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Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias Regina Maria França Fernandes [email protected] FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO USP Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento Disciplina de Neurologia

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  • Tratamento das Epilepsias: escolha de

    medicações e combinações mais eficazes ou

    manejo das Epilepsias refratárias

    Regina Maria França Fernandes

    [email protected]

    FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO – USP

    Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento

    Disciplina de Neurologia

    mailto:[email protected]

  • Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Epilepsia, 51(6):1069-1077, 2010

  • Epilepsia fármaco-resistente é definida como um contexto em que há:

    Incapacidade do paciente ficar livre de crises epilépticas de forma

    sustentada após 2 esquemas adequados de tratamento, com fármacos bem

    tolerados e apropriadamente escolhidos (seja em monoterapia ou em

    combinações de drogas)

    Epilepsia, 51(6):1069-1077, 2010

  • Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    EPILEPSIAS REFRATÁRIAS- Grande variabilidade de contextos -

    Pacientes com encefalopatias graves

    Pacientes cognitivamente normais

    Pacientes com vida de relação muito

    comprometida / limitações motoras

    Pacientes social e profissionalmente ativos, com QI

    normal

    Diferentes tipos de Crises e de Síndromes Epilépticas

  • Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    EPILEPSIAS REFRATÁRIAS- Grande variabilidade de contextos -

    Tipo de fármaco (s) antiepiléptico (s)

    Doses-alvo para a tentativa de melhor controle de crises

    Tentativa de tratamento não-medicamentoso cirúrgico, dieta

    cetogênica, outros...

  • Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    EPILEPSIAS REFRATÁRIAS- Grande variabilidade de contextos -

    Considerações sobre efeitos adversos e toxicidade dos fármacos

    antiepilépticos podem variar com o contexto:

    Comprometimento cognitivo pelo Topiramato em pacientes

    intelectualmente ativos em comparação a encefalopatas graves

    Persistência no uso de Vigabatrina em pacientes amauróticos em

    comparação com pessoas com via visual preservada

    Uso de Fenobarbital em pacientes masculinos com vida sexual ativa

    versus uso em encefalopatas com vida social restrita

    Uso de Valproato de Sódio em mulheres com potencial de procriação

  • Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    EPILEPSIAS REFRATÁRIAS- Grande variabilidade de contextos -

    Considerações sobre expectativa de controle das crises epilépticas com a

    farmacoterapia:

    Controle total ao longo do tempo em paciente social e

    intelectualmente ativo versus controle satisfatório em paciente

    encefalopata com deambulação e vida de relação comprometidas

    Crises em menor frequência / restritas a período noturno / componentes motores

    ausentes ou brandos / sem alterações autonômicas significativas, cianose...

    Pode ser satisfatório para encefalopatas

    Mas, não, para pessoas intelectualmente ativas

  • Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Em princípio, qualquer epilepsia focal ou generalizada, sintomática ou

    idiopática (auto-limitada), pode se incluir no critério de

    “refratariedade”, nem que seja em uma fase da vida do paciente.

    Maior chance de refratariedade em:

    Encefalopatias Epilépticas ou do Desenvolvimento (etiologia

    estrutural – sequelar / malformativa, metabólica, genética)

    Epilepsias Focais Sintomáticas

    Ênfase na Epilepsia Temporal relacionada à Esclerose

    Mesial Temporal

    Epilepsias secundárias a processos degenerativos ou

    tumorais

  • Adulto jovem Crises focais disperceptivas, precedidas

    por aura epigástrica, com postura distônica de mão D

    Injúria precipitante inicial Crises refratárias

    Tipo de fármaco (s) antiepiléptico (s) ?- CBZ /OXCBZ- TPM / LMT- LEV- VPA + ...- CLB + ...

    Epilepsia Temporal secundária a EMT Doses-alvo ?baixa expectativa de controle total!

    Sequência mais provável/indicada após 2 monoterapias ou uma politerapia

    Avaliação pré-cirúrgica

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

  • CONTEXTO: Hipomelanose de Itu, crises polimórficas e status : espasmos, crises tônicas

    assimétricas, crises disperceptivas, crises clônicas focais com evolução para CTC bilateral

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

  • Tipo de fármaco (s) antiepiléptico (s) ?

    Inéficácia de vários esquemas em

    combinação : FB + VPA / VGB + VPA /

    VBG + FB + TPM... + CLB...

    Doses-alvo ?

