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Transação acp suape

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROCURADORIA DA REPÚBLICA NO

ESTADO DE PERNAMBUCO

MINISTÉRIO PÚBLICO DE

PERNAMBUCO2ª Promotoria de Justiça Cível de Ipojuca

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Juiz(íza) Federal da 1ª Vara da Justiça Federal em Pernambuco:

Ref. Ação Civil Pública nº010033-53.2010.4.05.8300A: Ministério Público Federal e Ministério Público de PernambucoR: CPRH, Suape, Estado de Pernambuco e IBAMA

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, pelos Procuradores da

República signatários; o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE

PERNAMBUCO, pelo Promotor de Justiça em exercício na Comarca de

Ipojuca; CPRH-AGÊNCIA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE, representado

pelo seu Diretor-Presidente e pelo Procurador do Estado signatário; SUAPE -

COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUÁRIO GOVERNADOR ERALDO

GUEIROS, doravante denominada apenas SUAPE, representado pelo seu

Diretor Vice-Presidente e seu Procurador devidamente constituído; ESTADO

DE PERNAMBUCO, representado pelo Procurador do Estado signatário; e

IBAMA- INSTITUTO BRASILEIRO DE MEIO AMBIENTE, representado

pela sua Superintendente Estadual em Pernambuco e pelo Procurador Federal

signatário; vêm perante Vossa Excelência, nos autos da Ação Civil Pública em

epígrafe, expor e requerer o seguinte:

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2ª Promotoria de Justiça Cível de IpojucaRef. Transação na Ação Civil Pública nº010033-53.2010.4.05.8300

1. CONSIDERAÇÕES GERAIS:

A presente Ação Civil Pública foi ajuizada pelo parquet federal e

estadual em face de CPRH, Suape, Estado de Pernambuco e Ibama, após a

aprovação da Lei Estadual nº14.046/2010, tendo por objeto principal o

condicionamento da expedição de autorizações ambientais para execução de

obras ou supressões vegetais destinadas à expansão do Porto de Suape à

apresentação de um EIA/RIMA atual e elaborado especificamente para tal fim.

O parquet, para ajuizar a ação, levou em consideração, sobretudo, o

significativo passivo ambiental de SUAPE, decorrente do descumprimento das

compensações ambientais anteriormente fixadas, revelando a necessidade de

maior rigor nas futuras intervenções no ecossistema em tela.

No final de maio do corrente ano de 2011, a empresa SUAPE

procurou o MPF e o MPPE ventilando a possibilidade de efetuar transação nos

autos da ACP, narrando as medidas que vinha adotando para quitar seu

passivo ambiental, decorrente de intervenções praticadas ao longo dos

últimos anos, bem como propondo medidas compensatórias alegadamente

vantajosas para a causa ambiental em face de novos pedidos de supressão de

vegetação.

Alegou SUAPE a urgente necessidade de começar a implantação

de alguns dos empreendimentos beneficiados com a autorização de supressão

de vegetação operada pela Lei Estadual nº14.046/2010, sob pena de

inviabilizá-los total ou parcialmente. Para isso, esclareceu que o Estudo de

Impacto Ambiental pretendido na ACP já está em adiantada fase de execução,

elaborado de acordo com Termo de Referência apresentado pela CPRH e

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exigências do IBAMA e do MPF, com previsão de entrega para setembro de

2011. Apresentou o primeiro produto do EAC.

Considerando que: i) o principal objeto da ACP está em vias de

ser atendido; ii) existem estudos, a exemplo do EIA/RIMA de 2000, que nos

permitem conhecer, ainda que não exaustivamente, aspectos envolvidos na

supressão pretendida; iii) a manifestação favorável dos órgãos ambientais e o

atendimento das principais exigências da Resolução CONSEMA nº3/2010; e

iv) a área a ser suprimida para a implantação dos referidos empreendimentos

é inferior a 13% daquela autorizada pela Lei Estadual n. 14.046/2010 –

vislumbrou-se, após diversas tratativas entre as partes, tendo em mente

uma vantajosa compensação ambiental oferecida por SUAPE, a possibilidade

de se chegar voluntariamente a um denominador comum entre a proteção

ambiental perseguida nesta ACP e o desenvolvimento da economia do Estado

de Pernambuco buscado com a ampliação do complexo portuário de SUAPE,

desde que realizado de forma sustentável ambientalmente.

É inegável a extrema relevância do bem jurídico que se busca

tutelar nesta Ação Civil Pública, merecendo o meio ambiente destacado relevo

em nossa Constituição, assegurando-se a todos o “(...) direito ao meio

ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e

essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à

coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras

gerações (art. 225, CF).

