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KÁTIA CILENE RIBEIRO DE SOUZA OLIVEIRA O FRISO NA DECORAÇÃO DE INTERIORES COMO SENSORES PARA DEFICIENTES VISUAIS UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E ARTES CURSO DE ARTES VISUAIS- BACHARELADO Campo Grande 2013

Trabalho final katia monografia 11032013 02

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KÁTIA CILENE RIBEIRO DE SOUZA OLIVEIRA

O FRISO NA DECORAÇÃO DE INTERIORES COMO SENSORES PARA DEFICIENTES VISUAIS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E ARTES

CURSO DE ARTES VISUAIS- BACHARELADO Campo Grande

2013

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KÁTIA CILENE RIBEIRO DE SOUZA OLIVEIRA

O FRISO NA DECORAÇÃO DE INTERIORES COMO SENSORES PARA DEFICIENTES VISUAIS

Trabalho Final de Curso apresentado à Comissão Examinadora como requisito à obtenção do título de Bacharel em Artes Visuais na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Departamento de Comunicação e Artes. Orientador: Profº Elomar Bakonyi

Campo Grande-MS

2013

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KÁTIA CILENE RIBEIRO DE SOUZA OLIVEIRA

O FRISO NA DECORAÇÃO DE INTERIORES COMO SENSORES PARA DEFICIENTES VISUAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Comissão Examinadora como requisito à obtenção do título de Bacharel em Artes Visuais na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Departamento de Comunicação e Artes.

COMISSÃO EXAMINADORA

________________________________ Profº Esp. Elomar Bakonyi

________________________________ Profº Dr. Paulo César Duarte Paes

________________________________ Profª Drª. Carla Maria Buffo de Cápua

Campo Grande-MS,_____de _____________2013.

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Dedico à minha família, esposo e filhos, pessoas que me incentivaram, acreditaram no meu potencial e, sobretudo, de quem furto horas de carinho e atenção para que pudesse vencer esta batalha.

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AGRADECIMENTOS

Ao bondoso Deus, fonte da minha vida e Mestre dos Mestres.

À minha família, esposo e filhos, pessoas que me incentivaram, acreditaram

no meu potencial e, sobretudo, de quem furtei horas de carinho e atenção para que

fosse possível vencer esta batalha.

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RESUMO

Este trabalho tem por objetivo desenvolver uma proposta de baixos relevos, em forma de frisos, que poderão servir de sensores para deficientes visuais. Justifica-se, pois a simetria é algo que tem uma presença importante na arte e na natureza. É um fio que atravessa muitas expressões do saber e do sentir. A partir disso buscou-se algo que pudesse ser desenvolvido profissionalmente e que tivesse uma aceitação no mercado de arte, assim como no mercado da arquitetura e na decoração de interiores. Por identificar mais com expressões plásticas tridimensionais, expressões plásticas e gráficas bidimensional e a escultura, optou-se em aprofundar o estudo em frisos. Pesquisando obras de volumetria, a atenção voltou-se para o quanto poderia produzir num trabalho voltado a decoração de interiores, que não tivesse apenas uma função estética, mas funcional. Considerando as grandes possibilidades das variações das formas trabalhadas nos frisos, podem levar o observador a fazer sua própria leitura, uma ação individual que muitas vezes faz com que ele compartilhe com o colega do lado as informações visuais obtidas ou mesmo apenas contemple. Os objetivos propostos foram atingidos, momentos em que a autora teve a oportunidade de analisar e transmitir às pessoas sugestões de baixos relevos, que incluirão todos ao redor, porém o foco principal são os deficientes visuais. O fato de a autora ter facilidades com a arte em baixos relevos e enquanto boa apreciadora de obras que tratam de volumetria partiu para a forma de frisos, pois além de ser um produto apaixonante das artes plásticas e também da arquitetura serve como indicação de direção. Portanto, a mesma se dedicou a fazer decorações de interiores, que tivessem duas finalidades: estética e funcional. Este trabalho, além de valorizar as artes visuais em si, é voltado para toda a sociedade, principalmente os deficientes visuais, que vão poder fazer sua própria leitura com as suas mãos, levando assim informações a ele e para outros. Palavras-chave: Arte visual; Frisos; Sensores; Deficiente visual.

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ABSTRACT This study aimed to develop a proposal of bas-reliefs, in the form of friezes, which could serve as sensors for visually impaired people. Justified, because the symmetry is something that has a major presence in art and nature. It is a thread that runs through many expressions of knowledge and experience. From this we sought something that could be developed professionally and had an acceptance in the art market, as well as the market of architecture and interior decoration. For expressions identify more with plastic three-dimensional, two-dimensional graphics and plastic expressions and sculpture, it was decided to further study in friezes. Searching works volumetric, attention turned to how much it could produce a work oriented interior decoration, which had not only an aesthetic function, but functional. Considering the great possibilities of variations in shapes worked in friezes, can lead the viewer to make their own reading, an individual action that often causes it to share with fellow-side visual information obtained or even just contemplate. The proposed objectives were achieved, moments in which the author had the opportunity to analyze and give people suggestions of bas-reliefs, which will include all around, but the main focus are visually impaired. The fact that the author Tues facilities with art in low relief and while appreciative of good works that deal with volumetric left for the form of beads, as well as being a product of passionate art and architecture also serves as an indication of direction. Therefore, it is dedicated to interior decorations, which had two purposes: aesthetic and functional. This work, as well as enhancing the visual arts in itself is facing all of society, especially the visually impaired, you will be able to do your own reading with their hands, thus bringing information to him and to others. Keywords: Visual arts; Friezes; Sensors; Impaired visual.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fachada do Parthenon..........................................................................

Figura 2 – Templo de Ártemis em Éfeso................................................................

Figura 3 – Tempo de Zeus em Olímpia..................................................................

Figura 4 – Colunas coríntias...................................................................................

Figura 5 – Estilos gregos de colunas.....................................................................

Figura 6 e 7 – Fragmentos com friso feito em 440 a.C., esculpido em mármore...

Figura 8 – Pia batismal Reiner Van Huy................................................................

Figura 9 - Janelas cobertas por linhas entrelaçadas e rendilhadas da Saint

Chapelle, Paris 1248..............................................................................................

Figura 10 – Catedral de Notre Dame de Paris 1163-1250.....................................

Figuras 11 e 12 – A morte da virgem.....................................................................

Figura 13 - Natividade e pastores, 1260................................................................

Figura 14 – Catedral Santa Maria del Fiore ou Duomo de Florença.....................

Figura 15 – Capela construída para a Família dos Pazzi, em Florença.................