    Refratariedade a doses

    subtóxicas ou efeitos adversos

    Sequência

    Avaliação pré-cirúrgica > cirurgia de

    desconexão (Hemisferotomia

    funcional)

    Considerada em controle satisfatório

    em uso de VPA + TPM + CLB

    (espasmos epilépticos sutis em baixa

    frequência / crises tônicas focais em

    episódios de infecção de VAS

    CONTEXTO: Hipomelanose de Itu, crisespolimórficas e status : espasmos, crises tônicasassimétricas, crises discognitivas, crises clônicasfocais refratárias

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

  • Continuum (Minneap Minn) 2016;22(1):157 –17

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

  • Dados citados de: Kwan P, Brodie MJ. Early identification of

    refractory epilepsy. N Engl J Med 2000;342(5): 314Y319.

    doi:10.1056/NEJM200002033420503.

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Continuum (Minneap Minn) 2016;22(1):157 –17

  • Continuum (Minneap Minn) 2016;22(1):157 –17

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    CBZ em crises de ausência (interpretadas como CPComplexas / Disperceptivas)

    • FB + CBZ > Baixa [ CBZ ]

  • Neonato LactenteCriança -Adolescente Adulto

    • Síndromes Epilépticas Idade-Relacionadas

    • Mais ou menos específicas

    • Interconversão entre síndromes ao longo do tempo

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Epilepsias Refratárias

  • Encefalopatias

    Epilépticas e do

    Desenvolvimento

    Epilepsias Focais

    Sintomáticas Refratárias

    (etiologia diversa)

    Epilepsias Generalizadas

    Idiopáticas com

    comportamento refratário

    (Ausências e EMJ)

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Alguns cenários de possível refratariedade aos fármacos antiepilépticos

  • Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Epilepsias Focais Sintomáticas Refratárias sem

    encefalopatia prévia

    (EMT, displasias corticais focais, tumores de baixo grau, lesões cicatriciais, sequelas de AVC... )

    Tentar uma monoterapia em doses

    otimizadas

    Qual fármaco ?

    CBZ / OXCBZ

  • Lancet 2007, 369: 1000-15

  • N

    O NH2

    O

    N

    O NH2

    N

    O NH2

    HO

    N

    O NH2

    O

    Redução Oxidação

    ConjugaçãoHidrólise

    DMH 10-11-EPÓXIDO

    OXCARBAZEPINA CARBAMAZEPINA?

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

  • Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Epilepsias Focais Sintomáticas Refratárias sem

    encefalopatia prévia

    (EMT, displasias corticais focais, tumores de baixo grau, lesões cicatriciais, sequelas de AVC... )

    Se pode comprar : OXCBZ (18-50 mg/kg/dia....)

    Se não : CBZ (10-20 mg/kg/dia....)

    Muitos pacientes têm intolerância por início rápido

    início de 100 mg/dia para adultos e 5 mg/kg/dia para crianças

    200 mg de CBZ ≈ 300 mg de OXCBZ

    Como lidar com crises frequentes até dose alvo ?

    Associação temporária com Clobazam (0,5 – 1,5 mg/kg/dia)

  • Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Epilepsias Focais Sintomáticas Refratárias sem

    encefalopatia prévia

    (EMT, displasias corticais focais, tumores de baixo grau, lesões cicatriciais, sequelas de AVC... )

    Associação temporária com FB e DPH é indesejável

    Fortes indutores do metabolismo hepático

    Dificuldade da CBZ atingir níveis séricos

    adequados

    Similaridade de mecanismo de ação (inibição de

    canais de sódio voltagem-dependentes)

    Potencializa efeitos colaterais

    (tontura, nistagmo, vestibulopatia - DPH)

    CBZ / OXCBZ

  • Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Epilepsias Focais Sintomáticas Refratárias sem

    encefalopatia prévia

    (EMT, displasias corticais focais, tumores de baixo grau, lesões cicatriciais, sequelas de AVC... )

    Pacientes que tiveram rash cutâneo com CBZ podem não

    apresentá-lo com OXCBZ

    Crianças com idade inferior a 18 meses de vida têm baixa

    absorção e alta metabolização da CBZ (dificuldades de manter

    níveis séricos)

    CBZ / OXCBZ

  • Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Epilepsias Focais Sintomáticas Refratárias sem

    encefalopatia prévia

    (EMT, displasias corticais focais, tumores de baixo grau, lesões cicatriciais, sequelas de AVC... )

    Dosagem sérica é fundamental para definir fármaco-

    resistência

    Dosagem após o último incremento tem que levar em

    consideração o “steady-state” da droga = 5 x meia-vida de

    eliminação

    para a CBZ > ± 100 horas / 1 semana

    CBZ / OXCBZ

  • Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Epilepsias Focais Sintomáticas Refratárias sem

    encefalopatia prévia

    (EMT, displasias corticais focais, tumores de baixo grau, lesões cicatriciais, sequelas de AVC... )

    Dose-alvo baseada em 10-20 mg/kg/dia ± 30mg/kg/dia, guiada por

    nível sérico (4 – 12 µg%)

