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2 1.0 INTRODUÇÃO O trabalho apresentado a seguir visa demonstrar a utilização de materiais naturais para o revestimento e acabamento de todo tipo de construção, seja ela comercial ou residencial. É importante sabermos e conhecermos novas técnicas de aplicações para que seus efeitos sejam alcançados tanto esteticamente quanto confortavelmente. Buscando demonstrar métodos de execução, cuidados na hora de aplicação e manuseio dos materiais, temos o objetivo de disseminar o conhecimento adquirido durante as pesquisas e leituras realizadas para a confecção deste material.

Trabalho Técnicas Construtivas II parte 02

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1.0 INTRODUÇÃO

O trabalho apresentado a seguir visa demonstrar a utilização de materiais

naturais para o revestimento e acabamento de todo tipo de construção, seja ela

comercial ou residencial. É importante sabermos e conhecermos novas técnicas de

aplicações para que seus efeitos sejam alcançados tanto esteticamente quanto

confortavelmente. Buscando demonstrar métodos de execução, cuidados na hora

de aplicação e manuseio dos materiais, temos o objetivo de disseminar o

conhecimento adquirido durante as pesquisas e leituras realizadas para a confecção

deste material.

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2.PEDRAS NATURAIS

As pedras naturais fazem parte do grande leque de materiais e recursos

disponíveis para a construção civil. Seu emprego é utilizado tanto por engenheiros

como por arquitetos, sendo estudados devidamente os seus locais de aplicação e

objetivos a suprirem. Tal material pode ter seu caráter de execução de alvenaria

(vedação de um murro) trazendo um aspecto mais diferenciado que os mesmos de

alvenaria de blocos ou tijolos cerâmicos. Pode ser de caráter decorativo (fachadas

de edificações, soleiras, peitoris) deixando um toque diferenciado das fachadas com

simples pinturas, e ainda de caráter funcional (pisos e bancadas), visando sempre

as propriedades que atendam a necessidade de abrasão do local, analisando

previamente o fluxo ocorrente no ponto aplicado, e proporcionando uma facilidade

de limpeza e praticidade de sua utilização. Quando empregadas as pedras naturais,

algumas propriedades precisam ser levadas em conta na hora da aquisição e

conferencia do material. Elas devem ser homogêneas, não devem estar fissuradas

em hipótese alguma - um teste fácil de ser feito é utilizando um martelo simples e

aplicando um golpe no material - e seu som obrigatoriamente precisa ser claro.

Fendas nas pedras torna-se inviável a sua aplicação, dadas as propriedades de

resistência estando completamente comprometidas causando até mesmo um

aspecto visual não agradável. A sua resistência e porosidade precisam atender as

cargas e locais de aplicação, problemas com rachaduras e umidade precisam ser

pensados antes do inicio dos problemas.

3. REVESTIMENTOS

3.1 REVESTIMENTO RÚSTICO

Segundo Alberto de Campos Borges (1981), a aplicação de pedras naturais

tem o objetivo de causar um efeito de revestimento rústico e é a modalidade mais

econômica possível. Neste tipo de aplicação os blocos são cortados em lajes com

cerca de 6cm de espessura mas com tamanhos variados, eliminando a uniformidade

e lascando as extremidades visando causar um efeito bisotê (cantos chanfrados e

angulados), dado que essas extremidades terão a espessura menor que a parte

central da peça.

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Imagens 1 e 2: Muros de pedra rústica Fonte: www.globomidia.com.br

3.1.1. EXECUÇÃO

Para que a execução ocorra de forma correta, o canteiro (executor desta

técnica) procura mesclar os tamanhos de peças assentadas para que o produto final

possua o aspecto visual desejado.

Outra técnica é executar de maneira que o os blocos possuam dimensões

maiores e os poros que ficaram entre as peças sejam preenchidas com recortes

menores de peças. Nestes casos, a técnica utilizada varia mais conforme o gosto do

cliente e não a questão de dificuldade de execução.

Ainda segundo Alberto de Campos Borges (1981), o assentamento ocorre

exatamente sobre os tijolos da alvenaria, com argamassa de cimento e areia (1:3),

ou argamassa mista, cal e areia (1:3) dosada de 100kg de cimento por metro cúbico.

