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Trabalho Do Mudado

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSACentro de Ciências Agrárias

Departamento de Engenharia Florestal

ENF 483 - Controle da Poluição nos Processos Industriais

CONTROLE DA POLUIÇÃO NA INDÚSTRIA DE SUCOS DE LARANJA

Bruno Bezerra Vieira – 61692

Pâmela Becalli Vilela – 61693

Márcio Toshio Uesugui – 61703

Renata Dias Sepúlveda - 61712

Viçosa,Novembro 2011

Page 3: Trabalho Do Mudado

Conteúdo1. Introdução.....................................................................................................5

2. Definição e Classificação de Sucos de Frutas..............................................5

2.1. Sucos Integrais......................................................................................6

2.2. Sucos Concentrados..............................................................................6

2.3. Sucos Desidratados...............................................................................6

2.4. Sucos Reconstituídos.............................................................................6

2.5. Sucos Conservados...............................................................................7

2.6. Sucos Mistos..........................................................................................7

2.7. Suco Tropical.........................................................................................7

2.8. Suco Tropical Misto................................................................................7

2.9. Néctar.....................................................................................................7

2.10. Néctar Misto........................................................................................7

2.11. Refresco..............................................................................................7

2.12. Refresco Misto....................................................................................8

3. Processamento de Laranja Fresca...............................................................8

4. Produção de Suco de Laranja Concentrado e Congelado (FCJO).............10

4.1. Recebimento e Seleção dos Frutos.....................................................10

4.2. Higienização.........................................................................................11

4.3. Seleção e Classificação.......................................................................11

4.4. Extração...............................................................................................11

4.5. Ajuste do Teor de Polpa.......................................................................12

Page 4: Trabalho Do Mudado

4.6. Centrifugação.......................................................................................12

4.7. Pasteurização e Concentração do Suco de Laranja............................12

4.8. Resfriamento e Armazenamento..........................................................13

5. Fontes de Poluição: Efluentes Líquidos, Gasosos e Sólidos......................14

5.1. Recepção e pré-seleção das frutas......................................................14

5.2. Lavagem das frutas..............................................................................14

5.3. Extração...............................................................................................15

5.4. Lavagem de evaporadores...................................................................15

5.5. Purga das caldeiras e das colunas barométricas.................................15

6. Tratamento externo....................................................................................20

6.1. Efluentes líquidos.................................................................................20

6.2. Tratamento Preliminar..........................................................................21

6.3. Tratamento Primário.............................................................................21

6.4. Tratamento Secundário........................................................................21

6.5. Tratamento Terciário............................................................................23

6.6. Resíduos sólidos..................................................................................24

6.7. Emissões atmosféricas........................................................................25

7. Controle Preventivo....................................................................................26

7.1. Efluentes líquidos.................................................................................26

7.2. Emissões Atmosféricas........................................................................28

8. Bibliografia..................................................................................................29

Page 5: Trabalho Do Mudado

1. Introdução

O processamento de polpas e sucos de fruta é uma atividade agroindustrial

importante na medida em que agrega valor econômico à fruta, evitando

desperdícios e minimizando perdas que podem ocorrer durante a

comercialização do produto in natura, além de possibilitar ao produtor uma

alternativa na utilização das frutas.

O Brasil se configura no cenário mundial como o maior produtor de sucos

de laranja, sendo o suco de laranja concentrado e congelado de laranja (FCJO)

um de seus principais produtos de exportação. O estado de São Paulo é

responsável por 80% da produção nacional. O segundo produtor é os Estados

Unidos, tendo a Flórida como a maior responsável pela produção norte-

americana. Flórida e São Paulo juntos produzem 81% de todo suco de laranja

produzido no mundo.O setor citrícola brasileiro é muito importante para a

economia, visto que movimenta no país cerca de 9 bilhões de reais por ano,

além de criarem, em média, 400 mil empregos diretos e indiretos. Apesar desta

grande produção, o consumo interno de sucos de laranja é muito baixo. O

Brasil exporta 98% de todo suco que produz.

Diante da dimensão exposta da indústria de cítricos é importante e objetivo

deste trabalho analisar o processo industrial, identificando as fontes de

poluição e os tratamentos necessários para o controle ambiental preventivo e

“end of pipe”.

2. Definição e Classificação de Sucos de Frutas

O Decreto Nº 2.134, de 4 de Setembro de 1997 (alterado pelo Decreto

Nº 3.510, de 16 de junho de 2000) do Ministério da Fazenda, que regulamenta

a Lei No 8.918, de 14 de julho de 1994, que dispõe sobre a padronização, a

classificação, o registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas,

em seu Art. 40º, define o suco de frutas como:

“Suco ou sumo é a bebida não fermentada, não concentrada e

não diluída, destinada ao consumo, obtida da fruta madura e sã, ou

parte do vegetal de origem, por processamento tecnológico adequado,

Page 6: Trabalho Do Mudado

submetida a tratamento que assegure a sua apresentação e

conservação até o momento do consumo.”

Os sucos são classificados, nos decretos citados, conforme descrito na

Figura 1.

Figura 1: Classificação dos tipos sucos de frutas

1.1.Sucos Integrais

Suco sem adição de açúcar e na sua concentração natural.

1.2.Sucos Concentrados

Suco parcialmente desidratado.

