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Trabalho1 Dinamica Exp

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Trabalho1 Dinamica Exp

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE MINAS

    PROGRAMA DE PS GRADUAO EM ENGENHARIA CIVIL PROPEC

    IARA SOUZA RIBEIRO

    RELATRIO PRTICO

    Tpicos Bsicos em Dinmica

    Ouro Preto, 2015

  • IARA SOUZA RIBEIRO

    RELATRIO PRTICO

    Trabalho apresentado como requisito obrigatrio da disciplina Tpicos Bsicos em Dinmica, do Programa de Ps-Graduao em Engenharia Civil da Escola de Minas.

    Professor: Alexandre Abraho Cury

    Ouro Preto

    Escola de Minas UFOP Maio/2015

  • 1) Explique quais aspectos devem ser considerados quando da deciso de se monitorar

    dinamicamente uma estrutura.

    A anlise dinmica ocorre em estruturas submetidas a cargas dinmicas, ou seja, cargas que

    variam com o tempo. Na realidade, as cargas aplicadas em uma estrutura no so realmente

    estticas e consider-las dinmica ou no um problema relativo.

    Um parmetro extremamente importante que influencia o grau de efeito dinmico produzido

    por determinado carregamento o perodo de vibrao natural da estrutura. Nas situaes

    em que o tempo de aplicao da carga se aproxima ao perodo natural da estrutura deve-se

    realizar um monitoramento dinmico.

    Outro aspecto de grande relevncia nos problemas dinmicos a introduo de foras

    inerciais contrrias acelerao do carregamento. Quando as foras inerciais representam

    uma parcela significativa do total do carregamento equilibrado pelas forcas elsticas internas

    da estrutura, o carter dinmico do problema deve ser levado em considerao na soluo.

    (TEDESCO et al., 1999)

    2) Fale sobre os diferentes tipos de excitao dinmica existentes e quais deles so mais

    comuns em aplicaes de engenharia civil.

    Uma estrutura pode ser excitada dinamicamente pela imposio de algumas condies

    iniciais. Geralmente as condies iniciais consistem em uma fonte de energia tal como a

    velocidade transmitida massa da estrutura (energia cintica) ou uma configurao de

    deslocamento que subitamente removida (energia potencial). Neste contexto, a vibrao

    resultante ocorre na ausncia de foras aplicadas externamente, por conseguinte, denomina-

    se vibrao livre.

    A vibrao em uma estrutura tambm pode ser originada devido influncia de uma

    excitao externa. Neste caso, a vibrao resultante conhecida como vibrao forada.

    Quando so conhecidos a magnitude, o ponto de aplicao e a forma com que a carga de

    excitao varia no tempo diz-se que essa carga prescrita e a anlise de um sistema estrutural

    submetido a esse tipo de carga conhecida como anlise determinstica. As cargas de

    excitao tambm podem ser classificadas como aleatrias. Neste caso, as suas caractersticas

    no so completamente conhecidas, no entanto podem ser definidas estatisticamente. A

    anlise correspondente a esse tipo de carregamento denominada anlise no determinstica

    (TEDESCO et al., 1999).

  • Na prtica existem equipamentos para a excitao dinmica de uma estrutura. No caso de

    vibrao forada, podem-se citar os shakers (servo-hidrulicos ou mecnicos) e os

    equipamentos de aplicao de impulsos. Para vibrao livre a excitao pode ser imposta

    atravs de um cabo ancorado ao solo ou a uma estrutura prxima suficientemente rgida.

    3) Explique, detalhadamente, todo o procedimento a ser feito em uma anlise dinmica

    experimental (escolha do equipamento, instrumentao, tratamento dos dados,

    parmetros a serem analisados, etc).

    A anlise dinmica experimental possui alguns aspectos de extrema relevncia, entre eles

    citam-se: o tipo de estrutura a ser testada, os equipamentos de apoio e os mecanismos de

    excitao que interferem na quantidade de hardware necessria para realizao do teste.

    A Figura 1 representa de forma esquemtica a configurao bsica de uma anlise modal

    experimental.

    Figura 1 - Configurao bsica necessria para a anlise modal experimental.

    Fonte: Frana e Barros (2014) apud Hewlett (1986)

    Inicialmente, para execuo desse tipo de anlise, deve-se considerar o mecanismo necessrio

    para a fixao e obteno das restries desejadas (condies de contorno). Este um passo

    fundamental no processo, uma vez que afeta as caractersticas estruturais globais,

    particularmente das anlises posteriores, como a modificao estrutural, a correlao de

    elementos finitos e acoplamento de subestrutura.

