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INTEGRAÇÃO EUROPEIA Desemprego na União Europeia - Um problema do século XXI Vítor Carvalho Coimbra, Dezembro de 2007

Trabalho de Fontes de Informação Sociológica[1] · Fontes de Informação Sociológica ... numa primeira parte, ... de uma nova ordem económica assente na liberalização

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INTEGRAÇÃO EUROPEIA

Desemprego na União Europeia

- Um problema do século XXI

Vítor Carvalho Coimbra, Dezembro de 2007

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

2007 / 2008

Título do trabalho:

Integração Europeia

O desemprego na União Europeia um problema do século XXI

Disciplina:

Fontes de Informação Sociológica

1º Ano da Licenciatura em Sociologia

Professor orientador:

Doutor Paulo Peixoto

Trabalho realizado por: Vítor Manuel Alves Carvalho Aluno nº20072479 Imagem da capa consultada em http://images.google.pt/images?hl=ptPT&q=++%22desemprego%22+&btnG=Procurar+imagens&gbv=2

Coimbra, Dezembro de 2007

Índice

1. INTRODUÇÃO 1

2. ESTADO DAS ARTES 2

2.1. CONTEXTUALIZAÇÃO 2

2.2. DESEMPREGO NA UNIÃO EUROPEIA 3

2.2.1. Evolução do Desemprego na UE 4

2.3. SITUAÇÃO EM PORTUGAL 6 2.3.1. Evolução do Desemprego em Portugal 8

2.4. DESEMPREGO E EXCLUSÃO SOCIAL E POBREZA 9

3. DESCRIÇÃO DETALHADA DA PESQUISA 12

4. FICHA DE LEITURA 14

5. AVALIAÇÃO DE UMA PÁGINA DA INTERNET 18

6. CONCLUSÃO 22

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 24

ANEXOS

Anexo I Texto de suporte da ficha de leitura Anexo II Página da Internet avaliada: Instituto Nacional de Estatísticas

1

1. Introdução

Das diversas propostas existentes para a realização do trabalho de avaliação

contínua na disciplina de Fontes de Informação Sociológica, decidi optar pelo tema

Integração Europeia e políticas económicas e sociais.

Em primeiro lugar, porque o assunto sempre me despertou particular interesse e

atenção sobretudo após a entrada de Portugal na União Europeia em 1986.

Em segundo lugar, porque Portugal está integrado num grande espaço europeu,

onde todas as orientações políticas da UE têm muito a ver com o futuro

desenvolvimento de Portugal e com o bem-estar dos portugueses.

Em terceiro lugar, pela diversidade das matérias que este assunto abrange, embora

neste trabalho de pesquisa sociológica o objectivo principal seja apenas a análise de

uma problemática referente à União Europeia.

Dentro das políticas económicas e sociais, seleccionei como sub-tema para a

feitura do trabalho, o desemprego na União Europeia – um problema do século XXI.

Assim, para dar corpo ao desenvolvimento do meu trabalho, começo por fazer,

numa primeira parte, uma contextualização da União Europeia desde a sua criação em

1950, até aos dias de hoje. Segue-se o desemprego na União Europeia e a sua

evolução, cujo fenómeno é hoje um grave problema social, bem patente em quase todas

as sociedades europeias, com profundos reflexos na vida dos desempregados e dos seus

familiares e das diversas economias nacionais. O trabalho continua com uma breve

abordagem sobre a situação do desemprego em Portugal e a sua evolução, desde a

entrada de Portugal na EU, passando pelo desemprego, como forma de exclusão social

e pobreza.

Na segunda parte do meu trabalho, faço uma referência pormenorizada ao

processo de pesquisa, apresento a ficha de leitura e aprecio uma página da Internet.

Termino com uma reflexão sobre o tema e o trabalho levado a cabo para a sua

realização.

2

2.2. Estado das Artes

2.1. Contextualização

“Virá um dia em que todas as nações do continente, sem perderem a sua qualidade distintiva e a sua gloriosa individualidade, se fundirão estreitamente numa unidade superior e constituirão a fraternidade europeia. Virá um dia em que não haverá outros campos de batalha por além dos mercados abrindo-se às ideias. Virá um dia em que as valas e as bombas serão substituídas pelos votos.” (Victor Hugo apud Fontaine, 2007: 55)

Estas proféticas palavras foram proferidas por Vítor Hugo em 1849. Passado um

século as suas premonições utópicas começaram a tornar-se uma realidade quando em

Maio de 1950, Roberto Schumam, ministro dos negócios Estrangeiros da França,

inspirado no plano Jean Monnet, propõe a criação de uma Europa Unida.

A Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), a Comunidade Europeia

da Energia Atómica (Euratom) e a Comunidade Económica Europeia (CEE), foi uma

resposta encontrada pelos seis países fundadores, Alemanha, Bélgica, França,

Luxemburgo, Itália e Países Baixos, apoiados pelos Estados Unidos, para procurar

adequar as relações macro-sociais, entre estados nações, às exigências da evolução das

forças produtivas após a Segunda Grande Guerra.

Para Pascal Fontaine “a produção de carvão e de aço de países outrora inimigos

era um acto pragmático. Mas simultaneamente de elevado valor simbólico. Com ele, as

matérias-primas da guerra transformavam-se em instrumentos de reconciliação e de

paz” (2007: 38).

Por outro lado, segundo Allan Williams, a Europa só conseguiu reerguer-se das

catástrofes da Guerra, com a criação, sob a égide dos Estados Unidos, de uma nova

ordem económica assente na liberalização comercial e na aplicação do plano Marshall

(1992: 19).

O processo de Integração Europeia tem nestas últimas duas décadas sido marcado

por sucessivos saltos qualitativos: o Acto Único em 1986, com as suas três

componentes fundamentais (circulação de pessoas, mercadorias e capitais); Maastricht

em 1992 com a Moeda Única e com a construção de um grande mercado, liberto de

todos os constrangimentos e a que se juntou a defesa da livre circulação de serviços.

Seguiu-se a “Estratégia de Lisboa”, em 2000, que abrange um conjunto de poderes que

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vão desde a investigação científica, a educação, a formação profissional, passando pelas

reformas dos sistemas de segurança social europeus e pelo emprego. Este processo veio

a culminar em Roma, em Outubro de 2004, com a assinatura de um projecto de Tratado

de Constituição Europeia, ainda em curso, ratificado por alguns Estados-Membros e

rejeitado por outros na sequência de referendos nacionais como em França e nos Países

Baixos.

