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QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA 2 a Quinzena de Agosto de 2010 Ano XXX - No. 1092 Modesto, California $1.50 / $40.00 Anual www.portuguesetribune.com www.tribunaportuguesa.com [email protected]

Tribuna Portuguesa, 15 de Agosto 2010

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Tribuna Portuguesa, 15 de Agosto 2010

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QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

2a Quinzena de Agosto de 2010Ano XXX - No. 1092 Modesto, California$1.50 / $40.00 Anual

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2 15 de Agosto de 2010SEGUNDA PÁGINA

Year XXX, Number 1092, Aug 15th, 2010

A RTP que temosEDITORIAL

A RTP gasta (e faz bem) milhares de euros com os programas CONTACTO, mas nunca lhes prestou muita atenção. A ideia foi política e a RTP arrima-se à sua gestão continental e deixa

os Contactos por sua alta recreação, quer eles sejam bons, maus ou péssimos. Vem isto a propósito de termos lido em altas paragonas que começa em Setembro na RTP1, um programa sobre a vida de sucesso dos portugueses além-fronteiras.Isto quer dizer o quê? Quer dizer que a RTP nunca aceitou, até porque nunca autorizou que os Contactos fossem vistos em Portugal na RTP1, RTP2, RTPN. Passou durante uns tempos na RTP Africa. E quem é que via a RTP Africa?Nunca aceitou, porque sempre duvidou da qualidade de-les, nunca aceitou, porque, muitos deles mostraram e bem os sucessos das nossas comunidades e os sucessos de muita gente de valor. Mas para quê aceitar que os Contac-tos fizessem esse trabalho se a RTP (que vive à custa dos dinheiro do Estado, isto é, das taxas do povo português) também gosta de viajar, de mandar os seus reporteres pelo mundo fora. Enfim, quem trabalha com o dinheiro dos ou-tros, consola-se.Este programa a sair em Setembro é uma autêntica bofeta-da de luva branca a todos os Contactos deste mundo. Mostra o descaramento de não acreditar nas nossas gentes de qualidade.Se fosse comigo mandava a RTP à fava, até que eles me tratassem de igual para igual.

Nota: sou um acérrimo defensor da RTP e da RTPi.

jose avila

Crónicas do Perrexil

J. B. Castro Avila

Viajar pelos Acores duran-te seis semanas dá para ver muita coisa, para apreciar muitos recantos

que já nem nos lembrávamos-nos deles, dá para encontrar pessoas amigas e desconhecidas, dá para apreciar um certo paraíso perdi-do que ainda existe nas Ilhas, mas também dá para perceber que depois de tantos anos nesta nossa terra das Americas, é dificil comprender si-tuações que nos fazem confusão, como esta que nos aconteceu - de-morou 31 dias para recebermos um cartão multibanco (débito) de um Banco residente nos Açores.Pelo contrário, as comunicações, quer aéreas, quer marítimas, quer na internet, são uma pequena ma-ravilha. Basta dizer que só num dia a SATA movimentou 9100 pessoas. A velocidade da internet é 16 vezes mais rápida do que a que temos em Modesto. Uma viagem da Horta à Praia da Vitoria no Hellenic Wind, demora 3 horas e seis minuitos. Da Terceira à Graciosa, duas horas e da Terceira a São Miguel 3 horas e meia, isto sómente com 3 motores, porque o quarto estava avariado.

Um estudante paga 5 euros para qualquer ilha, um reformado paga 12 euros para visitar qualquer Ilha dos Açores. Pagámos 32 euros para irmos da Terceira a São Jorge e o mesmo no regresso. Quem quiser ir em primeira classe paga um adicio-nal de 10 euros. Os navios (2) à dis-posição, podem levar 680 pessoas e 180 carros e tem 100 metros de com-primento. Um carro paga 100 euros da Terceira a São Miguel.No entanto o clima está todo bara-lhado, como em muitas zonas do planeta. Ainda não houve verão nos Açores. Há mais nuvens nas Ilhas por metro quadrado do em toda a California. Tanto aparece o sol, como chove e as nuvens negras ameaçam o dia e às vezes até a noite. Alguma coisa estamos a fazer mal, porque nem a Graciosa é poupada a este tipo de tempo enevoado e humi-do, numa Ilha cuja altitude máxima é de 400 metros.Mas o mar, o mar, esse continua lim-po, quase diríamos divinal. A polui-ção no ar é diminuta e mesmo com o excesso de carros existentes na Ter-ceira e São Miguel a qualidade do ar é muito aceitável.

No entanto, ao lado de maravilhas, encontramos "desastres" chamados culturais, tais como a escultura em frente ao Liceu de Angra, a escul-tura nos Portões de São Pedro, a escultura de Antonio Dacosta, no Cantagalo, que num dia de copos em Paris decidiu homenagear o Espírito Santo com a mais estupida ideia do planeta. E que dizer do mamarracho existente na Rotunda do Aeroporto? Será que foi aceite só porque o autor era médico?A pergunta é simples: quem é que aceita todos estes mamarrachos em nome da cultura? Que raio de cultu-ra é esta? E ainda dizem que há doi-dos em São Rafael.Além das festas tradicionais, que movimentam na Terceira milhares de pessoas, há todos os anos um fe-nómeno cultural/popular da maior importância. Referimo-nos à COFIT - Festival Internacional de Folclore dos Açores, que já vai na sua XXVI edição.Tem sido sempre um sucesso e irá continuar a sê-lo por muitos e bons anos.Continuaremos estas reflexões na próxima quinzena.

Mamarrachos, quem os quer?

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3COMUNIDADE

Duas Rainhas, Mãe e Filha, uma capa

fotos de Diliana Pereira

Estas fotografias tem 31 anos de diferença - a primeira mostra a Rainha Junior de Vallejo em Maio de 1979, Paula Morais e na segunda, sua filha Alexandra Gouveia, Rainha Pequena em Benecia a 25 de Maio de 2010. Alexandra é filha da Paula e Paulo Gouveia e neta da Lucia e Mateus Morais. A capa é a mesma com pequenas alterações.

Laura e Tito Rebelo celebraram 45 anos de casados - O Ca-samento teve lugar no dia 25 de Julho de 1965 na Igreja de São Pedro em Ponta Delgada. Foram padrinhos da noiva o Dr. Silva Fraga, de quem a Laura era secretaria e sua esposa D. Ana Conde, e do noivo os tios da noiva Aires e Filomena Couto.A direita:

Bodas de Oiro do Casal Orlando e Maria TavaresA Festa realizou-se a 13 de Fevereiro deste ano no Hilton Hotel em Fremont, e teve a presença dos filhos, noras, netos, muita familia e amigos, que quiseram partilhar com os aniversa-riantes este importante dia da sua vida.

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4 15 de Agosto de 2010COMUNIDADE

Veja a reportagem da sua Festa sempre que anuncie no Tribuna

Nunca serei daqui

Quando a minha irmã, que vive aqui na Califórnia, resolveu ir a São Miguel celebrar o seu quinquagésimo aniversário na-

talício, eu marquei logo a minha passagem e não disse nada a ninguém. Fomos em voos separados e ela chegou lá 4 dias primeiro do que eu. Durante o voo da Unided Airlines de San Francisco para Boston quando chegou a hora de servirem o lanche eu pedi uma sandwich. Tirei dinheiro, do bolso, para pagar e a hospedeira não aceitava dinhei-ro. Teria que pagar com cartão de crédio. Por incrível que pareça, havia deixado os cartões de crédio em casa. Estava com tan-ta fome que já havia dado uma dentada na sandwich e como não podia pagar pensei logo: - Vão me mandar juntar o lixo ou algo que se pareça para que eu pague a minha co-mida. Ofereci-me para lavar os pratos mas não aceitaram. Disse que poderia ajudar o piloto nas manobras e a moça não gostou da brincadeira e não ficou lá muito con-tente comigo. A passageira que estava ao meu lado, puxa pelo seu cartão de crédito e paga-me o lanche. Agradeci e queria lhe dar o dinheiro mas ela não aceitou. Eu e mais a minha companheira de viagem co-meçamos numa conversa animada sobre mil e uma coisas e o tempo foi passando e quando o piloto disse que dentro de minu-tos estaríamos a aterrar em Boston, fica-mos surpreendidos. Mais umas horas de espera pela SATA internacional, embarquei mais os outros Portugueses todos que estavam por ali e 4 horas e 40 minutos depois alterávamos

no aeroporto da Nordela ao qual chamam de João Paulo II. Aluguei um táxi e pou-cos minutos depois tocava a campainha de casa de minha irmã. Eram mais ou menos 8 horas da manhã. Ninguém atendeu e eu bati à porta. O resultado foi o mesmo. Deixei a mala junto à porta e fui pelas tra-seiras da casa. Minha mãe estava a lavar umas roupas, eu cheguei-me para mais perto dela e disse: -Eh senhora! Ai o meu rico filho, foi a exclamação dela. Chorou, riu, gritou ao ponto de acordar toda a gente que estava a dormir e que sa-íram dos quartos na corrida pensando que algo de grave lhe havia acontecido. Começam uns a esfregar os olhos ainda cheios de ramelas e cansados talvez da festa do dia antes e ninguém voltou para a cama. Diz minha mãe. Agora sei que não morro do coração. Se o meu coração aguentou com este susto, aguenta com tudo. Estive em São Miguel 8 dias e fui ao Pico no fim-de-semana. Corri São Miguel quase todo, vi muita coisa nova e boa e vi outras que são mesmo de bradar aos céus como por exemplo as obras que fizeram nas ter-mas da Ferraria. Gastaram uma quantida-de de dinheiro e não houve um engenheiro com capacidade para ver que as escadas que lá fizeram é uma autêntica burrice. Os degraus mal têm espaço para se por os pés e a altura e largura dos mesmos deve ser directamente proporcional ao quoeficiente de inteligência de quem provocou tal abor-to. O fim-de-semana que estive no Pico o que para mim é sempre agradável coinci-

diu com a festa da Senhora do Carmo em Santo Amaro, freguesia onde nasceu a mi-nha mulher. Vi uma quantidade enorme de amigos, comi lapas e cavacos e no Sába-do à noite tive que sair do arraial porque o som da música era tão alto que tenho a certeza que alguns esqueletos deram a vol-to no cemitério. No total estive 14 dias fora de casa. Gostei das minhas curtas férias. Fui à pesca com meu cunhado no seu iate e apanhamos umas garoupas. Baloucei ao sabor das vagas, senti nos lábios o salgado do nosso mar, vi as verdes paisagens e o

azul e verde das lagoas, ouvi os assobios do melro negro, os gritos das cagarras e dos garajaus. Ao pensar que estava tão longe de casa, realizei que já não sou de lá mas, também, nunca serei daqui...

