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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO SERVIÇO SOCIAL ROSÂNGELA CRISTINA DOS SANTOS O USO DO CRACK:UM PROBLEMA SOCIAL RESTRITO ÀS METRÓPOLES. Ilhéus - 2015

Trabalho Sobre Crack

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Trabalho Serviço Social

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  • SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO SERVIO SOCIAL

    ROSNGELA CRISTINA DOS SANTOS

    O USO DO CRACK:UM PROBLEMA SOCIAL RESTRITO S METRPOLES.

    Ilhus - 2015

  • ROSNGELA CRISTINA DOS SANTOS

    O USO DO CRACK: UM PROBLEMA SOCIAL RESTRITO S METRPOLES?

    Trabalho apresentado para obteno de nota do Portflio Individual, UNOPAR- Universidade Norte do Paran. rea de concentrao: Servio Social 1 Semestre.

    ILHUS-BAHIA 2015

  • SUMRIO

    RESUMO ..........................................................................................................

    1 INTRODUO ..................................................................................................

    2 DESENVOLVIMENTO.......................................................................................

    2.1 O uso do crack: um problema restrito s metrpoles?.....................................

    2.3 Reformas Urbanas x Excluso Social ...............................................................

    2.4 Representao do Crack na Sociedade ............................................................

    2.5 Famlia Polo de Sustentao para o Dependente Qumico ...............................

    2.6 Drogadio:Fenmeno Analisado pelo Assistente Social .................................

    3 CONCLUSO ......................................................................................................

    4 REFERNCIAS ....................................................................................................

  • O USO DO CRACK: UM PROBLEMA SOCIAL RESTRITO S METRPLOES?

    RESUMO

    O objetivo deste trabalho fazer um levantamento sobre o uso do crack

    enfatizando que a droga um problema social que possui uma abrangncia

    em todas as classes sociais tendo uma forte utilizao em grandes centro

    urbanos. Contudo o consumo da droga tem sido encontrado em nvel alto

    tambm em pequenas cidade do nosso Pas,atravs de leituras de textos que

    referenciam este tema ficou constatado que o problema das drogas de

    natureza nacional atingindo todos que participam da sociedade de modo geral.

  • INTRODUO

    Como introduo estaremos abordando a delimitao do crack como um

    problema existente em todo territrio nacional, fatores sociais que surgiram,

    aps o consumo de crack por grande parte da populao carente, medidas

    relevantes tomadas pelos poderes pblicos para o enfrentamento da

    problemtica e como essas medidas esto sendo eficazes no combate s

    drogas. O objetivo da pesquisa mostrar de forma clara que o problema da

    drogadio uma consequncia das desigualdades sociais, que prevalece no

    Brasil e toda excluso, discriminao , preconceito e segregao que afligem as

    camadas mais pobre do nosso pas.

  • DESENVOLVIMENTO

    A chegada do crack no Brasil foi no final da dcada de 80, o

    crescimento do consumo da droga tornou-se um problema de sade pblica. A

    complexidade do uso do crack consiste no fato de que suas consequncias

    atingem os usurios, as famlias e a sociedade como um todo, haja visto que

    as elevaes das taxas de violncia tem como agravante o uso de substancias

    qumicas. O crack tem sido um tema amplamente debatido na atualidade,

    possuindo dentro das suas caractersticas o efeito viciante ao primeiro contato

    e tambm o baixo custo, podendo assim ser consumido pelas camadas mais

    carentes da populao. A concentrao maior do uso do crack est

    condicionados s grandes metrpoles por haver claro um contingente maior de

    pessoas, porm esta abordagem torna-se relativa,pois o problema do consumo

    da droga virou "Uma febre Nacional".

    O crack tem um rosto, o rosto da carncia: carncia de polticas

    publicas efetivas, carncia de uma diviso de renda justa, carncia do fim das

    desigualdades sociais etc. O uso de drogas s um meio que o ser humano

    busca para amenizar as suas mazelas, principalmente aqueles que vivem

    margem da sociedade. No de hoje que a populao carente tem sofrido, por

    advento da modernizao das grandes cidades e para justificar uma expanso

    urbana o povo pobre pagou um alto preo, com a chegada da monarquia foram

    "convidados" a cederem suas casas para abrigar a corte, tempos depois para

    melhoria e modernizao das cidades foram expulso dos seus lares sendo

    forados a se agruparem bem longes dos olhos daqueles que na poca

    detinham o poder.