1.3.Sucos Desidratados

Suco no estado sólido, obtido pela desidratação do suco integral.

1.4.Sucos Reconstituídos Suco obtido pela diluição do suco concentrado ou desidratado até a

concentração original do suco integral.

Os sucos concentrados, desidratados e reconstituídos devem

possuir o mesmo teor de sólidos do suco integral ou o teor mínimo

Page 7: Trabalho Do Mudado

estabelecido nos respectivos padrões de identidade e qualidade para

cada tipo de suco.

1.5.Sucos Conservados

São sucos integrais adicionados de agentes químicos que promovem a

conservação através da morte de bactérias e fungos, além de

protegerem contra o escurecimento do produto.

1.6.Sucos Mistos

Suco obtido pela mistura de frutas, frutas com vegetais ou suco de

frutas com vegetais.

1.7.Suco Tropical

É a bebida não fermentada obtida pela dissolução, em água ou em

suco clarificado, da polpa de fruta classificada como tropical.

1.8.Suco Tropical Misto

É a bebida não fermentada obtida pela dissolução, em água ou em

suco clarificado, da mistura de polpas de frutas classificadas como

tropical. Uma observação a ser realizada é que os sucos tropicais de

caju, de maracujá e de abacaxi deverão ser obtidos sem dissolução em

água, podendo a nomeação ser de apenas suco.

1.9.Néctar

É a bebida não fermentada, obtida da diluição em água, da parte

comestível do vegetal ou de seu extrato, adicionado de açúcares,

destinada ao consumo direto.

1.10. Néctar Misto

É a bebida não fermentada, obtida da diluição em água, da mistura de

partes comestíveis de vegetais, de seus extratos ou da combinação de

ambos, adicionados de açúcares com destino ao consumo direto.

Os Néctares geralmente são constituídos de 20 a 30% da polpa da fruta.

1.11. Refresco

Também designado de bebida de fruta ou de vegetal é a bebida não

fermentada, obtida pela diluição em água, do suco de fruta, da polpa ou

extrato vegetal de sua origem, podendo ou não ser adicionado de

açúcar, sendo que neste último caso deve ser rotulado de refresco

adoçado.

Page 8: Trabalho Do Mudado

1.12. Refresco Misto

Bebida mista de frutas, de extratos vegetais ou da mistura destes, obtida

pela diluição em água, em suco de fruta, em extratos vegetais ou pela

combinação de ambos. A adição de açúcar também é opcional, sendo

que, o rótulo de Refresco Misto adoçado deve ser usado quando essa

estiver presente.

Para fins deste trabalho será considerado o processo de fabricação de suco

concentrado e congelado de laranja.

2. Processamento de Laranja Fresca

O processamento de laranja dá origem a 6 tipos de produtos, demonstrados

na figura 2. Estes produtos dão origem a diversos subprodutos.

Figura 2: Rendimento teórico de produtos e subproduto de laranja a partir

de 100 kg da fruta fresca

O processo de fabricação de suco de laranja concentrado e congelado

(SLCC), mais conhecido pela sua sigla em inglês FCOJ (frozen concentrated

orange juice) é composto de uma série de processos industriais de grande escala,

dando origem a diversos produtos. Estes processos pode ser observados na

Figura 3.

Page 9: Trabalho Do Mudado

Descarga de Carretas

Balança

Pré-Seleção Manual

Silos de Armazenagem

Higienização

Seleção e Classificação

Extração

Turbo-Filtros

Centrifugação

Evaporação Pasteurização

Concentração à Vácuo

Blender Homogeneização

Resfriamento

Envase Armazenamento

Filtração

Concentração

Clarificação

Polimento

Winterização

Tanques

FCJO

Óleo Essencial

Mistura água + polpa

Finishers

Centrífugas

Concentração TASTE

Blender Homogeneização

Resfriamento

Envase Armazenamento

PULP-WASH

Caixa de Bagaço

Trituração com Cal

Prensas

Secagem do Bagaço

Peletizador

Resfriamento

Silos

Farelo de Polpa Cítrica

Peneiras

Evaporador (waste)

Retirada Voláteis 1º

estágio

Separador água-óleo

Tanques

D-Limoneno

EMULSÃO ÁGUA-ÓLEO

SÓLIDOS

CERA

BAGAÇO

ÁGUA AMARELA

LICOR PENEIRADO

Essências Aromáticas

Condensado Vegetal

- Reposição de água da Caldeira

- Condensado para pulp-wash

- Reposição de água nas centrífugas do processo de óleo

Lavagem de Pisos

Lavador de Gases

ÁGUAS PRETAS

AR QUENTE

VAPOR

POLPA

GASES SATURADOS

CONDENSADOS

Figura 3: Processo de produção de subprodutos da laranja

Page 10: Trabalho Do Mudado

3. Produção de Suco de Laranja Concentrado e Congelado (FCJO)

3.1.Recebimento e Seleção dos Frutos

Os frutos são transportados das fazendas até o pátio das fábricas

através de carretas. Geralmente a empresa possui um cadastro dos

produtores e do lote das laranjas colhidas. Assim que chegam, as

laranjas passam pela análise de 3 parâmetros:

Grau Brix: A escala Brix é utilizada na indústria de alimentos

para medir a quantidade aproximada de açúcares em sucos

de frutas, vinhos e na indústria de açúcar.

