Tratado SheNgen

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    Texto da Conveno de Aplicao do Acordo de Schengen de 14 de Junho de 1985 entre os Governos dos Estados daUnio Econmica Benelux, da Repblica Federal Alemanha e da Repblica Francesa Relativo Supresso Gradualdos Controlos nas Fronteiras Comuns*

    O Reino da Blgica, a Repblica Federal da Alemanha, a Repblica Francesa, o Gro-Ducado do Luxemburgo e o Reino dos Pases Baixos, a seguir

    denominados Partes Contratantes:

    Baseando-se no Acordo de Schengen de 14 de Junho de 1981 Relativo Supresso Gradual dos Controlos nas Fronteiras Comuns;

    Tendo decidido concretizar o desejo expresso no referido Acordo de obter a supresso dos controlos nas fronteiras comuns no que diz respeito

    circulao das pessoas e facilitar o transporte e a circulao das mercadorias;

    Considerando que o Tratado que institui as Comunidades Europeias, completado pelo Acto nico Europeu, prev que o mercado interno compreender

    um espao sem fronteiras internas;

    Considerando que a finalidade prosseguida pelas Partes Contratantes coincide com este objectivo, sem prejuzo das medidas que sero tomadas em

    aplicao das disposies do Tratado;

    Considerando que o cumprimento deste desejo implica uma srie de medidas apropriadas e uma estreita cooperao entre as Partes Contratantes;

    acordaram no seguinte:

    TTULO I

    Definies

    Artigo 1.

    Para efeitos da presente Conveno, entende-se por:

    Fronteiras internas- as fronteiras comuns terrestres das Partes Contratantes, bem como os seus aeroportos, no que diz respeito aos voos internos, e os

    seus portos martimos, no que diz respeito s ligaes regulares de navios que efectuam operaes de transbordo, exclusivamente provenientes ou

    destinados a outros portos nos territrios das Partes Contratantes, sem escala em portos fora destes territrios;

    Fronteiras externas - as fronteiras terrestres e martimas, bem como os aeroportos e portos martimos das Partes Contratantes, desde que no sejam

    fronteiras internas;

    Voo interno- qualquer voo exclusivamente proveniente ou destinado aos territrios das Partes Contratantes sem aterragem no territrio de um Estado

    terceiro;

    Estado terceiro - qualquer Estado que no seja Parte Contratante;

    Estrangeiro- qualquer pessoa que no seja nacional dos Estados membros das Comunidades Europeias;

    Estrangeiro indicado para efeitos de no admisso- qualquer estrangeiro indicado para efeitos de no admisso no Sistema de Informao Schengen

    nos termos do disposto no artigo 96.;

    Ponto de passagem fronteirio- qualquer ponto de passagem autorizado pelas autoridades competentes para a passagem das fronteiras externas;

    Controlo fronteirio - o controlo nas fronteiras que, independentemente de qualquer outro motivo, se baseia na nica inteno de passar a fronteira;

    Transportador- qualquer pessoa singular ou colectiva que assegura, a ttulo profissional, o transporte de pessoas por via area, martima ou terrestre;

    Ttulo de residncia - as autorizaes, qualquer que seja a sua natureza, emitidas por uma Parte Contratante que concedem o direito de residncia no seu

    territrio. Esta definio no abrange a admisso temporria para efeitos de permanncia no territrio de uma Parte Contratante, tendo em vista o

    tratamento de um pedido de asilo ou de um pedido de ttulo de residncia;

    Pedido de asilo- qualquer pedido apresentado por escrito, oralmente ou de qualquer outro modo, por um estrangeiro na fronteira externa ou no territrio

    de uma Parte Contratante, com vista a obter o reconhecimento da sua qualidade de refugiado, ao abrigo da Conveno de Genebra de 28 de Julho de

    1951 relativa ao estatuto dos refugiados, tal como alterada pelo Protocolo de Nova Iorque de 31 de Janeiro de 1967, bem como a beneficiar nesta

    qualidade de um direito de residncia;

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    Requerente de asilo- qualquer estrangeiro que tenha apresentado um pedido de asilo na acepo da presente Conveno e em relao ao qual no tenha

    ainda sido tomada uma deciso definitiva;

    Tratamento de pedido de asilo- o conjunto dos processos de anlise, de deciso e de medidas tomadas em aplicao de decises definitivas relativas a

    um pedido de asilo, com excluso da determinao da Parte Contratante responsvel pelo tratamento do pedido de asilo por fora das disposies da

    presente Conveno.

    Ttulo II

    Supresso dos controlos nas fronteiras internas e circulao das pessoas

    CAPTULO I

    Passagem das Fronteiras Internas

    Artigo 2.

    1. As fronteiras internas podem ser transpostas em qualquer local sem que o controlo das pessoas seja efectuado.

    2. Todavia, por razes de ordem pblica ou de segurana nacional, uma Parte Contratante pode, aps consulta das outras Partes Contratantes, decidir que,

    durante um perodo limitado, sero efectuados nas fronteiras internas controlos fronteirios nacionais adaptados situao. Se razes de ordem pblica

    ou de segurana nacional exigirem uma aco imediata, a Parte Contratante em causa tomar as medidas necessrias e informar desse facto, o mais

    rapidamente possvel, as outras Partes Contratantes.

    3. A supresso do controlo das pessoas nas fronteiras internas no prejudica o disposto no artigo 22., nem o exerccio das competncias em matria de

    polcia pelas autoridades competentes, por fora da legislao de cada Parte Contratante no conjunto do seu territrio, nem as obrigaes de deteno,

    posse e apresentao de ttulos e documentos previstos pela sua legislao.

    4. Os controlos das mercadorias sero efectuados em conformidade com as disposies pertinentes da presente Conveno.

    CAPTULO II

    Passagem das Fronteiras Externas

    Artigo 3.

    1. As fronteiras externas s podem em princpio ser transpostas nos pontos de passagem fronteirios e durante as horas de abertura fixadas. Sero

    adoptadas pelo Comit Executivo disposies mais pormenorizadas, bem como as excepes e as modalidades do pequeno trfego fronteirio, e ainda as

    regras aplicveis a categorias especficas de trfego martimo, tais como a navegao de recreio ou a pesca costeira.

    2. As Partes Contratantes comprometem-se a prever sanes contra a passagem no autorizada das fronteiras externas fora dos pontos de passagem

    fronteirios e das horas de abertura fixadas.

    Artigo 4.

    1. As Partes Contratantes garantem que, a partir de 1993, os passageiros de um voo proveniente de Estados terceiros, que embarquem em voos internos,

    sero previamente submetidos, entrada, a um controlo de pessoas, bem como a um controlo das bagagens de mo no aeroporto de chegada do voo

    externo. Os passageiros de um voo interno que embarquem num voo com destino a Estados terceiros sero previamente submetidos, sada, a um

    controlo de pessoas e a um controlo das bagagens de mo no aeroporto de partida do voo externo.

    2. As Partes Contratantes tomaro as medidas necessrias para que os controlos possam efectuar-se em conformidade com o disposto no n. 1.

    3. O disposto nos n.os 1 e 2 no prejudica o controlo das bagagens registadas; este controlo ser efectuado, respectivamente, no aeroporto de destino final

    ou no aeroporto de partida inicial.

    4. At data prevista no n. 1 e em derrogao da definio de fronteiras internas, os aeroportos sero considerados como fronteiras externas

    relativamente aos voos internos.

    Artigo 5.

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    1. Em relao a uma estada que no exceda trs meses, a entrada no territrio das Partes Contratantes pode ser autorizada ao estrangeiro que preencha as

    seguintes condies:

    a) Possuir um documento ou documentos vlidos, determinados pelo Comit Executivo, que permitam a passagem da fronteira;

    b) Ser titular de um visto vlido, se este for exigido;

    c) Apresentar, se for caso disso, os documentos que justifiquem o objectivo e as condies da estada prevista e dispor de meios de subsistncia

    suficientes, quer para a durao dessa estada, quer para o regresso ao pas de provenincia ou o trnsito para um Estado terceiro em que a sua admisso

    esteja garantida, ou estar em condies de adquirir legalmente estes meios;

    d) No estar indicado para efeitos de no admisso;

    e) No ser considerado como susceptvel de comprometer a ordem pblica, a segurana nacional ou as relaes internacionais de uma das Partes

    Contratantes.

    2. A entrada nos territrios das Partes Contratantes deve ser recusada a qualquer estrangeiro que no preencha cumulativamente estas condies, excepto

    se uma das Partes Contratantes considerar necessrio derrogar este princpio por razes humanitrias ou de interesse nacional ou ainda devido a

    obrigaes internacionais. Neste caso, a admisso ser limitada ao territrio da Parte Contratante em causa que dever avisar desse facto as outras Partes

    Contratantes.

    Estas regras no prejudicam a aplicao das disposies especiais relativas ao direito de asilo, nem das do artigo 18..

    3. Ser admitido em trnsito qualquer estrangeiro titular de uma autorizao de residncia ou de um visto de regresso emitidos por uma das Partes

    Contratantes ou, se necessrio, destes dois documentos, excepto se constar da lista nacional de pessoas indicadas da Parte Contratante em cujas fronteiras

    externas se apresenta.

    Artigo 6.

    1. A circulao transfronteiria nas fronteiras externas ser submetida ao controlo das autoridades competentes. O controlo ser efectuado segundo

    princpios uniformes, no mbito das competncias nacionais e da legislao nacional, tendo em conta os interesses de todas as Partes Contratantes e em

    relao aos seus territrios.

    2. Os princpios uniformes referidos no n. 1 so os seguintes:

    a) O controlo das pessoas abrange no apenas a verificao dos documentos de viagem e das outras condies de entrada, de estada, de trabalho e de

    sada, mas ainda a investigao e a preveno de ameaas para a segurana nacional e a ordem pblica das Partes Contratantes. Este controlo abrange

    igualmente os veculos e os objectos na posse das pessoas que passam a fronteira. Ser efectuado por cada Parte Contratante em conformidade com a sua

    legislao, nomeadamente no que diz respeito revista;

    b) Qualquer pessoa deve ser submetida pelo menos a um controlo que permita determinar a sua identidade a partir da apresentao dos documentos de

    viagem;

    c) entrada, os estrangeiros devem ser submetidos a um controlo pormenorizado na acepo do disposto na alnea a);

    d) sada, proceder-se- ao controlo exigido no interesse de todas as Partes Contratantes por fora do direito dos estrangeiros e em relao snecessidades de investigao e de preveno de ameaas para a segurana nacional e para a ordem pblica das Partes Contratantes. Este controlo ser

    exercido em todos os casos relativamente aos estrangeiros;

    e) Caso estes controlos no possam ser efectuados devido a circunstncias especiais, devem ser fixadas prioridades. Para o efeito, o controlo da

    circulao entrada tem, em princpio, prioridade sobre o controlo a sada.