    A partir desse encontro de iguais surgiram as favelas e com elas toda

    uma sorte de infortnios. Estas pessoas onde o bsico, o primrio falta, busca

    nas drogas um paliativo como forma de resolver seus problema. Segundo o

    Professor Luiz Guilherme Rivieira de Castro titular de Arquitetura e Urbanismo

    da Universidade Mackenzie, a Reforma Pereira Passos foi uma grande

    interveno urbana e social,"No se trata de negar as necessidades de sade

    pblica ou de criao de ambientes urbanos aprazveis,mas no se pode louvar

    essas intervenes, devido aos danos colaterais causados [...] Todo o

    processo era, tambm a expresso de interesses e valores das Oligarquias

    dominantes".

    Por ser o problema das drogas, tambm um problema social, a

    sociedade como um todo e principalmente os Poderes Pblicos deve estar

    inseridos na busca de meios de amenizar as consequncias do consumo de

    drogas,pois ainda existe dentro da nossa sociedade uma resistncia grande em

    relao aos usurios de entorpecentes. Grande parte da populao tem

    atitudes de preconceito e discriminao contra os dependentes qumicos,este

    posicionamento constitui uma segregao, pois o dependente algum que

  • precisa de ajuda, mas antes necessita ser aceito pela sociedade como um ser

    humano, independente de como as pessoas o qualificam, antes de tudo ele

    um ser humano. Alguns Projetos como "A Cartilha Diminuir Para Somar",

    desenvolvido por um grupo de referncia no atendimento e acolhimento dos

    usurios de drogas tem conseguido, atravs de um pensamento inovador de

    "Reduo de Danos", criar laos de confiana com o dependente, atravs de

    interao entre famlia e usurio reforando elos familiar e de apoio para que

    os usurio possa buscar tratamento de forma voluntria e eficaz, resgatando

    sua autonomia e consequentemente sua cidadania.

    Pensar Reduo de Danos pensar em prticas de sade que considerem a

    a singularidade dos sujeitos, que valorizem sua autonomia e que tracem planos

    de ao que priorizem sua qualidade de vida. ( VINAD, 2009 p.64)

    Com referencia ao projeto "de Braos Abertos" implementado pela

    prefeitura de So Paulo na regio da luz ou cracolndia como vulgarmente

    conhecida revelou-se o quanto o poder pblico esta despreparado para a

    enormidade e dimenso do problema. Este programa 'Anticrack", foi criado em

    2014 e foi uma tentativa de se resolver a ocupao pelos usurios daquele

    setor e tambm oferecer opes de tratamento para aqueles que buscassem o

    servio voluntariamente. As imagens divulgadas pela imprensa foi bem

    diferente daquilo que eles os agentes pblicos preconizavam, houve um misto

    de terror e violncia deflagrado pela polcia que usou o poder de represso

    contra os dependentes qumicos, forando-os a deixarem a cracolndia e

    usando a fora para obrigar os dependentes a buscar tratamento. O resultado

    foi o retorno dos usurios para o mesmo local e muitos no quiseram o

    tratamento, atravs da represso e intimidao o resultado sempre ser

    negativo. Usar a represso e violncia contra os usurios da cracolandia

    caracterizou-se como uma excluso social, pois a preocupao final no era os

    dependentes e sim a desocupao por conta de projetos imobilirios naquela

    regio.

    O consumidor de drogas uma vitima nas mo daqueles que so os

    verdadeiros bandidos: Os traficantes, com eles que deve ser usado todo tipo

    de represso e intimidao, combatendo o trfico, atravs de leis mas duras e

    efetivas estruturando o sistema prisional enfraquecendo a distribuio dentro

    do Pas. Para Gilberto Alvarez no texto "A Cracolndia No Um Caso de

    Polcia, a droga um problema que deve ser tratado com represso policial

    apenas quando se trata de enfrentar e coibir o trfico e, mesmo assim, com

    estratgias inteligentes que impeam os traficantes de dominar reas da cidade

    e ameaar as pessoas".

    O lado positivo deste programa "De Braos Abertos" que para as

    pessoas que buscaram ajuda de forma voluntria, o resultado est sendo

  • eficaz. Existe um numero expressivo de dependentes que j saram das ruas,

    retornando para sua famlias, j conseguiram trabalhos remunerados, alm de

    receberem cursos de qualificao e capacitao. Segundo a Secretaria

    municipal de Sade da cidade de So Paulo, " O projeto parte do resgate social

    dos usurios de crack por meio de moradia digna, com orientao de

    interveno no violenta [...] O dependente qumico deixou de ser tratado como

    um caso de policia e passou a ser encarado como cidado, com direitos e

    capacidade de discernimento. O tratamento de sade uma consequncia de

    outras etapas, no condio prvia imposta para participar do programa". Para

    Luciana Temer Secretria Municipal de Assistncia e desenvolvimento Social o

    programa "de Braos Abertos", uma proposta nova de enfrentamento

    questo da drogadio, que olha mais para o usurio do que para droga [...] Os

    usurios inseridos no programa tem uma nova perspectiva de vida na medida

    em que vislumbra condies mnimas de dignidade, como lugares para dormir,

    refeies,oferta de trabalho e capacitao".