    Se não houve melhora significativa no controle das crises após o

    último incremento de dose oral e de nível sérico, é improvável que

    novos incrementos levem a melhor controle

    CBZ / OXCBZ

  • Lancet 2007, 369: 1000-15

    Desfechos:

    - tempo transcorrido sem falha terapêutica

    - remissão de crises por 12 meses

  • Lancet 2007, 369: 1000-15

    Tempo transcorrido até se declarar falha terapêutica:

    - LMT melhor que CBZ, GBP, TPM

    - LMT = OXCBZ

    Remissão de crises por 12 meses:

    - CBZ foi significativamente melhor do que GBP

    - CBZ similar a OXCBZ = LMT = TPM

    Persistência de controle por 2 e 4 anos:

    CBZ = LMT

  • Lancet 2007, 369: 1000-15

    LMT é clinicamente melhor do que a CBZ, a droga standard, em

    relação ao tempo para se declarar falha terapêutica sendo uma opção

    em termos de custo-eficiência para crises de início focal

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    Epilepsias Focais Sintomáticas Refratárias sem

    encefalopatia prévia

    (EMT, displasias corticais focais, tumores de baixo grau, lesões cicatriciais, sequelas de AVC... )

    Quais outros fármacos indicar em monoterapia ?

    Lamotrigina (LMT)

    Topiramato (TPM)

    Levetiracetam

    Lacosamida

    VPA ?? GPT ????

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    Epilepsias Focais Sintomáticas Refratárias sem

    encefalopatia prévia

    (EMT, displasias corticais focais, tumores de baixo grau, lesões cicatriciais, sequelas de AVC... )

    Qual fármaco escolher ?

    Idoso: LMT

    - início sempre lento e gradual – 12,5 a 25 mg/dia/semana

    - Se necessário, uso transitório de CLB como coadjuvante

    demanda cuidados por sedação e aumento de riscos de

    queda, transtorno de memória

    Brodie MJ, Overstall PW, Giorgi L. Multicentre, double-blind, randomized comparisonbetween lamotrigine and carbamazepine in elderly patients in newly diagnosed epilepsy: the

    UK Lamotrigine Elderly Study Group. Epilepsy Res, 1999; 37: 81-7

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    Epilepsias Focais Sintomáticas Refratárias sem

    encefalopatia prévia

    (EMT, displasias corticais focais, tumores de baixo grau, lesões cicatriciais, sequelas de AVC... )

    Qual fármaco escolher ?

    LAMOTRIGINA

    Evitar em mulheres em período fértil:

    - interferência com níveis de esteroides sexuais (falha no

    controle da anovulação e recidiva de crises em picos hormonais

    do ciclo menstrual – flutuação de nível de LMT)

  • Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Epilepsias Focais Sintomáticas Refratárias sem

    encefalopatia prévia

    (EMT, displasias corticais focais, tumores de baixo grau, lesões cicatriciais, sequelas de AVC... )

    Qual fármaco escolher ?

    TPM

    - Muitas vezes, não é testado como primeira monoterapia

    pelos efeitos adversos em cognição

    - Avaliar caso a caso

    - Pacientes com indicação de tratamento profilático de

    migrânea podem se beneficiar mais

  • Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Epilepsia, 41(8):977-980, 2000

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    encefalopatia prévia

    (EMT, displasias corticais focais, tumores de baixo grau, lesões cicatriciais, sequelas de AVC... )

    Qual fármaco escolher ?

    LEVETIRACETAM ?

    - Proposto como possível monoterapia em

    epilepsias focais, refratárias ou não

    - No Brasil, ainda não inserido no sistema público

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    Epilepsias Focais Sintomáticas Refratárias sem

    encefalopatia prévia

    (EMT, displasias corticais focais, tumores de baixo grau, lesões cicatriciais, sequelas de AVC... )

    Qual fármaco escolher ?

    LEVETIRACETAM ?

    - Inicialmente proposto como droga de adição em

    politerapia, vem sendo mais usado como primeira

    monoterapia para epilepsias focais e generalizadas, mesmo

    não refratárias;

    - Transtornos psiquiátricos, quadros psicóticos podem ser

    efeitos adversos que inviabilizam seu uso: não são dose-

    dependentes e irão reaparecer em uma segunda tentativa

  • Conclusão: LEV é eficaz como droga de adição em epilepsias refratárias. O efeito colateral mais freqüente foi tolerável, consistindo em alterações de humor (301 pacientes / 20% abaixo de 18 anos)

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

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    Epilepsias Focais Sintomáticas Refratárias sem

    encefalopatia prévia

    (EMT, displasias corticais focais, tumores de baixo grau, lesões cicatriciais, sequelas de AVC... )

    Quais as melhores combinações de fármacos ?

