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TRANSCRIÇÃO DA TELECONFERÊNCIA SOBRE OS RESULTADOS DO 2T15 1 TRANSCRIÇÃO DA TELECONFERÊNCIA DO GRUPO PÃO DE AÇÚCAR E VIA VAREJO RESULTADOS DOS 2T15 29 DE JULHO DE 2015 Operadora: Senhoras e senhores, obrigada por aguardarem. Sejam bem-vindos à teleconferência do GPA para discussão dos resultados da Companhia no 2T15. Este evento está sendo transmitido simultaneamente pela Internet, via webcast, podendo ser acessado no endereço www.gpari.com.br, onde se encontra a respectiva apresentação. A seleção dos slides será controlada pelos senhores. O replay desse evento estará disponível logo após seu encerramento. Informamos que o press release sobre o resultado da Companhia também está disponível no site de Relações com Investidores. Este evento está sendo gravado e todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da Companhia, e, em seguida, iniciaremos a sessão de perguntas e respostas, quando mais instruções serão fornecidas. Caso algum dos senhores necessite de alguma assistência durante a conferência, queira, por favor, solicitar a ajuda de um operador, digitando *0. Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante esta teleconferência, relativas às perspectivas de negócios do GPA, projeções e metas operacionais e financeiras constituem-se em crenças e premissas da Diretoria da Companhia, bem como em informações atualmente disponíveis. Considerações futuras não são garantias de desempenho. Elas envolvem riscos, incertezas e premissas, pois se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, condições da indústria e outros fatores operacionais podem afetar o desempenho futuro do GPA e podem conduzir a resultados que diferem materialmente daqueles expressos em tais considerações futuras. Agora gostaríamos de passar a palavra à Sra. Daniela Sabbag, Diretora de Relações com Investidores da Companhia. Daniela Sabbag: Bom dia a todos. Obrigada por participarem da teleconferência de resultados do GPA. Iniciaremos com a apresentação dos resultados, onde o Ronaldo Iabrudi, nosso CEO, fará uma introdução inicial; em seguida, o Christophe apresentará os principais destaques do resultado e passaremos a palavra aos donos de negócios, que falarão sobre o desempenho respectivo de seus negócios. Ronaldo, vamos dar início? Ronaldo Iabrudi: Bom dia. Obrigado, Daniela e time de RI, todos vocês que estão aqui de manhã conosco para esta conferência. Nós não temos hoje somente a presença do Laurent, que está de férias, mas temos o Marcos Batista, que poderá falar sobre o Extra; e o Peter, que também entrou de férias, mas eu,

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TRANSCRIÇÃO DA TELECONFERÊNCIA SOBRE OS RESULTADOS DO 2T15 1

TRANSCRIÇÃO DA TELECONFERÊNCIA DO GRUPO PÃO DE AÇÚCAR E VIA VAREJO

RESULTADOS DOS 2T15

29 DE JULHO DE 2015 Operadora: Senhoras e senhores, obrigada por aguardarem. Sejam bem-vindos à teleconferência do GPA para discussão dos resultados da Companhia no 2T15. Este evento está sendo transmitido simultaneamente pela Internet, via webcast, podendo ser acessado no endereço www.gpari.com.br, onde se encontra a respectiva apresentação. A seleção dos slides será controlada pelos senhores. O replay desse evento estará disponível logo após seu encerramento. Informamos que o press release sobre o resultado da Companhia também está disponível no site de Relações com Investidores. Este evento está sendo gravado e todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da Companhia, e, em seguida, iniciaremos a sessão de perguntas e respostas, quando mais instruções serão fornecidas. Caso algum dos senhores necessite de alguma assistência durante a conferência, queira, por favor, solicitar a ajuda de um operador, digitando *0. Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante esta teleconferência, relativas às perspectivas de negócios do GPA, projeções e metas operacionais e financeiras constituem-se em crenças e premissas da Diretoria da Companhia, bem como em informações atualmente disponíveis. Considerações futuras não são garantias de desempenho. Elas envolvem riscos, incertezas e premissas, pois se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, condições da indústria e outros fatores operacionais podem afetar o desempenho futuro do GPA e podem conduzir a resultados que diferem materialmente daqueles expressos em tais considerações futuras. Agora gostaríamos de passar a palavra à Sra. Daniela Sabbag, Diretora de Relações com Investidores da Companhia. Daniela Sabbag: Bom dia a todos. Obrigada por participarem da teleconferência de resultados do GPA. Iniciaremos com a apresentação dos resultados, onde o Ronaldo Iabrudi, nosso CEO, fará uma introdução inicial; em seguida, o Christophe apresentará os principais destaques do resultado e passaremos a palavra aos donos de negócios, que falarão sobre o desempenho respectivo de seus negócios. Ronaldo, vamos dar início? Ronaldo Iabrudi: Bom dia. Obrigado, Daniela e time de RI, todos vocês que estão aqui de manhã conosco para esta conferência. Nós não temos hoje somente a presença do Laurent, que está de férias, mas temos o Marcos Batista, que poderá falar sobre o Extra; e o Peter, que também entrou de férias, mas eu,

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Christophe e o Salvador, se houver qualquer pergunta mais ligada à área de planejamento e infraestrutura, estamos à disposição. Os resultados que apresentaremos, e cada uma das business units entrará um pouco em detalhes, mostra, na nossa visão, o empenho da Companhia em um ano difícil como este, que tem sido, inclusive, mais difícil do que imaginávamos, está nos permitindo continuar o crescimento de forma sustentável e de maneira que para nós é muito confortante, porque está muito em linha com o que tínhamos. Mesmo não sedo o ideal, é muito confortante porque está em linha com o que planejamos. Nós temos falado em várias reuniões que temos feito que a Companhia tem buscado se adequar a essa nova estrutura macroeconômica, esse novo cenário macroeconômico. Temos dois focos importantes: um que está implantado, já estamos colhendo o fruto desses trabalhos, que são os trabalhos desenvolvidos nas linhas de redução de despesas, os projetos de integração, as capturas de sinergia que trabalhamos muito ao longo do ano de 2014. Vocês lembram que havia várias coisas previstas para 2015, e que estamos implementando em 2015. Essa é uma frente mais interna na Companhia, em que está todo o time mobilizado e trabalhando fortemente. E outra frente que acompanhamos da mesma forma e com a mesma sistemática é a frente da execução do plano de evolução de vendas. Como nós temos, e vocês sabem, diferentes negócios, vocês podem ver diferenças entre os diversos negócios, mas acho que há uma tendência que os permite acompanhar como estão evoluindo e qual é a tendência de vendas da Companhia, o que, na nossa visão, é positivo, porque, de novo, vai em linha com aquilo que tínhamos planejado. Com ainda mais critério, e eu diria que com ainda mais profundidade, estamos seguindo nosso plano de expansão. No começo do ano, comentamos da nossa expectativa, mesmo em um ano complexo como este, de ter um crescimento orgânico importante, e estamos trabalhando. Vocês verão pela apresentação do Minimercado, o Belmiro também falará um pouco sobre esse tema, o Líbano já falou ontem, estamos vendo que a Nova tem um plano de expansão importante. Evidentemente, com o custo do dinheiro hoje no Brasil na dimensão em que está, o cuidado e o critério na avaliação e aprovação dos investimentos são feitos com ainda mais rigor, mais diligência e mais preocupação de não cometer erros nesse ponto específico que são os investimentos. Os planos de redução e otimização de despesas que comentei dentro das duas vertentes são também questões prioritárias que temos desenvolvido dentro da Companhia, e começamos de maneira muito forte, e comentamos tanto no primeiro call do ano, como quero reforçar neste call, que os custos vieram de maneira abrupta e que fazemos a redução e adequação da Companhia de maneira não tão rápida, mas temos conseguido. Esses planos todos estão elaborados, estão implementados, temos visto já resultados importantes ao longo deste trimestre, e colheremos outros resultados importantes nos próximos trimestres; ou seja, no 2S. No varejo alimentar, um ponto que sempre tem vindo como uma preocupação, se pensarmos especificamente no Extra, conforme temos dito deste o ano passado, continuamos com nosso trabalho de modificação, adequação dos conceitos, trabalhando no sortimento. Ao deste trimestre, fizemos diversas reformas de lojas no Hiper e no Extra. Nós entregaremos, e acho que o Marcos Batista falará daqui a pouco, ainda este mês – melhor dizendo, ainda esta semana – 25 novas reformas do Super. E este trabalho, o Extra – e estou pegando o