2.2. Desemprego na União Europeia – um problema do século XXI

Um dos maiores problemas sociais e económicos da União Europeia está

relacionado com o desemprego e as formas para o combater. A partir sobretudo da

“Estratégia de Lisboa”, foram tomadas algumas medidas no sentido de debelar este

fenómeno, conforme sustenta Pascal Fontaine a propósito do Conselho Europeu,

referindo que este “.... fixou um ambicioso projecto para a Europa até 2010, o de se

tornar a economia baseada no conhecimento mais dinâmica e competitiva do mundo,

capaz de garantir um crescimento económico sustentável, com melhores empregos e

com maior coesão social.” (2007: 38).

Apesar das políticas adoptadas, o desemprego na UE, continua a crescer, ou a

manter-se em níveis muito elevados em diversos Estados -Membros.

“Tão preocupante como a dimensão do desemprego são as características do próprio desemprego, ou seja, o facto de uma elevada percentagem ser desempregados de longa duração que nalguns países, como são o caso da Bélgica, Alemanha, Grécia e Itália, ultrapassam os 50% do total de desempregados.” (Dias, 2004: 312)

Na primavera de 2006, o Conselho Europeu não escondeu que os resultados do

processo de Lisboa, seis anos após o seu lançamento, deixavam a desejar. Daí que tenha

decidido tratar do problema da taxa persistentemente elevada de desemprego em muitos

países da UE e orientar de novo as prioridades para o crescimento do emprego. Pascal

Fontaine refere que “para aumentar a produtividade das suas economias e reforçar a

coesão social, a Europa tem de continuar a concentrar esforços sobretudo na melhoria

do desempenho económico, na inovação e na valorização do seu capital humano.”

(2007: 39).

Na União Europeia, o fenómeno do desemprego tem-se acentuado devido

sobretudo, e segundo a opinião de Carla Valadas, “ ... à reestruturação da economia, à

4

reorganização dos sistemas produtivos, à reestruturação de um número elevado de

postos de trabalho, à flexibilização das relações laborais, que conduzem à instabilidade

dos mercados de trabalho...” (2003: 68), ao contrário do que sucede noutras economias

desenvolvidas, como por exemplo a norte-americana e japonesa.

Entre outros aspectos que explicam a situação da estagnação do emprego na

União Europeia prendem-se com os ganhos decorrentes do crescimento económico.

Estes são reinvestidos mais facilmente no aumento da produtividade do que na criação

de novos empregos (idem: 69).

Na avaliação da evolução das taxas de desemprego nos países mais

desenvolvidos (Comunidade Europeia, Japão e Estados Unidos) e das medidas tomadas

par combatê-lo, teremos de “... no âmbito de uma discussão teórica mais alargada sobre

alternativas que devem ser equacionadas pelos Estados-Membros para solucionar os

problemas de desemprego...” saber “... se devem os países-membros da União

Europeia adoptar uma abordagem flexível do mercado de trabalho, para poder alcançar

os baixos níveis de desemprego registados, por exemplo nos EUA.” (Symes apud

Valadas, 2003: 68).

2.2.1. Evolução do Desemprego na UE

“ O problema do desemprego na UE não se restringe a uma

percentagem mais ou menos elevada. As questões que lhe estão subjacentes, como sejam a sua persistência e duração, o baixo nível de escolaridade e de qualificação dos desempregados, o desajustamento entre a oferta e a procura, por vezes o próprio desajustamento entre a formação ministrada e as reais necessidades do mercado, o abandono precoce do sistema regular de ensino por parte dos jovens, fazem com que a educação, a formação e o acesso ao emprego se assumam como verdadeiros pilares de uma sociedade que se pretende dinâmica e produtiva, capaz de oferecer as mesmas oportunidades a todos.” (Dias, 2004: 309)

A evolução do desemprego na União Europeia no início do século XXI assume

enormes proporções, ao contrário do que se passava nos finais dos anos oitenta do

século XX, em que se verificava um crescimento económico e a criação de novos

postos de trabalho.

Segundo Pedro Hespanha e Carla Valadas, um dos factores de maior

vulnerabilidade na estrutura de emprego, na generalidade dos países da União Europeia

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nos últimos anos, prende-se com a deficiente capacidade de criação de emprego (2002:

133).

Dados do Eurostat de Outubro do ano em curso, relativos ao desemprego na UE,

estima que 16,5 milhões homens e mulheres estão numa situação de desemprego na UE

27 e 10,4 milhões na zona euro, o que corresponde em termos percentuais a uma taxa

de 7% na UE 27 e 6,9% na zona euro.

As taxas de desemprego mais baixas registaram-se na Dinamarca (2,9%), na

Holanda (3,1%), no Chipre (3,8%) e na Áustria (4,3%). A Eslováquia com (11,2%) e a

Polónia com (8,8%) foram, por sua vez, as que registaram as taxas mais altas.

Vinte e três Estados Membros, registaram no período de um ano uma descida

das suas taxas de desemprego e quatro registaram uma subida. No primeiro grupo

encontra-se a Bulgária (9,4% para 6,2%) e a Polónia (13,6% para 9,7%) e no segundo

grupo encontra-se Portugal (7,5% para 8,2%) e a Irlanda (4,4% para 4,7%).

A taxa de desemprego nos homens diminuiu de 7,1% em Julho de 2006 para

6,1% em Julho de 2007 na UE 27. Relativamente à taxa de desemprego feminino

assiste-se a uma descida em igual período (8,8% para 7,8%). Em Portugal, quer a taxa

de desemprego das Mulheres (10,2%) quer a taxa de desemprego dos Homens (6,5%)

são superiores às da UE a 27.

DK NL CY LT AT IE SI LU CZ LV UK EE SE IT BG 2,9 3,1 3,8 4,3 4,3 4,4 4,4 4,9 5,0 5,0 Agosto 07

5,2 5,4 5,8 T2 2007

5,9 6,2

MT FI UE27 ZE13 HU RO BE DE ES FR PT EL PL SK 6,2 6,8 7,0 7,2 7,3 7,3 7,4 8,1 8,1 8,1 8,2 T2 2007

8,4 8,8 11,2

Fonte – Eurostat (2007)

Na taxa de desemprego tendo por base a idade, verifica-se que em Portugal, quer

a taxa de desemprego (17,3%), quer a taxa de desemprego dos jovens com mais de 25

anos (7,3%) são superiores às da UE27, respectivamente, 14,5% e 6,2% (Eurostat,

2007).

Desemprego (%) em Outubro 2007 – por ordem ascendente

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2.3. Situação em Portugal

A partir de 1986 com a adesão de Portugal à União Europeia, assiste-se a um

aumento rápido da abertura da nossa economia ao exterior e uma melhoria das trocas

comerciais, que permitem dessa forma um reequilíbrio da balança de pagamentos.