Ao Sabor do Vento

José [email protected]

Trade Rite Market & Bacalhau Grill

Bodas de Ouro

Joe e Rosalina Medeiros nasceram no Salão, Ilha do Faial, Açores.Casaram a 18 de Fevereiro de 1960, têm duas filhas Nicky e Debbie, 5 netos e 1 bisneto.Para celebrarem esta tão querida data, toda a familia, num total de 13 pessoas, partici-param num cruzeiro inesquecível. Parabéns a toda a família.

O ex-Rosa Trade Rite Market no Alum Rock em San José, tem novos proprietários - Maria Mayolos e Luis Lourenço, e até mudou de nome para Trade Rite Market & Bacalhau Grill.A intenção dos novos donos é criar um novo ambiente, quer na parte de vendas quer na de restaurante. Propõem-se ter produtos portugueses, brasileiros e mexicanos.Numa comunidade tão pobre em número de restaurantes e mercados, como a nossa, esta aposta da Maria e do Luis, de continuarem, embora remodulando o antigo Rosa Trade Rite Market, é uma mais valia para todos nós.É quase uma obrigação da nossa comunidade suportar este tipo de ideias e até incen-tivar outras pessoas a aderirem a este novo projecto.Na parte da restauração vamos ver novas formas de apresentação de pratos do nosso fiel amigo "bacalhau", além de outros tradicionais da nossa rica culinária.Façam-lhes uma visita e depois digam-nos se valeu a pena.

foto de filomena rocha

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5COLABORAÇÃO

Tribuna da Saudade

Ferreira Moreno

No magnífico livro A Gracio-sa Ilha, (texto de Victor Rui Dores, fotografia de José Nascimento Fernandes Ávila,

edição 2009), lê-se: “Na segunda semana d’Agosto realiza-se o acontecimento maior da Graciosa: as Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres, que à ilha atrai inú-meros forasteiros, bem como emigrantes em romaria de saudade. A completar a parte religiosa, existe a vertente profana que inclui diversas actividades como tou-radas, exposições, actividades desportivas e muita animação musical”.Do artigo àcerca do culto do Senhor San-to Cristo na ilha Graciosa, assinado por Maria das Mercês da Cunha Albuquerque Coelho, e incluído no livro Peregrinos do Senhor Santo Cristo, publicado o ano pas-sado por Daniel de Sá, apraz-me transcre-ver o seguinte:“O dia maior das festividades, agora no segundo domingo d’Agosto, já fora trans-ferido do mês de Setembro nos finais da década de 50, a fim de aproveitar a ame-nidade do clima e evitar as chuvas com a aproximação do Outono, reforçada ainda pela coincidência de ser nessa altura que a ilha se recheia mais de gente, com os filhos da terra que voltam de férias, e os emi-grantes que escolhem a época p’ra saciar a saudade, num esforço de compromisso em aproveitar a oferta recreativa e cuiltu-ral, sem negar a devoção devida ao Senhor milagroso”.

O cerimonial tem início no sábado à tarde com a mudança da imagem da igreja da Misericórdia p’rà Matriz de Santa Cruz. Domingo é o ponto mais alto da festa re-ligiosa com a procissão percorrendo as principais ruas do centro da vila, encer-rando-se na segunda feira com o retorno em procissão, no sentido inverso, da ima-gem p’rà Misericórdia. A actual imagem de meio corpo é do século 19, de idênticas características com a sua congénere de S. Miguel, ou seja, capa com jóias, cana na mão e coroa de espinhos na cabeça enci-mada por um resplendor de prata.A igreja da Misericórdia advém de longa data e foi devidamente mencionada por Gaspar Frutuoso nas Saudades da Terra (Livro VI, Capítulo 43). A este respeito, no livro Igrejas & Ermidas da Graciosa (1986), o padre jesuíta graciosense Vital Cordeiro Dias Pereira, falecido há dois anos, deixou dito que “o interior deste an-tigo templo dispõe de três altares. No al-tar-mór venera-se uma valiosa imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres, ladeada pelas imagens de Nossa Senhora da Saúde e da Rainha Santa Isabel. Nos altares late-rais existem imagens do Senhor Crucifica-do (à esquerda) e de S. João Baptista (à direita). A festa do orago Santo Cristo é de grande concorrência e considerada a pri-meira da Graciosa”.Foi nesta igreja da Misericórdia, igual-mente chamada Igreja do Santo Cristo, que por meados do mês d’Agosto de 1654

entrou o pa-dre António Vieira e seus 40 compa-nheiros, dos quais quatro eram tam-bém sacer-dotes, após o naufrágio ocorrido nas i med ia ções do Corvo. Re c ol h idos por um navio pirata holan-dês, foram desembarca-dos na Graciosa. Ali, perante a imagem do Santo Cristo, Vieira rezou, celebrou e pregou, ficando assim demonstrado que, já a esse tempo, era grande a devoção popular oa Senhor Santo Cristo na Graciosa.Acrescente-se, no entanto, que a referida imagem do Senhor não era esta que agora lá se encontra entronizada, mas sim uma outra mais antiga e tosca, muito expressiva e devota, e de talha pintada, descoberta em 1976 e representando o mesmo passo da vida de Cristo, assegurando-nos dest’arte quer a antiguidade, quer a continuidade do culto do Santo Cristo em terras da Graciosa.Merece destaque apontar ainda que a actu-al imagem é do século dezanove.

Embora seja do nosso conhecimento que, antigamente, também se dava o nome de Santo Cristo a todos os crucifixos, parale-lamente com as imagens do Ecce Homo, o certo é que, desde os começos, o orago principal da igreja da Misericórdia foi o Senhor Santo Cristo na figura tradicional do Ecce Homo.A fechar, e apenas a título de curiosidade p’rós apaixonados da tauromaquia, resta-me lembrar que, a partir de 1966 foi intro-duzida a festa brava, que faz cartaz com duas corridas feitas na cratera dum peque-no vulcão extinto sobranceiro à vila, onde foi construída a praça, e que tem trazido nomes notáveis de cavaleiros do toureio nacional, somando-se ainda duas popula-res touradas à corda.Pertence a Rosalie de Sousa este par de quadras:

Minha ilha Graciosa,Foste meu berço ao nascer;Estou mesmo ansiosaP’ra te voltar a ver.

Sinto saudades de ti,Querida ilha mimosa;És a mais linda que vi,Basta o nome Graciosa.

Santo Cristo na Graciosa

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6 15 de Agosto de 2010COMUNIDADE

As "três mais pertinentes perguntas" da Quinzena

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Era Uma Vez Uma Homenagem e um LivroA Casa dos Açores da Califórnia organizou no pretérito dia 28 de Julho, na sua sede em Hilmar, um Sarau Cul-tural, para apresentar o livro andanças de pedra e cal da autoria poeta, contista, dramaturgo, cronista e romancis-ta, Álamo Oliveira, e homenagear Miguel Canto e Castro, popular director de programa de rádio na Califórnia.

A apresentação deste livro de poesia – a trigésima quarta publicação do autor – personagem muito importante no mundo literário açoriano, deu ensejo à comunidade por-tuguesa de conviver com Álamo Oliveira, e de o escritor conhecer, mais de perto, a importante comunidade por-tuguesa daquela área. O autor foi apresentado por Tony Goulart, Vice Presidente da Portuguese Heritage Publica-tions, a editora comunitária que, há dois anos, lançou no mercado a versão inglesa do popular romance I No Lon-ger Like Chocolates (Já Não Gosto de Chocolates).

Álamo Oliveira agradeceu, comovidamente, à Casa dos Açores e à vasta audiência a gentileza da sua presença na-quela noite, expressando ainda o seu sincero apreço e ad-miração pela comunidade portuguesa da Califórnia, com que tem mantido contactos assíduos, e pelo carinho como sempre tem sido recebido. O poeta foi agraciado com uma placa comemorativa do lançamento do livro andanças de pedra e cal por Vital Marcelino, Presidente da Casa dos Açores.

Em seguida, Marcelino teceu um rasgado elogio à rele-vante obra radiofónica de Miguel Canto e Casto em prol da comunidade portuguesa ao longo de mais de meio sé-culo, oferecendo ao homenageado um placa em reconhe-cimento pela obra realizada. Comovido, Miguel Canto e Castro agradeceu o gesto da Casa dos Açores e dedicou este reconhecimento público a seus pais que, segundo o próprio, foram os verdadeiros percursores e ele apenas o continuador desta obra radiofónica de mais de meio sé-culo.Para terminar a noite, a Casa dos Açores apresentou um excelente espectáculo musical que incluiu um enorme le-que de talentos nas suas fileiras, com a actuação do grupo de cantares da matança do porco e a Tuna da Casa dos Açores. Depois foi o momento do fado com as fadistas Lizete Jorge e Carmencita, dois novos valores no espectro musical comunitário, acompanhadas pelo conjunto de gui-tarras da Casa dos Açores. O sarau musical terminou com cantigas ao desafio por Adelino Toledo, António Azevedo e Vital Marcelino. A grande surpresa da noite foi certa-mente a actuação de Álamo Oliveira que, após insistência dos cantadores ao desafio, subiu ao palco e, pela primeira vez na sua vida, também “deitou” a sua cantiga.Está de parabéns a Casa dos Açores e a comunidade por-tuguesa de Hilmar pela brilho da festa.

ZR

Oh Sr. José, porque é que as camas dos Açores são tão duras?

Oh Sr. José, porque é que ainda se cospe tanto para o chão nas nossas Ilhas?

Oh Sr. José, só há um tipo de papel higiénico nas Ilhas?

Quem souber, que responda!

Tuna da Casa dos Açores de Hilmar

Que instrumento é que o Miguel Canto e Castro está a tocar?