Figura 16 – Desenhos projetos dos Frisos.............................................................

Figura 17 – Frisos direcionais I.............................................................................

Figura 18 – Ondas de frisos...................................................................................

Figura 19 – Escadaria de frisos.............................................................................

Figura 20 – Escadaria de frisos..............................................................................

Figura 21 – Flores de frisos...................................................................................

Figura 22 – Frisos direcionais II.............................................................................

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................

1 FRISOS NA HISTÓRIA DA ARTE E ARQUITETURA........................................

1.1 CONCEITOS.....................................................................................................

1.2 A ORDEM DÓRICA...........................................................................................

1.3 A ORDEM JÔNICA...........................................................................................

1.4 A ORDEM CORÍNTIA.......................................................................................

1.5 O FRISO DESDE A ANTIGUIDADE NA VISÃO DE GOMBRICH...................

2 FRISO COMO SENSORES PARA DEFICIENTES VISUAIS............................

2.1 CONTEXTUALIZANDO A CEGUEIRA AO LONGO DA HISTÓRIA................

2.2 ACESSIBILIDADE, DEFICIÊNCIA VISUAL E O DIREITO DE INCLUSÃO...

3 O PROCESSO CRIATIVO...................................................................................

3.1 MATERIAL UTILIZADO.....................................................................................

4 RESULTADOS DOS TRABALHOS DESENVOLVIDOS....................................

4.1 DEFICIENTE VISUAL TESTANDO A PROPOSTA FRISOS DE BAIXOS

RELEVOS...............................................................................................................

CONCLUSÃO.........................................................................................................

REFERÊNCIAS.......................................................................................................

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INTRODUÇÃO

Com as vivencias que tive nos últimos anos, procurei aproveitar algumas

áreas com as quais mais me identifico como, as expressões plásticas

tridimensionais, expressões plásticas e gráficas bidimensional e a escultura.

Pesquisando obras que tratam da volumetria, chamou-me a atenção o quanto

poderia produzir num trabalho voltado à decoração de interiores, que não tivesse

apenas uma função estética, mas funcional.

No entanto, conversando com profissionais da arquitetura assim como das

artes plásticas, decidi desenvolver uma proposta de baixos relevos, em forma de

frisos, que poderão ser organizados aleatoriamente, seja de forma vertical, diagonal

ou horizontal, e de forma isolada, ou melhor, com interrupções possibilitando uma

gama de opções no ambiente de acordo com as limitações dos espaços propostos.

O friso nos remete a um sentido de direção, no entanto, o mesmo aplicado em

ambientes de uma edificação comercial, poderia ter uma relação entre uma obra de

arte e a função indicatória.

O processo criativo será desenvolvido de acordo com algumas instituições

escolhidas, tanto publica quanto privada, como consultórios médicos, hospitais,

escolas, institutos para cegos entre outros, sem um critério neste primeiro momento.

Não se tem intenção de trabalhar temáticas especificas nos frisos, mas elementos

que poderão ser aplicados em qualquer ambiente com uma preocupação com o

material, que seja lavável, pois o mesmo estará ao alcance de todos, exposto a

toques pelas paredes assim como estar em ambientes reservados para as escadas.

Em alguns casos específicos, como corredores de hospitais, por exemplo, terei que

propor algo com um diferencial, pois os volumes podem acumular poeiras, o que não

impede de aplicá-los protegidos por vidro.

Entre formas geométricas e orgânicas, poderei ter uma gama de

possibilidades no processo criativo, seja elas gráficas ou a partir de sulcos

esculpidos assim como aplicações em alto relevo na base.

Em algumas pesquisas de campo feitas em repartições públicas, consultórios

médicos, entre outros, pude observar que era ínfimo o número de obras, ou mesmo

objetos artísticos dispostos, sejam no ambiente de espera ou mesmo nas salas de

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atendimento e corredores. Não passaram de sancas de gesso, pinturas texturizadas

nas paredes com jogos de cores e, quando muito, um televisor para “ludibriar” o

período de espera.

O estudo tem por objetivo desenvolver uma proposta de baixos relevos, em

forma de frisos, que poderão servir de sensores para deficientes visuais.

Considerando as grandes possibilidades das variações das formas trabalhadas nos

frisos, podem levar o observador a fazer sua própria leitura, uma ação individual que

muitas vezes faz com que ele compartilhe com o colega do lado as informações

visuais obtidas ou mesmo apenas contemple.

Justifica-se, pois a simetria é algo que tem uma presença importante na arte e

na natureza. É um fio que atravessa muitas expressões do saber e do sentir. A partir

disso buscou-se algo que pudesse ser desenvolvido profissionalmente e que tivesse

uma aceitação no mercado de arte, assim como no mercado da arquitetura e na

decoração de interiores. Por identificar mais com expressões plásticas

tridimensionais, expressões plásticas e gráficas bidimensional e a escultura, optou-

se em aprofundar o estudo em frisos. Pesquisando obras de volumetria, a atenção

voltou-se para o quanto poderia produzir num trabalho voltado para a decoração de

interiores, que não tivesse apenas uma função estética, mas funcional.

Portanto, este trabalho, além de valorizar as artes visuais em si, é voltado

para toda a sociedade, principalmente os deficientes visuais, que vão poder fazer

sua própria leitura com as suas mãos, levando assim informações a ele e para

outros.

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1 FRISOS NA HISTÓRIA DA ARTE E ARQUITETURA

1.1 CONCEITOS

Friso (do veneziano friso) é, em arquitetura, a parte plana do entablamento,

entre a cornija e a arquitrave. No sentido comum, é uma faixa para divisão ou

ornamentação de uma superfície de parede, geralmente na parte superior. Na

arquitetura contemporânea pode ser um relevo ou ornamentação em paredes ou

móveis. Podem ser também uma simetria. Entablamento, presente nos templos

gregos, constitui-se do conjunto de arquitrave, friso e cornija (UNIVERSO DA ARTE,

2012).

O elemento arquitetônico cornija é uma faixa horizontal que se destaca da

parede, a fim de acentuar as nervuras nela empregadas. Conjunto de molduras

salientes que servem de arremate superior às obras de arquitetura (VALENTE,

2012).

A arquitrave é uma trave horizontal que se apoia em duas ou mais colunas,

cuja origem remonta à arquitetura clássica, mas que continuou presente em quase

todos os estilos dela derivados (WIKIPEDIA, 2012). Na arquitetura entablamento

designa o conjunto formado pela arquitrave, friso e cornija, que são elementos

horizontais que se assentam sobre as colunas ou pilares (UNIVERSO DA ARTE,

2012).