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exemplo do Extra porque é um exemplo que sempre aparece em nossas discussões, e que temos falado desde o ano passado – continua dando o resultado que estava previsto no plano. Lembro perfeitamente que, no final do ano passado, comentávamos que havíamos feito ações no Estado de São Paulo, que estávamos multiplicando para o Rio de Janeiro, Nordeste e Centro-Oeste, e que tínhamos a expectativa de já neste 2T termos um fluxo de clientes positivo, e isso já é uma realidade hoje para a bandeira do Extra. Em Proximidade, o Renato comentará, nós continuamos o crescimento, de novo, com todo cuidado, com todo o rigor, com toda a diligência, mas continuamos o crescimento orgânico. Devemos terminar o ano com mais de 300 unidades nesse modelo de proximidade. Um ponto importante é que, com esse modelo de mercado, temos encontrado mais facilidade para encontrar pontos para Minuto, e Minuto Pão é um tipo de negócio de extremo sucesso, que tem uma rentabilidade e um retorno ainda mais rápidos que o Minuto Extra, então estamos aproveitando para focar um pouco mais no Minuto Pão; deveremos terminar o ano com 30 lojas do Minuto. Sobre o Assaí, o Belmiro falará, e eu, cada vez que falo sobre o Assaí, falo com muita alegria e satisfação, porque basta chegar à loja que você vê que é um conceito vencedor. Estamos muito focados, e acho que teremos um crescimento recorde em termos de número de lojas nesse 2S. A Companhia está efetivamente aproveitando. Quando falamos de crise, esse é o lado bom da crise. Temos mais oportunidades de termos terrenos, fazemos de forma mais ágil, com menor custo. Mas enfim, o Belmiro comentará um pouco mais. A Cnova divulgou o resultado, com crescimento muito expressivo, ganho de market share; enfim, mesmo neste momento do País, crescer na velocidade que o Quiroga e o time têm conseguido é uma coisa que realmente nos deixa muito satisfeitos. Estamos sentindo um pouco mais, e temos comentado sobre isso. Também não é a primeira vez, sempre que nos encontramos eu tenho tido a oportunidade de dizer que o setor de Via Varejo, o setor de móveis e eletroeletrônicos, em um momento como este, é menos resiliente que os outros negócios que temos. Mas o Líbano e o time já fizeram ontem uma apresentação para os senhores, e tenho certeza que a maioria participou, e temos tomado medidas muito assertivas, tanto do ponto de vista de venda, de rentabilidade, quando de custos e sinergias internas, para assegurar o resultado da Companhia ao longo do ano. Então, passarei para cada business unit poder falar um pouco a vocês sobre cada um dos negócios. O Christophe, como a Daniela comentou, iniciará falando sobre os grandes números, ele falará claramente sobre a estrutura de capital, mas eu gostaria apenas de salientar que a Companhia continua muito focada, muito preparada para vencer e para passar por esse momento de dificuldade da economia brasileira. Inclusive, se aparecer uma oportunidade que vai dentro da estratégia da Companhia e que signifique aumentar o valor para os acionistas, a Companhia tem capacidade para evoluir nessa direção. Era isso. Termino depois, no final, fazendo os comentários finais, mas gostaria de passar a palavra ao Christophe. Obrigado.

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Christophe Hidalgo: Obrigado, Ronaldo. Bom dia a todos. Vamos iniciar a apresentação pelo slide número dois, falando sobre os principais destaques alcançados no 2T, começando pelo faturamento, que alcançou R$16,1 bilhões, ou seja, um crescimento de 6,6%, sendo 7,6% de crescimento no segmento alimentar, Multivarejo e Assaí, e 5,3% de crescimento no não-alimentar, Via Varejo e Nova. Concretizamos neste trimestre importantes ganhos de market share, principalmente no Assaí e na Cnova. Destaco também que o Pão de Açúcar ganhou market share confirmando a tendência dos dois últimos anos. Via Varejo também fecha o 1S15 ganhando market share, isso apesar da pressão que observamos nas vendas, amplificada pelo efeito Copa do Mundo, obviamente, e pressão maior no não alimento pelo cenário econômico. Do lado da bandeira Extra, as iniciativas comerciais, bem como a política de competitividade assertiva que mantemos há vários trimestres, permitiram recuperação de fluxo de clientes e de volume de mercadoria vendida. Ambos os indicadores voltaram a ser positivos no transcurso do 2T15. Outro ponto que quero destacar é que confirmamos a resiliência do nosso segmento de alimentos, com o crescimento mesmas lojas próximo a 4%, e chega também a margem EBITDA do Multivarejo a 7,3% da receita líquida, com destaque especial para o crescimento do EBITDA do Assaí, que alcançou 17%. Neste momento de conjuntura difícil, outro destaque importante foi a capacidade de reforçar nossa estrutura patrimonial, nossa estrutura de capital, aumentando as reservas de caixa para R$6,8 bilhões, ou seja, quase R$1,5 bilhão a mais do que no ano anterior. No mesmo período, mantivemos um forte engajamento que traduz nossa visão de longo prazo com crescimento orgânico. Investimos de fato R$470 milhões no período, ou seja, 51% a mais que no ano anterior, abrindo 50 lojas novas no trimestre. Engajamos também um amplo programa de reforma das lojas, principalmente focada em Hiper, Extra e Pão de Açúcar. Por último, antes de passar para o slide número três, gostaria de enfatizar sobre as iniciativas que implementamos sobre as despesas de todos os negócios e iniciativas de redução necessárias para se adequar à nova realidade pela qual estamos passando. Passando para o slide três, assim como fizemos no trimestre passado, neste slide mostramos os números comparáveis, ou seja, excluímos o efeito da primeira consolidação das operações internacionais e da Cnova. Neste contexto, observamos que, apesar do efeito mix que pesa sobre o lucro bruto, conseguimos manter um lucro bruto relativamente estável, a 27% da receita líquida. No mesmo momento, no mesmo período, geramos um EBITDA de R$803 milhões, que recua em 28%, principalmente pressionado pelo momento de pressão pelo qual passa a Via Varejo. As medidas de adequação das despesas, que já antecipo um pouco, foram adotadas ao longo do trimestre inteiro. Em consequência, os efeitos não se encontram totalmente capturados no trimestre. Mesmo assim, o segmento alimentar conseguiu atingir margem EBITDA de 6,3% no trimestre. Passando para o slide número quatro, vamos observar os principais indicadores de desempenho financeiro da Companhia. Observamos que nossa disciplina na gestão dos recursos tem sido mantida.

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No período, conseguimos liberar um pouco mais de 12 dias de working capital, e isso representa um acréscimo da liberação de recursos de aproximadamente R$1,6 bilhão no período. Resulta desta situação, obviamente, um endividamento mostrando uma forte e importante desalavancagem. A dívida de fato passou de R$3,1 bilhões para R$1,8 bilhão, representando agora apenas 0,4x EBITDA anual. O resultado financeiro no trimestre, conforme observamos nos últimos períodos, cresceu significativamente abaixo da taxa CDI, que cresceu cerca de 22% no período, enquanto nosso resultado financeiro cresceu somente 14%. Mantemos então, conforme havíamos comunicado inclusive no início do ano, uma despesa financeira no patamar de 2,6% das vendas líquidas. Passando para o slide número cinco, antes de passar a palavras aos donos de negócios, gostaria de comentar os principais destaques do segmento alimentar – lembrando que o segmento alimentar para nós é Assaí, Extra, Pão de Açúcar e proximidade, quer seja Minuto ou Mini. O Multivarejo, como mencionei anteriormente, em um contexto econômico bem volátil, bem difícil, apresentou um importante patamar de rentabilidade de EBITDA, com 7,3% das vendas. O Assaí segue apresentando um sólido desempenho, com margem mantida e crescimento nominal de double digit alto. O trimestre também foi marcado por uma importante abertura de lojas. Nos 12 últimos meses, no perímetro alimentar, abrimos 141 lojas novas, e isso sem contar que dedicamos, como já antecipo um pouco, um importante CAPEX para a reforma do Extra, do Pão de Açúcar e também das nossas lojas mais antigas do Assaí. Termino aqui os principais destaques do perímetro alimentar. Vou passar a palavra agora ao Elisio para comentários sobre o Pão de Açúcar. Luiz Elisio Melo: Obrigado, Christophe. Bom dia a todos. A bandeira Pão de Açúcar manteve no 2T15 um desempenho de vendas resiliente, na casa de 6% de crescimento. E se fizermos o ajuste do calendário sazonal, daria 7,6%, apesar de nós termos uma forte base de comparação do 2T14, onde crescemos 14,9%. O ganho de market share medido pela Nielsen se manteve, e atingimos 26 meses consecutivos de crescimento. Continuamos olhando com atenção a competitividade da bandeira no segmento premium, e neste trimestre nossa inflação foi menor que a apurada para o segmento pela Nielsen. Mantivemos ativações comerciais vendedoras, como o Top Ten Semanal, a nova revista Pitadas, e tivemos desempenho muito bom na sazonalidade de Mães e Namorados. O nosso programa de fidelidade Mais atingiu 63% de participação nas vendas, o que permite uma melhor identificação do comportamento de consumo. O nosso foco nos diferenciais da bandeira continua. Lançamos no Brasil, agora no 3T, com exclusividade, a linha de cabelos Aussie, a cerveja Miller e o sorvete Gelato, da Nestlé. A boulangerie francesa, lançada ainda no 1T, apresenta um desempenho muito bom. O delivery alimentar do Pão de Açúcar continua com crescimento de dois dígitos, com aumento de volume e conquista de novos clientes.

