pessoas que residem na moradia, se possuem crianças e/ou

idosos em casa – indicando quantidade –, se algum residente é portador de necessidades

especiais e o grau de escolaridade. Em seguida, iniciou à apresentação sobre a assistência

técnica na autoconstrução, foi abordado sobre os itens importantes que devem ser

compreendidos e analisados durante toda a execução de um empreendimento, como por

exemplo: fundação, alvenaria, revestimentos, esquadrias, dentre outros.

Foi apresentado para União por Moradia Popular e às 20 famílias presentes

na oficina, futuros moradores, o projeto Residencial Movimento Dois de julho, mostrando a

implantação do edifício misto (residencial e comercial) de oito andares, localização das

vagas de estacionamento e distribuição interna das áreas comuns e dos pavimentos tipo. A

metodologia utilizada para apresentação foi elaborada por diversos fluxogramas coloridos,

diferenciando os espaços públicos, semi-públicos e privados

Por fim, os moradores foram divididos em quatro grupos para a dinâmica. Cada

equipe recebeu um kit contendo: uma planta baixa impressa colada em uma base de isopor,

as paredes de papelão previamente cortadas, na escala 1:25. E assim, todos os

participantes ajudaram na montagem da maquete do apartamento tipo. Com o protótipo

finalizado, foi iniciada a discussão para entender melhor as necessidades de todos e

aprimorar o projeto desenvolvido. Sendo assim, fica claro que o intuito principal desta

atividade foi mostrar para cada um a importância da participação dos profissionais

juntamente com a população no processo de construção da moradia, um processo

constante de troca de aprendizado de ambas as partes.

10.1.5. Relatório da 5º oficina:

No dia 17 de julho de 2016, no período das 9:00h às 12:00h, foi realizada a (5ª)

quinta oficina (com o tema: “Sustentabilidade e Autogestão Aplicadas em Projetos Minha

Casa Minha Vida Entidades”) no bairro de Cajazeiras XI, na

Avenida Aliomar Baleeiro, conhecida como Estrada Velha do Aeroporto (EVA), local

onde está em andamento a construção das unidades habitacionais do futuro Condomínio

das Mangueiras. Foram abordados os temas referentes ao Centro Comunitário e uma

alternativa sustentável utilizando containers.

Também estavam presentes Joane (dona de loja de containers), o Me. Luís

Edmundo Campos (Diretor da Escola Politécnica da UFBA) e seus alunos do curso de

Engenharia Civil que estavam conhecendo o terreno.

Page 96: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

96

Antes do início da oficina, Joane conheceu a área que será destinada para a

construção do Centro Comunitário e concluiu que o projeto é inviável devido a dificuldade de

transporte dos containers até a área.

Marli Carrara, integrante da União de Moradia Popular, aproveitou a oficina para

realizar uma reunião com os moradores para tratar de assuntos internos. Marli iniciou a

reunião falando sobre os movimentos e ocupações realizados pela União nos últimos meses

e cobrando mais participação dos moradores. Em seguida, ela leu a lista com os nomes dos

moradores que estão a mais de um ano sem ir às reuniões/oficinas, assim como a carta que

lhes será enviada solicitando esclarecimento, estando sujeito a expulsão do programa e

substituição da família. Os moradores foram informados sobre a mudança do reboco de

argamassa para gesso, por ser um procedimento mais rápido, e sobre a existência de um

projeto de contenção que será realizado na área.

Em seguida, deu-se início à apresentação da arquiteta Castália sobre o Centro

Comunitário, citando os espaços que deverão existir nele, como por exemplo: bicicletário,

biblioteca, auditório, salas para atividades, cozinha, sanitários e áreas livres. Foram

apresentadas referências projetuais de Centros Comunitários e de construções realizadas

com containers, sua definição, tipologias, dimensões, custos, exemplos mobiliários

sustentáveis e o telhado verde como opção para diminuir o desconforto térmico no

container.

A arquiteta residente explicou aos moradores e gestores a inviabilidade da

localização do Centro Comunitário perto da Mangueira, sendo necessária a presença do

professor Eduardo e do engenheiro Marcos (responsável pela obra) para esclarecer as

vantagens da mudança da localização. A nova localização é onde está previsto o parque

infantil (atual refeitório da obra). A área é maior e possui melhor acesso para os caminhões

e guindastes de transporte dos containers. Marli Carrara solicitou que o projeto fosse

alterado e apresentado na próxima oficina do dia 21/08/2016 para que fosse dado entrada

na Caixa.

Ao final da oficina foram realizadas 3 votações dos moradores:

Aprovação da realização do Centro Comunitário com containers.

Aprovação da pesquisa de viabilidade que será realizada pela União, seus

gestores e o engenheiro da obra acerca da localização do Centro Comunitário

perto da Mangueira. Se o projeto for viável, sua localização será mantida.

No caso da comprovação da inviabilidade da localização do Centro

Comunitário perto da Mangueira, aprovação da nova localização do Centro

para onde seria o parque infantil (atual refeitório da obra).

Consequentemente, o parque infantil seria transferido para a antiga

localização do Centro Comunitário.

Page 97: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

97

A oficina foi finalizada pela arquiteta residente, cedendo o espaço para

representantes comerciais conversarem e apresentarem seus trabalhos para os moradores

do Condomínio das Mangueiras.

10.1.6. Relatório da 6º oficina:

No dia 21 de agosto de 2016, no período das 9:00h às 12:30h, foi realizada

a (6º) sexta oficina com o tema: “Hortas Urbanas – Nossa Horta Comunitária” no bairro

de Cajazeiras XI, na Avenida Aliomar Baleeiro, conhecida como Estrada Velha do Aeroporto

(EVA), local onde está em andamento a construção das unidades habitacionais do futuro

Condomínio das Mangueiras. Foram abordados os temas referentes à horta comunitária.