É importante ressaltar que após a colocação da argamassa uma espessura de 8cm

é acrescida à parede, tendo que ser levada em consideração na hora do

dimensionamento de vãos ( entrada de carros). Para que a execução seja de

qualidade, o controle sobre o espaçamento entre as peças deve ser levado em

consideração, quanto menor forem estes vazios melhor será a execução da parede.

Ressaltando que o rejuntamento é executado ao mesmo tempo em que a colocação

dos blocos, sendo assim qualquer rebarba deve ser removida ainda antes da cura,

pois quando seca jamais será removida, dada a alta aderência da pedra.

Um detalhe importante para se tomar cuidado é como será finalizado a parte

superior do muro. Podem ser utilizadas duas técnicas: capeamento e canjiquinha. A

primeira consiste em colocar um bloco na parte superior de modo que duas

pingadeiras sejam criadas, em uma espécie de laje em balanço. Se bem executado,

esteticamente o muro fica com um acabamento de qualidade.

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3.2 REVESTIMENTO E EXECUÇÃO EM TIJOLINHOS

Este tipo de revestimento ao contrario do rústico possui alto custo e maior

tempo de execução. Isto ocorre devido ao fato de que as peças são colocadas de

forma uniforme. Para que isto ocorra elas são recortadas pelo responsável da

cantaria em duas dimensões constantes, a largura e a altura, tornando apenas o

comprimento inconstante. A altura do bloco pode variar de 2 a 4cm , o ideal e

recomendado é o uso com 2cm , que apresenta um aspecto mais agradável, mas

por outro lado justifica o maior tempo de corte e mão de obra.

A execução ocorre com levantamento das fiadas no sentido horizontal,

utilizando a mesma argamassa citada no item 3.1.1, a diferença, entretanto, é que

neste modo de assentamento a argamassa que faz o papel também de rejunte não

precisa ficar exposta, denominado junta a seco.

Imagens 03 e 04: Tijolinhos Fonte: www.benedita.olx.pt e www.pedrasrusticas.com

3.3 MOSAICO DE PEDRA

Outra utilização para as pedras naturais são os mosaicos de pedras,

geralmente encontrado em calçadas publicas ou ate mesmo em paredes. Utilizando

o quartzito que possui alta resistência contra intempéries e associada a sua variação

de cores, preta e branca (usualmente), é possível montar imagens do tamanho e

formato desejado. A pedra São Tomé também pode ser utilizada neste tipo de

acabamento.

Imagens 05 e 06: Mosaicos de Pedra Fonte: www.ama2345decopacabana.wordpress.com e www.wdicas.com

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4. MÁRMORE E GRANITO

4.1 MÁRMORE

Rocha carbonática de origem sedimentar ou metamórfica, composta de

calcita ou dolomita, com dureza 3. São rochas mais macias devido a pouca ou

inexistência do quartzo, possuem pouca abrasão, sofrendo desgaste mais

facilmente. Possuem baixa resistência a agentes intempéricos, é durável e resiste a

impacto. O mármore aceita todo tipo de tratamento (polimento e restauração), pode

ser limpo com água e sabão neutro. Seu acabamento pode ser liso ou áspero

dependendo do tipo de utilização.

4.1.1 LOCAIS DE APLICAÇÃO

Cozinha: Por ser um material composto de carbonatos seu uso em bancadas em

cozinhas torna-se completamente inviável, visto o fato de que quando o mesmo está

em contato com ácidos provoca manchas na pedra, destruindo esteticamente a

bancada.

Banheiro: Não existe nenhuma restrição quanto ao seu uso em paredes e pisos,

com exceção do piso do boxe que deve ser evitado a sua utilização.

Piso interior: No interior da casa se não houver muito fluxo de pessoas, não existe

restrição nenhuma, apenas deve se tomar o cuidado de que a base tenha uma boa

impermeabilização.

Piso e parede externa: seu uso é completamente não recomendado, devido a sua

fraqueza perante a chuva e por ser um material com pouca abrasividade.

Parede Interna: Seu uso é recomendado, pois possui um peso mais leve que as

demais pedras do mercado.