À direita: Álamo Oliveira, um dos maiores escritores açorianos

Tony Goulart apresentando o escritor Álamo Oliveira

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7COLABORAÇÃO

Rasgos d’Alma

Luciano [email protected]

Para os filhos da mimosa Ilha Li-lás, sobretudo aqueles oriundos do Ramo Grande, Vitorino Ne-mésio é símbolo literário de imen-

so orgulho, no que de melhor a Terceira tem para oferecer, de livro aberto ao povo leitor.A Praia da Vitória, onde nasceu, honra lhe seja feita, não perde uma oportunidade de o homenagear, nem jamais se esqueceria de o convidar para ir à festa. Nemésio, um conviva por excelência que adorava o terreiro e as suas cantigas, nunca vem de mãos vazias. Tem e terá sempre algo para oferecer a quem permanece atento à sua obra, ou nela busca inspiração.Inspirados n’ “A Torre do teu peito”, os praienses e seus milhares de convidados bailaram este ano ao redor da sua “Festa Redonda” com o brilhantismo e a alegria que lhes vem sendo habitual. Quem lá es-teve é quem o diz.Eu, cá por mim, francamente, já não sei o que hei-de dizer de quem, ano após ano, continua a doar o melhor do seu esmerado talento e da sua afectuosa dedicação, ao fo-goso brio com que a mui respeitável Praia da Vitória se apresenta no raiar de cada Agosto aos que a visitam pelas Festas. Ali-ás, sei, mas não vou aqui repeti-lo. Tanto o José Avelino Simões Borges como Paulo Codorniz já dispensam quaisquer apresen-tações e adicionais elogios pela brilhante composição da marcha que anualmente embeleza os festejos. A vasta comunidade de ausentes, que, uma vez mais, adoraria a oportunidade de por lá ter passado, e que não dispensa de forma alguma o ensejo de poder ouvir a bonita música ou, no caso

específico cá do jornal, de se deleitar a ler nas calmas a briosa letra que dá ânimo à festa.Até Nemésio se sentiria, tremendamente, orgulhoso destes, bem como dos demais dedicados carolas, que nunca se cansam de dar o seu melhor pela sua e nossa Praia.De modo algum poderia eu também dis-pensar-lhes esta pequena homenagem aqui transcrita com a fervente saudade que me arde no peito.

Hà umas boas dezenas de anos, Vitorino Nemésio escreveu e publicou in “Festa Redonda”:

“Quatro torres tem a Praia:Espital, Cambra e Matriz.Falta a torre do teu peito,Quem no sabe é… quem o diz!”

Há poucas semanas, o meu bom amigo Paulo Codorniz inspirou-se e eu registo:

“Crescem torres de alegria, A Praia tem, neste dia,De dia para dia, Torres de alegriaSem que a gente pense, Erguidas ao céu.Postas em papel de embrulho A lua, o sol e a brumaCom laços de orgulho Cobrem cada uma,De se ser praiense. Vestem-lhe um véu.São torres muito bem feitas, Desfilam carros de lume

Esguias, direitas, Que deixam perfumeDe traço perfeito; Na areia molhada.Mais de quatro, podem crer, Chegam marés de mil floresÉ tão fácil ver E juram-se amoresPorque estão a jeito, Na noite fechada.Basta olhar cada um, A Praia é este jardim,Não tem mal nenhum, A Praia é assim,São torres do peito. E pronto, e mais nada!

Nemésio partiuA caixa à viola,Quando hoje ouviuRufar a tarola.Saltou para a rua,Passou-se da tolaA Praia é mais suaE agora consola.Saiu montado,De telha corrida,Num cavalo alado

Foi para a AvenidaEntrou na folia, Aos ombros do povo;A festa corria Como vinho novo.Comeu e bebeu,Dançou pela ruaE adormeceuNos braços da luaE, no seu regaçoColocou-se a jeito:Fechou num abraçoA torre ao peito.”

Um abraço que eu renovo nesta saudade que até arrepia.

A Torre do teu Peito

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8 15 de Agosto de 2010COLABORAÇÃO

"Os (Meus)amigos da Terceira"

Vieram de muito longe, da outra Costa, para se encontrarem na Ca-lifornia com outros amigos e talvez com algum parente disperso por

estas bandas. A Casa do Benfica recebeu-os com festa, com alegria e até se fez serão com sardinha assada, outras iguarias e boa músi-ca. A boa disposição é de cada um que gosta de confraternizar e criar bom ambiente, mas

se houver uma ajudinha, o objectivo será con-seguido de melhor maneira. Victor Santos foi essa forma de dar alegria, com as suas canções que convidaram à dança e algumas anedotas.No Domingo, dia 18 de Julho, toda a Caravana dos Amigos da Terceira foi à Missa na Igreja Nacional Portuguesa das Cinco Chagas. Cento e seis pessoas encheram os bancos que muita gente deixa vazios por esta altura das festas em outras partes, e no final o celebrante Rev. Pa-dre António Reis gentilmente convidou todos

os visitantes a subirem os degraus do Altar, como forma de reconhecimento e onde foram tiradas fotos para o álbum de memórias.Às Cinco horas da tarde a Banda Portuguesa de São José foi pequena para o povo que acu-diu a ver o espectáculo de Teatro e variedades, como se usa dizer, ainda que na realidade se tratasse de uma Opereta, vistosa e alegre. “A Herança”, o tema da peça de teatro, antigo e

sempre actual, com quadros da vida presente, que nos fez reviver situações muito semelhan-tes às vividas nas melhores famílias imigradas, entre diversas canções interpretadas por vozes frescas e harmoniosas com orquestra ao vivo, sob a batuta do maestro Luís Gomes. Interpretações estupendas, bem conseguidas por artistas de teatro bem à altura dos seus personagens, em suma uma tarde bem pas-sada, que sabe-se lá agora quando virá outra assim que nos deixe bem dispostos para levar para casa que lembrar e contar, que os Amigos da Terceira em boa hora vieram à California para fazer e deixar novas e boas amizades com lembranças que hão-de perdurar até ao próxi-mo encontro.Victor Santos, aquele rapazinho de oito anos que um dia veio para a América com os seus pais, é hoje um senhor que, não se esqueceu da língua portuguesa que primeiro aprendeu na sua Ilha Terceira, na sua Terra-Chã, seu berço e de muitos que foram intérpretes da arte de Talma e de vozes que têm sabido levar longe a terra natal, e que mais tarde, devido ao em-penho dos pais aperfeiçoou, está de parabéns não só pelo seu talento, de escrever, de com-pôr e cantar com a linda voz que Deus lhe deu, mas também por essa persistência de trazer à ribalta luzes que fazem falta aos espíritos tris-tes, pouco iluminados também por desafeitos, devido ao cansaço do dia-a-dia da vida. Todos estão de parabéns! Até os espectadores, por terem sabido receber os Amigos da Terceira em diversos salões da California, com os bem merecidos aplausos.

Agua Viva

Filomena [email protected]

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9COLABORAÇÃO

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10 15 de Agosto de 2010COLABORAÇÃO

Reflexos do Dia–a–Dia

Diniz [email protected]

Memorandum

João-Luís de [email protected]

Quem tem medo da

coragem...?

Em tempo de crise todos temos o potencial de abarcar

outros patamares e atingirmos metas inalcançáveis

Stuart Wilde, autor britânico

Os Estados Unidos encontram-se num verdadeiro pântano económico. Tal como

na vasta maioria dos países oci-dentais a dita crise prolonga-se e há pouca luz no fim do túnel. O desemprego continua a roçar os 10% e as entidades políticas esfolam-se para se culparem mu-tuamente. Os Republicanos per-sistem em que a redução da carga fiscal (de preferência aos mais en-dinheirados) é a única resposta, Os Democratas argumentam que é necessário mais investimento pela parte do governo federal. Porém, o que ainda não entrou na equação, no debate nacional, é a necessidade de termos uma análise séria e profunda sobre o problema do desemprego. Há que saber-se porque é, e como foi, que a América perdeu 8 milhões de postos de trabalho? Há que reestruturar a economia para que seja mais equitativa para todos os americanos.As raízes desta crise económica datam a administração de Ronald Reagan, quando a ideologia con-servadora começou a dominar as políticas económicas deste país. Não é assim tão difícil recordar-mos que Reagan, e os seus acó-litos, tinham como filosofia prin-cipal três concepções perversas. Primeiro, se o governo ajudar os ricos a ficarem ainda mais ricos,

esses farão cair alguns tostões para as classes média e baixa, o chamado "trickle down econo-mics." Segundo, o mítico merca-do livre, incluindo as bolsas, são inerentemente auto-vigilantes, daí que não há necessidade de haver qualquer regulamentação governativa. Terceiro, os Esta-dos Unidos não necessitariam de qualquer estratégia económi-ca, porque tal viria da chamada "consequência natural" dos mer-cados livres. Destes três insolentes conceitos resultaram um período de 32 anos em que a classe média ame-ricana, as famílias que trabalham neste país, foram completamente abandonadas em prol das classes mais favorecidas. As desigualda-des amplificaram. Os ricos fica-ram muito mais ricos. Os pobres mais pobres. O país que criou uma classe média forte e com grande mobilidade viu-a decres-cer. Com a era de Ronald Rea-gan, o poder das multinacionais e pluricontinentais aumentou enquanto que os sindicatos, os únicos representantes dos inte-resses das classes trabalhadoras, praticamente desapareceram. Os salários multimilionários dos di-rectores das grandes empresas (os CEOs) impeliram, enquanto que ampliaram o número de fa-mílias com salários miseráveis. A ideologia conservadora criou uma economia frágil e urdida, em que a habitação representava mais de dois terços do Produto Interno Bruto (PIB). Foi a cons-trução exagerada, as compras de casas cada vez maiores, do mobi-liário mais caro e acima de tudo:

hipotecar até ao máximo as habi-tações para se manter um nível de vida decente. Quando o chama-da "bolha do crédito" rebentou, a economia, toda ela sem qualquer regras, e baseada no crédito fácil, entrou, como se sabe, num declí-nio total resultando na crise em que nos encontramos e que estará connosco por mais alguns anos. Para que a economia americana seja sustentável é essencial que se crie cerca 110 mil postos de tra-balho todos os meses. Para que o desemprego decresça para um índice considerado pelos econo-mistas como "razoável", ou seja entre os 6.5 e os 7%, será neces-sário. segundo os mesmos peritos, criar-se mensalmente, durante os próximos três anos, cerca de 300 mil postos de trabalho. Para que tal aconteça, é imperativo que se crie as seguintes condições: as classes baixa e média têm que gastar dinheiro; as empresas têm que empregar mais trabalhadores e os novos postos de trabalho têm que pagar salários decentes. É que ao contrário da teoria conser-vadora dos Republicanos de Ro-nald Reagan a economia nunca crescerá apenas com o poder de compra dos mais endinheirados. Os empresários terão que cessar uma prática nociva que aconte-ce um pouco por todo o mundo laboral, ou seja: preenchimen-to das vagas com trabalhadores temporários, que recebem salá-rios miseráveis e sem qualquer beneficio, quer no capo da saúde quer na segurança no emprego.. Os novos empregos não podem caminhar pela via recentemente anunciada pelas agências noti-

ciosas, segundo as quais, dos 630 mil postos de trabalho criados até à data neste ano de 2010, cerca de 80% são empregos no sector dos serviços que pagam salários bai-xíssimos.