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Neste trimestre, terminamos a reforma completa de cinco lojas e mais 33 revitalizações de menor porte, atingindo intervenções em mais de 80% do parque nos últimos 12 meses. Ainda este ano, abriremos cinco novas lojas: quatro agora no 3T e mais uma no último trimestre. As lojas convertidas em 2014 já apresentam ganho de venda sobre a base do Supermercado Extra, com uma rentabilidade melhor. Como o Christophe disse, diante desse cenário um pouco mais desafiador para o final do ano, continuaremos com foco na competitividade, no controle das despesas sobre vendas e na revisão do sortimento das categorias-chave. Entendemos que com isso poderemos manter a rentabilidade em relação ao ano anterior. Vou passar agora a palavra para o Renato. Obrigado. Renato Giarola: Bom dia a todos. Vou falar sobre proximidade. A proximidade continua com crescimento muito forte. O crescimento do 2T foi de 56,6%, like-for-like positivo ainda, acima da inflação, mesmo com o efeito da Copa do Mundo. DUNHUMB Ganhos consecutivos de market share continuam. Os ganhos de competitividade também, a margem de preço; temos trabalhado hoje com uma precificação diferenciada em relação ao ano passado em margem de preço, pela medida dunnhumby ganhamos quase 3 pontos. Então, mesmo em um momento difícil, continuamos trabalhando muito focados na venda like-for-like e na geração de novos tickets. Fechamos o trimestre com 288 lojas, 258 Minis e 30 Minutos. Foram 31 aberturas no trimestre: 24 Minis e sete Minutos. Entramos em novas regiões, como São José dos Campos, com Mini e com o formato Minuto. Em Recife, o primeiro estado depois de São Paulo, iniciamos com duas lojas Minuto e uma loja Mini; e também iniciamos no final do 2T um projeto muito inovador de uma loja pop-up em Campos do Jordão agora para o Festival de Inverno. A loja iniciou no final de junho, termina neste final de semana, e é uma loja com forte foco e objetivo de incremento de awareness da marca. Fizemos ao todo três conversões, e neste 2T foram duas conversões de Minimercado para Minuto. O Minuto é um modelo que vem muito bem ajustado ao cluster AB e que tem resultados acima da expectativa, e nessas conversões atingimos incrementos de, em média, 40% de venda. No cenário desafiador, como foi comentado pelo Ronaldo, temos focado bastante na abertura de Minutos, até porque temos conseguido encontrar mais áreas de aluguel em zonas de classe AB e alta densidade com um pouco mais de facilidade. Falando um pouco de operações, a operação do seco do Mini está 100% no CD dedicado e vimos trabalhando muito forte a produtividade desse CD. São ganhos consistentes de produtividade, e estamos falando de um ganho nesse 2T versus o 1T de 75% em movimentos, no cálculo que fazemos de movimentos de caixa versus headcount. É uma redução de custo importante. As rupturas também estão muito bem controladas nesse CD dedicado; estamos trabalhando neste trimestre abaixo de 7%, e buscamos no 2S trabalhar em níveis abaixo de 6%. Continuamos trabalhando também na redução de custos, em ganhos de produtividade em quase todas as linhas de despesas da BU: headcount, custos administrativos, e temos avançado bastante também na forte negociação de aluguéis. Fechamos o trimestre com uma redução de 15%, que vai até o final do ano, mas em 50% das lojas, então continuamos no 3T a renegociação de aluguéis de lojas.

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Obrigado. Eu vou passar a palavra agora para o Marcos Batista, Diretor de Operações da bandeira Extra. Marcos Batista: Bom dia a todos. No Extra, o cenário econômico brasileiro continua nos desafiando, porém já é perceptível a recuperação do volume de vendas e do fluxo de clientes, como resultado do incremento de competividade, das dinâmicas comerciais mais assertivas e da modernização das lojas. Com relação ao incremento de competividade, destaco a maior agilidade nas decisões relativas a preço e no monitoramento mais amplo do sortimento, principalmente nos itens de cesta básica, que reforçam a percepção de competitividade indiscutível perante aos nossos clientes. O programa de modernização das lojas do Extra chega a 24 lojas reformadas, sendo 22 hipermercados e dois supermercados, que já apresentam importantes sinais de recuperação nas vendas mesmas lojas. Ainda em julho, o programa de modernização, conforme o Ronaldo comentou, entrega mais 25 lojas no formato supermercado, distribuídas por todo o Brasil, somando 49 lojas modernizadas. Para o final do 2S, nosso plano de rollout prevê a entrega de mais de 60 lojas modernizadas. Essas lojas representam aproximadamente 35% das nossas vendas, sendo importante reforçar que o investimento de 2015 para essas modernizações é na ordem de R$100 milhões. Os princípios gerais dessas modernizações contemplam: primeiro, competitividade indiscutível, com dinâmicas comerciais agressivas em todos os corredores e, conforme dito anteriormente, focadas em produtos da cesta básica. Sortimentos de produtos adaptados ao perfil dos consumidores, com forte presença de marcas exclusivas e de produtos de primeiro preço. Atualmente, possuímos mais de 3.000 itens disponíveis. Incremento do nível de serviço com destaque para perecíveis. Área de vendas totalmente reformulada, com comunicação simples, moderna e padronizada. E, por fim, uma equipe de colaboradores capacitada para atender aos nossos clientes. Além disso, volto a destacar as nossas ferramentas de relacionamento, como o programa de fidelidade, o Clube Extra, que está próximo já de 6 milhões de clientes cadastrados, assim como Cartão Extra, que vem incrementando nossas vendas com dinâmicas comerciais exclusivas distribuídas pelos dias da semana, e um exemplo disso é a Terça-Feira da Carne. Neste trimestre, também aumentamos nossos pontos de operação do click-and-collect, serviço que permite aos consumidores adquirirem produtos no site Extra e retirá-los em nossas lojas físicas, para 233 lojas, reforçando o nosso posicionamento de multicanalidade no GPA, com geração de fluxo para as nossas lojas. Todos esses pontos que citei comprovam a tendência de recuperação da dinâmica de vendas e fluxo de clientes para as lojas do Extra. Obrigado, e passo a palavra para o Belmiro. Belmiro Gomes: Obrigado, Marcos. Bom dia a todos. Como dito pelo Ronaldo e pelo Christophe, o 2T marca a continuidade do forte crescimento do negócio Assaí. Neste trimestre, registramos um crescimento, uma

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evolução de vendas brutas de 26%, praticamente R$0,5 bilhão a mais em vendas, contribuindo fortemente dentro do crescimento do GPA Alimentar. Esse desempenho é decorrente especialmente de um forte crescimento na base mesmas lojas e do desempenho das aberturas feitas no 2S14 e 1T15. O aumento de vendas do 2T, que foi um trimestre mais desafiador, está em linha com o crescimento do 1T, que foi de 26,3%. As novas lojas abertas no 1T geraram uma pressão no LB, que fica praticamente em linha com o ano anterior, com 0,1 p.p. abaixo do ano passado. O grande impacto que tivemos neste trimestre vem de fato dos aumentos de custo com energia elétrica. Em algumas praças e algumas lojas, esse aumento chegou a ser de 50% em relação ao ano anterior, e diversas frentes internas feitas tiveram a capacidade de minimizar o impacto dessa despesa, mantendo a despesa do Assaí em patamar de 10,7% da venda, fundamental e essencial para um negócio de baixo custo, como caracteriza-se o Assaí, gerando um aumento de despesa de 17%. O crescimento constante do Assaí nos permitiu também nesse período um ganho expressivo de market share, acima de 2 p.p. Temos feito um forte investimento em competividade, principalmente de parcerias, de recursos advindos de melhores negociações com fornecedores, para ampliar nossa participação no abastecimento de micro e pequenas empresas, dado que, neste momento de cenário econômico mais desafiador, temos sentido o impacto fortemente no segmento de food service, onde boa parte dos operadores – restaurantes, lanchonetes, pizzarias – tem o Assaí como um ponto de abastecimento muito forte. Mas, por outro lado, o segmento também registra uma maior busca do consumidor final pelo modelo, pelo preço baixo do modelo, gerando um significativo aumento de fluxo nas nossas lojas. Com o desempenho desse 2T, fechamos o semestre com 26% de evolução em venda, 27% em LB, 27% em despesa e o EBITDA progride 23,3%. Para o 3T e 2S, temos expectativa, como foi dito pelo Ronaldo e pelo Christophe, de manutenção forte de crescimento, especialmente pela abertura de novas lojas. Neste momento, temos sete novas unidades em construção. São sete unidades grandes do novo modelo. Essas sete lojas que serão abertas a partir de agosto até o final do ano adicionarão aproximadamente mais 40.000 m² de área de venda. São localizadas em regiões extremamente importantes, onde temos uma expectativa muito forte, e contribuirão para a manutenção forte e sólida do crescimento que o negócio Assaí vem registrando, e deve continuar, seguindo para frente. Muito obrigado, e passo a palavra para o Líbano Barroso, da Via Varejo. Líbano Barroso: Obrigado, Belmiro. Conforme descrito pelo Ronaldo e pelo Christophe, nós vivemos um cenário de curto prazo muito desafiador, com uma rápida mudança no perfil de consumo, na confiança do consumidor, o que fez com que – dados públicos, como a PMC – houvesse uma rápida deterioração de vendas entre os meses de março, abril e maio. Nesse cenário, implementamos medidas de ajuste de curto prazo, mantendo nossa visão e nossos planos estruturais de longo prazo. Atingimos no trimestre uma receita líquida de R$4,3 bilhões, uma margem EBITDA de 5,8%, com R$249 milhões. Nosso parque de lojas atingiu 1.047 lojas, sendo que abrimos 21 lojas no semestre, 95 nos últimos 12 meses, e 109 lojas desde janeiro de 2014.