Imagens 7 e 8: Mármores Fonte: www.belyeventos.wordpress.com e www.magmastone.com.br

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4.2.GRANITO

O granito é uma rocha magmática formada de quartzo, feldspato e mica, com

dureza acima de 6 na escala Mohs. Possui alta resistência e boa abrasão. Pode ser

polido, lustrado, apicoado, levigado e flameado, variando conforme a sua utilização.

São encontrados em vários tipos de cores (cinza, azul , preto , amarelo , verde e

vermelho) dependo a predominância dos minerais compostos. Para sua limpeza é

utilizado água e sabão neutro. Qualquer substancia derramada sob a pedra deve ser

removida com pano úmido imediatamente.

4.2.1 LOCAIS DE APLICAÇÃO

Cozinha: Indicado principalmente para bancadas. Os vermelhos e pretos são mais

resistentes que os cinzas.

Banheiro: Indicado principalmente para bancadas. Os vermelhos e pretos são mais

resistentes que os cinzas.

Piso interno: Não há contra indicações, apenas que tenha uma base

impermeabilizada, alguns autores recomendam não utiliza-lo no andar térreo.

Piso Externo: Pode ser utilizado porem seu acabamento precisa ser antiderrapante

por motivos de segurança.

Parede Interna: Não é recomendada devido ao seu peso ser muito elevado.

Parede externa: É aconselhado , porem se em peças muito grandes o uso de inserts

é necessário, tornando uma parede ventilada com ótima aparecencia. Utilizada

muito em fechadas de edificações.

È utilizado em soleiras, peitoris de esquadrias e acabamentos de escadarias.

Imagens 9 e 10: Granito Fonte: e www.housepreview.wordpress.com

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Imagens 11 e 12: Granito Fonte: www.pisodegranito.com e arquitetogratis.blogspot.com

4.3 COLOCAÇÃO EM PISOS E PAREDES (SEM USO DE ANCORAGEM)

A colocação deve ser feita apenas por profissionais qualificados, por isso,

caso o fornecedor não execute a instalação, peça a indicação de colocadores

especializados. Irão precisar de areia, cimento, argamassa colante e todo o material

necessário para reajuste e proteção do piso. Para revestir pisos de cozinhas,

banheiros e lavabos, é importante certificar-se de que o contra piso foi

impermeabilizado e nunca assentar o material úmido, pois dificultará a colocação

das peças e a eliminação de umidades das mesmas.

Antes de assentar as placas, faça uma pré-montagem espalhando as peças

pelo chão, a fim de escolher o posicionamento mais adequado de cada uma

devendo-se seguir o sentido dos veios. Assim, as peças que destoam do conjunto

devem ser colocadas em locais de difícil visualização atrás da porta ou em recortes,

por exemplo. Ao contrário do cimento-cola, produto industrializado comprado pronto,

a argamassa é feita na obra. Antes de fazer a mistura é importante peneirar a areia

para evitar que fragmentos de ferro oxidem as pedras. O cálculo aproximado de

massa por m² é de 12 Kg. Durante o assentamento os dedos da mão são usados

para pressionar a peça e o martelo de borracha é utilizado para realizar as batidas

na peça evitando que a mesma seja danificada com pancadas.

Para que seja seguido um alinhamento perfeito a utilização de linha marcando

a primeira e ultima peça é indispensável, assim como no assentamento de parede a

sua utilização também é de suma importância. Cuidados com o nível das peças é de

extrema importância, podem ocorrer variações milimétricas na mesma peça e esta

diferença precisa ser compensada na argamassa. A mesma deve ser espalhada em

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formas de tiras e sulcos com o auxilio da desempenadeira dentada para que a

aderência na parte inferior da peça seja a máxima possível, evitando deixar pontos

ocos da peça, por falta de material colante.

Para que o acabamento seja de qualidade, deve-se tomar cuidado com as

rebarbas de argamassa, evitando que a mesma suje a parede deixando um aspecto

desagradável, vista a dificuldade de remoção após a sua cura.

Para o assentamento de mármores ou granitos claros é indispensável o uso

de cimento-cola branco. Sua utilização evita alterações na cor do material colocado

e dá um visual mais bonito. Espere mais um dia para a secagem e efetue a limpeza

com um pano úmido e estopa, em caso de mármores, e palha de aço seca em pisos

de granito. Recomenda-se proteger o piso com lona plástica, plástico bolha ou nata

feita de gesso e estopa.

