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Transfusão sanguínea

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ATUALIZAÇÃO SOBRE TRANSFUSÃO SANGUÍNEA E A ANEMIA DO PREMATURO

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Atualização sobre transfusão sanguínea e a anemia do prematuro

Update of blood transfusion and anemia of prematurity

Cristina Ortiz Valete¹, Adauto Dutra Barbosa²

1 Professora Adjunta de Pediatria da UFF. Doutora em Epidemiologia pelo IMS-UERJ.

2 Professor Adjunto de Pediatria da UFF. Doutor em Pediatria pela Escola Paulista de Medicina - UNIFESP.

n ARTIGO DE REVISÃO

Resumo

Objetivo: 

Contextualizar o tratamento transfu-sional da anemia no recém-nascido prematuro esuas repercussões com base na revisão da literatura,promovendo a atualização de especialistas. Método: Foi pesquisada a base de dados Medline (2000-2005), utilizando-se os descritores anemia, prema-turidade e transfusão sanguínea, com busca secun-dária de artigos. Síntese dos dados: O objetivo dastransfusões é o equilíbrio entre a oferta e a demandatecidual de oxigênio. Porém, a detecção deste equi-líbrio na prática neonatal ainda requer estudosadicionais. Existe também uma fragilidade nasindicações de transfusão para a apneia e para o ganhoinsuficiente de peso do prematuro. Dentre as reper-cussões, tem sido sugerida a associação entre trans-fusão sanguínea, retinopatia do prematuro e displasiabroncopulmonar. Conclusões:  O uso de transfusõessanguíneas para reverter o ganho insuficiente de pesoe a apneia do prematuro merece ser mais explorado.

 Também carece de maior aprofundamento a asso-ciação entre transfusões sanguíneas e ocorrência deretinopatia do prematuro e displasia broncopulmonar.É consenso a necessidade de aplicação de protocolosclínicos restritos para este tratamento.

Descritores:  Anemia. Prematuro. Transfusão desangue.

Abstract

Objectives:  o discuss blood transfusions to

 preterm infants and its consequences by reviewing

the literature and on a neonatologist point ofview, promoting an up to date approach to specia-lists.  Methods:  Medline (2000-2005) was sear-ched by applying the following key words: anemia, preterm, blood transfusion, allowing for secon-dary research. Data synthesis: ransfusion objec-tive is the balance between tissue oxygen demandand supply. Clinical detection of this balancedeserves additional research. Indications to treat preterm apnea and poor weight gain are slender.

 As blood transfusion consequences, the associationbetween blood transfusion, retinopathy and bron-chopulmonar dysplasia in the preterm has beensuggested. Conclusions: Blood transfusions to treatapnea and poor weight gain are slender supportedin the preterm and needs additional research. Tesame occurs with its association to retinopathy andbronchopulmonar dysplasia in the preterm. Tereis a consensus among specialists that a restrictive protocol to blood transfusion is needed.

Keywords:  Anemia. Preterm. Blood transfusion.

Introdução

A anemia é uma condição frequente no prema-turo, tornando-o propenso ao tratamento transfu-sional. A terapêutica mais apropriada deve levarem consideração a fisiopatologia da anemia e osbenefícios a serem alcançados, estes balizados porpossíveis efeitos colaterais.

A anemia da prematuridade é uma condiçãoautolimitada que acomete recém-nascidos prema-

turos ao longo das primeiras 12 semanas de vida1.

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38 Sua etiopatogenia ainda não é completamenteconhecida e o tratamento transfusional deve serconsiderado como um processo que não terminacom a administração do componente ou derivado,mas que requer monitorização e avaliações futuras².

Uma vez que cada vez mais recém-nascidos

imaturos têm sobrevivido, a discussão do temaanemia, as repercussões do tratamento transfu-sional e, sobretudo, a adoção de uma política deredução das transfusões sanguíneas, tornam-sedesafios inevitáveis.

Etiopatogenia da anemia do prematuro

Nos primeiros meses de vida, observa-seredução dos níveis de hematócrito e hemoglo-bina (Hb), redução esta que em recém-nascidos

de termo e saudáveis em geral é bem tolerada.Contudo, o crescimento extraordinariamenterápido de prematuros e o consequente aumento do volume sanguíneo, a menor meia-vida das hemá-cias, aliados às perdas sanguíneas e aos níveis baixosde eritropoietina endógena contribuem sobrema-neira para a ocorrência de anemia nestes pacientes.Assim, os prematuros rapidamente atingem níveisde hematócrito mais baixos em relação às criançasde termo. Por outro lado, as transfusões sanguí-neas realizadas no período neonatal (com sangue

de adultos, rico em hemoglobina A) favorecem aoxigenação tecidual, bloqueando, assim, o estímuloa eritropoiese³.