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Obtivemos ganhos de market share acumulado de janeiro a maio de 2015, mesmo nesse cenário de retração de consumo. Conforme já disse, atingimos uma margem EBITDA que foi impactada pela menor diluição de despesas fixas. Existe um delay entre a correção das despesas e a queda das vendas. Com todas as medidas que implementamos a partir do 2T, e compreendendo toda a estrutura de custos, adequação de headcount, otimização de custos com alugueis, despesas de marketing, frete e fechamento de 19 lojas deficitárias, acreditamos que colheremos nos próximos trimestres uma adequação do percentual de custos em relação às vendas, conforme o histórico da Empresa. Dentro dos projetos estratégicos, fizemos o rollout do projeto Crescer Mais. Hoje, já temos 45 lojas store in store no conceito de telefonia, onde o cliente tem a experiência de degustação e pode já ativar, comprar um produto, comprar o smartphone e já ativar uma linha, inclusive pós-paga; 30 lojas no conceito de móveis, onde o cliente tem a experiência do ambiente. Ele vê um ambiente decorado, montado, nós vendemos a solução completa e financiamos. E fizemos 30 conversões de bandeira Ponto Frio para Casas Bahia. Já havíamos feito seis, agora adicionamos mais 30, em microrregiões que são mais cativas do público das Casas Bahia. Com isso, passo a palavra para o German Quiroga para falar sobre a Cnova. German Quiroga: Obrigado, Líbano. Bom dia a todos. Mais um trimestre em que obtivemos ganhos de market share no Brasil. Com esse, são 28 trimestres consecutivos. Começamos com cerca de 4% em 2008 e atingimos um patamar superior a 20% em GMV neste ano. Em termos globais, obtivemos neste trimestre um crescimento de GMV de 25,8%, sendo 26,7% no Brasil. Em termos de vendas líquidas, um crescimento de 17,5% em termos globais e 20,5% no Brasil. A participação de market place segue aumentando em nossas operações, atingindo 18,9% em termos globais e 8,9% no Brasil. Obtivemos também um aumento de tráfego de visitantes bastante relevante, 38,9% em termos globais e 32,5% no Brasil. Neste tópico, vale ressaltar o relevante crescimento de participação dos dispositivos móveis, atingindo já 36,9% em termos globais e 28,2% no Brasil. Obtivemos também uma melhora sequencial trimestre versus trimestre em termos de margem bruta e margem EBITDA. Consistente com a nossa estratégia, continuamos com um fluxo de caixa livre positivo nos últimos 12 meses. Nossa estratégia de multicanalidade também segue evoluindo, e aqui gostaria de agradecer a parceira com GPA e com Via Varejo. Apenas como exemplo, a nossa rede de click-and-collect atingiu 20.493 pontos em termos globais, sendo que, no Brasil, nesses dois trimestres, adicionamos mais de 400 pontos. Temos também ótimos resultados nas frentes operacionais e na frente comercial. Por fim, gostaria de dizer que seguimos muito seguros em nossa estratégia, com um time que trabalha há muito tempo junto, com alta capacidade de adaptação, isso já foi demonstrado no passado, acostumado a trabalhar em um custo operacional muito baixo. Esse é um dos pilares da nossa estratégia, são características muito relevantes para esse momento que estamos vivendo. É um time cada vez mais eficiente e que segue muito apaixonado por e-commerce. Vou passar a palavra agora para o nosso CFO, Christophe Hidalgo.

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Christophe Hidalgo: Obrigado, Quiroga. Vamos terminar a apresentação dando um pouco mais de visibilidade a vocês sobre as iniciativas e a adequação das estruturas à nova realidade de crescimento, à realidade conjuntural de crescimento. Basicamente, são aquelas medidas que focam em Multivarejo e Via Varejo, e pode-se resumir em quatro ou cinco pontos principais a adequação do headcount: vocês observaram no release que a redução líquida do headcount foi de 7.000 pessoas no 2T, e isso apesar do forte crescimento orgânico que observamos nos 12 últimos meses. A segunda medida, que visa se adequar à realidade conjuntural, são significativas de aluguéis; renegociação de contrato com terceiros também; a atividade dá esse espaço. Otimização nas despesas de mídia, e é importante ressaltar que essa utilização não baixa a nossa disposição, a nossa presença relativa. Ou seja, temos uma presença equivalente, se não maior, àquela que tínhamos. O mercado reduziu o investimento em publicidade de forma geral. Otimizamos também a despesa logística, a volumetria, que movemos todos os dias vem baixando principalmente na alimentar, adequando, então, a capacidade logística. E, por fim, o monitoramento das lojas deficitárias fez com que tomássemos a decisão de fechar algumas, e algumas a mais supostamente fecharão nos próximos meses. Essas iniciativas não foram implementadas, não tiveram um impacto full no 2T. O impacto full se materializará a partir do 3T. O que posso ressaltar é que observamos no release um crescimento do nosso G&A de aproximadamente 12%, e quando expurgamos esse crescimento do efeito da primeira consolidação da Cnova, o SG&A cresce em um pouco menos de 5%, apesar, repito, de capturar parcialmente os efeitos das medidas tomadas. É importante notar que conseguimos, a perímetro comparável, crescer menos que a inflação, e isso apesar de o efeito full não ter sido capturado. Termino aqui a apresentação deste slide, e passarei a palavra para a Daniela. Daniela Sabbag: Podemos, então, passar para a sessão de perguntas e respostas. Por favor. João Mamede, Santander: Bom dia. Tenho três pontos rápidos. Acho que entendemos o motivo de a performance de venda ainda não ter tido uma sensível melhora nesse trimestre. Mas virada essa página agora, devemos começar a ver mais para o meio do 2S os efeitos positivos de reforma, a base de comparação também será mais favorável. Minha dúvida é no sentido de se vocês podem dar alguma granularidade, alguma leitura de como está a vende nesse 3T. O quanto vocês puderem falar nesse sentido, ajudará bastante. O segundo ponto, sobre a margem bruta no Multivarejo, acho que essa talvez tenha sido uma das grandes surpresas positivas nesse trimestre. E ali vemos alguns efeitos trabalhando a favor, que vão da melhor negociação com fornecedores, um mix mais favorável, entre outras coisas. Minha dúvida é quanto mais podemos esperar dessa linha. Porque temos visto, por outro lado, um consumidor mais cauteloso, não só comprando menos, mas também comprando itens mais baratos, fazendo um down trade, o que torna essa melhora da margem

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bruta ainda mais impressionante. A minha dúvida é se dá para extrair, e quanto dá para extrair. Eu sei que é difícil falar de número, mas qualquer informação nesse sentido também será bastante útil. E por último, sobre o Minimercado Extra, uma informação que me chamou bastante a atenção neste trimestre foi o alto fechamento de minimercados, se não me engano foram 13 lojas, coisa que não vinha acontecendo. O que eu queria entender é se foi algo pontual, faz parte da mortalidade natural de lojas de varejo, ou se tem alguma coisa específica nesse trimestre. Vocês revisitaram a rentabilidade de algumas lojas e optaram por fechar? Essa seria a minha terceira dúvida. Obrigado. Ronaldo Iabrudi: João, normalmente, não temos muitas condições de dar uma visão de vendas futuras, sobretudo com essa economia que vemos. Acho que o Marcos Batista colocou bem, nós continuamos com um programa forte no Extra para a renovação das lojas; temos reinauguração agora, no final do mês, de 25 lojas, e temos mais duas ondas que virão no 2S. Estamos confiantes que o que ocorreu até agora, essa tendência irá se manter, mas não queremos dar nenhum guideline, até por que essa economia tem mudado constantemente. Quanto à margem, a Companhia trabalha em todas as linhas do balanço. Ela trabalha na receita, no custo, na despesa, e margem é uma das linhas em que vemos oportunidade em um momento como esse, em que estamos crescendo. O Christophe colocou quase 50 lojas abertas neste trimestre, o Assaí que provavelmente será recorde. Então, vemos a oportunidade; o cliente, o fornecedor vê a oportunidade de estar conosco, e isso nos permite fazer uma negociação mais de longo prazo de forma efetiva, que é o que temos buscado fazer. Sobre o Minimercado, o Renato pode responder, mas faz parte do jogo você abrir lojas, avaliar e, se funcionar bem, manter, e se não funcionar bem você tenta fazer os aperfeiçoamentos permitidos, possíveis, que percebemos que podem ajudar. Se não resolver, a Companhia é muito racional. Nós temos uma disciplina, e quando falamos de disciplina financeira, isso é fundamental. Depois de um tempo de avaliação, de teste e de tentativa de fazer ela ter a rentabilidade adequada, nós tomamos a decisão que tem que ser tomada, como o Líbano também tomou na Via Varejo. Se você perguntar se é normal, eu diria que em um momento como este da economia, o que estamos fazendo é absolutamente normal, é um percentual que está dentro do jogo e está dentro da avaliação dos investimentos. João Mamede: Está ótimo, Ronaldo. Obrigado. Se eu puder fazer um follow-up ainda na questão da venda, também entendemos todo o plano de reforma e quanto isso deve trazer de melhoria. Eu sei que é muito difícil, e com um cenário econômico tão volátil como estamos vendo, as coisas devem mudar muito repentinamente, mas com as primeiras leituras que vocês têm dessas reformas, tem alguma coisa que possam compartilhar conosco, em termos de quanto melhorou? Eu entendo que as primeiras reformas foram endereçadas às lojas que estavam ‘under-performando’. Então, as piores lojas foram reformadas, e talvez o delta, o salto em performance, seja maior que as próximas. Mas enfim, tem alguma informação que você pode dividir conosco sobre essas reformas especificamente? Obrigado novamente.

