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FICHA TÉCNICA NOME DA PUBLICAÇÃO: HOUSELETTER CENTRO HOSPITALAR SÃO JOÃO | PORTO ; REDACÇÃO/EDIÇÃO/FOTOGRAFIA: GABINETE DE COMUNICAÇÃO E MARKETING; PROPRIEDADE: CENTRO HOSPITALAR SÃO JOÃO; DIRECÇÃO: CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO ABERTURA PROF. DOUTOR ANTÓNIO FERREIRA PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Reconhecimento aos Profissionais do Centro Hospitalar O Centro Hospitalar de São João procura constante- mente actualizar-se e proporcionar terapias de acordo com o estado da arte para os doentes que nos procuram. O Serviço de Neurocirurgia acaba de ser distinguido com uma Menção Honrosa na categoria “Prémio Bial de Medicina Clínica”, pelo tratamento inovador da doença de Parkinson, entre sessenta trabalhos a concurso. No final de Março foi aplicada uma nova solução para combater o cancro da próstata, a Braquiterapia, que recorre a sementes radioactivas que são colocadas à volta do tumor, destruindo-o. Um neuro-estimulador de nova geração, em que é que adoptada tecnologia usada em telemóveis, foi implan- tado pela primeira vez em Portugal. O recurso a estas inovações deve-se à dedicação dos Profissionais do Centro Hospitalar, não apenas das áreas acima destacadas, a quem manifesto o meu reconhecimento e a quem apelo para que, mesmo no meio das dificuldades, procurem manter-se actualiza- dos para melhor servirem o público. Catarina Carrinho Egidio Santos DESTAQUE Tratamento de doenças neurodegenerativas do São João recebe menção honrosa no Prémio Bial de Medicina Clínica 2010 A Bial atribuiu recentemente uma menção honrosa, na categoria de “Prémio Bial de Medicina Clínica” ao projecto de implementação da cirurgia de estimula- ção cerebral no tratamento da doença de Parkinson pelo Serviço de Neurocirurgia do Centro Hospitalar de São João. Este prática clínica é o elemento dife- renciador no tratamento das doenças neurodegene- rativas no panorama nacional e tem sido uma aposta do São João. O Prémio Bial de Medicina Clínica, um dos mais pres- tigiados galardões da área distinguiu dos mais de 60 trabalhos submetidos, oriundos de 8 países, o pro- jecto desenvolvido pelo Professor Rui Vaz que tem melhorado a qualidade de vida de muitos portugue- ses afectados por diversas doenças neurológicas, nomeadamente a doença de Parkinson. Esta intervenção cirúrgica que envolve uma equipa multidisciplinar composta por médicos e enfermei- ros dos Serviços de Neurologia, Neurocirurgia, Neu- rorradiologia, Psiquiatria e Medicina Física, tem um custo que ronda os 40 mil euros por doente e, apesar da conjuntura económica, é uma aposta do Centro Hospitalar de São João. Para além de ser o Centro Nacional com mais expe- riência nesta técnica, com cerca de 170 doentes lá operados, o Centro Hospitalar São João é a única uni- dade de saúde onde esta técnica é utilizada para tra- tamento da dor neuropática e da síndrome de Gille de La Tourette e introduziu na Península Ibérica, em Dezembro de 2010, a sua aplicação no tratamento da epilepsia refractária. Esta técnica que consiste na: “emissão de uma des- carga eléctrica muito reduzida no núcleo associado ao circuito que desencadeia a doença interferindo, assim, neste circuito que controla as descargas epi- lépticas e conseguindo melhorar os sintomas. Em termos concretos, são colocados dois eléctrodos profundamente no cérebro que ficam ligados a uma bateria que é implantada no Tórax, abaixo da claví- cula e gera descargas eléctricas. Os eléctrodos têm capacidade de autonomia para 3 a 5 anos”, explica Rui Vaz, Director do Serviço de Neurocirurgia do Hospi- tal de São João. Em conjunto com a FMUP foram constituídas par- cerias internacionais destinadas a desenvolver e melhorar este cada vez mais importante tratamento, única esperança de melhoria de muitos doentes, com o convite para Professor Afiliado da FMUP os Pro- fessores Jens Volkmann e Tipu Aziz que se deslocam anualmente ao Centro Hospitalar São João para rea- lizar cirurgias particularmente complexas. O Grande Prémio Bial, criado para destacar casos de excelência na área da Medicina condecorou, este ano, o professor de Neurologia Vladimir Hachinski pelo seu trabalho de investigação que relaciona os acidentes vasculares cerebrais e a doença de Alzhei- mer e que foi convidado para palestrante no Curso de Neurociência a realizar no Centro Hospitalar São João em Fevereiro de 2012. Houseleer Centro Hospitalar de São João | Porto n.º 17 | Junho 2011