Neste período, o emprego cresceu em Portugal, devido sobretudo à entrada de

apoios comunitários, do equilíbrio das contas externas e da conjuntura externa

favorável, induzida pela baixa do preço do dólar e redução do preço do petróleo. O

desemprego assumiu neste período uma tendência decrescente, abaixo da média

comunitária.

O comportamento positivo do emprego, ainda que de uma forma irregular, até

finais dos anos 90, foi conseguido à custa de contratos a termo certo e de prestação de

serviços e não tanto de contratos permanentes.

A partir desse período, o emprego em Portugal começou a tornar-se mais

escasso em resultado da conjunção de factores económicos, como o alargamento da

União Europeia a mais países, a globalização económica, os choques petrolíferos, o fim

do Acordo Multifibras, as novas estratégias de gestão orientadas para a competitividade

baseada nos preços, a estrutura empresarial com grande peso nas micro, pequenas e

médias empresas, com baixo crescimento e divergência com a média comunitária. Estes

contribuíram para o aumento das taxas de desemprego.

Apesar das políticas tomadas no seguimento da “Estratégia de Lisboa”, como o

Programa Nacional de Acção para o Crescimento e Emprego (PNACE 2005/2008), o

desemprego estrutural no nosso país continua a afectar sobretudo os trabalhadores mais

jovens à procura do primeiro emprego, os trabalhadores pouco qualificados, os

trabalhadores mais idosos, os desempregados de longa duração e as mulheres, conforme

reconhece também Carapinheiro (2001: 213).

Relativamente a estas categorias de trabalhadores, os múltiplos mecanismos de

discriminação no acesso ao emprego são tanto mais eficazes no seu exercício quanto se

apoiam numa “ideologia de emancipação social” que encobre a “ideologia caritativa”

resultante da fragilidade de regulação do Estado face à emergência de manifestações de

regulação transnacional (idem: 213).

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Vindo ao encontro desta opinião, Glória Rebelo refere que as mudanças

económicas e sócio-organizacionais condicionaram o mercado de trabalho, uma vez

que a acção e os efeitos das novas políticas de gestão empresarial far-se-ão sentir com

particular acuidade nos sectores submetidos à pressão da concorrência internacional

(2004: 14).

O desemprego revela, para Ivo Dias, antes de mais, o disfuncionamento do

sistema económico e abala “... os mecanismos de estabilização das expectativas de

consumidores, empresários e investidores, mecanismos estes fundamentais para

assegurar fluxos de despesa agregada suficientes para utilizar e expandir as capacidades

de produção do país.” (2004: 18).

Margarida Antunes acrescenta que nos dias de hoje, mais do que em muitos

momentos passados, “... ao desemprego, estão paralelamente associadas formas de

emprego e de ocupação precárias que são fruto da flexibilização do direito do trabalho,

dos tempos de trabalho e do local de trabalho.” (2005: 18).

Na opinião de Pedro Hespanha serão sobretudo os factores e as forças

transnacionais que têm limitado e estruturado a intervenção dos Estados. É a existência

destes factores e forças que “permite compreender uma tendencial convergência das

políticas e, concretamente, um certo alinhamento das políticas sociais em Portugal com

a de outros países de referência, designadamente a partir de 1986, com a dos seus

parceiros europeus.” (2001: 189).

Uma das transformações mais dramáticas produzidas pela globalização

económica neoliberal reside na enorme concentração de poder por parte das empresas

multinacionais (Santos, 2001: 36). Boaventura de Sousa Santos refere ainda que “... as

novas desigualdades sociais produzidas por esta estrutura de classe têm vindo a ser

amplamente reconhecidas mesmo pelas agências multilaterais que têm liderado este

modelo de globalização, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional.”

(idem: 38).

Elísio Estanque, referindo-se a situação dos trabalhadores no mundo actual,

sustenta por outro lado que:

“... fenómenos como a crescente globalização da economia, a mobilidade e flexibilidade dos mercados, os programas de reestruturação de empresas, a privatização de diversos sectores e serviços, a instabilidade do mercado de trabalho, bem como o aumento das situações de precaridade – sub-emprego, trabalho atípico, trabalho infantil, contratos a prazo, etc. – traduzem-se no aumento das situações

8

de hiper-exploração, de desrespeito pelos direitos laborais e abusos de poder de toda a ordem que se multiplicam à escala mundial.” (2001)

2.3.1. Evolução do Desemprego em Portugal Dados do INE, sobre a taxa de desemprego no nosso País no 3º trimestre de

2007 apontam para 7,9%. Este valor foi superior ao observado no período homólogo de

2006, em 0,5% e igual ao do trimestre anterior.

A população desempregada em Portugal, calculada em 444,4 mil indivíduos no

3º trimestre de 2007, registou um acréscimo de 6,5% (27 mil desempregados) em

relação a 2006 e um aumento trimestral de 0,9% (ou seja 3,9 mil desempregados a

mais).

População desempregada (Série 1998 - N.º) por Local de residência (NUTS - 2002) e Sexo

Período de referência dos dados

3.º Trimestre de 2007

Sexo

HM H M

Local de residência (NUTS - 2002)

N.º (milhares) N.º (milhares) N.º (milhares)

Portugal 444,4 197,6 246,8

Continente 431,6 191,7 239,9

Região Autónoma dos Açores 4,4 § 1,7 § 2,7 §

Região Autónoma da Madeira 8,4 4,2 § 4,2 §

População desempregada (Série 1998 - N.º) por Local de residência (NUTS - 2002) e Sexo – Trimestral; INE, Inquérito

Última actualização destes dados: 16 de Novembro de 2007 Fonte: INE (2007)

O aumento do número de mulheres desempregadas (14,5 mil) é superior ao dos

homens (12,5 mil). Mas é sobretudo na faixa etária superior aos 45 anos que o

acréscimo é mais significativo, tendo-se verificado uma ligeira diminuição do

desemprego na faixa etária dos 15 aos 24 anos. Esta diminuição poder-se-á explicar

talvez pelo aumento da oferta de cursos profissionais e de cursos de formação e

educação e pela entrada de mais alunos no ensino superior.

Contudo é no desemprego dos jovens que se assiste ao dobro da taxa geral

(16%) no 3º trimestre de 2007. Estão no desemprego 83.5 mil jovens.

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O grupo dos desempregados licenciados foi o que teve maior crescimento neste

trimestre, tendo subido de 54 mil, no 3º trimestre de 2006, para 64,7 mil (mais 10,7

mil), ou seja 19,8%.

