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2021 Tratado de investigação criminal tecnológica Autores Adinei Brochi Alesandro Gonçalves Barreto André Ferreira de Oliveira Delmar Araújo Bittencourt Emanuel Ortiz Emerson Wendt Everson Aparecido Contelli Gustavo André Alves Gustavo Mesquita Galvão Bueno Hélio Molina Jorge Junior Hericson dos Santos Higor Vinicius Nogueira Jorge Ilton Garcia da Costa Janio Konno Júnior Joaquim Leitão Júnior Jorge Figueiredo Junior Jorge André Domingues Barreto Karolinne Brasil Barreto Luciano Henrique Cintra Luis Francisco Segantin Junior Márcio Rogério Porto Marcus Vinicius de Carvalho Marcus Vinicius Lourenço Mauro Roberto de Souza Júnior Rafael Francisco Marcondes de Moraes Rafael Velasquez Saavedra da Silva Ramon Euclides Guarnieri Pedrão Ricardo Magno Teixeira Fonseca Roberto Santos da Silva Robinson Fernandes Romina Florencia Cabrera Rubén Ros Selva Orejon Ulisses da Nobrega Silva Wagner Martins Carrasco de Oliveira Coordenação Higor Vinicius Nogueira Jorge Estudo de casos práticos Modelo de representação para interceptação telemática de contas do whatsapp (extrato de mensagens) Modelo de representação de afastamento do sigilo dos dados eletrônicos armazenados pelo google Modelo de representação de afastamento do sigilo dos dados eletrônicos armazenados pela apple Apresentação Emerson Wendt Prefácio Youssef Abou Chahin revista e atualizada 2 a edição

Tratado de investigação criminal tecnológica

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Page 1: Tratado de investigação criminal tecnológica

2021

Tratado de investigação criminal tecnológica

Autores• Adinei Brochi • Alesandro Gonçalves Barreto • André Ferreira de Oliveira • Delmar Araújo Bittencourt • Emanuel Ortiz • Emerson Wendt • Everson Aparecido Contelli • Gustavo André Alves • Gustavo Mesquita Galvão Bueno • Hélio Molina Jorge Junior • Hericson dos Santos • Higor Vinicius Nogueira Jorge • Ilton Garcia da Costa

• Janio Konno Júnior • Joaquim Leitão Júnior • Jorge Figueiredo Junior • Jorge André Domingues Barreto • Karolinne Brasil Barreto • Luciano Henrique Cintra • Luis Francisco Segantin Junior • Márcio Rogério Porto • Marcus Vinicius de Carvalho • Marcus Vinicius Lourenço • Mauro Roberto de Souza Júnior • Rafael Francisco Marcondes de

Moraes

• Rafael Velasquez Saavedra da Silva

• Ramon Euclides Guarnieri Pedrão

• Ricardo Magno Teixeira Fonseca • Roberto Santos da Silva • Robinson Fernandes • Romina Florencia Cabrera • Rubén Rios • Selva Orejon • Ulisses da Nobrega Silva • Wagner Martins Carrasco de

Oliveira

CoordenaçãoHigor Vinicius Nogueira Jorge

Estudo de casos práticos• Modelo de representação para interceptação telemática

de contas do whatsapp (extrato de mensagens)

• Modelo de representação de afastamento do sigilo dos dados eletrônicos armazenados pelo google

• Modelo de representação de afastamento do sigilo dos dados eletrônicos armazenados pela apple

ApresentaçãoEmerson Wendt

PrefácioYoussef Abou Chahin

revista eatualizada2a

edição

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INTERCEPTAÇÃO TELEMÁTICA DE CONTAS DO WHATSAPP (BILHETAGEM - EXTRATO