 Ao parto, a concentração de hemoglobina(Hb) é de cerca de 17 g /decilitro (dL) com nívelde reticulócitos em torno de 5% nas crianças determo. A diminuição da concentração de Hbque ocorre após o nascimento pode ser atribuídaao aumento na disponibilidade do oxigênio.

 Ao nascimento, quando o oxigênio chega aospulmões, satura a Hb e a oferta tecidual deoxigênio é então facilitada, levando à diminuiçãoda atividade da eritropoietina plasmática e àredução da produção de células vermelhas nosprimeiros dias de vida. No sangue periférico, estasalterações resultam em diminuição da contagemde reticulócitos. Na medula óssea, o percentual deprecursores eritróides diminui de uma média de35% ao parto para 15% com uma semana de vida.Esta redução marcante da taxa de produção decélulas vermelhas continua por cerca de quatro aseis semanas. Após este período, ocorre estímuloà produção de células vermelhas e aumento da

contagem de reticulócitos, havendo necessidade

de aumento do conteúdo corporal de ferro paraque ocorra adequada produção de eritrócitos4.

É nesse ambiente propício que se desenvolve aanemia da prematuridade, definida como anemiaprogressiva associada à eritropoiese insuficiente,caracterizada por baixa contagem de reticulócitos,

baixo percentual de precursores de eritrócitos namedula óssea e níveis de eritropoietina baixos emrelação ao grau da anemia4,5.

O volume de sangue transfundido é diretamenteproporcional àquele coletado e este é assustador,chamando atenção para a necessidade imediata derevisão de todas as coletas, com adoção de crité-rios bem definidos e técnicas menos invasivas6,7. Éfundamental que investimentos em técnicas maisapropriadas que requerem um menor volume desangue sejam incentivados, quer seja por micromé-

todo ou pelo uso de point-of-care 8.

Manifestações clínicas da anemia

 A anemia pode manifestar-se no prematuropor palidez, taquicardia ou de forma inespecífica,como sucção débil ou até mesmo ganho insufi-ciente de peso. Em geral, o acompanhamentolaboratorial da anemia por meio do microhema-tócrito, que requer pouco volume de sangue paraanálise, é adequado para o prematuro, cujas perdas

sanguíneas devem ser minimizadas. Entretanto, aindicação de transfusão não deve se basear apenasneste dado. Ao contrário, esta se solidifica sesomada à presença de sinais de descompensação.

 As manifestações clínicas da anemia aparecemquando os níveis de hemoglobina caem abaixode 10,5 g/dL e o hematócrito, abaixo de 30%9.Contudo, em algumas circunstâncias, mesmoprematuros anêmicos clinicamente “estáveis”podem apresentar alterações hemodinâmicassecundárias à anemia detectadas ao ecocardio-grama. Isto ocorre em particular com os níveismais baixos de hematócrito10.

Parâmetros para tratamento transfusional

A busca de parâmetros mais precisos paraindicar as transfusões sanguíneas advém do fatode que apenas o hematócrito pré-transfusional,apesar de estar correlacionado, é um fraco preditordas alterações ecocardiográficas. Além disto, amanutenção de um elevado débito cardíaco não édesejável10. Assim, a avaliação ecocardiográfica nos

casos de hematócritos mais baixos sem grandes

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39manifestações clínicas parece apropriada para aindicação de transfusão sanguínea.

Recém-nascidos prematuros recebem cerca de300.000 transfusões de sangue nos EUA a cadaano11. O volume médio de sangue transfundido porpaciente é da ordem de 43 ml por kg e há corre-

lação inversa entre a idade gestacional, o peso aonascer e o número de transfusões sanguíneas6,12-14.

As transfusões sanguíneas fazem parte doarsenal terapêutico disponível para estas crianças.Entretanto, há diferenças nas práticas transfusio-nais entre as unidades de terapia intensiva neonatal,sendo estas, muitas vezes, baseadas na opinião deespecialistas mais do que em evidências científicase, além disso, desconhecemos os efeitos das trans-fusões no longo prazo15,16.