Desde a presidência de Ronald Reagan que o número de empre-gos sustentáveis tem

decrescido. Os bons empregos nas fábricas de automóveis, por exemplo, têm sido substituídos pelos trabalhos nos restaurantes de fast-food. Criou-se uma eco-nomia com o pretexto que todos os cidadãos, para sobreviverem, teriam que estar altamente endi-vidados. A América tem neste momento o que já foi descrito por muita gen-te como: um cancro económico. Daí que há que proceder-se a uma cirurgia radical. Há que ultra-passar-se a demagogia política. Há que legislar e executar polí-ticas eficazes. Há que dizer-se, sem qualquer desassossego, que o modelo conservador de Ronald Reagan, infelizmente alimentado no que concerne a liberalização dos mercados por Bill Clinton, não funcionou. Há que dizer-se aos Republicanos que a respos-ta não está na redução da carga fiscal dos mais endinheirados, mas em medidas equitativas que criem oportunidades para todos. Em políticas baseadas na justiça social. É essencial que entre as políticas partidárias de um ano de elei-ções (acontecem em Novembro de 2010), haja coragem para se proceder uma reestruturação da carga fiscal que cesse as injus-

tiças às classes média e baixa e favoreça os mais ricos. Os mais ricos t6em que pagar mais im-postos. Há que haver uma nova injecção de dinheiros públicos na economia, algo vá além de um plano de salvação dos funcioná-rios públicos, mas que aposte na renovação das infra-estruturas do país. É essencial que se crie um programa ao estilo do "New Deal" de Roosevelt. Mais, o go-verno federal tem que ter voz activa nas politicas económicas. Há que haver regras nas bolsas, nos bancos, nas seguradoras, neste jogo económico que se chama capitalismo. O Presidente John F. Kennedy disse algures: "os chineses usam duas pinceladas para escreverem a palavra crise. Uma pincelada representa o perigo, a outra a oportunidade. Numa crise há que reconhecer o perigo e apro-veitar a oportunidade." Daí que esta poderá ser uma das últimas grandes oportunidades para nos libertarmos das políticas econó-micas que os conservadores nos têm impingido durante os últi-mas três décadas. Porque a situação económica continua a ser grave nos EUA, há reconhecer as ameaças e utilizar estas vivências para se instituir politicas perspicazes e consis-tentes que salvem as classes tra-balhadoras e a mobilidade social que fez a América o grande país que é. Esta poderá ser uma das últimas grandes oportunidades para nos libertarmos das políti-cas económicas que os conserva-dores nos têm impingido durante os últimas três décadas.

Desde jovem tenho pro-curado escutar o mur-múrio coado do pen-samento (a pensar não

se envelhece) para me proteger da poluição sonora da pregação venenífera dos amanuenses do status-quo. São feitios. É possivel que os desígnios do meu tempe-ramento me tenham protegido das vulnerabilidades da opulên-cia obscena cultivada pelo man-darinismo lusitano. O saldo da conta da minha rica-pobreza não serve de exemplo a ninguém. Reconheço, contudo, que há ainda vários modos de conviver com a pobreza involun-tária; há quem se sirva da pobreza como “alavanca” psico-religiosa para melhor explorar a má-cons-ciência dos herdeiros profissio-nais das classes possidentes...O já desbotado decreto emocio-nal de amar os pobres (e odiar a pobreza) já deu provas da sua ineficácia operacional. Não me parece possível eliminar a mi-

séria (a pobreza é apenas o ros-to mais visível da miséria) com ferramentas aritméticas, ou seja, duplicando ou triplicando, por milagre populacho, o rendimento individual. Assim que as comu-nidades acendem o foguete de lá-grimas do progresso material, os indivíduos depressa “descobrem” novas, exigentes, quiçá desne-cessárias ‘necessidades’. Mais: a trajectória comum dessas supos-tas necessidades começa como mera ostentação, e termina como imperativo irreversível...O conceito popular de Democra-cia “anda nas bocas do mundo” há mais de dois mil e quinhentos anos. Sempre que observamos a fundo o princípio da igualdade na pobreza (em que “o jantar serve de ceia”) ressalta-se-nos à vista o vírus da gripe económica (vamos comparar, metaforicamente, ao vírus da ‘sida social’) cuja propa-lacão ameaça desaguar no ocea-no do ‘terrorismo económico’...Gostaria de acreditar que, no pei-to da cidadania democrática, há

um nobre guerrilheiro-moral a esgrimir a verdade relativa das coisas; um salmo de justiça so-cial patente nas danças e cantares do povo, nas suas emoções e tra-dições étnico-religiosas. Vamos sugerir que promessas de bem-estar não são juras bíblicas: são porventura gotas de palavras que se esgueiram pelas sinuosidades do eterno-bem; são lascas de ver-dades arrancadas ao madeiral do pensamento. É por isso que, em pleno esfervilhar da vida, bastas vezes temos de recuar (corajosa-mente) para tomar fôlego e conti-nuar o avanço (mesmo que para-lelamente)...Vamos perguntar ao Verão em curso: como irás neutralizar a passividade adolescente (e não só) em relação às drogas ilegais? Que novidades trazes aos dois milhões de “fora da lei” que pululam nas cadeias norte-americanas? Qual o teu projecto relativamente ao Serviço Nacional de Protecção às Crianças, para além da contensão disciplinar e da punição legal do

imundo flagelo pedófilo? Que me dizes do terrorismo sócio-cultu-ral que continua a adiar sine die a alvorada da meritocracia? Quan-tos quilómetros de comprimen-to apresenta a parada anual dos mercenários do oportunismo...?

.../.../...

E já agora vamos torcer o leme da diáspora em di-recção aos Açores. Vejamos: quando ire-

mos celebrar o natal da C.O.P.A. (Cruzada de Organização Popu-lar Açoriana), que gostaríamos de ver integrada por Sindicatos, Es-colas, Empresas, Organizações desportivas e recreativas, para acicatar a Administração Regio-nal a reconhecer a sua demorada, embora por vezes compreensível, “dor de ser quase”? Será que va-lerá a pena aguardar as melhoras do reumatismo alternativo da oposição regional? ... creio que nesta conjuntura esti-val (2010) seria importante “per-

der a oportunidade para perder a oportunidade”. Ou seja: a autono-mia politico-administrativa dos Açores não deve ser humilhada pela hipótese de ser apequenada à mera circunstância dum waiting room for the last trip...

Caro Verão de 2010: há ainda gente com medo da coragem... e há também muitos viventes apa-vorados pela chegada da Liber-dade (sobretudo pelo temor da responsabilidade individual que tal eventualidade implica...).

A Crise Económica nos EUAAs raízes, as soluções e as oportunidades

Page 11: Tribuna Portuguesa, 15 de Agosto 2010

11COLABORAÇÃO

Finalmente a produção de leite “orgânico” recebe re-gulamentos firmes sobre métodos de pastagens

Enquanto que a bola elástica, no mercado residencial e financei-ro cresce e rebenta, os

produtores de leite “orgânico” recebem os regulamentos quanto ao uso obrigatório das pastagens na sua produção, ao mesmo tem-po que a bola elástica da indus-tria de criação de gado, produção e comercialização de produtos orgânicos, acaba também por re-bentar.Desde 2002 a 2007 as vendas do leite e produtos orgânicos explo-diram com um crescimento anual de 20%, e foi uma carreira verti-ginosa para produzir mais e mais para um mercado que parecia in-saciável,. Depois em 2008, o ba-lão rebentou.Segundo os peritos de “Organic Valley’s Dairy”, foi quando as coisas começaram a cair na eco-nomia nacional e esta como mui-tas outras companhias (algumas aqui da Califórnia) não haviam antecipado, e quando acordamos o mundo estava parado, o consu-midor deixou de comprar, inven-tários transbordaram e definiti-vamente fizemos uma paragem brusca.

Enquanto que o segmento de $1.3 biliões de leite orgânico na in-dustria de lacticínios procurava resolver a sua primeira descida, o novo regime no Departamento da Agricultura dos Estados Unidos estava-se preparando sériamente para fazer cumprir os regulamen-tos para a produção de produtos orgânicos. Em Fevereiro de 2010 de (USDA) publicou uma série de regulamentos para animais produzidos organicamente para a produção do leite orgânico, tais como pastar durante toda a du-ração da época de pastagens lo-cais com o mínimo de 120 dias e minimamente 30% da sua dieta derivado das pastagens e as no-vilhas devem estar nas pastagens no mínimo aos 6 meses de idade. Kathie Arnold uma produtora de leite orgânico e “leader” no cen-tro de New York, acredita que o programa nacional de USDA vai ser agressivo sob a liderança de “Miles McEvoy’s”, como depu-tado administrador do “National Organic Program”. E como maio-res desafios, está o facto de que os preços caíram drásticamente nos últimos 18 meses para todo o leite orgânico ou convencional, o que originou a falência de duas unidades industriais, uma destas no Norte da Califórnia. Por esta razão, no primeiro dia do corren-te ano, “Organic Valley’ recebeu

273 explorações e desenvolveu um sistema de quotas reduzindo em 7% a produção de leite, afir-mando que bem ou mal não havia outra alternativa para sobreviver, estavam vendendo leite extra, pagando aos produtores $28.00 por cwt e vendendo-o a $12.00 cwt, quando conseguiam mer-cado.Os consumidores e activis-tas orgânicos patrocinaram o movimento das pastagens, incluindo um processo ge-ral contra Aurora Dairies em Colorado, que alega que os animais em restrição aos cur-rais, não são orgânicos devido

à falta de pastagens. Entretanto a USDA faz as decisões e os tribu-nais decidirão, enquanto isto, os produtores continuam à espera de melhores dias.