    CBZ / OXCBZ / LMT / TPM + Clobazam (CLB)

    - Se iniciado CLB como droga temporária e o paciente fica livre de

    crises, quando iniciar suspensão ?

    - Associação favorável: mecanismos de ação diferentes, indução

    enzimática fraca pelo CLB

    - Possibilidade de incremento de dose em períodos de descontrole

    (menstruação, stress, infecções...)

    - Risco de sedação aumenta / desaconselhável em idosos

  • Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Epilepsias Focais Sintomáticas Refratárias sem

    encefalopatia prévia

    (EMT, displasias corticais focais, tumores de baixo grau, lesões cicatriciais, sequelas de AVC... )

    Quais as melhores combinações de fármacos ?

    CBZ / OXCBZ / LMT / TPM + VPA

    - Associação favorável: mecanismos de ação diferentes que se

    somam no controle das crises

    - VPA é inibidor de sistemas enzimáticos hepáticos, favorecendo

    níveis séricos dos fármacos metabolizados pelo sistema do

    Citocromo P

    - VPA tem maior afinidade por ligação proteica > risco de intoxicação

    pela fração livre de FB, DPH, CBZ, OXCBZ

  • Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Epilepsias Focais Sintomáticas Refratárias sem

    encefalopatia prévia

    (EMT, displasias corticais focais, tumores de baixo grau, lesões cicatriciais, sequelas de AVC... )

    Politerapia com associação de 3 fármacos ?

    Risco aumentado de toxicidade > avaliar sempre a relação custo-

    benefício

    Associar fármacos com mecanismos de ação diversos

    Não combinar indutores enzimáticos potentes (FB + DPH / FB + CBZ

    / DPH + CBZ)

    Avaliações mais frequentes de níveis séricos, enzimas hepáticas,

    hemograma, sódio, amônia...

  • Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Epilepsias Focais Sintomáticas Refratárias sem

    encefalopatia prévia

    (EMT, displasias corticais focais, tumores de baixo grau, lesões cicatriciais, sequelas de AVC... )

    Esquemas de politerapia “racional” com 3 fármacos ?

    CBZ / OXCBZ + CLB + VPA

    CBZ + TPM + CLB

    inibição de canais de sódio (CBZ)

    inibição de aminoácidos excitatórios (NMDA)

    ação gabaérgica, receptores BZD

    TPM indutor enzimático fraco / só em doses elevadas

  • Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Epilepsias Focais Sintomáticas Refratárias sem

    encefalopatia prévia

    (EMT, displasias corticais focais, tumores de baixo grau, lesões cicatriciais, sequelas de AVC... )

    Esquemas de politerapia “racional” com 3 fármacos ?

    TPM + LMT + CLB

    CBZ + LMT + CLB

    inibição de canais de sódio (CBZ)

    inibição de aminoácidos excitatórios – NMDA (TPM)

    ação gabaérgica – BZD (CLB)

    TPM indutor enzimático fraco / só em doses elevadas

  • LAMOTRIGINA

    Bloqueio de canais de sódio-voltagem dependentes

    Alguma ação inibitória sobre receptores NMDA

    Ação em canais de cálcio *

    Ação seletiva regional no bloqueio de canais de sódio

    em neurônios do sistema tálamo-reticular*

    * ação anti-ausência ?

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

  • Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Epilepsias Focais Sintomáticas Refratárias sem

    encefalopatia prévia

    (EMT, displasias corticais focais, tumores de baixo grau, lesões cicatriciais, sequelas de AVC... )

    Esquemas de politerapia “racional” com 3 fármacos ?

    LEVETIRACETAM e LACOSAMIDA

    Podem ser tentados em adição a quaisquer dos outros

    esquemas citado, em bi ou tri-terapia

    Novas drogas, mecanismos diversos das anteriores

    Pouca interação com outros fármacos / sem indução de

    sistemas enzimáticos hepáticos

  • Encefalopatias

    Epilépticas e do

    Desenvolvimento

    Epilepsias Focais

    Sintomáticas Refratárias

    (etiologia diversa)

    Epilepsias Generalizadas

    Idiopáticas com

    comportamento refratário

    (Ausências e EMJ)

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Alguns cenários de possível refratariedade aos fármacos antiepilépticos

  • Epilepsias Generalizadas Idiopáticas com comportamento

    refratário (Ausências e EMJ)

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Ausências:

    Infantil

    Juvenil

    Ausência Mioclônica

    Mioclonia Palpebral com Ausência (Síndrome de

    Jeavons)

    Epilepsia Mioclônica Juvenil (EMJ)

    Crises Mioclônicas

    CGTC

    Ausências

  • Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

  • Epilepsias Generalizadas Idiopáticas com comportamento

    refratário (Ausências e EMJ)

