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O Crack na Cidade de Salvador Esdras Cabus Moreira Centro de Estudos e Tratamento do Abuso de Drogas CETAD/UFBA

O Crack na Cidade de Salvador - vilaserenabahia.com.br. Esdras Cabus.pdf · Usuárias de crack não se iniciavam na prostituição como consequência do início do consumo de crack

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O Crack na Cidade de

Salvador

Esdras Cabus Moreira

Centro de Estudos e Tratamento do Abuso de Drogas – CETAD/UFBA

(vimeo.com/48998209)

“Realmente, o Brasil perde somente para os EstadosUnidos quanto ao consumo. Nós temos o maiormercado de cocaína/crack do mundo”

“Vale salientar que a maioria dos países não fazdiferenciação quando fazem esse tipo de levantamentoentre o crack e a cocaína, então os dados dos paísesgeralmente são cocaína/crack combinados. É muitodifícil comparar o país quanto ao uso de crack,especificamente, porque a gente não têm esses dadosde outros países, mas é muito fácil poder induzir decomo o Brasil tem um uso maior de crack, depois agente pode discutir isso melhor, é muito provável quequando se trata do crack, especificamente, o Brasil é omaior consumidor do mundo.”

II Levantamento Domiciliar - CEBRID/ 7939 entrevistas

Reintroduzir penalidades criminais severas para

ofensas que envolvem quase 10% da população

adulta em um ano, em muitos países desenvolvidos,

significaria que a lei não seria adequadamente

aplicada ou que seria seletivamente aplicada em

minorias sociais e grupos mais vulneráveis da

comunidade.

Results from the 2010

National Survey on Drug Use and

Health:

Summary of National Findings

U.S. DEPARTMENT OF HEALTH AND

HUMAN SERVICES

Substance Abuse and Mental Health

Services Administration (SAMHSA)

Center for Behavioral Health Statistics and

Quality

Substance Abuse and Mental Health Services Administration, Results from the 2010 National Survey on

Drug Use and Health: Summary of National Findings, NSDUH Series H-41, HHS Publication No. (SMA)

11-4658. Rockville, MD: Substance Abuse and Mental Health Services Administration, 2011.

Levantamento feito desde 1971

Amostra de 2010: 68.487

Figure 1. Primary Cocaine Admissions, by Route of Administration: 1995-2005

Source: 2005 SAMHSA Treatment Episode Data Set (TEDS).

Figure 2. Primary Cocaine Admissions, by Age at Admission and Route of Administration: 1995 and 2005

Source: 2005 SAMHSA Treatment Episode Data Set (TEDS).

Cocaína

Em 2010, encontramos 637.000 pessoas com

12 ou mais anos que usaram cocaína pela

primeira vez nos últimos 12 meses; dando uma

média de 1.700 iniciações por dia. Essa

estimativa foi similar ao número em 2009

(617.000) e em 2008 (722.000). O número

annual de iniciação à cocaína diminuiu de um

milhão em 2002 para 637.000 em 2010. O

número de iniciação do crack diminuiu no

período de 337.000 para 83.000. A maioria

(71,6%) dos 600.000 que iniciam têm 18 anos

ou mais quando usam pela primeira vez.

Figura 7.1 Dependência ou Abuso no último ano entre pessaos

com 12 ou mais anos: 2002-2010

Figure 7.3 Dependência ou Abuse de drogas ilícitas no último ano entre pessoas com 12 ou mais

anos: 2002-2010

Figure 2.2 Uso no último mês de drogas ilícitas entre as pessoas de 12 anos ou mais: 2002-2010

+ A diferença entre essa estimativa e a estimativa de 2010 é significante estatisticamente ao nível de 0,05

UNITED NATIONS, WORLD DRUG REPORT, 2011

Estudo sobre padrões de uso/comportamento relacinados ao crack: National Institute of Justice e National Institute on Drug Abuse (NIDA) - 1987

Entrevistas com mais de 1.000 usuários de crack da cidade de Nova York.

I. A maioria dos usuários de crack frequentemente usavam outras drogas;

II. O crack não levava à “dependência instantânea” mais do que a cocaína inalada, heroína ou maconha;

III. Em 1988, usuários de crack tinha apenas uma probabilidade levemente maior de cometer assaltos e violência sexual do que os não usuários de crack. O crack por si só não estava associado ao início de comportamento violento;

IV. Usuárias de crack não se iniciavam na prostituição como consequência do início do consumo de crack. Entretanto, as prostitutas aumentavam a sua atividade de forma dramática, seguindo o início do uso do crack;

V. Punições eram impostas aos usuários e comerciantes, independente da situação de consumo e/ou comércio.

Estudo com 172 usuários

Compara a trajetória de 8 anos de usuários de crack: os dependentes e os que nunca se

tornaram dependentes

1. O quanto é comum o uso sem dependência?

2. Existem diferenças sociodemográficas entre aqueles que se tornaram dependentes e os

que não se tornaram?

3. Os grupos diferem na idade de início do uso do crack?

4. Esses grupos são afetados de forma diferente por transtornos psiquiátricos co-

morbidos?

RESULTADOS

1. 62,8% dependentes

2. Dependência maior entre brancos

3. Sem diferença na idade de início

4. Sem diferenças no consumo de maconha ou episódio depressivo

5. TASP: 10,9% (ND) 31,5% (D)

6. Álcool: 15,6% (ND) 57,4% (D)

7. Maior co-morbidade na dependência

8. TDAH: 22,2% (D) (5X ND)

“Dada a idade de início do uso do crack (28,1 anos), há razões para acreditarmos que o início dos sintomas dos transtornos co-

morbidos precederam o envolvimento com o crack. Dessa maneira, esses transtornos, ou os

seus sintomas, podem ser marcadores ou fatores de risco para a dependência do crack”

RESULTADOS

AMOSTRA 107

HOMENS 88,5%

SOLTEIROS 67%

MÉDIA IDADE 23,6

MÉDIA IDADE INÍCIO USO 22

TEMPO PROCURAR TRATAMENTO 18 MESES

ABSTINÊNCIA 12 MESES 32,8%

MORTOS 20,6% (59,26% POR HOMICÍDIO)

Gráfico I: distribuição da demanda para atendimento por droga (em %)

34

26

9

21

23

10

10

11

15

27

0 10 20 30 40

2000

2008crack

cocaína

maconha

tabaco

alcool

Distribuição da demanda de atendimento para usuário de crack no CETAD

Distribuição da demanda de atendimento para usuário de crack no CETAD

https://twiki.ufba.br/twiki/bin/view/CetadOb

serva/WebSaude

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