O desemprego de longa duração (superior a um ano) continua a crescer, ainda

que neste trimestre, a taxa tenha sido inferior à média nacional. Encontram-se

desempregados, há mais de um ano, 216,1 mil pessoas, correspondendo a 48,6% do

desemprego total.

O aumento da taxa de desemprego em Portugal fez-se sentir em quase todas as

regiões, com excepção do Centro, onde a taxa desceu de 5,5% para 5,1% e no Alentejo

de 8,7% para 7,3%. A região Norte foi onde se registou uma maior subida, passando de

8,5% para 9,5%. (INE, 2007)

Importa referir que em Portugal existe desemprego que normalmente não é

contabilizado “... a situação de “doméstica” corresponde a uma forma de desemprego

oculto. Dada a persistência da situação de desemprego, muitas mulheres desistem de

procurar emprego e passam a autoclassificar-se como “doméstica”, embora estejam

disponíveis para um emprego assalariado” (Hespanha et al., 2002: 30). Assim, podemos

concluir que a taxa de desemprego está subavaliada.

Segundo a CGTP-IN, a degradação da situação do mercado de trabalho em

Portugal deve-se ao fraco crescimento económico verificado no país, que estagnou no

3º trimestre do ano, quando comparado com o trimestre anterior, que foi de apenas

1,8% em termos homólogos, muito abaixo da subida de 2,9% da média da União

Europeia (CGTP: 2007).

Já para a UGT “o combate ao desemprego tem de ser assumido como objectivo

central e prioritário das políticas económicas” (UGT, 2007).

2.4. Desemprego como Forma de Exclusão Social e Pobreza

Quando falamos de desemprego na Europa, falamos também de um factor de

exclusão social e de um caminho para a pobreza. O desemprego representa um enorme

problema que acarreta consigo profundas consequências sociais e económicas, não só

para os desempregados e suas famílias, mas também para as economias dos diversos

países da União Europeia.

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“... o emprego é um dos principais mecanismos de integração social nas

sociedades europeias contemporâneas.” (Costa, 1998: 57). Alfredo Bruto da Costa

sustenta ainda que ser desempregado não é só estar privado da fonte normal de

rendimento, também é perder um dos vínculos mais importantes de ligação à sociedade,

à rede de relações interpessoais que o emprego proporciona e, ainda, ao sentimento que

do mesmo advém de participar na vida económica do país (Idem: 57).

Também Marta Morão partilha a mesma opinião, “... a melhoria quantitativa e

qualitativa do emprego é um instrumento fundamental de qualquer política conducente

à redução ou ao controle das desigualdades e do risco de exclusão ...” (2003: 66).

Já Sandra Alves refere que “o desemprego origina não só exclusão mas também

pobreza. Os principais factores dessa exclusão são de natureza de organização

económica e social.” (1996: 47).

Segundo António Covas, a “ crise do Estado-Previdência, a desregulamentação

social, o crescimento do desemprego estrutural, as dúvidas de alguns Estados-Membros

acerca da necessidade de uma união social ou uma convergência social, põem à prova o

projecto europeu no terreno dos direitos e garantias” (1997: 5).

Desde a Cimeira de Lisboa em 2000 que a União Europeia assumiu o problema

do desemprego e da exclusão social como tema central do processo de integração

europeia, colocando o problema ao mesmo nível do crescimento económico e do

emprego. Apesar disso, a situação continua preocupante, nomeadamente para os jovens,

conforme reconhece o Conselho (Emprego, Política Social, Saúde e Consumidores) do

Conselho Europeu, no seu relatório de 23 de Fevereiro de 2007.

“O desemprego juvenil é um grave problema em muitos Estados-Membros e a

segmentação do mercado de trabalho em detrimento dos jovens está a acentuar-se. (...)

Vários Estados-Membros estão ainda longe das metas fixadas no sentido de

proporcionar aos jovens sem emprego um "novo começo" no prazo de seis meses, em

2007, e de quatro meses, no horizonte 2010.” (2007: 4).

O presidente da República, Cavaco e Silva, no seu discurso no Parlamento

Europeu, em Setembro de 2007, aponta o desemprego como principal factor de

exclusão social

“O desemprego é, na generalidade dos países da União Europeia, a principal

causa de pobreza. Precisamos de mais e melhor crescimento económico, que se traduza

em mais e melhores oportunidades de emprego.” (Silva, 2007).

11

As desigualdades sociais na União Europeia têm-se vindo a agravar de ano para

ano. Dados do Eurostat referentes a 2004, sobre as desigualdades na distribuição do

rendimento na União Europeia, referem que 20% da população da UE25 com maior

rendimento recebem quase 5 vezes mais do que os 20% da população com rendimentos

mais baixo (Eurostat, 2007).

O fosso entre os mais ricos e os mais pobres tem vindo a aumentar na UE apesar

das políticas adoptadas para o crescimento do emprego e das medidas de combate à

exclusão e à pobreza.

Segundo o Eurostat, em Portugal, no ano de 2005,a taxa de pobreza atingiu 20%

da população, ou seja um em cada cinco portugueses vivia em situação de pobreza. Este

valor é significativamente superior ao da média europeia, de 16% na mesma data

(Eurostat, 2007).

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3. Descrição Detalhada da Pesquisa

No decorrer da pesquisa levada a cabo para a realização do trabalho, recorri a

várias fontes, designadamente electrónicas, revistas, jornais, teses de mestrado, de

doutoramento e livros.

Sendo que através das fontes electrónicas encontramos muitas vezes

informação pouco fiável e pouco rigorosa, que se torna difícil de detectar, dificultando-

nos a realização do trabalho, como foi diversas vezes referido pelo professor que

lecciona a disciplina, foi sobretudo nos livros e nalgumas teses que recolhi o essencial

da matéria para o trabalho, dado que a informação obtida através destas fontes é mais

fiável, pois é sujeita a um maior controlo de correcção de forma a evitar a sua edição

com informação incorrecta ou pouco rigorosa.

A primeira etapa da minha pesquisa iniciou-se pelo catálogo da Biblioteca da

Faculdade de Economia de Coimbra, com as palavras-chave como <Integração

europeia> na pesquisa simples do catálogo com a opção “em qualquer campo”. A

pesquisa deu-me 836 resultados. De seguida, introduzi <Europa e Integração> e obtive

50 resultados. Posteriormente avancei para <políticas sociais> e os dados bibliográficos

aumentaram para 139, com <política europeia> as referências bibliográficas

aumentaram para 577.