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    VPA (ácido valproico, valproato de sódio ou divalproato de

    sódio)

    • 1ª Escolha para EGI em geral

    • Doses eficazes podem ser inferiores a 20 mg/kg/dia

    (pacientes de fácil controle)

    Etosuccimida

    • Para as síndromes com Ausências apenas, ocupa o mesmo o

    mesmo 1º lugar do VPA

    • Não previne CGTC e ação anti-mioclônica é fraca

  • Epilepsias Generalizadas Idiopáticas com comportamento

    refratário (Ausências e EMJ)

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Casos refratários ao VPA (persistência de crises em doses

    otimizadas, efeitos adversos intoleráveis)

    Tentar segunda monoterapia com:

    • Etosuccimida: se síndrome com Ausências apenas

    • LMT

  • LAMOTRIGINA em AUSÊNCIA INFANTIL

    Frank et al.. Lamictal (lamotrigine) monotherapy for typical absence seizures in

    children. Epilepsia, 1999; 40: 973-9

    Estudo duplo-cego comparando LTG com placebo em

    crianças e adolescentes com Epilepsia Ausência

    Doses de 2 a 15 mg/Kg/dia

    62% de casos livres de crises

    CONCLUSÃO: LMT foi muito mais eficaz do que o placebo no

    controle das ausências em crianças e adolescentes

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

  • Eficácia da LAMOTRIGINA

    Crises Focais Crises Generalizadas Tônico-Clônicas

    primárias ou secundariam/ generalizadas

    Crises de Ausência Típica e Atípica

    Tônicas generalizadas

    Atônicas

    Redução de 50% ou mais na freqüência de crises, em cerca de 25% dos pacientes com E. focal de difícil controle

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

  • Eficácia da LAMOTRIGINA

    Crises Mioclônicas de E. Mioclono-Astática

    Crises Mioclônicas de Ausência Juvenil

    Crises Mioclônicas de E. M. Juvenil*

    * Referências de piora de mioclonias

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

  • Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

  • Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

  • Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

  • Epilepsias Generalizadas Idiopáticas com comportamento

    refratário (Ausências e EMJ)

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Persistência de crises em doses toleráveis após teste das 3

    monoterapias (VPA, ETX, LMT)

    Monoterapia com TPM

    Monoterapia com LEV

  • TOPIRAMATO

    Amplo espectro anti-epiléptico

    Crises

    focais c/

    ou sem

    gener.

    2ária

    Crises

    Generalizadas

    Tônico-

    Clônicas

    Crises

    de

    Ausência

    Crises

    Mioclônicas

    Espasmos

    Epilépticos

    Crises

    Neonatais

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

  • TOPIRAMATO

    AUSÊNCIAS: 60% DOS PACIENTES COM CONTROLE TOTAL OU

    MELHORA SIGNIFICATIVA.

    Cross JH. “Topiramate monotherapy for childhood absence seizures: an

    open label pilot study”. Seizure 2002;11: 406-10

    C. GENERALIZADAS TÔNICO-CLÔNICAS: 56% DE PACIENTES COM

    >50% DE CONTROLE DAS CRISES EM RELAÇÃO A 20%COM PLACEBO.

    Biton et al. “A randomized, placebo-controlled study of topiramate in

    primary generalized tonic-clonic seizures” . Topiramate YTC Study Group.

    Neurology 1999; 52: 1330-7

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

  • Epilepsia, 41(8):977-980, 2000

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

  • Topiramate for the Treatment of Juvenile

    Myoclonic Epilepsy

    Patrícia da Silva Souza, Gerardo Maria de Araújo Filho, Eliana

    Garzon, Américo Ceiki Sakamoto, Elza Márcia Targas Yacubian

    Arq. Neuropsiquiatria 2005; (63 (3-B): 733-737

    22 pacientes

    “Topiramato mostrou-se eficaz e bem tolerado no tratamento da

    EMJ. Embora freqüentemente observados, os efeitos adversos

    foram toleráveis e a medicação pôde ser mantida na maioria dos

    pacientes”

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

  • LEVETIRACETAM

    Eficácia

    Crises Focais Refratárias, simp

    les ou complexas, com

    ou sem generalização

    2ária

    Crises

    Mioclônicas

    Crises da

    Epilepsia

    Generalizada

    Idiopática

    Transtorno Bipolar, Migrânea e Dor Neuropática

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

  • LEVETIRACETAM

    Eficácia em E. Mioclônica Juvenil

    10 pacientes resistentes responderam ao LVT

    2 ficaram livres de crises

    Krauss et al. “Efficacy of levetiracetam for treatment in

    juvenile myoclonic epilepsy.