Conforme Luna (2012, p. 3):

O Friso assim é horizontal, contínuo, linear. Os desenhos dos frisos assumem diversas formas através da história da arquitetura. Porém, é clássico o desenho do Partenon. As 92 métopas do friso exterior representam a luta dos Centauros com os Lápitas, a Gigantomaquia, o Amazonomaquia e outros combates; o pedimento do lado nascente, o nascimento de Atena, e o do lado poente, a luta entre a deusa e Poseidon, pela posse da cidade; o friso exterior, o procissão das Panateneias, com os deuses a observá-la. Assim, a linearidade dos acontecimentos do friso misturam história e mito, num tempo contínuo.

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Os frisos são padrões em que existem apenas translações de simetria numa

direção, sendo frequentes em obras de arte, arquitetura, tecidos, azulejos e

artesanato (LUNA, 2012).

1.2 A ORDEM DÓRICA

A ordem dórica é a mais antiga das três ordens arquitetônicas gregas. Dentre

suas características é possível citar as colunas desprovidas de base, capitel

despojado, arquitrave lisa, friso com métopas e tríglifos, e mútulos sob o frontão

(BOLSANELLO, 2012).

A construção de pórticos que ficavam nas entradas dos templos compunha-se

de um embasamento de onde nascia um renque de colunas, sobre as quais se

assentava um entablamento que por seu turno era subdividido em três partes

distintas: arquitrave, friso e cornija. A este conjunto se dominava “ordem”, em razão

da sua invariabilidade e constância de certas medidas, proporções e detalhes

(BOLSANELLO, 2012).

A fisionomia da ordem dórica era a seguinte:

[...] a coluna desprovida de base, arrancava livre do solo, toda riscada de caneluras, para terminar em cima por um equino (espécie de anel) sobre o qual descansava em um ábaco quadrado, cuja função parecia ser a diminuição do vão entre as colunas. A arquitrave lisa, não suporta diretamente a cornija, havendo entre elas o friso, que nada mais é do que uma proporção predominantemente horizontal, divididos em quadrados que se alternavam, ora estirados no sentido vertical, ora trabalhados em baixo-relevo. A cornija que se sobrepõe ao conjunto, arrematando-o, está balanceada sobre o friso, ostentando em sua face, que olha para o chão, uma decoração escultórica se assemelhando muito a gotas que estão para cair (CARVALHO, p. 153).

Conforme o autor acima, esta ordem deriva diretamente dos antigos templos

de madeira. Nas fachadas dos templos, a este conjunto se sobrepunha o frontão, um

grande triângulo de alvenaria que podia ou não, ter a sua superfície fartamente

decorada e que servia para esconder o telhado.

A ordem dórica sofreu, no decorrer do tempo, uma série de modificações e

variações em alguns dos seus elementos, mas nenhuma delas capaz de lhe

desfigurar o conjunto. São exemplos típicos desta ordem, os templos de Atena em

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Corinto, o de Apolo em Delos, e o de Selimunte, entre muitos outros. No entanto, o

período áureo desta ordem pode ser apresentado pelo Parthenon (CARVALHO,

1964).

Figura 1 – Fachada do Parthenon

Fonte: Google (2012).

O Parthenon era na época o mais importante dos templos, sendo erigido em

homenagem à deusa virgem Atena, protetora da cidade, tendo levado dez anos a

sua construção. Media sessenta e oito metros de comprimento por trinta de largura,

com uma altura de dezoito metros e contornado por um pórtico de quarenta e oito

colunas, sendo oito em cada uma de suas fachadas principais (CARVALHO, 1964).

Na decoração entalhada no Parthenon encontra-se nos frisos e nos frontões:

no friso exterior estão representadas quatro lendas bélicas - na fachada meridional,

a luta dos Centauros contra os Lápitas, na fachada ocidental a luta dos gregos

contra as Amazonas, na fachada setentrional a tomada de Tróia e na fachada

oriental a luta dos Deuses contra Gigantes; no friso interior, ao longo da parte

superior das paredes exteriores da cella, situa-se o friso jônico contínuo da

Procissão das Grandes Panateneias (personagens e animais, organizados em

desfile transportando o novo manto em ouro que as jovens atenienses ofereciam à

deusa Atena, de quatro em quatro anos); no frontão este está representado o

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nascimento de Atena, saindo da cabeça de seu pai, Zeus, e no frontão oeste, a

disputa da Ática por Atena e Poseídon.

1.3 A ORDEM JÔNICA

A ordem jônica é uma das ordens arquitetônicas clássicas. Suas colunas

possuem capitéis ornamentados com duas volutas, altura nove vezes maior que seu

diâmetro, arquitrave ornamentada com frisos e base simples (CARVALHO, 1964).

Esta ordem se caracteriza pela graça e elegância em contraposição à força e à energia da dórica. Foi chamada por Choisy – e com muita propriedade – de “dialeto asiático da arquitetura”. De fato, esta ordem vem das esculturas hititas de Pterium, de Neandria e de Lesbos, onde a voluta já se desenha livremente. a sua arquitrave recorda a viga de Persépolis e de Susa, assim como os seus dentículos, que dali também se derivam (CARVALHO, 1964, p. 157).

Tal como o dórico, a ordem jônica também parece reproduzir as antigas

estruturas lenhosas, trazendo em sua essência o espírito oriental dos monumentos

persepolitanos. Dos capitéis fenícios de Chipre aos pré-históricos de Neandria a

distância é pequena, mas destas aos do Templo Erécteo – o exemplar mais puro da

ordem jônica – ela quase se anula (CARVALHO, 1964).

Figura 2 – Templo de Ártemis em Éfeso

Fonte: Goolge (2012)

O Templo de Ártemis era uma homenagem à deusa grega com o mesmo

nome. Era localizado em Éfeso e destacou-se pela grandiosidade arquitetônica

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(INFOESCOLA, 2012). Após os 200 anos de construção, o resultado da obra foi

encantador. Era composto por 127 colunas de mármore em estilo jônico dispostas

em filas duplas, todas decoradas com obras de arte, tendo cada uma 20 metros de

altura. Tinha 138 metros de comprimento e 71,5 metros de largura (GASPERETTO

JUNIOR, 2012).

Templo de Ártemis passou por duas grandes destruições. Duzentos anos após sua construção, um grego chamado Heróstrato, com o intuito de se tornar imortal, incendiou o templo, em 356 a.C.. O estrago causado por Heróstrato levou 20 anos para ser reparado, ação promovida por Alexandre III da Macedônia. Mas no século III d.C. veio a grande queda, na época os godos invadiram as províncias romanas na Ásia Menor e na península balcânica e arrasaram o Templo de Ártemis em 262 (GASPARETTO JUNIOR, 2012).