Marli Carrara, integrante da União de Moradia Popular, apresentou a equipe presente

e passou a palavra para as residentes darem início à apresentação dos slides. As arquitetas

residentes falaram sobre a preparação do terreno, o local ideal para instalar a horta, a

influência do clima, os cuidados necessários, as sementeiras ecológicas e a compostagem.

Também apresentaram os conceitos de resiliência, permacultura e seus princípios éticos

Foram apresentadas referências projetuais de Hortas Comunitárias utilizando pneus,

garrafas PET, tijolos, canos de PVC, caixas de leite, blocos de concreto, entre outros. Em

seguida, foi exibido um vídeo produzido pelo próprio grupo, onde foram ensinadas técnicas

de plantio de sementes e de compostagem.

Finalizada a apresentação dos slides, as arquitetas, estagiárias e a professora

Heliana se dividiram em 3 estações de trabalho, sendo estas: sementes, mudas e espiral de

ervas, cada estação foi liderado por um profissional que deu suporte e passou informações

para os participantes. Os moradores puderam circular entre as estações para aprender as

técnicas e participaram plantando suas sementes.

Todos os materiais recicláveis (garrafas pet, rolo de papel higiênico, pneus, caixas de

ovo, dentre outros) coletados para o desenvolvimento da oficina, foi previamente solicitado

pela equipe de residentes aos moradores alguns dias antes da realização da mesma, todos

contribuíram levando o que tinham disponíveis em suas casas de modo que a oficina

ocorreu da forma planejada, o envolvimento de todos foi unanime, as crianças também

interagiram bastante nesta atividade, por despertar nelas a curiosidade, a criatividade e o

sentimento da brincadeira lúdica.

Para o desenvolvimento desta oficina contamos com a colaboração voluntária de

algumas pessoas que ajudaram direta ou indiretamente, são elas: Antenor Tourinho que nós

recebeu em sua loja de produtos agrícolas e de jardinagem e que além de auxiliar com seus

conhecimentos técnicos sobre mudas, sementes e plantas permitindo inclusive que

gravássemos um vídeo auto explicativo sobre como manusear e cuidar das mudas, ainda

contribuiu com diversos materiais de forma gratuita (saco de adubo, sacos de sementes,

Page 98: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

98

mudas já plantadas, materiais recicláveis, etc.), contamos com os ensinamentos de dois

professores da UFBA Emerson Andrade Sales (Engenheiro Químico, Professor da FAUFBA

– contribuiu com conhecimento teórico sobre reuso de água da chuva, captação sustentável

e ecologicamente correta) Debora Nunes (Arquiteta e Urbanista, Professora da FAUFBA –

contribuiu com conhecimento teórico e prático sobre plantio, Permacultura, compostagem)

eles nós receberam no terraço de seu prédio onde fizeram uma horta lindíssima e muito

criativa utilizando recursos sustentáveis e ecologicamente corretos, e por fim, como

filmamos todo o processo e queríamos levar para a oficina, tivemos o apoio e colaboração

na edição do vídeo e das imagens de Marcus Ribeiro.

Ao término da oficina, todas as mudas e plantas foram devidamente organizadas e

deixadas no local, alguns moradores ficaram até o final da oficina para ajudar na arrumação

e procurar um local limpo, arejado e ensolarado para que as plantas recebessem o cuidado

necessário nos dias subsequentes. O fato do Condomínio ter um morador que já está

vivendo em sua casa (mesmo ainda não finalizada toda a obra), esta pessoa, se prontificou

em cuidar posteriormente da rega das mudas, e isso foi muito bom, pois o intuito maior do

nosso trabalho era deixar o que foi produzido neste dia pelas mãos de seus próprios

moradores, como legado para o condomínio.

10.1.7. Relatório de Visita técnica ao Projeto: Residencial Luiz Inácio Lula da Silva.

No dia 07 de março de 2016, no período das 11:30h às 13:30h, foi realizada uma

visita técnica ao Residencial Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido também como Residencial

Perseverança, no bairro de Pernambués/Saramandaia. Estiveram presentes na visita, além

das arquitetas residentes do curso de Pós-graduação em Habitação e Direito a Cidade da

UFBA e estagiárias que integram a equipe de trabalho, a professora e coordenadora Ângela

Gordilho que é autora do projeto que fomos visitar de modo que pôde nós esclarecer

diversas questões acerca do mesmo bem como sanar dúvidas técnicas do projeto. A visita

teve como objetivo principal além de conhecer um projeto habitacional que servirá de

referência para um dos projetos que a equipe irá desenvolver para a União Nacional de

Moradia Popular da Bahia, também foi possível analisar o que de fato deu certo no projeto e

quais foram as decisões arquitetônicas que poderiam ter sido diferentes.

Fomos recebidos pela moradora e sindica do residencial, a senhora Araci, mais

conhecida como Rita que nos recebeu prontamente e nos guiou por todo o edifício, ela

também participa do movimento dos sem teto, nos explicou as grandes dificuldades

enfrentadas por ela e moradores do condomínio (grande parte dos moradores que ali

residem nunca tiveram antes uma casa própria), demonstrou em suas falas o tempo todo o

grande contentamento em ter sido beneficiada por este projeto.

Page 99: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

99

O Condomínio é composto por duas edificações, cada uma apresenta cinco andares

e seis apartamentos por andar, no total de sessenta apartamentos. Sua implantação se dá

num lote que possui terreno em aclive, e para vencer a topografia acidentada foi projetado

escadas e rampa de acesso ao pavimento térreo. Sendo todo o pavimento térreo composto

por apartamentos acessíveis à Portadores de Necessidades Especiais (PNE).