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FICHA TÉCNICA NOME DA PUBLICAÇÃO: HOUSELETTER CENTRO HOSPITALAR SÃO JOÃO | PORTO ; REDACÇÃO/EDIÇÃO/FOTOGRAFIA: GABINETE DE COMUNICAÇÃO E MARKETING; PROPRIEDADE: CENTRO HOSPITALAR SÃO JOÃO; DIRECÇÃO: CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

ABERTURA PROF. DOUTOR ANTÓNIO FERREIRA PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Reconhecimento aos Profi ssionais do Centro Hospitalar

O Centro Hospitalar de São João procura constante-

mente actualizar-se e proporcionar terapias de acordo

com o estado da arte para os doentes que nos procuram.

O Serviço de Neurocirurgia acaba de ser distinguido

com uma Menção Honrosa na categoria “Prémio Bial de

Medicina Clínica”, pelo tratamento inovador da doença

de Parkinson, entre sessenta trabalhos a concurso.

No fi nal de Março foi aplicada uma nova solução para

combater o cancro da próstata, a Braquiterapia, que

recorre a sementes radioactivas que são colocadas à

volta do tumor, destruindo-o.

Um neuro-estimulador de nova geração, em que é que

adoptada tecnologia usada em telemóveis, foi implan-

tado pela primeira vez em Portugal.

O recurso a estas inovações deve-se à dedicação dos

Profi ssionais do Centro Hospitalar, não apenas das

áreas acima destacadas, a quem manifesto o meu

reconhecimento e a quem apelo para que, mesmo no

meio das difi culdades, procurem manter-se actualiza-

dos para melhor servirem o público.

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DESTAQUE

Tratamento de doenças neurodegenerativas do São João recebe menção honrosa no Prémio Bial de Medicina Clínica 2010A Bial atribuiu recentemente uma menção honrosa, na categoria de “Prémio Bial de Medicina Clínica” ao projecto de implementação da cirurgia de estimula-ção cerebral no tratamento da doença de Parkinson pelo Serviço de Neurocirurgia do Centro Hospitalar de São João. Este prática clínica é o elemento dife-renciador no tratamento das doenças neurodegene-rativas no panorama nacional e tem sido uma aposta do São João.

O Prémio Bial de Medicina Clínica, um dos mais pres-tigiados galardões da área distinguiu dos mais de 60 trabalhos submetidos, oriundos de 8 países, o pro-jecto desenvolvido pelo Professor Rui Vaz que tem melhorado a qualidade de vida de muitos portugue-ses afectados por diversas doenças neurológicas, nomeadamente a doença de Parkinson.

Esta intervenção cirúrgica que envolve uma equipa multidisciplinar composta por médicos e enfermei-ros dos Serviços de Neurologia, Neurocirurgia, Neu-rorradiologia, Psiquiatria e Medicina Física, tem um custo que ronda os 40 mil euros por doente e, apesar da conjuntura económica, é uma aposta do Centro Hospitalar de São João.

Para além de ser o Centro Nacional com mais expe-riência nesta técnica, com cerca de 170 doentes lá operados, o Centro Hospitalar São João é a única uni-dade de saúde onde esta técnica é utilizada para tra-tamento da dor neuropática e da síndrome de Gille de La Tourette e introduziu na Península Ibérica, em Dezembro de 2010, a sua aplicação no tratamento da epilepsia refractária.