Acidez Total Titulável: A acidez total titulável é a

quantidade de ácido de uma amostra que reage com uma

base de concentração conhecida. Os Principais ácidos

orgânicos encontrados nos alimentos são: cítrico, málico,

oxálico, succínico e tartárico. Esta análise é realizada pois os

ácidos orgânicos influenciam o sabor, odor, cor, estabilidade

e a manutenção da qualidade do produto final.

Cor: A cor de alimentos é importante não só por suas

implicações físico-químicas, mas também por influenciar a

estética do produto, muito importante contra a rejeição dos

consumidores.

Os caminhões são posicionados em rampas hidráulicas que

inclinam os caminhões para que os frutos sejam despejados em esteiras

de roletes. Não são utilizados caminhões basculantes, pois eles

carregam um volume muito menor do que as carretas utilizadas. As

frutas seguem em esteiras e elevadores hidráulicos até os silos de

armazenagem, onde são separados de acordo com as características

analisadas na recepção. Neste caminho ocorre a seleção manual dos

frutos que:

Não estiverem suficientemente maduros;

Apresentarem algum tipo de ferimento na casca;

Excessivamente sujos ou atacados por ácaros;

Não apresentarem as dimensões adequadas;

Chegarem à fábrica depois de muito tempo de colhidos.

Page 11: Trabalho Do Mudado

As carretas antes de saírem da fábrica passam por uma limpeza

com sais quaternários de amônio, a fim de se evitar o cancro cítrico, é

uma doença causada pela bactéria Xanthomonas axonopodis pv. citri,

que provoca lesões nas folhas, frutos e ramos e, conseqüentemente a

queda dos frutos e folhas e da produção. 

3.2.Higienização

Dos silos de armazenagem, também denominados bins, os frutos

vão para a mesa de lavagem, compostas de bicos de lavagem na parte

superior e de escovas de plástico na parte inferior. A parte inferior é

vibratória e é responsável ela limpeza e transporte mecânico dos frutos

limpos, com ou sem auxílio de detergentes. A água de lavagem é

oriunda da condensação da água do evaporador de suco, caracterizando

um reuso interno da água. Um ponto negativo desta etapa é que as

mesas de lavagem são abertas, podendo se sentir os odores arrastados

na névoa gerada pelos sprays do bico de lavagem.

3.3.Seleção e Classificação

Realizada a lavagem, os frutos passam por uma nova seleção a ser

realizada por operadores. Os frutos estragados por pragas, cortados e

amassados são retirados e enviados à fábrica de ração. Depois de

selecionadas, as frutas passam por classificadores mecânicos que as

separarão por tamanho, sendo enviadas à linha de extração da polpa.

3.4.Extração

Em todas as indústrias nacionais de sucos são utilizadas máquinas

FMC. As extratoras FMC são máquinas que contém um conjunto de

cinco copos. Quando o fruto entra na extratora, uma canaleta o conduz

até o copo. O processo de extração do suco pode ser dividido em quatro

fases:

1) a laranja é colocada automaticamente no copo inferior;

2) o copo superior desce comprimindo a fruta contra o cortador

inferior localizado na extremidade do tubo coador , que abre um orifício

Page 12: Trabalho Do Mudado

na fruta, através do qual o suco escoa, sem entrar em contato com a

casca;

3) a extração é completada com a compressão do material retido

dentro do tubo coador e

4) a casca é expelida por um espaço anular no copo superior e as

membranas e sementes saem pelo orifício central do elemento que

comprime o material existente no interior do tubo coador, na fase final de

extração.

As máquinas de extração são o coração da empresa onde ocorre a

separação:

do suco de laranja;

da emulsão que dará origem ao óleo essencial;

do bagaço que se transforma em farelo de polpa cítrica;

e da polpa , que dará origem ao pulp-wash.

3.5.Ajuste do Teor de Polpa

O suco armazenado vai para a etapa de ajuste do teor de polpa,

através de equipamentos denominados finishers ou turbo-filtros. Esta

máquina é um cilindro inoxidável com armações no interior que são telas

de tecido sintético que fazem o papel de filtros. O teor de polpa é

ajustado de acordo com os requisitos do cliente, mas este teor

aproximado é de 4%.

3.6.Centrifugação

Após o suco possuir seu teor de polpa ajustado, o suco é conduzido a

uma centrífuga para ajuste da cor.

3.7.Pasteurização e Concentração do Suco de Laranja

A pasteurização é feita através de trocas térmicas do suco com vapor

aquecido em trocadores de calor do tipo de placas ou de tubos, onde o

vapor transfere calor latente para o suco aumentando, assim sua

temperatura. Para o suco de laranja normalmente é usado uma temperatura

Page 13: Trabalho Do Mudado

de 90°C durante 3 segundos. A pasteurização não modifica praticamente

em nada o sabor do suco e afeta muito pouco o valor nutricional. O suco de

laranja também sofre um resfriamento dentro mesmo equipamento. Esse

resfriamento é feito através de contato indireto do suco que está saindo do

pasteurizador com o suco que está entrando, provocando, assim, uma

redução na temperatura do produto de saída. O suco pode chegar a sair do

pasteurizador com temperaturas de até 5°C. A pasteurização inativa os

microorganismos responsáveis pela degradação do suco e a enzima

pectinesterase responsável pela formação de ácidos pectínicos que

arrastam o material colorido responsável pela turbidez do suco.