    Seizure 1998; 7: 63-6

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

  • LEVETIRACETAM

    Início: 2 doses de 250 mg/dia, aumentando 500 mg a cada 2

    semanas

    Meia-vida de 6 a 8 horas (administração em 2 a 3 doses/dia)

    Mínima ligação a proteína plasmáticas (< 10%)

    Sofre o mínimo de metabolização (hidrólise enzimática em

    vários tecidos) / excretado em forma inalterada (52%) ou

    metabólito inativo

    Via de excreção principal: rins

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

  • LEVETIRACETAM

    Não induz enzimas do sistema P- 450

    Não altera os níveis de outras DAE, exceto por interação

    farmacodinâmica possível com CBZ (toxicidade após

    introduçào de LEV)

    Sem interações com warfarina ou digoxina

    Não altera níveis de contraceptivos orais

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

  • LEVETIRACETAM

    Reações Adversas

    As mais relatadas : fadiga, tontura, sonolência e cefaléia

    Relatos de alterações do humor, comportamento

    agressivo, quadro psicótico

    Abortamento espontâneo

    Convulsões

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

  • Epilepsias Generalizadas Idiopáticas com comportamento

    refratário (Ausências e EMJ)

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Persistência de crises em doses toleráveis após teste das

    monoterapias (VPA, ETX, LMT, TPM, LEV)

    Associações de 2 fármacos antiepilépticos

  • Epilepsias Generalizadas Idiopáticas com comportamento

    refratário (Ausências e EMJ)

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Associações de 2 fármacos antiepilépticos

    VPA + ETX (para ausências apenas)

    VPA + LMT (ATENÇÃO!!)

    Início muito gradual – 12,5 mg/dia a cada semana

    Interação farmacocinética dinâmica favorável / risco

    Aumento da meia-vida da LMT em até 60-70 horas

  • Epilepsias Generalizadas Idiopáticas com comportamento

    refratário (Ausências e EMJ)

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Associações de 2 fármacos antiepilépticos

    VPA + TPM (atenção para com amonemia)

    LMT + ETX

    TPM + LMT

    VPA + BZD (Clobazam, Clonazepam)

  • Encefalopatias

    Epilépticas e do

    Desenvolvimento

    Epilepsias Focais

    Sintomáticas Refratárias

    (etiologia diversa)

    Epilepsias Generalizadas

    Idiopáticas com

    comportamento refratário

    (Ausências e EMJ)

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Alguns cenários de possível refratariedade aos fármacos antiepilépticos

  • SURTO-SUPRESSÃO

    HIPSARRITMIA COMPLEXOS PONTA-ONDA LENTOS E

    DESCARGAS RÁPIDAS GENERALIZADAS

    ESTADO DEMAL ELÉTRICO

    DO SONO

    PE GENERALIZADOS E

    FOCAIS

    OUTRAS

    OHTAHARA E ENCEFALOPATIA. MIOCLÔNICA PRECOCE

    S. DE WEST S. DE LENNOX-GASTAUT

    S. LANDAU-KLEFFNER E POCS

    S. DE DRAVET

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Encefalopatias Epilépticas

  • Crises Epilépticas Neonatais

    Circunstanciais Síndromes Benignas

    Epilepsias Sintomáticas

    Síndromes específicas do

    período neonatal

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

  • Convulsões Neonatais Benignas Familiares e não-familiares

    Teta Pontiagudo Alternante-Interictal-

    Canalopatia KCNQ2 e KCNQ3

    Auto-limitada

    Pode se apresentar com refratariedade em

    algum período

    Mutações nos canais de K : KCNQ2 (20q13.3) e

    KCNQ3 (8q24)

    Epilepsia, 48 (Suppl. 2): 83-106, 2007

    Há uma versão grave desta canalopatia:

    Encefalopatia relacionada ao gene KCNQ2

  • Síndrome de Ohtahara Encefalopatia Mioclônica Precoce

    ENCEFALOPATIAS EPILÉPTICAS COM SURTO-SUPRESSÃO

  • Tratamento das crises epilépticas neonatais refratárias

    1)Ênfase na definição da etiologia e

    tratamento específico, se possível

    2)Uso de fármacos antiepilépticos

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

  • Tratamentos específicos em epilepsias neonatais secundárias

    a doenças metabólicas

    Dependência de Piridoxina

    Dependência de Piridoxal Fosfato

    Convulsões Neonatais Sensíveis a Ácido Folínico

    Deficiência de Biotinidase

    Deficiência de Síntese de Serina

    Doença de De Vivo (def do transp. Glicose para o SNC)

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

  • Tratamento de Crises Epilépticas Neonatais Refratárias com fármacos antiepilépticos

    DROGAS DE USO EV DE 1ª e 2ª LINHAS (ataque e manutenção)