    Segue-se a partir da seleo de uma funo de excitao (por exemplo, o rudo aleatrio),

    juntamente com o sistema de excitao (por exemplo, um vibrador eletrodinmico) adequado

    aplicao. A funo de excitao o sinal matemtico utilizado para a entrada, enquanto o

  • sistema de excitao o mecanismo fsico utilizado para prover o sinal. Em geral, a escolha da

    funo de excitao determina a escolha do sistema de excitao. A escolha do sistema de

    excitao depende de fatores como: equipamentos disponveis para o processamento de

    sinais, caractersticas da estrutura, consideraes gerais de medio e do sistema de

    excitao. (FRANA E BARROS, 2014)

    O vibrador eletrodinmico largamente utilizado em anlise modal. O seu princpio de

    funcionamento baseado na fora gerada por uma corrente alternada que conduz uma

    bobina magntica. O seu limite mximo de frequncia de excitao varia entre 5 Hz a 20 kHz.

    Fisicamente, uma clula de carga deve ser integrada entre o vibrador e a estrutura, para

    medio da fora de entrada. Durante sua operao, o vibrador deve transmitir apenas um

    componente da fora na direo do eixo principal da clula de carga. Para minimizar o

    problema das foras serem aplicadas em outras direes, o vibrador deve ser conectado

    clula de carga por meio de uma haste delgada, denominada stinger.

    O mtodo para posicionar o vibrador outro fator importante na anlise modal experimental.

    O corpo principal do vibrador tem de ser isolado a partir da estrutura para evitar que

    quaisquer foras de reao sejam transmitidas atravs da base do vibrador de volta para a

    estrutura. O vibrador pode ser apoiado sobre uma base mecanicamente isolada ou suspenso.

    Outro mecanismo de excitao comum em testes modais o martelo de impacto. A tcnica

    conveniente em decorrncia da utilizao de poucos equipamentos e recursos alm de

    proporcionar tempos de medio mais curtos. O mtodo de aplicao do impulso inclui um

    martelo, uma clula de carga e uma massa. Uma vez que a fora uma entrada impulsiva, o

    nvel de amplitude da energia aplicada estrutura funo da massa e da velocidade do

    deslocamento do martelo. Devido s dificuldades em controlar a velocidade do martelo, o

    nvel de fora geralmente controlado atravs da variao da sua massa (FRANA E BARROS,

    2014).

    A medio dos dados experimentais realizada atravs de transdutores que transformam

    uma grandeza fsica em que se exprime a resposta dos sistemas num sinal eltrico

    proporcional a essa grandeza. Para garantir condies adequadas a medio os transdutores

    devem ter boa sensibilidade e uma resposta em frequncia pertinente com o que se quer

    medir. Outro aspecto importante a escolha adequada dos pontos de medio que devem

    estar sempre desobstrudos.

  • Dentre os tipos de sensores que utilizados na medio dos dados podem-se mencionar: os

    acelermetros, os transdutores de velocidade, os transdutores de deslocamento, sistemas

    GPS, microondas e os extensmetros. Alguns dos sensores citados necessitam de

    condicionamento de sinal para que o dispositivo de aquisio de dados efetue a medio de

    forma eficaz e exata.

    As principais tecnologias de condicionamento de sinal fornecem melhorias distintas tanto no

    que diz respeito ao desempenho quanto exatido de sistemas de aquisio de dados

    (FRANA E BARROS, 2014).

    4) Explique como a taxa de amostragem pode interferir na qualidade do tratamento dos

    dados.

    A taxa de amostragem representa a quantidade de dados coletados em um determinado

    intervalo de tempo. Segundo o teorema de Nyquist, um sinal deve ser amostrado com uma

    frequncia pelo menos duas vezes maior que a componente de maior frequncia de interesse

    no sinal para que essa componente seja capturada. Caso contrrio, ocorre um efeito

    denominado aliasing, no qual uma alta frequncia medida de maneira incorreta como sendo

    de frequncia mais baixa.

    5) Explique como a posio dos sensores pode interferir na qualidade do tratamento dos

    dados.

    Ao realizar os ensaios experimentais em uma estrutura, deve-se fazer um estudo numrico

    que possibilite o entendimento do seu comportamento quando submetida a um determinado

    carregamento. Essa pr-anlise possibilita a identificao dos possveis modos de vibrao

    da estrutura bem como da posio dos ns, sendo portanto, crucial para determinao dos

    pontos nos quais devero ser instalados os sensores em uma anlise experimental. Quando os

    sensores so instalados de maneira aleatria, existe a possibilidade de um posicionamento

    inadequado, ocasionando em perda de representao de um ou mais modos de vibrao de

    interesse. Um exemplo de posicionamento inadequado do sensor quando este fixado em

    um n de um dos modos de vibrao.