    3. As autoridades competentes fiscalizaro por meio de unidades mveis as zonas das fronteiras externas entre os pontos de passagem fronteirios, bem

    como os pontos de passagem fronteirios fora das suas horas normais de abertura. Este controlo ser efectuado de forma a no incitar as pessoas a evitar

    o controlo nos pontos de passagem. As modalidades da fiscalizao sero fixadas, se necessrio, pelo Comit Executivo.

    4. As Partes Contratantes comprometem-se a afectar os efectivos adequados e em nmero suficiente tendo em vista o exerccio do controlo e da

    fiscalizao das fronteiras externas.

    5. Nas fronteiras externas ser exercido um nvel equivalente de controlo.

    Artigo 7.

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    As Partes Contratantes prestar-se-o assistncia e asseguraro uma cooperao estreita e permanente tendo em vista uma execuo eficaz dos controlos e

    da fiscalizao. Procedero nomeadamente troca de todas as informaes pertinentes e importantes, com excluso dos dados pessoais nominativos,

    salvo disposio em contrrio da presente Conveno, harmonizao, na medida do possvel, das instrues dadas aos servios encarregados dos

    controlos e promoo de uma formao e de uma reciclagem uniformes do pessoal afectado aos controlos. Esta cooperao pode assumir a forma de

    um intercmbio de oficiais de ligao.

    Artigo 8.

    O Comit Executivo tomar as decises necessrias relativas s modalidades prticas de aplicao do controlo e da fiscalizao das fronteiras.

    CAPTULO III

    VISTOS

    Seco 1

    Vistos para as estadas de curta durao

    Artigo 9.

    1. As Partes Contratantes comprometem-se a adoptar uma poltica comum no que diz respeito circulao das pessoas e, nomeadamente, ao regime de

    vistos. Para o efeito, prestar-se-o assistncia mtua. As Partes Contratantes comprometem-se a prosseguir de comum acordo a harmonizao da suapoltica em matria de vistos.

    2. Tratando-se de Estados terceiros cujos nacionais esto sujeitos a um regime de vistos comum a todas as Partes Contratantes, no momento da assinatura

    da presente Conveno ou posteriormente, este regime de vistos s pode ser alterado de comum acordo entre todas as Partes Contratantes. Uma Parte

    Contratante pode derrogar excepcionalmente o regime comum de vistos relativamente a um Estado terceiro por motivos imperiosos de poltica nacional

    que exijam uma deciso urgente. Dever previamente consultar as outras Partes Contratantes e, na sua deciso, dever ter em conta os seus interesses,

    bem como as consequncias desta deciso.

    Artigo 10.

    1. Ser institudo um visto uniforme vlido para o territrio de todas as Partes Contratantes. Este visto, cujo perodo de validade regulado pelo artigo

    11., pode ser emitido para uma estada mxima de trs meses.

    2. At instituio deste visto, as Partes Contratantes reconhecero os respectivos vistos nacionais, desde que a sua emisso se efectue de acordo com as

    condies e critrios comuns determinados no mbito das disposies pertinentes do presente captulo.

    3. Em derrogao do disposto nos n.os 1 e 2, cada Parte Contratante reserva-se o direito de restringir a validade territorial do visto de acordo com as

    modalidades comuns determinadas no mbito das disposies pertinentes do presente captulo.

    Artigo 11.

    1. O visto previsto no artigo 10. pode consistir:

    a) Num visto de viagem vlido para uma ou mais entradas, sem que a durao de uma estada ininterrupta ou a durao total de estadas sucessivas possam

    exceder trs meses por semestre, a contar da data da primeira entrada;

    b) Num visto de trnsito que permita ao seu titular transitar uma, duas ou excepcionalmente vrias vezes nos territrios das Partes Contratantes para se

    dirigir para o territrio de um Estado terceiro, sem que a durao do trnsito possa ultrapassar cinco dias.

    2. O disposto no n. 1 no obsta a que, no decurso do semestre considerado, uma Parte Contratante emita, em caso de necessidade, um novo visto cuja

    validade ser limitada ao seu territrio.

    Artigo 12.

    1. O visto uniforme previsto no n. 1 do artigo 10. ser emitido pelas autoridades diplomticas e consulares das Partes Contratantes e, se for caso disso,pelas autoridades das Partes Contratantes designadas nos termos do artigo 17.

    2. A Parte Contratante competente para a emisso desse visto , em princpio, a do destino principal. Se esta no puder ser determinada, a emisso do

    visto competir, em princpio, ao posto diplomtico ou consular da Parte Contratante da primeira entrada.

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    3. O Comit Executivo especificar as modalidades de aplicao e, nomeadamente, os critrios de determinao do destino principal.

    Artigo 13.

    1. Nenhum visto poder ser aposto em documentos de viagem que tenham caducado.

    2. O perodo de validade do documento de viagem deve ser superior ao do visto, tendo em conta o prazo de utilizao deste ltimo. O perodo de

    validade deve permitir o regresso do estrangeiro ao seu pas de origem ou a sua entrada num pas terceiro.

    Artigo 14.

    1. Nenhum visto poder ser aposto num documento de viagem se este no for vlido para qualquer das Partes Contratantes. Se o documento de viagem s

    for vlido para uma ou vrias Partes Contratantes, o visto a apor ser limitado a esta ou a estas Partes Contratantes.

    2. No caso de um documento de viagem no ser reconhecido como vlido para uma ou vrias das Partes Contratantes, o visto pode ser emitido sob a

    forma de uma autorizao que o substitua.

    Artigo 15.

    Em princpio, os vistos a que se refere o artigo 10. s podem ser emitidos se o estrangeiro preencher as condies de entrada fixadas nas alneas a), c), d)

    e e) do n. 1 do artigo 5..

    Artigo 16.

    Se uma Parte Contratante considerar necessrio derrogar o princpio definido no artigo 15., por um dos motivos enumerados no n. 2 do artigo 5.,

    emitindo um visto a um estrangeiro que no preencha cumulativamente as condies de entrada a que se refere o n. 1 do artigo 5., a validade do referido

    visto ser limitada ao territrio dessa Parte Contratante que deve avisar as outras Partes Contratantes.

    Artigo 17.

    1. O Comit Executivo adoptar regras comuns para a anlise dos pedidos de visto, velar pela sua correcta aplicao e adaptlas a novas situaes e

    circunstncias.

    2. O Comit Executivo especificar, alm disso, os casos em que a emisso de um visto ser submetida consulta da autoridade central da Parte

    Contratante qual o pedido foi apresentado, bem como, se for caso disso, s autoridades centrais das outras Partes Contratantes.

    3. O Comit Executivo tomar, alm disso, as decises necessrias relativas aos seguintes pontos:

    a) Os documentos de viagem em que podem ser apostos vistos;

    b) As entidades encarregadas da emisso dos vistos;

    c) As condies de emisso de vistos na fronteira;

    d) A forma, contedo e perodo de validade dos vistos e os emolumentos a cobrar pela sua emisso;

    e) As condies de prorrogao e de recusa dos vistos referidos nas alneas c) e d), no respeito dos interesses de todas as Partes Contratantes;

    f) As modalidades de limitao territorial da validade dos vistos;

    g) Os princpios de elaborao de uma lista comum dos estrangeiros indicados para efeitos de no admisso, sem prejuzo do disposto no artigo 96.

    Seco 2

    Vistos para as estadas de longa durao

    Artigo 18.

    Os vistos para uma estada superior a trs meses so vistos nacionais emitidos por uma das Partes Contratantes de acordo com a sua prpria legislao.

    Um visto deste tipo permite ao seu titular transitar pelo territrio das outras Partes Contratantes a fim de se dirigir para o territrio da Parte Contratante

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    que o emitiu, excepto se no preencher as condies de entrada a que se referem as alneas a), d) e e) do n. 1 do artigo 5., ou se constar de lista nacional

    de pessoas indicadas da Parte Contratante pelo territrio da qual pretende transitar.

    CAPTULO IV

    Condies de Circulao dos Estrangeiros

    Artigo 19.

    1. Os estrangeiros titulares de um visto uniforme que tenham entrado regularmente no territrio de uma das Partes Contratantes podem circular

    livremente no territrio de todas as Partes Contratantes durante o perodo de validade do visto, desde que preencham as condies de entrada a que se

    referem as alneas a), c), d) e e) do n. 1 do artigo 5.

    2. At instituio do visto uniforme, os estrangeiros titulares de um visto emitido por uma das Partes Contratantes, que tenham entrado regularmente no

    territrio de uma delas, podem circular livremente no territrio de toda as Partes Contratantes durante o perodo de validade do visto e no mximo

    durante trs meses a contar da data da primeira entrada, desde que preencham as condies de entrada referidas nas alneas a), c), d) e e) do n. 1 do

    artigo 5..

    3. Os ns 1 e 2 no se aplicam aos vistos com uma validade territorial limitada em conformidade com as disposies do captulo III do presente ttulo.

    4. As disposies do presente artigo so aplicveis sem prejuzo do disposto no artigo 22.

    Artigo 20.

    1. Os estrangeiros no submetidos obrigao de visto podem circular livremente nos territrios das Partes Contratantes por um perodo mximo de trs

    meses durante um perodo de seis meses a contar da data da primeira entrada, desde que preencham as condies de entrada a que se referem as alneas

    a), c), d) e e) do n. 1 do artigo 5.

    2. O disposto no n. 1 no prejudica o direito de cada Parte Contratante prolongar para alm de trs meses a estada de um estrangeiro no seu territrio em

    circunstncias excepcionais ou em aplicao de disposies de um acordo bilateral concludo antes da entrada em vigor da presente Conveno.

    3. As disposies do presente artigo so aplicveis sem prejuzo do disposto no artigo 22.

    Artigo 21.

    1. Os estrangeiros detentores de um ttulo de residncia emitido por uma das Partes Contratantes podem, ao abrigo desse ttulo, bem como de um

    documento de viagem, desde que estes documentos sejam vlidos, circular livremente durante um perodo mximo de trs meses no territrio das outras

    Partes Contratantes, desde que preencham as condies de entrada a que se referem as alneas a), c) e e) do n 1 do artigo 5. e no constem da lista

    nacional de pessoas indicadas da Parte Contratante em causa.

    2. O disposto no n. 1 igualmente aplicvel aos estrangeiros titulares de uma autorizao provisria de residncia, emitida por uma das Partes

    Contratantes e de um documento de viagem por ela emitido.

    3. As Partes Contratantes comunicaro ao Comit Executivo a lista dos documentos por elas emitidos equivalentes a ttulos de residncia ou a

    autorizaes provisrias de residncia e a documentos de viagem na acepo do presente artigo.

    4. As disposies do presente artigo so aplicveis sem prejuzo do disposto no artigo 22.

    Artigo 22.

    1. Os estrangeiros que tenham entrado regularmente no territrio de uma das Partes Contratantes so obrigados a declarar esse facto, nas condies

    fixadas por cada Parte Contratante, s autoridades competentes da Parte Contratante em cujo territrio entraram. Esta declarao pode ser prestada,

    escolha de cada Parte Contratante, quer entrada, quer, num prazo de trs dias teis a contar da entrada, no interior do territrio da Parte Contratante em

    que tenham entrado.