Atualmente, segundo Gasparetto Junior (2012), o que resta do Templo de

Ártemis são algumas esculturas e objetos que estão expostos no Museu Britânico,

em Londres, e uma única coluna do templo, que se manteve firme após tantos

terremotos e saques no local. Conhece-se bem o Templo de Ártemis, pois há uma

documentação muito bem detalhada sobre essa maravilha do mundo antigo.

1.4 A ORDEM CORÍNTIA

A ordem coríntia é a mais ornamentada das três ordens arquitetônicas

gregas. As colunas, de ordem coríntia, têm de 9 a 11 vezes a medida do diâmetro da

base. Exemplos de templos de ordem coríntia são: Templo de Zeus e Templo de

Apolo (BOLSANELLO, 2012).

Figura 3 – Tempo de Zeus em Olímpia (com frontões e frisos)

Fonte: Google (2012)

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O Templo de Zeus em Olímpia (ou Olympieum) era o centro religioso do local

e foi construído entre 470 a.C. e 456 a.C. pelo arquiteto Libon de Elis. Foi construído

na ordem dórica e tinha seis colunas frontais e treze de cada lado, e única entrada

era na fachada oriental, à qual se tinha acesso por uma grande rampa. Os grupos

escultóricos dos pedimentos, considerados hoje a obra-prima do estilo Severo,

esculpidos pelo Mestre de Olímpia, mostravam a corrida de bigas entre Pélops,

criador dos Jogos Olímpicos, e Enômao, rei de Pisa, e as métopas estavam

decoradas com as cenas dos "doze trabalhos de Hércules"(WIKIPEDIA, 2012).

De acordo com Wikipedia (2012), o grande atrativo para os visitantes do

templo era a monumental estátua de Zeus, do escultor Fídias: possuía doze metros

de altura e era toda de ouro e marfim. Não era sem motivo que era uma das sete

maravilhas do mundo antigo.

A estátua foi destruída em um incêndio e o templo pereceu num terremoto no

século V d.C. Porém o geógrafo grego Pausânias, em sua Descrição da Grécia, nos

deu uma visão detalhada do templo, o que nos possibilita reconstruí-lo em seu

aspecto original (WIKIPEDIA, 2012).

Figura 4 – Colunas coríntias

Fonte: Pereira et al (2012)

O primeiro capitel coríntio foi executado por um ourives de Coríntio

(Calímaco) e que foi o autor da lâmpada de ouro que iluminava o erécteo. Embora

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seja que este capitel já existisse antes de Calímaco, vale a lenda no que se refere à

sua origem metálica. As formas frágeis e os finos detalhes deste capitel são muito

menos apropriados para terem nascido do mármore do que do metal (CARVALHO,

1964).

As colunas que sustentavam os templos eram formadas por três partes: base,

fuste e capitel.

Figura 5 – Estilos gregos de colunas

Fonte: Bocchese (2013)

As colunas apresentavam formas diferentes, caracterizando-se três estilos

gregos: dórico, jônico e coríntio. Os templos também possuíam frisos e frontões, que

eram ricamente decorados.

1.5 O FRISO DESDE A ANTIGUIDADE NA VISÃO DE GOMBRICH

Segundo Gombrich (1999), o Friso desde os tempos antigos era feito com o

intuito de representar algo como desfiles, festas a deuses e essas obras gregas

eram para representar o corpo humano em qualquer posição ou movimento.

O grande filósofo Sócrates, percebia com a alma e assim pregoava que os

sentimentos haviam de se sobressair em ação a cada trabalho executado para que

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assim os espectadores entendessem cada movimento, ação da imagem que foi

proposta.

No Parthenon há extenso friso feito em 440 a.C., esculpido em mármore. Nos

seus fragmentos, o observador terá uma dificuldade em se orientar, pois o seu

relevo está seriamente danificado. Ele foi feito para representar o desfile anual para

festa solene à deusa. O povo fazia festividades, uma dessas eram as provas que

consistiam na perigosa corrida com quatros cavalos, músculos aparentes e todos

aparelhados.

Os homens foram feitos com perfeita desenvoltura e mostrando os seus

músculos de seus corpos. O artista só cumpriu a tarefa de representar a festa solene

no friso de Parthenon, talvez pelo fato de não ser um grande mestre, mas elaborou

muito bem o seu trabalho, sem imaginar que velhos e moços iriam falar do seu

trabalho por milhares de anos.

Figuras 6 e 7 – Fragmentos com friso feito em 440 a.C., esculpido em mármore

Fonte: Gombrich (1999)

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O mais antigo da construção grega foi o estilo dórico, onde faziam templos em

madeira para guardarem as imagens dos deuses, estes templos de madeira tinham

em seu redor sólidos esteios para sua sustentação do telhado. Após 600 a.C., os

gregos começaram a trabalhar com a pedra onde faziam vigas transversais e assim

deram o nome de arquitraves, era o entablamento onde sustentavam as vigas, estas

vigas ficavam expostas e tinha três sulcos que deu o nome pela palavra grega

“triglifo”.

Os gregos trabalharam com essa construção para que não parecesse pesado

e feio, assim eles preferiam trabalhar com a modelagem da suas colunas dóricas

para que houvesse uma leve aparência elástica como se o peso do telhado não

fosse tão pesado, e transmitir cargas sem esforço.

Após esse período, os gregos começaram uma revolução muito importante na

historia da arte. Essa revolução começou de forma surpreendente, pois teve a mais

famosa e mais importante cidade e estado gregos Atenas, na Atica que produziu os

seus frutos por volta dos primeiros templos de pedra, construído na Grécia no século

VI a.C.

No século XII, a igreja era a única construção onde se faziam em grandes

tamanhos e larguras, pois era um lugar de grande visitação publica, onde todos iriam

apreciar suas formas e grandezas, e assim eram decoradas com grandes estilos, e

os grandes arquitetos se atraiam suas atenções para trabalharem e mostrarem os

seus projetos arquitetônicos nessas basílicas.

A nave da basílica era a parte principal, onde se construíram os pilares para

sustentar os arcos erguidos de ambos os lados, e assim para suportar esse peso

enorme as paredes e pilares tinham que ser gigantescos. A pedra onde se deu o

nome de abobadas de túnel foi feita para suportar os pesos enormes das paredes.

Os arquitetos concluíram que não era necessário fazer todo o teto, tão pesado

bastava assim certo número de arcos e reforços para completar a distância e

preencher os intervalos com material mais leve, e descobriram que um jeito mais

simples, era fazerem os arcos com nervuras transversais entre os pilares e encher

também as seções triangulares entre eles.