    6) A partir dos dados registrados na aula de 24/04, calcule o valor da 1 frequncia

    natural de vibrao e da respectiva taxa de amortecimento da viga ensaiada. Faa 3

  • estimativas para cada um destes parmetros, mostrando o valor mdio e o respectivo

    desvio-padro.

    Neste trabalho foi analisada uma rgua metlica engastada - livre. Inicialmente, verificou-

    se o sistema de aquisio de dados e instalou-se um transdutor de uma direo no ponto

    central da rgua metlica com o objetivo de medir os deslocamentos verticais no ponto.

    No primeiro ensaio foi imposto um deslocamento inicial na extremidade da rgua. Esse

    deslocamento foi retirado abruptamente tendo como consequncia a vibrao livre da

    rgua. Foi realizado tambm um ensaio de vibrao forada, no qual a estrutura foi

    submetida a uma carga impulsiva. Os resultados dos ensaios podem ser vistos nas Figuras

    2 e 3.

    A partir dos dados coletados, foram calculadas trs estimativas de frequncias e as taxas

    de amortecimento para ambos os ensaios. Calculou-se ento, o perodo que corresponde

    ao tempo entre dois picos consecutivos. Como a frequncia o inverso do perodo, seu

    valor tambm pode ser determinado. Por fim foi calculada a taxa de amortecimento

    utilizando a equao

    onde a taxa de amortecimento, o valor de deslocamento em um pico e o

    valor de deslocamento no pico consecutivo.

    Os dados utilizados e os resultados dos clculos so mostrados nas tabelas 1 e 2.

    -1,00E+01

    -8,00E+00

    -6,00E+00

    -4,00E+00

    -2,00E+00

    0,00E+00

    2,00E+00

    4,00E+00

    6,00E+00

    8,00E+00

    1,00E+01

    1,20E+01

    De

    slo

    cam

    en

    to (

    mm

    )

    Tempo (0 - 20 seg)

  • Figura 2: Grfico representativo do ensaio de vibrao livre.

    Tabela 1: Resultados do ensaio de vibrao livre. X corresponde aos picos de deslocamento utilizados nos clculos, t corresponde ao tempo no qual eles ocorreram. T o perodo, F, a frequncia e , a taxa de amortecimento. O valor do desvio padro calculado para as estimativas indicado por .

    Dados da amostra Resultados

    Xi Xi+1 ti ti+1 T F=1/T

    3,61 3,370 4,036 4,332 0,296 3,378 0,010949069

    2,400 2,230 5,836 6,136 0,300 3,333 0,01169266

    0,748 0,707 11,500 11,800 0,300 3,333 0,008971932

    mdia: :

    3,348 0,026

    0,010537887 0,001406198

    Figura 2: Grfico representativo do ensaio de vibrao forada (impulso).

    Tabela 2: Resultados do ensaio de vibrao forada. X corresponde aos picos de deslocamento utilizados nos clculos, t corresponde ao tempo no qual eles ocorreram. T o perodo, F, a frequncia e , a taxa de amortecimento. O valor do desvio padro calculado para as estimativas indicado por .

    Dados da amostra Resultados

    Xi Xi+1 ti ti+1 T F=1/T

    0,856 0,799 7,596 7,88 0,284 3,521127 0,010967

    0,763 0,716 8,172 8,464 0,292 3,424658 0,010119

    0,683 0,652 8,764 9,064 0,300 3,333333 0,007393

    mdia: :

    3,426373 0,093908

    0,009493 0,001868

    importante ressaltar que os dois ensaios foram calculados com os mesmos

    procedimentos devido ao ensaio de vibrao forada ter sido realizado a partir de uma

    -2,00E+01

    -1,50E+01

    -1,00E+01

    -5,00E+00

    0,00E+00

    5,00E+00

    1,00E+01

    1,50E+01

    2,00E+01

    De

    slo

    cam

    en

    to (

    mm

    )

    Tempo (0 - 20 seg)

  • carga impulsiva. Caso contrrio, seria necessrio utilizar uma formulao mais adequada

    para o tipo de carga a ser utilizado.

    REFERNCIAS

    Tedesco, J. W., McDougal, W. G. and Ross, C. A., Structural Dynamics: Theory and Applications,

    First Edition, Addison-Wesley, 1999.

    Frana, M. L. S., Barros, E., Anlise modal experimental. CONIC SEMESP, Faculdade

    Anhanguera de Taubat, 2014.

    HEWLETT P. The fundamentals of modal testing. Application note 243-3. Estados Unidos, maio

    1986.

    National Instruments. Conceitos bsicos da amostragem analgica. Disponvel em:

    . Acessado em: 21/05/2015.