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Ronaldo Iabrudi: Até pelo fato de estarmos dando continuidade, estamos informando que faremos mais 25, e tem uma segunda, uma terceira e uma quarta onda, isso demonstra – porque que medimos tudo, como você sabe – que estamos indo em uma direção muito positiva. É isso que posso te dizer. Tanto fluxo, quanto ticket, quanto receita. João Mamede: Está ótimo, Ronaldo. Obrigado novamente. Franco Abelardo, Morgan Stanley: Bom dia. Obrigado por pegarem minha pergunta. Eu gostaria de falar um pouco sobre a queda de vendas na bandeira Extra. Vimos uma queda no 2T de mais ou menos 5% a 6% na venda, tanto do Super quanto no Hipermercado Extra, que é uma queda maior do que vimos no 1T; acho que tem um efeito de Páscoa que explica parte disso. Vocês falam que já está havendo uma melhora no tráfego e no volume de vendas do Multivarejo, inclusive do Extra, e isso nos faz entender que está havendo um investimento em preço muito forte na bandeira Extra. Eu queria entender se é isso mesmo, e se, em algum momento, esse investimento em preço pode ser net positivo ao longo do 3T, 4T, se devemos ver as vendas da bandeira Extra voltando a crescer. E por que não vemos essa agressividade de preços na margem bruta? Nós vimos a margem bruta melhorando, e eu queria entender se nessa melhora de margem bruta existe alguma contribuição relevante dos aluguéis de galerias que estão sendo contabilizados agora no Multivarejo. Obrigado. Marcos Batista: Obrigado, Franco. Sobre questão dos volumes para o Extra, há dois fatos relevantes: dividindo a questão de alimentos, na performance de não-alimentos quando ajustada à questão do efeito calendário e ao forte desafio em relação à Copa do Mundo, a tendência é a mesma do 1T. Ou seja, é uma performance sustentável, coerente com o que ocorreu no 1T, tirando o efeito de sazonalidade de Páscoa e o próprio efeito da força de itens, como podemos reafirmar, como cerveja e carnes, que têm uma tendência muito forte com a sazonalidade ou com a Copa do Mundo. Para não-alimentos, esta condição já foi negativa no 1T, e no 2T se acentuou também muito mais fortemente pela questão da sazonalidade, puxada pelo evento da Copa do Mundo, e aí o evento que podemos afirmar é a questão, por exemplo, da venda de TVs. Então, é puxada pelo não-alimento, e o alimento em linha. Separando os dois negócios, a performance de alimentos, tanto para Hiper como para Super, está na mesma tendência. No Super, além da sazonalidade, além do calendário, tem a conversão de nove lojas, que aconteceu no ano anterior, que estão dentro dessa base. Quando se anula essa visão, os dois modelos em alimentos estão na mesma tendência e com performance igual ao 1T. Christophe Hidalgo: Franco, só para completar a sua pergunta sobre visão de margem, de fato a margem do trimestre no perímetro alimentar aumentou quase 60 b.p. Como elemento de explicação, você tem que ver que, por bandeira, não observamos variação significativa. Ou seja, o crescimento desta margem no Multivarejo responde, primeiro, a efeito mix, que o Pão de Açúcar opera mais margem e cresce ligeiramente mais

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que resto, por exemplo; segundo, à contribuição crescente do Malls, ou seja, dos aluguéis faturados, alimenta também e é accretive sobre nossa margem bruta. E você tem que considerar, mas creio que isso já foi comentado, que na base da margem de 2014 há um impacto negativo pelo efeito Copa. Ou seja, temos um efeito base favorável, efeito de aluguel e efeito mix, resumindo, além do contínuo esforço de negociação que mantemos com o fornecedor. Franco Abelardo: Está claro. Obrigado. Guilherme Assis, Brasil Plural: Bom dia. Obrigado por pegarem minha pergunta. Olhando um pouco mais para frente, além das reformas das lojas que vocês estão fazendo, queria entender um pouco sobre como fica essa questão da disciplina de capital que vocês comentaram, para investimento, e a oportunidade de achar mais pontos, que vocês também comentaram. Vemos que o ambiente macro é bem desafiador, mas gera essas oportunidades, assumindo que a concorrência possa estar sofrendo um pouco mais com vocês. Dentro desse contexto, gostaria que vocês falassem um pouco mais sobre o seu plano de CAPEX, de crescimento. Se vocês têm alguma perspectiva de revisão, tanto do crescimento em área quanto do CAPEX em Reais que vocês têm planejado para o ano, e talvez para o ano que vem, se puderem dar uma cor de como fica isso. E uma coisa que aconteceu ao longo do ano passado foi que vocês reduziram o guidance de CAPEX, mas mantiveram mais ou menos o guidance de área. Queria saber como está o desempenho do CAPEX por m², se vocês conseguem manter ou se está havendo pressão de custo de volta no CAPEX, que poderíamos esperar um aumento do CAPEX por m² ou pela área que vocês têm planejada. Essa é a pergunta. Obrigado. Ronaldo Iabrudi: Guilherme, nós temos basicamente três CAPEX: temos investimento orgânico, que são lojas novas, como você viu os números. Estamos focados, e o que você está dizendo reflete o que estamos vendo. Com esse momento da economia, temos mais oportunidade, quando se olha no Mini, para alugar em pontos que antes eram mais difíceis, a um custo mais adequado e a uma velocidade maior para reforma, porque está tudo mais disponível. O Belmiro nunca teve tanta oferta de terrenos como está tendo, em condições muito mais adequadas. Houve momentos em que ele tinha interesse em determinados pontos que eram impossíveis, ou pelo valor da venda, ou do arrendamento. E estamos tendo de novo momentos em que isso fica mais possível. Então, de modo geral, no que é orgânico, estamos vendo oportunidades de continuar crescendo, a uma velocidade maior do que o que fizemos em termos de m² em 2014, e com custos adequados. Eu diria que temos conseguido manter os custos, mesmo com essa inflação, que todo mundo conhece. Essa é uma questão. A outra questão: estamos focando muito no CAPEX de reinauguração, de reforma, e não é só uma parte física. Como o Marcos comentou, estamos olhando sortimento, estamos olhando conceito de loja,

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estamos colocando mais serviços, estamos trabalhando mais no roteiro interno do cliente. Então, estamos também aproveitando do momento difícil para fazer esses investimentos. Comparado a 2014, devemos ficar realmente um pouco acima, em termos de m². E acho que não é o momento de falar sobre 2016. Ainda temos um semestre de muita dificuldade pela frente. Montaremos o plano, começamos a trabalhar agora em julho, mas estaremos com uma visão melhor no final do 3T. Mas continuamos acreditando que continuaremos investindo organicamente. E como o Christophe salientou, a Companhia tem uma estrutura de capital que nos dá bastante conforto para continuar acreditando no crescimento, seja orgânico, seja de uma nova oportunidade. Guilherme Assis: Obrigado. Voltando um pouco à questão do Minimercado, do formato de vizinhança, vocês acabaram fechando 13 lojas; acho que isso inclui fechamento e conversão, talvez. Mas há alguma mudança nesse formato? Alguma razão específica, não só pelo formato Minuto estar vendendo mais, mas vocês veem alguma necessidade de mudança no formato do Minimercado? A sua avaliação é de que, talvez, esse modelo não esteja dando retorno suficiente? Como vocês estão vendo isso, e como isso afeta o plano de crescimento? Porque em área não é tão importante, mas em número de lojas é o maior número de aberturas que vocês têm, ou tinham planejado. Isso mudou de alguma forma? Como continua isso? Obrigado. Renato Giarola: A velocidade de abertura continua a mesma. Não fizemos nenhum tipo de alteração. O que estamos buscando, é aproveitar as oportunidades de mercado que estão surgindo. Justamente no momento da crise, temos encontrado lugares melhores. E ‘lugares melhores’, quando falamos de público AB, em zonas de alta densidade, que com o boom imobiliário estavam muito mais caros, e agora temos conseguido descontos nas lojas antigas e, nas lojas novas, preços mais baratos, são locais que dão retorno muito mais rápido, falando de estratégia. Falando do fechamento, é um processo altamente natural de proximidade dentro da gestão de portfólio; abrir sempre lojas melhores, com modelos sempre em evolução, e fechar, normalmente, lojas antigas, lojas que já levam quatro ou cinco anos, que mesmo com alterações são lojas que não funcionaram por uma questão simples de expansão, de localização. Então, é um modelo que funciona, no qual continuamos focando fortemente e, dentro da gestão de portfólio, abrimos lojas em locais melhores, e lojas que não funcionaram mesmo com todas as alterações, fechamos, melhorando o resultado completo da BU. Em termos de modificação da bandeira, temos feito modificações normais, que acontecem em todas as bandeiras, de promoção, de preço ou mesmo de sortimento, fazendo a adequação. Nesse 1S, fizemos toda a adequação de formados; temos três formatos dentro do minimercado, e isso segue com precificação, com a comunicação e com a parte de sortimento também, que iniciamos no 1S e vamos até o final do 3T com toda a alteração de sortimento, deixando-o cada vez mais adequado a um público CD. Guilherme Assis: Está ótimo. Obrigado.