    Fenobarbital

    Fenitoína

    Benzodiazepínicos (DZP, Lorazepam, Midazolam)

    OUTRAS DROGAS DE MANUTENÇÃO

    Topiramato

    Vigabatrina

    Lamotrigina

    Levetiracetam

  • FENOBARBITAL

    Dose de ataque usual : 20 mg/Kg - EV

    Dose máxima sugerida : 40 mg/Kg - EV

    FENITOÍNA

    Dose de ataque usual : 20 mg/Kg - EV

    Dose máxima sugerida : 30 mg/Kg - EV

    Tratamento de Crises Epilépticas Neonatais Refratárias com fármacos antiepilépticos

  • FENOBARBITAL E FENITOÍNA

    Sedação excessiva com o fenobarbital

    Níveis Séricos Acima De 40 g%

    Dificuldade De Via De Acesso P/ Infusão de Fenitoína

    Dificuldade de manutenção de níveis séricos adequados de

    fenitoína

    Ineficácia do tratamento com fenobarbital e fenitoína - controle

    somente em 50% dos casos de encefalopatias neonatais com

    crises freqüentes ou Status (Scher et al., 1989)

    Tratamento de Crises Epilépticas Neonatais Refratárias com fármacos antiepilépticos

  • PROSSEGUIR NO TRATAMENTO APÓS FB E DPH ?

    Crianças que estão com níveis séricos adequados (por vezes, acima

    do limite superior!) de Fb e DPH e continuam a ter crises:

    – citadas pela equipe da Neonatologia e Neurologia Infantil

    – confirmadas em EEG poligráfico como crises eletrográficas ou

    eletroclínicas

    – confirmadas em EEG poligráfico como Status Eletrográfico ou

    Eletroclínico

    USAR UMA TERCEIRA DROGA !

    Tratamento de Crises Epilépticas Neonatais Refratárias com fármacos antiepilépticos

  • PROSSEGUIR NO TRATAMENTO APÓS FB E DPH ?

    TESTE TERAPÊUTICO COM

    PIRIDOXINA !

    Tratamento de Crises Epilépticas Neonatais Refratárias com fármacos antiepilépticos

  • TESTE TERAPÊUTICO COM PIRIDOXINA

    100 a 200 mg/ dia

    Teste durante a realização do EEG – 100mg EV > diagnóstico

    100 mg VO : resposta pode aparecer em até ± 10 dias

    PROBLEMAS

    – Dificuldades com a formulação EV

    – Necessidade de manter controle de crises enquanto se aguarda o

    eventual efeito da Piridoxina

    Tratamento de Crises Epilépticas Neonatais Refratárias com fármacos antiepilépticos

  • QUAL A 3ª DROGA A SER USADA ?

    Se crises recorrentes citadas pela equipe médica, sem documentação na

    poligrafia, ou

    Crises eletrográficas isoladas na poligrafia sem caracterizar status

    USO DE UMA 3ª DROGA DE MANUTENÇÃO POR VIA ORAL

    Tratamento de Crises Epilépticas Neonatais Refratárias com fármacos antiepilépticos

  • • VIGABATRINA

    – Início com 50 mg/Kg/dia até doses máximas (200 mg/Kg/dia), se

    eficaz.

    • ÁCIDO VALPROICO

    – Início com 10 mg/Kg/dia com incrementos diários (10mg/Kg) até dose

    máxima, se eficaz e na dependência de efeitos colaterais.

    • CARBAMAZEPINA

    – Início com 10 mg/Kg/dia com incrementos diários (10mg/Kg) até dose

    máxima, se eficaz e na dependência de efeitos colaterais.

    Mizrahi & Kellaway. Diagnosis and Management of Neonatal Seizures. Lippincot-Raven, 1998

    Wasterlain & Vert. Neonatal Seizures. Raven Press, 1990

    Tratamento de Crises Epilépticas Neonatais Refratárias com fármacos antiepilépticos

  • Tratamento de Crises Epilépticas Neonatais Refratárias com fármacos antiepilépticos

  • Tratamento de Crises Epilépticas Neonatais Refratárias com fármacos antiepilépticos

  • Pacientes e métodos: Estudo transversal

    retrospectivo, envolvendo o levantamento dos

    prontuários de uma amostra de recém–

    nascidos que receberam VGB como tratamento

    para crises neonatais refratárias aos fármacos

    convencionais e status epilepticus, no período

    de janeiro de 2007 a março de 2014, no

    Serviço de Neonatologia e Terapia Intensiva

    Neonatal do HCFMRP-USP, mantendo

    seguimento ambulatorial por pelo menos 1 ano.