Nunca rejuntar o material antes de sete dias após o assentamento, pois caso

a pedra tenha absorvido água, esta irá evaporar mais rápido através das arestas das

peças.

Imagens 13 e 14: assentamento de mármore e granito Fonte: www.construacoes.com

4.4 APLICAÇÃO EM FACHADAS

Para a aplicação em fachadas visando uma maior segurança e qualidade foi

criado na Europa o método de suporte metálico de assentamento, dado o nome de

Inserts Metálicos. As vantagens deste método são a rapidez de execução, qualidade

no prumo, e evita que ocorram manchas oriundas de produtos de assentamento e

maior segurança em termos de fixação e aderência a estrutura a ser revestida.

A aplicação das placas inicia-se com a paginação das peças. A partir desta

paginação são definidos os tipos de inserts metálicos que serão usados na estrutura,

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é necessário informações como cotas horizontais e verticais, assim como

detalhamento das juntas de placas. Devem ser respeitados distancias de

espaçamentos entre os suportes metálicos (7cm), espessura de ventilação, tamanho

das juntas de dilatação (5mm) e formato de encontro de peças.

Antes de se iniciar a colocação é realizado um levantamento in loco por uma

equipe técnica com as responsabilidades de passar com exatidão as medidas que

servirão de referencia para a colocação dos inserts. Segundo Henrique Hirschfeld

(2000), a utilização de granitos nas fachadas e locais nobres de edifício começou a

ter peso no Brasil a partir de 1990, quando surgiram as fabricas de inserts metálicos

para a fixação das peças. Neste tipo de ferramenta as pedras são apoiadas em

sistema metálico que permite a ventilação atrás da pedra impedindo a concentração

de umidade e ainda atua como isolante acústico e térmico. A utilização destes

inserts elimina a existência da argamassa do processo, tornando o desperdício do

processo praticamente nulo.

Imagem 15: medição antes da colocação Fonte: www.benedita.olx.pt

4.4.1 INSERTS METALICOS

Os inserts metálicos são peças fabricadas em aço inoxidável AISI-304 que

possuem formas variadas para atender a cada necessidade ou situação de

aplicação de placas de rochas ornamentais. Sendo que a espessura das peças

variam de 2 mm, 3 mm e 4 mm e o diâmetro dos pinos são de 4 mm.

Imagens 16: Inserts Metálicos Fonte: www.fiec.org.br

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4.4.2 APLICAÇÃO DOS INSERTS

A forma de aplicação desta ferramenta é muito simples: o operário

primeiramente realiza um furo na estrutura no local já previamente estabelecido que

estará o insert, com uma furadeira manual. O furo possui uma abertura de 10mm

para que os chumbadores possam ser introduzidos. O ideal é que seja respeitado

um afastamento de 8cm, podendo ser corrigido um desprumo de até no máximo

3cm, ou seja, o não cuidado com o prumo na execução da fachada pode tornar este

revestimento com um acabamento muito mal feito. Dependendo se a parede for de

concreto ou alvenaria o chumbador é diferente, sendo para paredes de concreto uso

do parabolt 3/8 e para parede de tijolo maciço usa-se o parabolt 3/8 com camisa.

Esses chumbadores de expansão servem para ancoramento dos inserts metálicos

que serão engastados às placas de granito ou mármore através de furos ou rasgos.

Imagens 17: Chumbador Fonte: www.fiec.org.br

4.4.3 REJUNTAMENTO

Após o termino de aplicação das placas é necessário realizar o rejuntamento

das mesmas, mais por motivos estéticos, acústicos e térmicos do que técnicos. Por

isso aconselha-se o uso até o segundo pavimento da estrutura, podendo também

ser empregada juntas das viradas e pingadeiras das sacadas. Já nos peitoris o

rejunte normal pode ser usado.

Para se realizar o rejuntamento inicialmente é realizada a limpeza com

escova de aço na parte a ser aplicado o produto, após isso se introduz um cordão de

polietileno (8mm) de contenção, não necessariamente em toda a junta apenas no

encontro de 4 placas ou conforme desejado pelo cliente ou projeto. Em seguida é

colocado uma fita crepe, com boa aderência a placa, ao redor das partes a

receberem o rejunte. Por fim é introduzido o silicone neutro e dado o acabamento

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com o dedo mesmo para que o produto espalha-se por entre as juntas, retira-se a

fita crepe e está finalizado o processo.