A conquista da primeira abóbada em canhão seguido, foi trabalhada em

formas de frisos, os objetos como o castiçal Glaucester de Bronze dourado, e

também a pia batismal Reiner Van Huy. Este estilo era o românico, era trabalhado

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em paredes e também nas colunas, esses frisos com nervuras e trabalhos em

objetos de utilização na igreja.

Figura 8 – Pia batismal Reiner Van Huy

Fonte: Gombrich (1999)

Esses arquitetos queriam fazer parecer tudo tão leve e delicado com seus

trabalhos de interiores nessas basílicas. Para reunir diversos pilares eram formados

por feixes e varas de pedra onde o trabalho em frisos pôde ser sentindo ao tato e as

próprias janelas eram cobertas por essas linhas entrelaçadas e rendilhadas, como

se pode observar na figura 12 da obra de Gombrich (1999, p. 188) da Saint

Chapelle, Paris 1248, janela de uma igreja Gótica.

Figura 9 - janelas cobertas por linhas entrelaçadas e rendilhadas da Saint Chapelle, Paris 1248

Fonte: Gombrich (1999, p. 124)

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As novas catedrais ofereciam aos fiéis a diferença de um novo mundo, onde

os mesmos podiam se sentir no céu. Os arquitetos começaram a trabalhar com seus

projetos através dos textos bíblicos que olhando para algumas passagens bíblicas

eles entenderam que era melhor oferecer aos fieis uma parte aconchegante do céu

celestial com a ideia de fazer uma igreja não mais fria, mas que parecesse natural.

A catedral de Notre Dame de Paris foi construída com a intenção de parecer

com as glorias celestes e a sua fachada tem a graciosa perfeição em termo de linhas

e pórticos e janelas e rendilhados do trifório e frisos com seus baixos relevos e altos-

relevos, parecendo que foi esculpidos com tanta delicadeza, sobre as pedras e com

tanta aparência de grandeza onde nos remete como forma de miragem. Como se

poder ver na figura da Catedral de Notre Dame de Paris 1163-1250 (GOMBRICH,

1999, p. 189).

Figura 10 – Catedral de Notre Dame de Paris 1163-1250

Fonte: Gombrich (1999, p. 189)

A catedral gótica de Estrasburgo, do século XIII, teve uma grande abordagem

dos escultores góticos, onde os mesmos trabalharam com formas de frisos sobre as

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22

pedras para, através desses entalhes, esculpir os dozes apóstolos que cercam o

leito da virgem Santa Maria Madalena e se ajoelham ao seu lado, e cristo no centro

que está recebendo a alma da virgem em seus braços. Assim foi trabalhado a morte

da virgem que o artista mostra com orgulho a sua técnica de esculpir sobre a pedra

e dominar essa difícil arte de nos remete à singeleza dos personagens e a sua

perfeição, conforme figuras 14 e 15 (GOMBRICH, 1999, p. 192 e 193).

Figuras 11 e 12 – A morte da virgem (frontões e frisos)

Fonte: Gombrich (1999, p. 192 e 193)

Trabalhar para catedrais do século XIII, era a principal tarefa dos escultores

nórdicos da época, mas na segunda metade do século XIII o escultor Nicola Pisano

começou a estudar métodos para a escultura clássica, para assim poder dar mais

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23

vida a suas obras ficarem mais convincente. Ele trabalhou com relevos de um

púlpito, trabalhou também no grande porto do mar e centro mercantil de Pisa. De

acordo com figuras 16 e 17 (GOMBRICH, 1999, p. 128 e 129).

Esses frisos construídos em relevos e com formas de personagens foram

esculpidos em mármore com o anúncio, natividade e pastores, 1260. Onde está em

relevo, um grupo da anunciação com o nascimento de Jesus, e a virgem que está

deitada na cama; São José e duas servas que se ocupam em dar banho no menino.

A cena está com uma aparência muito congestionada e confusa, onde se veem

vários personagens juntos, até mesmo os animais os carneiros e os bodes. O artista

estudou muito a escultura clássica cristã.

Figura 13 - Natividade e pastores, 1260

Fonte: Gombrich (1999)

Nicola Pisano aprendera olhando e estudando os mestres passados para que

seus trabalhos e obras estivessem de forma digna ao público espectador pela suas

linhas e relevo uma aparência convincente de fazer suas figuras.

Passando as primeiras décadas, já no século XV, apareceu um grupo de

artistas que propuseram a criar uma nova arte e assim romper com as ideias

passadas. Surgiram jovens artistas arquitetos florentinos que foram encarregados

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pela construção da Catedral de Florença, como o arquiteto Filippo Brunelleschi

(1377-1446), o qual descartou literalmente os estilos tradicionais. Para executar a

Catedral de Florença ele viajou para Roma aonde foi buscar ideias nas ruínas de

templos e palácios romanos a fim de inovar suas obras, não era para ele copiar mais

sim para ter ideias de seu contato.

Brunelleschi pegou uma difícil tarefa, pois os florentinos desejavam que sua

Catedral fosse coroada como o imponente Zimbório, mas nenhum artista teria sido

capaz de tal façanha, somente ele foi ao encontro desse método e executar o

trabalho como uma forma inovadora com harmonia e beleza. A Catedral Santa Maria

del Fiore ou Duomo de Florença teve sua fachada e colunas com Friso entre suas

janelas portas e caixilhos e as invenções técnicas de Brunelleschi fez parte desse

estilo de tradição que dominava. E assim conseguiu criar a arquitetura de uma nova

era, conforme figura 17 (GOMBRICH, 1999, p. 224).

Figura 14 – Catedral Santa Maria del Fiore ou Duomo de Florença

Fonte: Gombrich (1999, p. 224)

Filippo Brunelleschi na figura 18 (Gombrich, 1999, p. 226), mostra uma capela

pequena que foi construída para a poderosa Família dos Pazzi, em Florença, assim

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Brunelleschi combinou colunas, pilastras e arcos com detalhes em friso. Em sua

fachada para remeter a leveza e a elegância para ser diferente de tudo que ele já

tinha construindo antes; ele para construir a capela de Pazzi, estudou

cuidadosamente as ruínas antigas e edifícios como o Panteon, onde foi um templo

dedicado a todos os deuses, e depois foi convertido em igreja cristã e assim era

realizado os cultos e por esse motivo não permitiram que o Panteon se desfizesse

em ruínas. Brunelleschi estudando cuidadosamente essas ruínas e edifícios

executou com muita leveza e clareza o seu propósito que era dar mais vida a esta

construção com suas formas colunas planas e pilastra.