    2. Os estrangeiros que residam no territrio de uma das Partes Contratantes e que se dirijam para o territrio de outra Parte Contratante so obrigados a

    fazerem a declarao referida no n. 1.

    3. Cada Parte Contratante estabelecer as excepes ao disposto nos n.os 1 e 2 e comuniclas ao Comit Executivo.

    Artigo 23.

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    1. O estrangeiro que no preencha ou que tenha deixado de preencher as condies de estada de curta durao aplicveis no territrio de uma das Partes

    Contratantes deve, em princpio, abandonar imediatamente os territrios das Partes Contratantes.

    2. O estrangeiro que possua um ttulo de residncia ou uma autorizao provisria de residncia vlidos, emitidos por uma outra Parte Contratante, deve

    dirigir-se imediatamente para o territrio dessa Parte Contratante.

    3. Sempre que este estrangeiro no partir voluntariamente ou sempre que se puder presumir que no partir ou caso a partida imediata do estrangeiro se

    imponha por motivos de segurana nacional ou de ordem pblica, o estrangeiro deve ser expulso do territrio da Parte Contratante em que foi detido, nas

    condies previstas pelo direito nacional dessa Parte Contratante. Se a aplicao deste direito no permitir a expulso, a Parte Contratante em causa pode

    autorizar a estada do interessado no seu territrio.

    4. A expulso pode realizar-se do territrio deste Estado para o pas de origem da pessoa referida ou para qualquer outro Estado em que a sua admisso

    seja possvel, nomeadamente em aplicao das disposies pertinentes dos acordos de readmisso concludos pelas Partes Contratantes.

    5. O disposto no n. 4 no prejudica a aplicao das disposies nacionais relativas ao direito de asilo, nem a aplicao da Conveno de Genebra de 28

    de Julho de 1951 relativa ao estatuto dos refugiados, tal como alterada pelo Protocolo de Nova Iorque de 31 de Janeiro de 1967, nem o disposto no n. 2

    do presente artigo e no n. 1 do artigo 33. da presente Conveno.

    Artigo 24.

    Sem prejuzo da definio, pelo Comit Executivo, dos critrios apropriados e das modalidades prticas adequadas, as Partes Contratantes procederoentre si a uma compensao dos desequilbrios financeiros que possam resultar da obrigao de expulso prevista no artigo 23. sempre que as despesas

    dessa expulso no possam ser suportadas pelo estrangeiro.

    CAPTULO V

    Ttulos de residncia e Lista de pessoas Indicadas para Efeitos de No Admisso

    Artigo 25.

    1. Sempre que uma Parte Contratante tencionar emitir um ttulo de residncia a um estrangeiro que conste da lista de pessoas indicadas para efeitos de

    no admisso, consultar previamente a Parte Contratante que o indicou e tomar em considerao os interesses desta. O ttulo de residncia s pode ser

    emitido por motivos graves, nomeadamente de natureza humanitria ou decorrentes de obrigaes internacionais.

    Se o ttulo de residncia for emitido, a Parte Contratante que indicou o estrangeiro retirar o seu nome dessa lista, podendo, todavia, inscrevlo na sua

    lista nacional de pessoas indicadas.

    2. Quando se verificar que um estrangeiro detentor de um ttulo de residncia vlido, emitido por uma das Partes Contratantes, consta da lista de pessoas

    indicadas para efeitos de no admisso, a Parte Contratante que o indicou consultar a Parte que emitiu o ttulo de residncia, a fim de determinar se

    existem motivos suficientes para lho retirar.

    Se o ttulo de residncia no for retirado, a Parte Contratante que indicou o estrangeiro retirar o seu nome dessa lista, podendo, todavia, inscrevlo na

    sua lista nacional de pessoas assinaladas.

    CAPTULO VI

    Medidas de Acompanhamento

    Artigo 26.

    1. Sem prejuzo dos compromissos decorrentes da sua adeso Conveno de Genebra de 28 de Julho de 1951 relativa ao estatuto dos refugiados, tal

    como alterada pelo Protocolo de Nova Iorque de 31 de Janeiro de 1967, as Partes Contratantes comprometem-se a introduzir na sua legislao nacional

    as seguintes regras:

    a) Se a entrada no territrio de uma das Partes Contratantes for recusada a um estrangeiro, o transportador que o conduziu fronteira externa por via

    area, martima ou terrestre deve imediatamente retomlo a seu cargo. A pedido das autoridades de fiscalizao da fronteira, deve conduzir de novo o

    estrangeiro ao Estado terceiro a partir do qual foi transportado, ao Estado terceiro que emitiu o documento de viagem com o qual viajou ou a qualqueroutro Estado terceiro em que a sua admisso seja garantida;

    b) O transportador deve tomar as medidas necessrias para se assegurar de que o estrangeiro transportado por via area ou martima se encontra na posse

    dos documentos de viagem exigidos para a entrada nos territrios das Partes Contratantes.

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    2. As Partes Contratantes comprometem-se, sem prejuzo dos compromissos decorrentes da sua adeso Conveno de Genebra de 28 de Julho de 1951

    relativa ao estatuto dos refugiados, tal como alterada pelo Protocolo de Nova Iorque de 31 de Janeiro de 1967, e em conformidade com o seu direito

    constitucional, a prever sanes contra os transportadores que conduzam por via area ou martima, de um Estado terceiro para o seu territrio,

    estrangeiros que no possuam os documentos de viagem exigidos.

    3. O disposto na alnea b) do n. 1 e no n. 2 aplicvel aos transportadores de grupos que assegurem ligaes rodovirias internacionais de autocarro,

    com excepo de trfego fronteirio.

    Artigo 27.

    1. As Partes Contratantes comprometem-se a prever sanes adequadas contra quem fomente ou tente fomentar, com fins lucrativos, um estrangeiro a

    entrar ou a permanecer no territrio de uma Parte Contratante violando a legislao desta Parte Contratante em matria de entrada e residncia de

    estrangeiros.

    2. Se uma Parte Contratante for informada de factos a que se refere o n. 1, e que constituem uma violao da legislao de uma outra Parte Contratante,

    informar desse facto esta ltima.

    3. A Parte Contratante que solicitar a outra Parte Contratante para agir judicialmente, por violao da sua prpria legislao, com fundamento nos factos

    referidos no n. 1, deve justificar, atravs de uma participao oficial ou de uma declarao das autoridades competentes, as disposies legislativas que

    foram violadas.

    CAPTULO VII

    Responsabilidade pelo Tratamento de Pedidos de Asilo

    Artigo 28.

    As Partes Contratantes reiteram as suas obrigaes nos termos da Conveno de Genebra de 28 de Julho de 1951 relativa ao estatuto dos refugiados, tal

    como alterada pelo Protocolo de Nova Iorque de 31 de Janeiro de 1967, sem qualquer restrio geogrfica do mbito de aplicao destes textos, bem

    como o seu compromisso de cooperarem com os servios do Alto Comissariado das Naes Unidas para os Refugiados no que diz respeito aplicao

    desses instrumentos.

    Artigo 29.

    1. As Partes Contratantes comprometem-se a assegurar o tratamento de qualquer pedido de asilo apresentado por um estrangeiro no territrio de uma

    delas.

    2. Esta obrigao no implica para uma Parte Contratante a obrigao de autorizar em todos os casos o requerente de asilo a entrar ou a residir no seu

    territrio.

    Qualquer Parte Contratante mantm o direito de interditar a entrada ou expulsar um requerente de asilo para um Estado terceiro, com base nas suas

    disposies nacionais e em conformidade com os seus compromissos internacionais.

    3. Qualquer que seja a Parte Contratante a que o estrangeiro apresente o seu pedido de asilo, apenas uma Parte Contratante ser responsvel pelo

    tratamento do pedido. Essa Parte ser determinada de acordo com critrios definidos no artigo 30.

    4. Sem prejuzo do disposto no n. 3, todas as Partes Contratantes mantm o direito de assegurar o tratamento de um pedido de asilo, por razes

    especficas decorrentes, nomeadamente, do direito nacional, ainda que a responsabilidade, na acepo da presente Conveno, incumba a uma outra Parte

    Contratante.

    Artigo 30.

    1. A Parte Contratante responsvel pelo tratamento de um pedido de asilo ser determinada do seguinte modo:

    a) Se uma Parte Contratante emitiu ao requerente de asilo um visto, qualquer que seja a sua natureza, ou um ttulo de residncia, responsvel pelo

    tratamento do pedido. Se o visto foi emitido mediante autorizao de uma outra Parte Contratante, responsvel a Parte Contratante que deu a

    autorizao;

    b) Se vrias Partes Contratantes emitiram a um requerente de asilo um visto, qualquer que seja a sua natureza, ou um ttulo de residncia, a Parte

    Contratante responsvel a que emitiu o visto ou o ttulo de residncia com o perodo de validade mais longo;

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    c) Enquanto o requerente de asilo no tiver abandonado os territrios das Partes Contratantes, a responsabilidade definida de acordo com as alneas a) e

    b) subsiste, ainda que o perodo de validade do visto, qualquer que seja a sua natureza, ou do ttulo de residncia, tenha caducado. Se o requerente de

    asilo tiver abandonado os territrios das Partes Contratantes aps a emisso do visto ou do ttulo de residncia, estes documentos fundamentam a

    responsabilidade determinada nos termos das alneas a) e b), salvo se entretanto caducaram por fora das disposies nacionais;

    d) Se o requerente de asilo for dispensado da obrigao de visto pelas Partes Contratantes, responsvel a Parte Contratante por cujas fronteiras externas

    o requerente de asilo entrou nos territrios das Partes Contratantes.

    Enquanto no se proceder completa harmonizao das polticas de vistos e sempre que o requerente de asilo for dispensado da obrigao de visto

    apenas por algumas Partes Contratantes, responsvel a Parte Contratante por cuja fronteira externa o requerente de asilo entrou nos territrios das Partes

    Contratantes ao abrigo de uma dispensa de visto, sem prejuzo do disposto nas alneas a), b) e c).

    Se o pedido de asilo for apresentado a uma Parte Contratante que tenha emitido ao requerente um visto de trnsito -quer o requerente tenha passado ou

    no o controlo dos passaportes- e se o visto de trnsito tiver sido emitido depois de o pas de trnsito se ter assegurado junto das autoridades consulares

    ou diplomticas da Parte Contratante de destino que o requerente de asilo preenche as condies de entrada na Parte Contratante de destino, esta

    responsvel pelo tratamento do pedido;

    e) Se o requerente de asilo tiver entrado nos territrios das Partes Contratantes sem possuir o ou os documentos, determinados pelo Comit Executivo,

    que permitam a passagem da fronteira responsvel a Parte Contratante por cujas fronteiras externas o requerente de asilo entrou nos territrios das

    Partes Contratantes;

    f) Se um estrangeiro, cujo pedido de asilo est j a ser tratado por uma das Partes Contratantes, apresentar um novo pedido, responsvel a Parte

    Contratante que est a analisar o pedido;

    g) Se um estrangeiro, cujo pedido de asilo anterior foi objecto de uma deciso definitiva por uma das Partes Contratantes, apresentar um novo pedido,

    responsvel a Parte Contratante que tratou o pedido anterior, se o requerente no tiver abandonado os territrios das Partes Contratantes.