Imagens 18: Rejunte Fonte: www.blogdotarso.com

4.5 DEFEITOS ENCONTRADOS EM PLACAS DE MÁRMORE E GRANITO

- Superficie rugosa com sulco e variações de espessura de até 5 mm na placa

causadas pela falta de tensionamento nas lâminas ocasionando a flambagem das

mesmas. Para ser prevenido é aconselhado o uso de tensionamento hidráulico e a

solução caso o problema já tenha ocorrido é usar abrasivo grosso por maior tempo

até a superfície ficar lisa.

-No caso de trincas, provavelmente por a rocha ser frágil, blocos fraturados,

transporte ou embalagem inadequados ocasionando fraturas que atingem parte ou

atravessam toda a placa, deve-se usar telas de proteção e ter um controle no

transporte e movimentação para que problemas assim não ocorram.

- Cantos quebrados causado por transporte ou embalagem inadequados deixando

as extremidades das placas quebradas, para se prevenir deve haver um cuidado no

seu manuseio, realizando o mesmo sempre na vertical e apoiando nas arestas da

peça, utilizando sempre que possível, materiais de apoio como papelão ou similares.

- Ferrugem e Manchas avermelhadas causadas por placas com restos de granalha

ou em contato com substâncias contendo ferro e água , ocasionando a oxidação do

ferro ou da granalha e absorção pela rocha, para se prevenir deve ser realizado uma

limpeza profunda em cada placa e impermeabilização das placas no contato com o

ferro e caso o fato já tenha ocorrido o ideal é o uso de produtos especiais para

remoção.

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Imagens 19 e 20: granito trincado e granito manchado Fonte: www.blogdotarso.com

4.6 DIFERENÇAS ENTRE MÁRMORE E GRANITO

Mármores são mais leves que os granitos , sua aplicação é de caráter interno

, enquanto o granito pode ser aplicado externamente sem problemas. Aplicação nas

cozinhas é aconselhado apenas para os granitos, pois os mármores mancham com

mais facilidade. O mármore possui uma resistência muito mais baixa e um desgaste

muito mais elevado enquanto o granito por sua vez é mais resistente à absorção da

agua, viabilizando sua utilização em lavanderias. O preço do mármore é de mais

elevado custo, sendo que no meio comercial o granito é mais utilizado.

Para se distinguir um mármore de um granito, dois procedimentos simples

são recomendados: os granitos não são riscados por canivetes, chaves ou pregos, a

exemplo dos mármores, isto deve-se devido a dureza dos materiais em questão.

Outro teste que pode ser realizado utiliza-se reagentes químicos, sendo que os

mármores reagem ao ataque do ácido clorídrico ou muriático, efervescendo tanto

mais intensamente quanto maior o seu teor em calcita.

5.0 PEDRA SÃO TOMÉ

São rochas flexíveis, antiderrapantes, muito absorvente e que não propagam

calor. Indicadas para o revestimento de beiras de piscinas e áreas de lazer, guias de

calçadas, paralelepípedos em ruas, podendo ser usada também em construções

particulares revestindo piso de varandas, pátios e churrasqueiras. A limpeza se faz

com água e sabão, sendo por vezes necessária a contratação de uma empresa

Page 13: Trabalho Técnicas Construtivas II parte 02

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especializada para uma limpeza mais profunda com ácido muriático, pois mancha

com facilidade.

5.1 REVESTIMENTO, ESPESSURA E DIMENSÕES

O revestimento com as Pedras São Tomé está em alta na decoração e

avança com força total em ambientes comerciais e residenciais. São usadas em

fachadas, calçamentos e na criação de ambientes internos que acabam ganhando

um toque de harmonia, e possui uma coloração mesclada que vai desde o branco,

passando pelo bege, cinza, rosa e amarelo. Até mesmo alguns tons esverdeados

podem ser observados em algumas peças.