Figura 15 – Capela construída para a Família dos Pazzi, em Florença

Fonte: Gombrich (1999, p. 226)

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2 FRISO COMO SENSORES PARA DEFICIENTES VISUAIS

2.1 CONTEXTUALIZANDO A CEGUEIRA AO LONGO DA HISTÓRIA

Em grande parte das sociedades primitivas, as pessoas que nasciam com

enfermidades ou deficiências eram mortas ou abandonadas, ou mesmo se

perdessem a visão na idade adulta, o procedimento era o mesmo. Eliminar cegos e

inválidos justificava-se pelas precárias condições de vida naquela época.

Acreditavam que os cegos eram pessoas possuídas por espíritos do mal e

relacionar-se com essas pessoas era o mesmo que se relacionar com um espírito

maligno. Portanto, o cego era considerado objeto de receio para os religiosos.

Alguns também acreditavam que a cegueira era um castigo dos deuses e o seu

portador tinha consigo o sinal do pecado por ele, seus pais, avós ou alguém da sua

tribo.

De acordo com Franco e Dias (2005, p. 3):

Algumas tribos nômades abandonavam seus doentes, velhos e pessoas com deficiências em lugares inóspitos, expostos a riscos de um confronto com animais ferozes e/ou com tribos inimigas. Quanto aos povos hebreus, o homem de qualquer família, fosse este coxo, cego, corcunda, ou tivesse um pé ou mão quebrada, era considerado indigno. Acreditavam assim, que essa pessoa era detentora também, de poderes oriundos dos demônios, cujas impurezas e pecados expressavam-se pelas “marcas”, sinais corporais que cristalizavam a evidência de maus espíritos.

Na Antiguidade, eram conferidos às pessoas dois tipos de tratamentos, um

para aqueles que se enquadravam nos padrões desejados, aceitos e ditos normais,

como idosos, doentes e as pessoas deficientes, quando não satisfaziam às

exigências do meio, “[...] eram tratadas ou com tolerância e apoio, ou com

menosprezo e eliminação” (FRANCO e DIAS, 2005, p. 4).

Na Grécia Antiga, em Atenas, recém-nascidos com deficiência eram

depositados em recipientes de argila e abandonados. Em Esparta, o cidadão era

propriedade do Estado e os pais tinham o dever de apresentar em praça pública os

seus filhos para os magistrados; as crianças deficientes eram consideradas

subumanas, e sua eliminação ou abandono era legitimado, atitudes essas tida como

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coerentes aos ideais atléticos e clássicos que embasavam a organização

sociocultural dos espartanos. Em Roma, a eliminação era o procedimento mais

comum.

Na Idade Média, em relação à cegueira, segundo Franco e Dias (2005, p. 4):

[...], a cegueira foi utilizada como castigo ou como ato de vingança. No século XI, Basílio II, imperador de Constantinopla, depois de ter vencido os búlgaros em Belasitza, ordenou que fossem retirados os olhos de quinze mil prisioneiros e fê -los regressar para sua pátria. Porém, um em cada cem homens teve um olho conservado para que pudesse servir de guia aos outros noventa e nove. Ainda nesse período, a cegueira apresentava-se também como pena judicial regulada pela lei ou pelos costumes, e era aplicada como castigo para crimes nos quais havia participação dos olhos, tais como crimes contra a divindade e faltas graves às leis de matrimônio.

Em 1260, segundo Franco e Dias (2005), Luís XIII fundou em Paris, o asilo

de Quinze-Vingts, destinado inicialmente ao atendimento de trezentos soldados

franceses que tiveram seus olhos arrancados pelos sarracenos durante as

Cruzadas, mas atendeu também a outros franceses cegos que viviam como

mendigos pelas ruas de Paris.

Com o passar dos tempos, o Cristianismo se fortaleceu e todas as pessoas

passaram a ter valor absoluto, e todos os homens se tornaram filhos de Deus, sem

exceção. O Evangelho dignifica o cego e desta forma a cegueira deixa de ser um

estigma de culpa e indignidade, transformando-se num meio de ganhar o céu, tanto

para o cego quanto para aqueles que têm compaixão por essa pessoa (FRANCO e

DIAS, 2005).

Como se percebe, o deficiente passou a ser criatura de Deus, e as atitudes

em contrário que se desenvolveram em relação a essa pessoa, segundo Franco e

Dias (2005, p. 5) foram:

[...] esta pessoa era uma eleita de Deus ou uma espécie de expiadora de culpas alheias? Era uma aplacadora da cólera divina a receber, em lugar da aldeia, a vingança celeste, como um para-raios? Tinha uma alma, mas não tinha virtudes – como podia ser salva do inferno? Ela era mesmo uma cristã?

Para estes questionamentos em relação à pessoa com deficiência, para o

clero, a solução consistia em duas atitudes, quais sejam, segundo Pessoti (1984

apud FRANCO e DIAS, 2005, p. 5):

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A primeira referia-se à atenuação do castigo, transformando-o em confinamento, de tal modo que segregá-las era exercer a caridade, pois o asilo garantia um teto e alimentação; no entanto, enquanto o teto protegia o cristão com deficiência, as paredes escondiam e isolavam o incômodo ou o inútil. A segunda atitude constituía-se na caridade como castigo, pois era o meio de salvar a alma do cristão das garras do demônio e livrar a sociedade das condutas indecorosas ou anti-sociais da pessoa com deficiência. No entanto, mesmo com essa “nova” mentalidade, a Inquisição sacrificou como hereges ou endemoniados, milhares de pessoas, entre elas, pessoas com deficiência.

Portanto, a falta de atenção e o desprezo pelos cegos e pessoas com

deficiência passaram a se modificar no começo do mercantilismo e do capitalismo

comercial que substituíram o feudalismo. O renascimento foi um período em que

ocorreu uma revisão dos preconceitos, normas, estatutos, crenças e práticas sociais

em relação às formas de se relacionar com deficientes, que até então era conhecida

como obra do demônio e/ou do divino.

A partir do século XVIII, de acordo com Sanchez (1992), surgiram os

primeiros conhecimentos anatômicos e fisiológicos importantes que possibilitaram

posteriormente o desenvolvimento e compreensão cientifica sobre o funcionamento

e estruturas do olho e do cérebro, que em séculos anteriores, algumas tentativas de

educar crianças deficientes com estratégias diferenciadas foram postas em prática.