Esta técnica que consiste na: “emissão de uma des-carga eléctrica muito reduzida no núcleo associado ao circuito que desencadeia a doença interferindo, assim, neste circuito que controla as descargas epi-lépticas e conseguindo melhorar os sintomas. Em termos concretos, são colocados dois eléctrodos profundamente no cérebro que fi cam ligados a uma bateria que é implantada no Tórax, abaixo da claví-cula e gera descargas eléctricas. Os eléctrodos têm capacidade de autonomia para 3 a 5 anos”, explica Rui Vaz, Director do Serviço de Neurocirurgia do Hospi-tal de São João.

Em conjunto com a FMUP foram constituídas par-cerias internacionais destinadas a desenvolver e melhorar este cada vez mais importante tratamento, única esperança de melhoria de muitos doentes, com o convite para Professor Afi liado da FMUP os Pro-fessores Jens Volkmann e Tipu Aziz que se deslocam anualmente ao Centro Hospitalar São João para rea-lizar cirurgias particularmente complexas.

O Grande Prémio Bial, criado para destacar casos de excelência na área da Medicina condecorou, este ano, o professor de Neurologia Vladimir Hachinski pelo seu trabalho de investigação que relaciona os acidentes vasculares cerebrais e a doença de Alzhei-mer e que foi convidado para palestrante no Curso de Neurociência a realizar no Centro Hospitalar São João em Fevereiro de 2012.

Housele� erCentro Hospitalar de São João | Porton.º 17 | Junho 2011

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Neuro-estimulador com tecnologia dos smartphones

Recentemente, o Centro Hospitalar São João im-

plantou o primeiro neuro-estimulador que adapta

a produção de estímulos eléctricos à posição do

corpo do utente, em Portugal. Esta tecnologia, usa-

da nos smartphones e tablets, detecta e adapta-se

ao movimento, produzindo os estímulos correctos,

quer o corpo esteja na vertical ou na horizontal.

A cirurgia para a implantação deste dispositivo foi

realizada numa utente com síndroma dos anticor-

pos antifosfolipídio, patologia que, devia à coagu-

lação do sangue, não permitia uma correcta circu-

lação nos membros inferiores, provocando dores e

cansaço constantes.

O neuro-estimulador, ligado à medula, emite cho-

ques eléctricos que dilatam os vasos sanguíneos,

permitindo a melhor circulação do sangue pelo

corpo, resolvendo assim o problema de isquemia

da utente.

Esta nova tecnologia, além de se adaptar à posição

do utilizador, permite o uso de um comando, que ao

encostar ao local onde está implantado o neuro-es-

timulador, permite ver o estado da bateria e o nível

de estimulação do aparelho.

A Braquiterapia já é utilizada no São João

Semana da Alergia

No dia 31 de Março o Centro Hospitalar de São João realizou, pela primeira vez, a Braquiterapia, prática eficaz no tratamento do cancro da prósta-ta. Até hoje, o procedimento já foi realizado mais sete vezes neste hospital.

A Braquiterapia é um tipo específico de Radiote-rapia. Esta técnica consiste na colocação de se-

A semana da Alergia, realizada entre 3 e 5 de Maio, no Centro de Ambulatório Médico do São João, obteve grande satisfação e curiosidade por parte dos utentes e foram prestados esclarecimentos a mais de 250 pessoas.

Nesta iniciativa pretendia-se sensibilizar, escla-recer, rastrear e recolher informações acerca das

mentes radioactivas à volta do tumor que libertam pequenas doses de radiação, afectando as células cancerígenas. Com esta técnica é possível que os órgãos à volta do tumor sejam pouco afectados pela radiação, prevenindo a ocorrência de efeitos secundários, como a incontinência urinária e a dis-função eréctil.

As sementes são colocadas através de um pro-cedimento minimamente invasivo sob anestesia, através de agulhas que são inseridas pela pele do períneo. As sementes permanecem dentro da próstata e libertam radiação localizada durante um determinado número de meses, com o objecti-vo de destruir o tumor.

A Braquiterapia é um procedimento que demora cerca de uma hora, não exige internamento e pro-

principais doenças alérgicas e serviços prestados à comunidade.