Observou-se que o condomínio tem diversas questões positivas, como: boa

ventilação, contribuindo para um bom conforto térmico; as moradias apresentam áreas com

dimensões adequadas para circulação; acessibilidade; entre outras questões, além do

grande diferencial atribuído ao edifício que foi a medição individualizada da água, que

contribui consideravelmente para uma redução no orçamento do condomínio. Isso porque,

quando a água é medida individualmente, permite que cada apartamento pague somente o

valor correspondente ao seu consumo interno de água, evitando assim a divisão injusta do

valor total da conta de todo o prédio pelo número de unidades, que muitas vezes podem

prejudicar aquelas que possuem menos moradores.

As questões desfavoráveis encontradas foram basicamente com relação a varanda

corredor única frontal em cada andar, não que a solução arquitetônica seja ruim, mas não foi

tão satisfatória para esse tipo de projeto pelo fato dos moradores na maioria dos andares

terem feito divisões entre os apartamentos, inserindo portões e grades, visando a própria

privacidade e que de certa forma acabou prejudicando a circulação dos moradores dos

apartamentos que se encontram nas extremidades das varandas, desse modo é possível

constatar que talvez se tivesse tipo um trabalho anterior de conscientização e de

entendimento da própria população que ali iria morar acerca da importância do coletivo e

não o individualismo essa solução poderia ter se configurado de outra maneira. Segundo

Rita, outro problema encontrado após a construção está relacionado à tubulação de esgoto

que não apresenta dimensionamento suficiente para a demanda do edifício.

Sendo assim, é de suma importância analisar as necessidades básicas dos

moradores para que a habitação se torne funcional e satisfatória para uma convivência

formidável entre todos os beneficiados a este tipo de moradia.

Page 100: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

100

10.2. ANEXO II – LEI DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA

Presidência da República

Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 11.888, DE 24 DE DEZEMBRO DE 2008.

Assegura às famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social e altera a Lei no 11.124, de 16 de junho de 2005.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Esta Lei assegura o direito das famílias de baixa renda à assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social, como parte integrante do direito social à moradia previsto no art. 6o da Constituição Federal, e consoante o especificado na alínea r do inciso V do caput do art. 4o da Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001, que regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.

Art. 2o As famílias com renda mensal de até 3 (três) salários mínimos, residentes em áreas urbanas ou rurais, têm o direito à assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social para sua própria moradia.

§ 1o O direito à assistência técnica previsto no caput deste artigo abrange todos os trabalhos de projeto, acompanhamento e execução da obra a cargo dos profissionais das áreas de arquitetura, urbanismo e engenharia necessários para a edificação, reforma, ampliação ou regularização fundiária da habitação.

§ 2o Além de assegurar o direito à moradia, a assistência técnica de que trata este artigo objetiva:

I - otimizar e qualificar o uso e o aproveitamento racional do espaço edificado e de seu entorno, bem como dos recursos humanos, técnicos e econômicos empregados no projeto e na construção da habitação;

II - formalizar o processo de edificação, reforma ou ampliação da habitação perante o poder público municipal e outros órgãos públicos;

III - evitar a ocupação de áreas de risco e de interesse ambiental;

IV - propiciar e qualificar a ocupação do sítio urbano em consonância com a legislação urbanística e ambiental.

Art. 3o A garantia do direito previsto no art. 2o desta Lei deve ser efetivada mediante o apoio financeiro da União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para a execução de serviços permanentes e gratuitos de assistência técnica nas áreas de arquitetura, urbanismo e engenharia.

Page 101: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

101

§ 1o A assistência técnica pode ser oferecida diretamente às famílias ou a cooperativas, associações de moradores ou outros grupos organizados que as representem.

§ 2o Os serviços de assistência técnica devem priorizar as iniciativas a serem implantadas:

I - sob regime de mutirão;

II - em zonas habitacionais declaradas por lei como de interesse social.

§ 3o As ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para o atendimento do disposto no caput deste artigo devem ser planejadas e implementadas de forma coordenada e sistêmica, a fim de evitar sobreposições e otimizar resultados.

§ 4o A seleção dos beneficiários finais dos serviços de assistência técnica e o atendimento direto a eles devem ocorrer por meio de sistemas de atendimento implantados por órgãos colegiados municipais com composição paritária entre representantes do poder público e da sociedade civil.

Art. 4o Os serviços de assistência técnica objeto de convênio ou termo de parceria com União, Estado, Distrito Federal ou Município devem ser prestados por profissionais das áreas de arquitetura, urbanismo e engenharia que atuem como:

I - servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios;

II - integrantes de equipes de organizações não-governamentais sem fins lucrativos;

III - profissionais inscritos em programas de residência acadêmica em arquitetura, urbanismo ou engenharia ou em programas de extensão universitária, por meio de escritórios-modelos ou escritórios públicos com atuação na área;

IV - profissionais autônomos ou integrantes de equipes de pessoas jurídicas, previamente credenciados, selecionados e contratados pela União, Estado, Distrito Federal ou Município.

§ 1o Na seleção e contratação dos profissionais na forma do inciso IV do caput deste artigo, deve ser garantida a participação das entidades profissionais de arquitetos e engenheiros, mediante convênio ou termo de parceria com o ente público responsável.

§ 2o Em qualquer das modalidades de atuação previstas no caput deste artigo deve ser assegurada a devida anotação de responsabilidade técnica.

Art. 5o Com o objetivo de capacitar os profissionais e a comunidade usuária para a prestação dos serviços de assistência técnica previstos por esta Lei, podem ser firmados convênios ou termos de parceria entre o ente público responsável e as entidades promotoras de programas de capacitação profissional, residência ou extensão universitária nas áreas de arquitetura, urbanismo ou engenharia.