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Thiago Macruz, Itaú BBA: Bom dia. Minha pergunta é com relação a G&A. Acho que há uma série de iniciativas mapeadas pela Companhia para buscar um pouco mais de eficiência nesse momento desafiador de top line. Nesse trimestre especificamente, ainda vimos o G&A subindo em linha com a inflação. Seria muito agressivo imaginar que até o final do ano isso deve mudar? Em outras palavras, que essa sua estratégia, os projetos que estão sendo implementados possam já começar a dar frutos até final do ano? Essa é a minha pergunta. Ronaldo Iabrudi: Thiago, estamos trabalhando para isso. O foco não é o que fazer, o foco é a velocidade para se fazer. Está muito claro o que temos que fazer, está desenhado, e o movimento é fazer na velocidade que nos permita estar em linha com o que você perguntou. Porém, isso depende demais, você sabe disso, porque é sempre um percentual da venda. Fazemos o orçamento e revisamos a cada trimestre, e estamos focados em todas as possibilidades que existem. E você sabe muito bem que sempre há possibilidades. Dar um número e uma certeza quanto a esse ponto, não podemos, mas estamos trabalhando nessa direção. Eu estou confiante. Os planos que acompanhamos nos levarão a essa direção, mas não queremos afirmar, e nem dar isso como um guideline. Tobias Stingelin, Credit Suisse: Bom dia. Quando eu li os comentários do que foi escrito no press release, o e que tem sido dito em relação à performance das lojas Extras reformadas, e acho que vocês até responderam recentemente que estão acelerando a reforma porque as coisas estão indo bem, mas não me parece haver grande excitação com relação à performance. Normalmente, escutamos falar que quando se reforma lojas, os crescimentos são expressivos, mas não me parece, pelo menos no body language, se posso usar essa expressão, que está indo tão bem assim. Então, eu queria entender em relação ao que vocês planejavam; se vocês planejavam 10% de crescimento nas vendas nessas lojas reformadas, 15%, mas está vindo 5%. Vocês dizem “5% está bom, vamos em frente, é melhor do que crescer zero”, ou elas estão performando efetivamente bem, como vocês imaginavam? Essa é a primeira pergunta. A segunda, já para antecipar e ajudar um pouco, é a seguinte: na segunda metade do ano passado, começou aquela expansão de margem bruta violenta, quando vocês subiram 200 b.p. a margem bruta no 2S14. Neste ano, vocês terão esses comps. Na margem bruta, vocês pegarão comps bastante difíceis em relação ao ano passado. Queria saber como deveríamos enxergar a evolução da margem bruta na segunda metade do ano. E, por fim, queria um esclarecimento do Christophe: ele falou de 7.000 pessoas com relação ao ajuste no quadro. Isso é consolidado, entra naqueles 4.800 da Via Varejo? Obrigado. Marcos Batista: Obrigado pela pergunta, Tobias. Olhando a questão das lojas modernizadas do Extra, só relembrando que nós começamos em maio e concluímos um mês cheio dessas lojas. A visão dessas lojas perante ao plano estão totalmente aderentes ao que foi previsto no plano dessas lojas.

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A visão de consumidores e as primeiras pesquisas demonstram-se extremamente satisfatórias com a evolução dessas lojas. Especificamente sobre números, não podemos dar números exatos, mas eu lhe darei uma visão mesmas lojas. Essas lojas comparadas a elas mesmas crescem na ordem de um dígito alto, dois dígitos em média. Então, elas estão totalmente aderentes ao plano estabelecido. Tobias Stingelin: Obrigado. Perfeito. Christophe Hidalgo: Quanto à sua pergunta sobre a redução de headcount de 7.000 pessoas, conforme consta no release, essa visão é consolidada e está dentro daquilo que foi comentado pelo Líbano ontem, ou seja, cerca de 4.800 de headcount na Via Varejo. Tobias Stingelin: Obrigado, Christophe. E quanto à questão da margem bruta para a segunda metade do ano? Porque ano passado todo mundo ficou perplexo com a expansão da margem bruta, isso ajudou o resultado no ano passado, e este ano os comps ficam difíceis em função disso. Queria tentar entender como devemos enxergar isso, e como isso conversa com estratégia de competitividade. Christophe Hidalgo: Tobias, a política de competitividade não foi implementada no 2S14; ou seja, os desempenhos de margem do 2S já constam com uma forte política de competitividade. Você tem que considerar neste aumento o reforço de negociação, tem que considerar um efeito de sazonalidade importante. Mas nesse contexto desafiador, um pouco volátil, o comps fica difícil, mas todos os comps ficaram difíceis. Este ano não é nada diferente que os outros. Não vemos, pelo menos bandeira por bandeira, maior preocupação, maior pressão no lucro bruto para o fim do ano, e isso garantindo que queremos manter a nossa política de competitividade no ramo alimentar, especificamente. Tobias Stingelin: Obrigado, Christophe. Só para entender, obviamente sem dar guidance numérico, mas em termos de direção, deveríamos assumir que a margem bruta do ano passado não é necessariamente referência? Eu desconfiaria que a margem bruta do 2S14 deveria caminhar para baixo, até porque estamos entrando no ano com uma margem mais baixa. Não sei se faz sentido ou não, talvez eu esteja perdendo alguma coisa. Obrigado novamente. Fábio Monteiro, BTG Pactual: Bom dia a todos. Eu gostaria de explorar um pouco mais a questão da performance do Extra. Entendo que ainda há melhorias para serem capturadas em função das reformas, mas analisando os últimos trimestres, em uma primeira impressão, e acho que o Marcos já comentou um pouco sobre isso, houve uma desaceleração na venda total do Extra Hiper e também do Extra Super. Isso, em um primeiro momento, realmente leva a crer que ainda não houve melhora no Extra, mas eu entendi que, como não houve abertura nem fechamento de loja desde o final do 2T14, no caso de Extra

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Hiper, o que explica isso, especificamente no 2T, é a questão de não-alimentos dentro do hipermercado. Queria confirmar se é isso mesmo, se não houve melhora ainda porque apesar dessa desaceleração no 2T, que teve queda de venda de 5,1% no Extra Hiper, isso é essencialmente explicado pelo não-alimentos dentro do hipermercado. Mas quando eu olho o Super, que no ano passado teve crescimento de 2,8%, mas aí houve multa, conversão, o Marcos comentou isso também, acho que entre fechamentos e conversões foram nove ao todo no Extra Super; mas mesmo ajustando por esses fechamentos, houve uma queda no 2T no Super de 5,6%. Acho que tem um pouco de efeito sazonal, talvez explique uns 100 b.p. pelo o que eu conversei com a Empresa na época de divulgação das vendas. Então, tem um pouco de efeito sazonal, tem o efeito dos fechamentos, que talvez expliquem uns 2%, mas ainda assim é uma piora em relação ao que vinha vindo no Extra Super. Se vocês pudessem comentar um pouco sobre isso. Obrigado. Daniela Sabbag: Fábio, não houve piora, especialmente quando analisamos a categoria de alimentos. Você repetiu bem as palavras do Marcos. No Extra Super, o efeito do crescimento negativo é em função das conversões de loja. No Extra Super, é isso que justifica. Se expurgarmos isso, o patamar é similar ao que já vimos. E quando falamos do Extra Hiper, é em relação à piora do cenário macro, do não-alimentos e da Copa do Mundo, como o Marcos falou. O importante é que, quando expurgarmos esses elementos, a categoria de alimentos continua mostrando crescimento de volumes e fluxo. Essa é a principal observação que conseguimos ver do 1T para o 2T. Fábio Monteiro: OK. Só uma última pergunta, sobre M&A: vocês comentaram que olharão se fizer sentido para a Empresa, dependendo da oportunidade que aparecer. Queria entender um pouco se esse tipo de movimento seria mais focado em redes de cash and carry, por exemplo, ou algum formato em especial que seja foco, ou se seria mais um movimento de reforço de presença regional em alguns casos que vocês queiram aumentar presença. Queria entender um pouco como está essa estratégia de M&A especificamente. Ronaldo Iabrudi: Fábio, na realidade, nós olhamos as oportunidades que aparecem. Você sabe bem como isso funciona. O que eu quis reforçar é muito mais que continuamos focados em ter uma estrutura de capital que nos permita, em aparecendo uma oportunidade, buscarmos essa oportunidade. Não temos nada em vista, não temos nenhuma informação adicional a isso a dar, mas acho que é importante vocês, como investidores, saberem que a Companhia tem uma estrutura que a permite fazer um crescimento não só orgânico. Fábio Monteiro: Está ótimo. Muito obrigado.