Não se pode descurar, por outro lado, da presença do interesse

público na instalação de novos empreendimentos no Estado de Pernambuco,

gerando reflexos sócio-econômicos significativos, impactando de forma

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positiva a vida de milhares de pessoas. O Complexo Portuário de Suape já

está consolidado, apresentando-se como melhor caminho a ser percorrido

garantir que os novos empreendimentos serão implantados de forma

sustentável, conferindo-se efetividade ao art. 225, da CF.

Para que haja a compatibilização desses valores será necessário,

no caso concreto, não apenas assegurar a adequada compensação ambiental

pelos novos pedidos de supressão de vegetação, mas também a garantia de

que o passivo ambiental da empresa seja efetivamente quitado, em tempo

adequado.

Assim, as partes signatárias vêm apresentar a Vossa Excelência a

presente PROPOSTA DE TRANSAÇÃO JUDICIAL com a finalidade de por

fim a presente demanda com julgamento do mérito, fundamentado no art.

269, III, do Código de Processo Civil, tudo nos termos das cláusulas abaixo,

que, após homologado por esse MM. Juízo, obrigam as partes e constituem

título executivo judicial (art. 475-N, III, CPC)1:

CLÁUSULA PRIMEIRA – DO PASSIVO AMBIENTAL:

I- A empresa SUAPE reconhece o passivo ambiental compilado

no TERMO DE COMPROMISSO nº39/2010, celebrado entre ela e a CPRH em

data de 22 de setembro de 2010 (doc. Anexo), juntado por cópia a esta peça

e que fica fazendo parte integrante desta transação.

1 Art. 475-N. São títulos executivos judiciais: (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005) (...) III – a sentença homologatória de conciliação ou de transação, ainda que inclua matéria não posta

em juízo; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)

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II – A empresa SUAPE obriga-se a quitar integralmente esse

passivo de acordo com o Plano de Ação de Restauração Florestal e Mapa

Temático das Compensações Ambientais em Curso, datado de março de 2011

e por ela apresentado aos órgãos ambientais, juntado por cópia a esta peça e

que fica fazendo parte integrante desta transação.

III – A empresa SUAPE obriga-se a concluir até o final de

dezembro de 2011 o plantio de 200ha (duzentos hectares) da vegetação

necessária a cobrir o passivo mencionado, devendo proceder com a sua

manutenção pelo prazo mínimo de 5(cinco) anos, findo o qual os órgãos

ambientais se manifestarão sobre a necessidade de ampliação do referido

prazo, hipótese em que ficará a empresa SUAPE obrigada a atender o novo

prazo eventualmente estabelecido.

IV – A empresa SUAPE obriga-se a apresentar, no prazo de 15

(quinze) dias, cronograma executivo de atividades em que conste as

operações de implantação, manutenção, áreas beneficiadas e atividades a

serem executadas, detalhando as operações ao longo do semestre e dos

anos.

CLÁUSULA SEGUNDA – DOS NOVOS PEDIDOS DE SUPRESSÃO

I – Como compensação ambiental em face dos pedidos de

supressão de vegetação para implantação dos empreendimentos “ESTALEIRO

PROMAR”; “TRECHO FINAL DA DUTOVIA DA REFINARIA ABREU E LIMA”;

“ACESSO VIÁRIO À COCAIA (RODOFERROVIA)”; “ESTALEIRO CONSTRUCAP” e

o “TRONCO DISTRIBUIDOR NORTE”, com área total de 46,1688 ha de

mangue e 39,1402ha de restinga, obriga-se a empresa SUAPE:

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a) a preservar 436ha (quatrocentos e trinta e seis hectares) de mangue e

98,67ha (noventa e oito vírgula sessenta e sete hectares) de restinga,

no Engenho Ilha, onde deverá ser instituída Unidade de Conservação,

adotando a empresa SUAPE de imediato todas as medidas necessárias.

Fica vedado à SUAPE a cessão a qualquer título ou a utilização da

referida área para fim diferente do aqui estabelecido, mesmo na

eventualidade de não vir a se instituir formalmente a Unidade de

Conservação por motivos alheios à sua vontade;

b) a restaurar 9ha (nove hectares) de mangue e 61,03ha (sessenta e um

inteiros e três centésimos de hectares) de restinga no Engenho Ilha,

segundo cronograma abaixo:

c) a restaurar e/ou recuperar, em área a ser indicada no futuro pelo

IBAMA, vegetação equivalente a área a ser suprimida (46,1688 ha de

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ITEM ATIVIDADE Ago Setl Out Nov Dez Jan Fev Fev Mar Ago Set Out Nov