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Page 12: Tribuna Portuguesa, 15 de Agosto 2010

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Com 82 anos de idade faleceu, após prolon-gado sofrimento, no passado dia 18 de Ju-nho, PAULO ROCHA GOULART, na sua residência em Modesto, carinhosamente, rodeado por dilectos e prestimosos amigos e dedicado pessoal clínico auxiliar.O falecido, que era natural da Calheta, Ilha de São Jorge, Açores, residiu muitos anos em San Diego (aonde foi muito activo e dedicado líder da grande comunidade do sul da Califórnia) e Turlock, trabalhando muitos anos na Kings County Truck Li-nes, conhecida empresa de transportes de lacticínios, fundada pelo jorgense Manuel "Spike" Mancebo, de Tulare (Vale de San Joaquin), e mais tarde fundou, ele próprio, a sua companhia de transportes de cami-ões e foi organizador de excursões turís-ticas para os Açores, Madeira, Portugal Continental e América do Sul.Fundou e dirigiu, também, o popular programa de rádio em língua portuguesa "Hora Portuguesa" no sul da Califórnia, alem de ter sido co-fundador e primeiro Presidente da popular "Aliança Açoriana" e seu sócio numero um, tendo sido ainda, por muitos anos, dedicado Correspondente do antigo "Jornal Português", em San Diego. Paulo Goulart era também activo membro do popular Festival Cabrilho que, há mui-tos anos, vem comemorando, com muito brilho, a descoberta da Califórnia, por mar, do nosso imenso Estado, pelo nave-gador português João Rodrigues Cabrilho, com celebrações, durante a ultima semana de Setembro de cada ano, o qual tem a par-ticipação oficial de vários países - Portu-gal, América, Espanha e México.Durante vários anos, Paulo Goulart perso-nificou o navegador Cabrilho, pela semana fora... vestido com a indumentaria naval,

metálica e pesada, daquela época (século XVI), suportando o rigoroso calor do sul do nosso Estado, naquele mês.No campo fraternal da nossa grande co-munidade, espalhada pela imensa Califór-nia, participou, também activa e dedica-damente, comparecendo com frequência às múltiplas sessões e actividades sociais, que se realizam pelos anos fora, não obs-tante, então viver no extremo sul da nosso Estado, como oficial da LALI e da LAFF, Director da Luso-American Education Foundation, e, nos últimos anos, como Director Honorário desta prestigiosa Fun-dação Portuguesa; e como membro da Portuguese Fraternal Society of America, a qual incorpora 4 sociedades fraternais. Alem disso, foi Presidente Supremo, en-tre 1970-1971 da S.E.S., de que era agora "Dean" dos Presidentes Supremos desta Sociedade, uma das maiores deste grupo fraternal.Em reconhecimento dos valiosos serviços prestados tanto à nossa comunidade com-posta por centenas de milhares de portu-gueses e luso-americanos, o Governo de Portugal condecorou Paulo R. Goulart com a Ordem do Infante D. Henrique, no grau de Comendador em Junho de 1984, e com a Medalha de Mérito das Comuni-dades Portuguesas, no grau de Prata, em Abril de 1984. Também recebeu um Cer-tificado de Apreciação, em Abril de 2006, da Luso-American Education Foundation, além de outros galardões.O funeral foi particular através da Hilview Funeral Chapel, de Patterson, Califórnia, a pedido do falecido.Uma missa, por alma do extinto foi cele-brada pelo Re. Padre Michael Kelly, por quem o falecido tinha grande afeição e ad-

miração, no dia 26 de Junho passado, na Igreja Católica de St. Joaquin, em Locke-ford, Califórnia.Na missa foi anunciado que em vez de flo-res, donativos deviam ser remetidos para a Luso-American Foundation, 7080 Don-

lon Way, Suite 200, Dublin, CA 94568, ou para a PFSA, Education Foundation, 1120 East 14th St, San Leandro, CA 94577.Paz à alma do nosso saudoso amigo.

Alberto S. Lemos

Paulo Rocha Goulart

Page 13: Tribuna Portuguesa, 15 de Agosto 2010

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Page 14: Tribuna Portuguesa, 15 de Agosto 2010

14 15 de Agosto de 2010 COMUNIDADE

Page 15: Tribuna Portuguesa, 15 de Agosto 2010

15 PATROCINADORES

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16 15 de Agosto de 2010COMUNIDADE

Talento da juventude foi o ponto alto Fotos de Miguel Ávila

1º classificado na categoria de dança: Sacramento Youth Council #4 2º classificado na categoria de dança: Fremont/Union City Youth Council #1

3º classificados (ex-aequo) em dança: Gustine/Los Banos YC#18 e Northern San Joaquin Valley Youth Council #24 1º prémio individual (Suzie Bento): Norco/Corona YC#28

1º classificado em variedades: Newcastle Youth Council 2º classificado em variedades: Mtn. View/Sta. Clara YC#11 3º classificado em variedades: Artesia Youth Council #13

Newark Youth Council #30 Tracy Youth Council #25 SPRSI Youth Council

Contra Costa Youth Council #16 San José Youth Council Santa Maria Youth Council #3

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17COMUNIDADE

Nova liderança da Luso e SPRSI

Luso-American Life Board of Directors - Em pé (esq/dir): Hermano de Melo, Joe M. Machado, José da Silva, Tony Martins, Carlos Amaral, Joseph Vieira e José da Costa. Sentados (esq/dir): Linda Vieira, Cecelia Souza, John M. Dias (Chair), Edite Furtado (Presidente), Michelle Moreira (Vice-Chair), Vicki Barrios. (Narcie J. Ferreira - ausente)

Youth Officers - Em pé (esq/dir): Joseph Rocha, Dylan Fontes, Jason Costa, Nicolas Vieira, Austin Tavares, Ethan Vieira, Albert Vieira Jr. Sentados (esq/dir): Annalicia Luis, Antoinette Machado, Matthew Teixeira, Sara Rodrigues, Sierra Tavares e Alisha Frank.

Queen and Her Court (esq/dir): Sierra Tavares (Lady in waiting), Nicole Bettencourt (Queen), Sylvia Braga (maid of honor) e Sophia Rosa (maid of honor)

SPRSI - 20's-30's Directors: Em pé (esq/dir): Lannette Thomas, Stacey Piateck, Tanya Neito, Tammy Varley. Sentadas: Erika Cardoza, Manuela Brasil, Conception Piateck

Sales Team - Em pé (esq/dir): John Parreira, Gene Silveira, Frank Trovão, Tony Sozi-nho, Mary Jo Rodrigues, John Avila, Frank Estrela, Manuel da Silva, José Soares.Sentados: Lisa Amaral, Dee Lacey, Olga Bove, Mize Violante, Fernanda Rinehart

Assine o Tribuna Portuguesa e fique a par do que se passa na nossa Comunidade

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18 15 de Agosto de 2010COMUNIDADE

SPRSI - Adult Directors - Em pé (esq/dir): Susan Goodman, Arlinda Simões-Lessig, Audrey Burman. Sentadas: Sandra Nieto, Constance Brasil e Angie Brasil

20's-30's Officers - Em pé (esq/dir): Abel Dutra, Monica Xavier, Frank Trovão, Nancy Nunes, Augusto Correia Jr.Sentados: Sandy Garcia Zucker, Anthony Pio e Danny PintoEmbaixo à esquerda:LAFF-PCU-SPRSI - Em pé (esq/dir): Matthew Teixeira (LAFF Youth President), Anthony Pio (LAFF 20-30-'s President), John Perdigão (LAFF President), Jack Costa (PCU President), Evan Gray (PCU Youth President) Sentados: Manuela Brasil (SPRSI 20-30's President), Constance Brasil (SPR-SI President) e Jessica Wyatt (SPRSI Youth President)Embaixo a direita: Social Directors - Em pé (esq/dir): Mary F. Coelho, Deolinda Trovão, Georganne de Melo, Andrea Vieira, Dee Lacey. Sentadas: Eilleen Rosa, Emily Ascenso, Carol Silva, Natalia Bettencourt, Fernanda Rinehart Fotos de José Enes (Páginas 17,18)

SPRSI Youth Directors - Em pé (esq/dir): Gianna Thomas, Joclyn Thomas, Janee Valadão, Monica Menezes, Victoria Brasil, Catherine Brasil. Sentados: Cristina Nieto, Tanya Nieto, Jessica Wyatt, Jasmine Wyatt, Ashley Glenn

Line Officers - Esq/dir: John Perdigão. Mize Violante, Tony Sozinho, Paulo Matos, Maria Batista, Lisa Amaral

LAFF Board and Line Officers - Em pe (esq/dir): John Perdigão, Paulo Matos, Arnald Rodrigues, Tony Sozinho, Paul Teixeira, Joe Machado, Frank Correia, Joe Pio, George M. da Silva, Daniel Sequeira. Sentados: Maria Conceição Batista, Lisa Amaral, Cynthia Weekley, Mize Violante, Mary Edwards, Julieann Piatek, Tisha Cardoza, Manuela Wyatt

Page 19: Tribuna Portuguesa, 15 de Agosto 2010

19FESTAS

Artesia D.E.S. em dia histórico

Corte da fita da inauguração do novo e bonito Salão de Festas do Artesia D.E.S. que custou $1.7 milhões de dólares. Uma obra importante para a comunidade de Artesia. Presentes toda

a Direcção do Artesia D.E.S. da Presidência de Paul Barcelos, Filarmónica, Rainhas de 2009 e 2010, além do Presidente da Câmara Tony Lima e muito publico. (fotos de F. Dutra)

Filarmonica do Artesia D.E.S. fundada em 1972, tem como Mestre David Costa e 60 elementos. O Hino é da Autoria de Gualter Silveira.