DE MENSAGENS) – VERSÃO 2019.4

Emerson Wendt1 e Higor Vinicius Nogueira Jorge2

1 Emerson Wendt é Delegado de Polícia da Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul. Possui graduação em Ciências Jurídicas e Sociais - Direito - pela Universidade Federal de Santa Maria (1997). Pós-graduado em Direito pela URI-Frederico Westphalen. Mestrando em Direito pelo UnilaSalle Canoas-RS. Atualmente é Delegado de Polícia da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, membro do Conselho Superior de Polícia, Titular da Cadeira nº 5. Ex-Diretor do Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos (GIE). Coordenou o Projeto e a Implementação da ampliação do “Sistema Guardião”, no âmbito do Estado do Rio Grande do Sul, instituindo as Estações Re-motas na Polícia Civil e Corregedoria da Brigada Militar. Foi administrador do Sistema Guardião e Coordenador do então Serviço de Interceptação de Sinais da Secretaria da Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul de 2007 a 2009. Atua como colaborador da Coordenação-Geral de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública. Tem experiências na área de Inteligência de Segurança Pública, Contrainteligência, Inteligência de Segurança Pública e Estratégica, com ênfase em Produção de Conhecimento e Análise de Inteligência, Combate ao Crime Organizado, interceptação de sinais e interceptação telefônica e telemática, além da especialidade em investiga-ção de crimes cibernéticos. Professor nos cursos de Pós-Graduação do Senac-RS (Passo Fundo), IDC (Porto Alegre), Verbo Jurídico (Porto Alegre), UNIRITTER (Canoas e Porto Alegre), EPD (São Paulo), IMED (Passo Fundo), ESMAFE/RS (Porto Alegre), UNITOLEDO (Porto Alegre) e de cursos de extensão na Unisinos (São Leopoldo). Também, professor na Academia de Polícia Civil do RS, nas disciplinas de Investigação Criminal e Inteligência Policial. Ministrou aulas nas Academias das Polícias Civis do Pernambuco, Goiás, Paraná, Acre, Alagoas, Sergipe, Rondônia e Piauí. Membro do PoaSec, HTCIA e INASIS.

2 Higor Vinicius Nogueira Jorge é Delegado de Polícia e professor da Academia de Polícia na Po-lícia Civil do Estado de São Paulo, titular da cadeira 30 da Academia de Ciências, Artes e Letras dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo e membro da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo. Pós-graduado em penal e processo penal da Escola Superior de Advocacia (ESA) da OAB do Estado de São Paulo. Também é membro da Associação Interna-cional de Informática Forense (Asiif ), da Associação Internacional de Investigação de Crimes de Alta Tecnologia (Htcia) e da Associação Internacional da Polícia (Ipa - Brasil), professor de in-teligência cibernética do Ministério da Justiça, professor da pós-graduação Advocacia no Direito Digital e Proteção de Dados na Escola Brasileira de Direito (Ebradi), professor da pós-graduação em Compliance e Direito Anticorrupção e da pós-graduação em Direito Político e Eleitoral do Complexo de Ensino Renato Saraiva (Cers), professor da especialização Direito Digital Aplicado e Compliance Digital do MeuCurso, professor da especialização da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, membro do grupo de estudos de direito digital e compliance da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e investigador digital forense certifica-do pela REDLIF. Em 2017, 2019 e 2020 foi escolhido na categoria “Jurídica” entre os melhores Delegados do Brasil pelo Portal Nacional dos Delegados & Revista da Defesa Social. É coautor das obras “Manual de Interceptação Telefônica e Telemática” e “Fake News e Eleições – O Guia Definitivo” e coordenador dos livros “Enfrentamento da Corrupção e Investigação Criminal Tec-nológica” e “Tratado de Investigação Criminal Tecnológica”, publicados pela editora Juspodivm, além ser autor/coautor de outras obras jurídicas. Possui o site www.higorjorge.com.br.

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Há pouco mais de uma década era muito comum criminosos utilizando tele-fones fixos e celulares para que fosse realizada a comunicação entre eles e a polícia promovia a interceptação do fluxo das comunicações telefônicas para aumentar a eficácia da investigação criminal.

Os tempos mudaram e atualmente é corriqueiro que criminosos utili-zem o aplicativo de comunicação WhatsApp e outros aplicativos semelhantes, como o Telegram, contudo, aprioristicamente cabe esclarecer que não é pos-sível promover a interceptação do conteúdo das comunicações mantidas pelo WhatsApp, exceto se ocorrer a instalação de algum aplicativo com esse fim no celular do investigado.

Outro caminho, que permite apenas extrair as informações armazenadas no WhatsApp do investigado, é submetê-lo a forense computacional, como nas hipóteses em que o celular é submetido ao UFED Ultimate, UFED 4PC ou ao UFED Infield, ambos da empresa Cellebrite3, distribuídos no Brasil pela em-presa TechBiz.

Mediante requisição do delegado de polícia, em crimes de maior gravidade (a exemplo dos artigos 13-A do Código de Processo Penal4, 17-B da Lei n. 9.613/985 e 15 da Lei n. 12.850/136), o WhatsApp informa os dados cadastrais das contas de seus clientes (informações do aparelho e sistema operacional, versão da App, data e horário do registro, status de conexão, última conexão com data e hora, nome e endereço de e-mail se disponível, informações de cliente Web etc.) e por intermé-dio de ordem judicial, além dos dados cadastrais, informa também:

• Registros de acesso (IPs) dos últimos 6 meses;• Histórico de mudança de números;

3 Mais informações podem ser obtidas no site da Cellebrite, no endereço: www.cellebrite.com/pt e também no site da empresa TechBiz Forense Digital, distribuidora exclusiva do Cellebrite no Brasil, no endereço: http://forensedigital.com.br.