Recorrendo a questionários elaborados para o efeito, instrumentos frequentemente utilizados como método de rastreio, 93 pessoas solicitaram observação pela especialidade de Imunoalergolo-gia, 33% por suspeita de asma, 74% por suspeita de rinite/ conjuntivite, 27% por suspeita de alergia cutânea, 12% por suspeita de alergia a medica-mentos, 10% por suspeita de alergia a alimentos e 3% por suspeita de alergia a veneno de insectos.

As doenças alérgicas são, de facto, cada vez mais comuns, mas podem ser facilmente controladas se forem correctamente identificadas e tratadas. Pela primeira vez foi também efectuada uma ava-liação do conhecimento e utilização dos serviços

porciona aos doentes um curto período de recupe-ração, já que é possível retomarem as suas activi-dades quotidianas em poucos dias.

O cancro da próstata mata cerca de 1800 portu-gueses por ano e é o terceiro tipo de cancro mais frequente no nosso país, segundo a Associação Portuguesa de Urologia. O São João espera rea-lizar cerca de 40 tratamentos de Braquiterapia durante 2011 e vai ser extremamente rigoroso na indicação deste procedimento.

de Imunoalergologia por parte dos utentes do hospital, onde se verificou que o nível de informa-ção acerca das patologias alérgicas é deficiente, bem como o encaminhamento para a consulta de especialidade.

Esta iniciativa incluiu a apresentação das diferen-tes actividades do Serviço de Imuno-Alergologia e áreas de intervenção da especialidade e cada dia contou com uma temática diferente. Durante a Semana da Alergia estiveram presentes médicos do Serviço organizador para a prestação de escla-recimentos sempre que estes fossem solicitados.

Também a Associação Portuguesa de Asmáticos (APA) marcou presença no evento, no dia 3 de Maio, Dia Mundial da Asma.

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5º Dia de Controlo da Infecção

Campanha de Higienização das Mãos 2010

No dia 28 de Abril decorreu, na Aula Magna da Fa-culdade de Medicina da Universidade do Porto, o 5º Dia de Controlo da Infecção, evento organizado pela Comissão de Controlo da Infecção do Centro Hospitalar São João.

O discurso de abertura do evento esteve a cargo da Directora Clínica, Margarida Tavares. Nesta sessão foi feita a apresentação pública da consti-tuição da Comissão de Controlo da Infecção pela sua coordenadora, Natália Ribeiro.

No passado dia 28 de Abril, aquando da con-ferência do 5º Dia de Controlo de Infecção, foi apresentado o resultado da Campanha de Higie-nização das Mãos 2010.

O facto de, em Portugal, morrer cerca de 1% dos doentes internados por causa de infecções torna esta problemática uma importante causa a com-bater. Assim, o Hospital São João desenvolveu uma campanha na qual a lavagem das mãos é um passo fulcral na redução das infecções hospitalares.

A iniciativa defende a lavagem das mãos em cin-co momentos chave na relação dos profi ssionais com os pacientes: antes do contacto com o do-ente, antes de procedimentos assépticos, após a exposição a material orgânico, depois do contac-to com o doente e posteriormente ao contacto com o ambiente envolvente do doente.

Destes momentos a lavagem das mãos antes e depois do contacto com o paciente são os mais fulcrais na prevenção de infecções. No primeiro momento, antes do contacto com o paciente só são lavadas as mãos 53% das vezes e no quarto momento este número aumenta para 74%, resul-tados a nível nacional.

Quanto às classes profi ssionais conclui-se que os Enfermeiros são os que mais lavam as mãos, apresentando um resultado de 72%. Seguem-se os Assistentes operacionais com 58% e fi nal-mente os médicos com 50%.

Perante os resultados é possível perceber que se podem melhorar os procedimentos de forma a evitar o risco de infecções hospitalares, não só com o aumento da frequência de lavagem das mãos mas também com a utilização de soluções alcoólicas nesse procedimento e na higienização do local de prestação de cuidados.

A conferência contou com a presença de vários palestrantes, dos quais se destaca Elaine Pina, especialista na área, que levou à sessão o tema da Infecção Nosocomial. A apresentação mostrou dados sobre a dimensão desta problemática e de-monstrou que cerca de 70% das infecções noso-comiais exógenas podem ser evitadas. Elaine Pina destacou a importância de cumprimento de todas as medidas de precaução básicas e da responsabi-lização dos profi ssionais por casos de infecções adquiridas no Hospital.