Embaixo: aspecto do espaço entre os dois salões, vendo-se o Imperio e o novo Coreto (foto de José Enes)

Durante a Procissão podem-se reconhecer o Cônsul Honorário de Portugal em Los Angeles, Edmundo Macedo, e elementos da Direcção de Paul Barcelos e esposas

Imagem da Rainha Santa Isabel

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20 15 de Agosto de 2010COLABORAÇÃO

Todos os anos no ultimo fim de semana do mês de Julho, a co-munidade de Artesia, celebra as suas tradicionais festas em hon-

ra do Divino Espírito Santo, este ano com o mesmo sentido e mais uma celebração do 83º aniversário e inauguração do novo salão, orçado em um $1.5 milhões de dóla-res, o que não causará admiração se o or-çamento for ultrapassado. Quase um ano em construção, muito trabalho e algumas dores de cabeça, para os directores e co-missão do planeamento. Finalmente como estava previsto, ficou pronto para os gran-des festejos. É uma obra prima, digna de ser observada pelos maiores criteriosos profissionais na arte da construção civil. Todos nós sabemos que uma obra com esta dimensão, não foi nada fácil para a sua realização, para mais uma comunida-de de que tem e tende a diminuir de ano para ano, o que rigorosamente trará maio-res esforços para as direcções vindouras. No sábado dia 17, a direcção ofereceu uma "Open House", somente para membros, familiares e convidados. Durante a entra-da, todos foram recebidos pelos directores da Assembleia Geral e administrativos e respectivas esposas que serviram os con-vidados com champanhe e entregaram uma réplica da Coroa do Divino Espírito Santo, para ser usada na lapela do casaco. Uma significativa recordação e uma digna ideia da direcção. Depois de observadas as novas instalações, salão, bares, cozinha e quartos de banho, tudo do mais moderno existente na construção, todos foram ser-vidos com um lauto beberete com bebidas de todas as qualidades. O mestre de ceri-mónias, Valquirio Borba, fez as apresen-tações e chamou ao palco os Presidentes da Assembleia Geral, Paulo Lima e da Direcção, Paulo Barcelos, os quais pro-nunciaram algumas palavras referentes ao evento. António Aguiar fez algumas explicações respeitantes ao planeamento. Paulo Barcelos disse que estava contentís-simo pela conclusão de tão grandiosa obra a qual teve início com a anterior direcção e

disse: "Esta é a sala de visitas da nossa co-munidade". Seguidamente falou o Mayor da Cidade, Tony Lima, ladeado pelos ve-readores, o qual entregou um diploma da cidade pelo valor que esta obra trouxe à mesma e João Dias entregou um donativo da Sociedade Luso-American e nas suas palavras usou a frase do presidente da so-ciedade "Esta sociedade passará a ser a sala de visitas de todas as comunidades da Califórnia", palavras mais apreciadas por ser um homem do Norte da Califórnia.

No dia 18, pelas 5:00 horas da tarde, uma pequena parada com o encontro das Coroas do Divino Espírito Santo, com a

presença das Rainhas e respectivas aias, Filarmónica da Sociedade, directores, ofi-ciais da Cidade e publico em geral. Após a parada, seguiu-se a inauguração oficial do Salão. Presidentes da Assembleia Geral, da presente e passadas direcções, directo-res e oficiais da cidade. Uma grande tesou-ra, com o auxílio do Mayor e presidentes, cortou a fita da entrada principal, com imensos aplausos de todos os presentes. Seguiu-se a benção a todo o edifício pelo Reverendo Padre Domingos Machado, que seguidamente celebrou a missa inau-gural, acompanhado pelo magnífico Gru-po Coral de Artesia. Toda a semana houve recitação do Terço na capela da sociedade, com o acompanhamento do grupo coral e do grupo "Hora Social de Artesia". Sexta-feira dia 23, como é habitual, apresenta-ção das rainhas e respectivas aias. Não foi cumprido o horário devido a um incidente, no centro comercial, onde as mesmas se encontravam na cabeleireira. Um assalto à mão armada numa casa comercial de ouro. A policia cercou o centro de tal modo que ninguém conseguiu sair ou entrar, o que causou um atraso de cerca de uma hora. Finalmente os ladrões foram presos e as rainhas na sociedade a cumprirem e muito bem, o programa.As rainhas que abandonavam o reinado e as que iniciavam um novo reinado, todas se

expressaram magnificamente, em inglês e português, umas demonstraram mágoa na sua saída e outra o seu contentamento por entrarem numa nova fase da sua vida, re-presentando a sociedade durante um ano. Seguiu-se uma noite de fados com a pre-sença de Paulo Filipe e Michelle Pereira, acompanhados pelos sobejamente conhe-cidos artistas da 7 Colinas, de SanJosé. Um serão muito animado tratando-se de "uma noite de fado" embora com fadistas ainda não conhecidos na comunidade, no entanto desempenharam a sua missão. Ao ar livre houve musica para dançar ao som do conjunto "King Solomon".

Sábado dia 24, pelas 5:00 horas, cortejo de oferendas, seguido pelo bodo de vinho e massa sovada. Durante a tarde concerto pela Fi-

larmónica de Artesia, actuação do grupo folclórico de Artesia "Retalhos Antigos" e pelas 9:00 horas cantoria no interior do sa-lão com o jovem António Isidro Cardoso, vindo do Topo, Ilha de São Jorge. Este im-provisador tem apenas 19 anos, era aguar-dado com ansiedade pelos apreciadores da cantoria. José Borges, da Florida, Manuel dos Santos, de Artesia e Alberto Sousa, também de Artesia. Em simultâneo houve baile ao ar livre, para os mais novos que prometia ser um evento especial, com o famoso conjunto internacional "STARLI-GHT" de Toronto, Canada. Mais um inci-dente, por causa das novas leis nos trans-portes aéreos, foi-lhes negado o transporte do material que faz parte do conjunto e deste modo não conseguiram o seu desejo e o desejo de muitos utentes que aguarda-vam este famoso conjunto desde que o seu nome apareceu no programa. De acordo com o presidente da sociedade, Paulo Bar-celos, o mesmo estará entre nós na primei-ra oportunidade possível. Para substituir este conjunto foi contratado o conjunto de Gilberto Amaral de San José. Domingo dia 25, pelas 8:00 horas, foram distribuídas sopas aos doentes e idosos da comunidade. Pelas 11:00 horas inicio do cortejo da sociedade para a Igreja da

Sagrada Família com a presença das filar-mónicas de Artesia, Chino, Tulare e San Diego. Tomaram parte no mesmo o Côn-sul Honorário de Portugal em Los Ange-les, Edmundo Macedo, directores, diver-sas representações, rainhas da sociedade e de outras comunidades e publico em geral. Após a missa celebrada pelo Padre Domingos Machado e cantada pelo grupo coral de Artesia, o cortejo regressou à so-ciedade onde foram servidas as deliciosas sopas. Também foram servidas as primei-ras sopas a seguir à partida do cortejo para a Igreja. Durante a tarde houve concertos pelas filarmónicas presentes e arremata-ções. Pelas 9:00 horas exibição da Grande Marcha e baile ao ar livre com o conjunto "Genica". Segunda-feira, dia 26 pelas 6:30 horas, grande corrida de toiros, com seis toiros da Ganadaria de Manuel Costa, com o cava-leiro Alberto Conde e o matador José Luís Gonçalves, vindos de Portugal e Grupo de Forcados de Artesia. Abrilhantou o even-to a Filarmónica de Artesia. Esta direcção do Artesia D.E.S. está de parabéns, bem como todos os seus colaboradores, pelo magnifico programa tão bem organizado e realizado.

Nota: Durante os festejos o novo salão foi visitado e admirado por centenas de forasteiros que dignificaram a majestosa obra observada, fruto de uma direcção, comissão de planeamento e de algumas individualidades a distinguir, tais como: João Martins, Tony Martins e Tony Frei-tas. Ainda, entre todos, a maior distinção recaíu sobre João Martins, ex-mayor da cidade e presente vereador, que ofereceu como donativo, um ano do seu prestimoso trabalho, à sociedade do Divino Espírito Santo. É digno de aplausos, admiração e consideração por toda a comunidade e da comunicação social. Desejamos óptimas ferias para todos os que já se encontram e para os que entrarão, nos também partire-mos para ferias e até à volta e haja saúde.

FESTA DO ESPÍRITO SANTOInauguração do novo Salão

do Artesia D.E.S.

Comunidades do Sul

Fernando Dutra

Os tradicionais festejos em honra do Di-vino Espírito Santo nesta sociedade por-tuguesa da cidade de Paramount, onde já existiu uma comunidade portuguesa e hoje está reduzida a três familias lusas, de terceira idade. As festas são realizadas pelas comunidades do Chino e Artesia, as quais tiveram lugar nos dias 26, 27 e 28 do pretérito mês de Junho. Sábado, dia 26, pe-las 6:00 horas, foi rezado o terço, seguido da apresentação das rainhas e respectivas aias, cerca das 9:00 horas teve início um

serão dancante. No Domingo, dia 27, pe-las 10:00 horas, foi organizada a parada a qual dirigiu-se para a Igreja Católica des-ta cidade, onde foi celebrada missa pelas 11:00 horas. Na mesma tomaram parte a Rainha Santa Isabel, directores, rainhas novas e velhas e respectivas aias, rainhas de outras comunidades, Grande Marshal da festa, Frank e Lucia Ferreira, filarmó-nicas do Chino e Artesia. Pela primeira vez observámos a presenca do Grupo de Forcados de Artesia, que trasnportaram

a imagem da Rainha Santa Isabel. As de-liciosas sopas, confecciona-das pelo ho-mem de bom gosto, Frank Borba, foram servidas a partir da 10:30 horas. Após ter-minada a missa, a procissõo foi novamente or-ganizada, diri-gindo-se para a sociedade onde foram servi-

das sopas a todos os presentes. Durante a tarde houve concertos pelas filarmónicas presentes e serão dançante. As danças de São João e grupos folclóricas do Chino e Artesia foram convidados, no entanto por certas razões não conseguiram a sua pre-senca no evento. Na segunda-feira foi ser-vida a tradicional feijoada com carne e à noite novamente baile ao som do conjunto

"Genica". O chefe da cozinha, Frank Bor-ba e seus colaboradores estão de parabéns pelo excelente trabalho apresentado, sopas e feijoada tudo delicioso. O próximo jan-tar, conhecido pela festa das contas, será no dia 18 do môs de Setembro pelas 6:00 horas da tarde.