    O maior problema enfrentado pelos usurios a rejeio familiar. A

    famlia a base em qualquer sistema social, se o individuo perde o seu ponto

    de apoio consequentemente ele cair. A partir do momento em que a famlia

    busca a compreenso, embora no seja uma tarefa fcil, entender que a

    drogadio uma doena, esta compreenso vai abrir os caminhos para cura

    do usurio. de extrema importncia a participao e acompanhamento dos

    familiares na jornada do dependente qumico e, esse acompanhamento deve

    ser despido de qualquer preconceito, julgamento ou cobranas, atravs deste

    apoio o usurio estar dando o primeiro passo para a sua libertao.Toda

    estrutura emocional e afetiva que o dependente qumico precisa tem que estar

    pautado na convivncia com os familiares fortalecendo desse modo a sua

    permanncia no tratamento, alcanando resultado positivo no combate ao vicio.

    Esta uma luta onde vrios atores tem papis fundamentais trabalhando em

    pr de um fim comum, a erradicao das drogas e, nesse contexto est

    inserido o papel do Assistente Social que aquele profissional qualificado

    atravs do Servio Social para responder questionamentos pautados na

    realidade social.

    A Funo do Assistente Social interferir na realidade social local

    aceitando desafios que porventura aparea combatendo as desigualdades

    sociais. um trabalho voltado para a insero desses elementos no contexto

    social, resgatando valores que j perderam a importncia na vida dessas

    pessoas, acolher desnudando-se de todo o preconceito ao olhar o outro.

    Tendo na conscincia que as desigualdades sociais escraviza impondo

    diferenas entre as pessoas separando os que tem tudo, daqueles que no tem

    nada. A soluo para a erradicao das drogas um caminho muito longo que

    precisa se percorrido, mas o Brasil caminha na esperana de concretizar

    alternativas para o combate s drogas.

  • A dimenso do consumo de drogas uma situao que deve ser

    debatido em todos os setores da sociedade, principalmente por aqueles que

    tem o poder e a autoridade de criar condies dignas para a sobrevivncia dos

    cidados. Deve-se ter em pauta que o melhor caminho a preveno. As

    polticas pblicas deve ter um maior engajamento para criar mecanismo de

    preveno, atravs de uma educao de qualidade e acessvel para todos.

    Melhorar a vida das pessoas de baixa renda, atravs de polticas

    pblicas sociais que permitam a qualificao e capacitao, expandido a oferta

    de trabalho, negociando com empresas e indstrias a insero dessas pessoas

    nos quadros de funcionrios em cidades onde a alta de desemprego grande,

    concedendo para essas empresas isenes de impostos como acontece em

    vrias cidade do pas. So mecanismos que modificam a vida daqueles que

    vivem marginalizados pela sociedade sem nenhuma expectativa de

    crescimento profissional e muito menos social.

  • CONCLUSO

    Conclumos que pensar em um Brasil sem drogas, pensar em um

    Pas sem desigualdades sociais.Isto na atualidade ainda uma utopia, no por

    falta de recursos, mas sim por falta de uma organizao econmica e pessoas

    comprometidas em fazer valer o direito da populao carente. preciso ter

    coragem e desprendimento para lutar por polticas pblicas sociais que

    modifiquem a vida das pessoas de baixa renda de uma forma definitiva e no

    como caridade que uma forma passageira de suprir necessidades bsicas.

    O crescimento de um Pas medido quando a sua populao

    consegue ter um nvel satisfatrio de vida. E quando esta satisfao no existe,

    os problemas sociais aparecem, buscar medidas concretas de resoluo para

    essa insatisfao social garantir para geraes futuras armas para lutar

    contra as drogas.

  • REFERNCIAS:

    ALVAREZ, Gilberto. A cracolndia no um caso de polcia. Newton Lima,

    disponvel em: < www.newton lima.com.br> mais participativo - artigo.

    ALFREDO, Suppia e SCARABELLO, Marlia. As Reformas do Rio de janeiro

    no Inicio do Sculo xx. disponvel em .

    CARTILHA de Reduo de Danos para Agentes Comunitrios de Sade.

    Publicao produzida pela rea de Educao Permanente do Viva

    Comunidade - RS.

    ANTONIO, Lancetti Consultor do Programa De Braos Abertos. Autor de

    "Clinica Peripattica". pesquisa feita na Folha de So Paulo -

    .