Ainda na biblioteca da Faculdade de Economia de Coimbra, constatei que a

pesquisa que procurava fazer para o tema escolhido era muito complexa, pela dimensão

dos resultados obtidos. A partir daí achei por bem optar pela escolha de leitura de

alguns livros e teses de autores especialistas sobre a matéria que procurava e que se

encontravam disponíveis naquela biblioteca, como Flexibilidade e Polivalência

Funcional: Mitos e Realidade no Portugal dos Anos 90 (Para melhor compreender as

estratégias dos actores sociais), tese de doutoramento de Ivo Dias (2004),

Globalização e Europeização das Políticas Sociais no domínio do Emprego, Análise

das dinâmicas locais num contexto socio-económico (pré) determinado: a Marinha

Grande, tese de mestrado de Carla Valadas (2003), o Desemprego na Política

Económica – Uma Reflexão Sobre Portugal no Contexto da União Europeia de

Margarida Antunes (2005), A Flexibilidade e Precariedade no Trabalho – Análise e

Diagnóstico, de Glória Rebelo (2004), entre outros.

Feita uma leitura destas obras, voltei de novo à Biblioteca da Faculdade de

Economia e com as palavras-chave “desemprego”, “exclusão social”e “pobreza”,

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orientei desta vez, a minha pesquisa. Para o <desemprego>, encontrei 213 registos, para

o <exclusão social> 84 registos e para a <pobreza> 152 registos.

Requisitei então mais alguns livros e teses de autores que se debruçaram sobre

o tema do desemprego, da exclusão social e da pobreza, tais como Exclusões Sociais

(1998), de Alfredo Bruto da Costa e A Exclusão social e o emprego Perspectivas,

realidades e políticas na União Europeia (2003), de Marta Morão.

Numa segunda fase da minha pesquisa, e numa passagem por Lisboa, dirigi-

me ao Centro de Documentação Europeia a procura de informação mais recente sobre a

UE. Foi-me oferecido um pequeno livro da autoria de Pascal Fontaine, antigo

colaborador de Jean Monnet e professor no “Institut d’études politiques” de Paris, que

relata as várias fases de integração, intitulado A Europa em 12 lições (2007).

Por último, direccionei a pesquisa para a Biblioteca do Centro de Estudos

Sociais (CES). Utilizei o formulário de base documental através da pesquisa simples

em assunto <desemprego>, os resultados foram trinta e oito registos. Para <exclusão

social>, encontrei 40 registos e para <pobreza> trinta e oito. Como a bibliografia não ia

ao encontro do que pretendia, recorri à informação relativa às publicações de

investigadores do CES, presente na sua página na Internet. Foi assim que encontrei a

maior parte da informação pertinente para a feitura do trabalho, muito em particular os

livros Globalização – Fatalidade ou Utopia, organização de Boaventura de Sousa

Santos e Risco e Incertezas organização de Pedro Hespanha e Graça Carapinheiro.

Quanto ao recurso à Internet, de forma complementar, orientei a minha

pesquisa através de cruzamentos de formulários de outras bibliotecas, por meio do

Google. Visitei, ainda, os portais da União Europeia, do Eurostat, do Instituto Nacional

de Estatística, os sites da CGTP e da UGT.

A título de conclusão, convém referir que durante a pesquisa de dados para o

trabalho, encontrei algumas dificuldades no estudo e na recolha da informação

necessária, sobretudo pela escassez de tempo, dada a minha situação de estudante

trabalhador. Por isso, estou certo que muita mais informação poderia ter sido recolhida.

No entanto, penso que, de acordo com as fontes pesquisadas e as matérias recolhidas

em obras de prestigiados especialistas, o trabalho que se apresenta poder-se-á

considerar como fiável e credível.

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4. Ficha de Leitura

Título da Publicação: Exclusão social. Factores e tipos de pobreza em Portugal.

Autores: João Ferreira de Almeida, Luís Capucha, António Firmino da Costa,

Fernando Luís Machado, Isabel Nicolau e Elizabeth Reis

Local onde se encontra: Biblioteca da Faculdade de Economia de Coimbra

Data de publicação: 1992

Local de Edição: Oeiras

Editor: Celta Editora, LDA

Cota: 304

ISBN: 9728027001

Data de Leitura: 19 de Dezembro de 2007

Capítulo analisado: “Categorias sociais”

Paginas: 77-93

Assunto: Identificação e descrição das categorias sociais em situação de pobreza ou

vulneráveis à pobreza em Portugal.

Palavras-chave: categorias sociais, precariedade, pobreza, desemprego, economia

informal, pensionistas, minorias étnicas

Observações: Este capítulo, embora não tenha sido citado ao longo do presente

trabalho, contribuiu para uma clarificação de conceitos, nomeadamente o de categorias

sociais. Permitiu também concluir que o ciclo da pobreza é difícil de quebrar, porque a

pobreza é muitas vezes transgeracional, e que os fluxos entre as várias categorias

gerem, quase sempre, a manutenção da situação de pobreza, em maior ou menor grau.

Resumo:

No capítulo analisado os autores, baseados em indicadores estatísticos e em informação

recolhida e produzida por dezasseis projectos de acção e pesquisa, identificam e

caracterizam as principais categorias sociais que vivem situações de pobreza ou se

encontram a caminho da pobreza.

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Desenvolvimento:

Antes de iniciar a análise das sete principais categorias sociais, em situações

de pobreza ou de vulnerabilidade à pobreza, relativamente à sua composição, aos seus

contornos e aos fluxos que se criam entre elas, os autores explicitam os parâmetros

subjacentes à sua definição e identificação.

O primeiro parâmetro estabelece a distinção entre categorias e grupos,

referindo-se que a designação de grupo subentende identidade colectiva ou sentimento

de pertença a uma determinada comunidade. Salientam que, no caso das minorias

étnicas, não se pode verdadeiramente falar em grupos porque, quando consideradas no

seu conjunto, essas minorias divergem em vários planos – linguístico, racial, religioso,

cultural e étnico.

O segundo parâmetro assenta, não na quantificação de pobres e na sua

distribuição, mas na identificação dos processos e dos mecanismos geradores de

pobreza.

Os autores, perante a multidimensional da pobreza, consideraram também os

aspectos económicos, demográficos, sociais e culturais que configuram as diferentes

categorias sociais.

Procuraram também descrever a dimensão, a expansão, a duração e a

incidência das situações de pobreza em cada categoria social.

Por último, tiveram em conta os fluxos de indivíduos e famílias entre as

diferentes categorias encontradas.

As principais categorias, apresentadas pelos autores, são Os idosos pensionistas,

Os agricultores de baixo rendimento, Os assalariados de baixo nível de remuneração,

Os trabalhadores precários e da economia informal, As minorias étnicas, Os

desempregados e Os jovens de baixas qualificações à procura do primeiro emprego.