Nos séculos XVIII e XIX, segundo Silva (1986 apud FRANCO e DIAS, 2005)

houve significativo avanço na história das pessoas com deficiência visual,

considerando que:

Em 1784, Valentim Hauy inaugurou na França, O Instituto Real dos Jovens Cegos de Paris, a primeira escola do mundo destinada à educação de pessoas cegas e em 1829, Louis Braille, então aluno desse instituto, inventou o Sistema Braille. No final do século XVIII e início do século XIX foram fundadas escolas para pessoas cegas em outros países da Europa, como Alemanha e Grã-Bretanha, baseadas no modelo do Instituto Real dos Jovens Cegos de Paris (Silva, 1986 apud FRANCO e DIAS, 2005, p. 5).

Conforme Mazzotta (1996 apud FRANCO e DIAS, 2005), em 1829, o primeiro

instituto para cegos foi instalado nas Américas, o “New England Asylum for the

Blind”, atualmente se chama “Perkins Institute for the Blind” em Massachusetts, nos

Estados Unidos. Em 1832, foi criado o “New York Institute Education for the Blind”.

Em 1837, inaugurou-se a “Ohio School for the Blind”, primeira escola para cegos

com subsídios do governo americano, sendo esse instituto foi muito importante por

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29

despertar na sociedade americana a reflexão sobre o compromisso do Estado em

relação à educação das pessoas com deficiência.

De acordo com Franco e Dias (2005, p. 6):

No final do século XIX, no ano de 1878, foi realizado em Paris um Congresso Internacional com a presença de onze países europeus e os Estados Unidos. Foi estabelecido que o Sistema Braille deveria ser adotado de forma padronizada como método universal de ensino para pessoas cegas, exatamente de acordo com a estrutura do sistema apresentado por Louis Braille em 1837. No início do século XX, a escola segregada havia se expandido e se consolidado como modelo de atendimento à pessoa cega, mas foi somente na segunda Guerra Mundial e com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que se passou a pensar na possibilidade de atendimento à pessoa cega na escola regular.

Segundo Santos (1995), as duas guerras mundiais, o fortalecimento do

movimento pelos direitos humanos e o avanço cientifico deram o início à era da

integração europeia. Pois, em função dos mutilados de guerra, foram criados

programas sociais para reintegrá-los à sociedade. E, a partir dos anos de 1960, a

demanda em relação aos deficientes: “[...] se dará no sentido de integrá-los com

base em seus direitos enquanto seres humanos e indivíduos nascidos em dada

sociedade” (SANTOS, 1995, p.22).

No final da década de 1960 e no decorrer da década de 1970, conforme

Franco e Dias (2005) foram estruturados leis e programas educacionais que

favoreceram a integração da pessoa cega no ensino regular e mercado de trabalho,

baseadas principalmente no modelo médico de deficiência, com o objetivo de

adaptar a pessoa com deficiência às exigências ou necessidades da sociedade

como um todo.

Santos (1995 p. 24) esclarece que “[...] até os anos 80 a integração

desenvolveu-se dentro de um contexto histórico em que pesaram questões como

igualdade e direito de oportunidades”. Nos anos oitenta, foi consolidada a integração

da pessoa cega. Em 1981 a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o “Ano

e a Década da Pessoa Portadora de Deficiência”, visando uma maior

conscientização da sociedade.

Tem-se a partir da década de 1990, a Conferência Mundial de Educação para

Todos (1990) e a Declaração de Salamanca de Princípios, Política e Prática para as

Necessidades Educativas Especiais (1994). Com esses eventos, o processo de

inclusão passou realmente a vigorar, considerando que as exigências dizem respeito

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30

ao dever da sociedade como um todo, de se adaptar às diferenças individuais

(FRANCO e DIAS, 2012).

2.2 ACESSIBILIDADE, DEFICIÊNCIA VISUAL E O DIREITO DE INCLUSÃO

Segundo a ABNT/NBR9050, acessibilidade é “a condição para utilização

com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços mobiliários e

equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos

dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação por uma pessoa com

deficiência ou com mobilidade reduzida” (ABNT – NBR9050).

Portanto, acessibilidade é um mundo sem obstáculos, para que a pessoa

deficiente ou com capacidades reduzidas possa se locomover e comunicar. Neste

contexto inclui-se a cegueira que está enquadrada em casos de incapacidades

sensoriais graves.

Indivíduos que nascem sem visão, que perderam ao longo da vida, e

também aqueles que enxergam apenas vultos ou percepções luminosas são

considerados deficientes visuais.

De acordo com Brasil (1999)

Deficiência Visual é a perda o41u redução da capacidade visual em ambos olhos em caráter definitivo e que não possa ser melhorada ou corrigida com uso de tratamento cirúrgico, clínico e/ou lentes. O Decreto 3298 considera deficiente visual a pessoa que tem dificuldade ou impossibilidade de enxergar a uma distância de 6 metros o que uma pessoa sem deficiência enxergaria a 60 metros, após a melhor correção, ou que tenha o campo visual (área de percepção visual) limitada a 20%, ou com ambas as situações (BRASIL, 1999, art. 4, inciso III).

Os problemas que acarretam essas pessoas não são só o de não poder

enxergar, e sim uma série de fatores como dificuldade com a comunicação escrita,

sexualidade, empregos, locomoção, dependência, desorganização de personalidade

entre outros. Há também a falta de noção de espaço, isso dificulta o contato com o

meio ambiente.

Psicofisicamente, a perda da liberdade de movimentos é um problema

grave. A mobilidade é bem limitada, movimentos pequenos, e um desafio enorme.

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31

Quem nasceu sem visão ou a perdeu por algum motivo, precisa de um eficaz

treinamento, máximo de atenção e habilidade.

O “ir” e “vir” que se encaixa no grupo de locomoção, no que estamos

abordando aqui, é aplicado a todos os cidadãos, é algo significativo para um

deficiente visual, pois assim ele mostra a si e a todos que é independente e que

merece seu destaque social.

O direito á inclusão social das pessoas portadoras de deficiência só foi surgir

em 1975, e mundialmente enfatizada em 1981, com a Declaração dos direitos das

pessoas deficientes. No Brasil, teve inicio em 1989, quando José Sarney, sancionou

a lei 7.853, publicada em 24 de outubro, apoiando a todas as pessoas portadoras de

deficiência. No texto legal foram instituídos valores básicos de igualdade, justiça

social, respeito, dignidade, além de outros. Incluindo nessa pauta, direitos como

educação, saúde, trabalho, lazer, e outros decorrentes da constituição e das leis.