Edgar Botelho Moniz, do Serviço de Patologia Clínica, apresentou os dados Microbiológicos de 2010 a partir dos quais destacou o tema da cres-cente resistência aos antimicrobianos e atestou os dados desta problemática no Centro Hospi-talar São João. Também a cargo de Edgar Moniz esteve a divulgação da Carta Epidemológica do Centro Hospitalar São João, que será distribuída brevemente.

A conferência contou com a exposição de resul-tados da campanha de higienização das mãos de 2010, pelo Enfermeiro Arnaldo Dias. Esta apresen-tação remeteu para a importância em formar os profi ssionais de saúde em relação à higienização continuada das mãos e do ambiente hospitalar como meios de evitar a propagação de infecções. Uma solução simples apresentada por Arnaldo Dias foi a utilização frequente de Soluções Alcoóli-cas para a higienização das mãos.

Durante a conferência fi cou provado que a preven-ção da infecção é mais barata que o tratamento da mesma, sendo urgente o cumprimento de medi-das de prevenção, bem como criatividade na cria-ção de novas.

No encerramento da sessão o público, que encheu a Aula Magna, teve a oportunidade de intervir. Foram colocadas dúvidas acerca das medidas a adoptar para evitar a propagação de infecções no hospital e foram avançadas sugestões à Comissão de Controlo da Infecção para uma maior efi ciência do seu trabalho.

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Bolsa D. Manuel de Mello Enfermeira do São João apresenta estudo em Bruxelas

Novo equipamento de monitorização neurofisiológica intra-operatória específica no São João

Um projecto do investigador André Lourenço, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), foi premiado com a Bolsa D. Manuel de Mello, no valor de 12 500 euros. O projecto “Papel do tecido adiposo e da sobrecarga ventricular na fisiopatologia da disfunção diastólica” trata sobre a obesidade e insuficiência cardíaca.

O investigador está ligado ao Centro Hospitalar São João, onde integra o Serviço de Anestesiolo-gia e o Centro de Cirurgia Cardiotorácica. André Lourenço é licenciado em Medicina na FMUP, docente no Serviço de Fisiologia da mesma fa-culdade e faz parte da Unidade de Investigação e Desenvolvimento Cardiovascular.

O trabalho premiado permitirá determinar os me-canismos através dos quais a obesidade e a sobre-carga de pressão promovem o aparecimento de disfunção diastólica e insuficiência cardíaca dias-tólica. Como objectivo deste projecto está a sua contribuição para o aperfeiçoamento e criação de estratégias terapêuticas que possam modificar o rumo da insuficiência cardíaca diastólica.

A Bolsa D. Manuel de Mello, atribuída pela funda-ção Amélia da Silva de Mello, premeia jovens mé-dicos que desenvolvam projectos de investigação clínica no âmbito das unidades de Investigação e Desenvolvimento das Faculdades de Medicina Portuguesas. A atribuição anual desta bolsa visa contribuir para o avanço das Ciências da Saúde.

Sofia Nunes, Enfermeira do Centro Hospitalar São João e Doutoranda em Biomedicina na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) esteve em Bruxelas, no 11th Annual Spring Mee-ting on Cardiovascular Nursing, organizado pelo Council on Cardiovascular Nursing and Allied Pro-fessions da Sociedade Europeia de Cardiologia, para apresentar, em forma de poster, a sua inves-tigação, intitulada de “Gestão da Doença Cardio-vascular: condicionalismos dos factores de risco, mudanças de comportamentos e estilos de vida”.

Os objectivos deste estudo passam por analisar se os doentes vítimas de Enfarte Agudo do Miocár-dio mudam os seus comportamentos e estilos de vida após o internamento, e ainda por descrever as relações entre as características individuais e as referidas mudanças. Através destas descrições pormenorizadas e da sua análise, pretende-se conhecer melhor esta população de doentes e desenvolver estratégias futuras no que diz res-peito ao acompanhamento dos mesmos após a hospitalização. A ambição fulcral da investigação é optimizar a gestão da doença promovendo o en-volvimento do paciente, de modo a diminuir resul-tados negativos, que em muito podem dificultar a qualidade de vida dos doentes e também os cus-tos associados aos cuidados de saúde.