Os indivíduos destas categorias caracterizam-se por baixas qualificações

escolares e profissionais e rendimentos também muitos baixos, quer se trata de salários,

quer de pensões.

As mulheres, o grupo mais numeroso a par do dos jovens, são as menos

qualificadas (maior taxa de analfabetismo), as mais discriminadas no mercado de

trabalho (salários mais baixos) e as que vivem as situações de pobreza mais gritantes

(maior taxa de desemprego), em qualquer uma das categorias analisadas.

Os postos de trabalho por conta de outrem são, geralmente, na área da indústria

transformadora, na construção civil, nos serviços domésticos e de cuidados pessoais. Os

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vínculos com as empresas empregadoras são normalmente precários, abundam na

economia informal sendo por vezes clandestinos (caso dos imigrantes ilegais). Tudo

isso acarreta, em termos de futuro, escassas e irregulares contribuições para a segurança

social que terão implicações directas na atribuição dos subsídios de desemprego, por

exemplo e no cálculo das pensões para os trabalhadores mais velhos, os desempregados

de longa duração. Os trabalhadores por conta própria fazem-no na agricultura de

subsistência, na venda ambulante (é o caso de muitos ciganos) e nas pequenas

reparações, no domínio da construção civil entre outros. A pluriactividade é encarada

como uma forma de complementar os rendimentos ou as pensões. Os reformados de

baixo rendimento (que auferem a pensão mínima) ou os que vivendo no campo juntam,

à sua actividade ou rendimento principal, a agricultura para autoconsumo.

Para quase todos, com excepção de alguns que vivem no campo e são

proprietários, o problema da habitação é um problema de difícil resolução, vivem em

casas degradas e sobrelotadas, de rendas muito baixas e por vezes em bairros da lata.

As previsões, quer do ponto de vista dos salários, quer da formação escolar e

profissional, são pouco animadoras, apontam para a manutenção das situações de

pobreza, com algumas melhorias muito pontuais, agravamento noutros casos

(dificuldade da escola em dar resposta, obsolência rápida das parcas qualificações

devido às transformações e novas exigências do mercado de trabalho).

Os fluxos de indivíduos entre as diferentes categorias são muito frequentes,

vivem por assim dizer num circuito fechado, assim por exemplo, um indivíduo

pertencente à categoria dos desempregados (de longa duração) integrará, a médio ou

curto prazo, a dos idosos pensionistas. Assiste-se muitas vezes a um vaivém entre as

diferentes categorias, mas a situação de pobreza ou a vulnerabilidade à pobreza pouco

se alteram.

Concluiu-se dizendo que, normalmente nestas categorias, salvo muito raras

excepções (caso de algumas elites de imigrantes bem integradas na sociedade

portuguesa, por exemplo), a pobreza é transgeracional e tem tendência a perpetuar-se e

reproduzir-se no seio da família (caso dos jovens à procura do primeiro emprego, com

baixas qualificações).

Recursos de Estilo e Linguagem: linguagem simples e de fácil compreensão.

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Autores e instituições citados em nota de rodapé:

Lobo, Isabel de Sousa (1985), Estrutura social e produtiva e propensão à

subterraneidade no Portugal de hoje, Análise Social, nº 87/88/89, 527-562

INE, Inquérito ao Emprego

Pontos fortes e fracos:

Trata-se de uma caracterização bastante detalhada, embora um pouco repetitiva, das

categorias mais representativas dos estados de pobreza e exclusão social em Portugal,

nos anos 80. Por se tratar da década de oitenta, algumas partes do estudo poderão já

estar desactualizadas, como por exemplo a categoria das minorias étnicas que na

actualidade terá uma composição diferente (imigrantes dos países de Leste possuidores

de uma qualificação superior em muitos casos). No entanto, na sua essência, o estudo

mantém-se actualizado.

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5. Avaliação de uma página da Internet

De acordo com os objectivos deste trabalho, a página escolhida para ser

avaliada foi a do Portal do Instituto Nacional de Estatística, referente As estatísticas

oficiais que se encontram disponíveis em:

<http://www.ine.pt/portal/page/portal/PORTAL_INE/DEstatisticos?PINDpag

enumber=9&Contexto=pi&selTab=tab0>

O Portal está acessível em duas línguas, em português e também em inglês.

Logo no início da página, na primeira secção, encontramos uma linha de ícones: INE,

Serviços Disponíveis, Eventos, Mapa do Portal e Ajuda que possibilitam através de

links obter informações variadas.

O primeiro ícone remete para uma apresentação do Instituto Nacional de

Estatísticas do ponto de vista institucional, nomeadamente a sua Missão, Visão e

Valores, a Legislação que aprova as Bases Gerais do Sistema Estatístico Nacional

(SEN), a sua Orgânica, a sua Organização Interna, e o seu Código de Conduta.

A indicação dos Serviços Disponíveis também está disponível, basta clicar no

ícone correspondente. Assim, dentro dos Serviços aos Clientes, encontramos a Difusão

da Informação: na Internet, são facultados a consulta e a importação gratuita de

informação, o acesso à Biblioteca Digital de Estatísticas Oficiais. É também possível

aceder a outros serviços e outra documentação não disponível on line através da

subscrição. È dada a informação de que a Difusão da Informação também é feita

através das Bibliotecas do INE presentes em cinco cidades, da Rede de Informação do

INE em Bibliotecas do Ensino Superior, do Centro de Apoio em Portugal às

Estatísticas Europeias (ESDS), todos acessíveis a qualquer cidadão. Estes centros de

Difusão da Informação são directamente acessíveis através de links, assim como os

diferentes postos de Venda de Informação. É ainda feita referência ao Serviço de Apoio

ao Cliente, ao Atendimento aos Órgãos de Comunicação Social e aos Investigadores,

assim como aos Mecanismos de auscultação a clientes. Ainda dentro dos Serviços

Disponíveis, encontramos os Serviços aos Prestadores (organizações e cidadãos), cujas

respostas podem ser dadas por via electrónica, presencialmente ou por telefone.

Quanto aos Eventos, podemos optar entre os que já foram realizados

(Seminários entre 2004 e 2007) ou os que estão por realizar. È sempre possível obter

mais informações através de links e importar informação em pdf. Pode-se ainda, para

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quem não o tiver, descarregar o programa do Acrobat Reader para ter acesso a esses

documentos.

O Mapa do Portal dá-nos, através de um quadro muito sintético, um esquema

da organização do site e uma resenha dos diferentes tipos de informação que poderemos

aí encontrar. Cada um dos itens das diferentes rubricas deste quadro remete para um

link que nos permite ir directamente, isto é, mais rapidamente, ao que mais nos

interessa.