1INSTALAÇÃO DO ESTALEIRO PROMAR

ITEM ATIVIDADE4.2

INSTALAÇÃO DO ESTALEIRO CONSTRUCAP

CRONOGRAMA SUGERIDO PARA SUPRESSÃO E COMPENSAÇÃO DE VEGETAÇÃO - SUAPE

ETAPA DE MONITORAMENTOSUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO2011 - 2014

PREVISÃO DE ETAPAS

1.1Obtenção da ASV

Inicio das atividades de supressão

2.1Obtenção da ASV2

1.2

2.2Inicio das atividades de supressão3

Obtenção da ASV

ACESSO A COCAIA

COMPENSAÇÃO DE VEGETAÇÃO

3.1Obtenção da ASV3.2Início das atividades de supressão4TRONCO DISTRIBUIDOR NORTE

4.1

ETAPA DE MONITORMAMENTO

8 Plantio de mudas

Início das atividades de supressão

5Delimitação das áreas para a reposição do solo orgânico oriundo das raspagens

6Espalhamento do solo orgânico

7 Coveamento

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mangue e 39,1402ha de restinga), bem como monitorar o seu

desenvolvimento pelo prazo que vier a ser indicado por aquela

autarquia. Referido restauro/recuperação deverá ser providenciado no

prazo de 60 (sessenta) dias, a partir da indicação formal do IBAMA

sobre a área a ser beneficiada. Fica desde logo esclarecido que a área

mencionada nesta alínea não pode ser compensada com aquelas

mencionadas nas alíneas anteriores.

Fica também esclarecido que a restauração e/ou recuperação

poderá ser efetuada mediante indicação fracionada de área por parte

do IBAMA, a seu critério, hipótese em que se contará o prazo de 60

dias a partir de cada indicação, valendo para a área respectiva.

CLÁUSULA TERCEIRA – A compensação aqui estabelecida refere-se tão

somente: i) ao passivo ambiental discriminado no Termo de Compromisso

39/2010, de que trata a Cláusula Primeira; e ii) ao pedido de supressão de

vegetação dos empreendimentos “ESTALEIRO PROMAR”; “TRECHO FINAL DA

DUTOVIA DA REFINARIA ABREU E LIMA”; “ACESSO VIÁRIO À COCAIA

(RODOFERROVIA)”; “ESTALEIRO CONSTRUCAP” e o “TRONCO DISTRIBUIDOR

NORTE” de que trata a Cláusula Segunda. Qualquer nova supressão deverá

ser objeto de novo pedido aos órgãos ambientais, mediante compensação

ambiental não abrangida pela estabelecida nas Cláusulas Primeira e Segunda.

Os novos pedidos de supressão deverão ser avaliados sob a orientação das

conclusões contidas no Estudo de Impacto Ambiental Complementar de que

trata a Cláusula Quarta;

CLÁUSULA QUARTA – A empresa SUAPE obriga-se a apresentar à CPRH até

o fim do mês de setembro do corrente ano de 2011 o Estudo de Impacto

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Ambiental Complementar e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental

Complementar (EIAC/RIMAC), objeto da presente Ação Civil Pública,

atendendo ao Termo de Referência elaborado pela CPRH e contemplando as

exigências do IBAMA e do MPF, já constantes no corpo da ação.

CLÁUSULA QUINTA – A empresa SUAPE obriga-se a apresentar aos órgãos

ambientais a documentação complementar solicitada pelo IBAMA, no prazo

estabelecido pela Sra. Superintendente daquela autarquia, em despacho

exarado em 8/8/2011, no processo 02019.000734/2011-86;

CLÁUSULA SEXTA – DA CRIAÇÃO DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO NO

ENGENHO ILHA

Obrigam-se o ESTADO DE PERNAMBUCO, CPRH e a empresa

SUAPE a adotarem de imediato, segundo a competência legal respectiva,

todas as medidas necessárias à instituição da Unidade de Conservação no

Engenho Ilha, de que trata a Cláusula Segunda, item I, ‘”a”.

CLÁUSULA SÉTIMA – DA FISCALIZAÇÃO

I – A empresa SUAPE obriga-se a apresentar ao IBAMA e CPRH,

semestralmente, relatórios de monitoramento ambiental resultantes do

cumprimento das obrigações assumidas nesta transação;

II – O IBAMA e a CPRH obrigam-se a fiscalizar o cumprimento

das obrigações assumidas pela empresa SUAPE nesta transação, inclusive no

que tange a estrita obediência aos cronogramas mencionados nas Cláusulas

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Primeira e Segunda, comprometendo-se a informar imediatamente ao

Ministério Público Federal e ao Ministério Público de Pernambuco (2ª

Promotoria Cível de Ipojuca) eventual descumprimento.

III – Sem prejuízo do contido na parte final do item anterior, o

IBAMA e a CPRH obrigam-se a remeter anualmente ao MPF e MPPE (2ª

Promotoria Cível da Comarca de Ipojuca), em conjunto ou separadamente,

relatório de acompanhamento da execução das obrigações assumidas por

SUAPE.