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3 O PROCESSO CRIATIVO

A simetria tem uma presença importante na arte e na natureza. É um fio que

atravessa muitas expressões do saber e do sentir. A partir disso buscou-se algo que

pudesse ser desenvolvido profissionalmente e que tivesse uma aceitação no

mercado de arte, assim como no mercado da arquitetura e na decoração de

interiores. Segundo Werner (2013):

As formas simétricas sempre foram especiais. Consideradas um dos padrões de beleza na estética clássica, tem seu encanto em razão da repetição de padrões visuais. A simetria é um ponto de contato entre estética e matemática. Sua ocorrência na natureza motivou a inclusão da simetria entre os símbolos místicos, significando a unidade de toda a criação. Se é empregada sem critério, a simetria provoca a sensação de imobilidade. Por isso as formas simétricas são mais utilizadas na arquitetura e na produção de ornamentos do que nas artes plásticas. Na arquitetura, parte da sensação de estabilidade, de perenidade no tempo, que se tem diante de certos edifícios advém justamente do uso da simetria nas fachadas (WERNER, 2013, p. 1).

Considerando o exposto, pretende-se desenvolver uma proposta de baixos

relevos, em forma de frisos, que serão organizados de forma vertical, diagonal e

horizontal, assim como compor os mesmos de forma isolada, ou melhor, com

interrupções, possibilitando uma gama de opções no ambiente de acordo com as

limitações dos espaços propostos.

O friso nos remete a um sentido de direção, no entanto, o mesmo pode ser

aplicado em ambientes de uma edificação comercial, poderia ter uma relação entre

uma obra de arte e a função indicatória.

Não se tem a intenção de trabalhar temáticas específicas nos frisos, mas

elementos que poderão ser aplicados em qualquer ambiente com uma preocupação

com o material, que seja lavável, pois o mesmo estará ao alcance das pessoas,

exposto a toques pelas paredes assim como estará em ambientes reservados para

as escadas. Em alguns casos específicos, como corredores de hospitais, por

exemplo, pode-se propor algo com um diferencial, pois os volumes podem acumular

poeiras, o que não impede de aplicá-los protegidos por vidro ou mesmo em um

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33

plano único com a aplicação de estampas. A estamparia poderá ser aplicada de

forma impressa por serigrafia ou mesmo pintada a mão.

O desenvolvimento do trabalho terá um planejamento estratégico, composto

por um levantamento fotográfico dos espaços escolhidos, tanto de repartições

públicas como privadas. Em um segundo momento, desenvolverá um estudo gráfico

em cima da imagem utilizando o programa Corel Draw e impresso para a

apresentação do mesmo. O projeto acompanhará uma planilha que estará

contemplando todo material utilizado, assim como o custo operacional que envolver

a criação e execução.

A seguir, as figuras do projeto que farão a composição dos frisos.

Figura 16 - Desenhos projetos dos frisos

Fonte: produção própria Fonte: produção própria

Fonte: produção própria Fonte: produção própria

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3.1 MATERIAL UTILIZADO

A intenção inicial foi produzir os frisos em gesso, pela facilidade de

reprodução e manipulação do material. Mas, consultando alguns profissionais que

trabalham com gesso, obteve-se orientação para utilizar outro material, pois além da

facilidade de quebrar, existem outras dificuldades que iriam surgir, tais como a

utilização de tintas que teriam que ser laváveis, como as plásticas e as sintéticas, as

quais gerariam um enfraquecimento do gesso ao longo do tempo, higienizando com

certa frequência, não poderia garantir a durabilidade.

Considerando as dificuldades acima descritas, observa-se as grandes

possibilidades que teria por trabalhar com placas de madeira (MDF). Como terão

planos sejam vazados ou apenas sobrepostos, colados uma sobre as outras, como

estão expostos abaixo, além de ter uma uniformidade, facilitaria todo o acabamento.

As peças recortadas serão coladas com cola branca de marca Cascorez rótulo azul,

pela grande adesão na madeira, assegurando que o trabalho final não corra riscos

de quebrar. Será dado acabamento com tinta esmalte sintético acetinada e as cores

serão definidas de acordo com o ambiente escolhido. Sua fixação poderá ser com

parafusos e buchas diretamente na parede, ou fixados com cola quente,

dependendo da superfície.

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4 RESULTADOS DOS TRABALHOS DESENVOLVIDOS

Figura 17- Frisos direcionais I

Fonte: produção própria

Fonte: produção própria

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Fonte: produção própria

Fonte: produção própria

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Figura 18 - Ondas de frisos

Fonte: produção própria

Fonte: produção própria

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Fonte: produção própria

Fonte: produção própria

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Figura 19 - Escadaria de frisos

Fonte: produção própria

Fonte: produção própria

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Fonte: produção própria

Fonte: produção própria

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Figura 20 - Escadaria de Frisos

Fonte: produção própria

Fonte: produção própria

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Fonte: produção própria

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Figura 21 – Flores de frisos

Fonte: produção própria

Fonte: produção própria

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Fonte: produção própria

Ao realizar esse projeto, tive a oportunidade de analisar e transmitir às

pessoas a proposta de baixos relevos, que incluirão todos ao redor, mas com foco

principal para os deficientes visuais.

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4.1 DEFICIENTE VISUAL TESTANDO A PROPOSTA FRISOS DE BAIXOS RELEVOS

Nas fotos abaixo, pode-se observar um deficiente visual se orientando por

meio da arte em frisos de baixo relevo, obras desta acadêmica.

Figura 22 – Frisos direcionais II

Fonte: produção própria

Fonte: produção própria Fonte: produção própria

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Fonte: produção própria Fonte: produção própria

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CONCLUSÃO

Estudo desenvolvido a partir de uma proposta de baixos relevos, em forma

de frisos, objetivando que os mesmos possam servir de sensores para deficientes

visuais, levando-se em consideração as grandes possibilidades das variações das

formas trabalhadas nos frisos, que podem levar o observador a fazer sua própria

leitura, uma ação individual que muitas vezes faz com que ele compartilhe com o

colega do lado as informações visuais obtidas ou mesmo apenas de contemplação.

Os objetivos propostos foram atingidos e com a realização deste estudo esta

autora teve a oportunidade de analisar e transmitir às pessoas sugestões de baixos

relevos, que incluirão todos ao redor, porém o foco principal são os deficientes

visuais.

A autora deste estudo tem facilidades com a arte em baixos relevos e como

boa apreciadora de obras que tratam de volumetria, partiu para a forma de frisos,

pois além de ser um produto apaixonante das artes plásticas e também da

arquitetura nos serve como indicação de direção, então a mesma se dedicou a fazer

decorações de interiores, que tivessem duas finalidades: estética e funcional.

Este trabalho, além de valorizar as artes visuais em si, é voltado para toda a

sociedade, principalmente os deficientes visuais, que vão poder fazer sua própria

leitura com as suas mãos, levando assim informações a ele e para outros.

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