Na Ajuda temos uma selecção das perguntas mais frequentes e a Navegação.

Nas Ligações está a indicação dos Outros Institutos de Estatísticas, das

Organizações Nacionais, das Organizações Internacionais e dos Jornais e Revistas de

Estatística (cujos portais são acessíveis através de links), com os quais o INE mantém

ligações / relações.

Em Contacte-nos, podemos encontrar os diferentes contactos, apresentar as

nossas sugestões e reclamações, pedir informações / esclarecimentos e mesmo dar a

nossa opinião.

Finalmente, no último ícone desta secção, está disponível a versão texto /

gráfica do INE, também com vários links.

A segunda secção do Portal está dividida em subsecções: Informação

Estatística, Metainformação, WebInq – Inquéritos e Área do Utilizador.

A primeira subsecção – Informação Estatística – contempla os Dados

Estatísticos, os Destaques, Publicações, Estudos, Biblioteca Digital, Dossiês Temáticos

e Calendários. Cada rubrica, como nas rubricas da primeira secção, remete para os

respectivos conteúdos através dos respectivos links. Damos, a título de exemplo as

hiperligações desta subsecção:

Dados Estatísticos:

<http://www.ine.pt/portal/page/portal/PORTAL_INE/DEstatisticos?Contexto=pi&selT

ab=tab0&menuBOUI=16950>

Destaques:

<http://www.ine.pt/portal/page/portal/PORTAL_INE/Destaques/?menuBOUI=16952>

Publicações:

<http://www.ine.pt/portal/page/portal/PORTAL_INE/Publicacoes?menuBOUI=16954>

Biblioteca Digital:

<http://inenetw02.ine.pt:8080/biblioteca/index.jsp?menuBOUI=16959>

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Dossiês Temáticos:

<http://www.ine.pt/portal/page/portal/PORTAL_INE/PerfilTerritorio?menuBOUI=703

387>

Calendários:

<http://www.ine.pt/portal/page/portal/PORTAL_INE/calendarios?DESTAQUEStipo=p

e&selTab=tab0&menuBOUI=704704>

Na subsecção da Metainformação, estão os Conceitos, as Classificações, os

Documentos metodológicos e os Suportes de Recolha, cujos conteúdos podem ser

alcançados através de links e também importados.

Na terceira subsecção intitulada WebInq – Inquéritos (recolha de dados por via

electrónica) encontramos os suportes de recolha dos inquéritos On-line, assim como os

Inquéritos disponíveis na área de acesso reservada a aderentes do WebInq (inquéritos,

também eles, passíveis de serem importados).

Na última subsecção, na da Área dos Utilizadores, a subscrição permite receber

conteúdos sobre os quais se receberá alertas de divulgação de nova informação,

gravação de quadros, acompanhamento do estado dos pedidos de informação e

sugestões ou reclamações.

Na zona central do Portal, deparamos com os Dados estatísticos, os Principais

indicadores, os Principais quadros, a Base de dados e as Estatísticas territoriais.

Os dados estatísticos estão concentrados em 24 temas (que vão da Agricultura,

Floresta e Pesca até ao Turismo). A cada um dos temas correspondem vários

indicadores.

O indicador escolhido, no caso concreto, as taxas de desemprego em Portugal

referentes ao 3º trimestre de 2007, encontra-se no tema “mercado de trabalho” no

seguinte link:

<http://www.ine.pt/portal/page/portal/PORTAL_INE/bddXplorer?indOcorrCo

d=0000587&Contexto=pi&selTab=tab0.>

Para informação complementar mais detalhada, consulta-se Os destaques, e

novamente o tema “mercado de trabalho” e o indicador referente ao desemprego em

Portugal através do link:

<http://www.ine.pt/portal/page/portal/PORTAL_INE/Destaques?DESTAQUE

Sdest_boui=5513298&DESTAQUESmodo=2>

Este link permite também fazer importação através do Acrobat Reader e do

Excel.

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Em conclusão, podemos afirmar que o site do INE é um site muito completo,

muito bem organizado, com informação diversificada e de vários quadrantes – nacional

e internacional.

Este Portal é uma página visualmente atraente, com cores suaves dentro da

mesma palete, em tons de azuis e cinza e algumas palavras escritas a vermelho. A

informação é de fácil visualização, sem ser demasiada compacta. É organizada de modo

esquemático, cada tópico remete para um link onde se pode encontrar a informação

pretendida. As imagens são em número bastante reduzido, são sobretudo logótipos de

serviços oficiais ou ícones referentes as várias operações possíveis (imprimir,

importar...).

A possibilidade de fazer importação de documentos, através dos programas

mais utilizados para este efeito, é um aspecto positivo a destacar.

Muito positivo também é o facto da informação, referente aos procedimentos

que o utilizador deve seguir, poder ser dada através de gravação áudio acompanhada de

exemplificação.

Em conclusão, trata-se de um site que prima pela seriedade e pela

funcionalidade, sem esquecer os aspectos estéticos.

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6. Conclusão

A União Europeia é hoje um dos maiores blocos económicos Mundiais, mas

ainda com graves problemas para resolver. Os níveis crescentes de desemprego, a par

da exclusão e do aumento das taxas de pobreza na UE, com profundas consequências

sociais e económicas para milhões de pessoas e para as diversas economias nacionais,

apresenta-se como um dos maiores desafios do século XXI.

Num mundo globalizado as empresas procuram adaptar-se às novas

exigências da competitividade para conseguirem manter-se no novo formato deste

mundo. Estas mudanças provocam alterações na estrutura e na dinâmica do mercado de

trabalho, tendo como consequência o desemprego, a precarização nas condições e nas

relações de trabalho. Com a diminuição do emprego industrial, a redução do trabalho

assalariado legalizado e o aumento do trabalho ilegal, assiste-se, assim, a um

agravamento do desemprego e da exclusão social.

Perante estas mudanças as empresas vão-se modernizando tecnologicamente,

reduzindo os seus quadros de funcionários e exigindo uma maior qualificação

profissional dos seus trabalhadores, mais polivalentes e mais qualificados. Dessa forma

as empresas passaram a fomentar a “reciclagem” de trabalhadores, requalificando-os,

passando dessa forma a defender a desregulamentação e flexibilização do mercado de

trabalho, tendo como consequências a precarização das relações de trabalho e a redução

de custos.

Perante esta situação, o acesso a um emprego torna-se cada vez mais difícil,

sobretudo para os jovens à procura do primeiro emprego, para os trabalhadores mais

idosos, para os desempregados de longa duração e para as mulheres.