Nesta etapa de pasteurização começa a ocorrer a concentração do

suco. A concentração de fato ocorre em evaporadores à vácuo de múltiplo

efeito, sendo que o vácuo é gerado por colunas barométricas com ciclo

fechado de circulação da água empregada.

Na etapa de evaporação do suco ocorra a volatilização de uma fração

orgânica cuja maior parte é composta da essência da laranja. Devido ao

alto valor comercial das essências, todos os evaporadores possuem

sistema de recuperação de essências que podem ser reincorporadas ao

suco ou separadas como produto a ser vendido.

No processo de concentração do suco de laranja ocorre a formação de

sucos com concentração de teores de sólidos variáveis. Geralmente ocorre

a mistura (blends) de sucos com características diferentes para posterior

padronização. Os blenders são tanques simples utilizados para mistura do

suco, sendo que é neste que ocorre a reincorporação da essência, quando

for o caso.

3.8.Resfriamento e Armazenamento

O suco concentrado do último efeito do evaporador é

encaminhado ao resfriador de expansão ou flash cooler, penetrando

neles por meio de bicos injetores, numa atmosfera de baixa pressão

absoluta. O líquido evapora instantaneamente diminuindo a temperatura

para 18ºC. Em seguida, trocadores de calor que utilizam glicol ou

solução alcoólica como líquido de resfriamento abaixam a temperatura

Page 14: Trabalho Do Mudado

do suco a –7 o C. O resfriamento da solução alcoólica é feito por

amônia. Temperatura menor que 0 ºC, é necessária para o

“entamboramento” ou envio ao sistema tank farm, quando será estocado

nas temperaturas de frigorificação (-20/-18 ou –10 ºC, respectivamente).

Nestes tanques o suco fica armazenado até o seu transporte por

caminhões–tanque para o porto.

4. Fontes de Poluição: Efluentes Líquidos, Gasosos e Sólidos

Na produção de Suco de Laranja Congelado e Concentrado existe em,

basicamente, todas as etapas de produção a geração de efluentes líquidos e

gasosos, bem como a produção de resíduos sólidos.

A origem dos efluentes líquidos gerados pode ser entendida pela descrição

do processo produtivo, tem-se como base que para cada tonelada de frutos no

estado natural necessita-se de 2800 litros de água. Como fonte, podemos

elencar as seguintes etapas:

4.1.Recepção e pré-seleção das frutas

Os efluentes líquidos são gerados na limpeza das carretas, que são

responsáveis pelo transporte das frutas. Estas, antes de saírem da fábrica são

borrifadas com sais quaternários de amônio para o devido controle do cancro

cítrico. Também a geração de efluente líquido na limpeza dos equipamentos

utilizados nessa etapa.

4.2.Lavagem das frutas

Nessa etapa há produção de grande quantidade de efluente líquido, uma

vez que as fábricas utilizam uma ou duas lavagens contínuas dos frutos, para

que ocorra uma remoção completa das sujidades presentes nas cascas do

fruto. Na lavagem pode ou não ser utilizado detergente.

Page 15: Trabalho Do Mudado

4.3.Extração

Efluente líquido gerado pela limpeza regular dessa unidade para prevenir a

ocorrência de contaminação microbiológica (Limpeza feita a cada 8 hrs –

Solução de 2% de soda cáustica com água a 60/70ºC) pode haver efluente

líquido gerado pelo mal funcionamento das extratoras, fazendo com que haja

desperdício do suco da fruta recém extraído.

4.4.Lavagem de evaporadores

Na indústria de processamento de suco de laranja, são usados dois tipos de

evaporadores de múltiplo efeito, o TASTE, que é o evaporador da produção de

suco concentrado e o WASTE/WHE, que é o evaporador da fabricação de d-

limoneno e do melaço cítrico.

O TASTE gera um efluente alcalino na sua lavagem, uma vez que ele é

lavado com uma solução cáustica e o WASTE um efluente ácido, uma vez que

é lavado com uma solução de ácido muriático, esta solução é utilizada porque

no processo de fabricação é adicionado cal para o acerto do pH da massa

moída de resíduos, o que causa incrustações nas tubulações do evaporador,

estas incrustações podem ser removidas pela solução ácida.

4.5.Purga das caldeiras e das colunas barométricas

A purga de caldeiras é utilizada para realizar o devido tratamento de águas

utilizadas nas caldeiras e tem como objectivo reduzir as impurezas da água

que é utilizada, quando existe recirculação.

Deve-se tomar os devidos cuidados, uma vez que o excesso de purga gera

um grande desperdício de energia e o deficit de purgas promove incrustações.