4 Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos.

5 Art. 17-B. A autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, exclusivamente, aos dados cadastrais do investigado que informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independente-mente de autorização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas instituições financeiras, pelos provedores de internet e pelas administradoras de cartão de crédito.

6 Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público terão acesso, independentemente de auto-rização judicial, apenas aos dados cadastrais do investigado que informem exclusivamente a qua-lificação pessoal, a filiação e o endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas telefônicas, ins-tituições financeiras, provedores de internet e administradoras de cartão de crédito.

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INTERCEPTAÇÃO TELEMÁTICA DE CONTAS DO WHATSAPP

• Grupos (data de criação, descrição, identificador do Grupo (“group-ID”), Foto, quantidade de membros e nome do Grupo)7;

• Agenda de contatos simétricos e assimétricos.Também é possível realizar, mediante ordem judicial, a interceptação tele-

mática da conta do WhatsApp do alvo, que permitirá receber o extrato das men-sagens8, mas cabe esclarecer que não será possível ter acesso ao conteúdo dessas comunicações.

A interceptação telemática das contas WhatsApp, com o correspondente envio dos extratos de mensagens do alvo, abrange as informações sobre remetente, desti-natário, data e horário e padrão de fuso horário da mensagem, tipo da mensagem e o registro de acesso do remetente da mensagem (incluindo endereçamento IP e porta lógica), se disponível, a cada 24 horas9, contados da data de implementação da medida até os 15 (quinze) dias seguintes.

Desta forma, por intermédio da interceptação telemática de WhatsApp, será possível saber os números de telefone dos interlocutores do investigado (em po-der dessa informação é possível obter informações do WhatsApp e de operadoras sobre cada um deles), esclarecer os tipos de conteúdo que foram enviados durante as conversas (exemplos: texto, figura, vídeo etc.), receber informações sobre tipo de dispositivo, datas, horários, endereçamentos IP e portas lógicas de cada conversa que o investigado manteve e outras informações relevantes para a investigação criminal.

Abaixo são apresentadas informações sobre uma das conversas realizadas en-tre alvo e interlocutor durante a interceptação telemática do extrato de mensagens:Service WhatsAppAccount Identifier +55-11-99xxx-9xxxAccount Type WhatsApp UserGenerated 2019-05-30 00:01:53 UTCDate Range 2019-05-29 00:00:00 UTC to 2019-05-30 00:00:00 UTC

7 Após o fornecimento da listagem de grupos do alvo, o Delegado de Polícia enviará novo ofício para o WhatsApp indicando os grupos que pretende receber informações mais detalhadas (mem-bros dos grupos etc).

8 Considerando, como afirmando anteriormente, a utilização em larga escala, de aplicativos de co-municação entre criminosos, recomenda-se representar pela interceptação telefônica e também pela interceptação telemática de contas do WhatsApp (extrato de mensagens) dos alvos. A utili-zação combinada dos referidos instrumentos de investigação incrementa a possibilidade de êxito na apuração de delitos de maior gravidade.

9. A quantia de horas para o fornecimento das informações (geralmente a cada 24 horas), em casosmais graves, pode ser alterada para tornar mais eficaz a atuação da polícia. Exemplo: Informaçõesfornecidas a cada 12 horas.

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Message Log Timestamp

2019-05-29 00:08:31 UTC

Message ID

3AE25613D43Dxxxxxxxx

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MODELO DE REPRESENTAÇÃO PARA INTERCEPTAÇÃO TELEMÁ-TICA DE CONTAS DO WHATSAPP (EXTRATO DE MENSAGENS) – VERSÃO 2019.210

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA CO-MARCA DE [...]

REFERÊNCIAS:

INQUÉRITO POLICIAL/PROCESSO: [...]

INTERCEPTAÇÃO INICIAL/RENOVAÇÃO

10 Adaptação do modelo extraído da obra: Investigação Criminal Tecnológica – volumes I e II – Hi-gor Vinicius Nogueira Jorge – Editora Brasport – 2018.