O Centro Hospitalar São João adquiriu recente-mente um equipamento que garante que os do-entes submetidos a intervenções de alto risco de paralisia, como a cirurgia de escoliose realizada no serviço de Ortopedia e a cirurgia de tumores no interior da coluna, tenham menos risco de perder a mobilidade.

A monitorização neurofisiológica intra-operatória é uma técnica que consiste na utilização de mé-todos electrofisiológicos e potenciais evocados para monitorizar a integridade funcional das es-truturas nervosas durante uma cirurgia.

Esta técnica pode auxiliar a identificar situações potencialmente perigosas para a força nos mem-bros do paciente, como o trauma cirúrgico, a isque-mia à distância ou a baixa perfusão medular.

O dispositivo de monitorização neurofisiológica intra-operatória específica, com 32 canais, é utili-zado no Bloco Operatório Central pelas especiali-dades de Ortopedia e Neurocirurgia.

O equipamento em causa permitiu realizar, pela primeira vez em Portugal, a monitorização do fun-cionamento da medula colocando um eléctrodo acima e abaixo do tumor (onda D). Com este pro-

cedimento cumpre-se a função de redução de ris-co de paralisia associado a algumas intervenções cirúrgicas.

Diversos estudos têm demonstrado a importân-cia das monitorizações intra-operatórias para a diminuição de sequelas pós operatórias. Assim, o Centro Hospitalar São João encontra-se na van-guarda da técnica para oferecer aos seus utentes soluções de tratamento mais seguras.

A investigação ainda se encontra em curso, sen-do que está a ser desenvolvido o seguimento dos pacientes. Ainda assim já é possível concluir que numa primeira fase os doentes sentem receio e medo mediante a nova realidade que os acompa-nha e a maioria refere que irá mudar o seu estilo de vida. O desenvolvimento de factores de risco cardiovascular tem uma forte associação com os seus estilos de vida e as suas características in-dividuais. Para além disso, analisando o impacto económico da doença, os doentes não têm a per-cepção dos custos em saúde e não demonstram preocupações nesse sentido.

Esta investigação, sob a orientação de Rui Nunes e Guilhermina Rego, ganhou uma bolsa de investiga-ção da Fundação para a Ciência e Tecnologia e a au-tora foi premiada com uma bolsa de inscrição no 11th Annual Spring Meeting on Cardiovascular Nursing.

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Caminhada por aldeias mágicas da Serra de São Macário

No passado dia 14 de Maio, o Serviço de Humani-zação organizou mais uma caminhada para profis-sionais do Centro Hospitalar de São João e seus familiares. Desta vez, o destino escolhido foi a Serra de São Macário, em São Pedro do Sul.

Por entre aldeias mágicas, 110 caminheiros ven-ceram os obstáculos naturais impostos por um trajecto de montanha com recortes paisagísticos de imponente beleza. Com o ponto de partida no topo da Serra de São Macário, os participantes iniciaram a caminhada com a descida ao fundo do vale, onde reside abrigada de ventos e tempesta-des “uma jóia perdida na serra”: a Aldeia da Pena, povoado quase todo ele erigido em xisto, avulta o enquadramento bucólico da paisagem.

Da Pena, por um estreito e escarpado trilho de cortar a respiração, seguimos em direcção a Co-vas do Rio, sempre acompanhados pelo fluente ribeiro de águas cristalinas e ladeados pela ver-dejante vegetação, num percurso que, segundo

conta a lenda, o morto matou o vivo. Chegados a Covas do Rio, aldeia situada na base da Serra de São Macário, tomámos rumo até Covas do Monte.

Escalando agora pausadamente os recortes das encostas da serra e desfrutando das vistas que a paisagem a todos presenteava, os caminheiros foram-se aproximando. Em Covas do Monte, pará-mos. Tarde feita, fomos familiarmente acolhidos pela Associação de Amigos de Covas do Monte, onde os participantes puderam retemperar o es-forço até então dispendido degustando um sabo-roso e tradicional almoço servido na antiga escola primária.