Page 16: Trabalho Do Mudado

Tabela 1 – Características do Efluente Líquido de Áreas do Processamento

ParâmetrosÁreas de Processamento

Lavagem das Frutas

Área de Extração

Fábrica de Ração

DBO (mg/L) 295 1380 2190

DQO (mg/L) 758 2170 4020

Resíduo Total - ST (mg/L) 733 966 12116

Resíduo não Filtrável - SST

(mg/L)441 248 441

Resíduo Sedimentável –

Ssed (mg/L)8,5 0,1 7,0

NTK (mg/L) 49 36,4 36,4

Fósforo Total (mg/L) 0,79 2,02 1,9

Óleos e Graxas (mg/L) - 55 65

pH (Variação) 3,6 – 7,0 4,0 – 11,3 2,1 – 2,7

Fonte: CETESB

Como principais poluentes atmosféricos das indústrias cítricas temos:

A. Material particulado

Basicamente, o material particulado é proveniente das operações em que

há queima de combustível como:

Cinzas e fuligens das caldeiras e secadores rotativos de ração

movidos a bagaço de cana ou pela queima de óleo.

Fragmentos do bagaço de cana na armazenagem e alimentação da

caldeira.

Fragmentos do bagaço de laranja na sua manipulação no secador de

ração.

B. Gases de queima de combustível e emissões odoríferas

As principais fontes de emissões são as caldeiras e os secadores rotativos

de ração. O uso de óleo combustível ou bagaço de cana é usual na maioria das

empresas.

- NOx

- SOx

Page 17: Trabalho Do Mudado

Tabela 2 – Resultado de amostragens de gases de caldeiras

ParâmetrosCaldeira movida

a Bagaço de Cana

Caldeira movida a óleo BPF 3A

Capacidade 23 t/h 25 t/h

Temperatura (°C) 97,4 203,67

Umidade (% vol.) 20,1 9,4

Velocidade (m/s) (a) 14,3 14,3

Vazão (m³/h) (a) 122714,2 -

Vazão (m³/h) (b) 67902,4 27710,33

Análise OrsatCO2 45,6 9,2

O2 7,8 10,43

Material

Particulado

Conc. (MG/Nm³) (b) 521,9 264,73

Conc. (MG/Nm³) (c) 553,5 314,23

Taxa emissão (kg/h) 35,43 7,34

SOx (d)

Conc. (MG/Nm³) (b) 4,2 1080,57

Conc. (MG/Nm³) (c) 4,45 1281,97

Taxa emissão (kg/h) 0,284 27,93

NOx

Conc. (MG/Nm³) (b) 296,97 266,57

Conc. (MG/Nm³) (c) 314,63 310,97

Taxa emissão (kg/h) 20,1 7,15

Fonte: Setor de Avaliação de Tecnologia do Ar, Ruído e Vibrações ETQR , CETESB(2004).

(a) na seção de coleta

(b) nas condições normais (0°C e 1 atm.)

(c) nas condições normais (0°C e 1 atm.), base seca, corrigido a 7% de O2.

(d) Expresso como dióxido de enxofre

Fonte: Setor de Avaliação de Tecnologia do Ar, Ruído e Vibrações ETQR ,

CETESB(2004).

C. Compostos Orgânicos Voláteis (VOC)

As emissões se devem a volatilização do óleo residual presente nas cascas,

não extraídas durante o processamento de suco.

Page 18: Trabalho Do Mudado

Conforme estudo a fonte primária de emissões atmosféricas provêm do

secador rotativo de ração. De cada 100 libras de óleo emitidas, 72 vêm do

secador de ração e 9 são emitidas pelo resfriador de pellets.

Os resíduos orgânicos do processo (polpa, sementes, bagaço e cascas)

são aproveitados na fábrica de ração. O descarte que há na planta é composto

pelo lodo gerado nas estações de tratamento de afluentes e efluentes e de

cinzas da queima de bagaço nas caldeiras para geração de vapor. Há vários

projetos experimentais em andamento, mas a disposição do lodo e das cinzas

ainda é um grande problema para as empresas do setor e para os órgãos

ambientais.

Page 19: Trabalho Do Mudado

Tabela 3: Quadro sintético dos principais aspectos e impactos ambientais da indústria de cítricos

Etapa Básica do Processo

Poluição Aspecto Ambiental - Emissão Impacto Ambiental Potencial

Lavagem da laranja 1. Ar2. Águas

1. Névoa de condensado dos sprays de lavagem2. Carga orgânica baixa e grande volume

1. Odores, incômodo a vizinhos2. Prejuízo a qualidade dos corpos de água

Área de Extração 1. Águas2. Ruído e vibração3. Resíduos sólidos4. Ar

1. Água de extração do óleo, lavagem do equipamento, derrame de suco2. Alto ruído na operação das extratoras de suco3. Bagaço de laranja4. Emulsão de óleo essencial

1. Contaminação dos corpos de água2. Incômodo a vizinhança3. Contaminação de solo e de águas subterrâneas.4. Odor causando incômodo a vizinhança.

Fábrica de ração 1. Águas2. Ar3. Resíduos sólidos

1. Licor de prensagem, lavagem do evaporador de ração. Efluente ácido, geralmente as empresas usam ácido muriático. Águas pretas do lavador de gases do secador rotativo de bagaço.2. Emissões de material particulado das caldeiras movidas à bagaço de cana. Odores fortes de “bolo de laranja” gerados no secador de ração3. Cinzas de caldeira da queima de bagaço.

1. Contaminação dos corpos de água2. Problemas respiratórios, incômodo à vizinhança3. Contaminação de solo e de águas subterrâneas

Lavagem de pisos e equipamentos

Águas Efluente alcalino da lavagem do evaporador de suco (TASTE). Efluente ácido da lavagem do evaporador da fábrica de ração (WASTE).Efluentes da lavagem de outros equipamentos.