A adoção de critérios bem definidos para trans-

fusão sanguínea de prematuros é o primeiro passopara reduzir a frequência destas17,18 e, assim, contri-buir para que este período crítico para a eritropoiesetranscorra sem maiores problemas. O uso de crité-rios restritos pode ter efeito similar ao tratamentocom a eritropoietina recombinante humana19. Osbenefícios inerentes à transfusão devem ser contra-balanceados pelas possíveis desvantagens, e a abor-dagem deve ser individualizada20. É nesta linhaque Shannon et al.21 propuseram, em 1995, crité-rios bem definidos para estas indicações que têm

sido, na prática, bastante utilizados (Quadro 1). Osautores sugerem transfundir recém-nascidos comhematócrito menor que 30% com ganho de pesomenor que 10g/dia (durante quatro dias), quandoa oferta calórica for > 100 cal/kg/dia, dentre outrasindicações.

Mais recentemente, foi sugerido que a medidaperiférica da extração fracionada de oxigênio (>0.47), um proxi  da disponibilidade de oxigênio nonível tecidual, possa identificar com maior precisãoos prematuros que seriam beneficiados com atransfusão, porém estudos adicionais precisam serrealizados22.

A definição do melhor parâmetro a ser avaliado– hematócrito, hemoglobina, avaliação cardiopul-monar – é fundamental. Teoricamente, as trans-fusões sanguíneas visam evitar que a oferta teci-dual de oxigênio seja menor do que a demanda23 e,assim, os estudos deveriam incorporar as medidasde oxigenação tecidual como desfecho e a partirdeste padrão-ouro, definir os testes diagnósticosmais precisos.

No rol das indicações de transfusão merecem

especial discussão a ocorrência de apneia e o ganho

ponderal insuficiente. A transfusão sanguínea porapneia (possivelmente associada à prematuridade),como parâmetro isolado, vem sendo questionada.Nesta circunstância, o efeito da transfusão desangue ou de outro volume parenteral parece sermuito parecido24,25. Isto sugere que a melhora sedeve ao aumento da volemia e não propriamenteao aumento do volume de células vermelhas. Estas

indicações devem ser discutidas com as equipes desuporte neonatal e acompanhadas caso a caso.

Há controvérsias também quanto aos efeitosda transfusão sanguínea na evolução ponderal deprematuros com anemia, fazendo necessário, nestassituações, descartar outras possíveis causas doganho insuficiente de peso antes de indicá-la26,27.As evidências de que a anemia está associada aoganho insuficiente de peso ou à deficiência do cres-cimento linear no período neonatal são fracas28.Mais ainda, Wardle et al.22 não observaram dife-

renças no ganho médio de peso em prematuros

Quadro 1 - Indicações de transfusão sanguínea(Shannon et al. 1995).

 hematócrito < 20% se:

assintomático com reticulócitos < 100. 000 /

microlitro

 hematócrito < a 30% se:

2. apneias, bradicardias repetidas, já em uso de

xantinas;

3. CPAP, ventilação mecânica com pressão édia

de vias aéreas menor que 6 cmH2O;

4. Frequência cardíaca maior que 180

batimentos por minuto ou frequência

respiratória

maior que 80 incursões por minuto;

5. ganho ponderal menor que 10 g / dia por

quatro dias com taxa calórica maior que 100

calorias / kg / dia;6. necessidade de cirurgia.

 hematócrito menor que 35% se:

1. em uso de oxigênio com concentração

maior que 35%;

2. entubado ou em CPAP nasal com pressão

média de vias aéreas maior ou

igual a 6 cm H2O.

 não transfundir:

1. para repor sangue retirado para laboratório;

2. para corrigir valor de Ht isolado.

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40 que receberam mais ou menos transfusões.  Estesachados foram  parecidos aos observados porBohler et al.29. Entretanto, Stockman e Clark 26 haviam sugerido alguns anos antes que, após atransfusão sanguínea é observado aumento de pesoem prematuros. Já Alkalay et al.10  contribuíram

sobremaneira nesta área ao observarem que algunsprematuros anêmicos com ganho insuficiente depeso apresentavam aumento do diâmetro ventri-cular diastólico final, um corolário da insuficiênciacardíaca congestiva. Neste sentido, parece interes-sante transpor estes achados para a prática clínica,quando da indicação do procedimento transfu-sional por ganho insuficiente de peso.

Em relação ao volume, foi sugerido que omenor volume transfundido é melhor, mas estaquestão não parece bem definida30,31. Por outro

lado, o maior volume parece ser seguro, resulta emmaior aumento do hematócrito e da hemoglobinae poderia estar associado ao menor número totalde transfusões por indivíduo, o que fez com quealguns pesquisadores indicassem esta abordagem32. O volume transfundido, na prática, varia em tornode 10 a 20 ml/kg por vez, sendo que o volume idealainda precisa ser definido

Repercussões das transfusões sanguíne-as para o prematuro

Além do aprofundamento das questões refe-rentes às indicações de transfusão em prematuros,mais recentemente as repercussões deste proce-dimento têm sido enfatizadas. Foi sugerido, porexemplo, que ocorria um aumento do suprimentocerebral de oxigênio acompanhado do aumentotransitório da resistência vascular cerebral prova- velmente pela vasoconstrição local induzida pelooxigênio, porém as repercussões destes efeitos nomédio e longo prazo são desconhecidas33. 