Após o comensal momento de confraternização, todos voltaram ao caminho, para percorrerem os derradeiros metros que nos levariam de novo ao topo da Serra de São Macário, onde os autocarros já nos esperavam para fazer a viagem de regresso ao Porto.

Corpos cansados e mentes refrescadas, após uma jornada de 12 Kms de intensa caminhada e sa-lutar convívio, aguardaremos por mais iniciativas destas!

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O pólo do Porto do Centro Hospitalar São João foi anfitrião das “I Jornadas de Enfermagem dos Serviços de Pedia-tria”, nas quais foram discutidos temas relacionados com as crianças com ne-cessidades especiais.

Fundação Museu do Douro é parceira do São João

I Jornadas de Enfermagem dos Serviços de Pediatria no São João

A fundação Museu do Douro e o Centro Hospitalar de São João são parceiros, possibilitando assim que os colaboradores do São João beneficiem de condições especiais para visitar esta instituição.

O Museu do Douro dispõe de um conjunto de serviços e instalações culturais e comerciais de interesse para a Região Demarcada do Douro, consagrada pela UNESCO de Património Mundial.Esta fundação é o resultado da reabilitação de um dos edifícios mais emblemáticos da história da re-gião, a Casa da Companhia Velha, e é constituída por Área de Exposições, Restaurante, Loja, Arqui-vo, Biblioteca, Sala de Leitura e ainda o “Wine Bar”, com vista para o rio Douro.

O debate constituiu uma exposição das opiniões da ARS Norte, do Centro Regional de Segurança Social do Porto, da Comissão de ética do Hospital de São João, de um enfermeiro do Centro de Saú-de de São Mamede de Infesta, de uma enfermei-ra do Serviço de Pediatria do São João e de uma mãe de uma criança com necessidades especiais quanto a algumas temáticas tais como as ajudas técnicas e o futuro destas crianças. A plateia es-teve composta por técnicos da área social, de enfermagem e mães que testemunharam as suas vivências na primeira pessoa. O painel de orado-res e esta assistência heterogénea proporcionou uma discussão construtiva, moderada pela jorna-lista da TVI Lígia Marta.

A par das palestras que foram realizadas tam-bém esteve exposta, no Atrium Hospitalidade do Pólo do Porto, uma mostra de várias associações apoiantes do tema das jornadas que divulgaram as suas actividades e distribuíram informação ao público sobre as mesmas. Para além das asso-ciações estiveram expostas várias fotografias, a concurso, a serem votadas pelos participantes nas Jornadas.

O Coro da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral marcou presença com uma actuação no encerramento das Jornadas, momento em que fo-ram entregues os prémios para as Comunicações Livres e para a Mostra de Fotografias.

O Museu do Douro também conta com uma ex-posição permanente, intitulada de “Memória da Terra do Vinho”, onde são mostrados os elemen-tos mais caracterizadores da região vinícola do Douro: a actividade vinícola, a construção da paisagem, o percurso da produção de vinhos de excelência, o relevo, a fauna e a flora, os rabelos, as quintas seculares, o património histórico, a tradição da vindima, os utensílios, as imagens de grandes marcas de vinho do Porto.

A Fundação Museu do Douro, como parceira do Centro Hospitalar, oferece a todos os colaborado-res do São João, desde que devidamente identifi-cados como tal, condições especiais para o aces-so a esta extensa mostra cultural, representativa da região do Douro.

Consulte os descontos que este protocolo pro-porciona a todos os colaboradores do Centro Hospitalar de São João na Intranet em: Comunida-de-Protocolos externos.

A sessão solene de abertura contou com o discur-so da Directora Clínica do Centro Hospitalar, Mar-garida Tavares, que, juntamente com o Joãozinho, mascote da Pediatria do Centro Hospitalar, rece-beu da organização das Jornadas um cheque de 5 mil e 500 euros, a reverter para o projecto “Um lugar pró Joãozinho”.

Durante os dois dias de trabalhos foram discu-tidos os novos desafios da prática dos cuidados continuados em crianças, foram apresentadas experiências de sucesso na área da lida de meno-res com doenças crónicas e foi ainda debatida a actual conjuntura e o futuro que se espera para os problemas ligados a estas crianças.