Contaminação dos corpos de água

Fábrica de óleo essencial

Águas Águas amarelas (águas usadas na extração de óleo essencial)

Contaminação dos corpos de água

Estação de tratamento de efluentes

Resíduos sólidos

Lodo da estação de tratamento biológico Contaminação do solo

Fonte: Copia parcial da Tabela 4 encontrada no Guia Técnico Ambiental da CETESB, pode ser encontrado no endereço http://www.cetesb.sp.gov.br

Page 20: Trabalho Do Mudado

6. Tratamento externo

6.1.Efluentes líquidos

A água utilizada na indústria de sucos cítricos tem um destino principal:

o uso no processamento, em contato ou não com o produto, podendo ser

captada em poços ou cursos d’água, sendo enviada para uma estação de

tratamento. A Tabela 4 a seguir apresenta as principais características do

efluente cítrico de quatro plantas industriais em um estudo feito por Guimarães

(1997):

Tabela 4. Caracterização do efluente cítrico bruto de 4 plantas industriais

Efluente Bruto Planta 1 Planta 2 Planta 3 Planta 4

DQO (mg/L) 5050,32 5543,76 5209,06 3033,97

DBO (mg/L) 2581,68 2882,91 3167,15 1752,83

pH 6,17 6,28 6.67 8,93

Vazão (m³/h) 68,05 28,59 146,55 240,62

Carga Orgânica

(Kg DBO/h)175,68 82,42 464,14 421,77

Diante das características intrínsecas dos despejos líquidos, o

tratamento dos mesmos é composto basicamente por três subsistemas:

tratamento preliminar, para separação de sólidos grosseiros, areia e gordura

carreados nos despejos; tratamento primário, realizando a equalização e

neutralização dos efluentes e um tanque séptico para esgoto sanitário, e,

finalmente, o tratamento secundário, onde ocorrerá a estabilização da matéria

orgânica através de processo biológico, proposto como última etapa de

controle. Essas etapas do tratamento serão descritas a seguir,

detalhadamente.

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6.2.Tratamento Preliminar

Nesta etapa inicial, para o tratamento do efluente de origem industrial,

utiliza-se grades e/ou peneiras para a retenção de sólidos grosseiros, sendo a

peneira estática a mais recomendada. Na entrada dessas unidades, há a

medição de vazão afluente à estação. Para isso, instala-se, normalmente,

vertedores triangulares.

No tratamento do efluente oriundo do refeitório, instala-se uma caixa de

gordura para a remoção de óleos e gorduras.

6.3.Tratamento Primário

O efluente da caixa de gordura é direcionado ao tanque séptico para

tratamento conjunto com o esgoto sanitário. O tanque séptico tem como

objetivo reter sólidos por decantação para decompor sólidos orgânicos e

acumular sólidos inertes. Entretanto, apresenta baixa eficiência para remoção

de DBO (40 a 70%), necessitando, portanto de um tratamento biológico

complementar.

O efluente industrial oriundo da etapa de gradeamento e/ou

peneiramento juntamente com os efluentes sanitário e do refeitório oriundo do

tanque séptico serão encaminhados para um tanque equalizador para

eliminação das flutuações de vazão e para homogeneização dos despejos.

Nesse tanque estabilizador ocorre ainda a correção do pH do efluente através

da adição de produtos químicos. Esta ação pode ser realizada

automaticamente através de uma bomba dosadora comandada por uma

unidade de leitura e controle de pH.

6.4.Tratamento Secundário

O tratamento biológico será responsável pela etapa final de controle,

removendo a matéria orgânica biodegradável. A remoção se dá por oxidação

biológica e para tal é recomendada para efluentes desta tipologia industrial a

implantação de um sistema de lodos ativados tipo “batelada”, através de um

processo aeróbio. As vantagens desse sistema referem-se a sua simplicidade

operacional e pela confiabilidade de um processo natural, considerando ainda,

Page 22: Trabalho Do Mudado

o baixo custo de implantação, comparado a outros métodos de tratamento, pois

não requer equipamentos sofisticados ou capacitação especial dos operadores.

O princípio do processo de lodos ativados com operação intermitente

consiste na incorporação de todas as unidades, processos e operações,

normalmente associados ao tratamento convencional de lodos ativados, em um

único tanque. Utilizando um tanque único, esses processo e operações passam

a ser simplesmente seqüências no tempo, e não unidades separadas como

ocorre nos processos convencionais de fluxo contínuo.

O processo consiste de um reator de mistura completa onde acontecem

todas as etapas do tratamento. Isto é conseguido através do estabelecimento

de ciclos de operação com durações definidas. A massa biológica permanece

no reator durante todos os ciclos, eliminando, dessa forma, a necessidade de

decantadores em separado. Os ciclos normais de tratamento são:

enchimento (entrada de esgoto no reator, após tratamento

preliminar/primário);

aeração (aeração/mistura da massa líquida contida no reator);

sedimentação (sedimentação e separação dos sólidos em suspensão do

esgoto tratado);

esvaziamento (retirada do esgoto tratado do reator);

repouso (ajuste de ciclos e remoção do lodo excedente para leito de

secagem).

