Universidade de BrasíliaInstituto de Psicologia

Curso de Especialização em Psicologia Clínica e Institucional

Disciplina: Psicologia do Gênero e EscolarizaçãoProfessora: Maria Helena FáveroAluna: Flávia Viana Basso 09/16734

Trabalho Final

Unidade 1

1) Texto: Rohden, F. (2002) Ginecologia, gênero e sexualidade na ciência do século XIX. Horizontes antropológocos, v. 8, n. 17, PP. 101-125.

2)O texto escolhido traz uma abordagem histórica da ginecologia e como este ramo da medicina se

estabeleceu ao longo dos anos paralelamente à construção dos significados de homem e mulher. O tema desperta interesse, pois resgata os princípios do conceito fisiológico das diferenças entre os gêneros.

Em seu texto, a autora descreve os primórdios da ginecologia e como este campo se estabeleceu historicamente. Ela relata que “a mulher é tratada no discurso médico como eminentemente presa à função sexual/reprodutiva, diferentemente do homem” (p. 107). O interessante de sua descrição é a abordagem dada à construção das diferenças. A biologia e a medicina foram construindo periodicamente a “virilidade” masculina e a “fragilidade” feminina, defendendo essas teorias e validando diferenças entre homens e mulheres.

3)Durante a leitura do texto é possível identificar como a questão da diferença foi se estabelecendo

fisicamente e moralmente na sociedade. A autora descreve os conceitos de ginecologia, andrologia, sexualidade e reprodução. Retrata estes temas para elucidar a construção das diferenças de gênero e nos traz a seguinte constatação: “a mulher seria determinada, em seu corpo e mente, pela função sexual, fazendo com que sua fisiologia e patologia sexual afetassem o seu comportamento e tendo consequências sociais e morais que não teriam paralelo no caso do homem.” Durante a leitura do artigo é possível estabelecer relações com a tese de naturalização do ser homem e ser mulher, e como está foi sendo assimilada e impregnada nos saberes e costumes de nossa sociedade.

Unidade 2

1) Texto: Sarti, C. A. (2004) O feminismo brasileiro desde os anos 1970: revisitando uma trajetória. Revista de Estudos Femininos, v. 12, n. 2, Florianópolis.

2)

O texto foi escolhido pois desperta o interesse para o percurso histórico do feminismo, a partir dos anos 70, de uma perspectiva da realidade brasileira. A autora tem como objetivo do texto “ressaltar a particularidade do feminismo como uma experiência histórica que enuncia genérica e abstratamente a emancipação feminina e, ao mesmo tempo, se concretiza dentro de limites e possibilidades, dados pela referência a mulheres em contextos políticos, sociais, culturais e históricos específicos” (Sarti, 2004, p. 36).

Sarti (2004) descreve em seu texto como o feminismo vai adquirindo espaço desde o tempo da revolta com a opressão da ditadura militar até os anos noventa quando há bem mais espaço para discutirem questões de gênero. Paralelo a este relato histórico aponta em seu texto as particularidades do feminismo e como este se constrói de acordo com a cultura de cada povo. Defende que “as mulheres não constituem uma categoria universal, tornam-se mulheres em contextos sociais e culturais específicos” (p. 44).

3) O texto traz importantes conceitos a serem refletidos. Primeiramente a questão do feminismo e a necessidade de haver um olhar social e cultural das idéias defendidas. Resgata a questão da significação de determinados valores e como estes variam de acordo com as distintas sociedades e por fim, traz para reflexão para o “princípio abstrato da igualdade e da liberdade”. De maneira clara, a autora nos mostra historicamente como foi se consolidando o feminismo no Brasil, mas nos elucida que as idéias defendidas aqui são construídas de acordo com a cultura em que vivemos e em que nos consolidamos. Esta análise é compatível com o estudo que realizamos ao longo da disciplina, pois nos faz perceber que a todo momento damos significado a valores e comportamentos que se constroem historicamente.

Unidade 31) Texto: Sabat, R (2001) Pedagogia cultural, gênero e sexualidade. Estudos Feministas, ano 9, vol. 1, 9 -21.

2)O texto de Ruth Sabat traz uma reflexão sobre a publicidade e seu papel na consolidação dos papéis

de gênero na sociedade. A autora analisa em imagens publicitárias as representações de gênero e sexualidade. Defende que o “discurso publicitário opera com o objetivo de re/afirmar valores e hábitos” (p. 10). Também faz uma análise do texto escrito e da imagem e como estes dois pontos estão relacionados na significação do que está sendo mostrado. A autora trabalha a perspectiva de gênero numa abordagem pós-estruturalista, em que rejeita-se o determinismo biológico e analisa as diferenças de um ponto de vista relacional.

3)O ponto de grande relevância em seu texto é a tese da naturalização e da heteronormatividade,

assuntos abordados ao longo da disciplina. Esses conceitos nos fazem refletir como valores são construídos socialmente e viram temas “naturais”. A autora defende que as “identidades sexuais não são naturais e sim adquiridas, elas são constituídas em meio a representações culturais e a relações de poder estabelecidas por um sistema de significados dominante, que impõe formas de comportamento e naturaliza relações que são construídas” (p. 17). Textos assim nos fazem refletir em nossos comportamentos e atitudes diárias como cidadão e consumidores, analisando que simples imagens e propagandas são carregadas de significados e símbolos construídos historicamente.

Unidade 41) Fávero, MH. (2002) & Abrão, LGM. (2006) “Malhando o Gênero”: O Grupo Focal e os Atos da Fala na Interação de Adolescentes com a Telenovela. Psicologia: Teoria e Pesquisa, vol. 22 n. 2. PP. 175 – 182.

Unidade 51)