A espessura também é um detalhe a ser observado antes da compra. A pedra

fina tem espessuras de 5mm a 7mm (revestimento de parede) e a pedra normal de

8mm a 20mm (revestimento de piso), e tem as dimensões de: 37 x 37, 18 x 37, 15

x 30 47 x 47 e rodapés.

5.2 EXECUÇÃO DE PISO

Para assentamento do piso em pedra São Tomé deverá ser executado

contrapiso na espessura mínima de 5 cm, no traço 1:5 (1 parte de cimento para 5

partes de areia grossa). Este contrapiso será executado diretamente sobre o solo

onde foi demolido o piso. Após a cura de 1 dia, deverá ser assentado o piso nas

dimensões 20 x 40 cm (a licitante deverá conferir as dimensões “in loco”), nos

padrões do piso remanescente. Após o assentamento do piso a área deverá ficar

interditada por 24 horas e posteriormente o piso deverá ser rejuntado com massa de

areia fina e cimento traço 1:3 (1 parte de cimento para 3 partes de areia).

6.0 BASALTO

Os basaltos são as rochas mais abundantes na crosta terrestre, mais

especificamente na crosta oceânica. Macroscopicamente apresentam cor negra, são

melanocratas, densos, compactos ou ligeiramente vesiculares. Possui textura

afanítica, com frequência porfirítica. Podem ser regulares ou irregulares. Os basaltos

formam estruturas associadas a vulcanismo: escoadas, filões, chaminés, podendo

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ocorrer fragmentos em depósitos piroclásticos. É de salientar que em certas

ocorrências de basaltos é possível observar um tipo particular de estrutura

conhecida por disjunção prismática ou colunar, caracterizada pela separação da

massa rochosa em ‘prismas’, geralmente pentagonais a hexagonais e

perpendiculares à escoada.

6.1 UTILIZAÇÃO

No enquadramento de portas e janelas;

Pavimentações de ruas;

Na construção de casas;

Na construção de diques (represas de águas correntes ou reservatórios de água

com comportas);

Britas para a construção civil;

Na construção de Mosaico Português: o basalto é quebrado manualmente no

formato de cubos em torno e 4,0cm no mínimo, serão assentados sobre colchão de

cimento e areia no traço 1:6 seco, na espessura de 3,0cm e deverão ser molhados e

apiloados;

Imagem 21: mosaico português Fonte: www.estanciaimoveis.com.br

6.2 EXECUÇÃO EM PISO

Preparo da base para perfeita aderência da argamassa de assentamento do

piso com o contra piso, faz se necessário as seguintes providências:

• Sobre a base de concreto existente, com idade superior a sete dias, proceder a

uma rigorosa limpeza da superfície, que deve se apresentar áspera isenta de pó,

partículas soltas, graxas, óleo, etc.

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• Determinados locais poderão necessitar de ações mecânicas como apicoamento,

jateamento, fresamento ou aplicação de produtos especiais a fim de melhorar a

aderência.

• Saturação da base de concreto com água em abundância.

• Ter no mínimo cinco centímetros livre entre a base e o nível do piso acabado.

Traço da argamassa de assentamento - "farofa".

• 01 (uma) parte de cimento.

• 04 (quatro) partes de areia média lavada.

• A adição de água deve ser o mínimo possível.

• Rendimento médio: 17 kg/m²/cm de altura da argamassa de assentamento.

• Consumo médio de materiais considerando argamassa de assentamento com 3,5

cm de altura (altura média praticada):

• Areia média lavada = 47,6 kg/m²

• Cimento cinza CPII E32 = 17 kg/m²

• Nota minha: O consumo de cimento para o assentamento é de 6 sacos de cimento

por m³ de areia.

• Além dos procedimentos básicos para assentamento de piso em geral, destacamos

o seguinte:

• Espalhar a argamassa tipo "farofa" com altura mínima e máxima entre 2,5cm e

4,5cm.

• Sobre a argamassa já espalhada, polvilhar cimento puro para criar uma ponte de

aderência.

• Com auxílio de um regador, espalhar água sobre a argamassa já polvilhada com

cimento e colocar a placa sobre a argamassa.

• As placas devem ser forçadas uma a uma contra a argamassa de assentamento

com auxílio de um martelo de borracha. Certificar-se de que todas as placas foram

batidas o maior número possível de vezes, a fim de garantir perfeita aderência e

nivelamento entre as placas.