Além do sistema de lodos ativados, pode-se usar as lagoas de

estabilização. Cabe salientar que as lagoas, constituem um sistema que requer

elevada disponibilidade de área e podem causar incômodos à vizinhança, em

função de má operação ou dimensionamento inadequado, criando áreas de

anaerobiose e emissão de H2S (ácido sulfídrico).

Após a unidade de tratamento biológico, recomenda-se novamente a

instalação de vertedores triangulares para realizar a medição da vazão do

efluente.

Page 23: Trabalho Do Mudado

6.5.Tratamento Terciário

O tratamento terciário é empregado para a remoção de substâncias

resistentes ao tratamento secundário, tais como as que conferem cor ao

efluente. É uma unidade opcional, e seu emprego dependerá das

características do efluente a ser tratado.

A figura 4 apresenta um esquema do sistema de tratamento de efluentes

líquidos de uma indústria de sucos cítricos.

Figura 4. Estação de Tratamento de efluentes líquidos de indústria de sucos

cítricos

No monitoramento desse sistema de tratamento, os parâmetros pH,

temperatura, sólidos em suspensão, DBO5, DQO e óleos e graxas são

analisados no início da instalação/operação do sistema. As amostragens

Page 24: Trabalho Do Mudado

podem ser realizadas em pontos específicos: no ponto de coleta do efluente

bruto e após o tratamento secundário.

Após passagem pelo sistema de tratamento proposto, os despejos

líquidos deverão possuir características apropriadas para lançamento em corpo

receptor. A legislação vigente sobre efluentes baseia-se na Resolução

CONAMA 357, de 17 de Março de 2005 - Dispõe sobre a classificação dos

corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como

estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras

providências.

6.6.Resíduos sólidos

Os resíduos sólidos gerados por essa tipologia industrial é mínimo.

Entretanto, não devem ser tratados com menor importância: devem ser

dispostos adequadamente de forma a não comprometer o meio ambiente.

Os resíduos sólidos compostos por metais, plásticos, papel, papelão,

vidros e embalagens devem ser destinados ao aterro sanitário ou para a

incineração. Uma outra alternativa é destiná-los para associações de catadores

ou programas de coleta seletiva para uma posterior reciclagem.

O lodo gerado nas unidades de tratamento de efluentes líquidos –

tratamento biológico – pode ter diferentes destinos de acordo com sua

composição. A compostagem é recomendada quando se deseja aproveitar o

lodo para posterior aplicação no solo. Outros destinos do lodo destacam-se

produção de cimento, tijolos e aterro sanitário.

A cinza ou fuligem gerada nas caldeiras pode ser aplicada no solo após

um processo de compostagem. Além disso, pode ser destinada para a

incineração ou para o co-processamento em fornos de cimento.

Para maiores detalhes, deve-se recorrer à série de normas 10.004 a

10.007 da Associação Brasileira de Normas Técnicas ( ABNT) que aborda a

classificação de resíduos, a partir da qual pode-se definir a disposição final

mais adequada para cada tipo de resíduo sólido.

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6.7.Emissões atmosféricas

A maior parte das emissões atmosféricas da indústria de sucos cítricos é

proveniente das caldeiras. A Tabela 5 a seguir apresenta os principais gases

emitidos e os equipamentos de controle.

Tabela 5: Emissões atmosféricas provenientes das caldeiras

EMISSÕES TRATAMENTO

Material Particulado (MP) Ciclone, Multiciclones, Precipitador Eletrostático

SO x Filtro de Tecido, Lavador de Gases

NO x Filtro de Tecido, Lavador de Gases

Odor e Compostos

Orgânicos Voláteis (VOC)

Oxidação Térmica, Biofiltração, Lavador de

Gases

No tratamento com o Ciclone, o efluente é forçado a passar, em

movimento tangencial, por um duto, onde é formado um vórtex que proporciona

a sedimentação de partículas que são recolhidas na base do equipamento. É

pouco eficiente na remoção de partículas pequenas, entretanto é o mais

empregado por ser de baixo custo e fácil operação e construção.

O precipitador eletrostático tem como princípio a criação de um campo

eletrostático que carrega as partículas, que são atraídas por placas eletrizadas,

ficando aderidas a estas. As partículas são, posteriormente, retiradas das

placas e encaminhadas para tratamento adequado ou para aterros sanitários.

Apesar do seu elevado custo e de ocupar grande área apresenta eficiência de

99,5% na remoção de material particulado.

Uma outra alternativa muito utilizada é a instalação de filtros ao lado da

fonte poluidora, podendo descarregar o ar filtrado no próprio ambiente.

Os padrões de emissão constituem-se na estratégia básica do Programa

Nacional de Controle da Qualidade do Ar-PRONAR, instituído pelo Conselho

Nacional de Meio Ambiente –CONAMA, através da Resolução CONAMA n°5,

de 15 de junho de 1989. A estratégia básica do programa é a de limitar, em

nível nacional, as emissões por tipologia de fontes e poluentes prioritários,

reservando o uso dos padrões de qualidade do ar como ação complementar de

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controle. A Resolução CONAMA 5/89 estabeleceu também as condições de

aplicação dos padrões de emissão, ou seja, os padrões deverão ser

diferenciados em função da classificação de usos pretendidos paras as

diversas áreas e serem mais rígidos paras as fontes novas de poluição.