Em Portugal, paradoxalmente, o desemprego atinge não só os trabalhadores

com as mais baixas qualificações escolares e profissionais, como também jovens

licenciados, por falta de tecido empresarial susceptível de absorver não só os menos

qualificados como os mais qualificados.

Com este trabalho, pretendi de uma forma mais pormenorizada quanto

possível, fazer uma abordagem sobre o desemprego na União Europeia, recorrendo para

isso, a estudos e a estatísticas existentes, com um grande grau de credibilidade, como os

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livros e teses de professores universitários e especialistas na matéria e a fontes oficiais

de estatística como o INE e o Eurostat.

Quanto aos objectivos da disciplina, estou certo de ter dado o meu melhor no

sentido de corresponder aos requisitos exigidos, nomeadamente quanto às

aprendizagens necessárias para obtenção de competências na pesquisa de fontes de

informação e na feitura de um trabalho académico.

Apesar de algumas dificuldades encontradas durante a execução do trabalho,

considero que se tratou de um processo de aprendizagem muito formativo, quer no

estudo do tema, quer na pesquisa de fontes e na própria redacção e apresentação do

mesmo.

24

7. Referências bibliográficas Fontes impressas

Alves, Sandra (1996), “Os Sem-Abrigo: (sobre) vivências de Rua – Estudo e Diagnóstico –

A pobreza”, in Hermano Carmo (org.), Exclusão Social – Rotas de Intervenção. Lisboa:

Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa, 47-

59.

Antunes, Margarida (2005), O Desemprego na Política Económica – Uma Reflexão

sobre Portugal no Contexto da União Europeia. Coimbra: Coimbra Editora.

Carapinheiro, Graça (2001), “Globalização do risco social”, in Boaventura Sousa

Santos (org.), Globalização – Fatalidade ou utopia? Porto: Afrontamento, 197-229.

Covas, António (1997), A União Europeia. Do Tratado de Amesterdão a um Projecto

de Carta Constituinte para o Século XXI. Oeiras: Celta Editora.

Costa, Alfredo Bruto (1998), Exclusões Sociais. Lisboa: Gradiva. Dias, Ivo Antunes (2004), “Flexibilidade e polivalência funcional: mitos e realidades no

Portugal dos anos 90”, Dissertação de Doutoramento em sociologia económica e das

organizações. Lisboa: Instituto Superior de Economia e Gestão.

Estanque, Elísio (2001), “Dignidade do Trabalho”. Voz do Trabalho – Liga Operária

Católica / Movimento de Trabalhadores Cristãos, 532, 12.

Fontaine, Pascal (2007), A Europa em 12 lições. Luxemburgo: Serviço das Publicações

Oficiais das Comunidades Europeias.

Hespanha, Pedro et al. (2002), “Globalização insidiosa e excludente. Da incapacidade

de organizar respostas”, in Pedro Hespanha e Graça Carapinheira (orgs.), Risco social e

incerteza: pode o Estado Social recuar mais? Porto: Afrontamento, 25-54.

25

Hespanha, Pedro e Valadas, Carla (2002), “Globalização dos problemas sociais, globalização das políticas. O caso da estratégia europeia para o emprego”, in Pedro Hespanha e Graça Carapinheiro (orgs.), Risco social e incerteza: pode o estado social recuar mais? Porto: Afrontamento, 123-175.

Hespanha, Pedro (2001), “Mal-estar risco e social num mundo globalizado: Novos

problemas e novos desafios para a teoria social”, in Boaventura Sousa Santos (org.),

Globalização – Fatalidade ou utopia? Porto: Afrontamento, 163-196.

Morão, Marta Loureiro de Moura Geraldes (2003), “A Exclusão social e o emprego:

Perspectivas, realidades e políticas na União Europeia”, Tese de mestrado em Sistemas

sócio-organizacionais da actividade económica. Lisboa: Instituto Superior de Economia e

Gestão.

Rebelo, Glória (2004), Flexibilidade e Precariedade no Trabalho – Análise e Diagnóstico,

Lisboa: Edição do Autor.

Santos, Boaventura Sousa (2001), “Os processos da globalização”, in Boaventura Sousa

Santos (org.), Globalização – Fatalidade ou utopia? Porto: Afrontamento, 31-106.

Valadas, Carla Sofia Andrade Teodósio dos Santos (2003), “A globalização e

europeização nas políticas sociais no domínio do emprego. Análise das dinâmicas

locais num contexto socio-económico (pré) determinado: a Marinha Grande”, Tese de

mestrado em Sociologia. Coimbra: Faculdade de Economia.

Williams, Allan M. (1992), A Comunidade Europeia: as Contradições do Processo de

Integração. Oeiras: Celta Editora.

26

Fontes Electrónicas:

CGTP-IN (2007), “Comunicado a imprensa n.º 046/07. Portugal subiu para o quarto

lugar do desemprego europeu”. Página consultada em 18 de Dezembro de 2007.

Disponível em

<http://www.cgtp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=810&Itemid=106>

Conselho EPSCO (Emprego, Política Social, Saúde e Consumidores) do Conselho

Europeu (2007), “Relatório conjunto sobre o emprego 2006/2007”. Página consultada a

17 de Dezembro de 2007.

Disponível em <http://register.consilium.europa.eu/pdf/pt/07/st06/st06706.pt07.pdf>

Eurostat (2007), “Euro-indicateurs. Communiqué de presse 165/2007 – 3

décembre 2007“. Página consultada a 17 de Dezembro de 2007.

Disponível em

<http://epp.eurostat.ec.europa.eu/portal/page?_pageid=1090,30070682,1090_33076576

&_dad=portal&_schema=PORTAL>

Instituto Nacional de Estatística (2007), “Estatísticas do Desemprego no terceiro

trimestre de 2007”. Página consultada em 17 de Dezembro.

Disponível em <http://www.ine.pt/portal/page/portal/PORTAL_INE >

Silva, Aníbal Cavaco (2007), “Discurso no Parlamento Europeu de 4 de Setembro de

2007”. Newsletter nº 9, 17 de Setembro. Página consultada a 18 de Dezembro de 2007

Disponível em <http://www.presidencia.pt/index.php?idc=22&idi=8799>

UGT (2007), “Comunicado de 16 de Novembro de 2007. Políticas económicas

ineficientes para travar o aumento do desemprego em Portugal”. Página consultada a 18

de Dezembro de 2007.

Disponível em <http://www.ugt.pt/comunicado_16_11_2007.pdf>

27

ANEXO I

Suporte de Texto à Ficha de Leitura

28

ANEXO II

Suporte de Análise da Página de Internet

Instituto Nacional de Estatística:

<http://www.ine.pt/portal/page/portal/PORTAL_INE>