IV – Em caso de descumprimento dos termos desta transação, a

CPRH obriga-se a suspender imediatamente os efeitos das licenças ambientais

(LP, LI e LO) concedidas a empreendimentos localizados nas áreas

pretendidas mencionadas na Cláusula Segunda, consoante art. 42, X, da Lei

Estadual nº 14.249/2010.

CLÁUSULA OITAVA – Ficam a CPRH e o IBAMA proibidos de expedir novas

autorizações de supressão de vegetação no Complexo Portuário de Suape,

requeridas pela Empresa SUAPE, ESTADO DE PERNAMBUCO ou pelos

empreendimentos diretamente interessados, em caso de descumprimento de

qualquer das obrigações assumidas por SUAPE ou ESTADO DE PERNAMBUCO

nesta transação. Essa proibição vigorará até que haja o adimplemento da

obrigação respectiva.

CLÁUSULA NONA - DAS SANÇÕES

I - O descumprimento por parte da empresa SUAPE de qualquer

das cláusulas desta transação importará, cumulativamente:

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a) na proibição de obter novas autorizações de supressão de vegetação no

Complexo Portuário, proibição essa que somente cessará quando

adimplida a obrigação respectiva;

b) no pagamento de multa de R$2.000.000,00 (dois milhões de reais), a

ser revertida para o Fundo Nacional de Meio Ambiente, criado pela Lei

nº7.797, de 10 de julho de 1989, sem prejuízo da execução

compulsória da obrigação de fazer e aplicação de demais penalidades

previstas na legislação;

II – O descumprimento, por parte do ESTADO DE PERNAMBUCO,

da obrigação contida na Cláusula Sexta, importará na proibição de obter

novas autorizações de supressão de vegetação no Complexo Portuário,

proibição essa que somente cessará quando adimplida a obrigação respectiva.

III - no caso de descumprimento, pela CPRH, da obrigação

contida na Cláusula Sétima, item 4, sujeitar-se-á ao pagamento de multa

mensal de R$ 100.000,00 (cem mil reais), tendo como termo a quo o prazo

de 30 (trinta) dias a contar da constatação do descumprimento. Referida

multa será devida sem prejuízo da responsabilidade funcional do(s)

servidor(es) que a ela der causa, bem como eventual ação de regresso.

CLÁUSULA DÉCIMA - Quando homologada a transação ora celebrada e na

hipótese de terem sido atendidos os demais requisitos legais, poderão a CPRH

e o IBAMA entregar à empresa SUAPE as autorizações de supressão de

vegetação referentes aos empreendimentos “ESTALEIRO PROMAR”; “TRECHO

FINAL DA DUTOVIA DA REFINARIA ABREU E LIMA”; “ACESSO VIÁRIO À

COCAIA (RODOFERROVIA)”; “ESTALEIRO CONSTRUCAP” e o “TRONCO

DISTRIBUIDOR NORTE”, com área total de 46,1688 ha de mangue e

39,1402ha de restinga.

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CLÁUSULA DÉCIMA PRIMEIRA – A presente transação, devidamente

homologada por sentença, constitui título executivo judicial (art. 475-N, III,

CPC)2.

Obrigando-se as partes a cumprirem rigorosamente o acordado,

vêm requerer a Vossa Excelência se digne de homologar por sentença a

presente transação, para que produza seus jurídicos efeitos.

P. deferimento.

Recife, 17 de agosto de 2011.

Ministério Público FederalAntonio Carlos de V. Coelho Barreto Campello

Procurador da República

Ministério Público FederalMona Lisa Abdo Aziz Ismail

Procuradora da República

Ministério Público FederalMabel Seixas Menge

Procuradora da República

Ministério Público de PernambucoPaulo César do Nascimento

Promotor de Justiça

CPRHHélio Gurgel Cavalcanti

Diretor-Presidente

CPRHAntiógenes Viana

Procurador do Estado – Chefe do Contecioso

SUAPEFrederico da Costa Amâncio

Diretor Vice-Presidente

SUAPEJoão Guilherme FerrazCoordenador Jurídico

ESTADO DE PERNAMBUCOAntiógenes Viana

Procurador do Estado – Chefe do Contencioso

IBAMAAna Paula Cavalcanti de Pontes

Superintendente em Pernambuco

IBAMAGeraldo Campos Pinto Filho

Procurador Federal

2 Art. 475-N. São títulos executivos judiciais: (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)(…)III – a sentença homologatória de conciliação ou de transação, ainda que inclua matéria não posta em juízo; (Incluído pela

Lei nº 11.232, de 2005)

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