7. Controle Preventivo

7.1.Efluentes líquidos

Reduzir e controlar o volume de efluentes é uma das etapas mais

importantes do processo industrial, pois facilitam o tratamento de efluentes do

processo industrial. Algumas medidas gerais têm o objetivo de reduzir e

controlar os efluentes líquidos da indústria de sucos, tais como:

Identificar as mudanças viáveis no processo produtivos e as

necessidades de manutenção dos equipamentos danificados;

Implantação de programas educacionais destinados aos operadores,

com o intuito de conscientizá-los sobre a importância do uso racional

dos recursos naturais e da proteção do meio ambiente;

Treinamento dos funcionários envolvidos diretamente na produção,

voltado à correta operação e manutenção dos equipamentos e

instalações;

Instalação de dispositivos para controlar o nível em unidades passíveis

de transbordamento acidental;

Manter em boas condições de uso e funcionamento os equipamentos e

tubulações, de modo a evitar perdas por vazamento;

Instalar e controlar válvulas de fechamento automático em todas as

mangueiras de água, de modo a impedir escoamento quando

desnecessário;

Podem-se citar como possíveis mudanças no processo industrial, as

seguintes medidas:

Uso do condensado para lavagem de frutas: prática adotada pela

maioria das empresas processadoras de suco. A lavagem é realizada

com o uso do condensado que sai da etapa de concentração do suco de

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laranja. O condensado, antes de ser reutilizado, passa por desinfecção

como UV, dióxido de cloro e ozonização;

Reposição da água de caldeira com o condensado: como a água já sai

com uma temperatura inicial mais alta que a temperatura ambiente,

reduz-se o choque térmico na entrada da caldeira e gasta-se menos

energia para gerar vapor. Um cuidado necessário é analisar o

condensado quanto ao seu teor de sódio, para diminuir a ocorrência de

incrustações;

Uso do condensado para preparar a solução de limpeza dos

equipamentos: O condensado é usado para preparar a solução de

limpeza composta de NaOH ou KOH na concentração de 0.7 a 1.0%,

dependendo da indústria;

Uso do condensado para limpeza de pisos: O condensado que não foi

aproveitado nas operações anteriores é usado para limpar os pátios e

pisos da planta.

As medidas citadas acima já são empregadas na maioria das indústrias

nacionais de suco.

Resíduos Sólidos

Procedimentos padronizados na operação dos equipamentos,

treinamento operacional dos funcionários, conscientização dos operadores,

melhor planejamento da produção para evitar desperdícios e substituição de

equipamentos com defeitos ou pouco eficientes, são maneiras que contribuem

para reduzir a geração de resíduos sólidos.

Todos os rejeitos, tais como frutos cortados, amassados e estragados,

casca e sementes são utilizados para a fabricação de ração. Pode-se dizer que

as empresas aproveitam quase que integralmente os resíduos gerados no

processo industrial.

Para reduzir a geração dos rejeitos, oriundos das calhas transportadoras

de laranja entre os bins e os classificadores, devem-se melhorar a geometria

das calhas, eliminando cantos vivos e um afunilamento mais suave. Assim,

reduz a quantidade de frutas cortadas e amassadas e consequentemente eleva

o rendimento do processo. A mudança na geometria das calhas ainda é uma

medida em fase de testes. Logo, ainda não foi implantada nas indústrias.

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7.2.Emissões Atmosféricas

A principal fonte de emissões atmosféricas na indústria de sucos é a

caldeira, por isso deve-se minimizar a geração da poluição na fase da caldeira,

selecionando equipamentos e combustíveis mais apropriados. Procedimentos

que garantem uma otimização da operação das caldeiras também devem ser

adotadas para reduzir as emissões atmosféricas.

Redução no uso de produtos químicos

Equalização do pH dos efluentes sem a adição de produtos químicos:

utilizando as correntes ácidas que são provenientes da produção de

suco e as alcalinas oriundas da fábrica de ração, pode-se reduzir o uso

de produtos químicos para acerto de pH;

Recuperação da soda cáustica da solução de limpeza: A solução

cáustica gasta é tratada e concentrada, podendo ser reutilizada no

processo. No mercado, há vários fornecedores com sistemas que

permitem este procedimento.

As medidas de redução no uso de produtos químicos ainda são

utilizadas em poucas indústrias nacionais, mas que possuem alto potencial

para serem implantadas com o objetivo de reduzir os poluentes.

Page 29: Trabalho Do Mudado

8. Bibliografia

ESALQ. Cadeia Agroindustrial de Citros. Disponível em:

<cepea.esalq.usp.br/citros/cadeia_citros.pdf>. Acesso em: 18 nov. 2011.

GOMES, Marina da Silveira. Estudo da Pasteurização de Suco de Laranja

Utilizando a Ultrafiltração. Disponível em:

<www.lume.ufrgs.br/handle/10183/12560>. Acesso em: 18 nov. 2011.

REZZADORI, K.; BENEDETTI, S.. Proposições para Valorização de

Resíduos do Processamento do Suco de Laranja. Disponível em:

<www.advancesincleanerproduction.net/.../K.%20Rezzadori%20>. Acesso em:

18 nov. 2011.

CETESB. Sucos Cítricos. Disponível em:

<www.crq4.org.br/downloads/sucos_citricos.pdf>. Acesso em: 18 nov. 2011.