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INTERCEPTAÇÃO TELEMÁTICA DE CONTAS DO WHATSAPP

A POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO, representada neste ato pelo Delegado de Polícia subscritor, que no uso de suas atribuições legais e re-gulamentares conferidas pelo artigo 144, §4º, da Constituição Federal, artigo 140, da Constituição Estadual Paulista, artigo 4º e seguintes do Código de Processo Penal Brasileiro, Portaria DGP-18/1998, sob as premissas das Leis 12.830/13 e 9.296/96, além de outros dispositivos legais correlatos representa pela INTERCEPTAÇÃO TELEMÁTICA DE CONTAS DO WHATSAPP (EXTRATO DE MENSA-GENS) dos investigados [inserir qualificação dos investigados, números de telefo-ne, relatório sintético sobre os fatos apurados pela polícia judiciária até o presente momento e elementos que indiquem que os fatos se enquadram na Lei 9.296/96].

Dessa forma, como medida de investigação criminal tecnológica, visando a absoluta elucidação do delito, robustecendo o conjunto probatório sobre a prática de crimes pelo investigado, levando em consideração que as evidências armazena-das no ambiente eletrônico representam um grande desafio para a persecução pe-nal, em razão da volatilidade e complexidade para sua obtenção, existindo, inclu-sive, a possibilidade de identificação de outras pessoas envolvidas com os fatos e inexistindo outras medidas para esse fim, solicito que Vossa Excelência, após vista do ínclito membro do Ministério Público, requisite a medida infra apresentada no prazo de 72 horas11:

Perante a empresa WhatsApp (Inc., 1601 Willow Road, Menlo Park, California 94025, United States of America – O envio da ordem judicial deve ser feito pelo endereço www.whatsapp.com/records, em razão do e-mail [email protected] estar em processo de descontinuação12) para que, promova a interceptação telemática inicial13 das contas de WhatsApp associadas aos seguintes números de telefone [inserir números, exemplo: +55-DDD-9xxxx-xxxx, +55-DDD-9xxxx--xxxx, +55-DDD-9xxxx-xxxx e +55-DDD-9xxxx-xxxx14], com o correspondenteenvio dos extratos de mensagens, consistentes no envio das informações de re-metente, destinatário, data e hora da mensagem, tipo da mensagem e o registrode acesso da conta alvo (contendo endereçamento IP e porta lógica), se dispo-

11 Caso a empresa demonstre recalcitrância no descumprimento da determinação judicial cabe in-formar o Poder Judiciário sobre os fatos e representar para que seja arbitrada multa diária, sendo que a multa pode ser majorada caso a empresa persista em não cumprir referida ordem. Outro aspecto relevante diz respeito ao prazo, que pode ser maior ou menor, conforme a necessidade/gravidade da investigação criminal.

12 Relevante considerar a desnecessidade de envio de documentação física para a empresa, que tem se concentrado em realizar todo o procedimento na plataforma específica para este fim. Eventual envio da solicitação por intermédio de ofício físico ou por e-mail, em detrimento da plataforma online pode promover mais demora no fornecimento das informações. Também é desnecessário enviar ofício físico para o Facebook.

13 Sempre indicar se a interceptação telemática é inicial ou renovação.14 A empresa, por questões técnicas, recomenda promover a interceptação de, no máximo, dez nú-

meros de telefone.

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nível, a cada 24 horas, contados da data de implementação da medida até os 15 (quinze) dias seguintes a ela.Em razão da necessária celeridade exigida pelo caso solicito que as informações sejam disponibilizadas na plataforma LERS do WhatsApp (endereço www.whatsapp.com/records) e também que sejam enviadas para o e-mail institucio-nal do subscritor [[email protected]] constando como referência o [BO e/ou IP número] da Delegacia de Polícia [nome da Unidade de Polícia Judici-ária solicitante].

[cidade], [dia] de [mês] de [ano].

[...]

Delegado de Polícia

1. PROCEDIMENTOS PARA ACESSO A PLATAFORMADO WHATSAPP DE SOLICITAÇÕES ONLINE PARAAUTORIDADES PÚBLICAS - VERSÃO 2019.2

O WhatsApp oferece uma plataforma online de solicitações com o objetivo de receber requisições de autoridades públicas, principalmente aquelas oriundas de Delegado de Polícia, Promotor de Justiça ou Juiz de Direito.

A plataforma é disponibilizada no endereço www.whatsapp.com/records, sen-do necessário informar o e-mail institucional do solicitante. Depois de inserir o e-mail institucional, a empresa enviará um e-mail contendo um endereço (token)que, ao ser acessado (clicado), permite o acesso a plataforma.