Parágrafo único. Os convênios ou termos de parceria previstos no caput deste artigo devem prever a busca de inovação tecnológica, a formulação de metodologias de caráter participativo e a democratização do conhecimento.

Art. 6o Os serviços de assistência técnica previstos por esta Lei devem ser custeados por recursos de fundos federais direcionados à habitação de interesse social, por recursos públicos orçamentários ou por recursos privados.

Page 102: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

102

Art. 7o O art. 11 da Lei no 11.124, de 16 de junho de 2005, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social - SNHIS, cria o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social - FNHIS e institui o Conselho Gestor do FNHIS, passa a vigorar acrescido do seguinte § 3o:

“Art. 11. ...............................................................................

§ 3o Na forma definida pelo Conselho Gestor, será assegurado que os programas de habitação de interesse social beneficiados com recursos do FNHIS envolvam a assistência técnica gratuita nas áreas de arquitetura, urbanismo e engenharia, respeitadas as disponibilidades orçamentárias e financeiras do FNHIS fixadas em cada exercício financeiro para a finalidade a que se refere este parágrafo.” (NR)

Art. 8o Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 (cento e oitenta) dias de sua publicação.

Brasília, 24 de dezembro de 2008; 187o da Independência e 120o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Guido Mantega

Paulo Bernardo Silva Patrus Ananias

Márcio Fortes de Almeida

Este texto não substitui o publicado no DOU de 26.12.2008

Page 103: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

103

10.3. ANEXO III – PARECER DE VIABILIDADE TÉCNICA DO

EMPREENDIMENTO

Page 104: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

104

Page 105: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

105

Page 106: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

106

10.4. ANEXO IV – QUADRO DE COMPOSIÇÃO DE INVESTIMENTO (QCI)

Os documentos apresentados nos itens 10.4 / 10.5 foram apresentados na reunião junto a

Superintendência da Caixa Econômica Federal, em Salvador – BA, na data de 02.05.2016, e foram

desenvolvidos pela entidade União de Moradia da Bahia.

Page 107: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

107

10.5. ANEXO V – PLANILHA ORÇAMENTÁRIA PARA O

EMPREENDIMENTO

Page 108: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

108

A tabela acima traz valores referentes ao custo direto da obra que totaliza um valor de R$ 2.834.276,66 (Dois milhões oitocentos e trinta e quatro mil duzentos e setenta e seis reais e sessenta e seis centavos), sem considerar os valores do BDI (Benefícios e despesas indiretas), se for considerar este índice o valor sofre alteração, podendo ser de:

Preço total do orçamento considerando BDI 30% ...................................................... R$ 3.684.576,47 Preço total do orçamento considerando BDI 40% ...................................................... R$ 3.977.230,48

Page 109: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

109

10.6. ANEXO VI – CÓPIA DA ESCRITURA DO TERRENO PARA O

RESIDENCIAL MOVIMENTO DOIS DE JULHO

Page 110: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

110

Page 111: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

111

10.7. RECOMENDAÇÕES PARA O PROJETO DO CONDOMÍNIO DAS

MANGUEIRAS.

ANÁLISE TÉCNICA PRELIMINAR DO EMPREENDIMENTO CONDOMÍNIO

DAS MANGUEIRAS, SALVADOR-BA.

SUMÁRIO

1. Introdução

2. Projeto Condomínio das Mangueiras - Cajazeiras XI e adjacências

2.1. Descrição físico-ambiental do terreno

2.2. Levantamentos preliminares e identificação dos autores e projetos

executados e em execução

2.3. Os projetos anteriores realizados para o terreno

2.4. Partido urbanístico, projeto de arquitetura e complementares

contratados e em execução

2.5. Levantamento do cronograma e das obras executadas até momento

atual

2.6. Agentes envolvidos

3. Metodologia participativa e Síntese das oficinas

4. Análise preliminar da implantação da obra e do empreendimento

4.1. Coordenação do projeto e da obra

4.2. Processo de construção adotado

4.3. Aspectos do projeto contratado para edificações

4.4. Aspectos dos projetos contratados para áreas livres

4.5. Aspectos físico-ambientais da implantação da obra

4.6. Aspectos topográficos, cortes e aterros e sondagem

4.7. Aspectos das instalações elétricas, sanitárias, drenagem e outras.

5. Recomendação de projetos e produtos complementares necessários

6. Recomendações para as obras em andamento e elaboração de novos

produtos

7. Produtos da Assistência Técnica, compatibilizados com a situação atual

do empreendimento Condomínio das Mangueiras e cronograma da

Residência AU+E/UFBA 2015/16

1. Introdução

Page 112: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

112

Esta análise técnica preliminar está integrada aos trabalhos de assistência

técnica realizados pelo grupo de residentes que desenvolveu dois projetos

relacionados à Habitação de Interesse Social (HIS) para o Programa Minha Casa

Minha Vida - Entidades, como demanda da União de Moradia da Bahia, localizados

em dois importantes bairros da cidade do Salvador: Pernambués e Cajazeiras XI.

Para isso, várias oficinas foram realizadas em conjunto, resultando, em todo o

partido conceitual e desenvolvimento do anteprojeto referente à proposta de

edificação verticalizada para novas habitações, denominada Residencial Movimento

Dois de Julho, localizado no bairro de Pernambués. E em Cajazeiras XI,

empreendimento Condomínio das Mangueiras cujas unidades habitacionais já

estavam construídas, porém questões como microacessibilidade, equipamentos,

espaços comuns, macrodrenagem, contenção não constam no projeto executado.