• Efetuar a limpeza das juntas para não impedir a penetração do rejunte.

• As juntas devem ter entre 1,5 e 2,0 mm no máximo;

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Image 22: Piso em basalto Fonte: www.pt.made-in-china.com

6.3 ASSENTAMENTO DE LAJES (PASSEIOS)

Traço de 1:3 sobre a camada de pó de brita, deverão ser assentadas

uniformemente de forma que fiquem firmes, niveladas e compactadas. O passeio

público deverá ser levemente inclinado (2%) para a direção da rua. Após

assentadas, as lajes deverão ser rejuntadas com argamassa de areia fina de traço

1:3, com alisamento.

Imagem 23: laje de basalto para calçadas Fonte: www.solostocks.com.br

7.0 ARDÓSIA

Trata-se de uma rocha sílica-argilosa, a qual foi constituída através de

transformação da argila que sofreu sobre forte pressão e temperatura, que se

endureceram em finas camadas. É constituída por mica branca, feldspato, clorita,

quartzo, carbonato e óxido de ferro. Possui algumas propriedades físicas como alta

resistência mecânica, dureza considerada média, resistente a intemperismos, baixa

porosidade, possibilita que a ardósia seja utilizada em diversas áreas da construção

civil. É encontrada em diferentes formas, entre elas: natural(Bruta), polida,

escovada.

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Imagens 24 e 25: ardósia Fonte: www.construdeia.com e www.brasil.acambiode.com

7.1 LOCAIS DE UTILIZAÇÃO

Por se tratar de um material resistente e ser um material econômico é bastante

usado na construção civil nas mais diferentes formas. As mais comuns são:

Revestir paredes (Internas e Externas)

Pisos (Internos e Externos)

Tampões de mesas, balcões e pias

Bancadas para cozinha

Rodapés

Telhas

Móveis em geral

Divisórias em chiqueiros

7.2 EXECUÇÃO

Em áreas externas, as peças de ardósia devem ser molhadas, devem ser

feitas algumas ranhuras na face da peça para que haja uma melhor aderência e

nivelamento. Na face a ser assentada deve se aplicar argamassa a base de cimento

e adesivo com uso de uma desempenadeira dentada e deixar secar por cerca de

24horas. Onde será colocada a pedra, deve-se executar uma massa mista, cujo

traço é de 1:0,5:5 (cimento, cal hidratada e areia) com espessura de 5cm. Deve ser

molhada a peça e a área em que ela ocupará na massa, assentando peça por peça.

A argamassa de rejuntamento deve ser preparada conforme especificado pelo

fabricante e aplicada com desempenadeira emborrachada. Limpar com esponja

após a argamassa estar completamente seca.

Page 18: Trabalho Técnicas Construtivas II parte 02

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Em áreas internas o piso deve estar nivelado e com uma argamassa de

regularização com traço de 1:3, cimento e areia, espessura 2,5cm. Com uma

desempenadeira dentada aplicar argamassa de assentamento feita a base de

cimento e adesivo especial, neste caso não é necessário uso da massa mista.

Considerar uma declividade mínima de 0,5% em direção a ralos ou saídas. A

argamassa de rejuntamento deve ser preparada conforme especificado pelo

fabricante e aplicada com desempenadeira emborrachada. Limpar om esponja após

a argamassa estar completamente seca.

8.0. LÂMINAS DE MADEIRA

As lâminas de madeira usadas em pisos apresentam uma semelhança muito

grande com o carpete de madeira, elas são resistentes à abrasão, porém, seu maior

destaque é a facilidade para realizar a limpeza do mesmo. Sua popularidade esta

em crescimento pelo fato de ser um revestimento com preço mais em conta do que

os pisos de madeira.

A lâmina é constituída de 4 (quatro) camadas, mas composição acaba

variando conforme seu fabricante, segue abaixo a composição comum de uma

lâmina de madeira usada em pisos.

Overlay é uma película que protege o laminado contra arranhões e riscos.

Possui uma alta resistência a abrasão.

Laminado Decorativo da o aspecto de piso de madeira varia entre os modelos

de pisos e pode se impressa ou um filme de madeira.