    2. Se uma Parte Contratante se encarregou do tratamento de um pedido de asilo nos termos do n. 4 do artigo 29., a Parte Contratante responsvel por

    fora do n. 1 do presente artigo desvinculada das suas obrigaes.

    3. Se a Parte Contratante responsvel no puder ser determinada com base nos critrios definidos nos n.os 1 e 2, responsvel a Parte Contratante a quem

    o pedido de asilo foi apresentado.

    Artigo 31.

    1. As Partes Contratantes esforar-se-o por determinar, o mais rapidamente possvel, qual de entre elas ser a responsvel pelo tratamento de um pedido

    de asilo.

    2. Se um pedido de asilo for apresentado a uma Parte Contratante no responsvel, por fora do artigo 30., por um estrangeiro que se encontre no seu

    territrio, esta Parte Contratante pode solicitar Parte Contratante responsvel que tome a seu cargo o requerente de asilo, a fim de assegurar o

    tratamento do seu pedido de asilo.

    3. A Parte Contratante responsvel deve tomar a seu cargo o requerente de asilo a que se refere o n. 2, se para tal for solicitada num prazo de seis meses

    a contar da apresentao do pedido de asilo. Se tal solicitao no tiver sido efectuada neste prazo, a Parte Contratante junto da qual o pedido de asilo foi

    apresentado ser responsvel pelo tratamento do pedido.

    Artigo 32.

    A Parte Contratante responsvel tratar o pedido de asilo em conformidade com o seu direito nacional.

    Artigo 33.

    1. Quando o requerente de asilo se encontrar irregularmente no territrio de uma outra Parte Contratante no decurso do processo de concesso de asilo, a

    Parte Contratante responsvel deve retomlo.

    2. O disposto no n. 1 no se aplica quando a outra Parte Contratante tiver emitido ao requerente de asilo um ttulo de residncia com validade superior

    ou igual a um ano. Neste caso, a responsabilidade pelo tratamento do pedido ser transferida para a outra Parte Contratante.

    Artigo 34.

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    1. A Parte Contratante responsvel deve retomar o estrangeiro cujo pedido de asilo tenha sido definitivamente rejeitado e que se tenha dirigido para o

    territrio de uma outra Parte Contratante sem estar autorizado a a permanecer.

    2. Todavia, o disposto no n. 1 no se aplica quando a Parte Contratante responsvel tiver assegurado a expulso do estrangeiro para fora dos territrios

    das Partes Contratantes.

    Artigo 35.

    1. A Parte Contratante que tiver reconhecido a um estrangeiro o estatuto de refugiado e que lhe tiver concedido o direito de residncia deve assumir,

    desde que os interessados o consintam, a responsabilidade pelo tratamento do pedido de asilo de um membro da sua famlia.

    2. Os membros da famlia a que se refere o n. 1 so o cnjuge ou o filho solteiro menor de 18 anos ou, se o refugiado for um menor de 18 anos solteiro,

    o seu pai ou a sua me.

    Artigo 36.

    Qualquer Parte Contratante responsvel pelo tratamento do pedido de asilo pode, por razes humanitrias, nomeadamente de natureza familiar ou

    cultural, solicitar a uma outra Parte Contratante que assuma esta responsabilidade desde que o interessado manifeste esse desejo. Esta ltima Parte

    Contratante apreciar se pode satisfazer este pedido.

    Artigo 37.

    1. As autoridades competentes das Partes Contratantes comunicaro entre si, o mais rapidamente possvel, as informaes relativas:

    a) As novas regulamentaes ou medidas adoptadas no domnio do direito de asilo ou do tratamento dos requerentes de asilo, o mais tardar aquando da

    sua entrada em vigor;

    b) Aos dados estatsticos respeitantes s chegadas mensais de requerentes de asilo, indicando os principais pases de provenincia e as decises sobre os

    pedidos de asilo, na medida em que estas se encontrem disponveis;

    c) Ao aparecimento ou aumento significativo de certos grupos de requerentes de asilo, bem como aos elementos de que disponham a este respeito;

    d) As decises relevantes no domnio do direito de asilo.

    2. As Partes Contratantes garantiro, alm disso, uma estreita cooperao na recolha de informaes sobre a situao dos pases de provenincia dos

    requerentes de asilo a fim de poderem proceder a uma avaliao comum.

    3. Qualquer indicao prestada por uma Parte Contratante relativa ao tratamento confidencial das informaes por ela comunicadas deve ser respeitada

    pelas outras Partes Contratantes.

    Artigo 38.

    1. Cada Parte Contratante transmitir a qualquer outra Parte Contratante que o solicite os dados de que dispe relativamente a um requerente de asilo que

    sejam necessrios para:

    - Determinar a Parte Contratante responsvel pelo tratamento do pedido de asilo;

    - O tratamento do pedido de asilo;

    - O cumprimento das obrigaes decorrentes do presente captulo.

    2. Estes dados podem dizer exclusivamente respeito a:

    a) Identidade (apelido e nome prprio, se for caso disso, apelido anterior, alcunhas ou pseudnimos, data e local de nascimento, nacionalidades actual e

    anterior do requerente de asilo e, se for caso disso, dos membros da sua famlia);

    b) Documentos de identidade e de viagem (referncia, prazo de validade, data de emisso, autoridade emissora, local de emisso, etc.);

    c) Outros elementos necessrios para determinar a identidade do requerente;

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    d) Locais de residncia e itinerrios de viagem;

    e) Ttulos de residncia ou vistos emitidos por uma Parte Contratante;

    f) Local em que o pedido de asilo foi apresentado;

    g) Se for caso disso, data de apresentao de um pedido de asilo anterior, data de apresentao do pedido actual, estado de avano do processo e teor da

    deciso tomada.

    3. Alm disso, uma Parte Contratante pode solicitar a uma outra Parte Contratante que lhe comunique os motivos invocados pelo requerente de asilo, em

    apoio do seu pedido e, se for caso disso, os fundamentos da deciso tomada. A Parte Contratante solicitada analisar se pode dar seguimento a este

    pedido. A comunicao dessas informaes estar sempre sujeita ao consentimento do requerente de asilo.

    4. A troca de dados efectuar-se- a pedido de uma Parte Contratante e s pode realizar-se entre as autoridades cuja designao for comunicada por cada

    Parte Contratante ao Comit Executivo.

    5. Os dados trocados s podem ser utilizados para os fins previstos no n. 1. Estes dados s podem ser comunicados s autoridades e rgos jurisdicionais

    encarregados:

    - De determinar a Parte Contratante responsvel pelo tratamento do pedido de asilo;

    - Do tratamento do pedido de asilo;

    - Do cumprimento das obrigaes decorrentes do presente captulo.

    6. A Parte Contratante que transmitir os dados velar pela sua exactido e pela sua actualidade.

    Se se verificar que esta Parte Contratante forneceu dados inexactos ou que no deveriam ter sido transmitidos, as Partes Contratantes destinatrias sero

    imediatamente informadas do facto. Estas devem rectificar estas informaes ou destru-las.

    7. O requerente de asilo tem o direito de ser informado, a seu pedido, sobre as informaes trocadas a seu respeito, durante o perodo em que se

    encontrem disponveis.

    Se o requerente de asilo verificar que estas informaes so inexactas ou que no deveriam ter sido transmitidas, tem o direito de exigir a sua rectificao

    ou a sua destruio. As correces sero efectuadas nos termos do n. 6.

    8. As Partes Contratantes em causa devem registar a transmisso e a recepo das informaes trocadas.

    9. Os dados transmitidos sero conservados durante um perodo que no exceda o necessrio para os fins a que se destinam. A necessidade da sua

    conservao deve ser analisada oportunamente pela Parte Contratante em causa.

    10. De qualquer modo, os dados transmitidos beneficiaro pelo menos da mesma proteco da que prevista pela legislao da Parte Contratante

    destinatria no que diz respeito a informaes de natureza similar.

    11. Se os dados no forem objecto de tratamento automatizado, mas de uma outra forma, cada Parte Contratante deve tomar as medidas adequadas para

    assegurar o cumprimento do presente artigo atravs de meios efectivos de controlo. Caso uma Parte Contratante disponha de um servio do tipo do

    referido no n. 12, pode encarregar este servio de assegurar estas tarefas de controlo.

    12. Se uma ou vrias Partes Contratantes pretenderem informatizar total ou parcialmente o tratamento dos dados a que se referem os n.os 2 e 3, a

    informatizao s autorizada se as Partes Contratantes em causa adoptaram legislao na matria que aplique os princpios da Conveno do Conselho

    da Europa de 28 de Janeiro de 1981 relativa proteco das pessoas face ao tratamento automatizado dos dados pessoais, e confiarem a uma entidade

    nacional adequada o controlo independente do tratamento e da explorao dos dados transmitidos em conformidade com a presente Conveno.

    Ttulo III

    Polcia e Segurana

    CAPTULO I

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    Cooperao Policial

    Artigo 39.

    1. As Partes Contratantes comprometem-se a que os seus servios de polcia, em cumprimento da legislao nacional e nos limites da sua competncia,

    se prestem assistncia para efeitos da preveno e da investigao de factos punveis, salvo se a legislao nacional reservar o pedido s autoridades

    judicirias e se esse pedido ou a sua execuo determinarem a aplicao de medidas coercivas pela Parte Contratante requerida. Quando as autoridades

    de polcia a quem o pedido foi apresentado forem incompetentes para a sua execuo, dirigi-lo-o s autoridades competentes.

    2. As informaes escritas que forem prestadas pela Parte Contratante requerida, por fora do disposto no n. 1, s podem ser utilizadas pela Parte

    Contratante requerente para efeitos de obteno de prova dos factos incriminados com o consentimento das autoridades judicirias competentes da Parte

    Contratante requerida.

    3. Os pedidos de assistncia a que se refere o n. 1, bem como as respostas a esses pedidos, podem ser trocados entre os rgos centrais encarregados, por

    cada Parte Contratante, da cooperao policial internacional. Sempre que o pedido no puder ser apresentado em tempo til pela via acima referida, pode

    ser dirigido pelas autoridades de polcia da Parte Contratante requerente directamente s autoridades competentes da Parte requerida, podendo estas

    darlhe resposta directa. Nestes casos, a autoridade de polcia requerente avisar, o mais rapidamente possvel, do seu pedido directo o rgo central

    encarregado pela Parte Contratante requerida da cooperativa policial internacional.