Espírito Santo em Paramount

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21 PATROCINADORES

Grande Corrida de ToirosFesta de Nossa Senhora dos Milagres

Bella Vista Park, Gustine

13 de Setembro de 2010, pelas 8:00 pm

6 Bravos e Nobres Toiros 6da Ganadaria Açoriana

Cavaleiros

Rui SantosPaulo FerreiraFilipe GonçalvesGrupo de Forcados de Vila Franca de XiraGrupo de Forcados de Turlock

Filarmónica Azores Band of EscalonAdmissão: $20.00 - crianças com menos de 12 anos, entrada grátis. NOTA: a venda à porta de bilhetes será limitada.

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22 15 de Agosto de 2010PATROCINADORES

Cães de Fila para Venda

P'ra uma casa guardar, não há nada como um cãosó precisa ele ladrar

para fugir o ladrão.

Para mais informações contactar António Carvalho

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23PATROCINADORES

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24 15 de Agosto de 2010TAUROMAQUIA

Quarto Tércio

José Á[email protected]

Atiro-me para o chão de contente, dou d

Todos se lem-bram da tragé-dia que ocorreu na Agualva em Dezem-bro de 2009 e dos esforços de muitas pessoas em ajudarem monetáriamente as gentes da freguesia que muito perderam. Não é que ao sair da Terceira no dia 10 de Agosto ouvi na Rádio que a Festa da Agualva ia dar 3 touradas à corda em três dias se-guidas. Que vergonha é esta? Mesmo que as touradas fossem oferecidas, a Junta de Freguesia e o povo em ge-ral, deveriam recusar tal oferta. Que se desse a tourada tradicional, vá lá que não vá, mas 3?Que raio de povo somos nôs? E andou-se a pedir di-nheiro, roupas, para quê?

Tiro o meu chapéu ao meu amigo Élio Leal, do Canadá, por ter mandado construir uma Praça de Toi-ros e ter dado a sua primeira corrida no dia 14 de Agos-to, com os Irmãos Pamplonas e o matador português António João Ferreira. Forcados Amadores do Canada, toiros (3) da Ganadaria do Pico dos Padres e (3) de Co-lorado.

Tiro o meu chapéu muitas vezes a todos aqueles que pertencem à Portuguese Cultural Charity Founda-tion pela brilhante ideia de partilharem com o Children's Hospital Central California a receita de um festival tau-rino. Há um ano atrás quando houve conversações em Sacramento àcerca dos problemas taurinos, um dos te-mas discutidos foi precisamente o de podermos, uma ou duas vezes por ano, ajudar organizações da nossa co-munidade americana e não só, carecidas de apoios. Em boa hora se começou em 2010. Esperemos que em 2011 se faça o mesmo. Mas cuidado. Se queremos fazer algo, que se faça muito bem feito, com convites a entidades políticas, estatais e locais. E que o espectáculo seja o mais profissional possível, para que eles comprendam a seriedade da nossa festa brava. Não podemos brincar aos cowboys com estas coisas sérias.

Atirei o meu chapéu ao mar por aquilo que ouvi na Internet durante a primeira Corrida das San-joaninas e por tudo o que me foi dito, por dezenas de pessoas na California, àcerca dos comentários nas ou-tras três Corridas (eu estava lá, por isso não ouvi estes três comentários). Pobre, mas mesmo muito pobre, os comentários das pessoas convidadas. Antigamente, quando não se viam imagens, ainda podí-amos acreditar naquilo que diziam, mas agora que a Via Oceânica produz imagens para nosso gozo e aficion, não se comprende a pobre actuação dos comentadores.Tínhamos ganho mais, se eles tivessem ficado calados.A rever urgentemente pela KIGS o futuro destas impor-tantes transmissões.

Não sei como nasceu a ideia, mas só sei que a Câ-mara Municipal de Gustine decidiu fazer um Tourada à Corda a 4 de Julho, Dia da Independência da America. Foi uma grande ideia, pois trouxe àquela cidade milha-res de pessoas que usufrui-ram umas boas horas de ale-gria e de aficion, lembrando as nossas raízes da Terceira, onde a tourada à corda é rai-nha das estradas.

Tourada à Corda em Gustine

Tudo pronto para dar início a uma tourada à corda em Gustine

José Vaz também quis dar um ar da sua graça, toureando de guarda-sol

É sempre tão bonito ver-se uma nova Praça de Toiros

O Élio Leal é um homem das arábias. Gosta de muitas coisas ao mesmo tempo e quando se dedica a uma, é mesmo o diabo em pessoa. Sonhou construir uma praça de toiros nova em folha, para que poudesse dar azo à sua aficion. Se bem o pensou, melhor o fez. E ontem, o dia 14 de Agosto, vai ficar na história taurina do Canada. A pri-meira corrida de toiros tinha uma cartel misto - Cavalei-ro de Alternativa Tiago Pamplona, Cavaleiro Praticante João Pamplona, matador António João Ferreira (o "Tozó" como é conhecido entre os amigos), Forcados Amadores do Canada, 3 toiros da Ganadaria Pico dos Padres e 3 toiros de um ganadero residente no Colorado.

Corrida de Toiros no CanadÁ

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25PATROCINADORES

Atiro-me para o chão de contente, dou d

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26 15 de Agosto de 2010ARTES & LETRAS

Estava de férias, bastante longe da Ca-lifórnia, e do refúgio onde elaboro esta página, quando soube da morte de José Saramago. Fiquei triste. É que há 25 anos que sou leitor assíduo de José Sa-ramago. Tenho todos os seus livros em português e em inglês. Desde sempre que gostei do sei estilo, do seu espírito crítico, da sua audácia. É que tal como afirmou o Presidente do Governo Re-gional dos Açores, Carlos César: "Sa-ramago foi um inovador, porventura in-compreendido em determinadas fases da sua vida e obra, mas um mestre."Porém a nossa homenagem ao Nobel da Língua Portuguesa teve que espe-rar quase dois meses. É que as últimas quatro Marés Cheias foram preparadas no começo de Junho. Aqui está a nossa simples mas justa ho-menagem a José Saramago, falecido a 18 de Junho de 2010. Tal como escre-veu o escritor Mário Cláudio: "É uma figura indiscutivelmente maior das nossas letras. Saramago vai durar o que durar a literatura portuguesa."Morreu José Saramago, mas os seus li-vros ficam para sempre.

abraçosdiniz

José Saramago nasceu na aldeia de Azi-nhaga, na Golegã, a 16 de Novembro de 1922, e apesar da mudança com a família para Lisboa, com apenas dois anos, o local de nascimento seria uma marca constan-te ao longo da sua vida, como referiria na Academia Sueca em 1998, aos 76 anos, quando da sua distinção com o Nobel da Literatura. A austeridade material da sua infância, contraposta a uma riqueza hu-mana que o marcaria indelevelmente, seria um dos pontos fulcrais do discurso, onde destacou longamente a avó Josefa e o avô Jerónimo, "capaz de pôr o universo em movimento com apenas duas palavras." Na biografia "José Saramago", editada em Janeiro deste ano, o autor João Marques Lopes escreve que "sobre todos [os fami-liares mais próximos], Saramago deixaria algo escrito."Estudante no Liceu Gil Vicente, que é obri-gado a abandonar por dificuldades econó-micas, matriculando-se na Escola Indus-trial Afonso Domingues, termina em 1939 os estudos de Serralharia Mecânica. Como primeiro emprego, trabalha nas oficinas do Hospital Civil de Lisboa. A paixão pela li-teratura é alimentada de forma autodidac-ta, nas noites passadas na Biblioteca do Palácio das Galveias. Nos anos seguintes, transitará para os serviços administrativos do Hospital Civil, antes de se ligar profis-sionalmente à Caixa de Abono de Família do Pessoal da Indústria da Cerâmica.Em 1944, casa com a gravadora e pintora Ilda Reis. A filha única do casal, Violante Sara-mago Matos, nasceria em 1947, o mesmo em que publica a sua primeira obra, “Ter-ras do Pecado”. O título original, “Viúva”, foi alterado por imposição do editor da Minerva. Saramago desvaloriza o livro, que nunca incluiu na sua bibliografia. Uma das razões apontadas pelo seu autor para a exclusão foi, precisamente, a alteração forçada do título. “Clarabóia”, que seria o sucessor de “Terras do Pecado”, foi recu-sado pelo seu editor e permanece inédito até hoje.A partir de 1955, Saramago começa a de-senvolver trabalho de tradutor, dedicando-

se a nomes como Hegel ou Tolstoi. O regresso à edição dar-se-ia mais de uma década depois. Em 1966, altura em que ocupava o car-go de editor literário na Editorial Estúdio Cor, lança o livro de poesia “Poemas Possíveis”. Então um autor discreto no pa-norama literário na-cional, continuaria a exprimir-se em poe-ma nas obras seguin-tes, “Provavelmente Alegria” (1970) e “O Ano de 1993” (1975).Crítico literário na “Seara Nova” a partir de 1968, torna-se no ano seguinte membro do Partido Comunis-ta Português, do qual será, até à morte, um

dos mais distintos militantes. A partir do final de década de 1960 desenvolve trabalho intenso na im-prensa, principalmente enquanto cronista, no "Diário de Notícias" ou "Diário de Lis-boa", n’"A Capital", no "Jornal do Fundão" ou na revista "Arquitectura".

Em 1975, em pleno PREC, torna-se di-rector-adjunto do "Diário de Notícias". Esta função representaria o auge do seu percurso jornalístico e, paradoxalmente, seria fundamental para o seu regresso à li-teratura e ao romance, o género em que se notabilizaria definitivamente. A sua direc-ção-adjunta seria marcada pelo polémico saneamento de jornalistas que se opunham à linha ideológica do jornal. Demitido no 25 de Novembro, acusado de aproveitar a sua posição para impor no diário os dese-jos políticos do PCP, toma uma decisão que transformaria a sua vida. Não mais se empregaria. A partir de então, seria um es-critor a tempo inteiro.