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Gustavo Oliveira, UBS: Bom dia. Eu tenho uma pergunta na parte de custo, e tenho outra pergunta para o Belmiro, na parte do Assaí. Na parte de custo, queria entender o impacto que energia elétrica está tendo na sua margem. Como a margem EBITDA contraiu um pouco mais de 100 b.p., eu queria entender qual seria a contribuição do aumento de custo de energia elétrica. Acho que até mesmo o Belmiro falou que houve aumento de 50% nos custos de eletricidade, e claramente isso impactou o Assaí, mas imagino que tenha impactado todas as outras operações do varejo alimentar. E queria também entender se existe a oportunidade de abaixar custos de aluguéis. Acho que vocês falaram que em lojas de proximidade vocês estão tendo uma redução de 15% dos aluguéis em 50% das lojas, um número bastante forte, talvez como perspectiva para mais um ganho operacional no futuro. Então, primeiro, energia elétrica, e depois rental cost. E a parte do Assaí, a pergunta para o Belmiro, você comentou um pouco sobre uma pequena mudança de hábito de consumidor, indo mais para o Assaí, um efeito muito positivo no Assaí, mas também há certa preocupação com o food service. Como vocês podem gerenciar essa questão do food service no Assaí? Como você imagina que isso terá um impacto nas suas vendas daqui para frente? Obrigado. Christophe Hidalgo: Obrigado, Gustavo. Vou responder as suas duas primeiras perguntas antes de passar a palavra para o Belmiro. Quanto ao impacto da energia elétrica, o que observamos no perímetro alimentar, perímetro que está sendo mais impactado que os demais pelo frio alimentar, entre outras coisas, é um aumento próximo a 42% da despesa, e pensamos que no 2S ainda haverá ajuste do custo da energia elétrica, alcançando, em algumas regiões, perto de 70% de aumento. Resulta disso que a despesa de energia, de utilities de forma geral – energia, água, gás etc. –, passa a ser a segunda despesa do P&L do retail clássico, após as despesas de pessoal. E em termos de impacto, não tenho o número exato, mas o impacto em b.p. é de aproximadamente, no perímetro alimentar, de 35 b.p. a 40 b.p. de despesa adicional frente ao que era no ano anterior. Quanto à pergunta de aluguel, tanto no perímetro varejo quanto no de multivarejo há a oportunidade de redução de aluguel. Não são oportunidades oportunistas, de certa maneira. Vou explicar: são oportunidades de adequação a uma realidade de um mercado imobiliário que vem em baixa, e é legítimo neste contexto haver adequação do nível de custo de ocupação. Não é nada diferente disso, e a perspectiva para o 2S é de capturar o que vimos negociando, particularmente neste 2T. Não vou entrar em detalhes das magnitudes, mas são significativas; as reduções vão de 10% a 25% em função das regiões, dos casos e da localização das lojas. Gustavo Oliveira: Christophe, um follow-up antes de irmos para o Belmiro, ainda em relação ao aumento da eletricidade: você falou que ainda pode haver um aumento de mais 70% na segunda metade do ano, ou incremental acima dos 42%, chegando a 70% de aumento? Eu pergunto isso porque queria entender a sua tendência de margem EBITDA. Sabendo que a margem bruta, pelo que vocês falaram até agora, deve continuar estável, a margem EBITDA na segunda metade

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do ano continuaria tendo essa contração de mais ou menos 100 b.p. ano a ano, ou você já consegue ver uma melhoria na segunda metade do ano, mesmo considerando o efeito mais negativo do custo de energia elétrica? Ronaldo Iabrudi: Só uma observação, ainda dentro do aluguel, porque eu acho importante: tudo isso que o Christophe falou, evidentemente, é redundante o que eu vou dizer, mas é com todo respeito aos contratos. Nós estamos fazendo com base nos contratos existentes, contratos que estão em vencimento e com o respeito ao que está combinado, e tudo de forma negociada. Não tem absolutamente nada sendo feito que não seja em respeito aos contratos e combinadamente. Só uma observação, um detalhe que eu acho importante. Belmiro Gomes: Gustavo, complementando um pouco a questão da energia, no caso do Assaí, o impacto na despesa pelo acréscimo da energia computado até agora é de 0,45 p.p. E isso, tanto o negócio Assaí, como o negócio varejo alimentar, têm eliminado um pouco a visão, que pode ser vista até nos esforços de contenção de despesas, várias frentes que foram feitas que reduziram a despesa, e o aumento de energia acabou também consumindo isso. Há uma expectativa de mais 18% agora em agosto, e isso não é igual para todas as regiões do Brasil. Isso tem uma variação significativa em algumas regiões agora para agosto. Então, obviamente, a Companhia, tanto no caso do Assaí como outros negócios, continua buscando as frentes e reduções e contenções de despesa para minimizar esse impacto, mas, de fato, ele foi sentido fortemente no 2T15. Para dar uma comparação simples, quando se olha o parque de loja alugada, a despesa de energia hoje é maior que o valor da locação que pagamos hoje. Então, ela se tornou de fato o segundo maior custo, a segunda maior despesa. Há uma série de frentes nesse sentido, que eu teria a oportunidade até de detalhar em todos os negócios, para evitarmos esses impactos mais fortemente, que acumula quase 70%. Quando à questão do food service, de fato, temos sentido no parque de micro e pequenas empresas também um impacto dos hábitos do consumidor, de uma redução no volume de alimentação fora do lar, especialmente o que chamamos de vida noturna, ou seja, o jantar, o happy hour. Não há impacto no food service executivo, ou seja, a refeição da hora do almoço, mas para esse público, sim, sentimos uma redução, uma diminuição de abastecimento. Nesse trimestre, isso foi plenamente compensado com a maior busca do consumidor final pelo segmento. Imaginamos que deve se manter essa tendência para o 2S, mas acreditamos que o food service já caiu o que seria esperado para ele. Então, é esperada no 2S uma estabilização no nível tanto do volume de consumidor final, como do volume desses comerciantes. Obrigado. Gustavo Oliveira: Obrigado pelo update no Assaí, Belmiro. Só um follow-up sobre o possível impacto na margem de EBITDA na segunda metade do ano por conta do aumento de energia elétrica: vocês acham que existe espaço para a margem crescer dessa base? Ou seja, a contração ser menor que os 100 b.p., 110 b.p. que vocês estão vendo na primeira metade do ano?

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Christophe Hidalgo: Sem querer enfatizar muito em perspectiva, e você entenderá que o momento de volatilidade no qual nos encontramos dificulta qualquer visão prospectiva assertiva, o que podemos falar é que estamos buscando, e supostamente logrando por bandeira, ex-efeito mix, obviamente, a manutenção das margens de EBITDA. Mas é realista pensar que a pressão, particularmente no Extra, da inflação sobre custo, implicará em uma leve de contração. É difícil colocar um número sobre isso agora, seria numerologia a essa altura. Mas as ações diversificadas, a política de competitividade nos permite vislumbrar por bandeira, por subcategoria, a manutenção do patamar que estamos acostumados a operar, e igual para o Assaí. Gustavo Oliveira: Está claro. Muito obrigado. Alan Cardoso, Banco Safra: Bom dia. Eu tenho apenas uma pergunta, na verdade. Quando ouvimos o que está sendo feito na Via Varejo, claramente dá para entender que a Companhia vem adequando o nível de despesa para o atual patamar de venda, ou pelo menos alguma coisa um pouco melhor que isso, já que o cenário macro não está ajudando. Do lado da divisão alimentar do Pão de Açúcar, o que podemos imaginar – e eu sei que não dá para falar de número, mas pelo menos de ações qualitativas relevantes – que possa resultar em nível de despesa? Eu entendo que a Companhia está com uma série de iniciativas para tentar ganhar market share em cada um dos segmentos da divisão alimentar, dos canais e dos formatos, mas quando olhamos para o mercado como um todo, por exemplo, se abrimos o 2T, a venda como um todo cresceu em torno de 7%, e no IBGE vemos as vendas nominais do segmento crescendo em torno de 5%, olhando abril e maio. Então, parece que mesmo que o Pão de Açúcar tenha um market share em linha com o mercado, o nível de venda não seria o suficiente para compensar a pressão inflacionária. Só para pensarmos um pouco nessa dinâmica, para entendermos o quando a margem EBITDA do GPA Alimentar, pelo menos do Multivarejo, pode se estabilizar. Ronaldo Iabrudi: Alan, é um pouco como o slide final que o Christophe colocou. O trabalho que o Líbano e o time têm feito na Via Varejo, nós temos feito junto no Multivarejo. Inclusive, as grandes sinergias ocorrem exatamente entre as duas bandeiras, que são o Multi e a Via Varejo. E aí passam por TI, passam por headcount. E no nosso caso, como temos aumentado o nível de serviço, sobretudo nessas reformas que temos feito no Extra e no Pão, passa muito na Corporação. Fizemos um ajuste importante na Corporação, e fizemos também um ajuste importante no nível mais alto da Companhia, nos executivos, do Presidente aos diretores, porque achamos que isso alinha o time inteiro. Em uma companhia que tenha 150.000, 160.000 pessoas, é muito importante que todos, em um momento como esse, participem desse processo de adequação do tamanho da Empresa. Esse trabalho está sendo feito muito fortemente na Via Varejo, no Multi, o Assaí está fazendo, a Cnova está fazendo, Malls; enfim, a Companhia está funcionando como uma corporação onde esses pontos todos são