    4. Nas regies fronteirias, a cooperao pode ser regulada por convnios entre os ministros competentes das Partes Contratantes.

    5. O disposto no presente artigo no prejudica os acordos bilaterais mais amplos presentes e futuros entre as Partes Contratantes que tenham uma

    fronteira comum. As Partes Contratantes informar-se-o mutuamente destes acordos.

    Artigo 40.

    1. Os agentes de uma das Partes Contratantes que, no mbito de um inqurito judicirio, mantenham sob vigilncia no seu pas uma pessoa que se

    presuma ter participado num facto punvel passvel de extradio, so autorizados a prosseguirem esta vigilncia no territrio de uma outra Parte

    Contratante, quando esta tenha autorizado a vigilncia transfronteiria com base num pedido de entreajuda judiciria previamente apresentado. Esta

    autorizao pode ser sujeita a condies.

    Mediante pedido, a vigilncia ser confiada aos agentes da Parte Contratante no territrio do qual esta efectuada.

    O pedido de entreajuda judiciria a que se refere o n. 1 deve ser dirigido autoridade designada por cada uma das Partes Contratantes competente para

    conceder ou transmitir a autorizao solicitada.

    2. Quando, por razes especialmente urgentes, a autorizao prvia da outra Parte Contratante no puder ser solicitada, os agentes de vigilncia sero

    autorizados a prosseguir para alm da fronteira e vigilncia de uma pessoa que se presuma ter praticado os factos punveis enumerados no n. 7, nas

    seguintes condies:

    a) A passagem da fronteira ser imediatamente comunicada durante a vigilncia autoridade da Parte Contratante referida no n. 5 em cujo territrio a

    vigilncia prossegue;

    b) Ser imediatamente transmitido um pedido de entreajuda judiciria, apresentado nos termos do n. 1, expondo os motivos que justificam a passagemda fronteira sem autorizao prvia.

    Ser posto fim vigilncia a partir do momento em que a Parte Contratante, em cujo territrio se realiza, o solicitar, na sequncia da comunicao

    referida na alnea a) ou do pedido referido na alnea b) ou, caso a autorizao no seja obtida, cinco horas aps a passagem da fronteira.

    3. A vigilncia a que se referem os ns 1 e 2 s pode ser efectuada nas seguintes condies:

    a) Os agentes de vigilncia devem cumprir as disposies do presente artigo e o direito da Parte Contratante em cujo territrio actuam; devem obedecer

    s ordens das autoridades localmente competentes;

    b) Ressalvadas as situaes previstas no n. 2, os agentes devem ser portadores, durante a vigilncia, de um documento que certifique que a autorizao

    foi concedida;

    c) Os agentes de vigilncia devem poder justificar a qualquer momento o carcter oficial da sua misso;

    d) Os agentes de vigilncia podem estar munidos da sua arma de servio durante a vigilncia, salvo deciso expressa em contrrio da Parte requerida;

    proibida a sua utilizao salvo em caso de legtima defesa;

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    e) proibida a entrada nos domiclios e nos locais no acessveis ao pblico;

    f) Os agentes de vigilncia no podem interpelar, nem prender a pessoa vigiada;

    g) Qualquer operao ser objecto de relatrio s autoridades da Parte Contratante em cujo territrio se realizou; pode ser exigida a comparncia pessoal

    dos agentes de vigilncia;

    h) As autoridades da Parte Contratante de que os agentes de vigilncia so originrios colaboraro, a pedido das autoridades da Parte Contratante em cujo

    territrio se realizou a vigilncia, no inqurito consecutivo operao em que participaram, inclusivamente em processos judiciais.

    4. Os agentes a que se referem os ns 1 e 2 so:

    No que diz respeito ao Reino da Blgica: os membros da police judiciaire prs les Parquets, de la gendarmerie et de la police communale, bem como,

    nos termos fixados nos acordos bilaterais referidos no n. 6, no que diz respeito s suas atribuies em matria de trfico ilcito de estupefacientes e de

    substncias psicotrpicas, trfico de armas e de explosivos e transporte ilcito de resduos txicos e prejudiciais, os agents des douanes;

    No que diz respeito Repblica Federal da Alemanha: os agentes das Polizeien des Bundes und der Lander, bem como, apenas no que diz respeito ao

    trfico ilcito de estupefacientes e de substncias psicotrpicas e ao trfico de armas, os agentes do Zollfahndungsdienst (servio de investigaes

    aduaneiras) na sua qualidade de agentes auxiliares do Ministrio Pblico;

    No que diz respeito Repblica Helnica: os agentes policiais da E A e do , no mbito das suas respectivas competncias, bem como, nos termos fixados

    nos acordos bilaterais apropriados referidos no artigo 40., n. 6, da Conveno, no que diz respeito s suas atribuies em matria de trfico ilcito de

    estupefacientes e de substncias psicotrpicas, trfico de armas e de explosivos e transporte ilcito de resduos txicos e prejudiciais, os agentes

    aduaneiros.

    No que diz respeito ao Reino de Espanha: os funcionrios do Cuerpo Nacional de Polica e do Cuerpo de la Guardia Civil no exerccio da sua funo de

    polcia judiciria, bem como, nos termos fixados nos acordos bilaterais referidos no n. 6, no que diz respeito s suas atribuies em matria de trfico

    ilcito de estupefacientes e de substncias psicotrpicas, trfico de armas e de explosivos e transporte ilcito de resduos txicos e prejudiciais, os

    funcionrios dependentes da Administrao Aduaneira;

    No que diz respeito Repblica Francesa: os oficiais e agentes da police judiciaire de la police nationale et de la gendarmerie nationale, bem como,

    nos termos fixados nos acordos bilaterais referidos no n. 6, no que diz respeito s suas atribuies em matria de trfico ilcito de estupefacientes e de

    substncias psicotrpicas, trfico de armas e de explosivos e transporte ilcito de resduos txicos e prejudiciais, os agents des douanes;

    No que diz respeito Repblica Italiana: os oficiais e agentes de polcia judiciria, pertencentes Polizia di Stato e Arma dei Carabinieri e, no que diz

    respeito s suas atribuies em matria de moeda falsa, trfico ilcito de estupefacientes e substncias psicotrpicas, trfico de armas e de explosivos e

    transporte ilcito de resduos txicos e prejudiciais, os oficiais e agentes de polcia judiciria pertencentes Guardia di Finanza, bem como, nos termos

    fixados por acordos bilaterais adequados referidos no n. 6, no que diz respeito s suas atribuies em matria de trfico ilcito de estupefacientes e

    substncias psicotrpicas, trfico de armas e de explosivos e transporte ilcito de resduos txicos e prejudiciais, os agentes aduaneiros.

    No que diz respeito ao Gro-Ducado do Luxemburgo: os agentes da gendarmerie et de la police, bem como, nos termos fixados nos acordos bilaterais

    referidos no n. 6, no que diz respeito s suas atribuies em matria de trfico ilcito de estupefacientes e de substncias psicotrpicas, de trfico de

    armas e de explosivos e transporte ilcito de resduos txicos e prejudiciais, os agents des douanes;

    No que diz respeito ao Reino dos Pases Baixos: os agentes da Rijkspolitie e da Gemeentepolitie, bem como, nos termos fixados nos acordos bilaterais

    referidos no n. 6, no que diz respeito s suas atribuies em matria de trfico ilcito de estupefacientes e de substncias psicotrpicas, trfico de armas e

    de explosivos e transporte ilcito de resduos txicos e prejudiciais, os agentes do servio fiscal de informaes e de investigao competentes em matria

    de direitos de importao e de impostos sobre consumos especficos;

    No que diz respeito Repblica Portuguesa: os membros da Polcia Judiciria, bem como, nos termos fixados nos acordos bilaterais referidos no n. 6, no

    que diz respeito s suas atribuies em matria de trfico ilcito de estupefacientes e de substncias psicotrpicas, trfico de armas e de explosivos e

    transporte ilcito de resduos txicos e prejudiciais, os agentes aduaneiros na sua qualidade de agentes auxiliares do Ministrio Pblico.

    5. A autoridade a que se referem os ns 1 e 2 :

    - No que diz respeito ao Reino da Blgica: o Commissariat gnral de la Police judiciaire;- No que diz respeito Repblica Federal da Alemanha: o Bundeskriminalamt;

    - No que diz respeito Repblica Helnica:

    - No que diz respeito ao Reino de Espanha: a Direccin General de la Polica;

    - No que diz respeito Repblica Francesa: a Direction centrale de la Police judiciaire;

    - No que diz respeito Repblica Italiana: a Direco Central da Polcia Criminal do Ministrio do Interior;

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    - No que diz respeito ao Gro-Ducado do Luxemburgo: o Procureur gnral d'tat;

    - No que diz respeito ao Reino dos Pases Baixos: o Landelijk Officier van Justitie responsvel pela vigilncia transfronteiria;

    - No que diz respeito Repblica Portuguesa: a Direco-Geral da Polcia Judiciria.

    6. As Partes Contratantes podem, a nvel bilateral, alargar o mbito de aplicao do presente artigo e adoptar disposies suplementares para a sua

    execuo.

    7. A vigilncia referida no n. 2 s pode realizar-se relativamente a um dos seguintes factos punveis:

    Homicdio, doloso simples; Homicdio, doloso qualificado; Violao; Incndio; Falsificao de moeda; Furto, roubo e receptao; Extorso; Rapto e

    sequestro; Trfico de pessoas; Trfico ilcito de estupefacientes e de substncias psicotrpicas; Infraces s disposies legais em matria de armas e

    de explosivos; Destruio com emprego de explosivos; Transporte ilcito de resduos txicos e prejudiciais.

    Artigo 41.

    1. Os agentes de uma das Partes Contratantes que, no seu pas, persigam uma pessoa apanhada em flagrante delito a cometer um dos crimes a que se

    refere o n. 4 ou a neles tomar parte so autorizados a continuar a perseguio no territrio de uma outra Parte Contratante sem autorizao prvia,

    sempre que as autoridades competentes da outra Parte Contratante no puderem ser avisadas previamente da entrada neste territrio devido a urgncia

    especial, por um dos meios de comunicao previstos no artigo 44., ou no puderem chegar ao local a tempo de retomar a perseguio.

    O disposto no pargrafo anterior igualmente aplicvel quando a pessoa perseguida, em situao de deteno provisria ou cumprindo uma pena

    privativa da liberdade, se evadiu.

    Os agentes perseguidos recorrero s autoridades competentes da Parte Contratante em cujo territrio se realiza a perseguio o mais tardar no momento

    da passagem da fronteira. A perseguio terminar a partir do momento em que a Parte Contratante em cujo territrio deva efectuar-se o solicitar. A

    pedido dos agentes perseguidores, as autoridades localmente competentes interpelaro a pessoa perseguida a fim de determinar a sua identidade ou de

    proceder sua deteno.