Sendo assim, foi elaborado este documento contendo as recomendações

necessárias para que se possa executar, o projeto inicialmente desenvolvido em

forma de estudo preliminar das áreas livres e de equipamentos comunitários, numa

perspectiva de sustentabilidade e inserção urbana de projetos de habitação de

interesse social, contribuindo na consolidação desse processo de autogestão.

2. Projeto Condomínio das Mangueiras - Cajazeiras XI e adjacências

2.1. Descrição físico-ambiental do terreno

Cajazeiras é um Conjunto Habitacional, situado em Salvador, Bahia,

composto por setores que são eles: Cajazeiras 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 11,

Fazenda Grande 1, 2, 3 e 4, Águas Claras e Boca da Mata. De acordo com o livro

Caminho das Águas (2010), em 1977, a Hidroservice (empresa especializada em

serviços de engenharia) estruturou o Plano Urbanístico Integrado Cajazeiras que

previa a urbanização de uma área de dezesseis milhões de metros quadrados. Após

dois anos, o plano foi revisto pela Empresa de Habitação e Urbanismo da Bahia -

URBIS e foi integrado à área de Fazenda Grande, passando a ser então

denominado de Plano Urbanístico Integrado Cajazeira/Fazenda Grande. No final da

década de 1980 o bairro já era visto como uma “verdadeira cidade na periferia de

Salvador”.

Page 113: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

113

O Condomínio das Mangueiras é o objeto de estudo deste trabalho, está

inserido no Km 10, da Avenida Aliomar Baleeiro, conhecida como Estrada Velha do

Aeroporto (EVA) que faz parte do setor “Fazenda Grande 4”, importante ligação

entre o miolo da cidade, a BR-324 e a Paralela.

Fig. 01 – Mapa de Hierarquia Viária (sem escala)

Fonte: Equipe de assistência técnica AU+E/UFBA, 2016.

A região, onde se localiza o terreno, começou a se desenvolver em 1977 em

uma área de três antigas fazendas, quando o então governador Roberto Santos

desapropriou as terras pertencentes às fazendas (localizadas ao longo da Avenida

Aliomar Baleeiro) que, desde o século XIX, cultivavam laranja, café, mandioca e

cana de açúcar, onde havia muita área verde oriunda da Mata Atlântica que até hoje

circunda a região.

Fig. 02 – Mapa de Cheios e Vazios (sem escala)

Page 114: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

114

Fonte: Equipe de assistência técnica AU+E/UFBA, 2016.

O terreno está inserido em um bairro com baixa concentração de edificações,

apresenta carência de alguns sistemas de infraestrutura, mas possui saneamento

básico. Possui as seguintes características físicas: o uso do solo da região é

basicamente de edificações residenciais, com gabarito predominantemente baixo

(até 2 pavimentos), com estado de conservação entre médio (foi considerada a

aparência externa do imóvel, se este estava degradado ou não - a conservação do

revestimento, pintura, acabamento – e a calçada da sua facha principal). Segue

mapas a seguir.

Fig. 03 – Mapa de Uso do Solo (sem escala)

Fonte: Equipe de assistência técnica AU+E/UFBA, 2016.

Fig. 04 – Mapa de Gabarito (sem escala)

Fonte: Equipe de assistência técnica AU+E/UFBA, 2016.

Page 115: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

115

Fig. 05 – Mapa de Estado de Conservação

Fonte: Equipe de assistência técnica AU+E/UFBA, 2016.

2.2. Levantamento preliminares e identificação dos autores e projetos

executados e em execução

Segue abaixo lista de todo projeto executivo e seus responsáveis fornecido

pela União por Moradia:

Tabela 01 – Trâmite dos projetos

Fonte: Equipe de assistência técnica AU+E/UFBA, 2016.

Page 116: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

116

2.3. Os projetos anteriores realizados para o terreno

O primeiro projeto idealizado para o Condomínio das Mangueiras foi

desenvolvido pelo Arquiteto Floriano Freaza Amoedo juntamente com seu escritório,

FFA Arquitetura e Urbanismo.

Para a elaboração desse projeto, segundo o arquiteto, foi pensado na opção

por unidades individuais, devido o entendimento que havia à época de que

edificações multiresidenciais não seriam adequadas para aquele perfil de morador,

pois haveria dificuldade de gestão de custos condominiais. Além disso, o projeto foi

realizado atendendo às normas do Programa do Crédito Solidário, o qual estava

inserido. Após vários problemas de gestão da obra, de burocracia, os casos de

inadimplência dos futuros moradores (era requisito do programa para a obtenção do

financiamento, que os moradores estivessem com tudo pago em dia) e, além disso,

a preocupação da UNIÃO com a desvalorização do crédito que iriam receber, vinte e

nove mil reais (R$29.000,00) por unidade habitacional, enquanto que o Programa

Minha Casa Minha Vida (PMCMV) seria de quarenta e cinco mil reais (R$45.000,00),

sendo assim foi feita a migração para o PMCMV Entidades no ano de 2011 e com

isso seria necessária uma adaptação do projeto.

Fig. 06 – Planta Baixa (primeiro projeto)

Page 117: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

117

Fig. 07 – Corte esquemático (primeiro projeto)

Fig. 08 – Projeto das residências

Page 118: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

118

Tabela 02 – Quadro resumo do projeto urbanístico

2.4. Partido urbanístico, projeto de arquitetura e complementares

contratados e em execução

Após a mudança para o financiamento do PMCMV, os projetos que foram

desenvolvidos para o Condomínio das Mangueira que possui uma área total de

47.543,13m² e uma área de preservação que é de 10.728,83m² (o equivalente a

22,56% da área total) foram: esgoto, arquitetura (unidade habitacional),

Page 119: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

119

detalhamento, urbanismo, drenagem, estrutura, instalações hidráulicas e instalação

elétrica (unidade habitacional). Sabemos que alguns desses projetos precisam ser

atualizados, pois como a implantação das casas precisou ser mudada, é de extrema

importância e urgência a compatibilização dos demais projetos para que garanta a

longevidade do condomínio e a segurança dos moradores. Veja a seguir alguns

desses projetos:

Fig. 09 – Quadro resumo do projeto urbanístico

Fonte: Adaptação feita pela equipe de assistência técnica AU+E/UFBA, 2016.