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tratados. Tem coisas que são inclusive mais emblemáticas, mas que temos decidido, porque achamos que ajudam a alinhar o time na direção que interessa. Alan Cardoso: OK. Obrigado pela resposta. Só um follow-up. Se imaginarmos que sua venda não melhora de forma significativa, o same-store, e aí estou muito mais focando na questão do macro, que está cada vez ficando mais difícil, as iniciativas internas de redução de despesa já são suficientes para estabilizar a margem EBITDA do Multivarejo, ou vocês precisariam de uma nova rodada de otimização de despesas/corte de pessoal? Ronaldo Iabrudi: Fazemos rodada cada vez que precisa. Estamos em um momento onde o que estamos fazendo, o que está desenhado, enxergamos com um delay, com um atraso, mas estamos indo na direção em que planejamos. O Christophe comentou bem: em um momento desses da economia, a única certeza que temos é que não temos certeza do que irá ocorrer. É nosso papel acompanhar os movimentos do mercado, e a cada momento tomar decisão decorrente. E estamos muito alertas para que isso ocorra. O mais importante é o que a Companhia tem uma agilidade muito grande para tomar esse tipo de decisão, e o time que está sentado à essa mesa é absolutamente consciente que o momento é complexo e que as decisões têm que ser do tamanho da complexidade do cenário macroeconômico. Alan Cardoso: Está ótimo. Muito obrigado pelas respostas. Richard Cathcart, HSBC: Boa tarde. Quero voltar a uma pergunta sobre a margem bruta, que subiu b.p. no Multivarejo. Gostaria de saber se vocês podem quebrar com quanto cada fator contribui para esse aumento de margem bruta, como mix, shopping centers, negociações. E a segunda pergunta é se podem falar um pouquinho mais sobre a melhora de tráfego, porque eu acho que não entendi. O Hiper voltou a ter tráfego positivo no 2T? E poderiam falar um pouco sobre as tendências em Pão de Açúcar também, por favor? Obrigado. Christophe Hidalgo: Sobre margem bruta, este aumento de 60 b.p., conforme comentamos, corresponde a várias coisas, nas quais eu vou entrar, mas não queremos entrar muito no breakdown da origem, porque não costumamos fazer isso. O que posso falar é que quase 100% dos efeitos são trazidos pelos efeitos mix de uma parte; ou seja, peso do Pão de Açúcar dentro do total MB, peso do Extra dentro do total MB; e o segundo efeito, quase equivalente ao efeito mix é o efeito da contribuição crescente dos aluguéis das galerias comerciais que, como você bem sabe, alimenta a margem bruta do Multivarejo. Sobre a sua segunda pergunta, vou passar a palavra de volta ao Marcos Batista e ao Elísio.

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Marcos Batista: Richard, sobre o Extra, a pergunta sobre fluxo de clientes. Conforme comentado, sim, a evolução é satisfatória. É uma tendência bastante positiva da recuperação de fluxo de clientes. E com as lojas modernizadas, também conforme comentei, os gaps são extremamente relevantes em clientes e volumes. Então, a tendência é de forte recuperação, e de uma recuperação sustentável. Luiz Elisio Melo: Richard, com relação ao Pão de Açúcar, temos uma base comparável mais favorável, mas, por outro lado, temos visto que o ambiente tem ficado mais adverso. O que fizemos? Nós temos um plano de ativação comercial para a bandeira para o 2S que se foca em algumas atividades fortes para nós, como nosso aniversário, em agosto, que foi todo redesenhado para estar adequado a um ambiente como esse; temos a inauguração de cinco lojas novas, como comentei; e já começamos a capturar a maturidade de lojas inauguradas, tanto no final de 2013 quanto no final de 2014. Essas lojas crescem, em termos de patamar, geralmente no 4T do ano. Acho que todas essas atividades nos trarão uma performance boa. Além disso, como comentei, continuamos trabalhando fortemente, olhando sempre o mercado, dentro do mercado premium, a nossa competitividade. Estamos agora no 2S com um problema fortíssimo de readequação de todo o sortimento. E o nosso Programa Mais também; não vou antecipar ainda, mas temos algumas coisas muito interessantes para o Programa Mais. Acho que tudo isso irá alicerçar um bom desempenho, uma boa performance para a bandeira Pão de Açúcar para o 2S. Richard Cathcart: Obrigado. E só para fazer um follow-up sobre a margem bruta, você pode falar se a margem da bruta do Extra Hipermercado está estável ano contra ano ou está caindo? Obrigado. Christophe Hidalgo: Margem bruta por bandeira é estável. Richard Cathcart: Está bom. Obrigado. Andrea Teixeira, JPMorgan: Boa tarde. Eu gostaria de fazer um follow-up sobre a questão do tráfego, se vocês já tiveram algum efeito positivo sobre a assertividade de preços, conforme haviam praticado antes. Se está havendo uma melhora na política de promoções, e se isso já está se refletindo, principalmente na bandeira Extra, em um aumento de tráfego, em um tráfego positivo, se pudéssemos isolar esse efeito. E minha outra pergunta é a respeito da política de risco e provisões, se existiu alguma mudança do ano passado para cá com relação às provisões fiscais. Obrigada.

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Marcos Batista: Andrea, sobre a questão da pergunta da visão de tráfego de clientes, conforme comentado, sim, há uma evolução sustentável no modelo, nos formatos, com evolução no fluxo de clientes e de volumes. Isso de acordo com a proposta das iniciativas de competitividade, de modernização, de tudo que estamos propondo no plano que foi implementado nessas lojas. Andrea Teixeira: Perfeito. Christophe Hidalgo: Só para complementar, conforme falei nos principais destaques do início da apresentação, é importante destacar, particularmente sobre a bandeira Extra Hiper, que fluxo e volume voltaram a ter um comportamento positivo, e isso apesar da base difícil que apresenta o ano anterior, o efeito Copa. Apesar disso, são várias semanas no fim do trimestre nas quais voltamos a fluxo e volume positivos, o que entendemos como um sinal forte de recuperação daquela bandeira. Para responder sua segunda pergunta, Andrea, de fato, o âmbito das nossas contingências tributárias possíveis aumentou no 2T aproximadamente 8%, ou seja, pouco mais de R$770 milhões, e este aumento corresponde a dois principais questionamentos que nos são feitos: dedutibilidade da amortização de alguns ágios, com impacto possível no imposto de renda; e o segundo questionamento é com respeito a crédito de ICMS de São Paulo. Esses dois questionamentos justificam o aumento. Quero ressaltar a você, Andrea, que a revisão das contingências e da consequente provisão está sendo feito de forma permanente, de forma trimestral, minimamente. Hoje, o nível de provisão que temos refletido nas DFs corresponde à apreciação que nós e nossos assessores jurídicos temos dos riscos incorridos. E, por fim, acho que você perguntou isso, quero ressaltar que não houve nenhuma mudança na política adotada para provisionamento das contingências. Andrea Teixeira: Perfeito. Obrigada, Christophe. Eu sei que o call está muito longo, e claro, acho que isso é benefício a todos os analistas que estão no call, e é difícil prever a margem, mas isolando esse esforço que a Empresa tem feito, e acho que todos apreciam que ela seja mais ‘magra’ na estrutura, por essas 7.000 pessoas, isoladamente em food foram 2.200 pessoas, com isso poderíamos ver um impacto positivo isoladamente em SG&A? E a outra pergunta é sobre despesa de marketing. A Empresa tem uma despesa de marketing grande, é um dos maiores anunciantes do Brasil. Tirando um pouco Via Varejo, que já conversamos com o Líbano ontem, mas em food, tem mais oportunidades de redução de despesas? Christophe Hidalgo: Andrea, as oportunidades de redução de despesa nunca terminam, já que se adaptam obviamente ao trend observado nos negócios. O que posso lhe falar sobre essas várias perguntas é que as inciativas tomadas sobre headcount e as outras, de aluguel, de eficiência etc., a essa altura representam pouco mais de 2% do SG&A total da Companhia.

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Estamos, de igual maneira, preparados e prontos para complementar essas reduções, caso a volatilidade e o desempenho das vendas se confirme frágil. Quanto à outra pergunta, com respeito a marketing, a despesa de marketing pode parecer elevada em porcentagem da venda, mas essa despesa de marketing está calibrada em função da realidade do mercado. O importante para nós é manter a presença relativa aos outros no mercado. Não sei se me faço entender bem quando eu falo isso. A situação pela qual passa o mercado nos permite, mantendo essa exposição relativa, reduzir o nível de despesa de publicidade, e vamos pressionar um pouco as despesas de mídia no 2S. Mas, para resumir, elas têm um impacto total de 2% do G&A. E se for necessário ao fim do exercício, estamos preparados para ir mais longe. Andrea Teixeira: Perfeito, Christophe. Muito obrigada. É muito útil a explicação. É muito difícil navegar nesse Brasil atualmente. Christophe Hidalgo: Aqui termina o call do 2T. Agradecemos a todos pela presença, e agradecemos também ao time presente. Ressaltamos que estamos preparados e dispostos a enfrentar um 2S que será muito desafiador, particularmente no setor de não-alimentos. Qualquer dúvida, antes de fechar a conferência deixo claro que estamos à disposição para qualquer esclarecimento ou contato telefônico que vocês precisem. Obrigado. Operadora: A teleconferência de resultados do GPA está encerrada. O Departamento de Relações com Investidores do Grupo está à disposição para responder as demais dúvidas e questões. Agradecemos a participação de todos, e tenham um bom dia.

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