    Tratamento de Crises Epilépticas Neonatais Refratárias com fármacos antiepilépticos

  • Resultados: De 48 recém-nascidos

    avaliados, 34 (79,2 %) obtiveram

    controle de crises eletrográficas e/ou

    clínicas durante o período neonatal,

    havendo melhora no padrão

    eletrográfico após a introdução da VGB

    em 79%. Quanto aos critérios para sua

    indicação, 33,3% (16 indivíduos)

    iniciaram VGB devido a falha terapêutica

    no controle das crises com fenobarbital

    e/ou fenitoína; 27,1% (13 recém

    nascidos), pela presença de estado de

    mal epilético e, em 12 crianças (25%),

    por falha terapêutica do midazolam.

    Tratamento de Crises Epilépticas Neonatais Refratárias com fármacos antiepilépticos

  • USO DA VIGABATRINA APÓS A ALTA HOSPITALAR

    Se melhora da encefalopatia e controle total de

    crises, tentativa de retirada progressiva no seguimento

    ambulatorial, dentro dos primeiros 3 meses, com

    acompanhamento do EEG

    Se caracterizada uma encefalopatia epiléptica de difícil

    controle : manutenção da Vigabatrina durante o primeiro

    ano, com freqüente reavaliação do caso. Discute-se troca para

    VPA

    Tratamento de Crises Epilépticas Neonatais Refratárias com fármacos antiepilépticos

  • Tratamento com drogas antiepilépticas

    • LAMOTRIGINA

    – DOSES INICIAIS DE 12,5 mg/dia em dose única (4

    dias), com incrementos até controle

    – Barr et al., Pediatric Neurology 1999; 20: 161-163

    • TOPIRAMATO- Ho Cha et al., Epilepsy Research, 2002; 51: 217-232

    Tratamento de Crises Epilépticas Neonatais Refratárias com fármacos antiepilépticos

  • Tratamento de Crises Epilépticas Neonatais Refratárias com fármacos antiepilépticos

  • Tratamento de Crises Epilépticas Neonatais Refratárias com fármacos antiepilépticos

  • Tratamento de Crises Epilépticas Neonatais Refratárias com fármacos antiepilépticos

  • Tratamento de Crises Epilépticas Neonatais Refratárias com fármacos antiepilépticos

  • J Child Neurol 2000; S15-S21

    Tratamento de Crises Epilépticas Neonatais Refratárias com fármacos antiepilépticos

  • SURTO-SUPRESSÃO

    HIPSARRITMIA COMPLEXOS PONTA-ONDA LENTOS E

    DESCARGAS RÁPIDAS GENERALIZADAS

    ESTADO DEMAL ELÉTRICO

    DO SONO

    PE GENERALIZADOS E

    FOCAIS

    OUTRAS

    OHTAHARA E ENCEFALOPATIA. MIOCLÔNICA PRECOCE

    S. DE WEST S. DE LENNOX-GASTAUT

    S. LANDAU-KLEFFNER E POCS

    S. DE DRAVET

    Tratamento das Epilepsias: escolha de medicações e combinações mais eficazes ou manejo das Epilepsias refratárias

    Encefalopatias Epilépticas

  • Neuropediatrics 2015, 24 DOI http://dx.doi.org/ 10.1055/s-0036-1572411. ISSN 0174-304X.

    ACTH

    Corticosteróides

    Vigabatrina

    Outros fármacos:

    BZD Valproato de Sódio Topiramato Zonizamida Sulthiame

  • Neurosciences 2015; Vol. 20 (3): 207-212

  • Lancet Neurol 2015, Dez 23

    10 Centros nos USA

  • Lancet Neurol, Dez 2015

  • Lancet Neurol, Dez 2015

  • “Nossos achados sugerem que o canabidiol pode reduzir a frequência e pode ter um perfil adequado de segurança em crianças e adultos jovens com epilepsias altamente resistentes ao tratamento medicamentoso. Estudos randomizados e controlados com séries de pacientes são necessários para se determinar melhor o perfil de eficácia e tolerabilidade desta substância”

  • Considerações Finais

    Epilepsias Refratárias ocorrem em todas as faixas etárias e muitas

    não têm expectativa de tratamento cirúrgico, dependendo do manejo

    com fármacos antiepilépticos.

    Pacientes refratários devem ser abordados de forma personalizada

    por idade, tipo de síndrome e expectativas quanto à possibilidade de

    controle completo.

    A otimização de doses e combinações dos fármacos pode levar um

    paciente ao controle total, ou melhora significativa, ao longo do

    tempo.

    Propostas alternativas aos fármacos antiepilépticos, como tratamento

    cirúrgico, dieta cetogênica, fármacos não convencionais, como o

    Canabidiol, devem ser consideradas em pacientes com crises

    epilépticas refratárias.

    Tratamento de Crises Epilépticas Neonatais Refratárias com fármacos antiepilépticos

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