Figura 1 – Página inicial da plataforma disponibilizada para que a autoridade pública solicite o acesso para envio da requisição/ordem.

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INTERCEPTAÇÃO TELEMÁTICA DE CONTAS DO WHATSAPP

Figura 2 – Campo para inserção do e-mail institucional do solicitante.

Todas as vezes que o usuário desejar acessar a plataforma deverá inserir seu e-mail, conforme indicado na imagem supra para receber o token que permitirá oacesso.

Figura 3 – Mensagem contendo o endereço a ser acessado para que a plataforma seja disponibilizada

Figura 4 – Página inicial da plataforma contendo campos para solicitação da preservação, solicitação de registros e ajuda.

No campo para solicitação dos registros é necessário inserir o número do caso (exemplos: número do processo judicial ou inquérito policial), o tipo de processo legal (ordem judicial ou requisição de fora dos Estados Unidos, ordem judicial as-sinada por um juiz dos Estados Unidos, requisição emergencial, solicitação policial ou outros tipos de processos), natureza do caso, data da assinatura da ordem/requi-sição, data da expiração da solicitação, contas do WhatsApp (ou link de convite de grupo), período e documentos.

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De acordo com a empresa, a plataforma aceita solicitações de preservação e todas as solicitações oficiais de registros, incluindo solicitações de emergência, in-timações, ordens judiciais, mandados de busca e solicitações internacionais.

É necessário inserir o número do telefone de interesse da investigação contendo o código do país (+55 para o Brasil) ou o link de convite do grupo em investigação.

Importante consignar que a resposta também será recebida por intermédio da plataforma.

Dependendo do tipo de solicitação o Delegado ou Promotor de Justiça pode-rão requisitar as informações (dados cadastrais) e, em outros casos, será necessário que o Juiz de Direito determine o fornecimento dos registros.

Cabe ressaltar que durante a interceptação telemática de conta do WhatsApp (extrato das mensagens), as informações serão disponibilizadas por intermédio da plataforma a cada 24 horas.

Importante considerar que as informações são apresentadas em um formato que dificulta a sua compreensão, sendo importante utilizar ferramentas analíticas que tornem mais acessíveis as informações, como, por exemplo, a consulta bilhe-tagem oferecida no Portal Inteligência Info, da Polícia Civil do Ceará que apre-senta as informações em um layout mais compreensível para aquele que recebe as informações oriundas do WhatsApp. Importante ressaltar que atualmente basta cadastrar o e-mail do policial civil no Portal Inteligência da Polícia Civil do Cea-rá, independente do estado da federação do policial, de modo que ele terá acesso a referida funcionalidade, além de outras ferramentas e orientações.

2. REFERÊNCIAS

BARRETO, Alesandro; SANTOS, Hericson dos. Deep Web: investigação no submundo da internet. Rio de Janeiro: Brasport. 2019.

FREITAS JÚNIOR, Adair Dias; JORGE, Higor Vinicius Nogueira. GARZELLA, Oleno Carlos Faria. Manual de Interceptação Telefônica e Telemática. Salva-do: Juspodivm. 2020.

JORGE, Higor Vinicius Nogueira (Coord.). Enfrentamento da Corrupção e In-vestigação Criminal Tecnológica. Salvador: Juspodivm. 2020.

JORGE, Higor Vinicius Nogueira. Investigação Criminal Tecnológica. Volumes I e II. Rio de Janeiro: Brasport. 2018.

JORGE JÚNIOR, Hélio Molina; JORGE, Higor Vinicius Nogueira; NOVAIS, Kayki; FONSECA, Ricardo Magno Teixeira. Fake News e Eleições – O Guia Definitivo. Salvador: Editora Juspodivm, 2020.

TUPINAMBÁ, Marcos. Investigação Policial de Crimes Eletrônicos. São Paulo: Acadepol, 2019.

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INTERCEPTAÇÃO TELEMÁTICA DE CONTAS DO WHATSAPP

TUPINAMBÁ, Marcos; Jorge, Higor Vinicius Nogueira. Orientações sobre o WhatsApp. Versão 2017.5. Divulgação interna.

WENDT, Emerson; BARRETO, Alesandro Gonçalves; CASELLI, Guilherme. Investigação Digital em Fontes Abertas. Rio de Janeiro: Brasport, 2017.

WENDT, Emerson; JORGE, Higor Vinicius Nogueira. Crimes Cibernéticos – Ameaças e Procedimentos de Investigação. Rio de Janeiro: Brasport. 2013.