    2. A perseguio efectuar-se- de acordo com uma das seguintes modalidades, que ser definida na declarao prevista no n. 9:

    a) Os agentes perseguidores no tm o direito de interpelao;

    b) Se no for formulado um pedido de interrupo da perseguio e se as autoridades localmente competentes no puderem intervir com suficiente

    rapidez, os agentes perseguidores podem interpelar a pessoa perseguida at que os agentes da Parte Contratante em cujo territrio a perseguio se

    efectua, os quais devem ser imediatamente informados, possam determinar a sua identidade ou proceder sua deteno.

    3. A perseguio efectuar-se- em conformidade com o disposto nos ns 1 e 2 de acordo com uma das seguintes modalidades que ser definida na

    declarao prevista no n. 9:

    a) Numa zona ou durante um perodo a contar da passagem da fronteira que sero determinados na declarao;

    b) Sem limite no espao ou no tempo.

    4. Na declarao a que se refere o n. 9, as Partes Contratantes definiro os crimes previstos no n. 1 de acordo com uma das seguintes modalidades:

    a) Os seguintes crimes:

    Homicdio, doloso simples;

    Homicdio, doloso qualificado;

    Violao;

    Incndio;

    Falsificao de moeda;

    Furto, roubo e receptao;

    Extorso;

    Rapto e sequestro;

    Trfico de pessoas;Trfico ilcito de estupefacientes e de substncias psicotrpicas;

    Infraces s disposies legais em matria de armas e de explosivos;

    Destruio com emprego de explosivos;

    Transporte ilcito de resduos txicos e prejudiciais;

    Abandono do sinistrado na sequncia de um acidente, tendo implicado a morte ou ferimentos graves;

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    b) Os crimes que podem originar a extradio.

    5. A perseguio s pode efectuar-se nas seguintes condies:

    a) Os agentes perseguidores devem cumprir as disposies do presente artigo e o direito da Parte Contratante em cujo territrio actuam; devem obedecer

    s ordens das autoridades localmente competentes;

    b) A perseguio efectuar-se- unicamente atravs das fronteiras terrestres;

    c) proibida a entrada nos domiclios e nos locais no acessveis ao pblico;

    d) Os agentes perseguidores sero facilmente identificveis, quer atravs da utilizao de um uniforme, quer de uma braadeira ou de dispositivos

    acessrios colocados no seu veculo. So proibidos trajar civil em veculos sem a identificao acima referida; os agentes perseguidores devem poder

    justificar a qualquer momento o carcter oficial da sua misso;

    e) Os agentes perseguidores podem estar munidos da sua arma de servio; proibida a sua utilizao salvo em caso de legtima defesa;

    f) A fim de ser conduzida perante as autoridades localmente competentes, a pessoa perseguida, uma vez detida nos termos da alnea b) do n. 2, s pode

    ser submetida a uma revista de segurana; durante a sua transferncia podem ser utilizadas algemas; podem ser apreendidos os objectos em posse do

    visado;

    g) Aps cada operao a que se referem os ns 1, 2 e 3, os agentes perseguidores apresentar-se-o perante as autoridades localmente competentes da ParteContratante em cujo territrio actuaram, relatando a sua misso; a pedido destas autoridades, devem permanecer disposio at que as circunstncias da

    sua aco tenham sido suficientemente esclarecidas, mesmo no caso de a perseguio no ter levado deteno da pessoa perseguida;

    h) As autoridades da Parte Contratante de que os agentes perseguidores so originrios colaboraro, a pedido das autoridades da Parte Contratante em

    cujo territrio se realizou a perseguio, no inqurito consecutivo operao em que participaram, inclusivamente em processos judiciais.

    6. Aquele que, na sequncia da aco prevista no n. 2, tenha sido detido pelas autoridades localmente competentes pode, qualquer que seja a sua

    nacionalidade, ser mantido nessa situao, para prestar declaraes. So aplicveis por analogia as regras pertinentes do direito nacional.

    Caso o visado no tenha a nacionalidade da Parte Contratante em cujo territrio foi detido, ser posto em liberdade no prazo mximo de seis horas aps a

    deteno, no sendo contadas as horas entre a meianoite e as nove horas, a menos que as autoridades localmente competentes tenham recebido

    previamente um pedido de deteno provisria, qualquer que seja a forma, para efeitos de extradio.

    7. Os agentes a que se referem os nmeros anteriores so:

    No que diz respeito ao Reino da Blgica: os membros da police judiciaire prs les parquets, de la gendarmerie et de la police communale, bem como,

    nos termos fixados nos acordos bilaterais referidos no n. 10, no que diz respeito s suas atribuies em matria de trfico ilcito de estupefacientes e de

    substncias psicotrpicas, trfico de armas e de explosivos e transporte ilcito de resduos txicos e prejudiciais, os agents des douanes;

    No que diz respeito Repblica Federal da Alemanha: os agentes da Polizeien des Bundes und der Lander, bem como, apenas no que diz respeito ao

    trfico ilcito de estupefacientes e de substncias psicotrpicas e ao trfico de armas, os agentes do Zollfahndungsdienst (servio de investigaes

    aduaneiras), na sua qualidade de agentes auxiliares do Ministrio Pblico;

    No que diz respeito ao Reino de Espanha: os funcionrios do Cuerpo Nacional de Polica e do Cuerpo de la Guardia Civil no exerccio da sua funo de

    polcia judiciria, bem como, nos termos fixados nos acordos bilaterais referidos no n. 10, no que diz respeito s suas atribuies em matria de trfico

    ilcito de estupefacientes e de substncias psicotrpicas, trfico de armas e de explosivos e transporte ilcito de resduos txicos e prejudiciais, os

    funcionrios dependentes da Administrao Aduaneira;

    No que diz respeito Repblica Francesa: os oficiais e agentes da police judiciaire de la police nationale et de la gendarmerie nationale, bem como,

    nos termos fixados nos acordos bilaterais referidos no n. 10, no que diz respeito s suas atribuies em matria de trfico ilcito de estupefacientes e de

    substncias psicotrpicas, trfico de armas e de explosivos e transporte ilcito de resduos txicos e prejudiciais, os agents des douanes;

    No que diz respeito Repblica Italiana: os oficiais e agentes de polcia judiciria pertencentes Polizia di Stato e Arma dei Carabinieri e, no que diz

    respeito s suas atribuies em matria de moeda falsa, trfico de armas e de explosivos e transporte ilcito de resduos txicos e prejudiciais, os oficiais e

    agentes de polcia judiciria pertencentes Guardia di Finanza, bem como, nos termos fixados por acordos bilaterais adequados referidos no n. 10, no

    que diz respeito s suas atribuies em matria de trfico ilcito de estupefacientes e substncias psicotrpicas, trfico de armas e de explosivos etransporte ilcito de resduos txicos e prejudiciais, os agentes aduaneiros.

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    No que diz respeito ao Gro-Ducado do Luxemburgo: os agentes da gendarmerie et de la police, bem como, nos termos fixados nos acordos bilaterais

    referidos no n. 10, no que diz respeito s suas atribuies em matria de trfico ilcito de estupefacientes e de substncias psicotrpicas, trfico de armas

    e de explosivos e transporte ilcito de resduos txicos e prejudiciais, os agents des douanes;

    No que diz respeito ao Reino dos Pases Baixos: os funcionrios da Rijkspolitie e da Gemeentepolitie, bem como, nos termos fixados nos acordos

    bilaterais referidos no n. 10, no que diz respeito s suas atribuies em matria de trfico ilcito de estupefacientes e de substncias psicotrpicas, trfico

    de armas e de explosivos e transporte ilcito de resduos txicos e prejudiciais, os funcionrios do servio fiscal de informaes e de investigao

    competentes em matria de direitos de importao e de impostos sobre consumos especficos;

    No que diz respeito Repblica Portuguesa: os membros da Polcia Judiciria, bem como, nos termos fixados nos acordos bilaterais referidos no n. 10,

    no que diz respeito s suas atribuies em matria de trfico ilcito de estupefacientes e de substncias psicotrpicas, trfico de armas e de explosivos e

    transporte ilcito de resduos txicos e prejudiciais, os agentes aduaneiros na sua qualidade de agentes auxiliares do Ministrio Pblico.

    8. O presente artigo no prejudica, relativamente s Partes Contratantes interessadas, na aplicao do artigo 27. do Tratado Benelux de Extradio e de

    Entreajuda Judiciria em Matria Penal, de 27 de Junho de 1962, tal como alterado pelo Protocolo de 11 de Maio de 1974.

    9. No momento da assinatura da presente Conveno, cada Parte Contratante far uma declarao em que define, com base no disposto nos ns 2, 3 e 4,

    as modalidades de exerccio da perseguio no seu territrio relativamente a cada uma das Partes Contratantes com a qual tem fronteira comum.

    Uma Parte Contratante pode, a qualquer momento, substituir a sua declarao por outra, desde que no restrinja o mbito da anterior.

    Cada declarao ser efectuada aps concertao com cada uma das Partes Contratantes em causa e num esprito de equivalncia dos regimes aplicveis

    de ambos os lados das fronteiras internas.

    10. As Partes Contratantes podem, a nvel bilateral, alargar o mbito de aplicao do n. 1 e adoptar disposies suplementares de execuo do presente

    artigo.

    Artigo 42.

    Durante as operaes a que se referem os artigos 40. e 41., os agentes em misso no territrio de uma outra Parte Contratante tero o mesmo tratamento

    que os agentes desta, para efeitos das infraces de que sejam vtimas ou que cometam.

    Artigo 43.

    1. Sempre que, nos termos dos artigos 40. e 41. da presente Conveno, os agentes de uma Parte Contratante se encontrarem em misso no territrio de

    uma outra Parte Contratante, a primeira Parte Contratante responsvel pelos danos que causarem no desempenho da sua misso, em conformidade com

    o direito da Parte Contratante em cujo territrio actuam.

    2. A Parte Contratante em cujo territrio so causados os danos a que se refere o n. 1 assegurar a reparao destes nas condies aplicveis aos danos

    causados pelos seus prprios agentes

    3. A Parte Contratante cujos agentes tenham causado danos a qualquer pessoa no territrio de uma outra Parte Contratante reembolsar integralmente

    esta ltima das somas que tenha pago s vtimas ou aos seus sucessores.

    4. Sem prejuzo do exerccio dos seus direitos em relao a terceiros e exceptuado o disposto no n. 3, cada uma das Partes Contratantes renunciar, no

    caso previsto no n. 1, a solicitar a outra Parte Contratante o reembolso do montante dos danos por ela sofridos.

    Artigo 44.

    1. Em conformidade com as convenes internacionais pertinentes e tendo em conta as circunstncias locais e as possibilidades tcnicas, as Partes

    Contratantes criaro, nomeadamente nas regies fronteirias, linhas telefnicas, rdio, telex e outras ligaes directas, a fim de facilitar a cooperao

    policial e aduaneira, nomeadamente no que diz respeito transmisso de informaes em tempo til no mbito da vigilncia e da perseguio

    transfronteirias.