“Manual de Pintura e Caligrafia”, três dé-cadas depois de “Terras do Pecado”, foi a primeira obra de José Saramago após se dedicar em exclusivo à escrita. Com os livros seguintes, “Levantado do Chão” (1980), “Memorial do Convento” (1982) e "O Ano da Morte de Ricardo Reis", torna-se escritor respeitado pela crítica e conhe-cido pelo público. É neles que define o seu estilo enquanto romancista, marcado pelas longas frases, pela ausência de travessões indicativos de discurso e pela utilização inventiva da pontuação. Nos seus livros, personagens fictícias surgem em conví-vio com personalidades históricas, como no supracitado “Memorial do Conven-to” ou em “História do Cerco de Lisboa” (1989), e são criados cenários irreais para questionar e problematizar a actualidade, como em “A Jangada de Pedra” – em que a Península Ibérica se separa do continente europeu, errando pelo Atlântico. Quando, em 1991, lançou para as livrarias o seu Cristo humanizado de “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago espera-

ria certamente a contestação dos sectores católicos da sociedade portuguesa. Não es-peraria o aconteceu para além disso. O veto oficial do romance ao Prémio Literário Eu-ropeu, pela voz do então Sub-secretário de Estado da Cultura Sousa Lara, do governo liderado por Cavaco Silva, precipitou a sua saída de Portugal. Em 1993, auto-exilou-se na ilha de Lanzarote, nas Canárias, com Pilar del Rio, a jornalista espanhola com quem casara em 1988. As primeiras obras em Lanzarote seriam “Ensaio Sobre a Ce-gueira” (1995), ficção apocalíptica que o realizador Fernando Meirelles adaptaria ao cinema treze anos depois, e “Todos os Nomes” (1997). Um ano depois, seria alvo da maior distinção da sua carreira. A 9 de Outubro de 1998, José Saramago foi anun-ciado vencedor do Prémio Nobel da Lite-ratura, o primeiro atribuído a um escritor português. Seria o impulso decisivo para a sua ascensão a figura literária global e o premiar de uma obra que se dedicou a ex-plorar e questionar a natureza humana de diversos ângulos e em diversos cenários. Em 2002, em entrevista ao diário britânico Guardian, confessava, "provavelmente sou um ensaísta que, como não sabe escrever ensaios, escreve romances." Não só, para além dos romances e da poesia, deixa obra enquanto dramaturgo, assinando as peças teatrais "Que Farei Com Este Livro" ou "In Nomine Dei".

Saramago, que o influente crítico literá-rio norte-americano Harold Bloom consi-derava o mais talentoso romancista vivo, manteria nos anos seguintes uma cadência editorial regular. “A Caverna” (2000), “O Homem Duplicado” (2002), “As Intermi-tências da Morte” (2005) e “A Viagem do Elefante” (2008) foram lançados enquanto o escritor se assumia também enquanto voz interventiva, muitas vezes polémica, no espaço mediático mundial. Converteu-se inclusivamente à blogosfera em 2008, aos 86 anos (blog.josesaramago.org), de onde lançou por exemplo repetidos ata-ques a Silvio Berlusconi, o primeiro-mi-nistro italiano que classificou de "vírus". Nada de novo num homem que apreciava a discussão, que erguia alto a voz na defe-sa das suas ideias. Anos antes do episódio Berlusconi, denunciara aquela que consi-derava ser a política criminosa do Estado Israelita relativamente à Palestina, acusan-do Israel de “não ter aprendido nada com o Holocausto”, classificara a globalização como “o novo totalitarismo” e surpreende-ra os camaradas de partido ao não alinhar no apoio aos dirigentes cubanos que con-denaram à morte três responsáveis pelo desvio de um "ferry". Em Portugal, o ibe-rista convicto polemizou ao declarar que Portugal e Espanha estariam destinados a fundir-se num único país.“Caim” (2009), o seu último roman-ce, acompanhado das declarações feitas aquando do seu lançamento, em que clas-sificou a Bíblia como “um manual de maus costumes”, foi a derradeira polémica (e provocação) de Saramago.

in jornal Público (18 de Junho de 2010)

José Saramago Uma Vida Literária

Palavras de José Saramago:A humanidade nunca foi educada para a paz, mas sim para a guerra e para o conflito. O “outro” é sempre potencial-mente o inimigo. Levamos milhares e milhares de anos nisto.

Perfila-se uma forma de entender o mundo definida por três vectores muito claros: a neutralidade, o temor e a resignação.

Se eu pudesse apagar a palavra utopia do dicionário e da mente das pessoas, fá-lo-ia. Adiamos e adiamos o que queremos ser. A esperança, sempre a temos, claro. É o que faz, em muitos casos, com que a vida seja suportável.

Tal como a religião não pode viver sem a morte, o capitalismo não só vive da pobreza como a multiplica.

Haveria que averiguar como o capita-lismo autoritário que nos rege […] vai em cada momento decidindo sobre o que mais lhe convém e como reúne e organiza os meios para consegui-lo. Seria um grande equívoco nosso se pensássemos que eles se contentam em ganhar dinheiro. O dinheiro não dá todo o poder e eles querem todo o poder.

Ser um cidadão em pleno, ou o melhor que se possa, tomar a seu cargo a pró-pria responsabilidade, os seus deveres e os seus direitos… Isso dá muitíssimo trabalho.

Diniz [email protected]

Apenas Duas Palavras

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27 PATROCINADORES

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28 15 de Agosto de 2010ENGLISH SECTION

portuguese s e r v i n g t h e p o r t u g u e s e – a m e r i c a n c o m m u n i t i e s s i n c e 1 9 7 9 • e n g L i s h s e c t i o n

Ideiafix

Miguel Valle Á[email protected]

Aristides de Sousa Mendes remembered in World War II eventThe Portuguese Historical Museum and The Portuguese Tribune spon-sored an art exhibit in honor of Aris-tides de Sousa Mendes, the Portu-guese Hero. Part of the ‘Keep the Spirit of 45 Alive’ event commemorating the end of World War II, a couple of thousand veterans, their families and friends, and history enthusiasts attended this event marking the 65th anniversary of the end of World War II at History Park at Kelley Park in San José last Saturday, August 14, 2010.The Portuguese Historical Museum proudly displayed a 15-foot tall ban-ner of Aristides de Sousa Mendes on one of its band stands in the Portu-guese-style plaza in front of the mu-seum. Inside, an art exhibit curated by local Portuguese-American artist João de Brito entitled “Aristides, a WWII Hero” was on display. Works by Maxine Olson -- “In the Name of

the Father” and “Ode to Aristides de Sousa Mendes”, Roberto Ávila -- “Standing with God” and “A Cou-rageous Portuguese”, João de Brito -- “Hebrews 6:10” and “11:59”, and Sousa Mendes’ own grandson, Se-bastian Mendes -- “Untitled (1,000 Names).” These art pieces had been previously on display at an exhibit at the Consulate of Portugal for the 70th anniversary of Aristides de Sousa Mendes’ Act of Conscience last June 17, 2010.Along with the Sousa Mendes ex-hibit, the Portuguese Historical Mu-seum has temporary exhibits on folk dancing, marching bands, and the Holy Spirit festas, and the permanent display on the Portuguese presence in California.The Sousa Mendes family attended the event and proudly stood in front of the hero’s banner for a family pic-ture.

1st Annual San José State University Portuguese Studies ProgramEvening at the Harvest Noite das Vindimas

Exclusive hors d’oeuvres dinner served with Léal Vineyards award-winning wines, silent auction, and entertainment in the beautiful candle-lit barrel room.Tax-Deductible Sponsorships Available.

RESERVATIONS: 408.981.8323 or [email protected] http://portuguesestudiesadvisoryboardsjsu.webs.com

WHAT: San José State University’s Portuguese Studies Program Fundraiser

WHEN: Friday, September 24, 2010 @ 7 PM

WHERE: Léal Estate Vineyards, 300 Maranatha Drive, Hollister, San Benito County, California

TICKETS: Event + Transportation = $85 per person includes deluxe bus transportation from San José with wine and cheese reception on board

Event Only = $65 per person

SPECIAL: Only $75 and $60 respectively if purchased by September 3

Brought to you by the Portuguese Studies Program Advisory BoardAd photos & design donated by The Portuguese Tribune

From left: Grandsons Paul and Peter Abranches, daughter-in-law Joan Abranches, granddaughters Eileen Garehime and Sheila Abranches, and Paul Abranches’ daughters.

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29 ENGLISH SECTION

LUSO CONVENTION: Even the youngest were there Photos by Miguel Ávila

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30 15 de Agosto de 2010FESTAS

Festa de Santo António de Tracy

Participar nas nossas festas é um acto de solidariedade para com aqueles que tanto trabalham nelas

Padre Manuel de Sousa benzendo as coroas

Imagem de Santo António de Lisboa e de Pádua

Em cima: Padre Manuel de Sousa benzendo as coroas das Rainhas

Embaixo à esquerda - Rainhas de 2009 em frente ao Salão

Embaixo à direita: Nova Artista Açoriana, tendo como Mestre Frank Silva. Tem 38 elementos e o autor da Hino foi José Neves

Fotos de Jorge Ávila "Yaúca"

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31 FESTAS

Rainhas de 2010 no Salão do I.P.F.E.S. de Tracy

Legendas:Frank Gomes, Chairman da Festa com a sua direcçãoPadre Manuel de Sousa escuta com atenção as palavras da jovem rainhaRainha do Estado, Jennifer Espinola, aias Ashlee Almazan e Marissa RochaRainha do Meio, Karri Neto, aias Taylor Drumonde e Marissa MachadoRainha Pequena, Monica Bento, aias Alayna Azevedo e Isabella Avila

A festa em honra de Santo António em Tracy teve lugar nos dias 7 e 8 de Agosto. No Sábado, depois da recitação do terço houve jantar de linguiça e costeletas de porco, se-guindo-se a apresentação das rainhas e baile. No Domingo houve missa às 11:30, pelo Padre Manuel de Sousa no Salão do I.P.F.E.S., seguindo-se almoço, leilão de ofertas.O Chairman da Festa foi Frank e Sarah Gomes, sendo MaryJean Perry, Grand Presi-dent e Lena Inácio, secretária.

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32 15 de Agosto de 2010ULTIMA PAGINA