Em estudo-piloto, recém-nascidos muitoimaturos apresentaram na primeira semana de vidaredução da afinidade da hemoglobina pelo oxigêniocom aumento concomitante do P50 após uma trans-fusão sanguínea, sugerindo que ocorra redução daafinidade de hemoglobina pelo oxigênio34.

A avaliação imediata após a transfusão de 10ml / kg sugeriu que há redução do tempo de enchi-mento capilar, porém não foi observada mudançada pressão arterial e do débito do ventrículoesquerdo, que são importantes parâmetros hemo-dinâmicos35. Vale ressaltar que os estudos em geral

são realizados com a administração de furosemida

(1 mg /kg) no curso da transfusão e com critériostransfusionais muito distintos32,35.

Outra questão já sugerida anteriormente e dediscussão bastante atual é a associação entre astransfusões sanguíneas e a ocorrência de displasiabroncopulmonar e de retinopatia da prematu-

ridade36,37.  Um possível mecanismo tem sidoproposto. A baixa atividade da ferroxidase obser- vada no prematuro, que converte o ferro do estadoferroso para o férrico (e este é passível de ser trans-portado pela transferrina) leva à existência de ferrolivre, um potente formador de espécies de oxigênioaltamente reagentes, capazes de causar lesãotecidual38.

É neste cenário de elevada suscetibilidadeque as transfusões sanguíneas, que aumentam oferro corporal e, em consequência, o ferro livre,

podem propiciar a formação de radicais livres, quedestróem constituintes celulares de forma indis-criminada39-42. Vale lembrar que cada mililitro desangue transfundido oferece cerca de 0,5 a 1,0 mgde ferro e, desta forma, o pouco volume admi-nistrado pode aumentar dramaticamente o ferrocorporal já na primeira semana de vida43,44.

Contudo, o real papel das transfusões sanguí-neas na gênese tanto da retinopatia quanto dadisplasia broncopulmonar do prematuro aindaestá longe de ser esclarecido. Brooks et al.45  não

observaram, em estudo prospectivo, diferença nagravidade tanto de retinopatia quanto da displasiabroncopulmonar entre prematuros submetidosa diferentes regimes transfusionais. Não houveassociação também entre o nível de hematócrito ehemoglobina e a incidência de retinopatia.

Uma vez que as crianças mais graves sãoaquelas que recebem mais transfusões sanguíneas,o papel das transfusões na gênese destas doençasdeve ser desmembrado da maior gravidade clínica,da menor idade gestacional e do menor peso denascimento, fatores muito associados a estasdoenças e às transfusões46. Assim, à luz do atualconhecimento científico, é possível que as transfu-sões estejam atuando mais como fator de confusãodo que como preditor propriamente dito, tantoda retinopatia do prematuro quanto da displasiabroncopulmonar. Estudos adicionais merecemavaliar esta associação.

Considerações fnais

As transfusões sanguíneas constituem uma

prática quase que inevitável nas unidades de

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41terapia intensiva neonatal, mas ainda carecem deindicações mais precisas e estas são muito influen-ciadas pela equipe profissional e pela existência ounão de protocolos clínicos bem definidos. O obje-tivo das transfusões é o equilíbrio entre a oferta e ademanda tecidual de oxigênio.

Algumas indicações estabelecidas em proto-colos merecem ser revistas e validadas por resul-tados mais consistentes obtidos em pesquisas;particular destaque deve ser dado para a apneia doprematuro e o ganho insuficiente de peso. Estudosadicionais precisam avaliar o real efeito das trans-fusões no ganho de peso de prematuros ao longodo tempo.

As repercussões das transfusões ainda não estãototalmente esclarecidas, destacando-se a ocorrênciade displasia broncopulmonar e de retinopatia do

prematuro, reforçando a necessidade de adoção demedidas cada vez mais restritivas desta prática ecom base em evidências científicas consistentes.

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Submissão: 28/3/2009

 Aceito para publicação: 15/11/2009

Endereço para correspondência:Cristina Ortiz ValeteDepartamento Materno Infantil da UniversidadeFederal Fluminense.Rua Marquês do Paraná, 303 - 3º andar - Niterói,RJ - CEP: 24303-900

E-mail: [email protected]

 Trabalho realizado no Departamento Materno Infantil da Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, Brasil.