Page 19: Trabalho Técnicas Construtivas II parte 02

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Substrato HDF-H é a parte principal composta geralmente por compensado

de alta resistência, é responsável por resistir aos impactos. É nesta parte do

laminado que ficam os encaixes macho e fêmea que servem para encaixar o piso.

Balanço parte que é responsável por estabilizar o piso e pela resistência da

lâmina à umidade.

8.1. USO E EXECUÇÃO

O primeiro passo para aplicação das lâminas de madeira é conferir se existem

irregularidades no contrapiso, caso existam saliências maiores que 3mm em uma

extensão de 1,5 ou o contrapiso esteja com soltando areia ou quebradiço, deve ser

feita a correção. Deve-se tomar cuidado também com a umidade do local onde será

instalado o laminado, pois não se recomenda instalar as lâminas de madeira em

locais com umidade. Após estas verificações deve ser limpo evitando que tenha

areia, poeira, etc.

Deve ser feito um planejamento verificando as metragens do local de onde

será aplicado o piso, garantindo uma melhor qualidade de instalação, além de tempo

e de material. Antes de iniciar a colocação das lâminas deve ser instalada uma

manta que tem a função de reter umidade e de absorver irregularidades. A manta é

posta no sentido contrário da colocação das lâminas, diretamente no contrapiso sem

deixar espaços vazios e junto as paredes deixar cerca de 1 cm de manta sobrando.

Após a colocação da manta já pode se iniciar a instalação das lâminas,

usando espaçadores no sentido do comprimento da lâmina, entre ela e a parede,

para garantir o espaço de dilatação da madeira, depois instalados os espaçadores

ele é utilizado com travamento do piso. Em pisos colados o espaçador deve ser

retirado após de 12horas e deverá assegurar uma distância de 15 mm entre parede

e piso. Existem pisos laminados com instalação com sistema “click” os quais

possuem encaixes e não utilizasse cola e outros tipo de instalação com colagem dos

encaixes.

O sistema com encaixe click deve encaixar a régua a ser instalada em um

ângulo entre 20º e 30º, introduzindo o encaixe macho na parte fêmea da peça que já

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havia sido instalada e abaixando a peça até que haja perfeição entre as peças. No

sentido transversal é necessário usar um bloco batente e um martelo para encaixar

as lâminas, com suaves marteladas com o bloco no topo das réguas, fechando os

encaixes do topo das lâminas. Deve ser evitado o desalinhamento e movimentações

das lâminas durante o processo de instalação. Na instalação com colagem dos

encaixes deve se verificar o esquadro e alinhamento e só depois devem ser coladas,

deve-se aplicar cola sempre no encaixe macho da peça em toda extensão de

encaixe. Todas as lâminas devem ser coladas, uma a uma, importante não deixar

pontos sem cola para evitar aberturas, inchamentos e ruídos. A cola que fica na

superfície do piso deve ser limpa em no máximo 10 minutos.

Para finalizar a instalação, muitas vezes é necessário cortar as lâminas da

última fileira, deve se posicionar as lâminas e fazer a marcação do lado do

balanceador e realizar o corte com uma serra. Lembrando sempre de colocar os

espaçadores, a última régua instalada recomenda-se fazer sua colagem

independente do sistema de encaixe. Após todo piso instalado é recomendado uso

de cintas e usar os espaçadores, deixando secar por 12 horas.

Depois de retirar os espaçadores e as lâminas de madeira instaladas pode-se

fazer a instalação dos rodapés e cantoneiras.

9.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A utilização de pedras naturais assim como pisos laminados, para a

construção civil vem ganhando espaço no mercado a cada dia que passa. As

revoluções tecnológicas vêm propiciando o seu uso, tornando-as cada vez mais

úteis e praticas em todo tipo de obra existente.

Quando conhecido suas características, especificidades e maneiras de

manuseio, as pedras tornam-se ferramentas poderosas nas mãos de arquitetos e

engenheiros que podem utilizá-las para suprir deficiências de determinado projeto

que esta sendo executado.

Vale a pena aumentar o nível de pesquisas neste ramo, o desenvolvimento de

melhores técnicas e prováveis argamassas a serem desenvolvidos podem sim

aumentar a sua eficiência, diminuindo o numero de resíduos deixados em obra.