Fig. 10 – Planta de Drenagem (primeiro projeto)

Page 120: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

120

Fig. 11 – Planta de Instalações Hidráulicas (primeiro projeto)

Fig. 12 – Planta de Instalações Elétricas (primeiro projeto)

2.6. Levantamento do cronograma e das obras executadas até momento

atual

Page 121: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

121

Foi solicitado ao Engenheiro da obra, Marcos Leite e a representante Marli

Carrara e não foi encaminhado para anexar a este documento.

2.7. Agentes envolvidos

Para entendermos o processo que levou os projetos desenvolvidos para o

Condomínio das Mangueiras ao longo desses anos, foi elaborado este diagrama

abaixo. Onde podemos perceber que a União sempre esteve à frente e que a

SEDUR (Secretaria de Desenvolvimento Urbano) também esteve presente. E com

isso podemos ver que houve mais de um projeto arquitetônico.

Gráfico 01 – Diagrama do trâmite dos projetos

Fonte: Equipe de assistência técnica AU+E/UFBA, 2016.

3. Metodologia participativa e síntese das oficinas

A proposta coletiva deste trabalho visou desde o início atender as demandas

dos projetos e as necessidades dos moradores envolvidos em ambos os projetos,

trabalhando sempre que possível no âmbito das possibilidades reais mesmo que

fosse preciso (em alguns casos) mudar a trajetória que a equipe havia idealizado em

prol das circunstâncias existentes, para garantir não apenas a exequibilidade como a

sustentabilidade pretendida.

A equipe buscou trabalhar respeitando o cronograma de atividades e de

reuniões já estabelecidas pela entidade organizadora - a União por Moradia Popular

da Bahia (UMP-BA) -, que considerou o fato de que quando nós (residentes)

ingressamos para desenvolver esta parceria da residência profissional em

Assistência Técnica pela Universidade Federal da Bahia seria preciso adequar os

calendários de atividades de ambos para coincidir o tempo de duração do curso e

Page 122: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

122

suas possibilidades reais, com a expectativa de doação posterior do produto final a

ser alcançado por este trabalho participativo com as famílias envolvidas.

As oficinas técnicas-participativas para ambos os projetos (Condomínio das

Mangueiras e Residencial Movimento Dois de Julho) aconteceram durante os meses

de janeiro a junho de 2016 e seguiram as datas já pré-fixadas pela UMP, sendo que,

um domingo no mês era destinado a reunião com os gestores, e as demais reuniões

com a população aconteciam em intervalos de 15 dias, sempre aos sábados. Toda a

metodologia utilizada, bem como as temáticas de cada uma das oficinas ficava a

critério da equipe e visava atender a premissa de fortalecimento da autogestão e o

empoderamento dos moradores pelo local fortalecendo o conceito de

sustentabilidade pelo direito a cidade e a moradia digna.

Diferentemente de outras equipes que precisariam usar o tempo das oficinas

para levantar possíveis demandas, com esta equipe foi um caminho inverso, as

demandas já estavam bem definidas desde o primeiro contato com a Entidade, o

que aconteceu no dia 15.12.2016, quando as profissionais residentes se reuniram

com representantes da UMP no próprio local da obra (na Estrada Velha do

Aeroporto), conheceram o empreendimento e demonstraram interesse na realização

deste trabalho.

As demandas iniciais foram:

Desenvolvimento de um anteprojeto arquitetônico, para

um condomínio residencial em terreno de 950m² no

bairro de Pernambués, que deverá atender a 48

unidades habitacionais.

Projeto de sustentabilidade para o Condomínio das

Mangueiras, que deveria abranger em especial as áreas

verdes/livres, uma guarita de acesso ao

empreendimento, projeto com possibilidade ampliação

das unidades habitacionais e por fim o projeto de um

centro comunitário à ser implantado dentro do

condomínio em terreno plano com área de 37.150,62m².

O objetivo maior das oficinas foi de reafirmar as demandas e, juntamente com

a participação dos moradores, identificar as potencialidades e fragilidades do local

pelo olhar de quem de fato irá morar nos projetos, assim como realizar uma troca de

saberes que seria imprescindível para as etapas posteriores.

Page 123: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

123

Abaixo temos uma tabela com o quadro síntese das oficinas e cronologia das

mesmas, através disso, foi possível darmos continuidade a etapa de diagnósticos.

*Ver tabela 02 (pág. 43) deste trabalho

Análise preliminar da implantação da obra e do empreendimento

4.1. Coordenação do projeto e da obra

A UNMP é uma entidade bastante consolidada e com metodologia própria pré-

estabelecida. A cada projeto a ser desenvolvido por eles, é realizada uma eleição

entre as famílias para a escolha dos Gestores que os representassem (Comissão de

Acompanhamento de Obra e projeto – CAO) e para a escolha dos Gestores

representantes na administração financeira (Comissão de Representantes - CRE),

que junto com a Entidade Organizadora (UMP ou AMCA) são legalmente

responsáveis junto à Caixa Econômica Federal e o Ministério das Cidades. Com

esses Gestores estão previstas duas reuniões mensais para serem discutidos os

temas dos encontros com as famílias e qualquer outro assunto necessário para o

desenvolvimento do projeto, já os encontros com as famílias ocorrem uma vez por

mês.