    2. Para alm destas medidas a tomar a curto prazo, as Partes Contratantes analisaro, nomeadamente, as seguintes possibilidades:

    a) Intercmbio de materiais ou afectao de oficiais de ligao munidos do material de rdio apropriado;

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    b) Alargamento das bandas de frequncias utilizadas nas zonas fronteirias;

    c) Criao de uma ligao comum aos servios policiais e aduaneiros que operam nessas mesmas zonas;

    d) Coordenao dos seus programas de aquisio de equipamentos de comunicao, com vista instalao de sistemas de comunicao normalizados e

    compatveis.

    Artigo 45.

    1. As Partes Contratantes comprometem-se a tomar as medidas necessrias para garantir que:

    a) O responsvel por um estabelecimento de alojamento ou o seu encarregado velem por que os estrangeiros alojados, incluindo os nacionais das outras

    Partes Contratantes, bem como de outros Estados membros das Comunidades Europeias, excluindo os cnjuges ou os menores que os acompanhem ou

    membros de grupos de viagem, preencham e assinem pessoalmente os boletins de alojamento, e por que estes comprovem a sua identidade mediante a

    apresentao de um documento de identidade vlido;

    b) Os boletins de alojamento preenchidos deste modo sero conservados pelas autoridades competentes ou ser-lhes-o enviados, sempre que estas

    autoridades o considerem necessrio, para a preveno de ameaas, para efeitos de procedimentos criminais ou para esclarecimento do paradeiro de

    pessoas desaparecidas ou vtimas de acidentes, salvo se o direito nacional dispuser de outro modo.

    2. O disposto no n. 1 aplicvel por analogia s pessoas que estejam alojadas noutros locais, explorados por quem exera profissionalmente a actividadede locao, nomeadamente em tendas, caravanas e barcos.

    Artigo 46.

    1. Em casos especiais, cada Parte Contratante pode, em cumprimento da sua legislao nacional e sem que tal lhe seja solicitado, comunicar Parte

    Contratante interessada informaes que se possam revelar importantes para esta, com vista assistncia em matria de represso de crimes futuros,

    preveno de crimes ou preveno de ameaas para a ordem e segurana pblicas.

    2. As informaes sero trocadas, sem prejuzo da cooperao nas regies fronteirias prevista no n. 4 do artigo 39., por intermdio de um rgo central

    a designar. Em casos especialmente urgentes, a troca de informaes, na acepo do presente artigo, pode efectuar-se directamente entre as autoridades

    de polcia em causa, salvo disposio nacional em contrrio. O rgo central ser informado do facto o mais rapidamente possvel.

    Artigo 47.

    1. As Partes Contratantes podem concluir acordos bilaterais que permitam o destacamento, por um perodo determinado ou indeterminado, de oficiais de

    ligao de uma Parte Contratante junto de servios de polcia da outra Parte Contratante.

    2. O destacamento de oficiais de ligao por um perodo determinado ou indeterminado tem por objectivo promover e acelerar a cooperao entre as

    Partes Contratantes, nomeadamente a de prestar assistncia:

    a) Sob forma de troca de informaes para efeitos de luta, quer preventiva, quer repressiva, contra a criminalidade;

    b) Na execuo de pedidos de entreajuda policial e judiciria em matria penal;

    c) No que diz respeito s necessidades do exerccio das misses das autoridades encarregadas da fiscalizao das fronteiras externas.

    3. Os oficiais de ligao tm por misso emitir pareceres e prestar assistncia. No tm competncia para a execuo autnoma de medidas policiais.

    Fornecem informaes e executam as suas misses no mbito das instrues que lhe so dadas pela Parte Contratante de origem e pela Parte Contratante

    junto da qual se encontram destacados. Apresentaro regularmente relatrios ao chefe do servio de polcia junto do qual se encontram destacados.

    4. As Partes Contratantes podem acordar, num contexto bilateral ou multilateral, que os oficiais de ligao e uma Parte Contratante destacados junto de

    Estados terceiros representem igualmente os interesses de uma ou de vrias outras Partes Contratantes. Por fora de tais acordos, os oficiais de ligao

    destacados junto de Estados terceiros fornecem informaes a outras Partes Contratantes, a pedido destas ou por sua prpria iniciativa, e desempenham,

    nos limites da sua competncia, misses por conta destas Partes. As Partes Contratantes informar-se-o mutuamente das suas intenes relativamente aodestacamento de oficiais de ligao em Estados terceiros.

    CAPTULO II

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    Entreajuda Judiciria em Matrial Penal

    1. As disposies do presente captulo tm por objectivo completar a Conveno Europeia de Entreajuda Judiciria em matria penal, de 20 de Abril de

    1959, bem como, nas relaes entre as Partes Contratantes membros da Unio Econmica Benelux, o captulo II do Tratado Benelux de Extradio e de

    Entreajuda Judiciria em matria penal, de 27 de Junho de 1962, tal como alterado pelo Protocolo de 11 de Maio de 1974, e facilitar a aplicao dos

    referidos acordos,

    2. O disposto no n. 1 no prejudica a aplicao de disposies mais amplas dos acordos bilaterais em vigor entre as Partes Contratantes.

    Artigo 49.

    A entreajuda judiciria ser igualmente concedida:

    a) Em processos relativos a factos que, segundo a legislao nacional de uma ou de ambas as Partes Contratantes, sejam punveis como infraces a

    regulamentos processadas por autoridades administrativas cujas decises possam ser objecto de um recurso perante um rgo jurisdicional competente,

    nomeadamente em matria penal;

    b) Em aces de indemnizao relativamente a danos causados por medidas tomadas no decurso de um processo penal ou por condenaes

    injustificadas;

    c) Nos processos de indulto;

    d) Nas aces cveis conexas com aces penais, desde que o tribunal penal no tenha ainda decidido definitivamente sobre a questo penal;

    e) Nas notificaes judiciais relativas execuo de uma pena ou medida de segurana, cobrana de uma multa ou ao pagamento de custas;

    f) Nas medidas relativas suspenso da sentena ou suspenso da execuo de uma pena ou medida de segurana, concesso de liberdade

    condicional, ao adiamento da execuo ou interrupo da execuo de uma pena ou medida de segurana.

    Artigo 50.

    1. As Partes Contratantes comprometem-se a conceder, em conformidade com a Conveno e com o Tratado referidos no artigo 48., entreajudajudiciria no que diz respeito s infraces s disposies legais e regulamentares em matria de impostos sobre consumos especficos e do imposto

    sobre o valor acrescentado e em matria aduaneira. Por disposies em matria aduaneira entende-se as regras enunciadas no artigo 2. da Conveno de

    7 de Setembro de 1967 entre a Blgica, a Repblica Federal da Alemanha, a Frana, a Itlia, o Luxemburgo e os Pases Baixos relativa assistncia

    mtua entre administraes aduaneiras, bem como no artigo 2. do Regulamento (CEE) n. 1468/81, do Conselho, de 19 de Maio de 1981.

    2. Os pedidos fundados na fraude aos impostos sobre consumos especficos no podem ser recusados pelo facto de o pas requerido no aplicar impostos

    sobre consumos especficos em relao s mercadorias a que o pedido se refere.

    3. A Parte Contratante requerente no transmitir nem utilizar as informaes ou meios de prova obtidos da Parte Contratante requerida, em inquritos,

    queixas ou processos, diferentes dos mencionados no pedido, sem o consentimento prvio da Parte Contratante requerida.

    4. A entreajuda judiciria prevista no presente artigo pode ser recusada quando o montante presumvel dos impostos que no foram pagos na ntegra ouque foram objecto de fraude representa um valor que no ultrapassa 25 000 ecus ou quando o valor presumvel das mercadorias exportadas ou importadas

    sem autorizao representa um valor que no ultrapassa 100 000 ecus, a menos que o caso em apreo, devido s circunstncias factuais ou atinentes ao

    arguido, seja considerado muito grave pela Parte Contratante requerente.

    5. As disposies do presente artigo so igualmente aplicveis quando a entreajuda judiciria solicitada se relaciona com factos unicamente passveis de

    multa por infraco aos regulamentos processada por autoridades administrativas e quando o pedido de entreajuda judiciria provm de uma autoridade

    judiciria.

    Artigo 51.

    As Partes Contratantes apenas faro depender a admissibilidade de cartas rogatrias para efeitos de busca e de apreenso judicial das seguintescondies:

    a) O facto que originou a carta rogatria ser punvel segundo o direito de ambas as Partes Contratantes com uma pena privativa de liberdade ou medida

    de segurana restritiva da liberdade no mximo de pelo menos seis meses, ou punvel segundo o direito de uma das duas Partes Contratantes com uma

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    sano equivalente e segundo o direito da outra Parte Contratante como infraco a regulamentos processada por autoridades administrativas cujas

    decises possam ser objecto de recurso perante um rgo jurisdicional competente, nomeadamente em matria penal;

    b) A execuo da carta rogatria ser compatvel com o direito da Parte Contratante requerida.

    Artigo 52.

    1. Cada uma das Partes Contratantes pode enviar as peas processuais directamente pelo correio s pessoas que se encontram no territrio de uma outra

    Parte Contratante. As Partes Contratantes comunicaro ao Comit Executivo a lista das peas processuais que podem ser enviadas por esta via.

    2. Quando existam razes para considerar que o destinatrio no conhece a lngua na qual o documento se encontra redigido, este documento -ou pelo

    menos as suas passagens importantes- deve ser traduzido na ou numa das lnguas da Parte Contratante em cujo territrio o destinatrio se encontra. Se a

    autoridade que envia o documento tiver conhecimento de que o destinatrio conhece apenas uma outra lngua, o documento -ou pelo menos as suas

    passagens importantes- deve ser traduzido nessa outra lngua.

    3. O perito ou a testemunha que no tenha comparecido aps uma notificao enviada pelo correio no pode ser sujeito, ainda que essa notificao

    contenha injunes, a qualquer sano ou medida de coaco, a menos que se dirija seguidamente de livre vontade para o territrio da Parte requerente e

    que seja a regularmente notificado de novo. A autoridade que envia por correio as notificaes para comparecer velar por que estas no contenham

    qualquer injuno. Esta disposio no prejudica o disposto no artigo 34. do Tratado Benelux de Extradio e de Entreajuda Judiciria em matria penal,

    de 27 de Junho de 1962, tal como alterado pelo Protocolo de 11 de Maio de 1974.

    4. No que diz respeito ao envio das peas processuais necessrio, em princpio, proceder nos termos do disposto no n. 1, se o facto subjacente ao

    pedido de entreajuda judiciria for, segundo o direito de ambas as Partes Contratantes, punvel como infraco aos regulamentos processada por

    autoridades administrativas cujas decises podem ser objecto de um recurso perante um rgo jurisdicional competente, nomeadamente em matria

    penal.