A metodologia deles está baseada no princípio da participação e no processo de

aprendizagem, para isso foram desenvolvidas três etapas de atuação:

I – Etapa de Pré-Obras

Os 03 meses antes do início das obras físicas, realizou algumas atividades como:

Elaboração do Projeto de Trabalho Técnico Social; Reuniões de informações sobre o

Programa, critérios de participação, condições contratuais e direitos e deveres; Reunião

para eleição da CAO (Comissão de Acompanhamento de Obras) e da CRE (Comissão de

Representantes).

II - Fase de Execução das Obras

Período de 18 meses, acompanhamento das obras, estão sendo desenvolvidas

atividades como: Capacitação de Gestão de Obra; Oficinas de Formação de Lideranças;

Seminários sobre Reflexão sobre a s Formas de Combate a Violência Contra a Mulher e

Diálogo Inter religioso - Convivência Fraterna.

III – Pós-ocupação

Os 03 meses após a entrega das unidas habitacionais, prevê atividades voltadas à

consolidação das obras e serviços implantados, como por exemplo:

Page 124: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

124

Seminário de Avaliação Final; Assinatura do Termo de Vistoria e Entrega das chaves;

Oficina de Utilização Sustentável de Água e Energia; Plantão Social - atendimento às

famílias no Pós Ocupação; Cartilhas: do Morador e da Cidadania.

4.2. Processo de construção adotado

Não se sabe, por certo, a hierarquia da entidade organizadora na gestão da obra,

onde diversas pessoas estão à frente e as informações são conflitantes. Pelas informações

do Eng. Marcos Leite, responsável pela obra, a dificuldade de condução dos trabalhos é

uma constante, devido a impossibilidade de realizar procedimentos que ele entende serem

adequados, isso por diversos fatores. Outro ponto relevante é a falta de compatibilização do

projeto de esgotamento sanitário, sendo este elaborado para implantação diferente da atual

executada. O único dado existente é a localização de uma estação de tratamento no lado

norte situada em área inadequada para as soluções dos problemas relativos.

4.3. Aspectos do projeto contratado para edificações

Analisando a situação atual das unidades habitacionais descrevem-se as seguintes

observações:

- As fundações em vigas baldrame apresentam desníveis em relação ao perfil do

terreno deixando-as expostas em algumas situações de implantação das casas;

- Recalques diferenciais foram observados em algumas fundações;

- Pilares que não foram colocadas as ferragens necessárias para uma adequada

estabilidade dos mesmos;

- Falta de armazenamento adequado para as armaduras;

- Desaprumo no assentamento dos blocos;

- As vigotas de concreto de algumas lajes possuem comprimento menor do que o vão

que deveriam alcançar, não estando amarradas corretamente.

4.4. Aspectos dos projetos contratados para áreas livres

Não consta de projetos destinados para áreas livres e comunitárias.

4.5. Aspectos físico-ambientais da implantação da obra

Para implantação dos projetos executivos: urbanístico, geométrico, unidades

habitacionais e equipamentos foi realizado um movimento de terra, para regularização do

terreno, com supressão da vegetação natural garantindo, assim, o substrato desejado para

a execução das obras. Entretanto, estes projetos tiveram como base um levantamento

topográfico anterior que não representava topografia resultante do movimento de terra

realizado. Em agosto de 2016 foi realizado de forma voluntária pela empresa Ediltop um

levantamento topográfico a partir da base existente, de imagens captadas com uso de drone

Page 125: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

125

destinada as áreas livres e comunitárias. Ainda sem precisão para identificar os locais de

aterro.

4.6. Aspectos topográficos, cortes e aterros e sondagem

A situação atual das encostas leste (paralelo à Avenida Aliomar Baleeiro) e oeste

(fundos do terreno) da área do condomínio revela a possibilidade do material retirado da

terraplanagem para regularização da cumeada ter sido ali depositado. Isso porque, observa-

se acentuadas situações de fuga deste material de aterro – erosão - principalmente

arrastado por incidência de chuvas. Pressupõe-se que a causa disso tenha sido por conta

deste aterro não ter sido devidamente compactado, ou mesmo depositado sem

compactação, associado à não execução de uma rede de escoamento das águas pluviais.

Este processo de erosão encontra-se próximo de ruas e residências construídas e podem

ter sido motivos de problemas encontrados nestas construções.

Até o momento, uma sondagem já foi realizada em uma destas zonas críticas,

entretanto somente tivemos acesso aos relatórios dos resultados obtidos, sem o mapa de

localização dos furos de sondagem realizados, o que impede uma melhor avaliação da

situação.

4.7. Aspectos das instalações elétricas, sanitárias, drenagem e outras.

Os projetos complementares – abastecimento de água potável, esgotamento

sanitário, drenagem, energia elétrica – foram elaborados a partir de premissas para

implantação das unidades habitacionais diferentes daquelas que balizaram o projeto

executado, não sendo posteriormente revisados pelos autores.

4. Recomendações para as obras em andamento e elaboração de novos

produtos

Segue abaixo lista das recomendações preliminares para execução dos futuros

projetos:

Realização de um novo levantamento topográfico "in loco" de toda área do

condomínio para identificação das áreas aterradas de possível risco.