    5. Sem prejuzo do disposto no n. 1, o envio de peas processuais pode efectuar-se por intermdio das autoridades judicirias da Parte Contratante

    requerida, quando o endereo do destinatrio for desconhecido ou a Parte Contratante requerente exigir uma notificao pessoal.

    Artigo 53.

    1. Os pedidos de entreajuda judiciria podem ser efectuados directamente pelas autoridades judicirias e respondidos pela mesma via.

    2. O disposto no n. 1 no prejudica a possibilidade de envio e de resposta dos pedidos de um Ministrio da Justia para um outro Ministrio da Justia

    ou por intermdio dos servios centrais nacionais da Organizao Internacional de Polcia Criminal (Interpol).

    3. Os pedidos de transferncia temporria ou de trnsito de pessoas que se encontram em situao de priso preventiva ou de deteno ou que esto

    sujeitas a medida privativa de liberdade, bem como o intercmbio peridico ou pontual de dados relativos ao registo criminal, devem efectuar-se por

    intermdio dos Ministrios da Justia.

    4. Na acepo da Conveno Europeia de Entreajuda Judiciria em matria penal, de 20 de Abril de 1959, entende-se por Ministrio da Justia, no que

    diz respeito Repblica Federal da Alemanha, o Ministro Federal da Justia e os Ministros ou Senadores da Justia dos Estados federados.

    5. As denncias para efeitos de procedimento judicial por infraces legislao relativa ao tempo de conduo e de repouso, efectuadas em

    conformidade com o artigo 21. da Conveno Europeia de Entreajuda Judiciria em matria penal, de 20 de Abril de 1959, ou com o artigo 42. do

    Tratado Benelux de Extradio e de Entreajuda Judiciria em matria penal, de 27 de Junho de 1962, tal como alterado pelo Protocolo de 11 de Maio de

    1974, podem ser comunicadas pelas autoridades judicirias da Parte Contratante requerente directamente s autoridades judicirias da Parte Contratante

    requerida

    CAPTULO III

    Aplicao do Princpio NE BIS IN IDEM

    Artigo 54.

    Aquele que tenha sido definitivamente julgado por um tribunal de uma Parte Contratante no pode, pelos mesmos factos, ser submetido a uma aco

    judicial intentada por uma outra Parte Contratante, desde que, em caso de condenao, a sano tenha sido cumprida ou esteja actualmente em curso de

    execuo ou no possa j ser executada, segundo a legislao da Parte Contratante em que a deciso de condenao foi proferida.

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    Artigo 55.

    1. Uma Parte Contratante pode, no momento da ratificao, aceitao ou aprovao da presente Conveno, declarar que no est vinculada pelo artigo

    54. num ou mais dos seguintes casos:

    a) Quando os factos a que se refere a sentena estrangeira tenham ocorrido, no todo ou em parte, no seu territrio; neste ltimo caso, esta excepo no ,

    todavia, aplicvel se estes factos ocorreram em parte no territrio da Parte Contratante em que a sentena foi proferida;

    b) Quando os factos a que se refere a sentena estrangeira constituam crime contra a segurana do Estado ou de outros interesses igualmente essenciaisdesta Parte Contratante;

    c) Quando os factos a que se refere a sentena estrangeira tenham sido praticados por um funcionrio desta Parte Contratante em violao dos deveres do

    seu cargo.

    2. Uma Parte Contratante que tenha feito uma declarao relativa excepo referida na alnea b) do n. 1 especificar as categorias de crimes s quais

    esta excepo pode ser aplicada.

    3. Uma Parte Contratante pode, a qualquer momento, retirar essa declarao relativa a uma ou mais das excepes referidas no n. 1.

    4. As excepes que foram objecto de uma declarao nos termos do n. 1 no so aplicveis quando a Parte Contratante em causa tenha, pelos mesmos

    factos, solicitado o procedimento judicial a outra Parte Contratante ou concedido a extradio da pessoa em causa.

    Artigo 56.

    Se uma nova aco judicial for intentada por uma Parte Contratante contra uma pessoa que tenha sido definitivamente julgada pelos mesmos factos por

    um tribunal de uma outra Parte Contratante, ser descontado na sano que venha a ser eventualmente imposta qualquer perodo de privao de liberdade

    cumprido no territrio desta ltima Parte Contratante por esses factos. Sero igualmente tidas em conta, na medida em que as legislaes nacionais o

    permitam, sanes diferentes das privativas de liberdade que tenham j sido cumpridas.

    Artigo 57.

    1. Sempre que uma pessoa seja acusada de uma infraco por uma Parte Contratante e as autoridades competentes desta Parte Contratante tiverem razes

    para crer que a acusao se refere aos mesmos factos relativamente aos quais foi j definitivamente julgada por um tribunal de outra Parte Contratante,

    essas autoridades solicitaro, se o considerarem necessrio, informaes pertinentes s autoridades competentes da Parte Contratante em cujo territrio

    foi j tomada a deciso.

    2. As informaes solicitadas sero fornecidas o mais rapidamente possvel e sero tomadas em considerao para o seguimento a dar ao processo em

    curso.

    3. Cada Parte Contratante designar, no momento da ratificao, aceitao ou aprovao da presente Conveno, as autoridades habilitadas a solicitar e a

    receber as informaes previstas no presente artigo.

    Artigo 58.

    O disposto nos artigos anteriores no prejudica a aplicao das disposies nacionais mais amplas relativas ao efeito ne bis in idem associado s decises

    judiciais proferidas no estrangeiro.

    CAPTULO IV

    Extradio

    Artigo 59.

    1. As disposies do presente captulo tm por objectivo completar a Conveno Europeia de Extradio de 13 de Setembro de 1957, bem como, nasrelaes entre as Partes Contratantes membros da Unio Econmica Benelux, o captulo I do Tratado Benelux de Extradio e de Entreajuda Judiciria

    em matria penal, de 27 de Junho de 1962, tal como alterado pelo Protocolo de 11 de Maio de 1974, e facilitar a aplicao dos referidos acordos.

    2. O disposto no n. 1 no prejudica a aplicao de disposies mais amplas de acordos bilaterais em vigor entre as Partes Contratantes.

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    Artigo 60.

    Nas relaes entre duas Partes Contratantes das quais uma no parte na Conveno Europeia de Extradio, de 13 de Setembro de 1957, as disposies

    da referida Conveno so aplicveis, tendo em conta as reservas e declaraes depositadas, quer aquando da ratificao da referida Conveno, quer,

    relativamente s Partes Contratantes que no so parte na Conveno, aquando da ratificao, aprovao ou aceitao da presente Conveno.

    Artigo 61.

    A Repblica Francesa compromete-se a extraditar, a pedido de uma das Partes Contratantes, as pessoas relativamente s quais correm procedimentos

    criminais por factos punveis pela legislao francesa com uma pena ou medida de segurana privativa de liberdade no mximo de pelo menos dois anos

    e pela legislao da Parte Contratante requerente com uma pena ou medida de segurana privativa de liberdade no mximo de pelo menos um ano.

    Artigo 62.

    1. No que diz respeito interrupo da prescrio, so apenas aplicveis as disposies da Parte Contratante requerente.

    2. Uma amnistia decretada pela Parte Contratante requerida no impede a extradio, salvo se o crime for da jurisdio desta Parte Contratante.

    3. A ausncia de queixa ou de autorizao que permitam o procedimento criminal, apenas necessrias por fora da legislao da Parte Contratanterequerida, no prejudica a obrigao de extradio.

    Artigo 63.

    As Partes Contratantes comprometem-se, em conformidade com a Conveno e com o tratado referidos no artigo 59., a extraditar entre si as pessoas em

    relao s quais correm processos promovidos pelas autoridades judicirias da Parte Contratante requerente, por uma das infraces a que se refere o n.

    1 do artigo 50. ou por aquelas procuradas, para efeitos da execuo de uma pena ou medida de segurana decretadas relativamente a esta infraco.

    Artigo 64.

    A incluso na lista de pessoas indicadas no Sistema de Informao Schengen, efectuada nos termos do artigo 95., produz o mesmo efeito que um pedido

    de deteno provisria na acepo do artigo 16. da Conveno Europeia de Extradio, de 13 de Setembro de 1957, ou do artigo 15. do Tratado

    Benelux de Extradio e de Entreajuda Judiciria em matria penal, de 27 de Junho de 1962, tal como alterado pelo Protocolo de 11 de Maio de 1974.

    Artigo 65.

    1. Sem prejuzo da faculdade de recurso via diplomtica, os pedidos de extradio e de trnsito so dirigidos pelo ministrio competente da Parte

    Contratante requerente ao ministrio competente da Parte Contratante requerida.

    2. Os ministrios competentes so:

    - No que diz respeito ao Reino da Blgica: o Ministrio da Justia;

    - No que diz respeito Repblica Federal da Alemanha: o Ministrio Federal da Justia e os Ministros ou Senadores da Justia dos Estados federados;

    - No que diz respeito Repblica Helnica, o Ministrio da Justia;

    - No que diz respeito ao Reino de Espanha, o Ministrio da Justia;

    - No que diz respeito Repblica Francesa: o Ministrio dos Negcios Estrangeiros;

    - No que diz respeito Repblica Italiana: o Ministrio da Justia;

    - No que diz respeito ao Gro-Ducado do Luxemburgo: o Ministrio da Justia;

    - No que diz respeito ao Reino dos Pases Baixos: o Ministrio da Justia;

    - No que diz respeito Repblica Portuguesa: o Ministrio da Justia.

    Artigo 66.

    1. Se a extradio de uma pessoa reclamada no for expressamente proibida por fora do direito da Parte Contratante requerida, esta Parte Contratante

    pode autorizar a extradio sem um processo formal de extradio, desde que a pessoa reclamada o consinta por declarao redigida na presena de um

    membro do poder judicial e aps audio por este a fim de o informar do seu direito a um processo formal de extradio. Durante esta audio a pessoa

    reclamada pode fazer-se assistir por um advogado.

  • 7/26/2019 Tratado SheNgen

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    2. No caso de extradio por fora do n. 1, a pessoa reclamada que declare expressamente renunciar proteco que lhe confere a regra de especialidade

    no pode revogar esta declarao.

    CAPTULO V

    Transmisso da Execuo das Setenas Penais

    Artigo 67.

    As disposies que se seguem tm por objectivo completar a Conveno do Conselho da Europa de 21 de Maro de 1983 sobre a transferncia de

    pessoas condenadas, entre as Partes Contratantes que so Parte na referida Conveno.

    Artigo 68.

    1. A Parte Contratante em cujo territrio foi decretada uma pena privativa de liberdade ou uma medida de segurana restritiva da liberdade por uma

    sentena passada em julgado, relativamente a um nacional de uma outra Parte Contratante que se subtraiu, evadindo-se para o seu pas, ao cumprimento

    desta pena ou medida de segurana, pode solicitar a esta ltima Parte Contratante, caso a pessoa evadida a for encontrada, que retome a execuo da

    pena ou medida de segurana.

    2. Enquanto aguarda os documentos que fundamentam o