Faz-se necessário uma análise geotécnica para verificar a situação de

estabilidade das obras executadas e elaboração de projetos de estabilização

necessários, tanto para os elementos construídos quanto para as encostas

em pauta. Por conta disso, torna-se prioridade: um mapeamento dos furos de

sondagem e posterior indicação (em planta baixa e seções) completa das

Page 126: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

126

áreas de corte e aterro, compactados e não compactados e suas

características – tipo de solo; zonas de corte e aterro; graus de compactação,

etc. - para uma definição dos possíveis motivos dos diversos problemas

encontrados, tanto nas encostas quanto nas ruas e construções lindeiras a

estas zonas, associados às condições dos substratos de suas localizações.

Após o estudo geotécnico recomendado, é importante que seja elaborado um

projeto de análise estrutural mais detalhado e de reforço nas fundações das

edificações, nas situações mais vulneráveis;

Execução de drenagem de águas pluviais eficaz para evitar que o solo seja

erodido e afete as fundações das unidades próximas;

Retrabalho manual dos elementos estruturais de concreto armado para

corrigir os recobrimentos defeituosos da estrutura e correção de fissuras e

desaprumo no assentamento dos blocos. Caso as providências não sejam

suficientes e as patologias persistam ou evoluam, outras providências

deverão ser tomadas por poderem causar sérios danos à integridade das

estruturas a médio prazo e riscos de colapsos futuros;

Rever o cálculo estrutural no sentido de encontrar uma solução urgente para

correção da situação estruturalmente instável das vigotas de concreto

relatada acima;

Complementação em concreto entre a ponta destas vigotas e a cinta que

deveria apoiá-la, o que pode ser motivo de instabilidade da estrutura

podendo, assim, causar desmoronamentos futuros;

Revisão da forma de organização e modos de regulação de conflitos que

permitam a definição de um cronograma de execução dos serviços de forma

harmônica e eficiente.

Encontrar uma solução de tratamento sanitário para as casas construídas,

direcionando-a para Avenida Aliomar Baleeiro, lado do Condomínio Alphaville;

Revisão de todos os projetos complementares a partir de um “as built” da área

com locação das unidades habitacionais já executadas;

Quanto a esta situação encontrada ao norte da área do condomínio, já

bastante discutida, recomendamos uma solução junto à empresa

concessionária responsável para definição dos procedimentos necessários

para correção deste problema, considerando a carga elétrica e a proximidade

das unidades residenciais;

Page 127: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

127

Fazemos ressalvas quanto aos entulhos espalhados pela obra no interior e

fora das unidades habitacionais. Em algumas situações podendo até

comprometer a estrutura das edificações. Estes poderiam ser utilizados como

complementação de aterros para os pisos dos térreos das casas ou,

simplesmente armazenados de forma adequada para posterior bota-fora.

Outra ressalva é quanto à estocagem inadequada de materiais. Estes

deveriam estar estocados em barracões para evitar contato direto com as

intempéries;

Por fim, vale ressaltar que a elaboração futura do Projeto Executivo para as áreas de

uso público, verdes e livres, objeto desta proposta, está associada às recomendações

técnicas apresentadas, sendo assim imprescindível segui-las.

5. Produtos da Assistência Técnica, compatibilizados com a situação

atual do empreendimento Condomínio das Mangueiras

Análise técnica preliminar do empreendimento: topografia, edificações, áreas

livres e verdes;

Proposta de uma nova alternativa de projeto para o sistema viário e área de

equipamentos comunitários;

Proposta de estudo preliminar e ante-projeto para os equipamentos

comunitários;

Proposta de estudo preliminar de paisagismo e ambientação da área

de entorno dos equipamentos;

Proposta de projeto para um viveiro de mudas, visando a necessária

arborização;

Proposta de sustentabilidade para o empreendimento, com base nas oficinas

e análise técnica preliminares dos empreendimentos.

Cronograma preliminar:

Análise técnica preliminar do empreendimento – Janeiro/maio de 2016 (todos

os envolvidos nas duas equipes);

Levantamento topográfico para cruzamento de dados da topografia – Planta

SICAR e Novo levantamento realizado – maio/junho de 2016;

Levantamentos preliminares das áreas livres e verdes e indicações de

projetos – maio/julho de 2016 (equipe Mangueira);

Page 128: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

128

Proposta de estudo preliminar para os equipamentos comunitário,

maio/novembro de 2016 (Responsável Arqta. Castália Nunes, tutor prof.

Eduardo Carvalho);

Proposta de diretrizes para estudo preliminar de paisagismo e ambientação

da área de entorno, maio/novembro de 2016. (Responsável Arqta. Bruna

Magalhães, tutor: Profa. Heliana Mettig Rocha /co-tutor: Luiz Edmundo

Campos;

Proposta de sustentabilidade para o empreendimento, com base nas oficinas

e análise técnica preliminares dos empreendimentos. Maio/outubro de 2016

(todos os envolvidos nas duas equipes).

Imagens das situações analisadas no ano de 2016.

Localização das imagens – Parte 01

Fonte: Equipe de assistência técnica AU+E/UFBA, 2016.

FOTO 1(esquerda) / FOTO 2 (direita)

Fonte: Equipe de assistência técnica AU+E/UFBA, 2016.

Page 129: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

129

FOTO 3 / FOTO 4/ FOTO 5

Fonte de ambas: Equipe de assistência técnica AU+E/UFBA, 2016.

Localização das imagens – Parte 01

FOTO 6 / FOTO 7

Fonte: Equipe de assistência técnica AU+E/UFBA, 2016.

Page 130: Trabalho de Conclusão - RESIDÊNCIA AU+E · Katiúcia Macedo - Estudante do 3º ano de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS. Leonardo Barros - Estudante do 3º ano de Arquitetura e

130

FOTO 8 / FOTO 9 / FOTO 10

Fonte: Equipe de assistência técnica AU+E/UFBA, 2016.

FOTO 11

Fonte: Equipe de assistência técnica AU+E/UFBA, 2016.